Olá! Realmente no Brasil, o Futuro do Pretérito (Gostaria) não pode ser substituído por (Gostava) com o mesmo sentido, pois há uma distinção clara entre algo ocorrido e algo poderia ocorrer. "Quando eu era criança *gostava* muito de sorvete de morango, porém a sorveteria fechou. *Gostaria* que a loja voltasse a operar para provar novamente aquele sabor de infância". Obrigado por postar vários conteúdos interessantes! 😊
Não adianta tentar explicar a diferença entre gostava e gistaria aos portugueses por que eles não vão entender e nem aceitar. Da mesma forma que no Brasil os brasileiros não acham errado dizer: "mandei para ela" ao invés de dizer mandei-lhe ou lhe mandei, ou dei para ela ao invés de lhe dei. Oa brasileiros também cometem erros gramaticais de doer os ouvidos.
Não é bem assim. “Eu queria um sorvete” pode ser usado no lugar de eu “eu quereria”, “eu podia fazer isso quando quisesse” no de “poderia”… talvez por também terminarem em “ia”, mas o fato é que também usamos o pretérito imperfeito no lugar do futuro do pretérito…
@@wandergarcia8105 creio que vão entender sim, se não aceitarem pior para eles há uma distinção clara, ainda que lá não usem. Sobre falar ''mandei para ela'' é errado? Não sabia.
Sou de SP/SP casada com um covilhanense e moramos em Londres. Eu falo o meu Português ele fala o dele, a gente se entende perfeitamente desde de sempre e tá tudo certo. Quando comecei a ter contato com o Portugues Europeu através não só do meu esposo mas com amigos portugueses, sempre tive esse cuidado de prestar atençao tipo, eles estão falando errado ou fala-se assim em Portugal? O mais pequeno/grande (entre tantas outras coisas), foi assim, ouvi 1x, 2x, 3x e como quem não quer nada perguntei se era o correto em PT, pra eu não corrigir, sem necessidade, né . 😂
Quando cheguei em Portugal, há quase 22 anos, o que mais me fazia confusão era o uso do pronome consigo. Na gramática brasileira é usado apenas como pronome reflexivo (ex: Maria pensou consigo mesma...). Cá em Portugal é usado como pronome de tratamento formal na terceira pessoa. Doía nos ouvidos, mas hoje já estou habituada.
Pareço eu no Brasil quando me vieram perguntar se tinha ciência dos termos e condições de um contrato. Nunca antes tinha visto a palavra ciência usada fora do contexto científico. Tive que pedir para repetir até perceber que estavam a perguntar se eu estava ciente.
Carlos Nogué já mencionou esse costume em Portugal. Na verdade, pela estrita gramática si e consigo são puramente reflexivos. Como objeto, o mais apropriado é dizer: gosto muito de (ti, você, senhor, vós) em vez de gosto muito de "si".
Na verdade, a gramática permite o uso de "mais pequeno" em qualquer circunstância, mas os falantes e alguns professores inventaram a "regra" de que não se pode usá-lo.
Aqui no Brasil é muito comum usar o pretérito imperfeito na linguagem oral e informal, só na língua escrita. No dia a dia se diz "se eu pudesse eu tentava", mas na linguagem formal sempre se diz "se eu pudesse eu tentaria", por exemplo.
Mais correto. Mais correto em português europeu é gostaria. É o português formal. Igual ao português brasileiro. Gostava, neste caso é português informal mas muito comum.
Curiosamente, no seu comentário usou uma construção que em Portugal não se diz. Você usou "no dia a dia se diz" mas nós achamos isto errado e diríamos "no dia a dia diz-se". A forma "se diz" também se usa em Portugal, como eu aliás usei na minha primeira frase, mas noutro contexto.
Caro Professor, suas abordagens são muito curiosas e educativas. Para um brasileiro o uso escorreito do idioma português não aceita o pretérito imperfeito no lugar do "condicional", que no Brasil tem o estranho nome de "futuro do pretérito". Mas o citado "erro" é muito comum. Algumas pessoas dizem, por exemplo, "se eu fosse você eu comprava este carro". O emprego adequado do verbo seria "eu compraria", pois o "se" cria essa condição. Parabéns por seu trabalho. Rubens.
É que são dois verbos que funcionam diferente. Eu posso dizer "Eu quero esse doce", que você passa a mensagem. Mas como fica meio mal-educado, damos uma amenizada com o pretérito imperfeito: "Eu queria esse doce". Agora "gostar/adorar" tem outro sentido. Se você fala "Eu gosto desse doce", isso não significa nada. Já se você diz "Eu gostaria desse doce", dá o sentido de possibilidade (se fosse possível).
Outro erro no Brasil é usar regist(R)o sem R. Aliás, em todas as línguas latinas há o R. Seria interessante saber como e quando o R deixou de ser usado nesta palavra no português-PT, pois me recordo de lidar com documentos portugueses do século XVI em que "regist(R)o" era grafado com R. Parabéns pelo canal e vídeos!
É até mais o contrário - a palavra em português clássico era na maioria das vezes escrita sem esse "r", esse "r" caiu em português durante a transição do latim para o português. Foi o português brasileiro que voltou a colocar esse "r" nessa palavra por influência do registo culto e latinizado dos jesuítas, que foi provavelmente onde tu leste isso.
@@luderpt dizem que é influência celta usar o "a", mas como a região do Alentejo hoje mesmo ocupado por celtas fora ocupado por árabes por mais tempo pode ter perdido essa característica na sua língua românica antes de vir o galego do Norte.
No Brasil eles dizem "vou na praia" isto em Portugal seria inadmissível. O verbo de movimento "ir" aqui deve sempre ser combinado com a preposição "a" (para situações de cariz mais temporário) ou "para" (para uma situação mais permanente), mas jamais com a proposição estática "em" quando nos referimos a lugares.
No Brasil também é inadequado dizer "Vou na praia". Nas escolas, ensinamos a forma correta, mas como a língua é viva e se atualiza o tempo todo, os cidadãos brasileiros acabam por optar por usar a preposição "de" em vez da preposição "a".
@@deutugalpara muitos é opção sim, uma vez que muitos sabem a forma gramatical correta. Só que soa estranho usar a gramática o tempo todo, pois traz uma ideia de arrogância.
No caso do verbo querer, usamos muito o pretérito imperfeito. "Eu queria ir ao cinema" ou quando vais comprar algo e dizes "eu queria quatro pães". No Brasil fica meio duro, até grosseiro dizer "quero quatro pães", exceto no nordeste. Também se te perguntarem como preferes o bife, é normal responderes "eu preferia mal passado". Em vários outros casos também se usa o pretérito imperfeito, geralmente quando se quer ser educado com a pessoa." No geral a tendência é usar o condicional, mas o pretérito imperfeito muitas vezes, em situações pontuais, pode ser usado como uma forma de educação. Varia um pouco de região para região, no sul e sudeste do país é como falei, já no nordeste se usa muito o imperativo e ninguém se ofende, enquanto no sul e sudeste é grosseiro falar no imperativo. O Brasil é muito grande e cada região teve um povoamento diferente, então é quase como se fôssemos vários países diferentes. Pra cá veio gente de todas as partes do mundo, qualquer pessoa passaria tranquilamente por brasileiro.
No Brasil usamos a palavra a palavra ( entender e perceber) em contexto diferente, é aqui é tudo igual. Por exemplo. Eu não entendi o que você disse. Eu não percebi que que você cortou o cabelo. É quando estive qui achei tão estranho e as vez ficava sem entender que as pessoas queria dizer.....kkkk
@@cmlcor218 o imperativo às vezes soa rude, tanto que é comum trocar pelo indicativo, faz isso (mesmo quando se usa você), não faz aquilo... o caso do quero é um indicativo também
Exatamente, mayor e menor em espanhol o mesmo que mais velho e mais novo em português... Por exemplo ao falar que o filho mais novo é o maior de todos vc diria que el hijo menos es el más grande de todos. Eu achei isso muito estranho quando comecei a estudar espanhol.
Quando criança lá no Brasil, quando falava (eu queira...meu pai já dizia “se querias, não queres mais “ assim o correto é falar “eu quero isso ou aquilo “ Eu gostava de...é passado, mas ao chegar em Portugal é diferente quando se diz “eu gostava de saber...”é tempo presente. Achei lindo essa maneira de falar 😂
Verdade. Em Portugal também falam “ dador de 🩸 sangue” e não “ doador”. Camião 🚛 e não caminhão. Registo e não registro. E usam muito “ se calhar” que, dependendo do contexto, pode significar sim, não, talvez e sabe lá Deus o quê mais. Enquanto no Brasil “ se calhar” dá sempre a ideia de dúvida, de algo que depende de outras coisas para acontecer ou de uma coincidência inesperada. “ Se calhar vou visitar fulano” quer dizer, se der certo, se não chover, não é certeza que vou. Também no exemplo “ Eu estava no mercado e calhou de encontrar com fulana que eu não via há muitos anos”. O encontro foi por acaso, nada planejado. Ou planeado 😂
Isso por que em Portugal tende-se a utilizar certo vocabulário do país vizinho, da Espanha, mais particularmente da Galicia. Na Espanha também se fala planear, conduzir e não dirigir, grelos e não nabiça, casa de banho e não banheiro, sítio e não lugar, etc. No entanto eles não utilizam o gerúndio como o Brasil e Espanha utilizam.
@@PorDentrodaGrandeGuerraMundial Portugal sofre uma forte influência espanhola na evolução do português; enquanto o Brasil é mais conservador neste ponto.
Também é usado em Portugal esse verbo com a segunda grafia, mas é em menor uso, mas é possível por vezes encontrar alguém que use "planejar". A verdade é que essa grafia era padrão em Portugal até ao século XX.
Esse uso do gostava em Portugal de fato soa estranho ao brasileiro. Mas pensando aqui, é como o "precisava" que no Brasil usamos similarmente indicando futuro e achamos normal. "Eu precisava falar com você " . Soa normal aos ouvidos do brasileiro. Parabéns pelo canal!!!!!
Em Portugal as duas palavras: 1)Fato 2)Facto Têm significados COMPLETAMENTE diferentes. Em Portugal a palavra "fato" significa um conjunto de roupa 👖👗. Por exemplo : Fui a uma reunião de trabalho e vesti o fato azul escuro. A palavra "facto" significa uma constatação. Um acontecimento real. Algo que aconteceu de facto. Como por exemplo: Um facto histórico documentado 📚📖📝.
@@vieiradosreismariadelurdes9105, sim, nós o sabemos. Mas no Brasil não se pronuncia esse C e, portanto, tampouco se o escreve. Temos, então, fato, factível. Fato, como roupa, não temos aqui. Dizemos terno ou costume (traje de escritório masculino), terninho ou tailleur (traje de escritório feminino). Para fato de banho, dizemos sunga, bermuda/bermudão (para as vestes masculinas) e maiô (fechado) ou biquíni (em duas peças) - para o traje feminino.
Usar o pretérito imperfeito do verbo gostar para dizer "I would like" me confundia muito no início. No Brasil, o "gostava" não tem essa acepção e sempre me dava a impressão de que a pessoa estava falando sobre algo no passado. Antigamente, se eu escutasse alguém falando "gostava de ler um livro", minha reação seria perguntar "e hoje você não gosta mais?" kkkkkkkk Mas ver os portugueses dizerem "gostava" dessa forma me fez repensar bastante sobre minha própria variante. Nós também usamos o pretérito imperfeito onde deveria ser usado o futuro do pretérito (ou condicional, como vocês dizem aí em Portugal) com outros verbos. Por exemplo, dizemos coisas do tipo: "se eu ganhasse na loteria, eu ia à Europa" em vez de "iria à Europa".
