O capítulo 4 do seu livro é muito feliz ao discutir as acusações de eurocentrismo atribuídas à Marx. Nas análises dos casos da Índia e China você consegue conduzir com clareza a reflexão sobre essas acusações e demonstrar como elas não têm sustentação.
Cara, sempre vi o marxismo com muito preconceito e imaturidade, depois que descobri seu canal vi que o imaturo era eu por manter uma posição de conforto nos meus ideias que são tão imperfeitos quanto. Sou grato a ti por me fazer amadurecer intelectualmente e sempre me motivar a aprender mais. Abraço.
Acho importante que as pessoas percebam que um autor, e não estou falando de Marx em particular, pode mudar de posição conforme tem contato com novas informações, leituras, testemunhos e, claro, com o avanço da sua reflexão teórica. Acredito que é simples compreender isso, mas, enfim, parece que não.
Gustavo, o livro "Geografia da Fome" do Josué de Castro da uma boa noção dos mortes de fome na Índia durante a colonização inglesa. Parabéns, seu trabalho é grandioso.
Eu fico rindo com as reações do Gustavo kkkkkkk ele é muito espontâneo
4 ปีที่แล้ว +8
Interessante. No campo da História, do qual faço parte como estudante universitário, me parece que o conceito é utilizado de uma forma um pouco diferente. Por exemplo, fala-se que o conceito da periodização da "Idade Média" é um conceito eurocêntrico porque é geralmente delimitado à Europa, chegando no máximo ao Oriente Médio. Nesse caso, o eurocentrismo está no ato de colocar a Europa como centro dos acontecimentos em detrimento de toda as outras regiões do globo que também possuem suas histórias.
Depende. Se a idade média é classificada dentro de uma teoria universal europeia, cujas premissas e valores seriam universais contra o particularismo de todo o resto, evidentemente é eurocentrismo. Agora, se se diz por exemplo que o feudalismo só existiu na europa, pode significar simplesmente que a forma social ali existente foi diferente de todas as demais.
@@orientacaomarxista meu nobre, o senhor mora no coração! Fale da relação história e marxismo, o danado do materialismo histórico!Parabéns pelo conteúdo!
Acho importante trazer também a questão do "ponto de vista", que está sendo tão utilizado agora em razão das teorias pós-modernas. Sim, Marx era europeu, mas ele não está falando de um "ponto de vista" europeu. São duas coisas diferentes. Não há um modelo único, um só predicado marxiano, pelo qual se analise o capitalismo nas mais variadas realidades. O brasileiro José Chasin é um bom teórico para resgatar essa análise.
Conheci hoje o canal e estou adorando! Mas o que quero comentar é que acompanho um autor marxista e ativista dentro da luta de descolonização cultural eurocêntrica das Américas, é o Enrique Dussel. Pelo que eu entendi o eurocentrismo não é só a defesa da cultura ocidental, existe uma nova abertura de conhecimentos do que foi a história nos séculos que antecedem as colonizações das Américas e que põe países asiáticos e oriente médio como grandes potências antecessoras inclusive na área industrial tecnológica. E ainda trazer aqui o afrocêntrismo em que toda uma filosofia greco-romana foi surrupiada do antigo Egito. O título do vídeo aborda: "Marx era eurocêntrico? Na verdade o que quero saber é se a formação filosófica greco-romana de Marx teve influência exclusiva na visão de mundo de sua época. Abraço!
Só um conselho: Leia o Espectros de Marx, do Jacques Derrida. Não que seja um trabalho que você vai gostar (apesar dele falar bem de Marx, como sendo uma teoria que se constrói e se transforma), mas porque tem a definição de eurocentrismo ligado ao conceito inicial que é de logocentrismo. Para essa epistemologia, o eurocentrismo está ligado ao logos, é sim ligado a uma epistemologias de compreensão da realidade, não apenas com história e cultura local. Não quer dizer que uma cultura é superior a outra, mas uma compreensão metafísica da realidade, com ideias de que os sistemas de pensamentos são inalteráveis.
Gustavo , eu também sou morador de BH , eu gostaria que você falasse sobre o ´socialismo com características chinesas` , tendo em vista que o atual lider chines disse que Marx é o ´guia da humanidade` e que a China vai continuar seguindo o caminho do marxismo.
Acho que os textos dos teóricos decoloniais são muito importantes pra essa discussão. Immanuel Wallerstein, Enrique Dussel e Arturo Escobar seriam bem cruciais, para entender o que é eurocentrismo e como se prender a posições particularistas e antimodernas é o caminho errado.
Eurocentrismo de acordo com o vídeo: "Uma fundamentação que já coloca de antemão aquele curso da Europa Ocidental como sendo necessariamente superior...como sendo necessariamente o progressismo e que tenha que ser apoiado em função dessa matriz." Basicamente o que mais temos nas nossas escolas de educação básica. O que mais temos nas universidades e mesmo na militância...seja entre progressistas ou conservadores. Marx não era eurocêntrico, mas o que tem de gente branca, da esquerda à direita, eurocêntrica não é brincadeira. Só estudam autores do "norte" e se você comenta de decolonialidade já é identitário. Bem fácil essa argumentação quase religiosa que parte dessa militância usa de "existe eurocentrismo, mas no caso do que eu estudo não era"...e nem me refiro ao vídeo que achei bem massa, mas essa argumentação tá aí circulando direto na esquerda. Cansei de ouvir "você tem que entender", "você tem que estudar", "não é bem assim". Relativizar para defender seu próprio embasamento teórico. Não sei quem é mais chato: pan-afrikanista que só estuda estadunidense, marxista branco playboy ou eu.
