LI varias vezes o sapiens e estou relendo homo deus, realmente a leitura é muito prazerosa. Nunca considerei as obras desse autor algo como a palavra final sobre a história do ser humano, mas, como um ponto de vista bem interessante. Confesso no entanto que muita coisa mudou depois de meu mergulho aqui no orientação marxista, não que essa visão sua, minha, e do harari não seja uma ficção cheia de vieses e filtros pessoais, devo porem render-me ao seu argumento que apenas depois de algo concreto dentro da realidade objetiva é que posso criar conceitos filtrados pela minha lente, e subjetivamente discutir, divulgar, fazer proselitismo e explicar aos demais o que se passa, criando assim essa minha ficção também. Se é que me entende. Aguardando seu próximo livro. Parabéns pelo seu trabalho. Abraços,
Bah, eu ponho o vídeo para rodar, e imagino fazer outra coisa paralelamente, quando vejo, já está no final e não sai da frente do celular ou pc, de tão cativante que é a forma e argumentação, usada nos vídeos. Parabéns Gustavo.
@@yolandabarberio5749 pq essa visão do Harari parece o idealismo dos irmãos Bawer, de que um ser dotado de grandes conhecimento cria algo para as massas serem guiadas
Para esses autores a verdade histórica não importa muito. O importante é a obra agradar e vender. O mesmo vale para as religiões. O importa é converter e juntar fiéis.
Vídeo muito interessante! Partindo desse pressuposto, são os manuais de utilização é que criam os objetos. As leis reguladoras das operadoras de internet vieram antes dela.
Como diria Arthur Schopenhauer: "O Homem é livre para fazer o que quer, mas não para querer o que quer." É a visão de Marx quando analisa o processo histórico.
E realmente uma lição que todo intelectual deveria ter de humildade para com sua compreensão da humanidade pois não chegamos sozinhos a totalidade da verdade mesmo os mais genial da espécie humana
Vou assistir com coração na mão. Gosto muiiiiiiiiiiiito desse autor, Omo Deus é um livro que ainda rumino depois de quase um ano. Vamos ver o que tem pra dizer. Gosto demais do seu trabalho, obrigado e parabéns pela coragem de criticar o Yuval.
Só pelo fato desta obra incitar tanta discussão e opiniões diferentes, acho que ela já deveria ter o seu valor reconhecido. Eu, por exemplo, não tenho uma bagagem de conhecimento histórico, arqueológico, etc; mas vendo esse vídeo, fiquei com mais vontade ainda de ler o livro.
A questão da natureza é realmente boa, sobretudo porque é flagrante historicamente que a ideia de natural também foi alvo de disputas intersubjetivas. Em dado momento histórico a miséria e a fome foram consideradas por diversos autores como sendo naturais e autorizadas por deus. Mesmo no século XVIII Rousseau era voz dissonante ao defender a ideia de que o problema residia na ordenação social. A ideia de natural que temos hoje é um produto das distinções estabelecidas na época moderna, as quais consolidaram as ciências naturais e físico-químicas. Excelente vídeo.
Muito necessário nesse momento esse vídeo , parece que juntamente com a sede do conhecimento de sua história que o ser humano tem desenvolvido está atrelado a uma busca em fontes "agradáveis e modinhas" o que é realmente um perigo, ainda mais quando parece que a um retorno do século 18/19 com uma visão idealista da história ou como Marx diria "os filósofos estão mais preocupados em interpretar o mundo ao invés de transforma-lo" .
Muito bom. Gustavo, gostaria de sugerir um vídeo sobre o livro: Gene egoísta do Richard Dawkins, esse sim com elementos concretos que provam, a despeito do título, que a sociedade humana é inerentemente altruísta, do contrário não teria de que indivíduos egoístas isolados tirarem vantagem. Outra sugestão de vídeo é sobre o livro: Casta, de Isabel Wilkerson. Tenho muita curiosidade de saber como os conceitos de casta e classe se relacionam na sua opinião. Um abraço
Fala Gustavo! Obrigado pelo esclarecimento. Comecei a ler esse livro umas 3x vezes e deixei por preguiça, agora me pergunto se devo retomar dentre muitas outras leituras que me aguardam. Aproveitando, estou finalizando um livro, que o título lembra um pouco este do Harari, "Uma breve história da economia". Se puder dê uma olhada, ficaria feliz em ouvir você falando sobre ele se achar cabível. E até a live com com Nildo. Aguardo ansioso por ver vocês dois tecendo idéias. Obrigado!
Li esse livro mês passado e mts coisas me causaram estranheza, principalmente a ideia de as coisas surgirem sem contexto de sociedade e características de cada época. Excelente resenha
Marx é o filósofo que não concorda com ninguém. Pra Marx todo mundo é uma besta quadrada. No final, todos estão errados. Seus seguidores querem destruir a economia de mercado pra colocar o nada em seu lugar. Marx, o verdadeiro filósofo niilista.
Nunca li esse livro, mas sua analise professor da a entender que o livros da voltas e mais voltas mas não responde muito, parabéns professor muito boa sua explicação.
Parabéns, acho que é um bom espaço de atuação analisar materialmente essas obras altamente populares. Dá-se uma utilidade material para esses escritos tão massivamente consumidos porém perdidos em sua ideologia ultra-moderna, que ironicamente regride ao idealismo clássico. Você é um candidato grandemente capacitado e bem localizado para fazer essa tarefa, está trazendo ótimos resultados a nós todos e contribuindo com o atual estudo e debate contemporâneo! Abraços socialistas desde o PSTU Sinop-MT.
Gustavo, acho sua crítica válida em diversos pontos. Porém, penso que você fez algumas distorções no pensamento do Harari. É nítido que ele ignora os processos de mudança na forma social que possibilitaram às pessoas a compreensão de subjetividades de um modo específico e a formação de intersubjetividades a partir desse novo entendimento. Nesse ponto, concordo contigo. Mas o Harari explica os processos graduais de formação das "ficções" humanas. O texto discorre, por exemplo, sobre os processos graduais que levaram à formação do dinheiro. Ele não deixa a entender que essas coisas foram criadas "do nada", como você alega. Ele explica o surgimento, mas não explica como foi possível o entedimento de tais subjetividades. Pelo menos, foi assim que entendi. Abraços, gosto muito do teu canal!
Penso que não Pedro. É claro que o Harari fala de muita coisa em seu livro, inclusive das mudanças sociais e gradativas. O problema é que ele funda todas essas transformações em criações subjetivas que as pessoas simplesmente acreditam e partilham. Ele anuncia isso explicitamente em todo o livro (alguns trechos eu coloquei na descrição) e é o fio condutor da exposição.
@@orientacaomarxista mas quando voce diz que são as condições objetivas da sociedade que estimulam as causas ... a gente fica com vontade de pergutar-lhe de quem é feito as sociedades e suas condições? É a pura questão ontológica: se Determinista ou Indeterminista / Materialismo ou Idealismo. Para isto vou ao encontro de descobertas mais profundas como de Nagarjuna do sec II (a realidade última de todos os fenômenos percebidos pelos 5 sentidos). A fisica e outras ciencias exatas tbem deixaram uma pulga atras da orelha qdo observaram que os fenomenos fisicas têm consciencia na sua formação, assim como a racionalidade tem limite de compreensao, etc.