Olá, professor Marco! Antes de tudo, gostaria de agradecer pelo excelente conteúdo deste canal. Realmente, aqui no Brasil, se alguém disser "gostava de ler um livro", vamos esperar um complemento: gostava de ler quando, onde etc.
@@spartacocarlos8417 Vocês alteraram o nome da conjugação 🙂, que eu saiba nunca foi chamado assim O condicional é uma conjugação de "MODO", não é uma conjugação de "Tempo". Já o "Pretérito Imperfeito" chama-se imperfeito exactamente porque a acção pode não estar concluída. É uma conjugação complexa e usada para várias situações, não apenas para acções continuadas no passado, mas também para acções que podem vir a concretizar-se no futuro... daí ser imperfeito Existe também para situações como o "Pretérito Imperfeito de conveniência" , exemplo "Gostava muito MAS...."
No Brasil, quando uma criança começa a fazer comparações de tamanho, naturalmente tende a dizer "mais pequeno", "mais grande" e, por vezes, até "mais maior" e "mais menor". A criança ainda não sabe das regras e fala como lhe parece natural. Porém, por lá (sou Brasileiro vivendo em Portugal), basta um miúdo dizer uma dessas expressões, que é como se tivesse cometido um crime contra a humanidade. Pais, tios, avós, professores, imediatamente irão dizer o clássico "Não existe mais pequeno, é menor!", ou "Não existe mais grande, é maior!", isso se não falarmos da época em que era aceitável bater em uma criança por causa disso (ou por qualquer outra causa). Por isso, creio que muitos Brasileiros ao vir a Portugal e escutar "mais pequeno", devem ter um reflexo instantâneo de "nó no estômago". Eu sei que tive por algum tempo! É natural, afinal fomos corrigidos de maneira veemente quando crianças (e por isso éramos corrigidos tão rapidamente, afinal nossos pais também o foram). Já no sentido oposto, há algumas regiões no Brasil em que é totalmente comum e aceito usar "tu" mas não conjugar o verbo corretamente, então diz-se "Tu vai", "Tu compra", "Tu corre", o que imagino que gera o mesmo "nó no estômago" dos Portugueses - e até de alguns Brasileiros, já que gramaticalmente falando, isso é "errado" também no Português do Brasil, porém se tornou normal no idioma do dia-a-dia em diversas regiões. Pode ser interessante um vídeo sobre esse tema também: "erros" que são aceitos por ampla maioria e praticados corriqueiramente, ou quando a gramática e a língua falada ficam "fora de sincronia" (sei que é assim que muitas inovações surgem nas línguas mas, inicialmente, o padrão é haver resistência). Obrigado!
Boa tarde desde Mairiporã - Brasil ! Esta diferença de uso de pretérito imperfeito (Portugal ) e condicional ( ou Futuro do pretérito como chamamos aqui no Brasil) é bem curiosa e eu ja a tinha ouvido falar mas sempre e somente para o verbo "Gostar". Há outros verbos do qual se lembrem de serem usados em tempos diferentes ai e aqui ? Grande abraço e parabéns pelo seu trabalho.
É muito comum ouvir no Brasil: "se eu pudesse, eu fazia". Eu mesmo digo isso de forma automática na linguagem oral, mas sempre tive duvidas se era correto ou não. Obrigado por esse vídeo...
Olá, Marcos. Muito interessante as suas observações. Eu fui professora no Brasil e agora vivo cá em Portugal. Confesso que ainda me causa estranheza, quando escuto "mais grande/pequeno". 😅 Eu já observei que, quando alguém fala diretamente comigo, às vezes usam o meu nome, como se estivessem a falar de mim e não comigo, enquanto que no Brasil usaríamos simplesmente "você ...". Foi só uma observação, não encare como crítica. Eu até já me acostumei a não usar mais o gerúndio, e substituí-lo pelo infinitivo: "estou a fazer ...".😊 Parabéns pelo vídeo.
Olá, @emirthomas1. Também percebi o mesmo uso do próprio nome em terceira pessoa. Como, por exemplo: "José então pegou o martelo". Enquanto no Brasil seria: "Eu peguei o martelo". Imaginando que o próprio José relatava.
'Mais grande' também não se diz em Portugal. Só 'mais pequeno'. Pois é, não faz sentido.😅 O gerúdio, claro, pode usar, se quiser. Mas com o passar do tempo, é natural que use menos.
@@jeanoliveira4832não é bem isso (embora alguns jogadores de futebol e às vezes o nosso Presidente falem assim 😅). O que se passa é o seguinte: eu estou a falar com o Fernando, mas para não usar 'tu' (pode ser muito informal para ser usado com o Fernando), em vez de usar 'você' (demasiado depreciativo, num certo sentido, por vezes), ou usar 'o senhor' (demasiado formal, em determinadas situações), uso 'o Fernando'. Assim: estou a falar com o Fernando e digo: "O Fernando gosta de arquitectura?", em vez de dizer "Você/ o senhor gosta de arquitectura?" ou "Tu gostas de arquitectura?"
Hoje alguém me disse que acha engraçado eu dizer "Eu estou a ir a tal lugar..." Penso que é em Portugal que se diz assim... e como eu gosto assim... eu digo. Abs... e parabéns pelas boas aulas e pelo bom canal.
"Menos pequeno" foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando vi o título do vídeo. Assisti para saber qual seria o outro erro. Nós brasileiros também usamos muito o pretérito imperfeito em vez do condicional (ou futuro do pretérito, como aprendi) no cotidiano, mas curiosamente não esse "gostava". Falamos "gostaria" de maneira mais formal, mas o mais comum é "queria", voltando ao pretérito imperfeito.
Uma diferença é que aqui no Brasil usamos mais próclise do que ênclise. Não sei se é erro em Portugal usar próclise em frases como "eu te amo". Acho que os portugueses considerariam "eu amo-te" correto. Aqui é comum o uso da próclise até no início de frase, que seria erro aqui no Brasil tbm, só que é tão comum na língua falada. Exemplos: "Me chama depois", "Me diz o que você achou.", "Se encontra comigo às 15". (Sim, além da próclise, até o modo verbal está errado no Brasil, os verbos deveriam estar no modo imperativo, mas é assim que as pessoas falam).
Depende do contexto, se for isoladamente, acho que nunca ouvi dizer 'eu te amo' em Portugal. Mas se for inserida numa frase, em que a sintaxe implique uma inversão para a próclise, claro que acontece sempre, sendo mesmo necessária, ex: 'não/nunca/que... etc. te amo'. No entanto, há situações em que se podem ver as duas alternativas, por exemplo em versículos biblícos, podendo ver-se 'Eu digo-vos' ou 'Eu vos digo'.
E que o certo seria a pessoa dizer Eu amo-te e a outra responder eu também te-amo mas os brs não fazem muito isso como voce disse, usam apenas o te antes em todas as situações em vez de os misturar. Eu adoro como nos fazemos todos erros kkkkkkk o que um faz bem o outro faz mal
Eu vivo em Portugal e fico perdida quando me falam você vais sempre a tal lugar ( exemplo), eu respondi que não, na verdade estava me perguntando se eu iria.
Olá Marco...❤ Na minha terrinha santa e país, a gente diz é mais grande exactamente como no espanhol...😂 Eu aprendi falar assim pq é bwe lógico pra mim/nós e correcto pra mim/nós...😂 Um grande "kandandu" pra ti...❤
Olá, professor Marco. Acabo de descobrir este vídeo e o seu canal. Que surpresa agradável te-lo encontrado. Tenho um exemplo um exemplo interessante que acho que poderia ser assunto de um próximo vídeo. Aliás, tenho dois mas, por agora vou expor apenas um deles. No Brasil se diz: “Olá, Maria. Hoje é quinta-feira. Você ainda tem a intenção de vir à minha casa para jantarmos juntos?” E em Portugal comumente dir-se-ia: “Olá, Maria. Hoje é quinta-feira. Sempre vens à minha casa para jantarmos juntos?” Vivo aqui há mais de sete anos a deliciar-me com estas descobertas e compreensões da nossa língua, e já bem adaptado a forma de se comunicar portuguesa. Entretanto não consigo ou não me sinto seguro a usar o “sempre vens” como no exemplo acima por talvez não ter compreendido perfeitamente a função desta expressão. Engraçado é que ao escrever aqui brevemente já me ocorreram dois outros exemplos de diferenças no uso da língua entre Brasil e Portugal (!), que num próximo vídeo poderei comentar e perguntar sobre esses.
O uso do “você” na maior parte do Brasil substituiu o “tu”, sendo considerado informal. Quando nos dirigimos a alguém formalmente usamos “senhor” ou “senhora”. Nos extremos norte e sul do país, porém, o tu ainda é usado. Mas, no sul, geralmente, de forma incorreta (segundo a gramática!) como “tu quer” ou “tu viu”. Muitos cariocas também usam o tu assim como em “tu viu, meirmão?” ou “o qué que tu acha disso?”.
Nada disso! Aqui no Brasil as pessoas nem sequer cumprimentam, falam contigo sem menor vergonha. Acho invasivo! Detesto quando chamam de “moço” e “moça”. Se alguém me chama disso eu respondo “pois não DONA MOÇA”?
É tão verdade que a maioria dos brasileiros perde-se ao tratar por tu e não sabe conjugar. Estou a falar mesmo de figuras públicas, atores, etc. O único estado do Brasil onde ouvi as pessoas usarem tu com a conjunção correta foi no Pará (possivelmente também no Amazonas).
@@pedritu147 nos interiores do Rio Grande do Sul ainda se conjuga corretamente, pelo menos alguns falantes. Eu sou paulista, aqui o TU existe apenas nos livros então, mas me irrita ouvir ''tu vai''
Marco, sou novo no canal. Você já mencionou o uso do gerúndio? Poderia ter pesquisado seus vídeos anteriores, mas o tempo livre anda curto...Grato! Parabéns por seu trabalho!
É possível usar mais pequeno ou mais grande pra descrever 2 características de um mesmo ser. Por exemplo: Aquela casa é grande e barta mas é mais grande do que barata.
O condicional no Brasil é chamado de futuro do pretérito. Uma observação: nós brasileiros cometemos muitos erros na oralidade e por não sermos corrigidos passamos para o papel. Mas isso também ajuda a explicar por que em provas de concurso e vestibular o português é um conteúdo que precisa ser muito estudado, pois o que é cobrado em testes é a gramática normativa que não praticamos.
"futuro do pretérito" é uma invenção. O condicional é uma conjugação de Modo, não uma conjugação de tempo. O condicional implica uma condição para a acção se realizar
O "futuro do pretérito" significa o futuro do passado. É meio estranho isso, não acha? Já o "condicional" indica uma condição para a acção. Exemplo: -Eu gostaria de ir ao cinema SE (condição) tivesse companhia.
Lembro-me de estudar para os exames a via aulas na internet e lembro de uma professora de português do Brasil a pedir aos alunos que tenham cuidado com coisas que em Portugal são automáticas. Aí percebi que o Português normativo ás vezes parece contrário ao Português do Brasil, especialmente no que toca á diferença entre a pronúncia Brasileira e a forma de se escrever.
@@marconeves Obrigado ao senhor por abrir nossos olhos para este idioma tão lindo e rico. Que tal um video de Camões, ou melhor dizendo de sua obra? Abraços de Zurique
Muito obrigado pelo video. Nomeadamente quanto ao uso do Pretérito Imperfeito. Trabalho na área das dobragens e muitas vezes os textos chegam-nos traduzidos por "tradutores automáticos" que usam formulações do português do Brasil e na nossa oralidade soa sempre estranho. Obviamente, tentamos "adaptar" à nossa realidade mas torna-se uma tarefa muito desgastante e difícil visto que, com o tempo, estas diferenças se vão infiltrando no nosso falar.
