Não dá. Nenhuma delas é desenvolvida a ponto de poder fazer um vídeo inteiro falando nela, sem falar que eu levaria provavelmente semanas, meses pra conseguir traduzir um roteiro todo numa e conseguir pronunciar tudo de maneira fluida.
Piter, você sabe se pra quando for criar tempos verbais pra uma conlang, dá para usar "Tempo" como prefixo ou uma particula mais recursos naturais? No tempo do vento (Vento se move, tempo presente) No tempo da pedra (Pedra é dura, infinitivo?) No tempo do vapor (O que pode futuramente ser) bem no estilo de língua primitiva ou diferente? Desculpa se eu perguntei o mesmo antes e houve respostas, não recebo notificação de comentário do TH-cam (Só notificações do meu canal recebo)
Não sei se entendi muito bem. Você quer usar uma expressão inteira do tipo "no tempo do vento" para indicar o presente? COmo se falasse "Eu [comer] no tempo do vento"? Se é isso, me parece bem pouco prático. Duvido que algo assim surgisse naturalmente. Seria muito mais prático simplesmente usar uma palavra como "agora" ou coisa do tipo. Outro ponto: infinitivo NÃO é um tempo. É uma forma nominal do verbo, a forma que o verbo possui quando funciona como substantivo numa frase simplesmente. Você parece estar interpretando conjugações verbais com base no português apenas e tomando o nome dos tempos/modos/formas nominais literalmente.
Existem línguas em que as conjugações são *separadas?* 🤔 Ou seja, em vez de virem no final ou no início do verbo, elas são distribuídas ao longo dele. Algo como o tempo verbal ser marcado no início do verbo e a pessoa ser marcada no final. E quem sabe o modo ser marcado no meio. Existe algo assim? Desculpe-me se você comentou sobre isso no vídeo. É que, quando pensei nisso, fiquei tão ansioso em perguntar, que não consegui esperar. Eu estava em 1:10 ainda. 😁
olá, piter por que, em línguas de núcleo final (ex: japonês, turco) existe a tendência de colocar o adjetivo antes do substantivo? se o adjetivo em si é o núcleo do sintagma adjetival, ele deveria ir no fim.
Oi, não. Ele é o núcleo do sintagma adjetival, sim, mas ele em si é o complemento do sintagma nominal. Um complemento dele seria um advérbio que o acompanha. Um adjetivo é sempre complemento de um nome, nunca o contrário.
Nada ver meu comentário, mas vendo esses verbos em turco me fez lembrar de filme de 2010 'Um Doce Olhar' (dir. Semih Kaplanoglu). Numa cena muito f*da, o molequinho pede ler um trecho de uma história na sala de aula pra ganhar o broche de "Já Aprendi a Ler", e na hora ele trava, gagueja, sua frio, e os fdp dos coleguinhas começam a rir. Que tragédia mas tbm, pudera, língua doida dessas, pqp!
Piter eu tenho uma dúvida sobre o hunsrik como você sabe no hunsirk boca é mund mais o meu pai fala hunsrik e ele diz schniss tem uma resposta pra isso? Ah agente é do RS.
Schniss é a palavra para "focinho". Às vezes se usa como "boca" em contextos bem informais ou para insultar uma pessoa, como dizer "hall dein Schniss zu!" (cala a boca!, literalmente: deixa teu focinho fechado!).
Piter, numa língua exclusivamente com núcleo final cuja conjugação de tempo/aspecto dos verbos surgiu de advébios de tempo (como "já", "agora", "depois"), que, com o tempo, foram afixados, seriam eles incorporados depois do verbo ou antes como seria esperado? Esse conceito de sintagma flexional poderia ser aplicado aqui também ou todos são resultados possíveis? Outra dúvida: e se os pronomes forem incorporados antes da informação de tempo/aspecto, não poderia acontecer da conjugação de pessoa vir mais próxima à raiz que a de tempo/aspecto? Espero que tenha dado a entender 😅. Estou em dúvidas de como desenvolver o sistema verbal da minha conlang.