Eu acho válido tanto o materialismo filosofico de Marx, quanto a mecânica quantica, assim como a obra do Harari porque entendi Nagarjuna. Vivemos tempos em que ninguem pode dizer o que realmente esta acontecendo conosco, então todos sao válidos. Hora de mais humildade e mais vontade de perceber que algo nos faltou....durante toda a história. Mas estamos tendo a possibilidade de talvez agora perceber o que é este algo que esquecemos de coloccar na equação. Neste sentido o Harari ta mais 'quente' que o Marx, neste momento. Mesmo que a obra dde Marx seja infinitamente maior, mais importante e transformadora em seu tempo. Estamos esquecendo de computar o observador na operação. Hoje temos trabalhos de marxistas como Althuser que encontrou no termo 'ideologia' um sinal que aponta tambem nesta direção. O capitalismo, por exemplo, nao é alguem que o faz, mas sim as crenças que os aparelhos ideologicos educaram aqueles que vivem sob ele, sejam os explorados, sejam os exploradores. Seria simplesmente entao uma reprodução de crenças, de mitos, substituindo Odin por PJ. Mas isto tudo dentro de um círculo vicioso. Como tudo isto é vivido por um ser humano que é dual (no seu uso da mente) caímos sempre na armadilha da pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Uma resposta que teria alguma serventia para os dias de hoje seria: "nem um, nem o outro nasceram primeiro. É simplesmente um círculo vicioso sem principio, que se repete e repete".
Careço muito de ref literarias para embasar o q eu penso, mas ao ouvir as interpretaçoes do caríssimo autor deste canal sobre as interpretaçoes do autor de sapiens, nao consigo enxergar uma sanha do Harari em atribuir a criaçao do credito, do dinheiro ou da "invençao" da agricultura a alguém ou a grupos especificos, ao contrário, entendo que ele se refere a movimentos sociais e naturais levando em conta um perfil caracteristico do sapiens, sugerido pelo autor qdo inicialmente conta como se deu a supremacia do sapiens sobre os demais homos, de controlar e subjulgar. Isto sim ficou para mim ficou marcado como fio condutor da teoria dele. Entendo q como pensador Marxista convicto, o nobre autor deste canal obviamente submete o Harari às teorias as quais constrói toda a sua visão de mundo e argumentaçao, se atendo à minúcias que propositalmente nao foram abordadas no livro por tratar de outros aspectos, que nao seriam os fatos e momentos historicos específicos onde e qdo se deram as origens do dinheiro e do credito, por exemplo. Entendo q o Harari quer demonstrar um outro ponto de vista que é como pensa e age o sapiens, suas motivaçoes e modus operandi. O q pode soar pertubador, e realmente é, seria admitir q nao importa o quão diametralmente opostos podem ser os pensamentos, sejam eles marxistas, capitalistas, fascistas, religiosos, etc. o diabo a 4. Todos são resultados da mente do sapiens com seu histórico transmilenar de errar cada vez mais em sua forma de se manter como espécie, como um trator arrasador de terra, escravo de uma racionalidade que diante da organizaçao natural da vida só tem demonstrado a sua inequívoca tendência a ocupar espaço, desequilibrar sistemas sutis e funcionais e ainda achar que está arrasando bangu, com seus livros, suas culturas cerebrais, sua sanha de conquista, falta de empatia e muito mais, criando fabulosas teorias falaciosas para justificar suas atitudes. Conclusão? Tanto ele, como Marx, como eu e o nobre autor deste canal podemos estar irremediavelmente equivocados!
Caramba, rapaz, meu TCC toca muito nesse tema da relação objetiva e subjetiva com os deuses. Continuação do meu trabalho vai se aprofundar ainda mais nesse aspecto. Sorte do mundo que sou preguiçoso e estou enrolando para escrever essa "obra" que ninguém vai ler hahahahahahhaa.... Mas valeu, bem legal ouvir essas suas colocações.
Harari responde sua pergunta no livro, sobre que processo que se deu para as pessoas começarem a confiar mais no futuro e no crédito, e a resposta é a descoberta das americas, época em que nasceu as bolsa de valores, que as pessoas davam créditos aos navegantes e conseguiam muitas riquezas por meio da exploração dessas novas terras, e a partir dai a ciência começou a evoluir exponencialmente, aumentando a produção, a produtividade, a inovação técnologica etc, que fez a economia crescer cada vez mais e mais
Gustavo, obrigado pelo vídeo. Eu fui um dos que já comentou pedindo vídeo sobre o Sapiens. Você tocou justamente no ponto que imaginei que qualquer marxista tocaria, já que é central no pensamento materialista a crítica aos "conceitos" como alicerce social. Esse era o ponto fundamental que gostaria de discutir num comentário desse vídeo, mas quanto a isso deixo só uma dúvida no fim. Vou tratar principalmente de outros pontos porque considerei a crítica problemática. O mais complicado foi que muita coisa do que você diz sobre o livro o autor não faz (ou faz, e você diz o contrário). No geral, o entendimento de que o livro propõe que ideias surgem do nada na cabeça de um indivíduo e outras pessoas simplesmente começam a acreditar nelas é raso. O tema do surgimento do capitalismo é um exemplo: no capítulo "O credo capitalista" o autor dá diversas explicações de como foi possível que as pessoas passassem a acreditar e basear decisões importantes de suas vidas numa ideia (o crédito) que já era antiga e até aquele momento não era central na sociedade. Justamente a resposta à pergunta que você faz no vídeo. Ele explica por mais de uma via que a ascensão do Estado e da ciência durante o mercantilismo, época que você cita, foram determinantes para a mudança de mentalidade. Na visão dele, sem Estado e ciência simplesmente não haveria o credo capitalista. E esses três elementos (capitalismo, estado e ciência) se retroalimentam na sociedade contemporânea. Esse é o ponto central que deveria ser melhor discutido no vídeo à luz do marxismo. Quanto à citação da página 421, que na verdade é "O capitalismo começou como uma teoria sobre como a ECONOMIA funciona", no contexto do capítulo entende-se claramente que o autor não se refere a uma teoria acadêmica. Está se referindo a um tipo de pensamento, mas não diz que ele foi sistematizado em teoria acadêmica/filosófica para que o capitalismo pudesse surgir. Então a crítica de que só foram criadas teorias sobre o capitalismo depois do sec. XVIII não é válida para refutar o argumento geral. É um livro que visa ser popular, então não são raros os momentos que o Harari não se vale de rigidez conceitual. Poderia citar outros pontos mas não vou me alongar ainda mais. A dúvida: na sua visão, quanto a questão do materialismoXidealismo realmente importa na luta pra substituir o capitalismo? Certamente a discussão deve ser feita, mas às vezes acho que pessoas com muito potencial de luta gastam muito tempo discutindo essa questão. E outra: alguém que lê o Harari atentamente pode começar a questionar o capitalismo, já que o próprio autor o faz, mas teria que conseguir ir além das soluções individualistas do autor. Perder o convencimento de uma pessoa como essa por conta do idealismo vale a pena? Agradeço novamente a oportunidade de discutir o livro. Abraço!
Bom, não sou o Gustavo mas acho que posso acrescentar um ponto a se pensar na última pergunta: o livro foi editado com um mercado em vista. Diferente do Gustavo, eu não acho que o Harari ignora o problema do fomento da ideia do capital por prefere a ideia de "intersubjetividade espontânea". Harari provavelmente, como professor, sabe exatamente deste ponto. Sinto que ignora-lo talvez tenha sido uma escolha ativa. Política até.