Há tradutores que são feitos através de contribuições dos utilizadores. Resultado... no facebook já vi: "vamu que vamu" para "let's go" "Inautorizado" para "Unauthorized"
Algo generalizado no Brasil é o proclítico, apesar de ainda se usar ênclise na escrita, há muitos que generalizam próclise mesmo no início da frase escrita. Somente quem é estudioso da gramática tradicional por aqui que percebe o relativo erro.
Olá, Marco. Aqui no Brasil pouco se utilizam os pronomes-objeto, por exemplo: 'Eu conheço ele', ao invés de 'Eu o conheço.' Na língua escrita sim se os utilizam, mas na falada raramente. Me parece que os portugueses não o fazem, ou me equivoco? Saudações desde Santa Catarina, sul do Brasil.
É interessante como o mesmo idioma adquire etiquetas diferentes em cada cultura. A exemplo do "gostava", corrigido no Brasil para "gostaria", há um contexto específico em que é frequente usarmos o pretérito imperfeito para manifestar vontades e desejos, como quando entramos em uma loja: dizemos "eu queria...", em vez de "eu quereria". Mas não usamos em contextos formais de jeito nenhum.
Caro Marco Neves, antes de mais parabéns pelo canal, os vídeos são muito interessantes e vale a pena subscrevê-lo. Tenho aprendido muito! Não sei se já foi abordado no canal, mas em Portugal temos o hábito da dupla negação: NÃO gosto de NINGUÉM; NÃO sabes fazer NADA... Não sei se no Brasil também o fazem. Sou professor de Matemática, e em termos de lógica a frase "Não sabes fazer nada" tem o mesmo significado que "sabes fazer tudo", mas não é esse significado que nós atribuímos. Só me apercebi disso quando vivi em Inglaterra e, quando o meu inglês era ainda muito mau, usava a dupla negação em Inglês e achavam estranho o que dizia. Cumprimentos
Muito obrigado pelo comentário! Já publiquei um vídeo sobre o tema. O inglês é uma excepção entre as línguas europeias (ou melhor, será uma das excepções). A lógica da negação deve ser entendida em cada oração e não em cada palavra. Ou seja, cada verbo é ou não é negado, independentemente do número de advérbios usados. "Não vou" é igual a "não vou, não!" ou "não vou nunca" - são sempre negações. No entanto, se reparar, quando temos orações diferentes, aplica-se a lógica: "não há nada que não me aconteça" = "acontece-me de tudo". O vídeo é este: th-cam.com/video/XTRW0XfqMgg/w-d-xo.html Mesmo que não concorde, espero que continue a gostar do canal! :-)
@@marconeves muito obrigado pela sua resposta! Acabei de ver o vídeo e esclarece exatamente o que comentei. Com certeza irei continuar a acompanhar o canal!
Os brasileiros tendem a simplificar a língua na comunicação diária. A língua escrita é em geral diferente falada. Em várias regiões do Brasil não se usa o tu conjugado corretamente: tu vai, tu veio, tu foi, etc. Todo mundo sabe que é errado mas continua usando como se fosse certo.
Adoro seu canal. Sou brasileiro e professor de inglês. Digo sempre a meus alunos que a língua (idioma) é para se comunicar, então, nem tudo que falamos está na gramática formal porém, se o ouvinte entender, perfeito. Contundo, para um exame, concurso e entrevista, deveria-se utilizar a forma padrão (gramática oficial) somente para obter uma pontuação maior. Sendo assim, se falar fora do padrão, na hora de uma entrevista, não se consegue converter.
Como brasileira vivendo em Portugal já observei que usam as palavras “ devido” e “ derivado” como se significassem a mesma coisa. Enquanto que no Brasil há uma grande diferença entre elas. Devido pode ser substituído por “ por causa de”. Enquanto derivado é o produto que depende de outra substância para existir, como no exemplo “ o queijo e o yogurt são derivados do leite”. Durante a pandemia cansei de ver avisos que “ derivado à pandemia não se admitem pessoas que não usem máscaras “. Já vi frases semelhantes em livros e jornais portugueses. Para mim soa muito estranho. Gostaria que o professor explicasse.
Curiosamente aqui no Brasil usamos o pretérito imperfeito no lugar do futuro do pretérito (condicional) também, com exceção dos verbos terminados em AR.
Sou português e moro no Brasil. Quando uso o "mais pequeno" e alguém vem dizer que está errado porque não se pode aumentar algo e ao mesmo tempo diminuis (este é o argumento mais invocado), eu pergunto ... e o "muito pouco"? Esse já pode ser usado. Enfim, divirto-me bastante.
Cliquei achando q veria a regra dos porquês brasileira, mas me surpreendi com o “mais pequeno”. Não se trata de um erro pra um brasileiro, mas de uma construção q não se ouve e eu particularmente nunca tinha imaginado 🤯 Edit: “mais pequenininho/ miudinho/etc” pode ser usado casualmente.
No Brasil, em linguagem oral e escrita não culta, dizem e vê-se escrito esse por este, em situações erradas não apenas em português, mas também na variante brasileira.
Eu acho que todas estão correctas: maior, menor, mais grande e mais pequeno. A partir do momento que consideramos correcto "mais pequeno" também teremos que aceitar o "mais grande". E tendo em conta que em Espanhol se diz "más grande" e "más pequeño", podemos sem qualquer dúvida dizer que estão todas correctas.
Não sei se é considerado errado, mas com certeza é bastante fora do usual. Aqui no Brasil, dizemos "preciso fazer" mas em Portugal, é "preciso de fazer".
Uma construção correta em Portugal e vetada no Brasil é o uso de "consigo" para "você". Aqui esse pronome só é usado quando seja reflexivo. Por ex.:, Eu queria falar COM VOCÊ; mas: Ele falava CONSIGO mesmo!
Marco, faça um vídeo sobre as palavras que os brasileiros usam o acento circunflexo e nós usamos o acento agudo, por ex: Mônica/Mónica, Polônia/Polónia…
Tenho seguido com muito interesse o seu canal. Parabéns pelo seu esforço em divulgar, em português de Portugal, as características do português. Gostava de lhe perguntar se conhece o porquê do termo de matemática "percentagem" (português de Portugal), no Brasil se diz e escreve "porcentagem". Nunca consegui encontrar alguma explicação. Muito obrigado
Não sabia que portugueses não falavam "mais grande". De tanto ouvir o "mais pequeno" achava que o oposto também era dito. De fato, a língua não é planejada (ou planeada) artificialmente. Já o pretérito imperfeito, aqui no Rio de Janeiro, escuto - e falo - informalmente em vez do futuro do pretérito. "Eu queria falar contigo" é bem comum, em vez do raríssimo - quase inexistente - quereria.
Quando em 74 trabalhei com engenheiros portugueses, refugiados da Revolução dos Cravos, eles usavam “consigo” como sinônimo de com você ou com o senhor. Estranhei e, bem brasileiramente, comentei que eles não sabiam português, porque aqui “consigo” é exclusivamente reflexivo. E mostrei-lhes uma gramatica.
Há uma boa diferença no Brasil quanto ao uso das palavras "pesquisar" e "investigar", que se confundem em Portugal. Aqui, investigar é como em inglês "investigation" e pesquisar, como "search" ou "research". Investigação é policial e pesquisa é científica 😉
Outra expressão que não faz muito sentido no Brasil é "pra semana" ou "pro ano" a significar "para o próximo ano / próxima semana". No Brasil fala-se "na próxima semana / ano" ou "na semana / no ano que vem"
Não sei se acontece no resto do Brasil, mas aqui no nordeste (principalmente os mais velhos) dizemos ainda "pra semana" e "pro ano" que na verdade soa mais como "paru ano" como se fosse um "para o ano"
Sou do norte do Brasil, e conheço gente aqui que fala assim, tipo "para o ano" com o sentido de "no ano que vem", mas é um uso que está ficando restrito a pessoas mais velhas. Acho que cairá em desuso.
Em algumas regiões do Brasil, particularmente no Rio de Janeiro e em algumas capitais do nordeste, o consigo tinha o mesmo uso que em Portugal. Algumas expressões hoje usadas ainda em Portugal, sumiram da linguagem cotidiana do brasileiro.
O pretérito imperfeito é evitado no Brasil até chegarmos ao verbo preferir, com o qual passamos a utilizá-lo, talvez por causa do som que o futuro do preterito teria: "eu preferia que você viesse".
Tem uma outra frase tipica em Portugal que me sangra os ouvidos, que é algo como, "sempre vens/vai ter a (algum lugar/falgum compromisso ou ação)".Por exemplo: "Sempre vais ter comigo ao café? " Sempre é uma condições de repetição e continuidade que remete ao passado, mas em portugal usa-se para uma ocasião pontal e açòes que ocorrem uma unica vez. Logicamente não faz sentido algum.
Não tem a ver com isso. 1) Vais sempre a este café? 2) Sempre vais a este café? A segunda frase é a confirmação de algo que já estava combinado ou dito. Ė a confirmação absoluta.
Mas ja viste o video? A lógico nao decide como se falam as linguas. Segundo a lógica, "nao quero nada" quer dizer "quero alguma coisa". E obviamente nao quer dizer isso. "Sempre" no sentido de "a pesar de a situacão poder ter mudado" usa-se tambem em francês e italiano.
Para nós faz sentido. A utilização de "sempre", neste caso, serve para a pessoa que convida ter a certeza que realmente o convidado(a) dá garantias que não falta ao compromisso. Espero tenha ajudaddo. Abraços!
Esse "sempre vais" tb se usa na Colômbia , por ex. O que me dói nos ouvidos, é no brasil não respeitarem os verbos em número e género, assim como os tempos verbais
Uma coisa que é usada aqui no Brasil é concordar o substantivo "aceite" em género. Em pt-pt falamos "A ideia foi aceite por todos" mas em pt-br falam "A ideia foi ACEITA por todos". Alguém mais já reparou neste caso?
Concordo que o primeiro exemplo pode ser mera formalidade e discordo do segundo, pois nesses casos os tempos verbais indicam ideias completamente diferentes.
Quanto a usar um verbo no pretérito imperfeito ou no futuro do pretérito/condicional, se eu entendi bem, o primeiro exemplo que foi dado (gostava de ler livro) não me pareceu errado, mesmo para os padrões de linguagem brasileira, caso se trate de uma ação que realmente tenha sido praticada no passado. Por exemplo: "Eu gostava de ler livros nas horas vagas do meu emprego, mas parei de ler após um tempo". Não há erro algum nessa frase. Agora, se o exemplo for no sentido de solicitar algo, como uma pessoa ir a uma biblioteca e falar para um funcionário algo do tipo: "Eu gostava de ler um livro", realmente fica estranho, pois faz pensar que se trata de algo que a pessoa fazia no passado, e não algo que ela queira fazer no momento. Porém, antes de pensar em escrever "Eu gostaria de ler tal livro", eu falaria "Quero ler tal livro", pois o gostaria passa a impressão de uma suposição ou possibilidade, de algo que poderia ocorrer, mas que não, necessariamente, irá ocorrer.
Excelente video e explicação. Já agora gostaria de perguntar se é correcto utilizar a expressão "enquanto que" ou basta apenas "enquanto" como utilizou no minuto 1:28. 😅😊
Há uma certa tendência para alguns gramáticos considerarem o "enquanto que" um galicismo, mas não concordo. Já existe na língua há muito tempo, usada por muitos dos nossos grandes escritores (Eça, Garrett, Júlio Dinis, por exemplo). Não me parece que seja um erro.
Mais grande e mais pequeno são formas regulares de se fazer comparações com adjetivos. Ninguém reclama de mais ou menos combinados com belo, lindo, compreensível, etc. Como tais formas são muito comuns, vale a pena existirem formas regulares mais compactas como maior e menor. Dizer "mais maior" equivale a "mais mais grande". Esse segundo mais acaba sendo estranho. Todavia, "mais grande ainda" seria uma variação bem aceitável pelo caminho da regularidade. Infelizmente não aceitamos muito bem algumas regularidades.
