A respeito do empoderamento, existe um vídeo muito interessante no Mimimidias. A Clara fala como o conceito foi distorcido de modo a nos fazer acreditar que a conquista individual geraria empoderamento
Ah gente, editem a legenda desses dois videos, por favorrrrrr. Sou Surda bilíngue, mestranda em Serviço Social é acompanho aqui o canal da Sabrina, mas infelizmente nem todos os videos tem legenda... então, só consigo assistir os que tem. A legenda automática é muito ruim, devido aos erros e falta de pontuação. Super quero entender bem esse vídeo sobre as questões identitárias. Me interesso muito por isso. Então, ficarei na torcida pra que legendem o mais rápido possível.
Eu sempre venho discutindo e ressaltando que devemos seguir para o aprofundamento para as questões da classe dentro das lutas, contudo, existe muito endeusamento de 'figuras' e não de lutas coletivas. Fico muito animada em saber que há outras mulheres combatendo abertamente a estrutura capitalista da direita e dentro da própria esquerda. Obrigada pelas novas referências e pelo ótimo trabalho!
Venho defendendo as lutas anticapitalista nos movimentos identitarios sempre. Fiz universidade no momento em que mais as lutas ficavam individuais e pautadas numa olimpíadas de quem era mais oprimido dentro dos movimentos, representatividade e lugar de fala. Não conseguia identificar e nomear essas pessoas como esquerda liberal, com suas ideias (da sabrina) isso ficou mais fácil. Confesso que cheguei a classificar tudo como uma esquerda pós moderna, no sentido pejorativo mesmo. Defendia inclusive eliminar as pautas identitarias e priorizar tão e somente a luta de classes. Hoje, mais maduro intelectualmente, penso o mesmo que você, Sabrina. Na verdade, você consegui estruturar melhor meu posicionamento. Uma grande aula.
@@rodrigoferreira9527 me explica uma coisa pfv... Então as políticas identitárias a esquerda não tem que combater mais sim o fato de pararem apenas nessa políticas, foi isso que ela quis dizer? Ou as políticas identitárias tem que acabar??? Pq vi conservadores defendendo isso...
@@alexsyrichard4469 Concordo com o seu questionamento quando eu li o comentário do companheiro. Essa questão levantada por Sabrina tem uma linha tênue, e que se não tomarmos cuidado, seremos nomeados militantes de esquerda Marxista que arrota discursos de ódio da direita . Como mulher e preta identifico claramente o identitarismo; mas me causa extrema estranheza quando alguém relativiza nossas lutas na esquerda!
@@brendaleite4518 sim poisé eu entendi oq ela quis dizer de fato poderia dar certo mas meu problema em não ser da esquerda marxista é pq tenho um pé bem atrás com o socialismo/comunismo...
Eu me lembro na época das eleições um meme que circulava entre perfis dito progressistas e de esquerda: "pra cada mulher desejo um namorado igual o seu candidato". Isso pra mim é o fundo do poço da falta de consciência e solidariedade que a esquerda deveria ter. E surpreendeu muito por vir de pessoas que pensavam estar fazendo uma crítica à misoginia da direita. A esquerda as vezes consegue ser mais escrota que muita gente de direita, qdo pensa estar sendo crítica. Fundo do poço, sem mais...
Podia passar na TV no horário nobre, não é mesmo? Obrigada, sua maravilhosa! Seu canal foi uma das melhores coisas de 2018 na minha vida 😅 Vida longa! 😘
Valeu demais esperar por esse tema! Os dois vídeos estão maravilhosos. Obrigada pelo trabalho e dedicação em 2018. Que venha um 2019 ainda mais de luta e com conhecimento embasado e reflexivo!
Também devemos lembrar que, embora Marx não tenha tocado especificamente na questão das mulheres, Engels fez uma análise bastante elaborada para a época sobre o patriarcado, em "A origem da família, do Estado e da propriedade privada".
No livro "O Suicídio" (não o de Durkheim, o de Marx mesmo), Marx fala das mulheres proletárias. Esse que você mencionou, do Engels, foi baseado em anotações de Marx. Ou seja, tem material, ainda que escasso, de Marx sobre mulheres e família. :)
Sabrina, os vídeos (parte 1 e 2) ficaram maravilhosos. Uma inquietação: senti falta de uma análise mais aprofundada da intersecção sexualidade - classe, especificamente no que diz respeito ao movimento LGBT. Tanto na parte 1 quanto na parte 2, você falou bastante de gênero e raça ao abordar a crítica ao identitarismo. Gostaria de ver um pouco mais dessa análise em relação ao movimento LGBT, que na minha visão é muito mais liberal (com uma grave falta de consciência de classe) do que os feminismos e o movimento negro. Há uma discussão importante sobre a cooptação do movimento LGBT (pink money, p. ex.) e gostaria de ver uma análise tua sobre isso. No mais, adorei a referência a Wendy Brown e fiquei curioso sobre a existência de tradução do texto dela para o português ou para o espanhol (ou se há alguém que faça análises dela nesses idiomas). Por fim, obrigado por esses presentes em forma de vídeo 💙
Também gostaria de saber como conversar com LGBT quanto a esse assunto.Também enxergo esse pessoal como primordialmente liberal e confortável com o capitalismo desde que possam comprar roupas bonitas e andarem de mãos dadas na rua. Nos EUA, por exemplo, todo LGBT é mais libertário e está muito confortável com o sistemas desde que tenha dinheiro. Alem disso, a questão brasileira é pior, pois mais de 80% da nossa população é cristã e desmerecer o cristianismo é uma das coisas que garante "empoderamento" entre esse grupo. Esse é mais um cavalo de tróia que a direita quer jogar (e tem conseguido) para esquerda, fazendo com que sejamos estigmatizados.
Eu também ia adorar esse vídeo. Eu vejo uma parte da população LGBT mais liberal e é justamente homens gays/bis brancos. Acho que tem muito da posição de privilégio que o homem branco tem na sociedade então, mesmo sendo gay/bi, esse cara ainda se sentirá em posição de dominação (eu penso). Se observar a população trans, as lésbicas e os gays negros, a postura é diferente frente a essas seduções do capitalismo. Mas,uma coisa que eu percebi enquanto ouvia a Sabrina é que o debate dentro da comunidade LGBT é muito menor que o debate dentro do feminismo e do movimento negro e isso eu não entendo porque. Quem sabe seja porque os espaços de convivência de nós LGBTs sejam baladas.
@@Nimbereth cara, vou ter que discordar. Não somos primordialmente liberais, apenas não existe espaço para nossas pautas dentro de parte da esquerda. Poder andar de mãos dadas com a pessoa que você ama sem ter medo de ser agredido é um privilégio que nós ainda não temos completamente. O direito ao casamento civil e à mudança de nome e gênero só possível via STF e com um governo apresentado como esquerda no poder por 13 anos. Da última vez que tentamos criar um material para conscientização do problema da homofobia nas escolas a presidenta Dilma vetou falando que o governo dela não faria propaganda de opções sexuais. Aqui em São Paulo o Haddad criou um programa chamado Transcidadania para auxiliar na capacitação e empregabilidade da população trans e você vê zero defesa deste programa porque parte da esquerda tem medo de ser estigmatizada. Enquanto isso o capitalismo já percebeu que dá lucro entrar na luta contra o conservadorismo e vai abocanhando a população LGBT.
O movimento LGBTQ+ é um dos mais classistas que eu conheço, quase não há debate sobre marxismo e opressões feitas pela estrutura capitalista, salvo, claro, algumas exceções. As pautas dos movimentos se resumem basicamente a sexualidade e gênero. Nosso grupo, infelizmente, ainda vê um gay/lesb/trans... rico e lacrador como empoderamento. São os mesmos que acham que Beyoncé é exemplo de luta feminista, que comercial com gays da boticário é representatividade... Nosso grupo quer ser inserido socialmente nessa estrutura capitalista. O que é uma pena! Sem mudanças na infraestrutura, a superestrutura continua a mesma.
Há um olhar bem mais intelectualmente maduro por parte dos socialistas ( e suas vertentes) para com o movimento LGBTQ + em uma sociedade comunista, do que os próprios integrantes desse movimento, a meu ver.
Muito bom, Sabrina !!! Sempre que esse debate surge tento colocar o termo anti-opressao também, ele coloca a questão de uma forma melhor. Ademais, penso que é super válida a reivindicação de identidadas, como parte do processo de reconhecimento histórico-cultural e da formação da memória de um povo. Mas tem sido um problema as identidades se converterem em um sentimento de ódio e ressentimento contra pessoas que são aliadas, que são classe trabalhadora, sabe. É muito triste ver isso. Mas sigamos !
