00:13 Isso ocorre em todas as línguas com alfabeto latino. 00:54 Isto que vocês tentam explicar no minuto seguinte tem um nome muito interessante e simples: redução vocálica. Estamos perante a característica mais comum de todos os dialetos galaico-portugueses, embora seja menos intensa no galego, nos dialetos setentrionais do português europeu (nalguma ilha também) e nalguns dialetos do português brasileiro como o nordestino. Por outro lado, é bem mais intensa nos dialetos centro-meridionais do português europeu e sobretudo na zona entre Lisboa e Coimbra (fala padrão). Por isso é que eu digo que não são só 7 vogais, há aí umas 3 que estão escondidas e a RAG não considera como "fonemas vocálicos", que são: o "a" átono, o "e" átono e o "o" átono. E mais: no galego tradicional é muito comum não só a ocorrência de atonicidade no fim das palavras como inclusive por vezes no meio das palavras. O que acontece é que, devido aos critérios linguísticos usados na normativa do galego, essas vogais como praticamente não são pronunciadas são classificadas como "não existentes" e portanto excluídas da escrita - por isso é que temos formas como "polgar" em vez de "polegar", só para dar um exemplo. Ah, e muitas vezes a normativa inclusive retira vogais também do fim das palavras por serem átonas, como acontece em palavras como "el" ou "aquel" (em vez de "ele" e "aquele"). Outra coisa que não foi bem explícita aqui foi a questão dos acentos. Os acentos têm uma grande influência na pronúncia - o acento agudo (´) indica que a vogal é aberta, o acento grave (`) indica que houve uma contração e logo a vogal é aberta e o acento circunflexo (^) indica tonicidade com vogal fechada. Sei que o galego não possui todos estes acentos, mas até faria sentido utilizá-los em muitos casos, já que palavras como "bêbedo" passam a ser escritas com acento agudo mas leem-se de maneira distinta às demais.
@@costillero2189 A escrita actual também não ajuda a reconhecer a fonética das vogais, nomeadamente. O galego da RAG (que não o oficial) obvia essa parte fundamental da fonética e aí perde-se algo que iria muito ajudar os e as neofalantes.
No exactament, al català (oriental) a més tenim la vocal neutra /ə/ que és una mica diferent a la seva /ɐ/ i fem la reducció total de la "o" àtona en /u/. L'occità no té aquestes reduccions vocàliques, però el que sí que fan la majoria de varietats (excepte algunes com l'aranès) és pronunciar les -a finals com a o oberta /ɔ/. A més, té un so que no tenen ni el gallec, ni el portuguès, ni el castellà, ni el català: la u "francesa" /y/.
@@rovi3833 O som do 'u' 'francês' /y/, existe dialectalmente em português. Tem um exemplo de uma palavra com /ə/, em catalão ? Será por exemplo 'què'?
Min. 0:15 - "Na fala hai sete fonemas, e eses sete están presentes na inmensa maioría da poboación galega, mesmo nos castelanfalantes". Top! 😉👍 E, como digo eu sempre, só hai que enchufa-la orella ó koruño para o comprobarmos! O galego ten vogais (semi)abertas e (semi)pechadas, pero para vogais abertas, o valenciano (nivel: extreme): ti non sabes como soa "Alcoi" ( th-cam.com/video/bxD2pUt--Xc/w-d-xo.html ).