Olá, Marco! Uma coisa que noto bastante em Portugal é o uso do "Por cada" em publicidades e campanhas. No Brasil aprendemos a evitar o uso de palavras que dêem a entender uma outra coisa (no caso do por cada, fica a soar como porcada). Não recordo agora o nome do que acho ser uma regra.
O nome desse fenômeno é cacofonia. Caco vem de feio, desagradável e fonia vem de som. Então, quando cometemos uma cacofonia, estamos fazendo um som desagradável.
'Por cada' e 'porcada' têm pronúncias distintas em Portugal ('pur câdâ' e 'purcádâ' respectivamente), além de 'porcada' não ser comum. Logo, essa questão nem se coloca.
Acredito que a questão do "gostava de ler um livro" no Brasil chega a ser mais do que somenete etiqueta. Se você falar isso aquí todos vão pensar em um costume no passado e não um desejo no presente.
@@marconeves realmente, "gostava de ler um livro" no Brasil não soa como um pedido mas como que você "gostava" e talvez "não goste mais de ler um livro".
"gostava de ler um livro" está corretíssimo. O pretérito imperfeito pode ser usado para acções continuas no passado, mas também para acções que podem vir a concretizar-se no futuro e expressar desejos que podem ou não concretizar-se, por alguma razão é que ele se chama IMPERFEITO, porque a acção pode não estar concluída. A teoria que o condicional era melhor para expressar desejos, não tem muita sustentação nem mesmo no Brasil, porque no Brasil varia conforme o verbo utilizado. Quando é usado o verbo gostar usam o condicional... mas quando é usado o verbo querer usam o pretérito imperfeito.
@@lxportugal9343 Sim, Manuel, isto vale para Portugal, mas a questão é justamente que no Brasil essa construção não soa natural, aliás soa errada mesma.
@@paulidiomas Ok Rosinaldo, então no Brasil as conjugações mudam conforme o verbo utilizado soe melhor ou pior, mais bonito ou mais feio é isso? Realmente muita coerência...👍 ... desgraçados dos estudantes
Em outras palavras, a norma culta do português do Brasil (PB) é diferente da norma culta em Portugal (PT). Neste caso, deve-se entender que a norma culta é essa etiqueta linguística que se referiu o professor Marcelo Neves.
Agora, um erro que me faz sangrar os tímpanos, no Brasil: "Eu amo ELA", "Vou levar ELA para casa". É tão mais fácil dizer "Eu a amo", "Vou levá-la para casa". Usa-se menos letras, inclusive. Infelizmente penso que esse barco partiu e até na mídia algumas frases são ditas dessa forma.
É verdade. 😂 Para mim é impossível usar, porque minha mãe sempre corrigia os filhos dizendo que quem tem moela é galinha. Ficou na cabeça. Também prefiro usar os outros pronomes.
De acordo e me parece que aí o que explica é falta de conhecimento para o uso culto da língua. As pessoas esquecem do oblíquo e usam o pronome reto em todas as situações. Também dói-me aos ouvidos
É uma idiossincrasia do português. Abandonamos o sistema de casos do latim, mas queremos mantê-lo nos pronomes. Se se disser "eu amo Maria", o nome não vai para o acusativo (Mariam). Se usar a 2a pessoa (tu) o pronome de acusativo é o TE latino. Mas, se usar a 3a pessoa o pronome é Lhe ou o A (anafórico). É que no latim não havia pronome de 3a pessoa e assim pegamos o demonstrativo illa (no acusativo illam). Então, se abandonamos a declinação de casos para o Nome, por que não abandonar para o ProNome?
Parece que no Brasil se desconhece o uso dos pronomes pessoais objecto direto e indireto, por isso ouve-se dizer por brasileiros, Ela matou ele, em vez de Ela matou-o ou ela não o matou.
É por isso que não considero erro nenhum a construção frásica "mais grande". Nas outras línguas romances não é considerado erro. Nas línguas germânicas só existe maior e menor.
Eu tinha uma professora que sempre corrigia se disséssemos "queria fazer isso..., gostaria de usar aquilo...", ela respondia "Queria? Não quer mais?". Quando ouço um português dizer "gostava de..." eu lembro dela.
Engraçado que, no inglês, é normal usar o "queria" nas formas de "would" e "may". E a ideia, em alguns, é justamente dar uma ideia mais educada nos pedidos.
Também “si e consigo” em referência à segunda pessoa, no lugar de “ti, contigo”. No Brasil, usam-se estes pronomes apenas de forma reflexiva. Ex: Costuma falar consigo mesmo. Desejo falar contigo (não “consigo”).
@@nathanaelpereira5207 Em Portugal, eles usam construções como "quero falar consigo" no sentido de "quero falar com você". Isso não faz nem sentido no Brasil, porque aqui "consigo" é sempre "consigo mesmo". "Vi-o falando consigo" em Portugal = "Eu vi o cara de quem estamos falando conversando com você" "Vi-o falando consigo" no Brasil = "Eu te vi falando sozinho"
'Desejo falar contigo' aplica-se à segunda pessoa do singular, não resolve o problema da terceira pessoa. Penso que o 'consigo', neste caso surgiu como uma extensão semântica para colmatar a falta de um pronome para a terceira pessoa do singular...
@@Krka1716 nunca aconteceria. É realmente errado aqui kkk Tanto é que é muito difícil ouvir "si" e "consigo" sozinhos. Geralmente se diz "si mesmo" e "consigo mesmo". Para se dirigir ao interlocutor com a 3ª pessoa, só temos o "você" e "o senhor", que são usados com bastante frequência.
Me lembro quando estava na escola, tinha uns 8 anos, e uma colega de classe disse à professora de português, referindo-se à uma amiguinha: "ela fica à frente na fila porque ela é mais pequena". A professora atirou o giz na cabeça da menina, como num reflexo, acertando em sua testa. "Ela é MENOR do que você, sua burrinha". Na época, esse tipo assédio ainda era "aceitável" (1993). Hoje em dia, essa professora estaria crucificada. Nunca mais me esqueci que era errado "mais grande" ou "mais pequeno". Aliás, "me lembro", no Brasil, não é considerado erro. Particularmente tendo a usar o pronome pessoal depois do verbo, mas nesse exemplo em específico soou-me não-natural.
Brasil prefere próclise. "Eu te amo" com remoção do sujeito, fica naturalmente "te amo". Regra de verbo antes de pronome de objeto é consistente com outros idiomas como, por exemplo, inglês, "I love you", e alemão, "ich liebe dich". A regra de ênclise é mais uma descrição da gramática em Portugal que virou prescrição sem muito respaldo no uso no Brasil.
Vivo no Brasil. Aqui, "gostava" é usado apenas no "pretérito perfeito" e pessoas que não tem contato com a língua falada em Portugal podem não perceber o que se está a dizer.
Sou brasileiro e professor de história.
Seu canal está me ajudando muito na história da língua e do pais !
Obrigado!!
Professor de história? Será que tu é daquela geração de professores que se formaram depois do ano 2000 ??? Não é possível um negocio desses.
Olá! Realmente no Brasil, o Futuro do Pretérito (Gostaria) não pode ser substituído por (Gostava) com o mesmo sentido, pois há uma distinção clara entre algo ocorrido e algo poderia ocorrer. "Quando eu era criança *gostava* muito de sorvete de morango, porém a sorveteria fechou. *Gostaria* que a loja voltasse a operar para provar novamente aquele sabor de infância". Obrigado por postar vários conteúdos interessantes! 😊
Não adianta tentar explicar a diferença entre gostava e gistaria aos portugueses por que eles não vão entender e nem aceitar. Da mesma forma que no Brasil os brasileiros não acham errado dizer: "mandei para ela" ao invés de dizer mandei-lhe ou lhe mandei, ou dei para ela ao invés de lhe dei. Oa brasileiros também cometem erros gramaticais de doer os ouvidos.
Então porque é que usam "queria" se para vocês é algo ocorrido?
Não é bem assim. “Eu queria um sorvete” pode ser usado no lugar de eu “eu quereria”, “eu podia fazer isso quando quisesse” no de “poderia”… talvez por também terminarem em “ia”, mas o fato é que também usamos o pretérito imperfeito no lugar do futuro do pretérito…
@@wandergarcia8105 creio que vão entender sim, se não aceitarem pior para eles há uma distinção clara, ainda que lá não usem. Sobre falar ''mandei para ela'' é errado? Não sabia.
@@wandergarcia8105 "Dei para ela" não é errado, principalmente quando é usado para evitar ambiguidade.
"Dei a ela um echarpe e a ele, um lenço."
Sou de SP/SP casada com um covilhanense e moramos em Londres. Eu falo o meu Português ele fala o dele, a gente se entende perfeitamente desde de sempre e tá tudo certo. Quando comecei a ter contato com o Portugues Europeu através não só do meu esposo mas com amigos portugueses, sempre tive esse cuidado de prestar atençao tipo, eles estão falando errado ou fala-se assim em Portugal? O mais pequeno/grande (entre tantas outras coisas), foi assim, ouvi 1x, 2x, 3x e como quem não quer nada perguntei se era o correto em PT, pra eu não corrigir, sem necessidade, né . 😂
Quando cheguei em Portugal, há quase 22 anos, o que mais me fazia confusão era o uso do pronome consigo. Na gramática brasileira é usado apenas como pronome reflexivo (ex: Maria pensou consigo mesma...). Cá em Portugal é usado como pronome de tratamento formal na terceira pessoa. Doía nos ouvidos, mas hoje já estou habituada.
Pareço eu no Brasil quando me vieram perguntar se tinha ciência dos termos e condições de um contrato. Nunca antes tinha visto a palavra ciência usada fora do contexto científico. Tive que pedir para repetir até perceber que estavam a perguntar se eu estava ciente.
@@luderpt, mas justamente: ciência/ciente, decência/decente etc.
Carlos Nogué já mencionou esse costume em Portugal. Na verdade, pela estrita gramática si e consigo são puramente reflexivos. Como objeto, o mais apropriado é dizer: gosto muito de (ti, você, senhor, vós) em vez de gosto muito de "si".
No Brasil falar "mais pequeno" é quase um crime kkkkkk.
Vai levá porroda. hahahahaha
Mas falar "de menor" no lugar de "menor de idade" já é aceitável, né?
Na verdade, a gramática permite o uso de "mais pequeno" em qualquer circunstância, mas os falantes e alguns professores inventaram a "regra" de que não se pode usá-lo.
O que é algo intrinsecamente absurdo.
@@100Saco-61 mas de menor é uma gíria.
Aqui no Brasil é muito comum usar o pretérito imperfeito na linguagem oral e informal, só na língua escrita. No dia a dia se diz "se eu pudesse eu tentava", mas na linguagem formal sempre se diz "se eu pudesse eu tentaria", por exemplo.
@@nunkatsu Bem lembrado.
Mais correto. Mais correto em português europeu é gostaria. É o português formal. Igual ao português brasileiro. Gostava, neste caso é português informal mas muito comum.
Pode dizer também "eu ia tentar" ou, mais formal, "eu iria tentar".
Curiosamente, no seu comentário usou uma construção que em Portugal não se diz. Você usou "no dia a dia se diz" mas nós achamos isto errado e diríamos "no dia a dia diz-se". A forma "se diz" também se usa em Portugal, como eu aliás usei na minha primeira frase, mas noutro contexto.
Na verdade, eu iria tentar é coisa nova. O normal é dizer eu tentaria ou ia tentar.
Aqui no Brasil, eu tinha um professor de Física na faculdade que usava naturalmente a expressão "mais pequeno".
