Na época da crise eu assisti também um documentário no TH-cam que foi uma produção portuguesa (não me lembro o nome do documentário infelizmente) focando exclusivamente no Goldman Sachs. Eu lembro que um dos entrevistados foi o jornalista Chris Hedges que era um crítico ferrenho do Goldman Sachs e do setor financeiro dos EUA como um todo.
Assisti o Margin Call e é um baita filme apesar de ser de orçamento mais baixo. Mas a história não se passa de um domingo para segunda, é de uma quinta para sexta. Na quinta a noite o personagem do Zachary Quinto conclui a análise dos dados que havia sido iniciada pelo chefe dele (personagem do Stanley Tucci, que foi demitido na manhã de quinta numa demissão em massa do banco), percebe a merda que está acontecendo e aí começa a escalada da notícia pela hierarquia toda do banco até chegar no CEO que é interpretado pelo Jeremy Irons.
Esse filme é excelente! Talvez o mais próximo da realidade de uma empresa de investimentos no sentido de pressão/tomada de decisão, a atuação do Kevin Spacey é incrível!
Outro detalhe no Margin Call é a respeito da formação acadêmica do personagem do Zachary Quinto. Ele é um engenheiro aeroespacial com doutorado no MIT e ele diz que foi para o mercado financeiro pois a carreira lá era financeiramente bem mais atrativa do que na área dele. O personagem do Stanley Tucci também é formado em Engenharia Civil. Uma exemplificação do processo de desindustrialização nos EUA em que profissionais de setores técnicos e tecnológicos encontram melhores oportunidades em áreas que não têm nada a ver com suas formações.
@@felipesilverio9625 Com certeza. Inclusive aqui é ainda mais precário pois nos EUA ainda existem setores tecnológicos muito relevantes. O Brasil está caminhando para que em 2030 estejamos na mesma situação que em 1930. 50 anos de industrialização (1930-1980) seguidos de 50 anos de desindustrialização (1980-2030). Essa é a nossa desoladora realidade.
Paulo, o que aconteceu para que aqui a concentração bancária seja tão alta? Com taxas de juros tão exorbitantes nos cartões e etc, não compensaria para outros bancos grandes entrarem nos mercados brasileiros?
Eu me lembro que naqueles dias o Banco do Brasil e a Caixa abriram os cofres enquanto os privados se retraíram por completo. Se naquele tempo os bancos públicos já estivessem privatizados o Brasil ia descer pela privada...
O pessoal da Escola Austríaca diz que se tiver crédito e expansão monetária vai haver crise. Na verdade, vai haver crise se emprestar para algo que não tem demanda, apenas por especulação, como é o caso. A economia é feita de oferta e demanda, há itens que tem demanda e itens que não tem demanda, se bancos emprestam para produzir itens que não tem demanda ai ocorrem crises de crédito como essa, que o pessoal da escola austríaca tanto falo. Na crise das tulipas na Holanda talvez a primeira crise financeira registrada as pessoas também investiam em coisas que não tinha demanda verdadeira. Mas quando há empréstimos para fábricas que produzem itens altamente demandados ai sim esses itens serão comprados, as fábricas venderão seus produtos e pagarão os bancos de volta. Agora é claro que se houver uma recessão causada por uma política monetária contracionista pode ser que mesmo os itens que tem demanda não sejam comprados, mas assim que a inflação baixa e se adota política expansionista a economia volta a pegar e os itens altamente demandados voltam a ser comprados e a indústria volta a produzir. O ciclo do crescimento econômico é expandir a base monetária de maneira responsável para os bancos emprestarem para as fábricas, para aumentar os investimentos para fazer mais fábricas e mais máquinas altamente produtivas e depois expandir mais ainda a quantidade de dinheiro para elevar o poder aquisitivo das pessoas para que elas comprem os produtos das fábricas, para que as fábricas tenham lucro e voltem a pagar os bancos.
Boa. Diria mais, se vc realizar impressão de moeda para facilitar o consumo de um setor da economia que possui capacidade ociosa, a tendência é que não ocorra inflação nenhuma, pq os agentes produtores podem responder ao aumento da demanda simplesmente ligando mais máquinas.
""Na verdade, vai haver crise se emprestar para algo que não tem demanda"" Não havia demanda para casa propria? Havia Não havia demanda pra credito? Havia Não havia demanda para produtos financeiros que empacotavam o credito hipotecario? Havia E mesmo assim, BOOM!