A verdadeira pergunta é como um marxista crítico ao livro do Harari conseguiria contar a macrohistoria do ser humano desde a evolução de um mamífero comum até o grau de desenvolvimento atual. Queria entender qual o grau de raciocínio ele se ateria para ligar um fato ao outro para chegar até os dias modernos. Estou curioso!
É inacreditável ver o renascimento de autores com concepções idealistas da história. E ainda dizem que Marx está ultrapassado, antiquado, etc... Para mim o que está ultrapassado é achar que as ideias movem a história.
Talvez porque não seja tão simples assim. Não é um "só não vê quem não quer". Essa questão resumida em idealismo x materialismo é longa e não terminaria tão fácil. Pessoalmente, acho que isso acontece porque prova cabal de qual lado está certo, e até do que efetivamente é "material" ou "ideal", principalmente em sociedade, é difícil de se encontrar. Talvez ainda se discuta isso até depois de uma revolução...
@@guimilitao A dicotomia idealismo-materialismo evidentemente não explica tudo, mas esclarece bastante coisa. Creio que essas concepções idealistas estejam ressurgindo devido às visões associadas ao pós-modernismo, que embora não se afirmem enquanto tais, acabam redundando para o idealismo.
@@luizhumberto8802 Sim, o idealismo é muito mais interessante para as elites, pois ideias podem ser deformadas à vontade, enquanto o materialismo deve se submeter à realidade. Com liberdade para deformar ideias sem restrições, as elites sempre encontram um jeito de manter o povo sob controle.
Salve Gustavo, sempre uma aula de análise! Se a historiografia tem se desenvolvido, em maioria, no terreno da pós modernidade (superstições, metafísicas, etc) ... você ficaria passado com o que acontece no mundo da criação em artes! rs (dizendo isso como trabalhador da cultura). Um abraço!
Meu Deus, que homem incrível. Conheci outro dia e não consigo parar de assistir, já maratonei. Isso sim é intelectual e não essa merda rastaquera que temos visto por aí dentro da esquerda.
Foi a melhor resenha de que tive acesso. Li muitas críticas publicadas na Gra-Bretanha e nos Estados Unidos , mas vc foi no cerne das questões. Seria bom que você comentasse o Livro Homo Deus. Lá ,ele leva ao limite essa ideia absurda de que ficções ocasionais farão o futuro. Além do mais , ele comenta diversos assuntos sem profundidade necessária. Um deles é a inteligência artificial. Ele atribuiu poderes aos dados e a inteligência artificial que vão muito além do que ela de fato é capaz.
Em se tratando sobre as leis, dinheiro, mercado e afins, o que Harari, pelo menos da forma que entendi, deixa explícito no livro é que essas não foram invenções surgidas " do nada" como deixou transparecer sua explicação, no caso, essas coisas surgiram por uma necessidade que advém da própria complexidade do crescimento demográfico de qualquer bando sapiens. Em outras palavras, cada vez maior o número de indivíduos em um grupo, maior a necessidade de se criar sistemas imaginários mais complexos que consigam lidar com a demanda desse grupo. E nesse sentido Harari dá um exemplo dos macacos: diferentes dos homos sapiens, os chimpanzés possuem até um certo limite para poder conviver em grupo. No livro ele relata que mais de 80 macacos é o limite máximo a ponto da hierarquia se quebrar e o bando se dividir. Portanto o ponto central não está na mera justificativa de se criou do "nada", mas sim na capacidade cognitiva de nossa espécie de aprimorar as habilidades sociais conforme o crescimento demográfico de um grupo. Tem um exemplo muito bom que ilustra essa análise: por que só os Astecas e Incas conseguiram formar um Estado imperial, diferente dos índios aqui do Brasil? Reparem na quantidade, enquanto que os "Astecas" formavam um império multiétnico com mais de 200 mil pessoas e os Incas com mais de 1 milhão, nossos índios não passava , em cada tribo, de 10 ou 20 mil. E reparem na tecnologia e invenções criadas pelos Incas e Astecas, sistema de escrita, desenvolvimento da matemática, astronomia e por aí vai. Os próprios historiadores explicam, os quipus (sistema de registro Inca) foram criados para poder gerir a grande logística do império Inca, ou seja, quanto maior a quantidade do "grupo", maior é a necessidade de se criar instrumentos mais sofisticam para se lidar com a demanda.
Crítica para causar. O Harari é uma síntese e por isso deixa a explicação minuciosa de lado. É uma simplificação diante da necessidade urgente de desmitificar mitologias que matam: nacionalismo, homofobia, xenofobia, etc. Ele pretende que revejamos as bases em que estamos enquanto humanidade construindo a História. Minha critica é que ele não prioriza a base material no livro, com o que concordo com o autor do vídeo. Mas a crítica é injusta pois o Harari pretende uma breve história e não uma história minuciosa. Sempre sugiro Harari como uma introdução e sugiro aprofundamentos posteriores.
@@eliasalvesdossantos2133 Depois de dois anos , e li muitos livros até então, considero hoje Harari uma obra razoável, muito aquém do que eu imaginava há dois anos quando escrevi esse comentário. Harari é bom somente para ampliar nosso conhecimento sobre a pré história, mas enquanto análise do capitalismo contemporâneo ( parte final da obra Sapiens), é ruim demais. Ruim também, no sentido material crítico, é sua outra obra Homo Deus. Aquilo ali é uma espécie de ficção científica travestida de história. É gostoso de ler, mas ruim como instrumento teórico da realidade material.
@@caiosantos5395 Cerca de dois anos eu terminei de ler a trilogia do Harari. Mantenho o posicionamento pro-autor, apesar de algumas críticas. Harari é uma boa Introdução à história (passado, presente e futuro) da Humanidade. Tenho duas críticas a ele. Primeiro, a ênfase na superestrutura sobre a infra. Mas isso se coaduna com um livro cujo foco é o caráter cognitivo do Sapiens. (Lembrando que ele é especialista em mentalidade medieval). A minha segunda e maior crítica é que ele coloca muito no indivíduo, na escolha pessoal, e a sociologia - Marx e Vigotsky, inclusive - nos lembram que somos seres histórica e socialmente localizados. Por isso, indico o autor sugerindo leituras posteriores. Acho muito injustas as críticas a ele, algumas de pessoas que sequer leram ou não leram o autor de modo contextualizado (e tem os que por desonestidade discordam de trechos descontextualizados, tomando ironias pelo posicionamento real do autor, entre outras falhas propositais de leitura). Mas é saudavel podermos discordar. Respeito sua opinião.😉👍
Ótima crítica! Confesso que na época que li adorei o livro e me marcou bastante em reflexões, acho que pela boa escrita e "boas intenções" do Harari nas críticas em comum que temos de certas coisas, mas realmente não lembro de ter tido essa percepção sua acerca das falhas nas premissas que ele utilizou e fico feliz de ter podido observar pelo menos agora. Realmente a história acontece objetivamente, com a reprodução de fatos sociais que são escolhidos dentre as opções que confrontamos, com os bois na frente dos carros e não o inverso haha. São mutações sociais (randômicas) para o enfrentamento do meio exposto assim como acontecem com as mutações biológicas (randômicas), e muitas vezes, assim como na biologia, acontecem convergências evolutivas para dilemas semelhantes vividos, contemporaneamente ou não ,pelas diversas sociedades. Como sempre suas explicações são muito didáticas e, um vídeo que achei que fosse demorar muito para passar, voou de tão enriquecedor. Obrigado! Seu canal é necessário e seu trabalho é grandioso!