Cara tu tem como um dia falar das "epistemologias do sul"? Pra mim parece ser psicodelia...mas infelizmente muita gente boa e de "esquerda" abraça essas coisas
Poderia explicar onde vc vê o psicodélico? O Bem Viver na Bolívia trabalha exatamente essas epistemologias do Sul! O q isso tem a ver com "psicodélica"? Leia Enrique Dussel, Anibal Quijano, Walter Mignolo, Grosfoguel, etc., e aí diga o que tem de psicodélico nisso tudo. Todos devidamente embasados em Mariàtegui e Marx. Então na tua lógica Marx e Mariàtegui eram psicodélicos? rsrsrs
Você diz que "esquerda" (genérica?) abraça isso. Você sabe ou leu ISSO? Claramente vc ouviu falar e nunca leu pq teu comentário mostra q vc está seguindo manada e não sabe do que falas.
@@coronatempo721 Saudações, que bom ver que és aguerrido em tuas convicções. De fato ainda não tive tempo de ler nenhum desses autores (o que é uma incompletude que realmente pretendo corrigir) e minha visão sim preconceituosa, que de fato é preconceituosa, esta afetada por uma série de camaradas que eu lido aqui no território em que vivo e que reivindicam as tais "epistemologias do sul" ao mesmo tempo que reivindicam Djamila Ribeiro....e renegam o marxismo. Estou de fato afetado por esses problemas psicodélicos dos indivíduos que eu conheço, que são de esquerda (acredito que sejam liberais de esquerda no compasso de localização) e reivindicam as epistemologias do sul.... mas mesmo assim acho que seria muito interessante o Gustavo abordar esse assunto se ele tiver alguma leitura e uma opinião critica que contribua para a construção de saber aqui no youtube. Mas se tu tiver tempo poderia fazer uma síntese do que se trata esse conceito. Suponho, pela forma combativa com que te expressa, que certamente tens uma visão bem fundamentada sobre as Epistemologias do Sul e pode desanuviar minha ignorância Abraço
Excelente, como sempre (exceto os do Losurdo hehe). Professor, tá muito caro vosso livro pra classe trabalhadora. Faz um sorteio aí pra gente dar aquela tentada na sorte. Quero muito ler!
"Eurocentrismo" é uma palavra adequada para se dar uns bons bofetões na história e nas culturas de cada país do continente europeu. Sob esse termo ficam suprimidas as diferenças entre os sérvios e os bósnios e, pela mesma lógica, se pode dizer ao basco, ao catalão e ao castellano que são eles igualmente espanhóis, tanto quanto o reino da Espanha, a Polônia e a Turquia são igualmente europeus - com o que nada de específico se retém, ao contrário, tudo de mais diverso e adverso se faz pardo nesse enorme balaio noturno; e tudo isso simplesmente porque, apesar dos rios, montanhas e chumbo que os separam, estão no mesmo chão acima do mar (exceto os nederlandeses e a ilha do outro reino...) .
Não somente. Os usos mais vulgares refletem essa preguiça generalizante que você aponta, mas está longe de ser apenas uma epifania linguística a atordoar incautos e a masturbar o ego intelectualóide. Tanto não é que mto frequentemente os próprios europeus cometem o "desatino" de não levar tão a sério o critério geográfico que você apontou, o que quer dizer que existem países "mais europeus" do que outros. O próprio Gustavo não pode concordar inteiramente com seu comentário, uma vez que ele afirma a sua *existência*.
é interessante porque o Rosdolsky, naquele livro sobre Engels e os povos "não-históricos" (na versão mais próxima do fim da vida, não na dissertação de mestrado), aponta que o Engels principalmente, mas o Marx também, tinham por um tempo grande (durante a Nova Gazeta Renana pelo menos), uma visão muito errada do papel que cumpriam os eslavos (aparte os poloneses acho), até muito xenófoba. eu tô no início do livro ainda, tem mais umas cento e cinquenta páginas pela frente, pode ser que esteja me precipitando, mas você acha que é um erro do Rosdolsky isso? edit: acabou respondendo mais para frente
Me parece que o eurocentrismo de Marx está no fato dele entender a colonização como um fator positivo para o desenvolvimento do capitalismo em regiões não-européias. Achar que a ocupação territorial, dominação política e imposição de valores culturais estrangeiros a qualquer população tem uma dimensão positiva, para mim como antropólogo, é um pressuposto eurocêntrico. Até a utilização apenas das fontes primárias dos dominantes para entender o processo é parte de um pensamento eurocêntrico.