Adorei, Sabrina. A medida que você vai discutindo, novos temas vão surgindo na mente e a vontade de que você fale deles também. Gostaria que você falasse, por exemplo, da perspectiva interseccional usada hoje por muitos estudos de gênero. Eu mesma tenho trabalhado nessa linha em minha dissertação. E de como essa perspectiva é uma tentativa de trazer a tona uma reflexão que relacione classe, raça, geração e outros recortes importantes na análise. A ideia não é fragmentar mas mostrar que cada grupo trás vivências e olhares específicos e de fato, essa diversidade e especificidades não podem ser ignoradas pela esquerda. Muito pelo contrário. Precisamos nos reapropriar de pautas que já foram, inclusive, muito cooptadas pelo capitalismo. E não canso de dizer: Elaborar essa discussão aqui contigo é muito bom. Seu canal foi uma grata surpresa pra mim esse ano.
Isso que vc falou sobre a prática de um marxismo religioso, que desconsidera as pautas que não estão presentes nas obras de Marx, me fez refletir sobre a leitura equivocada que eu costumava fazer a respeito dessas pautas ''identitárias''. Rever conceitos é sempre importante. Obrigado pela aula!
Um assunto da maior importância e utilidade. Série muito bem feita. Parabéns! Tem um aspecto que eu acredito que é muito importante ressaltar também: Uma das razões pelas quais a "esquerda liberal" também não pode deixar as pautas "identitárias" de lado é a preponderância que os costumes e a moral vigente exercem sobre as decisões da enorme maioria das pessoas, estejam elas em quaisquer dos lados do espectro político. Acredito que a massa tende a fazer "concessões" sobre discordâncias de quaisquer outras áreas da vida civil para apoiar lideranças políticas que lhe "satisfaçam" do ponto de vista dos costumes e da moral vigente. O Brasil atual, pelo que vejo, é um exemplo claro disso. Milhões de brasileiros preferiram eleger um candidato cujas decisões econômicas e políticas, provavelmente, serão em prejuízo da maior parte da população, pelo simples fato de que este candidato se apresentou como um "bastião da moral e dos bons costumes". De nada adianta "vencer" em todas as demais pautas (na economia, na política, etc.) e continuarmos numa sociedade essencialmente exclusora, opressora e apologista de privilégios de toda espécie. Pois, cedo ou tarde, a direita vai se apropriar do poder justamente pela promessa de conservação dessas estruturas, ainda que esteja claro que essa conservação implica em retrocessos em todas as demais áreas. Sob este ponto de vista, a luta pela inclusão, pela equidade e pelo progresso efetivo, nos campos moral e cívico de um povo, deve ser uma das maiores preocupações da esquerda. Mesmo porque qualquer aliança "pragmática" com setores conservadores visando a ascensão e manutenção do poder inevitavelmente levará à exclusão desta mesma esquerda, caso o conservadorismo cresça e ganhe espaço político. Pois existem fortes evidências, nos fatos recentes, de que o povo se importa bem mais com esses assuntos do que com a economia, a política, e até mesmo a luta contra a corrupção e a impunidade.
14:58 cara eu vejo essa parada direto tlgd. É uma questão no sentido ético de solidariedade com as pessoas, mas tb de coerência de luta. Obrigado pelo seu senso crítico apurado, Sabrina!
Ciro Gomes tem dito isso mas não com essa didática extraordinária desse canal! Ou ganhamos a população trazendo o foco para a luta de classe ou fazemos a vontade de Bolsonaro e colocamos o foco no debate de costumes e pautas identitárias. Não é excluir o debate de pautas identitárias, não é colocar um assunto em detrimento do outro, é um caminho lógico e inteligente para ganharmos essa luta contra o fascismo!
Eu podia dizer que eu cheguei pq esse video tem mais de dois anos. Mas eu vou dizer que estes dois videos foram o sumário orientado que faltava pra alinhar as agulhas do meu projeto que não pode esperar, na semana em que eu decidi que nao pode esperar mais. Agradeço a iluminação que este canal me traz sempre e deixo aqui escrita a minha vontade de que as lutas anti opressão sejam a realidade dos proximos tempos
Sempre senti essa culpa de que a esquerda se desune por conta das pautas identitárias (também não gosto do conceito) e você é tão coerente! Dá até um alento de paz nesse finalzinho antes de entrar no obscurantismo total que nos espera logo ali. Obrigado. DE VERDADE!
Muito bom mesmo, caramba! Você não deixa de surpreender. Sendo um homem branco cis hétero eu nunca considerei menos importantes as pautas antiopressão, porém não possuía uma resposta completa pra questão de se tais lutas deveriam ser prioridade ou não quando essa dúvida era posta. Agora entendo nitidamente como na verdade complementa necessariamente a luta. Ótima contribuição pro debate, é isso que faz a esquerda (marxista de fato) entender seu papel e se manter coesa e coerente.
Eu fiz uma fala uma vez num congresso partidário inclusive, que pra ser materialista, tem que analisar as condições materiais, e as condições materiais dadas são machistas, racistas e lgbtfobicas. E estar com a classe trabalhadora é entender que ela é composta por mulheres, negros, lgbts, crianças, homens e etc.
"Pra mudar a realidade dos grupos, é preciso mudar a realidade geral" 👏👏👏👏👏 acho que esse é o ponto! A pauta de classes foi deixada de lado pelos últimos governos que se alinharam ao rentismo. Se hoje tivéssemos pleno desenvolvimento e educação da população mais pobre, não estaríamos falando tanto sobre isso de uma forma negativa. Me ajudou muito também em não cair na armadilha de por tudo no mesmo balaio e tornar essas questões como o centro e o cerne do problema. Você é sensacional! Grande abraço e obrigado!
Gostaria de entender como a esquerda marxista tbm pode conseguir dialogar melhor com a população evangélica brasileira. Não unicamente os conservadores, mas os evangélicos, de um modo geral. Os evangélicos progressistas (mesmo sendo de direita, mas que não tem problema com a esquerda) são muito rebaixados e menosprezados por dilemas (coisas de uma visão muito conspiracionista) de destruição da igreja, vindo da própria visão do progressismo, mas se o mesmo já ajudou tantas vezes (desde a Reforma Protestante, com a criação da laicidade do Estado), até outros avanços hoje em dia.
Isso mesmo. O problema da pauta identitária é que está dividindo a luta contra a opressão. Cada um está puxando pro seu lado, pq não entendem as implicações para a luta de classe.
Você é incrível e aumenta minha esperança, o jeito que fala, de forma esperançosa, e buscando resgatar a ação de nós enquanto seres sociais me lembra muito o Paulo Freire, principalmente no finalzinho do vídeo.
Ao ler o título achei que iria me decepcionar com você, Sabrina, por puro desconhecimento do conceito "identitarismo" da forma que você coloca. Apesar disso, já tinha chego a uma noção de limites dessa representatividade, principalmente ao lidar com uma militância liberal no trabalho que não consegue pensar raça e classe, algo que pautei desde o início e me senti silenciado. Consegui traçar esse paralelo e entender a importância da identidade, desde que pensada em uma forma de anti-opressão geral, e não individualista. Seu trabalho é maravilhoso!
Muito obrigada! Abriu meus olhos para um fenômeno que eu já percebia mas por falta de teoria não sabia muito bem como identificar o problema. Você é uma otima professora, Sabrina!