Eu li este livro há muito tempo e pelo que me lembro, o Harari escreve que a partir de 150 pessoas interagindo, a ordem social começa a ficar desestabilizada e, portanto, torna-se necessário narrativas que convençam as pessoas, de forma a dar coesão ao grupo. Mas ele extrapola esta explicação para muitas áreas sem levar em conta as condições materiais de produção e existência. Achei que as críticas do Gustavo foram devastadoras neste quesito.
*Resumo* O conteúdo discute a história e a formação das sociedades humanas, abordando a influência das crenças, conceitos e ações humanas na construção da história. *Conclusões* 1. A história humana é moldada por conceitos e crenças intersubjetivas. 2. As sociedades se formam e se dissolvem por fatores internos, não apenas por invasões externas. 3. Os conceitos de natural e antinatural são subjetivos e variam ao longo do tempo. 4. A história não segue um rumo inevitável; as escolhas humanas têm impacto. 5. A visão da história como resultado de superstições é contrastada com a perspectiva das relações sociais objetivas. *Destaques* 1. 🌍 A história é mais do que invasões; fatores internos moldam sociedades. 2. 🤔 Conceitos como "natural" mudam ao longo do tempo e variam entre culturas. 3. 🧠 Escolhas humanas têm impacto na direção da história. 4. 👥 Sociedades são moldadas por crenças e conceitos compartilhados. 5. 🤷♀ Contraste entre história como superstição e história como resultado de relações sociais objetivas. 6. 🔄 A história não segue um caminho inevitável. 7. 💡 Relações sociais objetivas são fundamentais na compreensão da história. 8. 📚 Intersubjetividade influencia a construção da história. 9. 🌟 Sociedades se formam e se dissolvem por fatores internos. 10. 🌌 Conceitos e crenças moldam a história humana. #História #Sociedade #Crenças #Conceitos #EscolhasHumanas #Intersubjetividade #Superstições #RelaçõesSociais #ImpactoHistórico #FatoresInternos
No fundo, a disputa é entre abordagens materiais e abordagens idealistas da história, da sociedade, da realidade. Toda essa turma que abomino: religiosos, pós-modernos, capitalistas, e o Harari, gostam da abordagem idealista, pq o idealismo não se prende a regras naturais, então pode ser deformado ao bel-prazer do manipulador. E se antes já era preciso manipular, numa democracia é preciso manipular ainda mais, para fazer as massas votarem sempre contra os próprios interesses. Obrigado e parabéns pela dissecção!
Olha, gostei muito do vídeo e concordo com boa parte do que você disse sobre o Harari, embora eu não esteja 100% convencido que ele realmente tenha assumido esta postura de fato. Talvez seja só por conta da linguagem simplista com a qual ele escreve o livro. Trazer certo materialismo iria tornar tudo mais complicado. Você lembra de uma passagem em que ele diz que as culturas são como vírus? E depois compara isso com a ideia pós-moderna que, analogamente, vê as culturas como provenientes do "Discursos" (fazendo alusão indireta a Michel Foucault). Então, sob essa perspectiva, não são os seres humanos que se apossam das ideias, mas as ideias que se apossam dos seres humanos. De fato, ele passa demasiadamente rápido por isto e não desenvolve como deveria. Mas eu vejo que existe aí uma linha para entender que, no fundo, ele está bem ciente de que são as superstições que criam os homens. Não estou querendo defender, é claro. A maior parte do livro ele reproduz este erro que você refutou muito bem. Apenas acho que o simplismo dele é muito mais uma escolha por popularidade do que uma completa falta de conhecimento. Existem motivos para pensarmos que ele entende de maneira diferente. Também acho problemático você dizer que esta ideia de que os seres humanos constroem a realidade (e não a realidade que constrói os seres humanos) é proveniente das análises pós-modernas. Eu me considero pós-moderno, estudo Michel Foucault e diria que não é nada disso. Isso é proveniente do discurso LIBERAL e não pós-moderno. Foucault vai falar de discursos, dispositivos e regimes de verdade, vai dizer que as relações de poder são "não-subjetivas" e criar todo um aparato conceitual muito mais materialista do que idealista. Diria até que o idealismo é um grande alvo do mesmo. Então eu gostaria de perguntar quais são os pós-modernos a que você se refere aqui. Porque frequentemente o termo é usado como um palavrão, de maneira descompromissada, justamente porque ninguém sabe muito bem o que significa ser pós-moderno. Importante ressaltar que a maioria dos pós-modernos é bastante marxista, embora sempre possua uma leitura que negue a concretização da metanarrativa da emancipação do ser-humano através do proletariado. Mas isso é justamente porque a ideia de seres-humanos não é suficiente para mudar a realidade. O fato de nós diagnosticarmos o capitalismo como fadado ao fracasso não significa que nós tenhamos as forças necessárias para derrubá-lo e construir um sistema melhor a partir da ideia de seres humanos brilhantes (como Marx). Então lanço a provocação e digo que esta sua crítica ao Harari foi bastante pós-moderna.
Pensei em algo muito parecido, pois eu cheguei a conclusões muito parecidas às do Gustavo, mas sem ver isso através de uma visão crítica, apenas entendendo o livro pelo viés que você falou. Percebi uma linguagem que tem certo tratamento 'simplista', de fato, mas pelo que ele tenta passar e como ele abre discussões realmente interessantes, de um modo acessível... ainda gosto bastante. Não é meu divulgador científico favorito, mas gosto bastante.
Eu li esse livro já a um tempo, então pode ser que eu esteja sendo traído pela minha memória. Mas o que eu entendi sobre alguns pontos citados no vídeo, como por exemplo na questão do crédito, é que o autor falava dessas mudanças de crenças das pessoas criadas a partir de uma nova realidade material ao longo de um espaço de tempo, e não citou essas mudanças na realidade simplesmente para ser breve na teoria. Contudo, o questionamento não deixa de ser correto, já que essa lacuna foi um padrão em várias partes do livro.
LI varias vezes o sapiens e estou relendo homo deus, realmente a leitura é muito prazerosa. Nunca considerei as obras desse autor algo como a palavra final sobre a história do ser humano, mas, como um ponto de vista bem interessante. Confesso no entanto que muita coisa mudou depois de meu mergulho aqui no orientação marxista, não que essa visão sua, minha, e do harari não seja uma ficção cheia de vieses e filtros pessoais, devo porem render-me ao seu argumento que apenas depois de algo concreto dentro da realidade objetiva é que posso criar conceitos filtrados pela minha lente, e subjetivamente discutir, divulgar, fazer proselitismo e explicar aos demais o que se passa, criando assim essa minha ficção também. Se é que me entende. Aguardando seu próximo livro. Parabéns pelo seu trabalho. Abraços,
Então você também acha este imenso trabalho de Harari uma obra de ficção(eu parei mal ouvi essa palavra e vim aos comentários)?
Assistindo no trampo. Um comentário besta só para aumentar o engajamento rs.
.. Mim p
Bah, eu ponho o vídeo para rodar, e imagino fazer outra coisa paralelamente, quando vejo, já está no final e não sai da frente do celular ou pc, de tão cativante que é a forma e argumentação, usada nos vídeos.
Parabéns Gustavo.
Depois deste vídeo sobre a forma que o Harari compreende a história o texto A Sagrada família faz mais sentido pra mim
Por que ?