Dessa vez, Gustavo, você forçou a barra no começo do argumento. Não se trata meramente de "tomar partido de um país ocidental numa disputa" e "errar porque estava equivocado", mas de IGNORAR elementos decisivos do processo real de colonização e CRER que este, no cômputo geral, foi positivo por causa do dinamismo introjetado nas sociedades-colônia pela expansão mundial de comércio. Ora, entender o que ocorria nas colônias e nas empresas coloniais como "disputa", ou seja, como um arranjo competitivo legítimo entre participantes com capacidades de projeção equiparáveis, já é problemático. Veja, você começa o vídeo dizendo que estuda filosofia para entender os pressupostos por detrás dos discursos e se esquece de perguntar a si próprio: "Quais eram os pressupostos desse _erro_ de Marx"? Você mesmo responde e, de forma impressionante, constata que ele tinha uma perspectiva ainda LIBERAL sobre a expansão do capitalismo (sendo, ela própria, veja só, BASTANTE eurocêntrica). E daí entra outro ponto: Não concordar integralmente com teorias explicitamente eurocêntricas não impede de haver VIÉS eurocêntrico, coisa que, a meu ver, Marx ainda padecia por não levar adiante, de maneira sistemática e exaustiva, seus próprios pressupostos. Percebendo as asserções implícitas nas suas elaborações teóricas, ao se debruçar intensamente na documentação e na reflexão crítica sobre o sistema mundo, Marx afastou de vez essa influência silenciosa no seu pensamento e não mais voltou atrás. Sua crítica ao Löwy e ao Kohan, que ligam e desligam a chave do "eurocêntrico" a cada análise específica do mouro, é certeira! Mas você quis expandir sua tese à biografia intelectual do Barba, meu chapa. Daí são outros 500 Ademais, muito bom seu vídeo! Até os autores que você critica são de alto nível porque, no submundo virtual e lacrativo, a qtde de gente que diz que Marx era um autor eurocêntrico (concordava até a medula com o postulado de superioridade ocidental face ao resto mundo) é nauseabundo! Grato!
Meu caro, segundo penso, a incompreensão não estava em uma pressuposição eurocêntrica de qualquer tipo. Os textos jamais aludem a nada nesse sentido. O que era incompreendido era um aspecto muito bem determinado do processo: como e de que forma o capitalismo se desenvolve para outras regiões. Afora isso, iremos cair em causas psicológicas. Ele não compreendeu aquele aspecto do processo porque sua mente era eurocêntrica. Mas nesse tipo de explicação (das razões implícitas) podemos colocar qualquer coisa e perdemos a objetividade da análise.
@@orientacaomarxista, grato pela resposta. Não precisamos deslocar a discussão para o campo da subjetividade de Marx. Concentremo-nos no que você disse no vídeo: Em um ponto específico da trajetória intelectual do Barba, no que se refere à expansão mundial do capitalismo, "Marx era liberal". É isso que quero dizer quando falo de viés. Esse aspecto incompreendido (seminal, diga-se) redundou numa AFIRMAÇÃO acerca de uma totalidade, acompanhando muito a leitura que os clássicos da economia política faziam do fenômeno. Portanto, tratou-se de um ERRO cometido e devidamente corrigido, não uma lacuna deixada em aberto por Marx que não disse nada a respeito. Quanto à análise dos textos, acredito impossível se fazer por aqui. Mas aproveito o ensejo pra fazer uma pergunta: Faz sentido chamar os clássicos da economia política de eurocêntricos? Abçs!
Fiquei pensando na crítica do Marx ao Simon Bolívar, que é incensado por boa parte da esquerda, como um símbolo de luta pela libertação nacional na América Latina.
Marx era europeu e provavelmente essa posição geográfica exerceu influência nas suas análises. Só se pode analisar aquilo que se consegue "ver". Mas isso é ser eurocêntrico?
@@GilbertoRicci Pior que tem muita gente boa aí. Tem muito comunista maluco tbm, ambas as partes não fogem disso. O debate sempre é uma vitória quando levado a sério e com respeito.
...Mas a visão "errada" que o Marx tinha do processo capitalista é justamente seu eurocentrismo! Eurocentrismo não é simplesmente achar que um país é o centro do capital, ou uma teoria geral que rege os paises do centro, pelo contrário, ela é justamente a "miopia" dele diante da amplitude e complexidade dos processos do capitalismo. Tua consideração sobre o eurocentrismo precisa de mais embasamento filosófico, sugiro a leitura de Enrique Dussel.
Não seria o centrismo realizar uma análise utilizando os seus valores e vivência sem perceber as diferenças, por exemplo, entre as culturas, O exemplo dado sobre a China reflete bem isso, a análise considerou que a China se comportaria como a Europa.
Que nada. os artigos de Marx sobre a China e Índia estão recheados de análises de Marx sobre as diferenças; e como os ingleses não são capazes de percebê-las.
Acompanho um canal há uns meses e esse é o primeiro vídeo que vejo Gustavo dando mais voltas do que explicando o conceito de eurocentrismo em si. Essa analogia que você faz no começo do vídeo (com judeus) é totalmente abstrata e delirante, foge diretamente do foco do problema. Eurocentrismo é traçar a história do Ocidente como a história da humanidade, como métrica 0 de ações e perspectivas do mundo. Como diria Fanon, o Ocidente se vende como universal e, para isso, ele precisa necessariamente ser universalizante, transformar a história do Ocidente em "a eistória da humanidade". Ora, se a história de todas as sociedades se dá pela luta de classes, então as civilizações ameríndias e africanas sem classes eram civilizações ahistóricas? Ou eram "tribos selvagens incivilizadas"? Um grande exemplo disso (só pra citar + 1 exemplo) é o livreco do Engels baseado em um antropólogo evolucionista como Morgan, já superado há mais de um século. O conceito do que é civilização ou não é determinado pelo Ocidente, logo a régua para determinar o que é "civilizado" é sempre eurocêntrica. O capitalismo necessariamente é eurocêntrico, tal qual as abordagens que buscam apresentar soluções para superá-lo. Marx era um homem de seu tempo, não há motivos lógicos para endeusá-lo de uma forma tão absurda.