@@felaville1049 mas não havia ociosidade nesses setores fi.... Nunca antes na história desse país se imprimiu tanto dinheiro, e a inflação tá abaixo do teto da meta. A inflação está ocorrendo somente por causa do dólar e em alimentos, que não havia capacidade ociosa. Na parte da economia que está com capacidade ociosa e não depende do dólar diretamente, está ocorrendo até uma leve deflação. Na época da Dilma a economia estava sobre-aquecida, e imprimir dinheiro numa situação dessa é suicídio. Agora, veja só juros em mínima história, maior relação dívida pib da história, e nada de inflação. Inclusive os juros que o Brasil está pagando hoje no mercado internacional estão menores que em Janeiro de 2020....
@@jzargowinterhold1942 Ok, nós vivemos em uma situação excepcional, e isso precisa ser lembrado, as suas considerações, são considerações de um quadro estático, nesse exato momento, como uma fotografia, e que não leva em consideração implicações futuras. Esse é seu argumento, ele e valido ate o momento atual que é representado ate o tempo 0:13 no video abaixo, aonde tudo está muito bem: th-cam.com/video/xiMUACCJ9MI/w-d-xo.html Eu não estou querendo dizer que haverá uma hiperinflação no ano seguinte, mas como acho que seria leviano da minha parte afirmar isso, eu tb considero leviano, vc assumir como conclusão definitiva, dado um quadro atipico como que vivemos, justamente por ser um quadro atipico ,a recomendação deveria ser cautela. Existe quase uma unanimidade entre analistas de mercado, que mesmo governo passando todas as reformas no inicio do ano que vem, os indíces de inflação irão subir, e assim tb os juros, divergências estão só em qual trimestre isso irá acontecer. E sim, em um quadro pessimista, a situação poderia ser muito complicada para paises em desenvolvimento, e isso tb não pode ser descartado. Uma das razões do BC justificar a impressão de dinheiro na economia, está no fato de que, o dinheiro da ajuda emergencial, não estaria retornando aos bancos, e porque isso é um alerta? pq se o dinheiro não está voltando aos bancos, o governo não tem condição de mensurar as coisas apropriadamente, e novamente, isso aponta para cautela, e não para conclusões. E como deflação é algo muito pior, o governo é obrigado a imprimir mais dinheiro, para coloca-lo em circulação, devido a esse entesouramento do dinheiro que tem acontecido. Mas deixando o corona virus pra la, em um quadro de economia normal, direcionar recursos para um setor ocioso, não garante que o dinheiro sera usado da forma que o governo acredita, poderia trazer alguns exemplos disso, e ainda que isso não aconteça, direcionar dinheiro para um setor industrial ocioso, tende a levar uma saturação muito rápido, o consumidor compra uma geladeira, e não precisara de outra tão cedo.
Porque simplesmente não aceitar, que a crise está intriseca ao capitalismo, são só os agentes economicos buscando fazer uma melhor alocação de capital, e o inicio do processo é arduo, desde que, o crescimento economico ao final de um ciclo de crise seja maior que o anterior, qual o problema? E não é exatamente isso que vem acontecendo desde sempre?
Há também o filme Capitalism: A Love Story de Michael Moore que mostra já no início do filme uma família em via de ser despejada esperando a polícia com uma espingarda na mão.
Boa noite, professor. Tem certeza que o patrimônio líquido do Lehman Brothers era de 1 bilhão apenas. Porque os grandes bancos americanos hj têm em média uns 200 bilhões de patrimônio (usando dados do RI do Citigroup, Wells Fargo, JP Morgan e Bank of America)
Na época da crise eu assisti também um documentário no TH-cam que foi uma produção portuguesa (não me lembro o nome do documentário infelizmente) focando exclusivamente no Goldman Sachs. Eu lembro que um dos entrevistados foi o jornalista Chris Hedges que era um crítico ferrenho do Goldman Sachs e do setor financeiro dos EUA como um todo.
Assisti o Margin Call e é um baita filme apesar de ser de orçamento mais baixo. Mas a história não se passa de um domingo para segunda, é de uma quinta para sexta.
