Em "A Literatura e a Formação do Homem", um dos meus ensaios de cabeceira, do crítico literário e sociólogo Antonio Cândido, elenca-se a necessidade de fantasia que o ser humano carrega em si. Essa necessidade de fantasia diz respeito ao que ele chama de função humanizadora, o que faz com que o indivíduo ganhe status de ser (opondo-se ao ente de Heidegger). Mais de 50 anos depois desse ensaio, podemos trazer essa função humanizadora para outras mídias, como os games. Somos, entre outras coisas, aquilo que fantasiamos, pois isso é mais uma das forças que nos instigam ao aperfeiçoamento pessoal. Metaphor, desde os primeiros minutos, coloca em xeque o conceito de fantasia que temos, que fica apenas no campo da imaginação, e retoma conceitos como o de Apolônio, que afirma que ela é uma artesã que cria o que não conhece, que traz do campo das ideias para a concretude coisas que não existiam. É a fantasia que guia o personagem principal e faz com que ele ressignifique uma utopia e a entregue na mão de, como vc apontou, o verdadeiro protagonista de Metaphor: o povo. E isso é apenas um ponto que podemos elaborar da riquíssima narrativa de Metaphor, provavelmente o ápice criativo de Katsura Hashino. Como sempre, um vídeo tão bom de se ver que, de repente, acabou! hahaha Continue o excelente trabalho!
@@socio-gaming Sim! Apolônio, que eu citei, inclusive, desenvolve o conceito platônico de fantasia do grego "phantasma", ou seja, aparição. É como se, quando uma fantasia ganha vida no mundo das ideias, ela passa a habitar o mundo das coisas. Não à toa a maioria dos linguistas usa o conceito de frase como expressão verbal do pensamento, e quando esse pensamento é expresso, ele passa a existir no campo semântico, de usos, social, etc., ou seja, ele se concretiza.
Mano, parabéns pelo conteúdo, conheço pelo Instagram mas não queria ver o vídeo pra jogar e gravar sobre ele kkkk, ainda bem que desisti e vim ver mano, que análise foda
@@socio-gamingPor favor, me explique melhor sobre o que você disse a partir do 8:07... Persona 3, 4 e 5, então, sempre tiveram um significado por trás de cada "despertar" dos personagens? Daria para fazer um vídeo só sobre esse assunto... Mas se puder me inteirar desde já, agradeço 🙏
Excelente análise! A fantasia como transcendência da imaginação humana é um conceito incrivel de explorar. "A nossa realidade não passa de fantasias dos que vieram antes de nós" Vou guardar essa frase pra sempre.
O Metaphor é complexo e profundo…. As evoluções dos arquétipos durante o jogo é sensacional ❤ Ele com certeza é um o meu favorito para melhor RPG e GOTY
Olha, eu confesso que não gosto muito dessa estética anime de RPG (nunca gostei na verdade, só de alguns que me são mais familiares). Por isso sempre fiquei muito distante de qualquer coisa de Persona ou algo do tipo (ainda mais porque eu sei de algumas mecânicas que não me agradam muito, com aquela coisa de dias e etc). Eu gosto de experiências mais enxutinhas e redondinhas. Mas esse jogo quanto mais eu ouço sobre ele, mais vontade eu tenho de dar uma chance. Diferentemente de Persona, que eu não tenho vontade ALGUMA de jogar, por que não consigo me conectar com nada daquele jogo.
Admito que foi um tiro no meio ouvir isso de persona. Metaphor tem uma vibe diferente de Persona apesar das similaridades... a dinâmica dos dias também existe em metaphor, esse é o modo que a Atlus arruma de controlar o ritmo do jogo em personalike. Vamos concordar que uma mecânica que permite dualidade entre social sim e combate onde os dois gameplays geram bônus, se não tivesse o tempo daria para vc fazer todos os encontro social sim, ganhar os bônus e ai o combate seria overpower. No jogo isso eh controlado, cada ação acontece em uma hora do dia e se elas tem q ser executadas ate um tempo...dando limite ao quanto vc pode upar na parte social sim. Sobre o gráfico estilizado, ele é interessante pois como o jogo aborda muitos temas pesados, ele gera uma suavidade ao jogo que se fosse realista iria ficar muito dark. Mas admito que é um jogo com suas dificuldades, quando joguei o persona 3 pela primeira vez, demorei para aprender a me planejar e assim conseguir fazer tudo em uma run...É possível e ate fácil para jogadores acostumados com a mecânica. Mas ate essa curva de aprendizado pode ser frustrante. Para vc em especifico, recomendo começar por ele, pois ele fala em vários pontos e em vários momentos colocando o trabalhador em foco, que é algo que eu acho que vc ia gostar...e bom que vc pode jogar em português e já colocar umas falas direto no SN que nem precisam ser reescritas
Em "A Literatura e a Formação do Homem", um dos meus ensaios de cabeceira, do crítico literário e sociólogo Antonio Cândido, elenca-se a necessidade de fantasia que o ser humano carrega em si. Essa necessidade de fantasia diz respeito ao que ele chama de função humanizadora, o que faz com que o indivíduo ganhe status de ser (opondo-se ao ente de Heidegger). Mais de 50 anos depois desse ensaio, podemos trazer essa função humanizadora para outras mídias, como os games. Somos, entre outras coisas, aquilo que fantasiamos, pois isso é mais uma das forças que nos instigam ao aperfeiçoamento pessoal. Metaphor, desde os primeiros minutos, coloca em xeque o conceito de fantasia que temos, que fica apenas no campo da imaginação, e retoma conceitos como o de Apolônio, que afirma que ela é uma artesã que cria o que não conhece, que traz do campo das ideias para a concretude coisas que não existiam. É a fantasia que guia o personagem principal e faz com que ele ressignifique uma utopia e a entregue na mão de, como vc apontou, o verdadeiro protagonista de Metaphor: o povo. E isso é apenas um ponto que podemos elaborar da riquíssima narrativa de Metaphor, provavelmente o ápice criativo de Katsura Hashino.