Meu caro, uma coisa é criar uma elaboração teórica que toma a história europeia como universal e superior, e daí faz sua apologia em função de um modelo teórico abstrato. Outra coisa é um dado da realidade de que a Europa e o capitalismo que lá se desenvolveu venceu e abarcou todo mundo, sufocando e reprimindo as diferenças. Negar esse segundo aspecto é negar a realidade. Isso simplesmente aconteceu assim e qualquer projeto de transformação da realidade que desconsidere o que ela é, será um palavreado vazio. Todas pessoas pertencem ao tempo em que viveram, e essa frase não significa absoluta nada. Marx foi um homem de seu tempo. Nós, somos homens de nosso temo. E o que isso quer dizer afinal? A frase de abertura do manifesto nada mais faz do que indicar que a luta de classes não é uma invenção do capitalismo, existe há milênios; mas o capitalismo fundou uma forma específica de exploração de classe. Por isso o capítulo chama "burgueses e proletários".
@@orientacaomarxista "Todas pessoas pertencem ao tempo em que viveram, e essa frase não significa absoluta nada. Marx foi um homem de seu tempo. Nós, somos homens de nosso temo. E o que isso quer dizer afinal?" Acho que o que amigo quis dizer é que Marx não estava livre de vieses eurocentricos pois esta era a norma no século XIX onde ele viveu. Por mais que ele tenha se esforçado para enxergar além do que a sociedade o condicionava, ainda assim, não é possível afirmar que ele podia pairar acima de seu tempo. Muita gente (não acho que foi seu caso) tenta resgatar uma visão ahistórica de personagens que admiram jogando fora o real e admirando um personagem imaginário idealizado. Isto, no entanto, não desabona Marx porque como você bem disse todos estamos sujeitos a vieses de nosso tempo
Teoricamente são coisas diferentes, mas já vi muitos militantes do antisionismo usando estereótipos antissemitas, ninguém em pleno século XXI irá se dizer antissemita, é mais fácil socialmente se dizer "antissionista", não estou dizendo que esse Estado não possa ser criticado, só acho a coisa muito mais espinhosa do que aparenta.
Esse vídeo é pequeno, mas muito interessante. O autor consegue em pouco tempo deturpar o pensamento Marxista, o Socialismo, o Comunismo e segundo ele, com fundamento em Deus. th-cam.com/video/BCzk6bG82tw/w-d-xo.html
Olá Gustavo, eu sei que você tem muitas diferenças em relação ao pessoal mais famoso da esquerda na internet, mas o que você acha do trabalho do João Carvalho? tu não acha que ele faz uma militância importante na redes sociais?
O João também mora em Belo Horizonte, e também é Cruzeirense,mas ele é Maoísta/Stalinista/Losurdista, então já sabemos qual é a opinião do Gustavo sobre ele.
Uai, Gustavo, mas pelo que você disse, o próprio fato dele julgar "bom" um aumento na produtividade naqueles países em detrimento de uma forma social tradicional e milenar (que independente das crises que eventualmente traziam foi o meio que os próprios povos encontraram de se organizar e mantinham certo sucesso na continuidade de sua população) já não indica uma visão eurocêntrica pautada no desenvolvimento social por meio de mais e mais domínio da natureza e se afastando do convívio harmônico com a mesma? Em complemento a isso, pergunto sinceramente: Para você, como Marx pensava a questão ambiental?
O capítulo 4 do seu livro é muito feliz ao discutir as acusações de eurocentrismo atribuídas à Marx. Nas análises dos casos da Índia e China você consegue conduzir com clareza a reflexão sobre essas acusações e demonstrar como elas não têm sustentação.
Cara, sempre vi o marxismo com muito preconceito e imaturidade, depois que descobri seu canal vi que o imaturo era eu por manter uma posição de conforto nos meus ideias que são tão imperfeitos quanto.
Sou grato a ti por me fazer amadurecer intelectualmente e sempre me motivar a aprender mais.
Abraço.
Acho importante que as pessoas percebam que um autor, e não estou falando de Marx em particular, pode mudar de posição conforme tem contato com novas informações, leituras, testemunhos e, claro, com o avanço da sua reflexão teórica. Acredito que é simples compreender isso, mas, enfim, parece que não.
Professor Gustavo Machado como sempre vai fundo no tema. Obrigado por mais um excelente vídeo!!!
Melhores vídeos que existem sobre marxismo, economia, sociedade entre outras coisas!!! Show de bola, muito bom, recomendo a todos
Show meu caro estamos juntos!!!!
Tô maratonando esse canal!
ainda to começando a ver, mas pela bibliografia e descrição, é exatamente a área que quero pesquisar
Boa!
Que aula maravilhosa, nem vi o tempo passar. Obrigada Gustavo.
Excelente como sempre.
To aqui batendo meu cartão
Parabéns pelo vídeo!
Ótimo vídeo!
Um vídeo melhor que o outro!!@ parabéns
Aquele engajajmento
Gustavo, o livro "Geografia da Fome" do Josué de Castro da uma boa noção dos mortes de fome na Índia durante a colonização inglesa. Parabéns, seu trabalho é grandioso.
Excelente vídeo! Gustavo, faz um vídeo sobre o chamado Socialismo de Mercado e se isso tem algum sentido ou não.