Belíssimo vídeo e muito importante para o ano e goverbo que se iniciam. Do ponto de vista linguístico, faz todo o sentido lutar contra a opressão sofrida por não-homens, não-brancos, não-heterossexuais ou transgêneros por causa do capital. Em resumo (tô meio passando mal, tô no celular... depois posso tratar em mais detalhes) a ideologia pode ser vista de duas formas: como o nível mais abstrato da linguagem humana ou como um filtro que restringe a produção de significado em uma língua em particular. Independente do pressuposto, a ideologia é fundamental para manutenção do capital, pois é através dela que produzimos o significado em torno do "não-branco", por exemplo, e lhe atribuímos um status mais inferior na hierarquia e nos estamentos sociais. Não é a toa que o Alexandre Garcia soltou aquele "só podia ser preto", pois infelizmente este é o local ocupado pelo não-branco (naquele episódio, seria quem não tem a mesma capacidade cognitiva - alô, Jordan Petersen). E isso se observa justamente na divisão social do trabalho, em que sempre falamos em "empregadA domésticA", "pedreirO", "cozinheirA" e temos um arquétipo negro desempenhando estas funções. O contrário acontece com "empresáriO", "empreendedor" (este não tem morfema masculino, mas nem precisa, pois o gênero masculino é o "normal" em PTBR), etc. e o arquétipo é um branco de terno. Nem preciso tocar nos significados em torno de "transexuais" e o local reservado para estas identidades na divisão do trabalho, pois acho que já mostrei meu ponto, mas fica a dica de reflexão. Portanto, para derrubar o capital temos que necessariamente trabalhar a derrubada da ideologia que o sustenta e que normatiza um perfil de ser humano e desumaniza outras identidades. Para isso, vamos ter um trabalho muito árduo, que vai desde a denúncia pública até a formação política da classe trabalhadora (inclusive com a nossa família muitas vezes reaça). Bom, já virou textão e não gosto de digitar no celular. Vou tomar uma dipirona agora. Amplexos ursídeos.
Obrigada por esses vídeos! É uma discussão muito importante, e é muito triste que seja muito acadêmica e a maior parte da população não tenha acesso a isso. Foi um erro muito grande do marxismo não procurar aplicabilidade material e simbólica no contexto de cada tempo-espaço.
Este vídeo foi mais democrático quanto a linguagem e sucinto quanto a deliberações. Talvez seja interessante a você fechar suas pautas com exemplos para pontuar melhor a absorção do conteúdo. Mas tua análise é fabulosa. Aprendo muito com os questionamentos abertos por ti em minhas perspectivas. Esta troca é muito satisfatória. Obrigada.
Apesar das discordâncias, foi bom você esclarescer que não basta ir pro facebook fazer textão sobre a mulher xingada, ou o gay agredido, é preciso pensar no sistema, na sua destruição, fundamentalmente de um viés socialista e, claro, anti-capitalista.
E além de mudanças estruturais, que são questões a longo prazo, também é essencial fazer algo agora, a curto prazo. De certo modo, ao menos quem faz textão, está um passo mais próximo de aprender mais e se engajar na luta anti-opressão de forma eficaz, do que a esquerda que simplesmente rejeita esse tema, criando uma versão "socialista" do "Somos todos humanos".
Gostei muito dos dois vídeos. Comentei no outro e deixo mais um comentário breve aqui. Ainda creio que, sob o medo de reduzir a questão de opressão de classe às questões de identidade, deixamos de ver e investigar os modos como a identidade organiza o discurso da classe trabalhadora (e do capital também, sim): o que é uma riqueza analítica, por ser uma categoria tão ampla e que admite as tensões cotidianas e estruturais.
Esse é um dos pouquíssimos canais q faz um debate pautado e aberto. Sou professor de sociologia e filosofia e esse tipo de pauta identitária é super complexa de discutir. Tenho recorrido mto ao canal. Parabéns!
15:04 - Achei interessante acerca da violência contra mulheres burguesas e brancas. Em minha cidade, Feira de Santana, Bahia, ocorrem vários casos de violência contra mulheres da alta sociedade. Os autores são médicos, juízes e grandes empresários.
Na atualidade, pautar machismo, racismo, homofobia, capacitismo, ambientalismo é condição necessária para ser de esquerda, contudo não é condição suficiente, se a questão de classes sociais não transpassar essas questões, nós continuaremos batendo cabeça. Excelente vídeo Sabrina.
Comentando só pra agradecer mesmo como sempre. Só vi hoje essa sequência de vídeos e anotei várias coisas aqui. Obrigada, Sabrina, por fazer parte da minha construção e reconstrução.
O seu último ponto pode ser complementado pelo seu artigo que você citou na live do Conexao Feminista, "Pedagogia Crítica como práxis marxista humanista: perspectivas sobre solidariedade, opressão e revolução", que toca muito bem em como lutar contra a opressão e em como a perspectiva humanista do marxismo reconhece melhor as individualidades ao mesmo tempo que entende os sistemas de exploração como coletivizantes e estruturantes da sociedade.
Esse dois vídeos me fizeram finalmente compreender melhor uma questão que tenho com os movimentos identitaristas relacionados ao combate da gordofobia. Vejo uma busca excessiva de ocupar espaços por membros do movimento, entretanto vejo pouco sendo feito para tentar mudar as estruturas que causam opressão a pessoa gorda.
Sabrina você é maravilhosa! Obrigada por cada vídeo e por nos fazer repensar nossas visões do mundo todo dia! Seu canal deveria passar nas escolas. Se você pudesse fazer um vídeo um dia sobre como podemos aplicar tudo isso que você fala na prática, de maneira coletiva, sobre as possibilidades de atuação além do voto ou de manifestações, seria muito legal!
6 ปีที่แล้ว +19
Você poderia fazer algum vídeo com referências bibliográficas de autores negros... Quando compro um livro eu nunca me preocupei em saber dessas coisas, porque para mim o importante é o conteúdo. Mas eu acho que seria interessante saber se existem autores negros que escreveram livros interessantes, com opiniões singulares sobre temas que normalmente só são tratados por autores brancos.
Começando o ano assistindo a esses dois vídeos incríveis. Sabrina sempre fazendo um trabalho lindo e muito coerente. Tema muito importante e que é negligenciado; parabéns pelo trabalho. Vc é foda ❤️✊🏾
Vídeos primorosos, Sabrina. Me convenceu a reavaliar algumas questões em que me mantinha reticente. Só tomo a liberdade de pensar a luta anti-opressão pela via bakunista. "A liberdade do outro estende a minha ao infinito".
"estruturas de poder se retroalimentam no capital" - exatamente, muito bom. Foi muita coisa do que você disse, que me fez afastar da militância LGBTQI+ ( vou ser sincera, não tem nenhuma necessidade de criar mais essas siglas, simplesmente por que muito dessas identidades são resultados de uma expressão capitalista). Era uma representação vazia, que se repetia sem se pensar, sem consciência, ai depois da acensão do discurso conservador, tive cada vez mais certeza. Quando eu falava sobre "trans patricinha, gay machista e lésbica burguesa e por ai vai..." diziam que eu estava atacando esses grupos, quando na verdade eu só estava colocando, que a representação sem uma consciência de classe é só uma forma do capitalismo e a opressão articular sua estrutura e se alimentar.
Representatividade simbólica! Que bom que existe esse termo, estava hoje mesmo numa conversa em que eu tentava passar essa mensagem, porém sem sucesso. Conhecimento é tudo.
Sabrina, uma das qualidades que eu mais valorizo é a sensatez, e você deu um show disso nesses dois vídeos. Acho que é um debate urgente na esquerda. Eu me pergunto, entretanto, como tratar desse assunto com quem não está minimamente inserido nele: por exemplo, o trabalhador médio, que não faz parte dessas minorias "identitárias", e que acha que a esquerda é a esquerda liberal (que tem como pautas coisas que ele sequer compreende e naturalmente encara com bastante preconceito). Basicamente, eu me pergunto se a sensatez não é pouco estratégica, haha. Me parece difícil, em termos de comunicação para as massas, passar uma mensagem com tantos asteriscos e vírgulas ("a luta é essa, mas também tem isso, ao mesmo tempo também não pode isso"). Pra quem não é de esquerda, é complicado entender as nuances do debate - e insistir nelas me parece às vezes um tiro no pé. Como resolver esse dilema? Acabo me pegando sempre priorizando as questões de classe com essas pessoas, porque entendo que seja muito mais fácil de trazê-las pra luta. E isso implica, necessariamente, em criticar o que hoje é a esquerda senso comum, em deixar essas questões identitárias de lado. Enfim, eu gostaria muito que você fizesse um vídeo sobre o mesmo tema, mas tratando da estratégia pra comunicar isso pra fora da esquerda - que é sempre a minha preocupação. Beijos e parabéns pelo trabalho necessário!
Amanda, sua preocupação é a mesma da minha, quando faço esse dialogo, por exemplo, na discussão de gênero e sexualidade nas escolas, eu tento desconstruir o senso comum a respeito sobre esse caminhando para consensos, como a pedofilia dentro do lar. E depois tento mostrar como o discurso moralista, serve de anzol, para a retirada de direitos sociais. O pastor que é contrário a educação sexual, quando eleito, ele vota a favor da terceirização irrestrita, da reforma da previdência, do congelamento de gastos em saúde e educação. Assim como, quanto maior a espoliação do trabalhador, quanto mais o neoliberalismo avança na sua agenda, maior a ofensiva contra os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Tento mostrar que muitas vezes quando o aborto é levado a tema central no debate público, sobretudo, no período eleitoral ele tem um propósito de favorecer uma agenda que retira os direitos sócias e econômicos. Grosseiramente é isso. Mas tenho outras táticas. Mas me pareceu que o vídeo é um provação interna do que mais ampla mesmo.