Como sempre, um vídeo tão bom de se ver que, de repente, acabou! hahaha
Continue o excelente trabalho!
É interessante como em sua fala, e no jogo...todas as vezes a palavra fantasia pode ser substituída pela palavra pensamento
@@socio-gaming Sim! Apolônio, que eu citei, inclusive, desenvolve o conceito platônico de fantasia do grego "phantasma", ou seja, aparição. É como se, quando uma fantasia ganha vida no mundo das ideias, ela passa a habitar o mundo das coisas. Não à toa a maioria dos linguistas usa o conceito de frase como expressão verbal do pensamento, e quando esse pensamento é expresso, ele passa a existir no campo semântico, de usos, social, etc., ou seja, ele se concretiza.
Mano, parabéns pelo conteúdo, conheço pelo Instagram mas não queria ver o vídeo pra jogar e gravar sobre ele kkkk, ainda bem que desisti e vim ver mano, que análise foda
Eu de verdade fico muito feliz que tenha gostado, esse jogo é uma aula de sociologia e um banho de política 🥰… me apaixonei a primeira vista
@@socio-gamingPor favor, me explique melhor sobre o que você disse a partir do 8:07...
Persona 3, 4 e 5, então, sempre tiveram um significado por trás de cada "despertar" dos personagens?
Daria para fazer um vídeo só sobre esse assunto... Mas se puder me inteirar desde já, agradeço 🙏
Excelente análise! A fantasia como transcendência da imaginação humana é um conceito incrivel de explorar. "A nossa realidade não passa de fantasias dos que vieram antes de nós" Vou guardar essa frase pra sempre.
Pode me parafrasear… aceito os dois… LORENZATTO, henry ou AKIRA - SocioGaming haahahahahahaha 😂😂😂🤣
@@socio-gaming Vou falar: "Eu vi num canal muito bom no youtube." E mandar o link kkk Mais fácil.
@ 😻😻😻
O Metaphor é complexo e profundo…. As evoluções dos arquétipos durante o jogo é sensacional ❤
Ele com certeza é um o meu favorito para melhor RPG e GOTY
estamos juntos nisso aí, independente de tga ou qualquer coisa, é o goty do pessoal do SG
Olha, eu confesso que não gosto muito dessa estética anime de RPG (nunca gostei na verdade, só de alguns que me são mais familiares). Por isso sempre fiquei muito distante de qualquer coisa de Persona ou algo do tipo (ainda mais porque eu sei de algumas mecânicas que não me agradam muito, com aquela coisa de dias e etc). Eu gosto de experiências mais enxutinhas e redondinhas. Mas esse jogo quanto mais eu ouço sobre ele, mais vontade eu tenho de dar uma chance.
Diferentemente de Persona, que eu não tenho vontade ALGUMA de jogar, por que não consigo me conectar com nada daquele jogo.
Admito que foi um tiro no meio ouvir isso de persona. Metaphor tem uma vibe diferente de Persona apesar das similaridades... a dinâmica dos dias também existe em metaphor, esse é o modo que a Atlus arruma de controlar o ritmo do jogo em personalike.
Vamos concordar que uma mecânica que permite dualidade entre social sim e combate onde os dois gameplays geram bônus, se não tivesse o tempo daria para vc fazer todos os encontro social sim, ganhar os bônus e ai o combate seria overpower. No jogo isso eh controlado, cada ação acontece em uma hora do dia e se elas tem q ser executadas ate um tempo...dando limite ao quanto vc pode upar na parte social sim.
Sobre o gráfico estilizado, ele é interessante pois como o jogo aborda muitos temas pesados, ele gera uma suavidade ao jogo que se fosse realista iria ficar muito dark.
Mas admito que é um jogo com suas dificuldades, quando joguei o persona 3 pela primeira vez, demorei para aprender a me planejar e assim conseguir fazer tudo em uma run...É possível e ate fácil para jogadores acostumados com a mecânica. Mas ate essa curva de aprendizado pode ser frustrante.
Para vc em especifico, recomendo começar por ele, pois ele fala em vários pontos e em vários momentos colocando o trabalhador em foco, que é algo que eu acho que vc ia gostar...e bom que vc pode jogar em português e já colocar umas falas direto no SN que nem precisam ser reescritas