Eu fico rindo com as reações do Gustavo kkkkkkk ele é muito espontâneo
Interessante. No campo da História, do qual faço parte como estudante universitário, me parece que o conceito é utilizado de uma forma um pouco diferente. Por exemplo, fala-se que o conceito da periodização da "Idade Média" é um conceito eurocêntrico porque é geralmente delimitado à Europa, chegando no máximo ao Oriente Médio. Nesse caso, o eurocentrismo está no ato de colocar a Europa como centro dos acontecimentos em detrimento de toda as outras regiões do globo que também possuem suas histórias.
Depende. Se a idade média é classificada dentro de uma teoria universal europeia, cujas premissas e valores seriam universais contra o particularismo de todo o resto, evidentemente é eurocentrismo. Agora, se se diz por exemplo que o feudalismo só existiu na europa, pode significar simplesmente que a forma social ali existente foi diferente de todas as demais.
@@orientacaomarxista meu nobre, o senhor mora no coração! Fale da relação história e marxismo, o danado do materialismo histórico!Parabéns pelo conteúdo!
Honestidade intelectual é marca registrada de Marx. Impressionante!
Comentário do engajamento.
Engajamento
Café e engajamento
Ótima opinião, uma ótima reflexão sobre o que é realmente eurocentrismo.
Gustavo, o que acha de um vídeo sobre o ecossocialismo?´Já que vc tocou no nome do Lowy neste vídeo.
Acho importante trazer também a questão do "ponto de vista", que está sendo tão utilizado agora em razão das teorias pós-modernas. Sim, Marx era europeu, mas ele não está falando de um "ponto de vista" europeu. São duas coisas diferentes. Não há um modelo único, um só predicado marxiano, pelo qual se analise o capitalismo nas
mais variadas realidades. O brasileiro José Chasin é um bom teórico para resgatar essa análise.
bom debate. poderia explorar mais os argumentos e teorias do q é o eurocentrismo noutro video?
Ola, Gustavo. Obrigado pelo vídeo. Poderias compartilhar alguma referência bibliográfica que remeta aos textos de análise circunstancial de Marx?
Eu li "proletarios do mundo, unio-vós" e n "proletarios europeus, unio-vós"
Conheci hoje o canal e estou adorando! Mas o que quero comentar é que acompanho um autor marxista e ativista dentro da luta de descolonização cultural eurocêntrica das Américas, é o Enrique Dussel. Pelo que eu entendi o eurocentrismo não é só a defesa da cultura ocidental, existe uma nova abertura de conhecimentos do que foi a história nos séculos que antecedem as colonizações das Américas e que põe países asiáticos e oriente médio como grandes potências antecessoras inclusive na área industrial tecnológica. E ainda trazer aqui o afrocêntrismo em que toda uma filosofia greco-romana foi surrupiada do antigo Egito. O título do vídeo aborda: "Marx era eurocêntrico? Na verdade o que quero saber é se a formação filosófica greco-romana de Marx teve influência exclusiva na visão de mundo de sua época. Abraço!
la vai o like antes do play
Faz um video sobre a ideologia e falsa consciência, ou sobre o conceito de "máscaras de caráter", um forte abraço.
Só um conselho: Leia o Espectros de Marx, do Jacques Derrida. Não que seja um trabalho que você vai gostar (apesar dele falar bem de Marx, como sendo uma teoria que se constrói e se transforma), mas porque tem a definição de eurocentrismo ligado ao conceito inicial que é de logocentrismo. Para essa epistemologia, o eurocentrismo está ligado ao logos, é sim ligado a uma epistemologias de compreensão da realidade, não apenas com história e cultura local. Não quer dizer que uma cultura é superior a outra, mas uma compreensão metafísica da realidade, com ideias de que os sistemas de pensamentos são inalteráveis.
Terminei de ler esse livro tem uns 2 ou 3 meses.
Gustavo , eu também sou morador de BH , eu gostaria que você falasse sobre o ´socialismo com características chinesas` , tendo em vista que o atual lider chines disse que Marx é o ´guia da humanidade` e que a China vai continuar seguindo o caminho do marxismo.
Engajamento!
Acho que os textos dos teóricos decoloniais são muito importantes pra essa discussão. Immanuel Wallerstein, Enrique Dussel e Arturo Escobar seriam bem cruciais, para entender o que é eurocentrismo e como se prender a posições particularistas e antimodernas é o caminho errado.
Por que o video está em 240p em diante? Isso vai fuder meu plano de dados...
Rapaz, vou me atentar a isso. Tudo isso é automático do youtube, nunca defini as resoluções disponíveis. Vou ver se existe a opção.
Quando esse livro ai vai virar e-book?
Eurocentrismo de acordo com o vídeo: "Uma fundamentação que já coloca de antemão aquele curso da Europa Ocidental como sendo necessariamente superior...como sendo necessariamente o progressismo e que tenha que ser apoiado em função dessa matriz."
Basicamente o que mais temos nas nossas escolas de educação básica. O que mais temos nas universidades e mesmo na militância...seja entre progressistas ou conservadores.
Marx não era eurocêntrico, mas o que tem de gente branca, da esquerda à direita, eurocêntrica não é brincadeira. Só estudam autores do "norte" e se você comenta de decolonialidade já é identitário. Bem fácil essa argumentação quase religiosa que parte dessa militância usa de "existe eurocentrismo, mas no caso do que eu estudo não era"...e nem me refiro ao vídeo que achei bem massa, mas essa argumentação tá aí circulando direto na esquerda.