Obrigada Sabrina, o vídeo foi muito esclarecedor. Temos que sentar e escrever e teorizar a resistência, uni-la à práxis, e espalhar conhecimento e ações emancipatórias. Parabéns pelo canal!
Sabrina, minha querida, adorei os dois vídeos. Eu vou ler as referências na medida que o tempo permitir. Queria deixar aqui o meu apoio e o meu respeito a equipe do tese onze e a vocês, porque esses últimos dias foi punk. Muitos dos seus comentários foram bem importantes. Eu acompanho a cobertura de jornais que tem a tendência liberal. O que eu percebi que o Bolsonaro teve que mudar muito seu discursos sobre a questão da mulher, quando percebeu que não ia conseguir boa parte do voto. O movimento "ele não", apesar de tudo, fez barulho. Eu acredito que abondar as pautas identitárias é um erro péssimo. Estão querendo arranjar culpados, sendo que acho que a falta de educação formal, o abandono da política e etc. Acho que foi um impacto maior por muitos anos, levando em consideração a sensação de insatisfação que há, pois, mesmo tendo entrado na faculdade, houve muito desemprego. Acarretou esse momento desastroso. Acho que é isso! Bom ano novo! Desejo muitas alegrias!
Fala sobre a questão LGBT, Sabrina! Alguns grupos de esquerda, no passado, também (foco no também, eu sei que a direita sempre fez e ainda faz está opressão) oprimiram os LGBT (como Stálin fez). Lênin teria feito diferente? Como foi? Como funciona tudo isso? Seria legal ver um vídeo sobre o tema!
Minha nossa, esse video foi um soco no estômago. Eu sempre pensei que ver uma mulher como CEO significa representatividade mas, não é isso! Obrigado pelo esclarecimento!
Agora quero aprender muito com você! Me escrevi, agora tem minha atenção! Beijos!
6 ปีที่แล้ว +2
Voluntarismo e moralismo. É importante oferecer teorias alternativas, e muito pode ser feito a partir de um debate crítico que rebata o identitarismo liberal, que hoje eu tenho contato principalmente através do RAP, mas sei que é profundamente difundido. Mas, é preciso focar o problema de forma mais materialista, pensando, justamente, na disposição de aparelhos ideológicos onde se produzem as narrativas, expressas na mais ampla variedade de produtos, ideias, artes, etc. As características comuns dos espaços de produção ideológica tem sim relação com o tipo de ideológica que vem sendo difundida, ou seja, o artista que ganha visibilidade e dinheiro, mais facilmente vai incorporar os valores do identitarismo liberal e suprir de sua arte as contradições, ou mesmo jogar tudo pro plano do infinito ("um dia cada individuo fará sua revolução interna empreendedora e a situação do grupo identitário irá mudar"). Então, mais do que falar de representatividade, ou criticá-la, é preciso falar da nossa capacidade de subverter espaços, quer dizer, desapropriar o capital tornando espaços em coisas outras. Estar em determinada posição sem subverter o espaço e colocar aqueles meios materiais a serviço da luta apenas legitima a opressão e desfigura até mesmo a identidade coletiva, porque cada um resume-se a buscar saídas individuais (que dialoga muito com fascismo, que, por sua vez, não se resume ao sectarismo, mas ao individualismo interno também). Embora, no caso contrário, que eu vejo a Sabrina fazendo, subverter determinados espaços (o universitário e o das mídias virtuais), não apenas re-significa o espaço, mas para além do simbolismo abstrato, coloca a disposição da luta revolucionária recursos que eram antes totalmente geridos pelo capital (claro que subverter um espaço só faz sentido porque não somos nós, classe trabalhadora, que organiza o planejamento do espaço, planejamento esse que sendo feito em prol da publicidade, evidentemente é feito contra nós, por isso que articular recursos para apoiar canais no youtube de esquerda, por exemplo, é uma forma de disputar materialmente a distribuição de recursos feita pela publicidade, etc). Enfim, resumindo, a disputa de narrativas é importante, mas a produção dessas narrativas também deve ser pensada, a política deve ser voltada para a estrutura, para a estrutura ser voltada para política. Assim sendo, pensar materialmente como o desenvolvimento do capitalismo, juntamente com as narrativas que legitimaram esse desenvolvimento, o propiciou a atual configuração de produção ideológica e, não apenas isso, como que a situação concreta das pessoas, com a as mudanças na economia (que automatizam, desempregam para reempregar uma mão de obra desvalorizada de forma mais exploratória, ou coagir as pessoas a um informalismo de auto-exploração em atividades desnecessárias... e toda uma leitura que, certamente, me foge aos meus conhecimentos, mas que precisa ser feita para podermos partir de uma objetividade produtiva da exploração concreta), dão as condições para que certas ideologias ganhem difusão e tornem-se discursos majoritários de visões de mundo conservadoras. Pensar essa materialidade serve não apenas para apontar os erros do identitarismo liberal, mas aproxima e serve à crítica do partido, do movimento operário, etc (porque há mais semelhanças do que diferenças, e se a esquerda marxista fosse um cruzeiro transoceânico rumo a revolução, ninguém ia ficar no barquinho furado do identitarismo liberal).
Entendi porque o meu "feminismo é limitado", como já ouvi de algumas mulheres na "luta revolucionária". Ou seja, não era feminismo nem revolução, era identitarismo!😱
A respeito do empoderamento, existe um vídeo muito interessante no Mimimidias. A Clara fala como o conceito foi distorcido de modo a nos fazer acreditar que a conquista individual geraria empoderamento
obrigado pela dica. vou assistir
Assisti esse vídeo. Eu adorei
Ah gente, editem a legenda desses dois videos, por favorrrrrr.
Sou Surda bilíngue, mestranda em Serviço Social é acompanho aqui o canal da Sabrina, mas infelizmente nem todos os videos tem legenda... então, só consigo assistir os que tem.
A legenda automática é muito ruim, devido aos erros e falta de pontuação.
Super quero entender bem esse vídeo sobre as questões identitárias. Me interesso muito por isso.
Então, ficarei na torcida pra que legendem o mais rápido possível.
Gente, não sei quem foi que editou a legenda. Queria avisar que já assisti as duas partes do vídeo e agradecer.
Feliz 2019 com muita resistência.
❤❤❤❤❤
Me quebrou inteiro e me reconstruiu todinho.
Derrida ? Kkk
Eu sempre venho discutindo e ressaltando que devemos seguir para o aprofundamento para as questões da classe dentro das lutas, contudo, existe muito endeusamento de 'figuras' e não de lutas coletivas. Fico muito animada em saber que há outras mulheres combatendo abertamente a estrutura capitalista da direita e dentro da própria esquerda. Obrigada pelas novas referências e pelo ótimo trabalho!
Venho defendendo as lutas anticapitalista nos movimentos identitarios sempre. Fiz universidade no momento em que mais as lutas ficavam individuais e pautadas numa olimpíadas de quem era mais oprimido dentro dos movimentos, representatividade e lugar de fala. Não conseguia identificar e nomear essas pessoas como esquerda liberal, com suas ideias (da sabrina) isso ficou mais fácil. Confesso que cheguei a classificar tudo como uma esquerda pós moderna, no sentido pejorativo mesmo. Defendia inclusive eliminar as pautas identitarias e priorizar tão e somente a luta de classes. Hoje, mais maduro intelectualmente, penso o mesmo que você, Sabrina. Na verdade, você consegui estruturar melhor meu posicionamento. Uma grande aula.
Parece que passamos pelo mesmo caminho.
Ei meu amigo,tenho uma dica d leitura pra curar a enfermidade pós-moderna:
“Para uma Ontologia do ser social 1 e 2 d György Lúkacs”
@@rodrigoferreira9527 me explica uma coisa pfv...
Então as políticas identitárias a esquerda não tem que combater mais sim o fato de pararem apenas nessa políticas, foi isso que ela quis dizer? Ou as políticas identitárias tem que acabar??? Pq vi conservadores defendendo isso...