@@yolandabarberio5749 pq essa visão do Harari parece o idealismo dos irmãos Bawer, de que um ser dotado de grandes conhecimento cria algo para as massas serem guiadas
Lembrei do Zé Paulo Netto falando bem isso "não existe teoria do que não existe"
Achei a sua análise muito feliz e bem esclarecedora! Você realmente sabe o que esta dizendo e sabe como o faz! Passarei a acompanha-lo!
Para esses autores a verdade histórica não importa muito. O importante é a obra agradar e vender. O mesmo vale para as religiões. O importa é converter e juntar fiéis.
Vou deixar o comentário e o like e assistir depois.
Que vídeo excelente. Parabéns.
Excelente crítica. Vários pontos que eu não havia percebido. Obrigado
FINALMENTE! Maravilhoso 👏😍👏👏😍👏👏😍👏😍😍👏😍😍👏😍😍👏😍👏👏😍😍👏😍👏👏👏
Vídeo muito interessante! Partindo desse pressuposto, são os manuais de utilização é que criam os objetos. As leis reguladoras das operadoras de internet vieram antes dela.
perfeito. As pessoas podem ter ideias erradas e loucas sobre o que existe, mas não podem ter ideia alguma sobre o que não existe.
Professor Gustavo mostra através de uma análise afiada e honesta que é possível derrubar as estrelas criadas pelo mercado.
Como diria Arthur Schopenhauer: "O Homem é livre para fazer o que quer, mas não para querer o que quer." É a visão de Marx quando analisa o processo histórico.
É o sentimento de rebanho q fala nietzsche. Mesmo vc rachando com o senso comum social, o tempo q vc viveu sob seu efeito fica em vc.
Esses cara, Schopenhauer, Nietzsche... São bixao memo
Ansioso por esse seu novo livro! Super tema!
Como sempre , uma excelente analise do Gustavo.
Bela análise. Diante da pilha de livros que tenho para ler, já posso colocar este mais para o final da fila.
Sempre uma aula espetacular .
Os mitos e as ficções organizam as sociedades e em determinados períodos deixam de existir e outros surgem. Harari é um escritor magistral.
Excelente iniciativa esse comentário/debate desse livro
Esse é aquele vídeo que podia durar mais umas duas horas. Parabéns, camarada.
E realmente uma lição que todo intelectual deveria ter de humildade para com sua compreensão da humanidade pois não chegamos sozinhos a totalidade da verdade mesmo os mais genial da espécie humana
Vou assistir com coração na mão. Gosto muiiiiiiiiiiiito desse autor, Omo Deus é um livro que ainda rumino depois de quase um ano. Vamos ver o que tem pra dizer. Gosto demais do seu trabalho, obrigado e parabéns pela coragem de criticar o Yuval.
Engajamentário +
Carambaaaaaa. Eu esperei tanto esse videoooo
Check
Só pelo fato desta obra incitar tanta discussão e opiniões diferentes, acho que ela já deveria ter o seu valor reconhecido. Eu, por exemplo, não tenho uma bagagem de conhecimento histórico, arqueológico, etc; mas vendo esse vídeo, fiquei com mais vontade ainda de ler o livro.
Não conhecia o trabalho do camarada mas já gostei. Obrigado por compartilhar.
Curtindo antes de ver, comentando pra engajar
Vlw. Salvei para assistir depois.
A questão da natureza é realmente boa, sobretudo porque é flagrante historicamente que a ideia de natural também foi alvo de disputas intersubjetivas. Em dado momento histórico a miséria e a fome foram consideradas por diversos autores como sendo naturais e autorizadas por deus. Mesmo no século XVIII Rousseau era voz dissonante ao defender a ideia de que o problema residia na ordenação social. A ideia de natural que temos hoje é um produto das distinções estabelecidas na época moderna, as quais consolidaram as ciências naturais e físico-químicas. Excelente vídeo.
Muito necessário nesse momento esse vídeo , parece que juntamente com a sede do conhecimento de sua história que o ser humano tem desenvolvido está atrelado a uma busca em fontes "agradáveis e modinhas" o que é realmente um perigo, ainda mais quando parece que a um retorno do século 18/19 com uma visão idealista da história ou como Marx diria "os filósofos estão mais preocupados em interpretar o mundo ao invés de transforma-lo" .
Achei a crítica incrível, parabéns pelo trabalho!
É um livro fácil de ler, mas com uma visão completamente idealista da história humana.
Um dos melhores vídeos do canal. Parabéns!
Indignada que eu só conheci esse canal agora. 😮
Como você fica tão inteligente e safro sobre vários assuntos?
Belaa reflexões.
Sensacional !!! Gustavo!!! Sempre aprendendo muito !!!!
Um dos melhores canais do TH-cam! Parabéns!
Uma aula de materialismo. Gostei.
Dei o like antes de iniciar o vídeo pois já sabia que vinha coisa boa. Excelente análise Gustavo!
Muito bom. Gustavo, gostaria de sugerir um vídeo sobre o livro: Gene egoísta do Richard Dawkins, esse sim com elementos concretos que provam, a despeito do título, que a sociedade humana é inerentemente altruísta, do contrário não teria de que indivíduos egoístas isolados tirarem vantagem. Outra sugestão de vídeo é sobre o livro: Casta, de Isabel Wilkerson. Tenho muita curiosidade de saber como os conceitos de casta e classe se relacionam na sua opinião. Um abraço
A melhor resenha. Eu precisava da sua crítica pra compreender meu desconforto com esse livro. Valeu.
análise excelente, como sempre
Excelente! 👏🏽👏🏽
Brilhante. E ver Marx na sua análise é sensacional.
Bom
Agora que eh a quarta vez que vejo, vou comentar hihihihihi
Esse manja.
Não perco um vídeo.
💚🍻
Análise perfeita!!!!
Análise muito boa! 👏
Fala Gustavo! Obrigado pelo esclarecimento. Comecei a ler esse livro umas 3x vezes e deixei por preguiça, agora me pergunto se devo retomar dentre muitas outras leituras que me aguardam.
Aproveitando, estou finalizando um livro, que o título lembra um pouco este do Harari, "Uma breve história da economia". Se puder dê uma olhada, ficaria feliz em ouvir você falando sobre ele se achar cabível.
E até a live com com Nildo. Aguardo ansioso por ver vocês dois tecendo idéias.
Obrigado!
Intersubjetividade é pura imaginação!
Li esse livro mês passado e mts coisas me causaram estranheza, principalmente a ideia de as coisas surgirem sem contexto de sociedade e características de cada época. Excelente resenha
Viva o Harari!!!!!!!
Parabéns pelo vídeo. Muito relevante.
Esse vídeo vai ser ótimo, gostei muito do livro do Harari, li até o do HOMO DEUS depois, que também poderia ser tema de video.
Excelente!
Muito interessante esse assunto. O Fetichismo do conceito.
A arte pela arte.
é por aí.
Marx é o filósofo que não concorda com ninguém. Pra Marx todo mundo é uma besta quadrada. No final, todos estão errados. Seus seguidores querem destruir a economia de mercado pra colocar o nada em seu lugar. Marx, o verdadeiro filósofo niilista.
Estou lendo esse livro agora.
Nunca li esse livro, mas sua analise professor da a entender que o livros da voltas e mais voltas mas não responde muito, parabéns professor muito boa sua explicação.
Parabéns, acho que é um bom espaço de atuação analisar materialmente essas obras altamente populares.