Cansei de ouvir "você tem que entender", "você tem que estudar", "não é bem assim". Relativizar para defender seu próprio embasamento teórico.
Não sei quem é mais chato: pan-afrikanista que só estuda estadunidense, marxista branco playboy ou eu.
Cara tu tem como um dia falar das "epistemologias do sul"? Pra mim parece ser psicodelia...mas infelizmente muita gente boa e de "esquerda" abraça essas coisas
Concordo plenamente!
Simmm, tema importante.
Poderia explicar onde vc vê o psicodélico? O Bem Viver na Bolívia trabalha exatamente essas epistemologias do Sul! O q isso tem a ver com "psicodélica"? Leia Enrique Dussel, Anibal Quijano, Walter Mignolo, Grosfoguel, etc., e aí diga o que tem de psicodélico nisso tudo. Todos devidamente embasados em Mariàtegui e Marx. Então na tua lógica Marx e Mariàtegui eram psicodélicos? rsrsrs
Você diz que "esquerda" (genérica?) abraça isso. Você sabe ou leu ISSO? Claramente vc ouviu falar e nunca leu pq teu comentário mostra q vc está seguindo manada e não sabe do que falas.
@@coronatempo721 Saudações, que bom ver que és aguerrido em tuas convicções. De fato ainda não tive tempo de ler nenhum desses autores (o que é uma incompletude que realmente pretendo corrigir) e minha visão sim preconceituosa, que de fato é preconceituosa, esta afetada por uma série de camaradas que eu lido aqui no território em que vivo e que reivindicam as tais "epistemologias do sul" ao mesmo tempo que reivindicam Djamila Ribeiro....e renegam o marxismo. Estou de fato afetado por esses problemas psicodélicos dos indivíduos que eu conheço, que são de esquerda (acredito que sejam liberais de esquerda no compasso de localização) e reivindicam as epistemologias do sul.... mas mesmo assim acho que seria muito interessante o Gustavo abordar esse assunto se ele tiver alguma leitura e uma opinião critica que contribua para a construção de saber aqui no youtube.
Mas se tu tiver tempo poderia fazer uma síntese do que se trata esse conceito. Suponho, pela forma combativa com que te expressa, que certamente tens uma visão bem fundamentada sobre as Epistemologias do Sul e pode desanuviar minha ignorância
Abraço
Excelente, como sempre (exceto os do Losurdo hehe). Professor, tá muito caro vosso livro pra classe trabalhadora. Faz um sorteio aí pra gente dar aquela tentada na sorte. Quero muito ler!
Gustavo, em que obra estão esses artigos de Marx sobre a China e a Índia?
Qual candidato você votaria para prefeitura de São Paulo??
como militante do PSTU, Gustavo votaria em Vera Lúcia, candidata do partido na capital.
Vera Lúcia, que conheço pessoalmente e tenho enorme admiração.
Eu conheço pessoalmente o Boulos, e não tenho nenhuma admiração por ele, haha (e voto em São Paulo)
Comentário aleatório...
"Eurocentrismo" é uma palavra adequada para se dar uns bons bofetões na história e nas culturas de cada país do continente europeu. Sob esse termo ficam suprimidas as diferenças entre os sérvios e os bósnios e, pela mesma lógica, se pode dizer ao basco, ao catalão e ao castellano que são eles igualmente espanhóis, tanto quanto o reino da Espanha, a Polônia e a Turquia são igualmente europeus - com o que nada de específico se retém, ao contrário, tudo de mais diverso e adverso se faz pardo nesse enorme balaio noturno; e tudo isso simplesmente porque, apesar dos rios, montanhas e chumbo que os separam, estão no mesmo chão acima do mar (exceto os nederlandeses e a ilha do outro reino...) .
Não somente. Os usos mais vulgares refletem essa preguiça generalizante que você aponta, mas está longe de ser apenas uma epifania linguística a atordoar incautos e a masturbar o ego intelectualóide. Tanto não é que mto frequentemente os próprios europeus cometem o "desatino" de não levar tão a sério o critério geográfico que você apontou, o que quer dizer que existem países "mais europeus" do que outros.
O próprio Gustavo não pode concordar inteiramente com seu comentário, uma vez que ele afirma a sua *existência*.
Onde compro o livro?
Por que
Michael Löwy é fraco?
é interessante porque o Rosdolsky, naquele livro sobre Engels e os povos "não-históricos" (na versão mais próxima do fim da vida, não na dissertação de mestrado), aponta que o Engels principalmente, mas o Marx também, tinham por um tempo grande (durante a Nova Gazeta Renana pelo menos), uma visão muito errada do papel que cumpriam os eslavos (aparte os poloneses acho), até muito xenófoba. eu tô no início do livro ainda, tem mais umas cento e cinquenta páginas pela frente, pode ser que esteja me precipitando, mas você acha que é um erro do Rosdolsky isso?
edit: acabou respondendo mais para frente
Me parece que o eurocentrismo de Marx está no fato dele entender a colonização como um fator positivo para o desenvolvimento do capitalismo em regiões não-européias. Achar que a ocupação territorial, dominação política e imposição de valores culturais estrangeiros a qualquer população tem uma dimensão positiva, para mim como antropólogo, é um pressuposto eurocêntrico. Até a utilização apenas das fontes primárias dos dominantes para entender o processo é parte de um pensamento eurocêntrico.
primeiro comentário!