@@alexsyrichard4469 Concordo com o seu questionamento quando eu li o comentário do companheiro. Essa questão levantada por Sabrina tem uma linha tênue, e que se não tomarmos cuidado, seremos nomeados militantes de esquerda Marxista que arrota discursos de ódio da direita . Como mulher e preta identifico claramente o identitarismo; mas me causa extrema estranheza quando alguém relativiza nossas lutas na esquerda!
@@brendaleite4518 sim poisé eu entendi oq ela quis dizer de fato poderia dar certo mas meu problema em não ser da esquerda marxista é pq tenho um pé bem atrás com o socialismo/comunismo...
Que lindo. Precisava de alguém juntando coisas que estavam soltas na minha cabeça.
Eu me lembro na época das eleições um meme que circulava entre perfis dito progressistas e de esquerda: "pra cada mulher desejo um namorado igual o seu candidato". Isso pra mim é o fundo do poço da falta de consciência e solidariedade que a esquerda deveria ter. E surpreendeu muito por vir de pessoas que pensavam estar fazendo uma crítica à misoginia da direita. A esquerda as vezes consegue ser mais escrota que muita gente de direita, qdo pensa estar sendo crítica. Fundo do poço, sem mais...
"Os homens da esquerda precisam aprender o que é solidariedade", "machismo é rascismo" perfeito!
Podia passar na TV no horário nobre, não é mesmo?
Obrigada, sua maravilhosa!
Seu canal foi uma das melhores coisas de 2018 na minha vida 😅
Vida longa! 😘
#SabrinanoEncontro #ChamaElaFatimaBernardes
Seria PERFEITO!!
Pow Sofia, devia mesmo kkkkk
Valeu demais esperar por esse tema! Os dois vídeos estão maravilhosos.
Obrigada pelo trabalho e dedicação em 2018. Que venha um 2019 ainda mais de luta e com conhecimento embasado e reflexivo!
Também devemos lembrar que, embora Marx não tenha tocado especificamente na questão das mulheres, Engels fez uma análise bastante elaborada para a época sobre o patriarcado, em "A origem da família, do Estado e da propriedade privada".
No livro "O Suicídio" (não o de Durkheim, o de Marx mesmo), Marx fala das mulheres proletárias. Esse que você mencionou, do Engels, foi baseado em anotações de Marx. Ou seja, tem material, ainda que escasso, de Marx sobre mulheres e família. :)
Sabrina, os vídeos (parte 1 e 2) ficaram maravilhosos. Uma inquietação: senti falta de uma análise mais aprofundada da intersecção sexualidade - classe, especificamente no que diz respeito ao movimento LGBT. Tanto na parte 1 quanto na parte 2, você falou bastante de gênero e raça ao abordar a crítica ao identitarismo. Gostaria de ver um pouco mais dessa análise em relação ao movimento LGBT, que na minha visão é muito mais liberal (com uma grave falta de consciência de classe) do que os feminismos e o movimento negro. Há uma discussão importante sobre a cooptação do movimento LGBT (pink money, p. ex.) e gostaria de ver uma análise tua sobre isso.
No mais, adorei a referência a Wendy Brown e fiquei curioso sobre a existência de tradução do texto dela para o português ou para o espanhol (ou se há alguém que faça análises dela nesses idiomas).
Por fim, obrigado por esses presentes em forma de vídeo 💙
Também gostaria de saber como conversar com LGBT quanto a esse assunto.Também enxergo esse pessoal como primordialmente liberal e confortável com o capitalismo desde que possam comprar roupas bonitas e andarem de mãos dadas na rua. Nos EUA, por exemplo, todo LGBT é mais libertário e está muito confortável com o sistemas desde que tenha dinheiro. Alem disso, a questão brasileira é pior, pois mais de 80% da nossa população é cristã e desmerecer o cristianismo é uma das coisas que garante "empoderamento" entre esse grupo. Esse é mais um cavalo de tróia que a direita quer jogar (e tem conseguido) para esquerda, fazendo com que sejamos estigmatizados.
Eu também ia adorar esse vídeo. Eu vejo uma parte da população LGBT mais liberal e é justamente homens gays/bis brancos. Acho que tem muito da posição de privilégio que o homem branco tem na sociedade então, mesmo sendo gay/bi, esse cara ainda se sentirá em posição de dominação (eu penso). Se observar a população trans, as lésbicas e os gays negros, a postura é diferente frente a essas seduções do capitalismo. Mas,uma coisa que eu percebi enquanto ouvia a Sabrina é que o debate dentro da comunidade LGBT é muito menor que o debate dentro do feminismo e do movimento negro e isso eu não entendo porque. Quem sabe seja porque os espaços de convivência de nós LGBTs sejam baladas.
@@Nimbereth cara, vou ter que discordar. Não somos primordialmente liberais, apenas não existe espaço para nossas pautas dentro de parte da esquerda. Poder andar de mãos dadas com a pessoa que você ama sem ter medo de ser agredido é um privilégio que nós ainda não temos completamente. O direito ao casamento civil e à mudança de nome e gênero só possível via STF e com um governo apresentado como esquerda no poder por 13 anos. Da última vez que tentamos criar um material para conscientização do problema da homofobia nas escolas a presidenta Dilma vetou falando que o governo dela não faria propaganda de opções sexuais. Aqui em São Paulo o Haddad criou um programa chamado Transcidadania para auxiliar na capacitação e empregabilidade da população trans e você vê zero defesa deste programa porque parte da esquerda tem medo de ser estigmatizada. Enquanto isso o capitalismo já percebeu que dá lucro entrar na luta contra o conservadorismo e vai abocanhando a população LGBT.
O movimento LGBTQ+ é um dos mais classistas que eu conheço, quase não há debate sobre marxismo e opressões feitas pela estrutura capitalista, salvo, claro, algumas exceções. As pautas dos movimentos se resumem basicamente a sexualidade e gênero. Nosso grupo, infelizmente, ainda vê um gay/lesb/trans... rico e lacrador como empoderamento. São os mesmos que acham que Beyoncé é exemplo de luta feminista, que comercial com gays da boticário é representatividade... Nosso grupo quer ser inserido socialmente nessa estrutura capitalista. O que é uma pena! Sem mudanças na infraestrutura, a superestrutura continua a mesma.
Há um olhar bem mais intelectualmente maduro por parte dos socialistas ( e suas vertentes) para com o movimento LGBTQ + em uma sociedade comunista, do que os próprios integrantes desse movimento, a meu ver.
Muito bom, Sabrina !!! Sempre que esse debate surge tento colocar o termo anti-opressao também, ele coloca a questão de uma forma melhor. Ademais, penso que é super válida a reivindicação de identidadas, como parte do processo de reconhecimento histórico-cultural e da formação da memória de um povo. Mas tem sido um problema as identidades se converterem em um sentimento de ódio e ressentimento contra pessoas que são aliadas, que são classe trabalhadora, sabe. É muito triste ver isso. Mas sigamos !
Adorei, Sabrina. A medida que você vai discutindo, novos temas vão surgindo na mente e a vontade de que você fale deles também. Gostaria que você falasse, por exemplo, da perspectiva interseccional usada hoje por muitos estudos de gênero. Eu mesma tenho trabalhado nessa linha em minha dissertação. E de como essa perspectiva é uma tentativa de trazer a tona uma reflexão que relacione classe, raça, geração e outros recortes importantes na análise. A ideia não é fragmentar mas mostrar que cada grupo trás vivências e olhares específicos e de fato, essa diversidade e especificidades não podem ser ignoradas pela esquerda. Muito pelo contrário. Precisamos nos reapropriar de pautas que já foram, inclusive, muito cooptadas pelo capitalismo. E não canso de dizer: Elaborar essa discussão aqui contigo é muito bom. Seu canal foi uma grata surpresa pra mim esse ano.
Isso que vc falou sobre a prática de um marxismo religioso, que desconsidera as pautas que não estão presentes nas obras de Marx, me fez refletir sobre a leitura equivocada que eu costumava fazer a respeito dessas pautas ''identitárias''. Rever conceitos é sempre importante. Obrigado pela aula!
Um assunto da maior importância e utilidade. Série muito bem feita. Parabéns! Tem um aspecto que eu acredito que é muito importante ressaltar também:
Uma das razões pelas quais a "esquerda liberal" também não pode deixar as pautas "identitárias" de lado é a preponderância que os costumes e a moral vigente exercem sobre as decisões da enorme maioria das pessoas, estejam elas em quaisquer dos lados do espectro político.
Acredito que a massa tende a fazer "concessões" sobre discordâncias de quaisquer outras áreas da vida civil para apoiar lideranças políticas que lhe "satisfaçam" do ponto de vista dos costumes e da moral vigente.