Dá-se uma utilidade material para esses escritos tão massivamente consumidos porém perdidos em sua ideologia ultra-moderna, que ironicamente regride ao idealismo clássico.
Você é um candidato grandemente capacitado e bem localizado para fazer essa tarefa, está trazendo ótimos resultados a nós todos e contribuindo com o atual estudo e debate contemporâneo!
Abraços socialistas desde o PSTU Sinop-MT.
Gustavo, acho sua crítica válida em diversos pontos. Porém, penso que você fez algumas distorções no pensamento do Harari. É nítido que ele ignora os processos de mudança na forma social que possibilitaram às pessoas a compreensão de subjetividades de um modo específico e a formação de intersubjetividades a partir desse novo entendimento. Nesse ponto, concordo contigo. Mas o Harari explica os processos graduais de formação das "ficções" humanas. O texto discorre, por exemplo, sobre os processos graduais que levaram à formação do dinheiro. Ele não deixa a entender que essas coisas foram criadas "do nada", como você alega. Ele explica o surgimento, mas não explica como foi possível o entedimento de tais subjetividades. Pelo menos, foi assim que entendi.
Abraços, gosto muito do teu canal!
Penso que não Pedro. É claro que o Harari fala de muita coisa em seu livro, inclusive das mudanças sociais e gradativas. O problema é que ele funda todas essas transformações em criações subjetivas que as pessoas simplesmente acreditam e partilham. Ele anuncia isso explicitamente em todo o livro (alguns trechos eu coloquei na descrição) e é o fio condutor da exposição.
@@orientacaomarxista mas quando voce diz que são as condições objetivas da sociedade que estimulam as causas ... a gente fica com vontade de pergutar-lhe de quem é feito as sociedades e suas condições?
É a pura questão ontológica: se Determinista ou Indeterminista / Materialismo ou Idealismo. Para isto vou ao encontro de descobertas mais profundas como de Nagarjuna do sec II (a realidade última de todos os fenômenos percebidos pelos 5 sentidos).
A fisica e outras ciencias exatas tbem deixaram uma pulga atras da orelha qdo observaram que os fenomenos fisicas têm consciencia na sua formação, assim como a racionalidade tem limite de compreensao, etc.
Eu acho válido tanto o materialismo filosofico de Marx, quanto a mecânica quantica, assim como a obra do Harari porque entendi Nagarjuna. Vivemos tempos em que ninguem pode dizer o que realmente esta acontecendo conosco, então todos sao válidos. Hora de mais humildade e mais vontade de perceber que algo nos faltou....durante toda a história. Mas estamos tendo a possibilidade de talvez agora perceber o que é este algo que esquecemos de coloccar na equação. Neste sentido o Harari ta mais 'quente' que o Marx, neste momento. Mesmo que a obra dde Marx seja infinitamente maior, mais importante e transformadora em seu tempo. Estamos esquecendo de computar o observador na operação. Hoje temos trabalhos de marxistas como Althuser que encontrou no termo 'ideologia' um sinal que aponta tambem nesta direção. O capitalismo, por exemplo, nao é alguem que o faz, mas sim as crenças que os aparelhos ideologicos educaram aqueles que vivem sob ele, sejam os explorados, sejam os exploradores. Seria simplesmente entao uma reprodução de crenças, de mitos, substituindo Odin por PJ. Mas isto tudo dentro de um círculo vicioso.
Como tudo isto é vivido por um ser humano que é dual (no seu uso da mente) caímos sempre na armadilha da pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Uma resposta que teria alguma serventia para os dias de hoje seria: "nem um, nem o outro nasceram primeiro. É simplesmente um círculo vicioso sem principio, que se repete e repete".
Careço muito de ref literarias para embasar o q eu penso, mas ao ouvir as interpretaçoes do caríssimo autor deste canal sobre as interpretaçoes do autor de sapiens, nao consigo enxergar uma sanha do Harari em atribuir a criaçao do credito, do dinheiro ou da "invençao" da agricultura a alguém ou a grupos especificos, ao contrário, entendo que ele se refere a movimentos sociais e naturais levando em conta um perfil caracteristico do sapiens, sugerido pelo autor qdo inicialmente conta como se deu a supremacia do sapiens sobre os demais homos, de controlar e subjulgar. Isto sim ficou para mim ficou marcado como fio condutor da teoria dele. Entendo q como pensador Marxista convicto, o nobre autor deste canal obviamente submete o Harari às teorias as quais constrói toda a sua visão de mundo e argumentaçao, se atendo à minúcias que propositalmente nao foram abordadas no livro por tratar de outros aspectos, que nao seriam os fatos e momentos historicos específicos onde e qdo se deram as origens do dinheiro e do credito, por exemplo. Entendo q o Harari quer demonstrar um outro ponto de vista que é como pensa e age o sapiens, suas motivaçoes e modus operandi. O q pode soar pertubador, e realmente é, seria admitir q nao importa o quão diametralmente opostos podem ser os pensamentos, sejam eles marxistas, capitalistas, fascistas, religiosos, etc. o diabo a 4. Todos são resultados da mente do sapiens com seu histórico transmilenar de errar cada vez mais em sua forma de se manter como espécie, como um trator arrasador de terra, escravo de uma racionalidade que diante da organizaçao natural da vida só tem demonstrado a sua inequívoca tendência a ocupar espaço, desequilibrar sistemas sutis e funcionais e ainda achar que está arrasando bangu, com seus livros, suas culturas cerebrais, sua sanha de conquista, falta de empatia e muito mais, criando fabulosas teorias falaciosas para justificar suas atitudes. Conclusão? Tanto ele, como Marx, como eu e o nobre autor deste canal podemos estar irremediavelmente equivocados!
Oi. Concordo.
Gustavo é das galáxias.
Ótima crítica! Parabéns, Gustavo!
show de bola, Gustavo.
muiiitoo obrigadoooooooooooooooooooo
Caramba, rapaz, meu TCC toca muito nesse tema da relação objetiva e subjetiva com os deuses. Continuação do meu trabalho vai se aprofundar ainda mais nesse aspecto. Sorte do mundo que sou preguiçoso e estou enrolando para escrever essa "obra" que ninguém vai ler hahahahahahhaa.... Mas valeu, bem legal ouvir essas suas colocações.
Gustavo Machado, O Brabo!!!
Harari é um gênio.
Um dos maiores pensadores da atualidade.
Harari responde sua pergunta no livro, sobre que processo que se deu para as pessoas começarem a confiar mais no futuro e no crédito, e a resposta é a descoberta das americas, época em que nasceu as bolsa de valores, que as pessoas davam créditos aos navegantes e conseguiam muitas riquezas por meio da exploração dessas novas terras, e a partir dai a ciência começou a evoluir exponencialmente, aumentando a produção, a produtividade, a inovação técnologica etc, que fez a economia crescer cada vez mais e mais
Finalmenteee
Obrigado.
Gustavo, obrigado pelo vídeo. Eu fui um dos que já comentou pedindo vídeo sobre o Sapiens. Você tocou justamente no ponto que imaginei que qualquer marxista tocaria, já que é central no pensamento materialista a crítica aos "conceitos" como alicerce social. Esse era o ponto fundamental que gostaria de discutir num comentário desse vídeo, mas quanto a isso deixo só uma dúvida no fim. Vou tratar principalmente de outros pontos porque considerei a crítica problemática.