Se os morfemas flexionais de tempo surgem de advérbios, acho que é mais provável que se conectem ao início de um verbo numa língua de núcleo final, mas não tenho certeza. Acho que o desenvolvimento de flexão a partir de advérbios é relativamente raro. Parece haver uns casos em algumas línguas da África, eu acho, mas não sei detalhes sobre isso para ver como ocorreu. Flexões de tempo e aspecto surgindo de verbos auxiliares é de longe a forma mais comum, e nesse caso a tendência vai ser ficar na mesma direção dos outros núcleos. Em línguas como japonês, coreano, manchu, suaíle... a conjugação sempre derivou de verbos auxiliares. Quanto aos pronomes, talvez pudesse acontecer de se conectarem mais próximos ao radical que a flexão de tempo ou aspecto se eles fossem incorporados antes, mas eu realmente não sei de nenhum caso em que isso tenha acontecido. Caso a língua flexione pra sujeito e objeto, o morfema do pronome objeto pode aparecer mais perto do radical que o de tempo. Em suaíle é assim. Em aruaque, por outro lado, o sufixo de objeto fica mais longe que o de tempo.
@@PiterKeo Entendi. Eu tinha imaginado algo como o que acontece em indonésio, que é uma língua sem tempos verbais e que usa advérbios pra indicar tempo e aspecto. Imaginei se com o tempo isso poderia se incorporar ao verbo também. Mas então acho que faz mais sentido derivá-las de auxiliares mesmo, né? Ir no que é mais provável de acontecer. Essa minha conlang não é pra ser 100% naturalística, mas gosto de seguir um pouco pra dar algumas irregularidades, não deixá-la tão perfeitinha... deixá-la mais natural mesmo. Vou estudar mais um pouco de como vou fazer isso nela. Obrigado, meu querido! Valeu muito pelo vídeo.
Você disse desconhecer uma língua cujo verbo conjugue apenas modo e tempo. Eu cito o mandarim, pois os verbos têm partículas próprias para modo e tempo.
Sim, mas é uma língua analítica. Aqui eu abordei apenas línguas sintéticas, pois me refiro a conjugações propriamente ditas, como morfemas flexionais conectados ao radical. E eu me refiro mais especificamente a línguas que conjugam apenas para tempo ou aspecto NO COMEÇO da palavra, no estilo como conjuga o tupi ou o suaíle, mas sem incluir conjugação para pessoa.
Uma pergunta. Nesses casos onde a flexão pra sujeito, por exemplo, vem no final do verbo, mas o sujeito na ordem das palavras vem no começo, pode ser que antes, quando essas flexões se formaram, o verbo tenha vindo antes do sujeito e a ordem, por algum motivo se inverteu? Eu não sei muito sobre como funciona a evolução da ordem das palavras em uma língua, aliás, então posso estar falando baboseira. Aliás, isso me lembra o caso do futuro do português formado pela anexação do verbo haver no verbo principal. Se bem que eu não sei se o verbo auxiliar vinha depois do verbo lexical na época que isso se formou, então também pode ser besteira minha. Caso tenha tido a mesma ordem que a gente tem agora de verbo auxiliar antes, é um bom indicativo que de fato haja uma tendência de se colocar a flexão no final. EDIT: Ah! E obrigado pelo vídeo. Foi muito interessante.
Seria uma possibilidade, mas não me parece muito provável que a língua tivesse o sujeito ao final originalmente. Colocar o sujeito depois do verbo é raro, mas conjugar para sujeito no fim do verbo é comum.
Em relação à evolução do futuro em português, está mais relacionado ao fato de ser criada por um verbo auxiliar que se fundiu com o infinitivo. A forma mais comum de conjugações de tempo e aspecto surgirem são por verbos auxiliares que se fundem. Numa estrutura com verbo auxiliar, ele é a raiz, então em línguas com raiz final ele vai aparecer ao final também. A posição final então fazia sentido considerando que o latim era SOV em vez de SVO. Pode ser um vestígio dessa ordem, como ainda vemos ao colocar pronomes oblíquos antes do verbo.
Piter,você poderia fazer um vídeo todo em uma de suas conlangs? Seria muito interessante
Não dá. Nenhuma delas é desenvolvida a ponto de poder fazer um vídeo inteiro falando nela, sem falar que eu levaria provavelmente semanas, meses pra conseguir traduzir um roteiro todo numa e conseguir pronunciar tudo de maneira fluida.
Piter, você sabe se pra quando for criar tempos verbais pra uma conlang, dá para usar "Tempo" como prefixo ou uma particula mais recursos naturais?
No tempo do vento (Vento se move, tempo presente)
No tempo da pedra (Pedra é dura, infinitivo?)