O Brasil atual, pelo que vejo, é um exemplo claro disso. Milhões de brasileiros preferiram eleger um candidato cujas decisões econômicas e políticas, provavelmente, serão em prejuízo da maior parte da população, pelo simples fato de que este candidato se apresentou como um "bastião da moral e dos bons costumes".
De nada adianta "vencer" em todas as demais pautas (na economia, na política, etc.) e continuarmos numa sociedade essencialmente exclusora, opressora e apologista de privilégios de toda espécie. Pois, cedo ou tarde, a direita vai se apropriar do poder justamente pela promessa de conservação dessas estruturas, ainda que esteja claro que essa conservação implica em retrocessos em todas as demais áreas.
Sob este ponto de vista, a luta pela inclusão, pela equidade e pelo progresso efetivo, nos campos moral e cívico de um povo, deve ser uma das maiores preocupações da esquerda. Mesmo porque qualquer aliança "pragmática" com setores conservadores visando a ascensão e manutenção do poder inevitavelmente levará à exclusão desta mesma esquerda, caso o conservadorismo cresça e ganhe espaço político. Pois existem fortes evidências, nos fatos recentes, de que o povo se importa bem mais com esses assuntos do que com a economia, a política, e até mesmo a luta contra a corrupção e a impunidade.
Fantástica, Sabrina! Obrigada por esses dois vídeos 💜
14:58 cara eu vejo essa parada direto tlgd. É uma questão no sentido ético de solidariedade com as pessoas, mas tb de coerência de luta. Obrigado pelo seu senso crítico apurado, Sabrina!
Ciro Gomes tem dito isso mas não com essa didática extraordinária desse canal! Ou ganhamos a população trazendo o foco para a luta de classe ou fazemos a vontade de Bolsonaro e colocamos o foco no debate de costumes e pautas identitárias. Não é excluir o debate de pautas identitárias, não é colocar um assunto em detrimento do outro, é um caminho lógico e inteligente para ganharmos essa luta contra o fascismo!
Eu podia dizer que eu cheguei pq esse video tem mais de dois anos. Mas eu vou dizer que estes dois videos foram o sumário orientado que faltava pra alinhar as agulhas do meu projeto que não pode esperar, na semana em que eu decidi que nao pode esperar mais.
Agradeço a iluminação que este canal me traz sempre e deixo aqui escrita a minha vontade de que as lutas anti opressão sejam a realidade dos proximos tempos
Esse vídeo é muito necessário para todos!! Principalmente para toda esquerda
Que vídeo necessário! Mexeu muito comigo tudo isso. Positivamente! 💜💜💜
Sempre senti essa culpa de que a esquerda se desune por conta das pautas identitárias (também não gosto do conceito) e você é tão coerente! Dá até um alento de paz nesse finalzinho antes de entrar no obscurantismo total que nos espera logo ali. Obrigado. DE VERDADE!
Muito bom mesmo, caramba! Você não deixa de surpreender. Sendo um homem branco cis hétero eu nunca considerei menos importantes as pautas antiopressão, porém não possuía uma resposta completa pra questão de se tais lutas deveriam ser prioridade ou não quando essa dúvida era posta. Agora entendo nitidamente como na verdade complementa necessariamente a luta. Ótima contribuição pro debate, é isso que faz a esquerda (marxista de fato) entender seu papel e se manter coesa e coerente.
Nunca vi tanta coerência e eloquência num discurso. Tinha que ser uma mulher. Rsrs.
Eu fiz uma fala uma vez num congresso partidário inclusive, que pra ser materialista, tem que analisar as condições materiais, e as condições materiais dadas são machistas, racistas e lgbtfobicas. E estar com a classe trabalhadora é entender que ela é composta por mulheres, negros, lgbts, crianças, homens e etc.
Bom trabalho, Sabrina. Continue com a Luta. Obrigado!
Vim aqui depois do 'coming out' do Eduardo Leite e o conteúdo é TÃO ESCLARECEDOR. Obrigado ♥️
"Pra mudar a realidade dos grupos, é preciso mudar a realidade geral" 👏👏👏👏👏 acho que esse é o ponto! A pauta de classes foi deixada de lado pelos últimos governos que se alinharam ao rentismo. Se hoje tivéssemos pleno desenvolvimento e educação da população mais pobre, não estaríamos falando tanto sobre isso de uma forma negativa. Me ajudou muito também em não cair na armadilha de por tudo no mesmo balaio e tornar essas questões como o centro e o cerne do problema. Você é sensacional! Grande abraço e obrigado!
Esses vídeos deveriam ser obrigatórios nas escolas.
Gostaria de entender como a esquerda marxista tbm pode conseguir dialogar melhor com a população evangélica brasileira. Não unicamente os conservadores, mas os evangélicos, de um modo geral. Os evangélicos progressistas (mesmo sendo de direita, mas que não tem problema com a esquerda) são muito rebaixados e menosprezados por dilemas (coisas de uma visão muito conspiracionista) de destruição da igreja, vindo da própria visão do progressismo, mas se o mesmo já ajudou tantas vezes (desde a Reforma Protestante, com a criação da laicidade do Estado), até outros avanços hoje em dia.
Isso mesmo. O problema da pauta identitária é que está dividindo a luta contra a opressão. Cada um está puxando pro seu lado, pq não entendem as implicações para a luta de classe.
Sabrina Fernandes, desatadora de nós! Professora 👩🏫
a vida sempre segue, pensamentos, ideias novas estão fadadas a vir enquanto tiver gente viva no mundo
Você é incrível e aumenta minha esperança, o jeito que fala, de forma esperançosa, e buscando resgatar a ação de nós enquanto seres sociais me lembra muito o Paulo Freire, principalmente no finalzinho do vídeo.
Ao ler o título achei que iria me decepcionar com você, Sabrina, por puro desconhecimento do conceito "identitarismo" da forma que você coloca. Apesar disso, já tinha chego a uma noção de limites dessa representatividade, principalmente ao lidar com uma militância liberal no trabalho que não consegue pensar raça e classe, algo que pautei desde o início e me senti silenciado. Consegui traçar esse paralelo e entender a importância da identidade, desde que pensada em uma forma de anti-opressão geral, e não individualista.
Seu trabalho é maravilhoso!
Muito obrigada! Abriu meus olhos para um fenômeno que eu já percebia mas por falta de teoria não sabia muito bem como identificar o problema. Você é uma otima professora, Sabrina!
Belíssimo vídeo e muito importante para o ano e goverbo que se iniciam.
Do ponto de vista linguístico, faz todo o sentido lutar contra a opressão sofrida por não-homens, não-brancos, não-heterossexuais ou transgêneros por causa do capital.
Em resumo (tô meio passando mal, tô no celular... depois posso tratar em mais detalhes) a ideologia pode ser vista de duas formas: como o nível mais abstrato da linguagem humana ou como um filtro que restringe a produção de significado em uma língua em particular. Independente do pressuposto, a ideologia é fundamental para manutenção do capital, pois é através dela que produzimos o significado em torno do "não-branco", por exemplo, e lhe atribuímos um status mais inferior na hierarquia e nos estamentos sociais. Não é a toa que o Alexandre Garcia soltou aquele "só podia ser preto", pois infelizmente este é o local ocupado pelo não-branco (naquele episódio, seria quem não tem a mesma capacidade cognitiva - alô, Jordan Petersen). E isso se observa justamente na divisão social do trabalho, em que sempre falamos em "empregadA domésticA", "pedreirO", "cozinheirA" e temos um arquétipo negro desempenhando estas funções. O contrário acontece com "empresáriO", "empreendedor" (este não tem morfema masculino, mas nem precisa, pois o gênero masculino é o "normal" em PTBR), etc. e o arquétipo é um branco de terno. Nem preciso tocar nos significados em torno de "transexuais" e o local reservado para estas identidades na divisão do trabalho, pois acho que já mostrei meu ponto, mas fica a dica de reflexão.
Portanto, para derrubar o capital temos que necessariamente trabalhar a derrubada da ideologia que o sustenta e que normatiza um perfil de ser humano e desumaniza outras identidades. Para isso, vamos ter um trabalho muito árduo, que vai desde a denúncia pública até a formação política da classe trabalhadora (inclusive com a nossa família muitas vezes reaça).
Bom, já virou textão e não gosto de digitar no celular. Vou tomar uma dipirona agora.
Amplexos ursídeos.