O 'e' muito fechado típico do português /ɨ/, quase inexistente no Brasil, pode ser encontrado em certos falares 'tradicionais' galegos... isto apesar de alguns linguistas (não portugueses!) acharem que foi o resultado de uma muito 'imaginativa' e 'conveniente' 'revolução fonética' no séc. XVIII ou XIX, ocorrida só em Portugal🤔😄
@@costillero2189 Em realidade é uma treta. As vogais nasais existem no galego porque existe o ene velar, só que não são representadas, mas existem como no norte de Portugal. A representação gráfica das vogais nasais do português foi o fruto de uma adaptação às variantes do sul para passar de escrever irmaõ a irmão. O til nasal nasce na idade-meia no norte de Portugal assim como na Galiza para representar o som do ene velar, mesmo sem saberem naquela altura o seu nome. Há uma curiosidade com a poesia de Afonso X de Castela (criado até aos 17 anos em Alhariz e com família galega). Nas suas Cantigas de Santa Maria, assim como nas cantigas profanas, que são bem menos, a representação do ene velar era com um ene final, que era diferenciada, de facto do outro ene, nos mesmos casos em que hoje existem as excepções no galego. No galego o ene velar é pronunciado em todos os finais com ene nas palavras e sempre liga à palavra a seguir, se for com vogal, como quando se diz em português "um amigo". Porém, em certos casos com as palavras bem, nom, quem e acho que algum caso mais, quando ligadas a um pronome átono "o" ou "a", por exemplo: nom o sei, quem o queira dizer, bem o sabes, bem a viu entrar pela porta, etc. O que por defeito iria ser um ene velar, vira um ene. Nas cantigas, Afonso X, junta essas palavras em só uma. Um exemplo é no prólogo das cantigas. Porque trovar é cousa em que jaz entendimento porém queno faz (h)ao d'aver e de razon assaz, per que entenda e sábia dizer o que entend'e de dizer lle praz ca ben trovar assi s'(h)á de fazer. E macar (ainda que) eu estas non (h)ei com'eu querria, pero provarei a mostrar end'un pouco que sei, confiand'en Deus, ond'o saber ven, ca per elle tenno que poderei mostrar do que quero algũa ren E o que quero é dizer loor da Virgem, Madre de Nostro Sennor, Santa Maria, que est'a mellor cousa que ele fez; e por auest'eu quero seer oy mais seu trovador, e rogo-lle que me queira por seu... etc. O engraçado é que nessa altura, nem sequer em Portugal havia consenso sobre o uso do lh ou do ll, nem do nh em vez do nn. Nos diferentes escritos a fórmula occitana (nh e lh) ainda não era de uso geral, mesmo que sejam usados uns ou outros muitas vezes. Posteriormente acabarão por se converterem no padrão da escrita o nh e o lh. Pois nesse sentido, também, em Portugal ainda demorará um par de séculos em se representar o e fechado com o ê e o o com o ô. Coisas da vida e das mudanças na escrita.
Seica nalgunhas poboacións ourensás limítrofes con Portugal (o que se coñece coma "a Raia") aínda as conservan, pero non no resto da Galiza. Alomenos iso foi o que aprendín na escola. ^^'
@@rf_csnv Porque as condições de vida por lá são melhores e então muita gente vai para lá para conseguir melhores trabalhos e melhor salário. Já ouviste falar da diáspora?
00:13 Isso ocorre em todas as línguas com alfabeto latino.
00:54 Isto que vocês tentam explicar no minuto seguinte tem um nome muito interessante e simples: redução vocálica. Estamos perante a característica mais comum de todos os dialetos galaico-portugueses, embora seja menos intensa no galego, nos dialetos setentrionais do português europeu (nalguma ilha também) e nalguns dialetos do português brasileiro como o nordestino. Por outro lado, é bem mais intensa nos dialetos centro-meridionais do português europeu e sobretudo na zona entre Lisboa e Coimbra (fala padrão).
Por isso é que eu digo que não são só 7 vogais, há aí umas 3 que estão escondidas e a RAG não considera como "fonemas vocálicos", que são: o "a" átono, o "e" átono e o "o" átono.
E mais: no galego tradicional é muito comum não só a ocorrência de atonicidade no fim das palavras como inclusive por vezes no meio das palavras. O que acontece é que, devido aos critérios linguísticos usados na normativa do galego, essas vogais como praticamente não são pronunciadas são classificadas como "não existentes" e portanto excluídas da escrita - por isso é que temos formas como "polgar" em vez de "polegar", só para dar um exemplo. Ah, e muitas vezes a normativa inclusive retira vogais também do fim das palavras por serem átonas, como acontece em palavras como "el" ou "aquel" (em vez de "ele" e "aquele").