No tempo do vapor (O que pode futuramente ser) bem no estilo de língua primitiva ou diferente? Desculpa se eu perguntei o mesmo antes e houve respostas, não recebo notificação de comentário do TH-cam (Só notificações do meu canal recebo)
Não sei se entendi muito bem. Você quer usar uma expressão inteira do tipo "no tempo do vento" para indicar o presente? COmo se falasse "Eu [comer] no tempo do vento"?
Se é isso, me parece bem pouco prático. Duvido que algo assim surgisse naturalmente. Seria muito mais prático simplesmente usar uma palavra como "agora" ou coisa do tipo.
Outro ponto: infinitivo NÃO é um tempo. É uma forma nominal do verbo, a forma que o verbo possui quando funciona como substantivo numa frase simplesmente. Você parece estar interpretando conjugações verbais com base no português apenas e tomando o nome dos tempos/modos/formas nominais literalmente.
Muito bom.
Existem línguas em que as conjugações são *separadas?* 🤔 Ou seja, em vez de virem no final ou no início do verbo, elas são distribuídas ao longo dele. Algo como o tempo verbal ser marcado no início do verbo e a pessoa ser marcada no final. E quem sabe o modo ser marcado no meio. Existe algo assim?
Desculpe-me se você comentou sobre isso no vídeo. É que, quando pensei nisso, fiquei tão ansioso em perguntar, que não consegui esperar. Eu estava em 1:10 ainda. 😁
No final tem um exemplo disso, hehehe.
Ah, você realmente falou sobre isso no vídeo. Citou o caso do arauaque.
Fatos curiosos: cada vez que alguém fala qualquer coisa minimamente relacionada à direcionalidade do núcleo, me arrepio e me emociono.
Uia!
Como funciona o caso direto e oblíquo ( como que ocorre no hindi ) ?
Não sei do que se trata. Pelos nomes não seria exatamente o mesmo que os casos reto e oblíquo dos pronomes do português?
@@PiterKeo Sim
olá, piter
por que, em línguas de núcleo final (ex: japonês, turco) existe a tendência de colocar o adjetivo antes do substantivo? se o adjetivo em si é o núcleo do sintagma adjetival, ele deveria ir no fim.
Oi, não. Ele é o núcleo do sintagma adjetival, sim, mas ele em si é o complemento do sintagma nominal. Um complemento dele seria um advérbio que o acompanha. Um adjetivo é sempre complemento de um nome, nunca o contrário.
No tupi, qual a diferença entre usar um i e um î?
@@FakeLewis i é a vogal /i/, î é a semivogal /j/
Nada ver meu comentário, mas vendo esses verbos em turco me fez lembrar de filme de 2010 'Um Doce Olhar' (dir. Semih Kaplanoglu). Numa cena muito f*da, o molequinho pede ler um trecho de uma história na sala de aula pra ganhar o broche de "Já Aprendi a Ler", e na hora ele trava, gagueja, sua frio, e os fdp dos coleguinhas começam a rir. Que tragédia mas tbm, pudera, língua doida dessas, pqp!
Faz um vídeo sobre a conlang feminista por obséquio
Conlang feminista? Não faço ideia do que você tá falando.
Primeiro 🎉🎉🎉🎉🎉
Piter eu tenho uma dúvida sobre o hunsrik como você sabe no hunsirk boca é mund mais o meu pai fala hunsrik e ele diz schniss tem uma resposta pra isso? Ah agente é do RS.
Schniss é a palavra para "focinho". Às vezes se usa como "boca" em contextos bem informais ou para insultar uma pessoa, como dizer "hall dein Schniss zu!" (cala a boca!, literalmente: deixa teu focinho fechado!).
Ah valeu
Piter, numa língua exclusivamente com núcleo final cuja conjugação de tempo/aspecto dos verbos surgiu de advébios de tempo (como "já", "agora", "depois"), que, com o tempo, foram afixados, seriam eles incorporados depois do verbo ou antes como seria esperado? Esse conceito de sintagma flexional poderia ser aplicado aqui também ou todos são resultados possíveis?
Outra dúvida: e se os pronomes forem incorporados antes da informação de tempo/aspecto, não poderia acontecer da conjugação de pessoa vir mais próxima à raiz que a de tempo/aspecto?
Espero que tenha dado a entender 😅. Estou em dúvidas de como desenvolver o sistema verbal da minha conlang.