Hoje tem ganhado força o pensamento decolonial.muitos teóricos da nuestra américa tem se dedicado a isso
Dessa vez, Gustavo, você forçou a barra no começo do argumento.
Não se trata meramente de "tomar partido de um país ocidental numa disputa" e "errar porque estava equivocado", mas de IGNORAR elementos decisivos do processo real de colonização e CRER que este, no cômputo geral, foi positivo por causa do dinamismo introjetado nas sociedades-colônia pela expansão mundial de comércio. Ora, entender o que ocorria nas colônias e nas empresas coloniais como "disputa", ou seja, como um arranjo competitivo legítimo entre participantes com capacidades de projeção equiparáveis, já é problemático.
Veja, você começa o vídeo dizendo que estuda filosofia para entender os pressupostos por detrás dos discursos e se esquece de perguntar a si próprio: "Quais eram os pressupostos desse _erro_ de Marx"? Você mesmo responde e, de forma impressionante, constata que ele tinha uma perspectiva ainda LIBERAL sobre a expansão do capitalismo (sendo, ela própria, veja só, BASTANTE eurocêntrica).
E daí entra outro ponto: Não concordar integralmente com teorias explicitamente eurocêntricas não impede de haver VIÉS eurocêntrico, coisa que, a meu ver, Marx ainda padecia por não levar adiante, de maneira sistemática e exaustiva, seus próprios pressupostos.
Percebendo as asserções implícitas nas suas elaborações teóricas, ao se debruçar intensamente na documentação e na reflexão crítica sobre o sistema mundo, Marx afastou de vez essa influência silenciosa no seu pensamento e não mais voltou atrás.
Sua crítica ao Löwy e ao Kohan, que ligam e desligam a chave do "eurocêntrico" a cada análise específica do mouro, é certeira! Mas você quis expandir sua tese à biografia intelectual do Barba, meu chapa. Daí são outros 500
Ademais, muito bom seu vídeo! Até os autores que você critica são de alto nível porque, no submundo virtual e lacrativo, a qtde de gente que diz que Marx era um autor eurocêntrico (concordava até a medula com o postulado de superioridade ocidental face ao resto mundo) é nauseabundo!
Grato!
Meu caro, segundo penso, a incompreensão não estava em uma pressuposição eurocêntrica de qualquer tipo. Os textos jamais aludem a nada nesse sentido. O que era incompreendido era um aspecto muito bem determinado do processo: como e de que forma o capitalismo se desenvolve para outras regiões. Afora isso, iremos cair em causas psicológicas. Ele não compreendeu aquele aspecto do processo porque sua mente era eurocêntrica. Mas nesse tipo de explicação (das razões implícitas) podemos colocar qualquer coisa e perdemos a objetividade da análise.
@@orientacaomarxista, grato pela resposta.
Não precisamos deslocar a discussão para o campo da subjetividade de Marx. Concentremo-nos no que você disse no vídeo: Em um ponto específico da trajetória intelectual do Barba, no que se refere à expansão mundial do capitalismo, "Marx era liberal". É isso que quero dizer quando falo de viés.
Esse aspecto incompreendido (seminal, diga-se) redundou numa AFIRMAÇÃO acerca de uma totalidade, acompanhando muito a leitura que os clássicos da economia política faziam do fenômeno. Portanto, tratou-se de um ERRO cometido e devidamente corrigido, não uma lacuna deixada em aberto por Marx que não disse nada a respeito.
Quanto à análise dos textos, acredito impossível se fazer por aqui. Mas aproveito o ensejo pra fazer uma pergunta: Faz sentido chamar os clássicos da economia política de eurocêntricos?
Abçs!
Fiquei pensando na crítica do Marx ao Simon Bolívar, que é incensado por boa parte da esquerda, como um símbolo de luta pela libertação nacional na América Latina.
Marx era europeu e provavelmente essa posição geográfica exerceu influência nas suas análises. Só se pode analisar aquilo que se consegue "ver". Mas isso é ser eurocêntrico?
Gostaria de ver um debate seu com um ANCAP que não seja maluco. Eles aceitariam numa boa e você tbm parece que sim.
@@GilbertoRicci Pior que tem muita gente boa aí. Tem muito comunista maluco tbm, ambas as partes não fogem disso. O debate sempre é uma vitória quando levado a sério e com respeito.
Marx sempre foi um dialético e como bom dialetico aberto às mudanças dos fatos, da abordagens...
...Mas a visão "errada" que o Marx tinha do processo capitalista é justamente seu eurocentrismo! Eurocentrismo não é simplesmente achar que um país é o centro do capital, ou uma teoria geral que rege os paises do centro, pelo contrário, ela é justamente a "miopia" dele diante da amplitude e complexidade dos processos do capitalismo. Tua consideração sobre o eurocentrismo precisa de mais embasamento filosófico, sugiro a leitura de Enrique Dussel.
Kant era Eurocêntrico, Hegel era Eurocêntrico, Rousseau não era Eurocêntrico. Pq?
Não seria o centrismo realizar uma análise utilizando os seus valores e vivência sem perceber as diferenças, por exemplo, entre as culturas, O exemplo dado sobre a China reflete bem isso, a análise considerou que a China se comportaria como a Europa.