O mais complicado foi que muita coisa do que você diz sobre o livro o autor não faz (ou faz, e você diz o contrário). No geral, o entendimento de que o livro propõe que ideias surgem do nada na cabeça de um indivíduo e outras pessoas simplesmente começam a acreditar nelas é raso. O tema do surgimento do capitalismo é um exemplo: no capítulo "O credo capitalista" o autor dá diversas explicações de como foi possível que as pessoas passassem a acreditar e basear decisões importantes de suas vidas numa ideia (o crédito) que já era antiga e até aquele momento não era central na sociedade. Justamente a resposta à pergunta que você faz no vídeo. Ele explica por mais de uma via que a ascensão do Estado e da ciência durante o mercantilismo, época que você cita, foram determinantes para a mudança de mentalidade. Na visão dele, sem Estado e ciência simplesmente não haveria o credo capitalista. E esses três elementos (capitalismo, estado e ciência) se retroalimentam na sociedade contemporânea. Esse é o ponto central que deveria ser melhor discutido no vídeo à luz do marxismo.
Quanto à citação da página 421, que na verdade é "O capitalismo começou como uma teoria sobre como a ECONOMIA funciona", no contexto do capítulo entende-se claramente que o autor não se refere a uma teoria acadêmica. Está se referindo a um tipo de pensamento, mas não diz que ele foi sistematizado em teoria acadêmica/filosófica para que o capitalismo pudesse surgir. Então a crítica de que só foram criadas teorias sobre o capitalismo depois do sec. XVIII não é válida para refutar o argumento geral. É um livro que visa ser popular, então não são raros os momentos que o Harari não se vale de rigidez conceitual.
Poderia citar outros pontos mas não vou me alongar ainda mais.
A dúvida: na sua visão, quanto a questão do materialismoXidealismo realmente importa na luta pra substituir o capitalismo? Certamente a discussão deve ser feita, mas às vezes acho que pessoas com muito potencial de luta gastam muito tempo discutindo essa questão.
E outra: alguém que lê o Harari atentamente pode começar a questionar o capitalismo, já que o próprio autor o faz, mas teria que conseguir ir além das soluções individualistas do autor. Perder o convencimento de uma pessoa como essa por conta do idealismo vale a pena?
Agradeço novamente a oportunidade de discutir o livro. Abraço!
Bom, não sou o Gustavo mas acho que posso acrescentar um ponto a se pensar na última pergunta: o livro foi editado com um mercado em vista. Diferente do Gustavo, eu não acho que o Harari ignora o problema do fomento da ideia do capital por prefere a ideia de "intersubjetividade espontânea". Harari provavelmente, como professor, sabe exatamente deste ponto. Sinto que ignora-lo talvez tenha sido uma escolha ativa. Política até.
A verdadeira pergunta é como um marxista crítico ao livro do Harari conseguiria contar a macrohistoria do ser humano desde a evolução de um mamífero comum até o grau de desenvolvimento atual. Queria entender qual o grau de raciocínio ele se ateria para ligar um fato ao outro para chegar até os dias modernos. Estou curioso!
Muito 👍Maravilhoso!!!!
Valeu professor, pela análise, muito legal
Perspectiva materialista.
Excelente vídeo, Gustavo
Sempre quis saber algum comentário sobre essa obra! Parabéns
Muito, muito bom!
Muito boa análise! Gosto muito do seu canal.
Cara....! No início do livro eu até que estava gostando, mas do meio por fim eu parei. Mas agora entendi.
Aquele engajamento
É inacreditável ver o renascimento de autores com concepções idealistas da história. E ainda dizem que Marx está ultrapassado, antiquado, etc... Para mim o que está ultrapassado é achar que as ideias movem a história.
Talvez porque não seja tão simples assim. Não é um "só não vê quem não quer". Essa questão resumida em idealismo x materialismo é longa e não terminaria tão fácil. Pessoalmente, acho que isso acontece porque prova cabal de qual lado está certo, e até do que efetivamente é "material" ou "ideal", principalmente em sociedade, é difícil de se encontrar. Talvez ainda se discuta isso até depois de uma revolução...
@@guimilitao A dicotomia idealismo-materialismo evidentemente não explica tudo, mas esclarece bastante coisa. Creio que essas concepções idealistas estejam ressurgindo devido às visões associadas ao pós-modernismo, que embora não se afirmem enquanto tais, acabam redundando para o idealismo.
@@luizhumberto8802 Sim, o idealismo é muito mais interessante para as elites, pois ideias podem ser deformadas à vontade, enquanto o materialismo deve se submeter à realidade. Com liberdade para deformar ideias sem restrições, as elites sempre encontram um jeito de manter o povo sob controle.
Quando li o livro tive a mesma impressão, embora não tivesse conseguido sistematizar tão bem como o Sr. Ótima análise, abraços!
Crítica honesta e clara, mais um vez! Parabéns, cara...
Tava esperando demais esse vídeo!
Salve Gustavo, sempre uma aula de análise!
Se a historiografia tem se desenvolvido, em maioria, no terreno da pós modernidade (superstições, metafísicas, etc) ... você ficaria passado com o que acontece no mundo da criação em artes! rs (dizendo isso como trabalhador da cultura). Um abraço!
Meu Deus, que homem incrível. Conheci outro dia e não consigo parar de assistir, já maratonei. Isso sim é intelectual e não essa merda rastaquera que temos visto por aí dentro da esquerda.
Você tem que ir num podcast ampliar a divulgação das contradições do capitalismo e a necessidade da revolução para as massas.
muiiiitooo bommmm
Gustavo, por favor, faz uma crítica do livro: "Armas, Germes e Aço".
Up
Muito bom, meu cumpade.
Foi a melhor resenha de que tive acesso. Li muitas críticas publicadas na Gra-Bretanha e nos Estados Unidos , mas vc foi no cerne das questões.
Seria bom que você comentasse o Livro Homo Deus. Lá ,ele leva ao limite essa ideia absurda de que ficções ocasionais farão o futuro.
Além do mais , ele comenta diversos assuntos sem profundidade necessária. Um deles é a inteligência artificial. Ele atribuiu poderes aos dados e a inteligência artificial que vão muito além do que ela de fato é capaz.
Em se tratando sobre as leis, dinheiro, mercado e afins, o que Harari, pelo menos da forma que entendi, deixa explícito no livro é que essas não foram invenções surgidas " do nada" como deixou transparecer sua explicação, no caso, essas coisas surgiram por uma necessidade que advém da própria complexidade do crescimento demográfico de qualquer bando sapiens.
Em outras palavras, cada vez maior o número de indivíduos em um grupo, maior a necessidade de se criar sistemas imaginários mais complexos que consigam lidar com a demanda desse grupo. E nesse sentido Harari dá um exemplo dos macacos: diferentes dos homos sapiens, os chimpanzés possuem até um certo limite para poder conviver em grupo. No livro ele relata que mais de 80 macacos é o limite máximo a ponto da hierarquia se quebrar e o bando se dividir.
Portanto o ponto central não está na mera justificativa de se criou do "nada", mas sim na capacidade cognitiva de nossa espécie de aprimorar as habilidades sociais conforme o crescimento demográfico de um grupo.
Tem um exemplo muito bom que ilustra essa análise: por que só os Astecas e Incas conseguiram formar um Estado imperial, diferente dos índios aqui do Brasil? Reparem na quantidade, enquanto que os "Astecas" formavam um império multiétnico com mais de 200 mil pessoas e os Incas com mais de 1 milhão, nossos índios não passava , em cada tribo, de 10 ou 20 mil. E reparem na tecnologia e invenções criadas pelos Incas e Astecas, sistema de escrita, desenvolvimento da matemática, astronomia e por aí vai.