Na quinta a noite o personagem do Zachary Quinto conclui a análise dos dados que havia sido iniciada pelo chefe dele (personagem do Stanley Tucci, que foi demitido na manhã de quinta numa demissão em massa do banco), percebe a merda que está acontecendo e aí começa a escalada da notícia pela hierarquia toda do banco até chegar no CEO que é interpretado pelo Jeremy Irons.
Esse filme é excelente! Talvez o mais próximo da realidade de uma empresa de investimentos no sentido de pressão/tomada de decisão, a atuação do Kevin Spacey é incrível!
Jeremy Irons foi muito subestimado nesse papel.. merecia todos ia prêmios.
Outro detalhe no Margin Call é a respeito da formação acadêmica do personagem do Zachary Quinto. Ele é um engenheiro aeroespacial com doutorado no MIT e ele diz que foi para o mercado financeiro pois a carreira lá era financeiramente bem mais atrativa do que na área dele. O personagem do Stanley Tucci também é formado em Engenharia Civil.
Uma exemplificação do processo de desindustrialização nos EUA em que profissionais de setores técnicos e tecnológicos encontram melhores oportunidades em áreas que não têm nada a ver com suas formações.
Bem parecido com que acontece por aqui
@@felipesilverio9625 Com certeza. Inclusive aqui é ainda mais precário pois nos EUA ainda existem setores tecnológicos muito relevantes. O Brasil está caminhando para que em 2030 estejamos na mesma situação que em 1930. 50 anos de industrialização (1930-1980) seguidos de 50 anos de desindustrialização (1980-2030). Essa é a nossa desoladora realidade.
Margin Call, To Big To Fail, The Big Short, e o filme francês The Insider, são indispensáveis para entender a crise imobiliaria de 2008.
Paulo, teu conteúdo é ótimo!! Mas, por favor, melhore o áudio, muito baixo.
Desculpe me intrometer brother. o meu áudio é bom.
Marcelo Gomes, concordo. Conteúdo ótimo, o audio eu também acho baixo.
Paulo, o que aconteceu para que aqui a concentração bancária seja tão alta? Com taxas de juros tão exorbitantes nos cartões e etc, não compensaria para outros bancos grandes entrarem nos mercados brasileiros?
Parabéns pelo seu conteúdo meu caro, é uma aula maravilhosa
Eu me lembro que naqueles dias o Banco do Brasil e a Caixa abriram os cofres enquanto os privados se retraíram por completo. Se naquele tempo os bancos públicos já estivessem privatizados o Brasil ia descer pela privada...
BB, BNDS e CAIXA são nossos godizilas, sempre nos salvando.
Poderia colocar a lista dos filmes que vc falou?
Paulo por favor deixa as bibliografias qual o livro da Laura
Ótimo vídeo explicativo.
Baita aula, aprendendo bastante.
O pessoal da Escola Austríaca diz que se tiver crédito e expansão monetária vai haver crise. Na verdade, vai haver crise se emprestar para algo que não tem demanda, apenas por especulação, como é o caso. A economia é feita de oferta e demanda, há itens que tem demanda e itens que não tem demanda, se bancos emprestam para produzir itens que não tem demanda ai ocorrem crises de crédito como essa, que o pessoal da escola austríaca tanto falo. Na crise das tulipas na Holanda talvez a primeira crise financeira registrada as pessoas também investiam em coisas que não tinha demanda verdadeira. Mas quando há empréstimos para fábricas que produzem itens altamente demandados ai sim esses itens serão comprados, as fábricas venderão seus produtos e pagarão os bancos de volta. Agora é claro que se houver uma recessão causada por uma política monetária contracionista pode ser que mesmo os itens que tem demanda não sejam comprados, mas assim que a inflação baixa e se adota política expansionista a economia volta a pegar e os itens altamente demandados voltam a ser comprados e a indústria volta a produzir. O ciclo do crescimento econômico é expandir a base monetária de maneira responsável para os bancos emprestarem para as fábricas, para aumentar os investimentos para fazer mais fábricas e mais máquinas altamente produtivas e depois expandir mais ainda a quantidade de dinheiro para elevar o poder aquisitivo das pessoas para que elas comprem os produtos das fábricas, para que as fábricas tenham lucro e voltem a pagar os bancos.
Boa. Diria mais, se vc realizar impressão de moeda para facilitar o consumo de um setor da economia que possui capacidade ociosa, a tendência é que não ocorra inflação nenhuma, pq os agentes produtores podem responder ao aumento da demanda simplesmente ligando mais máquinas.