Que nada. os artigos de Marx sobre a China e Índia estão recheados de análises de Marx sobre as diferenças; e como os ingleses não são capazes de percebê-las.
Acompanho um canal há uns meses e esse é o primeiro vídeo que vejo Gustavo dando mais voltas do que explicando o conceito de eurocentrismo em si. Essa analogia que você faz no começo do vídeo (com judeus) é totalmente abstrata e delirante, foge diretamente do foco do problema.
Eurocentrismo é traçar a história do Ocidente como a história da humanidade, como métrica 0 de ações e perspectivas do mundo. Como diria Fanon, o Ocidente se vende como universal e, para isso, ele precisa necessariamente ser universalizante, transformar a história do Ocidente em "a eistória da humanidade". Ora, se a história de todas as sociedades se dá pela luta de classes, então as civilizações ameríndias e africanas sem classes eram civilizações ahistóricas? Ou eram "tribos selvagens incivilizadas"? Um grande exemplo disso (só pra citar + 1 exemplo) é o livreco do Engels baseado em um antropólogo evolucionista como Morgan, já superado há mais de um século. O conceito do que é civilização ou não é determinado pelo Ocidente, logo a régua para determinar o que é "civilizado" é sempre eurocêntrica.
O capitalismo necessariamente é eurocêntrico, tal qual as abordagens que buscam apresentar soluções para superá-lo. Marx era um homem de seu tempo, não há motivos lógicos para endeusá-lo de uma forma tão absurda.
Meu caro, uma coisa é criar uma elaboração teórica que toma a história europeia como universal e superior, e daí faz sua apologia em função de um modelo teórico abstrato. Outra coisa é um dado da realidade de que a Europa e o capitalismo que lá se desenvolveu venceu e abarcou todo mundo, sufocando e reprimindo as diferenças. Negar esse segundo aspecto é negar a realidade. Isso simplesmente aconteceu assim e qualquer projeto de transformação da realidade que desconsidere o que ela é, será um palavreado vazio.
Todas pessoas pertencem ao tempo em que viveram, e essa frase não significa absoluta nada. Marx foi um homem de seu tempo. Nós, somos homens de nosso temo. E o que isso quer dizer afinal?
A frase de abertura do manifesto nada mais faz do que indicar que a luta de classes não é uma invenção do capitalismo, existe há milênios; mas o capitalismo fundou uma forma específica de exploração de classe. Por isso o capítulo chama "burgueses e proletários".
@@orientacaomarxista "Todas pessoas pertencem ao tempo em que viveram, e essa frase não significa absoluta nada. Marx foi um homem de seu tempo. Nós, somos homens de nosso temo. E o que isso quer dizer afinal?"
Acho que o que amigo quis dizer é que Marx não estava livre de vieses eurocentricos pois esta era a norma no século XIX onde ele viveu. Por mais que ele tenha se esforçado para enxergar além do que a sociedade o condicionava, ainda assim, não é possível afirmar que ele podia pairar acima de seu tempo. Muita gente (não acho que foi seu caso) tenta resgatar uma visão ahistórica de personagens que admiram jogando fora o real e admirando um personagem imaginário idealizado. Isto, no entanto, não desabona Marx porque como você bem disse todos estamos sujeitos a vieses de nosso tempo
Não posso dar like em um vídeo que não tem 144p! Assim não rola.
Ainda existe a divisão Ocidente x Oriente? Ou agora tudo é modernidade?
Antisionismo e anti-semitismo de fato são coisas diferentes.
claro. sionismo é um movimento político.
Teoricamente são coisas diferentes, mas já vi muitos militantes do antisionismo usando estereótipos antissemitas, ninguém em pleno século XXI irá se dizer antissemita, é mais fácil socialmente se dizer "antissionista", não estou dizendo que esse Estado não possa ser criticado, só acho a coisa muito mais espinhosa do que aparenta.
Esse vídeo é pequeno, mas muito interessante. O autor consegue em pouco tempo deturpar o pensamento Marxista, o Socialismo, o Comunismo e segundo ele, com fundamento em Deus.
th-cam.com/video/BCzk6bG82tw/w-d-xo.html
Olá Gustavo, eu sei que você tem muitas diferenças em relação ao pessoal mais famoso da esquerda na internet, mas o que você acha do trabalho do João Carvalho? tu não acha que ele faz uma militância importante na redes sociais?
O João também mora em Belo Horizonte, e também é Cruzeirense,mas ele é Maoísta/Stalinista/Losurdista, então já sabemos qual é a opinião do Gustavo sobre ele.
Uai, Gustavo, mas pelo que você disse, o próprio fato dele julgar "bom" um aumento na produtividade naqueles países em detrimento de uma forma social tradicional e milenar (que independente das crises que eventualmente traziam foi o meio que os próprios povos encontraram de se organizar e mantinham certo sucesso na continuidade de sua população) já não indica uma visão eurocêntrica pautada no desenvolvimento social por meio de mais e mais domínio da natureza e se afastando do convívio harmônico com a mesma?
Em complemento a isso, pergunto sinceramente: Para você, como Marx pensava a questão ambiental?
Gustavo você pretende responder essa resposta aqui? th-cam.com/video/8V8o2VmULt0/w-d-xo.html
Marx era etapista. Aí sim, fomos surpreendidos novamente!
jones manoel tambem diz q marx ñ era eurocentrico.
Mas Marx nunca foi eurocêntrico.
Comentário do engajamento.
Engajamento!