O cara conseguiu fazer algo histórico, unir Portugueses e Brasileiros nos comentários. fantástico!😅
Chamou-me a atenção de que em Portugal se diz “preciso de fazer algo”, ao passo que no Brasil 🇧🇷 não utilizamos a preposição “de” nessa construção.
Caro Professor, suas abordagens são muito curiosas e educativas.
Para um brasileiro o uso escorreito do idioma português não aceita o pretérito imperfeito no lugar do "condicional", que no Brasil tem o estranho nome de "futuro do pretérito".
Mas o citado "erro" é muito comum. Algumas pessoas dizem, por exemplo, "se eu fosse você eu comprava este carro". O emprego adequado do verbo seria "eu compraria", pois o "se" cria essa condição.
Parabéns por seu trabalho.
Rubens.
No Brasil se usa o pretérito imperfeito também. Só que em vez de "gostava", usamos "queria".
"Gostaria" é um pouco formal. "Quereria" nunca é usado.
É que são dois verbos que funcionam diferente.
Eu posso dizer "Eu quero esse doce", que você passa a mensagem. Mas como fica meio mal-educado, damos uma amenizada com o pretérito imperfeito: "Eu queria esse doce".
Agora "gostar/adorar" tem outro sentido.
Se você fala "Eu gosto desse doce", isso não significa nada.
Já se você diz "Eu gostaria desse doce", dá o sentido de possibilidade (se fosse possível).
Outro erro no Brasil é usar regist(R)o sem R. Aliás, em todas as línguas latinas há o R.
Seria interessante saber como e quando o R deixou de ser usado nesta palavra no português-PT, pois me recordo de lidar com documentos portugueses do século XVI em que "regist(R)o" era grafado com R.
Parabéns pelo canal e vídeos!
Já vi e ouvi o própio (sem R), como no espanhol
Nunca vi usarem "registo". Ouço, às vezes, falarem "reZistro".
Olá, Luso.
Você disse, no começo do período, que é um erro no Brasil, mas, no caso, seria Portugal, não?
É até mais o contrário - a palavra em português clássico era na maioria das vezes escrita sem esse "r", esse "r" caiu em português durante a transição do latim para o português. Foi o português brasileiro que voltou a colocar esse "r" nessa palavra por influência do registo culto e latinizado dos jesuítas, que foi provavelmente onde tu leste isso.
@@lucas-prado, no Ceará se fala assim.
Muito bom! Há também a diferença entre o gerúndio e o infinitivo. Exemplo:
Brasil : Você está trabalhando?
Portugal: Você está a trabalhar?
No Alentejo falamos da mesma forma que no Brasil, usamos o gerúndio para tudo. Curioso...
@@luderpt dizem que é influência celta usar o "a", mas como a região do Alentejo hoje mesmo ocupado por celtas fora ocupado por árabes por mais tempo pode ter perdido essa característica na sua língua românica antes de vir o galego do Norte.
desculpa, em Santa Catarina fala-se mais pequeno normalmente, sobretudo no litoral.
Não há certo nem errado... há somente diferente!!!
No Brasil eles dizem "vou na praia" isto em Portugal seria inadmissível. O verbo de movimento "ir" aqui deve sempre ser combinado com a preposição "a" (para situações de cariz mais temporário) ou "para" (para uma situação mais permanente), mas jamais com a proposição estática "em" quando nos referimos a lugares.
Lá também é inadmissível gramaticalmente, mas ninguém sabe e todos acham normal....
No Brasil também é inadequado dizer "Vou na praia". Nas escolas, ensinamos a forma correta, mas como a língua é viva e se atualiza o tempo todo, os cidadãos brasileiros acabam por optar por usar a preposição "de" em vez da preposição "a".
@@lucasfranco1808 Optar? Ninguém opta, o fenómeno dá-se por repetição coletiva, agora é tarde...
Na linguagem coloquial sim. Porém é ainda mais comum nós brasileiros falarmos "vamos 'pra' praia" do que 'na'. 😅
@@deutugalpara muitos é opção sim, uma vez que muitos sabem a forma gramatical correta. Só que soa estranho usar a gramática o tempo todo, pois traz uma ideia de arrogância.
Oha na minha região aqui no Brasil dizemos "mais pequeno" sem nenhum problema... é comum,. Agora realmente "mais grande" não se usa.
No caso do verbo querer, usamos muito o pretérito imperfeito. "Eu queria ir ao cinema" ou quando vais comprar algo e dizes "eu queria quatro pães". No Brasil fica meio duro, até grosseiro dizer "quero quatro pães", exceto no nordeste. Também se te perguntarem como preferes o bife, é normal responderes "eu preferia mal passado". Em vários outros casos também se usa o pretérito imperfeito, geralmente quando se quer ser educado com a pessoa." No geral a tendência é usar o condicional, mas o pretérito imperfeito muitas vezes, em situações pontuais, pode ser usado como uma forma de educação. Varia um pouco de região para região, no sul e sudeste do país é como falei, já no nordeste se usa muito o imperativo e ninguém se ofende, enquanto no sul e sudeste é grosseiro falar no imperativo. O Brasil é muito grande e cada região teve um povoamento diferente, então é quase como se fôssemos vários países diferentes. Pra cá veio gente de todas as partes do mundo, qualquer pessoa passaria tranquilamente por brasileiro.
Creio que seja por causa duma certa cacofonia em "quereria" e em "preferiria".
No Brasil usamos a palavra a palavra ( entender e perceber) em contexto diferente, é aqui é tudo igual.
Por exemplo. Eu não entendi o que você disse.
Eu não percebi que que você cortou o cabelo. É quando estive qui achei tão estranho e as vez ficava sem entender que as pessoas queria dizer.....kkkk
@@cmlcor218 o imperativo às vezes soa rude, tanto que é comum trocar pelo indicativo, faz isso (mesmo quando se usa você), não faz aquilo... o caso do quero é um indicativo também
Se não me engano, se usa "más grande" em espanhol, pois "mayor" se refere a alguém mais velho.
Você está certo. Porem mayor em castelhano pode usar-se também para comparar cantidades "x es mayor que y".
Exatamente, mayor e menor em espanhol o mesmo que mais velho e mais novo em português...
Por exemplo ao falar que o filho mais novo é o maior de todos vc diria que el hijo menos es el más grande de todos.
Eu achei isso muito estranho quando comecei a estudar espanhol.
Um exemplo interessante é o uso dos "Porquês" , são diferente s nos dois paises.
Quando criança lá no Brasil, quando falava (eu queira...meu pai já dizia “se querias, não queres mais “ assim o correto é falar “eu quero isso ou aquilo “
Eu gostava de...é passado, mas ao chegar em Portugal é diferente quando se diz “eu gostava de saber...”é tempo presente. Achei lindo essa maneira de falar 😂
Na sua excelente explicação você usou o verbo "planear" enquanto no Brasil não se ouve ninguém falando assim, usamos mais "planejar" .
Verdade. Em Portugal também falam “ dador de 🩸 sangue” e não “ doador”. Camião 🚛 e não caminhão. Registo e não registro. E usam muito “ se calhar” que, dependendo do contexto, pode significar sim, não, talvez e sabe lá Deus o quê mais. Enquanto no Brasil “ se calhar” dá sempre a ideia de dúvida, de algo que depende de outras coisas para acontecer ou de uma coincidência inesperada. “ Se calhar vou visitar fulano” quer dizer, se der certo, se não chover, não é certeza que vou. Também no exemplo “ Eu estava no mercado e calhou de encontrar com fulana que eu não via há muitos anos”. O encontro foi por acaso, nada planejado. Ou planeado 😂
Isso por que em Portugal tende-se a utilizar certo vocabulário do país vizinho, da Espanha, mais particularmente da Galicia. Na Espanha também se fala planear, conduzir e não dirigir, grelos e não nabiça, casa de banho e não banheiro, sítio e não lugar, etc. No entanto eles não utilizam o gerúndio como o Brasil e Espanha utilizam.
@@PorDentrodaGrandeGuerraMundial Portugal sofre uma forte influência espanhola na evolução do português; enquanto o Brasil é mais conservador neste ponto.
Eu já diria que se usa somente planejar. Planear soa tão estranho que alguém pode até pensar que seja uma forma alternativa do verbo planar.
Também é usado em Portugal esse verbo com a segunda grafia, mas é em menor uso, mas é possível por vezes encontrar alguém que use "planejar". A verdade é que essa grafia era padrão em Portugal até ao século XX.
Esse uso do gostava em Portugal de fato soa estranho ao brasileiro. Mas pensando aqui, é como o "precisava" que no Brasil usamos similarmente indicando futuro e achamos normal. "Eu precisava falar com você " . Soa normal aos ouvidos do brasileiro. Parabéns pelo canal!!!!!
Em Portugal as duas palavras:
1)Fato
2)Facto
Têm significados COMPLETAMENTE diferentes.
Em Portugal a palavra "fato" significa um conjunto de roupa 👖👗.
Por exemplo : Fui a uma reunião de trabalho e vesti o fato azul escuro.
A palavra "facto" significa uma constatação. Um acontecimento real. Algo que aconteceu de facto.
Como por exemplo: Um facto histórico documentado 📚📖📝.
@@vieiradosreismariadelurdes9105, sim, nós o sabemos. Mas no Brasil não se pronuncia esse C e, portanto, tampouco se o escreve. Temos, então, fato, factível. Fato, como roupa, não temos aqui. Dizemos terno ou costume (traje de escritório masculino), terninho ou tailleur (traje de escritório feminino). Para fato de banho, dizemos sunga, bermuda/bermudão (para as vestes masculinas) e maiô (fechado) ou biquíni (em duas peças) - para o traje feminino.
Usar o pretérito imperfeito do verbo gostar para dizer "I would like" me confundia muito no início. No Brasil, o "gostava" não tem essa acepção e sempre me dava a impressão de que a pessoa estava falando sobre algo no passado. Antigamente, se eu escutasse alguém falando "gostava de ler um livro", minha reação seria perguntar "e hoje você não gosta mais?" kkkkkkkk
Mas ver os portugueses dizerem "gostava" dessa forma me fez repensar bastante sobre minha própria variante. Nós também usamos o pretérito imperfeito onde deveria ser usado o futuro do pretérito (ou condicional, como vocês dizem aí em Portugal) com outros verbos. Por exemplo, dizemos coisas do tipo: "se eu ganhasse na loteria, eu ia à Europa" em vez de "iria à Europa".
Muitos parabéns por esta tão interessante série de vídeos! A língua portuguesa agradece!🙂
Olá, professor Marco!
Antes de tudo, gostaria de agradecer pelo excelente conteúdo deste canal.
Realmente, aqui no Brasil, se alguém disser "gostava de ler um livro", vamos esperar um complemento: gostava de ler quando, onde etc.
Já nós ficamos a pensar "gostaria de ler um livro SE....?"
Qual é a condição para a acção se realizar?
@@lxportugal9343 Isso porque o que o senhor vê como "condicional" nós, brasileiros, classificamos como Futuro do Pretérito.
@@spartacocarlos8417 Vocês alteraram o nome da conjugação 🙂, que eu saiba nunca foi chamado assim
O condicional é uma conjugação de "MODO", não é uma conjugação de "Tempo".
Já o "Pretérito Imperfeito" chama-se imperfeito exactamente porque a acção pode não estar concluída. É uma conjugação complexa e usada para várias situações, não apenas para acções continuadas no passado, mas também para acções que podem vir a concretizar-se no futuro... daí ser imperfeito
Existe também para situações como o "Pretérito Imperfeito de conveniência" , exemplo "Gostava muito MAS...."
