Na minha experiência pessoal em contato direto com a língua inglesa (por pouco tempo que tive) sempre que não lembrava uma palavra no Inglês, utilizada alguma de base no Português, mudando os sufixos, e quase sempre dava certo. Em Londres ouvi de um inglês que se quiser se parecer 'chique', a pessoa utiliza as palavras de origem normanda... Parabéns pelo canal.
Só uma correcção: as armas reais britânicas têm, não uma, mas *duas* frases em francês normando. Num cinto azul que rodeia o brasão, temos a frase «HONI SOIT QUI MAL Y PENSE» (maldito seja quem pensa mal disto) - devido aos demais elementos das armas, como o leão, o unicórnio e o capacete de armadura, a frase só é parcialmente legível. Mais abaixo, num listel branco, vemos, bem legível, «DIEU ET MON DROIT» (Deus e o meu direito).
O que mais me intriga no inglês foi a perda dos casos de declinação, ou seja, porque e como teria ocorrido esta simplificação sintática nos tempos medievais (simplificação que não ocorreu no Alemão, por exemplo).
É um fenómeno comum em línguas que sofreram num custo intervalo de tempo um grande influxo de novos falantes (ou candidatos a falantes...) já adultos. Como é referido no vídeo, os víquingues dinamarqueses invadiram e controlaram boa parte da ilha. Havia uma grande desproporção de homens, pelo que após algum tempo havia uma grande quantidade de casais mistos (homem dinamarquês, mulher inglesa). Os homens, já adultos, com os mecanismos da sua própria língua bem enraizados, tinham dificuldade em aprender as peculiaridades da língua da mulher, nomeadamente coisas "aleatórias" como géneros gramaticais, conjugações complexas e declinações. E então falavam numa versão simplificada da língua, um pouco à semelhança dos crioulos (ou do cliché do índio que fala com os pronomes errados e os verbos sempre no infinitivo: «mim caçar búfalo»). Como a convivência era diária, doméstica, estas simplificações passaram, lentamente, para o cônjuge e, ainda mais importante, para as gerações seguintes.
Apoio a ideia de um episódio sobre as palavras portuguesas na língua inglesa! 👍👍👍
Excelente ilustre professor Marco Neves! Muito agradecidos por sua dedicação e generosidade em partilhar conosco sua sabedoria. Parabéns!
É uma maravilha ouvir-te. Obrigado pelas explicações
Na minha experiência pessoal em contato direto com a língua inglesa (por pouco tempo que tive) sempre que não lembrava uma palavra no Inglês, utilizada alguma de base no Português, mudando os sufixos, e quase sempre dava certo.
Em Londres ouvi de um inglês que se quiser se parecer 'chique', a pessoa utiliza as palavras de origem normanda...
Parabéns pelo canal.
Olá, Marco! Um vídeo sobre a presença da língua portuguesa na língua inglesa seria bem interessante. Obrigado por compartilhar teu conhecimento.
Muito obrigada!
Só uma correcção: as armas reais britânicas têm, não uma, mas *duas* frases em francês normando.
Num cinto azul que rodeia o brasão, temos a frase «HONI SOIT QUI MAL Y PENSE» (maldito seja quem pensa mal disto) - devido aos demais elementos das armas, como o leão, o unicórnio e o capacete de armadura, a frase só é parcialmente legível.
Mais abaixo, num listel branco, vemos, bem legível, «DIEU ET MON DROIT» (Deus e o meu direito).
O francês teve uma grande influência no inglês.
8:33 Eu penso se podemos considerar Machado de Assis para o Português-BR?
Sim, penso que sim...
O que mais me intriga no inglês foi a perda dos casos de declinação, ou seja, porque e como teria ocorrido esta simplificação sintática nos tempos medievais (simplificação que não ocorreu no Alemão, por exemplo).
É um fenómeno comum em línguas que sofreram num custo intervalo de tempo um grande influxo de novos falantes (ou candidatos a falantes...) já adultos.
Como é referido no vídeo, os víquingues dinamarqueses invadiram e controlaram boa parte da ilha. Havia uma grande desproporção de homens, pelo que após algum tempo havia uma grande quantidade de casais mistos (homem dinamarquês, mulher inglesa). Os homens, já adultos, com os mecanismos da sua própria língua bem enraizados, tinham dificuldade em aprender as peculiaridades da língua da mulher, nomeadamente coisas "aleatórias" como géneros gramaticais, conjugações complexas e declinações. E então falavam numa versão simplificada da língua, um pouco à semelhança dos crioulos (ou do cliché do índio que fala com os pronomes errados e os verbos sempre no infinitivo: «mim caçar búfalo»). Como a convivência era diária, doméstica, estas simplificações passaram, lentamente, para o cônjuge e, ainda mais importante, para as gerações seguintes.
A mi me falta la referencia al latín. Cuatro siglos de presencia romana seguro que influyeron mucho.
"you" era equivalente a "vos", caso oblíquo.
thou / tu
thee / te
-- / ti
thy & thine / teu
ye / vós
you / vos
your / vosso