Se os morfemas flexionais de tempo surgem de advérbios, acho que é mais provável que se conectem ao início de um verbo numa língua de núcleo final, mas não tenho certeza. Acho que o desenvolvimento de flexão a partir de advérbios é relativamente raro. Parece haver uns casos em algumas línguas da África, eu acho, mas não sei detalhes sobre isso para ver como ocorreu. Flexões de tempo e aspecto surgindo de verbos auxiliares é de longe a forma mais comum, e nesse caso a tendência vai ser ficar na mesma direção dos outros núcleos. Em línguas como japonês, coreano, manchu, suaíle... a conjugação sempre derivou de verbos auxiliares.
Quanto aos pronomes, talvez pudesse acontecer de se conectarem mais próximos ao radical que a flexão de tempo ou aspecto se eles fossem incorporados antes, mas eu realmente não sei de nenhum caso em que isso tenha acontecido. Caso a língua flexione pra sujeito e objeto, o morfema do pronome objeto pode aparecer mais perto do radical que o de tempo. Em suaíle é assim. Em aruaque, por outro lado, o sufixo de objeto fica mais longe que o de tempo.
@@PiterKeo Entendi. Eu tinha imaginado algo como o que acontece em indonésio, que é uma língua sem tempos verbais e que usa advérbios pra indicar tempo e aspecto. Imaginei se com o tempo isso poderia se incorporar ao verbo também. Mas então acho que faz mais sentido derivá-las de auxiliares mesmo, né? Ir no que é mais provável de acontecer. Essa minha conlang não é pra ser 100% naturalística, mas gosto de seguir um pouco pra dar algumas irregularidades, não deixá-la tão perfeitinha... deixá-la mais natural mesmo. Vou estudar mais um pouco de como vou fazer isso nela.
Obrigado, meu querido! Valeu muito pelo vídeo.
Você disse desconhecer uma língua cujo verbo conjugue apenas modo e tempo. Eu cito o mandarim, pois os verbos têm partículas próprias para modo e tempo.
Sim, mas é uma língua analítica. Aqui eu abordei apenas línguas sintéticas, pois me refiro a conjugações propriamente ditas, como morfemas flexionais conectados ao radical. E eu me refiro mais especificamente a línguas que conjugam apenas para tempo ou aspecto NO COMEÇO da palavra, no estilo como conjuga o tupi ou o suaíle, mas sem incluir conjugação para pessoa.
Eu pensei em conjugar por objeto
Voz é considerada uma conjugação? Minha conlang joga ela pro inicio e modo e aspecto pro final (tempo deriva deles)
Se for uma marcação morfológica no verbo, é uma conjugação sim. Línguas como grego e japonês conjugam pra voz com flexão do verbo mesmo.
Uma pergunta. Nesses casos onde a flexão pra sujeito, por exemplo, vem no final do verbo, mas o sujeito na ordem das palavras vem no começo, pode ser que antes, quando essas flexões se formaram, o verbo tenha vindo antes do sujeito e a ordem, por algum motivo se inverteu?
Eu não sei muito sobre como funciona a evolução da ordem das palavras em uma língua, aliás, então posso estar falando baboseira.
Aliás, isso me lembra o caso do futuro do português formado pela anexação do verbo haver no verbo principal. Se bem que eu não sei se o verbo auxiliar vinha depois do verbo lexical na época que isso se formou, então também pode ser besteira minha. Caso tenha tido a mesma ordem que a gente tem agora de verbo auxiliar antes, é um bom indicativo que de fato haja uma tendência de se colocar a flexão no final.
EDIT: Ah! E obrigado pelo vídeo. Foi muito interessante.
Seria uma possibilidade, mas não me parece muito provável que a língua tivesse o sujeito ao final originalmente. Colocar o sujeito depois do verbo é raro, mas conjugar para sujeito no fim do verbo é comum.
Em relação à evolução do futuro em português, está mais relacionado ao fato de ser criada por um verbo auxiliar que se fundiu com o infinitivo. A forma mais comum de conjugações de tempo e aspecto surgirem são por verbos auxiliares que se fundem. Numa estrutura com verbo auxiliar, ele é a raiz, então em línguas com raiz final ele vai aparecer ao final também. A posição final então fazia sentido considerando que o latim era SOV em vez de SVO. Pode ser um vestígio dessa ordem, como ainda vemos ao colocar pronomes oblíquos antes do verbo.
❤
eu smepre achei que a pronuncia fosse "Suarrile"...
O nome da língua em inglês, por exemplo, é Swahili, pronunciando o H. O nome nativo é kiswahili. Mas a forma em português é suaíle ou suaíli.
@@PiterKeo Valeu!!
Segundo 🎉