No Brasil, quando uma criança começa a fazer comparações de tamanho, naturalmente tende a dizer "mais pequeno", "mais grande" e, por vezes, até "mais maior" e "mais menor". A criança ainda não sabe das regras e fala como lhe parece natural.
Porém, por lá (sou Brasileiro vivendo em Portugal), basta um miúdo dizer uma dessas expressões, que é como se tivesse cometido um crime contra a humanidade. Pais, tios, avós, professores, imediatamente irão dizer o clássico "Não existe mais pequeno, é menor!", ou "Não existe mais grande, é maior!", isso se não falarmos da época em que era aceitável bater em uma criança por causa disso (ou por qualquer outra causa).
Por isso, creio que muitos Brasileiros ao vir a Portugal e escutar "mais pequeno", devem ter um reflexo instantâneo de "nó no estômago". Eu sei que tive por algum tempo! É natural, afinal fomos corrigidos de maneira veemente quando crianças (e por isso éramos corrigidos tão rapidamente, afinal nossos pais também o foram).
Já no sentido oposto, há algumas regiões no Brasil em que é totalmente comum e aceito usar "tu" mas não conjugar o verbo corretamente, então diz-se "Tu vai", "Tu compra", "Tu corre", o que imagino que gera o mesmo "nó no estômago" dos Portugueses - e até de alguns Brasileiros, já que gramaticalmente falando, isso é "errado" também no Português do Brasil, porém se tornou normal no idioma do dia-a-dia em diversas regiões. Pode ser interessante um vídeo sobre esse tema também: "erros" que são aceitos por ampla maioria e praticados corriqueiramente, ou quando a gramática e a língua falada ficam "fora de sincronia" (sei que é assim que muitas inovações surgem nas línguas mas, inicialmente, o padrão é haver resistência).
Obrigado!
Boa tarde desde Mairiporã - Brasil ! Esta diferença de uso de pretérito imperfeito (Portugal ) e condicional ( ou Futuro do pretérito como chamamos aqui no Brasil) é bem curiosa e eu ja a tinha ouvido falar mas sempre e somente para o verbo "Gostar". Há outros verbos do qual se lembrem de serem usados em tempos diferentes ai e aqui ? Grande abraço e parabéns pelo seu trabalho.
É muito comum ouvir no Brasil: "se eu pudesse, eu fazia". Eu mesmo digo isso de forma automática na linguagem oral, mas sempre tive duvidas se era correto ou não. Obrigado por esse vídeo...
Olá, Marcos. Muito interessante as suas observações. Eu fui professora no Brasil e agora vivo cá em Portugal. Confesso que ainda me causa estranheza, quando escuto "mais grande/pequeno". 😅
Eu já observei que, quando alguém fala diretamente comigo, às vezes usam o meu nome, como se estivessem a falar de mim e não comigo, enquanto que no Brasil usaríamos simplesmente "você ...". Foi só uma observação, não encare como crítica. Eu até já me acostumei a não usar mais o gerúndio, e substituí-lo pelo infinitivo: "estou a fazer ...".😊
Parabéns pelo vídeo.
Olá, @emirthomas1.
Também percebi o mesmo uso do próprio nome em terceira pessoa.
Como, por exemplo: "José então pegou o martelo".
Enquanto no Brasil seria: "Eu peguei o martelo".
Imaginando que o próprio José relatava.
'Mais grande' também não se diz em Portugal. Só 'mais pequeno'.
Pois é, não faz sentido.😅
O gerúdio, claro, pode usar, se quiser. Mas com o passar do tempo, é natural que use menos.
@@jeanoliveira4832não é bem isso (embora alguns jogadores de futebol e às vezes o nosso Presidente falem assim 😅).
O que se passa é o seguinte: eu estou a falar com o Fernando, mas para não usar 'tu' (pode ser muito informal para ser usado com o Fernando), em vez de usar 'você' (demasiado depreciativo, num certo sentido, por vezes), ou usar 'o senhor' (demasiado formal, em determinadas situações), uso 'o Fernando'.
Assim: estou a falar com o Fernando e digo: "O Fernando gosta de arquitectura?",
em vez de dizer "Você/ o senhor gosta de arquitectura?"
ou
"Tu gostas de arquitectura?"
Pois é, isso de falar o nome em lugar de "você" ou "tu" sempre me espanta! Fico um segundo procurando a outra pessoa com o mesmo nome que eu, hehehe!
Hoje alguém me disse que acha engraçado eu dizer "Eu estou a ir a tal lugar..." Penso que é em Portugal que se diz assim... e como eu gosto assim... eu digo. Abs... e parabéns pelas boas aulas e pelo bom canal.
Um exemplo muito bom também é a questão dos "porque/por que"s
Sei que no Brasil há 4 e em Portugal 3, mas não lembro como funcionam em terras tugas.
Aqui fica um vídeo sobre o tema: th-cam.com/video/M_fpFOZdpV4/w-d-xo.html :)
Em Portugal há diferença entre o porque e o porquê, no Brasil soa o mesmo....
@@deutugalnão é não espertalhão.
"Porque" é usado em respostas, "porquê" é sinônimo de motivo/razão.
Esses 2 porquê? Porque:
"Menos pequeno" foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando vi o título do vídeo. Assisti para saber qual seria o outro erro. Nós brasileiros também usamos muito o pretérito imperfeito em vez do condicional (ou futuro do pretérito, como aprendi) no cotidiano, mas curiosamente não esse "gostava". Falamos "gostaria" de maneira mais formal, mas o mais comum é "queria", voltando ao pretérito imperfeito.
Acabo de encontrar seu canal😍❗Amo o nosso idioma🇧🇷🇵🇹, um abraço de um Brasileiro vivendo na 🇪🇸🫶🏿
Em Portugal costuma-se dizer a frase ( ATÉ AO FIM ), ao passo em que no Brasil usa-se ( ATÉ O FIM ).
Vi o autor do vídeo, falando "planeada' em lugar de planejada, como dizemos no Brasil.
Uma diferença é que aqui no Brasil usamos mais próclise do que ênclise. Não sei se é erro em Portugal usar próclise em frases como "eu te amo". Acho que os portugueses considerariam "eu amo-te" correto.
Aqui é comum o uso da próclise até no início de frase, que seria erro aqui no Brasil tbm, só que é tão comum na língua falada. Exemplos: "Me chama depois", "Me diz o que você achou.", "Se encontra comigo às 15". (Sim, além da próclise, até o modo verbal está errado no Brasil, os verbos deveriam estar no modo imperativo, mas é assim que as pessoas falam).
Depende do contexto, se for isoladamente, acho que nunca ouvi dizer 'eu te amo' em Portugal. Mas se for inserida numa frase, em que a sintaxe implique uma inversão para a próclise, claro que acontece sempre, sendo mesmo necessária, ex: 'não/nunca/que... etc. te amo'.
No entanto, há situações em que se podem ver as duas alternativas, por exemplo em versículos biblícos, podendo ver-se 'Eu digo-vos' ou 'Eu vos digo'.
E que o certo seria a pessoa dizer Eu amo-te e a outra responder eu também te-amo mas os brs não fazem muito isso como voce disse, usam apenas o te antes em todas as situações em vez de os misturar. Eu adoro como nos fazemos todos erros kkkkkkk o que um faz bem o outro faz mal
Eu vivo em Portugal e fico perdida quando me falam você vais sempre a tal lugar ( exemplo), eu respondi que não, na verdade estava me perguntando se eu iria.
Olá Marco...❤
Na minha terrinha santa e país, a gente diz é mais grande exactamente como no espanhol...😂
Eu aprendi falar assim pq é bwe lógico pra mim/nós e correcto pra mim/nós...😂
Um grande "kandandu" pra ti...❤
Excelente vídeo, parabéns. Gosto muito de conhecer essas particularidades que distinguem ou aproximam nossas variedades da língua portuguesa.
Olá, professor Marco. Acabo de descobrir este vídeo e o seu canal. Que surpresa agradável te-lo encontrado. Tenho um exemplo um exemplo interessante que acho que poderia ser assunto de um próximo vídeo. Aliás, tenho dois mas, por agora vou expor apenas um deles.
No Brasil se diz: “Olá, Maria. Hoje é quinta-feira. Você ainda tem a intenção de vir à minha casa para jantarmos juntos?”
E em Portugal comumente dir-se-ia: “Olá, Maria. Hoje é quinta-feira. Sempre vens à minha casa para jantarmos juntos?”
Vivo aqui há mais de sete anos a deliciar-me com estas descobertas e compreensões da nossa língua, e já bem adaptado a forma de se comunicar portuguesa. Entretanto não consigo ou não me sinto seguro a usar o “sempre vens” como no exemplo acima por talvez não ter compreendido perfeitamente a função desta expressão.
Engraçado é que ao escrever aqui brevemente já me ocorreram dois outros exemplos de diferenças no uso da língua entre Brasil e Portugal (!), que num próximo vídeo poderei comentar e perguntar sobre esses.
O uso do “você” na maior parte do Brasil substituiu o “tu”, sendo considerado informal. Quando nos dirigimos a alguém formalmente usamos “senhor” ou “senhora”. Nos extremos norte e sul do país, porém, o tu ainda é usado. Mas, no sul, geralmente, de forma incorreta (segundo a gramática!) como “tu quer” ou “tu viu”. Muitos cariocas também usam o tu assim como em “tu viu, meirmão?” ou “o qué que tu acha disso?”.
Nada disso! Aqui no Brasil as pessoas nem sequer cumprimentam, falam contigo sem menor vergonha. Acho invasivo! Detesto quando chamam de “moço” e “moça”. Se alguém me chama disso eu respondo “pois não DONA MOÇA”?
Tu queres e tu viste...
Como assim "incorreta"? Pernóstico seria usar da forma que você consideraria correta.
É tão verdade que a maioria dos brasileiros perde-se ao tratar por tu e não sabe conjugar. Estou a falar mesmo de figuras públicas, atores, etc. O único estado do Brasil onde ouvi as pessoas usarem tu com a conjunção correta foi no Pará (possivelmente também no Amazonas).
@@pedritu147 nos interiores do Rio Grande do Sul ainda se conjuga corretamente, pelo menos alguns falantes. Eu sou paulista, aqui o TU existe apenas nos livros então, mas me irrita ouvir ''tu vai''
Aprecio muito os vídeos. Excelente trabalho!
Seu canal é incrível, Abraços de São Paulo, Brasil 👍🏻👏🏻
No Brasil, dizemos "Eu queria" quando queremos dizer "Eu quero". Parece-me o mesmo caso.
Marco, sou novo no canal. Você já mencionou o uso do gerúndio? Poderia ter pesquisado seus vídeos anteriores, mas o tempo livre anda curto...Grato! Parabéns por seu trabalho!
É possível usar mais pequeno ou mais grande pra descrever 2 características de um mesmo ser. Por exemplo: Aquela casa é grande e barta mas é mais grande do que barata.
O condicional no Brasil é chamado de futuro do pretérito.
Uma observação: nós brasileiros cometemos muitos erros na oralidade e por não sermos corrigidos passamos para o papel. Mas isso também ajuda a explicar por que em provas de concurso e vestibular o português é um conteúdo que precisa ser muito estudado, pois o que é cobrado em testes é a gramática normativa que não praticamos.
"futuro do pretérito" é uma invenção.
O condicional é uma conjugação de Modo, não uma conjugação de tempo.
O condicional implica uma condição para a acção se realizar
O "futuro do pretérito" significa o futuro do passado.
É meio estranho isso, não acha?
Já o "condicional" indica uma condição para a acção.
Exemplo:
-Eu gostaria de ir ao cinema SE (condição) tivesse companhia.
Porque é que alteraram o nome da conjugação?
Quando ainda por cima é uma conjugação de "modo" e não é uma conjugação de "tempo"
Lembro-me de estudar para os exames a via aulas na internet e lembro de uma professora de português do Brasil a pedir aos alunos que tenham cuidado com coisas que em Portugal são automáticas.