Outra coisa que não foi bem explícita aqui foi a questão dos acentos. Os acentos têm uma grande influência na pronúncia - o acento agudo (´) indica que a vogal é aberta, o acento grave (`) indica que houve uma contração e logo a vogal é aberta e o acento circunflexo (^) indica tonicidade com vogal fechada. Sei que o galego não possui todos estes acentos, mas até faria sentido utilizá-los em muitos casos, já que palavras como "bêbedo" passam a ser escritas com acento agudo mas leem-se de maneira distinta às demais.
Não, algumas línguas tem mais vogais como por exemplo, o sueco, que tem nove: a, e, i, o, u, y, å, ä & ö.
@@MichaelPeterFustumum O "y" em sueco é uma vogal? Não sabia disso...
Eu sempre pensei que o galego necesitaba doutro acento para axudar na escrita e fala
@@diogorodrigues747 Y é una vogal nas línguas escandinavas. Å, ä & ö são letras independentes.
@@Bruno-ox6zx Há outra proposta ortográfica que é mais similar ao português chamada reintegracionista.
Daquela, resumindo: 5 vogais, 7 fonemas e 10 alófonos
Eu mira que o intento, pero non logro facer un uso correcto dos fonemas
@@costillero2189 A escrita actual também não ajuda a reconhecer a fonética das vogais, nomeadamente. O galego da RAG (que não o oficial) obvia essa parte fundamental da fonética e aí perde-se algo que iria muito ajudar os e as neofalantes.
Igual ao portugues e = i o = u
Pois eu digo que hai a aberto e a pechado!!
eu digo "grazas" con /ɑ/ na primera "a", iso é correcto?
Eu fago igual. Como en casa. A primeira aberta e a segunda pechada!
AIXI MATEIX EN CATALÀ I OCCITA
No exactament, al català (oriental) a més tenim la vocal neutra /ə/ que és una mica diferent a la seva /ɐ/ i fem la reducció total de la "o" àtona en /u/.
L'occità no té aquestes reduccions vocàliques, però el que sí que fan la majoria de varietats (excepte algunes com l'aranès) és pronunciar les -a finals com a o oberta /ɔ/. A més, té un so que no tenen ni el gallec, ni el portuguès, ni el castellà, ni el català: la u "francesa" /y/.
@@rovi3833 O som do 'u' 'francês' /y/, existe dialectalmente em português.
Tem um exemplo de uma palavra com /ə/, em catalão ? Será por exemplo 'què'?
7
Min. 0:15 - "Na fala hai sete fonemas, e eses sete están presentes na inmensa maioría da poboación galega, mesmo nos castelanfalantes".
Top! 😉👍
E, como digo eu sempre, só hai que enchufa-la orella ó koruño para o comprobarmos!
O galego ten vogais (semi)abertas e (semi)pechadas, pero para vogais abertas, o valenciano (nivel: extreme): ti non sabes como soa "Alcoi" ( th-cam.com/video/bxD2pUt--Xc/w-d-xo.html ).
Eu aínda non coñecín ningún galego que fose quen de pronunciar correctamente o número oito (ocho) en castelán 😂😂😂
Caso hahah
feliz antroido Hester
Bem curioso.
hola
No lo puedo entender😢
Por qué no lo has entendido?
También pronuncia la "e" portuguesa que suele ser cerrada al final de las palabras.
O 'e' muito fechado típico do português /ɨ/, quase inexistente no Brasil, pode ser encontrado em certos falares 'tradicionais' galegos... isto apesar de alguns linguistas (não portugueses!) acharem que foi o resultado de uma muito 'imaginativa' e 'conveniente' 'revolução fonética' no séc. XVIII ou XIX, ocorrida só em Portugal🤔😄
Vocês perderam as vogais nasais ou jamais tiveram?