Obrigada por esses vídeos! É uma discussão muito importante, e é muito triste que seja muito acadêmica e a maior parte da população não tenha acesso a isso. Foi um erro muito grande do marxismo não procurar aplicabilidade material e simbólica no contexto de cada tempo-espaço.
Este vídeo foi mais democrático quanto a linguagem e sucinto quanto a deliberações. Talvez seja interessante a você fechar suas pautas com exemplos para pontuar melhor a absorção do conteúdo.
Mas tua análise é fabulosa.
Aprendo muito com os questionamentos abertos por ti em minhas perspectivas. Esta troca é muito satisfatória.
Obrigada.
Apesar das discordâncias, foi bom você esclarescer que não basta ir pro facebook fazer textão sobre a mulher xingada, ou o gay agredido, é preciso pensar no sistema, na sua destruição, fundamentalmente de um viés socialista e, claro, anti-capitalista.
Muito oportuno, os vídeos. Obrigada
E além de mudanças estruturais, que são questões a longo prazo, também é essencial fazer algo agora, a curto prazo. De certo modo, ao menos quem faz textão, está um passo mais próximo de aprender mais e se engajar na luta anti-opressão de forma eficaz, do que a esquerda que simplesmente rejeita esse tema, criando uma versão "socialista" do "Somos todos humanos".
Gostei muito dos dois vídeos. Comentei no outro e deixo mais um comentário breve aqui. Ainda creio que, sob o medo de reduzir a questão de opressão de classe às questões de identidade, deixamos de ver e investigar os modos como a identidade organiza o discurso da classe trabalhadora (e do capital também, sim): o que é uma riqueza analítica, por ser uma categoria tão ampla e que admite as tensões cotidianas e estruturais.
Essa sequência de vídeos foi a maos incrível sobre pautas identitarias e esquerda! Muito obrigado!!!
Sabrina, li tua bio e venho aqui pedir um vídeo sobre lugar de fala! E muito obrigada por esses vídeos!
Ótimo vídeo, como sempre.
Feliz ano novo pra toda a equipe do Tese Onze.
Agradeço sua ótima reflexão e necessária!!
O dividir para conquistar segue reinando com êxito
"AS LUTAS PRECISAM SER ANTI-CAPITALISTA"
Obrigada por esse trabalho incrível, parabéns Tese Onze!
É muito conhecimento e muita coerencia. Maravilhosa! 🙏🏾❤
Esse é um dos pouquíssimos canais q faz um debate pautado e aberto. Sou professor de sociologia e filosofia e esse tipo de pauta identitária é super complexa de discutir. Tenho recorrido mto ao canal. Parabéns!
O carinho que tenho por esse canal apenas cresce! Feliz ano novo!
Passando para rever esse vídeo maravilhoso! Agradeço demais, Sabrina.
Fico feliz que vc tá falando mais pausadamente!! Meu cérebro não conseguia processar os vídeos antigos por conta de terem muitas palavras por minuto.
15:04 - Achei interessante acerca da violência contra mulheres burguesas e brancas.
Em minha cidade, Feira de Santana, Bahia, ocorrem vários casos de violência contra mulheres da alta sociedade. Os autores são médicos, juízes e grandes empresários.
besha do ceu, como tu consegue explicar conceitos de forma tao simples? que didática viu
Na atualidade, pautar machismo, racismo, homofobia, capacitismo, ambientalismo é condição necessária para ser de esquerda, contudo não é condição suficiente, se a questão de classes sociais não transpassar essas questões, nós continuaremos batendo cabeça.
Excelente vídeo Sabrina.
Comentando só pra agradecer mesmo como sempre. Só vi hoje essa sequência de vídeos e anotei várias coisas aqui. Obrigada, Sabrina, por fazer parte da minha construção e reconstrução.
O seu último ponto pode ser complementado pelo seu artigo que você citou na live do Conexao Feminista, "Pedagogia Crítica como práxis marxista humanista: perspectivas sobre solidariedade, opressão e revolução", que toca muito bem em como lutar contra a opressão e em como a perspectiva humanista do marxismo reconhece melhor as individualidades ao mesmo tempo que entende os sistemas de exploração como coletivizantes e estruturantes da sociedade.
Esse dois vídeos me fizeram finalmente compreender melhor uma questão que tenho com os movimentos identitaristas relacionados ao combate da gordofobia. Vejo uma busca excessiva de ocupar espaços por membros do movimento, entretanto vejo pouco sendo feito para tentar mudar as estruturas que causam opressão a pessoa gorda.
Muito boa está explicação. Parabéns.
Sabrina você é maravilhosa! Obrigada por cada vídeo e por nos fazer repensar nossas visões do mundo todo dia! Seu canal deveria passar nas escolas.
Se você pudesse fazer um vídeo um dia sobre como podemos aplicar tudo isso que você fala na prática, de maneira coletiva, sobre as possibilidades de atuação além do voto ou de manifestações, seria muito legal!
Você poderia fazer algum vídeo com referências bibliográficas de autores negros... Quando compro um livro eu nunca me preocupei em saber dessas coisas, porque para mim o importante é o conteúdo. Mas eu acho que seria interessante saber se existem autores negros que escreveram livros interessantes, com opiniões singulares sobre temas que normalmente só são tratados por autores brancos.
Tem a indicação da Davis ali! 😍
Começando o ano assistindo a esses dois vídeos incríveis. Sabrina sempre fazendo um trabalho lindo e muito coerente. Tema muito importante e que é negligenciado; parabéns pelo trabalho. Vc é foda ❤️✊🏾
"SEGUIREMOS EM MARCHA ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!" -Marcha mundial das mulheres
Siiim esse é um dos meus vídeos preferidos! A esquerda inteira deveria te assistir e te ler, Sabrina!!
Vídeos primorosos, Sabrina. Me convenceu a reavaliar algumas questões em que me mantinha reticente. Só tomo a liberdade de pensar a luta anti-opressão pela via bakunista. "A liberdade do outro estende a minha ao infinito".
Poxa, Sabrina...
Obrigado.
Estou aqui INQUIETO e ansioso. Ainda bem.
Fernando - Araras - Sp - 07/06/ da Pandemia...
Sabrina seu trabalho informativo é brilhante, eu fico muito grato por poder aprender com uma pessoa tão inteligente ! Obrigado !
Sabrina, obrigada por existir no youtube. De verdade. Seu trabalho é fantástico.
"estruturas de poder se retroalimentam no capital" - exatamente, muito bom. Foi muita coisa do que você disse, que me fez afastar da militância LGBTQI+ ( vou ser sincera, não tem nenhuma necessidade de criar mais essas siglas, simplesmente por que muito dessas identidades são resultados de uma expressão capitalista). Era uma representação vazia, que se repetia sem se pensar, sem consciência, ai depois da acensão do discurso conservador, tive cada vez mais certeza. Quando eu falava sobre "trans patricinha, gay machista e lésbica burguesa e por ai vai..." diziam que eu estava atacando esses grupos, quando na verdade eu só estava colocando, que a representação sem uma consciência de classe é só uma forma do capitalismo e a opressão articular sua estrutura e se alimentar.
Ai que vídeo ótimo e necessário. To mandando em mala direta p todos os contatinhos, principalmente os amigos homens da esquerda
Muito bom! E quero muito o vídeo sobre as várias correntes do feminismo! Bjs
Idem
Representatividade simbólica! Que bom que existe esse termo, estava hoje mesmo numa conversa em que eu tentava passar essa mensagem, porém sem sucesso. Conhecimento é tudo.
Gostaria de saber o que é representatividade simbólica, pois eu quero abordar sobre representatividade e anticapitalismo nas minhas histórias😊
parabéns, gostei da forma como você abordou o assunto. Tenho pesquisado este tema e quero me aprofundar mais.
Esses dois vídeos foram espetaculares. Muitas, muitas reflexões aqui.
Maravilhoso, Sabrina! Obrigada por este video!
Sabrina, uma das qualidades que eu mais valorizo é a sensatez, e você deu um show disso nesses dois vídeos. Acho que é um debate urgente na esquerda. Eu me pergunto, entretanto, como tratar desse assunto com quem não está minimamente inserido nele: por exemplo, o trabalhador médio, que não faz parte dessas minorias "identitárias", e que acha que a esquerda é a esquerda liberal (que tem como pautas coisas que ele sequer compreende e naturalmente encara com bastante preconceito).