""Na verdade, vai haver crise se emprestar para algo que não tem demanda""
Não havia demanda para casa propria? Havia
Não havia demanda pra credito? Havia
Não havia demanda para produtos financeiros que empacotavam o credito hipotecario? Havia
E mesmo assim, BOOM!
@@felaville1049 mas não havia ociosidade nesses setores fi....
Nunca antes na história desse país se imprimiu tanto dinheiro, e a inflação tá abaixo do teto da meta.
A inflação está ocorrendo somente por causa do dólar e em alimentos, que não havia capacidade ociosa. Na parte da economia que está com capacidade ociosa e não depende do dólar diretamente, está ocorrendo até uma leve deflação.
Na época da Dilma a economia estava sobre-aquecida, e imprimir dinheiro numa situação dessa é suicídio. Agora, veja só juros em mínima história, maior relação dívida pib da história, e nada de inflação. Inclusive os juros que o Brasil está pagando hoje no mercado internacional estão menores que em Janeiro de 2020....
@@jzargowinterhold1942 Ok, nós vivemos em uma situação excepcional, e isso precisa ser lembrado, as suas considerações, são considerações de um quadro estático, nesse exato momento, como uma fotografia, e que não leva em consideração implicações futuras.
Esse é seu argumento, ele e valido ate o momento atual que é representado ate o tempo 0:13 no video abaixo, aonde tudo está muito bem:
th-cam.com/video/xiMUACCJ9MI/w-d-xo.html
Eu não estou querendo dizer que haverá uma hiperinflação no ano seguinte, mas como acho que seria leviano da minha parte afirmar isso, eu tb considero leviano, vc assumir como conclusão definitiva, dado um quadro atipico como que vivemos, justamente por ser um quadro atipico ,a recomendação deveria ser cautela.
Existe quase uma unanimidade entre analistas de mercado, que mesmo governo passando todas as reformas no inicio do ano que vem, os indíces de inflação irão subir, e assim tb os juros, divergências estão só em qual trimestre isso irá acontecer. E sim, em um quadro pessimista, a situação poderia ser muito complicada para paises em desenvolvimento, e isso tb não pode ser descartado.
Uma das razões do BC justificar a impressão de dinheiro na economia, está no fato de que, o dinheiro da ajuda emergencial, não estaria retornando aos bancos, e porque isso é um alerta? pq se o dinheiro não está voltando aos bancos, o governo não tem condição de mensurar as coisas apropriadamente, e novamente, isso aponta para cautela, e não para conclusões. E como deflação é algo muito pior, o governo é obrigado a imprimir mais dinheiro, para coloca-lo em circulação, devido a esse entesouramento do dinheiro que tem acontecido.
Mas deixando o corona virus pra la, em um quadro de economia normal, direcionar recursos para um setor ocioso, não garante que o dinheiro sera usado da forma que o governo acredita, poderia trazer alguns exemplos disso, e ainda que isso não aconteça, direcionar dinheiro para um setor industrial ocioso, tende a levar uma saturação muito rápido, o consumidor compra uma geladeira, e não precisara de outra tão cedo.
Porque simplesmente não aceitar, que a crise está intriseca ao capitalismo, são só os agentes economicos buscando fazer uma melhor alocação de capital, e o inicio do processo é arduo, desde que, o crescimento economico ao final de um ciclo de crise seja maior que o anterior, qual o problema? E não é exatamente isso que vem acontecendo desde sempre?
Há também o filme Capitalism: A Love Story de Michael Moore que mostra já no início do filme uma família em via de ser despejada esperando a polícia com uma espingarda na mão.
isso que eu ia falar... quando dá lucro é mérito do investidor, quando dá prejuízo o povo paga a conta
Excellent
Boa noite, professor. Tem certeza que o patrimônio líquido do Lehman Brothers era de 1 bilhão apenas. Porque os grandes bancos americanos hj têm em média uns 200 bilhões de patrimônio (usando dados do RI do Citigroup, Wells Fargo, JP Morgan e Bank of America)
Teve um trabalho na universidade sobre esse tema.
Parece que não aprenderam: a próxima crise pode ser m pior.
Up
"Milagrinho uma ova!"
Alguém me pediu o link para o documentário da Folha de São Paulo: Desigualdade Global. Segue o link: m.th-cam.com/video/1WbqCfG3GVw/w-d-xo.html