Aí percebi que o Português normativo ás vezes parece contrário ao Português do Brasil, especialmente no que toca á diferença entre a pronúncia Brasileira e a forma de se escrever.
@@michelipires2240 sim! Infelizmente no Brasil se vc corrigir alguém será visto como prepotente e arrogante.
Danke!
Muito obrigado!
@@marconeves Obrigado ao senhor por abrir nossos olhos para este idioma tão lindo e rico. Que tal um video de Camões, ou melhor dizendo de sua obra? Abraços de Zurique
Muito obrigado pelo video. Nomeadamente quanto ao uso do Pretérito Imperfeito. Trabalho na área das dobragens e muitas vezes os textos chegam-nos traduzidos por "tradutores automáticos" que usam formulações do português do Brasil e na nossa oralidade soa sempre estranho. Obviamente, tentamos "adaptar" à nossa realidade mas torna-se uma tarefa muito desgastante e difícil visto que, com o tempo, estas diferenças se vão infiltrando no nosso falar.
Há tradutores que são feitos através de contribuições dos utilizadores.
Resultado... no facebook já vi:
"vamu que vamu" para "let's go"
"Inautorizado" para "Unauthorized"
No Brasil chamamos de dublagem. Dobragem seria algo referido a dobrar algo físico, como dobrar um papel ou dobrar roupas etc
Algo generalizado no Brasil é o proclítico, apesar de ainda se usar ênclise na escrita, há muitos que generalizam próclise mesmo no início da frase escrita. Somente quem é estudioso da gramática tradicional por aqui que percebe o relativo erro.
Olá, Marco. Aqui no Brasil pouco se utilizam os pronomes-objeto, por exemplo: 'Eu conheço ele', ao invés de 'Eu o conheço.' Na língua escrita sim se os utilizam, mas na falada raramente. Me parece que os portugueses não o fazem, ou me equivoco? Saudações desde Santa Catarina, sul do Brasil.
É interessante como o mesmo idioma adquire etiquetas diferentes em cada cultura. A exemplo do "gostava", corrigido no Brasil para "gostaria", há um contexto específico em que é frequente usarmos o pretérito imperfeito para manifestar vontades e desejos, como quando entramos em uma loja: dizemos "eu queria...", em vez de "eu quereria". Mas não usamos em contextos formais de jeito nenhum.
Caro Marco Neves, antes de mais parabéns pelo canal, os vídeos são muito interessantes e vale a pena subscrevê-lo. Tenho aprendido muito!
Não sei se já foi abordado no canal, mas em Portugal temos o hábito da dupla negação: NÃO gosto de NINGUÉM; NÃO sabes fazer NADA... Não sei se no Brasil também o fazem. Sou professor de Matemática, e em termos de lógica a frase "Não sabes fazer nada" tem o mesmo significado que "sabes fazer tudo", mas não é esse significado que nós atribuímos. Só me apercebi disso quando vivi em Inglaterra e, quando o meu inglês era ainda muito mau, usava a dupla negação em Inglês e achavam estranho o que dizia.
Cumprimentos
Muito obrigado pelo comentário!
Já publiquei um vídeo sobre o tema. O inglês é uma excepção entre as línguas europeias (ou melhor, será uma das excepções). A lógica da negação deve ser entendida em cada oração e não em cada palavra. Ou seja, cada verbo é ou não é negado, independentemente do número de advérbios usados. "Não vou" é igual a "não vou, não!" ou "não vou nunca" - são sempre negações. No entanto, se reparar, quando temos orações diferentes, aplica-se a lógica: "não há nada que não me aconteça" = "acontece-me de tudo".
O vídeo é este: th-cam.com/video/XTRW0XfqMgg/w-d-xo.html
Mesmo que não concorde, espero que continue a gostar do canal! :-)
@@marconeves muito obrigado pela sua resposta! Acabei de ver o vídeo e esclarece exatamente o que comentei. Com certeza irei continuar a acompanhar o canal!
Muito obrigado. Suas observações são excelentes.
Muito interessante!
Obrigado! :)
Os brasileiros tendem a simplificar a língua na comunicação diária. A língua escrita é em geral diferente falada. Em várias regiões do Brasil não se usa o tu conjugado corretamente: tu vai, tu veio, tu foi, etc. Todo mundo sabe que é errado mas continua usando como se fosse certo.
Uau! Desconhecia completamente o segundo exemplo (brasileira aqui)
Adoro seu canal. Sou brasileiro e professor de inglês. Digo sempre a meus alunos que a língua (idioma) é para se comunicar, então, nem tudo que falamos está na gramática formal porém, se o ouvinte entender, perfeito. Contundo, para um exame, concurso e entrevista, deveria-se utilizar a forma padrão (gramática oficial) somente para obter uma pontuação maior. Sendo assim, se falar fora do padrão, na hora de uma entrevista, não se consegue converter.
Como brasileira vivendo em Portugal já observei que usam as palavras “ devido” e “ derivado” como se significassem a mesma coisa. Enquanto que no Brasil há uma grande diferença entre elas. Devido pode ser substituído por “ por causa de”. Enquanto derivado é o produto que depende de outra substância para existir, como no exemplo “ o queijo e o yogurt são derivados do leite”. Durante a pandemia cansei de ver avisos que “ derivado à pandemia não se admitem pessoas que não usem máscaras “. Já vi frases semelhantes em livros e jornais portugueses. Para mim soa muito estranho. Gostaria que o professor explicasse.
Usar "derivado" como sinónimo de "devido" é um populismo. Há muita gente que o diz em Portugal, mas quase sempre pessoas sem grande instrução.
Isso é um erro em Portugal
Devido *a* ...
Derivado *de* ...
Isso é uma coisa muito recente... e até me faz uma certa comichão nos ouvidos a mim, que sou Português
Tem toda a razão. O derivado e o devido são coisas diferentes. É exatamente como está a dizer. Em Portugal é igual, mas nem todos usam corretamente
Rachei com o "derivado à pandemia"😂
Curiosamente aqui no
Brasil usamos o pretérito imperfeito no lugar do futuro do pretérito (condicional) também, com exceção dos verbos terminados em AR.
Sou português e moro no Brasil. Quando uso o "mais pequeno" e alguém vem dizer que está errado porque não se pode aumentar algo e ao mesmo tempo diminuis (este é o argumento mais invocado), eu pergunto ... e o "muito pouco"? Esse já pode ser usado. Enfim, divirto-me bastante.
Cliquei achando q veria a regra dos porquês brasileira, mas me surpreendi com o “mais pequeno”. Não se trata de um erro pra um brasileiro, mas de uma construção q não se ouve e eu particularmente nunca tinha imaginado 🤯
Edit: “mais pequenininho/ miudinho/etc” pode ser usado casualmente.
Muito bom professor, muito obrigado. Sempre achei que nao há razao gramatical para dizer que "mais grande/pequeno" seja errado. Enfim... obrigado !!
No Brasil, em linguagem oral e escrita não culta, dizem e vê-se escrito esse por este, em situações erradas não apenas em português, mas também na variante brasileira.
Eu acho que todas estão correctas: maior, menor, mais grande e mais pequeno. A partir do momento que consideramos correcto "mais pequeno" também teremos que aceitar o "mais grande". E tendo em conta que em Espanhol se diz "más grande" e "más pequeño", podemos sem qualquer dúvida dizer que estão todas correctas.
Em espanhol até dizem: más bueno e más malo
Sou brasileira morando na Alemanha e gosto do seu canal
Não sei se é considerado errado, mas com certeza é bastante fora do usual. Aqui no Brasil, dizemos "preciso fazer" mas em Portugal, é "preciso de fazer".
Uma construção correta em Portugal e vetada no Brasil é o uso de "consigo" para "você". Aqui esse pronome só é usado quando seja reflexivo. Por ex.:, Eu queria falar COM VOCÊ; mas: Ele falava CONSIGO mesmo!
Marco, faça um vídeo sobre as palavras que os brasileiros usam o acento circunflexo e nós usamos o acento agudo, por ex: Mônica/Mónica, Polônia/Polónia…
Tenho seguido com muito interesse o seu canal. Parabéns pelo seu esforço em divulgar, em português de Portugal, as características do português.
Gostava de lhe perguntar se conhece o porquê do termo de matemática "percentagem" (português de Portugal), no Brasil se diz e escreve "porcentagem".
Nunca consegui encontrar alguma explicação.
Muito obrigado
100% se lê "cem por cento" (no Brasil, pelo menos). Acho que a origem é daí. 🤷🏽♂️
Não sabia que portugueses não falavam "mais grande". De tanto ouvir o "mais pequeno" achava que o oposto também era dito. De fato, a língua não é planejada (ou planeada) artificialmente.
Já o pretérito imperfeito, aqui no Rio de Janeiro, escuto - e falo - informalmente em vez do futuro do pretérito. "Eu queria falar contigo" é bem comum, em vez do raríssimo - quase inexistente - quereria.
Quando em 74 trabalhei com engenheiros portugueses, refugiados da Revolução dos Cravos, eles usavam “consigo” como sinônimo de com você ou com o senhor. Estranhei e, bem brasileiramente, comentei que eles não sabiam português, porque aqui “consigo” é exclusivamente reflexivo. E mostrei-lhes uma gramatica.
Há uma boa diferença no Brasil quanto ao uso das palavras "pesquisar" e "investigar", que se confundem em Portugal. Aqui, investigar é como em inglês "investigation" e pesquisar, como "search" ou "research".
Investigação é policial e pesquisa é científica 😉
Em Portugal, 'investigação' tanto pode ser policial como científica, 'pesquisa' já não se aplica ao domínio policial...
Outra expressão que não faz muito sentido no Brasil é "pra semana" ou "pro ano" a significar "para o próximo ano / próxima semana". No Brasil fala-se "na próxima semana / ano" ou "na semana / no ano que vem"
A expressão está encurtada
Para a semana (que vem)
Para o ano (que vem)
Para a (próxima) semana
No Ceará, se fala (ou se falava) "para o ano", "para o mês ".
Não sei se acontece no resto do Brasil, mas aqui no nordeste (principalmente os mais velhos) dizemos ainda "pra semana" e "pro ano" que na verdade soa mais como "paru ano" como se fosse um "para o ano"
No português falado no Nordeste, “para o ano”, “para a semana” são usados normalmente para se referir a algo que acontecerá futuramente.
Sou do norte do Brasil, e conheço gente aqui que fala assim, tipo "para o ano" com o sentido de "no ano que vem", mas é um uso que está ficando restrito a pessoas mais velhas. Acho que cairá em desuso.
Em algumas regiões do Brasil, particularmente no Rio de Janeiro e em algumas capitais do nordeste, o consigo tinha o mesmo uso que em Portugal. Algumas expressões hoje usadas ainda em Portugal, sumiram da linguagem cotidiana do brasileiro.
O uso não reflexivo do pronome 'consigo' também ocorria nessas regiões que referiu?
O pretérito imperfeito é evitado no Brasil até chegarmos ao verbo preferir, com o qual passamos a utilizá-lo, talvez por causa do som que o futuro do preterito teria: "eu preferia que você viesse".
Tem uma outra frase tipica em Portugal que me sangra os ouvidos, que é algo como, "sempre vens/vai ter a (algum lugar/falgum compromisso ou ação)".Por exemplo: "Sempre vais ter comigo ao café? "
Sempre é uma condições de repetição e continuidade que remete ao passado, mas em portugal usa-se para uma ocasião pontal e açòes que ocorrem uma unica vez. Logicamente não faz sentido algum.
Não tem a ver com isso.
1) Vais sempre a este café?
2) Sempre vais a este café?