Basicamente, eu me pergunto se a sensatez não é pouco estratégica, haha. Me parece difícil, em termos de comunicação para as massas, passar uma mensagem com tantos asteriscos e vírgulas ("a luta é essa, mas também tem isso, ao mesmo tempo também não pode isso"). Pra quem não é de esquerda, é complicado entender as nuances do debate - e insistir nelas me parece às vezes um tiro no pé.
Como resolver esse dilema? Acabo me pegando sempre priorizando as questões de classe com essas pessoas, porque entendo que seja muito mais fácil de trazê-las pra luta. E isso implica, necessariamente, em criticar o que hoje é a esquerda senso comum, em deixar essas questões identitárias de lado.
Enfim, eu gostaria muito que você fizesse um vídeo sobre o mesmo tema, mas tratando da estratégia pra comunicar isso pra fora da esquerda - que é sempre a minha preocupação.
Beijos e parabéns pelo trabalho necessário!
Amanda, sua preocupação é a mesma da minha, quando faço esse dialogo, por exemplo, na discussão de gênero e sexualidade nas escolas, eu tento desconstruir o senso comum a respeito sobre esse caminhando para consensos, como a pedofilia dentro do lar.
E depois tento mostrar como o discurso moralista, serve de anzol, para a retirada de direitos sociais. O pastor que é contrário a educação sexual, quando eleito, ele vota a favor da terceirização irrestrita, da reforma da previdência, do congelamento de gastos em saúde e educação.
Assim como, quanto maior a espoliação do trabalhador, quanto mais o neoliberalismo avança na sua agenda, maior a ofensiva contra os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Tento mostrar que muitas vezes quando o aborto é levado a tema central no debate público, sobretudo, no período eleitoral ele tem um propósito de favorecer uma agenda que retira os direitos sócias e econômicos.
Grosseiramente é isso. Mas tenho outras táticas. Mas me pareceu que o vídeo é um provação interna do que mais ampla mesmo.
Obrigada Sabrina, o vídeo foi muito esclarecedor. Temos que sentar e escrever e teorizar a resistência, uni-la à práxis, e espalhar conhecimento e ações emancipatórias. Parabéns pelo canal!
Dois vídeos ótimos. Didáticos. E que possibilitam debates, reflexão e cada vez mais estudo e gana pra lutar contra as opressões. Parabéns, meu bem
muito bons teus vídeos, Sabrina! muito sensato e elucidativo, as pessoas de esquerda precisam assistir urgentemente!
Sabrina, seu trabalho me alivia o espírito nestes tempos de tensões tão desiguais.
Sabrina, minha querida, adorei os dois vídeos. Eu vou ler as referências na medida que o tempo permitir. Queria deixar aqui o meu apoio e o meu respeito a equipe do tese onze e a vocês, porque esses últimos dias foi punk. Muitos dos seus comentários foram bem importantes. Eu acompanho a cobertura de jornais que tem a tendência liberal. O que eu percebi que o Bolsonaro teve que mudar muito seu discursos sobre a questão da mulher, quando percebeu que não ia conseguir boa parte do voto. O movimento "ele não", apesar de tudo, fez barulho. Eu acredito que abondar as pautas identitárias é um erro péssimo. Estão querendo arranjar culpados, sendo que acho que a falta de educação formal, o abandono da política e etc. Acho que foi um impacto maior por muitos anos, levando em consideração a sensação de insatisfação que há, pois, mesmo tendo entrado na faculdade, houve muito desemprego. Acarretou esse momento desastroso. Acho que é isso! Bom ano novo! Desejo muitas alegrias!
Sabrina, você é foda! No melhor sentido da palavra, óbvio!
Em 16:21 exatamente isso! 👏👏
Lindo vídeo, esclareceu demais, obrigada!
muito obrigada por esses dois vídeos sabrina, você é MUITO necessária!
Fechou o ano com vídeoZÃO! Muita coisa que me esclareceu sobre pontos que eram meio obscuros. Continui 2019 assim. Feliz ano novo!
Muito esclarecedor! Que aula! Muito obrigado!
Parabéns pelo vídeo! Me inscrevi no canal.
Excelência de vídeo! Que discurso bem elaborado! Parabéns!
Obrigada Sa! Ficou incrível 💖
Gostei muito. 2 dos seus melhores vídeos
Essa temática urge. Parabéns pela lucidez, ponderação e embasamento do conteúdo. Passei a acompanhar há pouquíssimo tempo. Mas, já estou adorando.
Vamos ser pessoas de classe, classistas. 10:21 eu ri muito nessa parte, na moral. Ótimo vídeo Sabrina.
Fala sobre a questão LGBT, Sabrina! Alguns grupos de esquerda, no passado, também (foco no também, eu sei que a direita sempre fez e ainda faz está opressão) oprimiram os LGBT (como Stálin fez). Lênin teria feito diferente? Como foi? Como funciona tudo isso? Seria legal ver um vídeo sobre o tema!
Minha nossa, esse video foi um soco no estômago. Eu sempre pensei que ver uma mulher como CEO significa representatividade
mas, não é isso! Obrigado pelo esclarecimento!
Agora quero aprender muito com você! Me escrevi, agora tem minha atenção! Beijos!
Voluntarismo e moralismo.
É importante oferecer teorias alternativas, e muito pode ser feito a partir de um debate crítico que rebata o identitarismo liberal, que hoje eu tenho contato principalmente através do RAP, mas sei que é profundamente difundido. Mas, é preciso focar o problema de forma mais materialista, pensando, justamente, na disposição de aparelhos ideológicos onde se produzem as narrativas, expressas na mais ampla variedade de produtos, ideias, artes, etc. As características comuns dos espaços de produção ideológica tem sim relação com o tipo de ideológica que vem sendo difundida, ou seja, o artista que ganha visibilidade e dinheiro, mais facilmente vai incorporar os valores do identitarismo liberal e suprir de sua arte as contradições, ou mesmo jogar tudo pro plano do infinito ("um dia cada individuo fará sua revolução interna empreendedora e a situação do grupo identitário irá mudar"). Então, mais do que falar de representatividade, ou criticá-la, é preciso falar da nossa capacidade de subverter espaços, quer dizer, desapropriar o capital tornando espaços em coisas outras. Estar em determinada posição sem subverter o espaço e colocar aqueles meios materiais a serviço da luta apenas legitima a opressão e desfigura até mesmo a identidade coletiva, porque cada um resume-se a buscar saídas individuais (que dialoga muito com fascismo, que, por sua vez, não se resume ao sectarismo, mas ao individualismo interno também). Embora, no caso contrário, que eu vejo a Sabrina fazendo, subverter determinados espaços (o universitário e o das mídias virtuais), não apenas re-significa o espaço, mas para além do simbolismo abstrato, coloca a disposição da luta revolucionária recursos que eram antes totalmente geridos pelo capital (claro que subverter um espaço só faz sentido porque não somos nós, classe trabalhadora, que organiza o planejamento do espaço, planejamento esse que sendo feito em prol da publicidade, evidentemente é feito contra nós, por isso que articular recursos para apoiar canais no youtube de esquerda, por exemplo, é uma forma de disputar materialmente a distribuição de recursos feita pela publicidade, etc).
Enfim, resumindo, a disputa de narrativas é importante, mas a produção dessas narrativas também deve ser pensada, a política deve ser voltada para a estrutura, para a estrutura ser voltada para política. Assim sendo, pensar materialmente como o desenvolvimento do capitalismo, juntamente com as narrativas que legitimaram esse desenvolvimento, o propiciou a atual configuração de produção ideológica e, não apenas isso, como que a situação concreta das pessoas, com a as mudanças na economia (que automatizam, desempregam para reempregar uma mão de obra desvalorizada de forma mais exploratória, ou coagir as pessoas a um informalismo de auto-exploração em atividades desnecessárias... e toda uma leitura que, certamente, me foge aos meus conhecimentos, mas que precisa ser feita para podermos partir de uma objetividade produtiva da exploração concreta), dão as condições para que certas ideologias ganhem difusão e tornem-se discursos majoritários de visões de mundo conservadoras. Pensar essa materialidade serve não apenas para apontar os erros do identitarismo liberal, mas aproxima e serve à crítica do partido, do movimento operário, etc (porque há mais semelhanças do que diferenças, e se a esquerda marxista fosse um cruzeiro transoceânico rumo a revolução, ninguém ia ficar no barquinho furado do identitarismo liberal).
Preciso ver, rever e ver de novo até compreender cada segundo de vídeo, incrível vídeo
Entendi porque o meu "feminismo é limitado", como já ouvi de algumas mulheres na "luta revolucionária". Ou seja, não era feminismo nem revolução, era identitarismo!😱