@@costillero2189 Em realidade é uma treta. As vogais nasais existem no galego porque existe o ene velar, só que não são representadas, mas existem como no norte de Portugal. A representação gráfica das vogais nasais do português foi o fruto de uma adaptação às variantes do sul para passar de escrever irmaõ a irmão. O til nasal nasce na idade-meia no norte de Portugal assim como na Galiza para representar o som do ene velar, mesmo sem saberem naquela altura o seu nome. Há uma curiosidade com a poesia de Afonso X de Castela (criado até aos 17 anos em Alhariz e com família galega). Nas suas Cantigas de Santa Maria, assim como nas cantigas profanas, que são bem menos, a representação do ene velar era com um ene final, que era diferenciada, de facto do outro ene, nos mesmos casos em que hoje existem as excepções no galego. No galego o ene velar é pronunciado em todos os finais com ene nas palavras e sempre liga à palavra a seguir, se for com vogal, como quando se diz em português "um amigo". Porém, em certos casos com as palavras bem, nom, quem e acho que algum caso mais, quando ligadas a um pronome átono "o" ou "a", por exemplo: nom o sei, quem o queira dizer, bem o sabes, bem a viu entrar pela porta, etc. O que por defeito iria ser um ene velar, vira um ene. Nas cantigas, Afonso X, junta essas palavras em só uma.
Um exemplo é no prólogo das cantigas.
Porque trovar é cousa em que jaz
entendimento porém queno faz
(h)ao d'aver e de razon assaz,
per que entenda e sábia dizer
o que entend'e de dizer lle praz
ca ben trovar assi s'(h)á de fazer.
E macar (ainda que) eu estas non (h)ei
com'eu querria, pero provarei
a mostrar end'un pouco que sei,
confiand'en Deus, ond'o saber ven,
ca per elle tenno que poderei
mostrar do que quero algũa ren
E o que quero é dizer loor
da Virgem, Madre de Nostro Sennor,
Santa Maria, que est'a mellor
cousa que ele fez; e por auest'eu
quero seer oy mais seu trovador,
e rogo-lle que me queira por seu... etc.
O engraçado é que nessa altura, nem sequer em Portugal havia consenso sobre o uso do lh ou do ll, nem do nh em vez do nn.
Nos diferentes escritos a fórmula occitana (nh e lh) ainda não era de uso geral, mesmo que sejam usados uns ou outros muitas vezes.
Posteriormente acabarão por se converterem no padrão da escrita o nh e o lh. Pois nesse sentido, também, em Portugal ainda demorará um par de séculos em se representar o e fechado com o ê e o o com o ô. Coisas da vida e das mudanças na escrita.
@@xurxaku Além do galego, também detectei nasalidade, em certos casos, no llionés e no aragonés...
Acho que em alguns dialectos orientais ainda conservan as vogais nasais (As Cantas e em povos da provincia zonas de Zamora).
Podes por un exemplo en llionés e aragonés?
Seica nalgunhas poboacións ourensás limítrofes con Portugal (o que se coñece coma "a Raia") aínda as conservan, pero non no resto da Galiza. Alomenos iso foi o que aprendín na escola. ^^'
Cantas queiras hahah
¿Alguén vive aínda en Suíza?
Muita gente ainda vive na Suíça. O país tem uma forte comunidade galega e portuguesa também.
@@diogorodrigues747 ¿sabes por que é iso?
@@rf_csnv Porque as condições de vida por lá são melhores e então muita gente vai para lá para conseguir melhores trabalhos e melhor salário. Já ouviste falar da diáspora?
@@diogorodrigues747 grazas pola resposta, eu tamén vivo en Suíza e é moi bonito, pero nunca tan fermoso como Galicia
Jjajajaja su español es malo :P