A segunda frase é a confirmação de algo que já estava combinado ou dito. Ė a confirmação absoluta.
Esse jeito de falar não vai bem quando se tem com um linguista 😂
Mas ja viste o video? A lógico nao decide como se falam as linguas. Segundo a lógica, "nao quero nada" quer dizer "quero alguma coisa". E obviamente nao quer dizer isso. "Sempre" no sentido de "a pesar de a situacão poder ter mudado" usa-se tambem em francês e italiano.
Para nós faz sentido. A utilização de "sempre", neste caso, serve para a pessoa que convida ter a certeza que realmente o convidado(a) dá garantias que não falta ao compromisso. Espero tenha ajudaddo. Abraços!
Esse "sempre vais" tb se usa na Colômbia , por ex.
O que me dói nos ouvidos, é no brasil não respeitarem os verbos em número e género, assim como os tempos verbais
Melhor x mais bem.
Taí um assunto interessante.
Uma coisa que é usada aqui no Brasil é concordar o substantivo "aceite" em género. Em pt-pt falamos "A ideia foi aceite por todos" mas em pt-br falam "A ideia foi ACEITA por todos". Alguém mais já reparou neste caso?
Não é substantivo; é particípio passado, forma verbal, usada praticamente como adjetivo.
Gostei de ouvir a palavra "sítio".Aqui no Brasil é só "site" e acho empobrecedor.
Gosto muito dos seus vídeos, Marcos. Sempre interessantes! :)
Concordo que o primeiro exemplo pode ser mera formalidade e discordo do segundo, pois nesses casos os tempos verbais indicam ideias completamente diferentes.
Quanto a usar um verbo no pretérito imperfeito ou no futuro do pretérito/condicional, se eu entendi bem, o primeiro exemplo que foi dado (gostava de ler livro) não me pareceu errado, mesmo para os padrões de linguagem brasileira, caso se trate de uma ação que realmente tenha sido praticada no passado. Por exemplo: "Eu gostava de ler livros nas horas vagas do meu emprego, mas parei de ler após um tempo". Não há erro algum nessa frase. Agora, se o exemplo for no sentido de solicitar algo, como uma pessoa ir a uma biblioteca e falar para um funcionário algo do tipo: "Eu gostava de ler um livro", realmente fica estranho, pois faz pensar que se trata de algo que a pessoa fazia no passado, e não algo que ela queira fazer no momento. Porém, antes de pensar em escrever "Eu gostaria de ler tal livro", eu falaria "Quero ler tal livro", pois o gostaria passa a impressão de uma suposição ou possibilidade, de algo que poderia ocorrer, mas que não, necessariamente, irá ocorrer.
Excelente video e explicação. Já agora gostaria de perguntar se é correcto utilizar a expressão "enquanto que" ou basta apenas "enquanto" como utilizou no minuto 1:28. 😅😊
Há uma certa tendência para alguns gramáticos considerarem o "enquanto que" um galicismo, mas não concordo. Já existe na língua há muito tempo, usada por muitos dos nossos grandes escritores (Eça, Garrett, Júlio Dinis, por exemplo). Não me parece que seja um erro.
Muito interessante. Mais pequeno doi até na alma.
Na zona rural ainda se fala mais grande e mais pequeno, porém num exame é considerado erro.pergunto_vos, professor, há a construção: mais maior ainda?
Mais grande e mais pequeno são formas regulares de se fazer comparações com adjetivos. Ninguém reclama de mais ou menos combinados com belo, lindo, compreensível, etc.
Como tais formas são muito comuns, vale a pena existirem formas regulares mais compactas como maior e menor.
Dizer "mais maior" equivale a "mais mais grande". Esse segundo mais acaba sendo estranho. Todavia, "mais grande ainda" seria uma variação bem aceitável pelo caminho da regularidade. Infelizmente não aceitamos muito bem algumas regularidades.
Olá, Marco! Uma coisa que noto bastante em Portugal é o uso do "Por cada" em publicidades e campanhas. No Brasil aprendemos a evitar o uso de palavras que dêem a entender uma outra coisa (no caso do por cada, fica a soar como porcada). Não recordo agora o nome do que acho ser uma regra.
O nome desse fenômeno é cacofonia. Caco vem de feio, desagradável e fonia vem de som. Então, quando cometemos uma cacofonia, estamos fazendo um som desagradável.
'Por cada' e 'porcada' têm pronúncias distintas em Portugal ('pur câdâ' e 'purcádâ' respectivamente), além de 'porcada' não ser comum. Logo, essa questão nem se coloca.
Muito interessante estas diferenças na aplicação da língua .
Acredito que a questão do "gostava de ler um livro" no Brasil chega a ser mais do que somenete etiqueta.
Se você falar isso aquí todos vão pensar em um costume no passado e não um desejo no presente.
Ou seja, é mesmo uma diferença gramatical real. É possível. Muito obrigado! :)
@@marconeves realmente, "gostava de ler um livro" no Brasil não soa como um pedido mas como que você "gostava" e talvez "não goste mais de ler um livro".
"gostava de ler um livro" está corretíssimo.
O pretérito imperfeito pode ser usado para acções continuas no passado, mas também para acções que podem vir a concretizar-se no futuro e expressar desejos que podem ou não concretizar-se, por alguma razão é que ele se chama IMPERFEITO, porque a acção pode não estar concluída.
A teoria que o condicional era melhor para expressar desejos, não tem muita sustentação nem mesmo no Brasil, porque no Brasil varia conforme o verbo utilizado. Quando é usado o verbo gostar usam o condicional... mas quando é usado o verbo querer usam o pretérito imperfeito.
@@lxportugal9343 Sim, Manuel, isto vale para Portugal, mas a questão é justamente que no Brasil essa construção não soa natural, aliás soa errada mesma.
@@paulidiomas Ok Rosinaldo, então no Brasil as conjugações mudam conforme o verbo utilizado soe melhor ou pior, mais bonito ou mais feio é isso?
Realmente muita coerência...👍 ... desgraçados dos estudantes
Em outras palavras, a norma culta do português do Brasil (PB) é diferente da norma culta em Portugal (PT). Neste caso, deve-se entender que a norma culta é essa etiqueta linguística que se referiu o professor Marcelo Neves.
Agora, um erro que me faz sangrar os tímpanos, no Brasil: "Eu amo ELA", "Vou levar ELA para casa". É tão mais fácil dizer "Eu a amo", "Vou levá-la para casa". Usa-se menos letras, inclusive.
Infelizmente penso que esse barco partiu e até na mídia algumas frases são ditas dessa forma.
Isto tem a ver com a forma como a língua evoluiu e sofreu outras influências... Já notou o italiano: "Io me chiamo Ana" ?
É verdade. 😂 Para mim é impossível usar, porque minha mãe sempre corrigia os filhos dizendo que quem tem moela é galinha. Ficou na cabeça. Também prefiro usar os outros pronomes.
De acordo e me parece que aí o que explica é falta de conhecimento para o uso culto da língua. As pessoas esquecem do oblíquo e usam o pronome reto em todas as situações. Também dói-me aos ouvidos
É uma idiossincrasia do português. Abandonamos o sistema de casos do latim, mas queremos mantê-lo nos pronomes. Se se disser "eu amo Maria", o nome não vai para o acusativo (Mariam). Se usar a 2a pessoa (tu) o pronome de acusativo é o TE latino. Mas, se usar a 3a pessoa o pronome é Lhe ou o A (anafórico). É que no latim não havia pronome de 3a pessoa e assim pegamos o demonstrativo illa (no acusativo illam). Então, se abandonamos a declinação de casos para o Nome, por que não abandonar para o ProNome?
Parece que no Brasil se desconhece o uso dos pronomes pessoais objecto direto e indireto, por isso ouve-se dizer por brasileiros, Ela matou ele, em vez de Ela matou-o ou ela não o matou.
Muito bacana
É por isso que não considero erro nenhum a construção frásica "mais grande". Nas outras línguas romances não é considerado erro. Nas línguas germânicas só existe maior e menor.
A gente diz "eu queria..." pra expressar um desejo, em vez de "eu quereria..."(o que nunca é usado).
Eu tinha uma professora que sempre corrigia se disséssemos "queria fazer isso..., gostaria de usar aquilo...", ela respondia "Queria? Não quer mais?". Quando ouço um português dizer "gostava de..." eu lembro dela.
Mas "gostaria" é condicional (pretérito do futuro).
Por que razão a professora corrigia?
Quereria é feio pra um boné.
Preferiria chega a cansar.
Gostaria é o adequado.
Muito pedante essa sua professora, me desculpe!
Engraçado que, no inglês, é normal usar o "queria" nas formas de "would" e "may". E a ideia, em alguns, é justamente dar uma ideia mais educada nos pedidos.
@@100Saco-61 Quereria não queria kkkkk outro erro nosso kakakakkaa
Também “si e consigo” em referência à segunda pessoa, no lugar de “ti, contigo”. No Brasil, usam-se estes pronomes apenas de forma reflexiva. Ex: Costuma falar consigo mesmo. Desejo falar contigo (não “consigo”).
O "consigo" é de frequência baixíssima no Brasil, até entre os estudados e eruditos na língua espontânea.
@@nathanaelpereira5207 Em Portugal, eles usam construções como "quero falar consigo" no sentido de "quero falar com você". Isso não faz nem sentido no Brasil, porque aqui "consigo" é sempre "consigo mesmo".
"Vi-o falando consigo" em Portugal = "Eu vi o cara de quem estamos falando conversando com você"
"Vi-o falando consigo" no Brasil = "Eu te vi falando sozinho"
'Desejo falar contigo' aplica-se à segunda pessoa do singular, não resolve o problema da terceira pessoa. Penso que o 'consigo', neste caso surgiu como uma extensão semântica para colmatar a falta de um pronome para a terceira pessoa do singular...
@@nathanaelpereira5207 O 'consigo' não reflexivo pode ocorrer no Brasil?
@@Krka1716 nunca aconteceria. É realmente errado aqui kkk
Tanto é que é muito difícil ouvir "si" e "consigo" sozinhos. Geralmente se diz "si mesmo" e "consigo mesmo".
Para se dirigir ao interlocutor com a 3ª pessoa, só temos o "você" e "o senhor", que são usados com bastante frequência.
Me lembro quando estava na escola, tinha uns 8 anos, e uma colega de classe disse à professora de português, referindo-se à uma amiguinha: "ela fica à frente na fila porque ela é mais pequena". A professora atirou o giz na cabeça da menina, como num reflexo, acertando em sua testa. "Ela é MENOR do que você, sua burrinha". Na época, esse tipo assédio ainda era "aceitável" (1993). Hoje em dia, essa professora estaria crucificada.
Nunca mais me esqueci que era errado "mais grande" ou "mais pequeno".
Aliás, "me lembro", no Brasil, não é considerado erro. Particularmente tendo a usar o pronome pessoal depois do verbo, mas nesse exemplo em específico soou-me não-natural.
É porque nosso português é proclítico. A ênclise é forçada.
Mais ou menos...
Na fala, "me lembro" não é um erro, porém na escrita é errado escrever próclise nos casos que ela não é permitida.
Brasil prefere próclise. "Eu te amo" com remoção do sujeito, fica naturalmente "te amo". Regra de verbo antes de pronome de objeto é consistente com outros idiomas como, por exemplo, inglês, "I love you", e alemão, "ich liebe dich".
A regra de ênclise é mais uma descrição da gramática em Portugal que virou prescrição sem muito respaldo no uso no Brasil.
Menor, para mim, tem o sentido de inferioridade. É um insulto, na verdade.
Conteúdo excelente!
Vivo no Brasil. Aqui, "gostava" é usado apenas no "pretérito perfeito" e pessoas que não tem contato com a língua falada em Portugal podem não perceber o que se está a dizer.