Os próprios historiadores explicam, os quipus (sistema de registro Inca) foram criados para poder gerir a grande logística do império Inca, ou seja, quanto maior a quantidade do "grupo", maior é a necessidade de se criar instrumentos mais sofisticam para se lidar com a demanda.
Sim. Também achei que a crítica foi à um espantalho do livro.
Crítica para causar. O Harari é uma síntese e por isso deixa a explicação minuciosa de lado. É uma simplificação diante da necessidade urgente de desmitificar mitologias que matam: nacionalismo, homofobia, xenofobia, etc. Ele pretende que revejamos as bases em que estamos enquanto humanidade construindo a História.
Minha critica é que ele não prioriza a base material no livro, com o que concordo com o autor do vídeo. Mas a crítica é injusta pois o Harari pretende uma breve história e não uma história minuciosa.
Sempre sugiro Harari como uma introdução e sugiro aprofundamentos posteriores.
@@eliasalvesdossantos2133 Depois de dois anos , e li muitos livros até então, considero hoje Harari uma obra razoável, muito aquém do que eu imaginava há dois anos quando escrevi esse comentário.
Harari é bom somente para ampliar nosso conhecimento sobre a pré história, mas enquanto análise do capitalismo contemporâneo ( parte final da obra Sapiens), é ruim demais. Ruim também, no sentido material crítico, é sua outra obra Homo Deus. Aquilo ali é uma espécie de ficção científica travestida de história. É gostoso de ler, mas ruim como instrumento teórico da realidade material.
@@caiosantos5395 Cerca de dois anos eu terminei de ler a trilogia do Harari. Mantenho o posicionamento pro-autor, apesar de algumas críticas. Harari é uma boa Introdução à história (passado, presente e futuro) da Humanidade.
Tenho duas críticas a ele. Primeiro, a ênfase na superestrutura sobre a infra. Mas isso se coaduna com um livro cujo foco é o caráter cognitivo do Sapiens. (Lembrando que ele é especialista em mentalidade medieval).
A minha segunda e maior crítica é que ele coloca muito no indivíduo, na escolha pessoal, e a sociologia - Marx e Vigotsky, inclusive - nos lembram que somos seres histórica e socialmente localizados.
Por isso, indico o autor sugerindo leituras posteriores. Acho muito injustas as críticas a ele, algumas de pessoas que sequer leram ou não leram o autor de modo contextualizado (e tem os que por desonestidade discordam de trechos descontextualizados, tomando ironias pelo posicionamento real do autor, entre outras falhas propositais de leitura).
Mas é saudavel podermos discordar. Respeito sua opinião.😉👍
Ótima crítica! Confesso que na época que li adorei o livro e me marcou bastante em reflexões, acho que pela boa escrita e "boas intenções" do Harari nas críticas em comum que temos de certas coisas, mas realmente não lembro de ter tido essa percepção sua acerca das falhas nas premissas que ele utilizou e fico feliz de ter podido observar pelo menos agora. Realmente a história acontece objetivamente, com a reprodução de fatos sociais que são escolhidos dentre as opções que confrontamos, com os bois na frente dos carros e não o inverso haha. São mutações sociais (randômicas) para o enfrentamento do meio exposto assim como acontecem com as mutações biológicas (randômicas), e muitas vezes, assim como na biologia, acontecem convergências evolutivas para dilemas semelhantes vividos, contemporaneamente ou não ,pelas diversas sociedades. Como sempre suas explicações são muito didáticas e, um vídeo que achei que fosse demorar muito para passar, voou de tão enriquecedor. Obrigado! Seu canal é necessário e seu trabalho é grandioso!
Ótima crítica!
Eu li este livro há muito tempo e pelo que me lembro, o Harari escreve que a partir de 150 pessoas interagindo, a ordem social começa a ficar desestabilizada e, portanto, torna-se necessário narrativas que convençam as pessoas, de forma a dar coesão ao grupo. Mas ele extrapola esta explicação para muitas áreas sem levar em conta as condições materiais de produção e existência. Achei que as críticas do Gustavo foram devastadoras neste quesito.
*Resumo*
O conteúdo discute a história e a formação das sociedades humanas, abordando a influência das crenças, conceitos e ações humanas na construção da história.
*Conclusões*
1. A história humana é moldada por conceitos e crenças intersubjetivas.
2. As sociedades se formam e se dissolvem por fatores internos, não apenas por invasões externas.
3. Os conceitos de natural e antinatural são subjetivos e variam ao longo do tempo.
4. A história não segue um rumo inevitável; as escolhas humanas têm impacto.
5. A visão da história como resultado de superstições é contrastada com a perspectiva das relações sociais objetivas.
*Destaques*
1. 🌍 A história é mais do que invasões; fatores internos moldam sociedades.
2. 🤔 Conceitos como "natural" mudam ao longo do tempo e variam entre culturas.
3. 🧠 Escolhas humanas têm impacto na direção da história.
4. 👥 Sociedades são moldadas por crenças e conceitos compartilhados.
5. 🤷♀ Contraste entre história como superstição e história como resultado de relações sociais objetivas.
6. 🔄 A história não segue um caminho inevitável.
7. 💡 Relações sociais objetivas são fundamentais na compreensão da história.
8. 📚 Intersubjetividade influencia a construção da história.
9. 🌟 Sociedades se formam e se dissolvem por fatores internos.
10. 🌌 Conceitos e crenças moldam a história humana.
#História #Sociedade #Crenças #Conceitos #EscolhasHumanas #Intersubjetividade #Superstições #RelaçõesSociais #ImpactoHistórico #FatoresInternos
No fundo, a disputa é entre abordagens materiais e abordagens idealistas da história, da sociedade, da realidade. Toda essa turma que abomino: religiosos, pós-modernos, capitalistas, e o Harari, gostam da abordagem idealista, pq o idealismo não se prende a regras naturais, então pode ser deformado ao bel-prazer do manipulador. E se antes já era preciso manipular, numa democracia é preciso manipular ainda mais, para fazer as massas votarem sempre contra os próprios interesses. Obrigado e parabéns pela dissecção!
Olha, gostei muito do vídeo e concordo com boa parte do que você disse sobre o Harari, embora eu não esteja 100% convencido que ele realmente tenha assumido esta postura de fato. Talvez seja só por conta da linguagem simplista com a qual ele escreve o livro. Trazer certo materialismo iria tornar tudo mais complicado.
Você lembra de uma passagem em que ele diz que as culturas são como vírus? E depois compara isso com a ideia pós-moderna que, analogamente, vê as culturas como provenientes do "Discursos" (fazendo alusão indireta a Michel Foucault). Então, sob essa perspectiva, não são os seres humanos que se apossam das ideias, mas as ideias que se apossam dos seres humanos. De fato, ele passa demasiadamente rápido por isto e não desenvolve como deveria. Mas eu vejo que existe aí uma linha para entender que, no fundo, ele está bem ciente de que são as superstições que criam os homens. Não estou querendo defender, é claro. A maior parte do livro ele reproduz este erro que você refutou muito bem. Apenas acho que o simplismo dele é muito mais uma escolha por popularidade do que uma completa falta de conhecimento. Existem motivos para pensarmos que ele entende de maneira diferente.
Também acho problemático você dizer que esta ideia de que os seres humanos constroem a realidade (e não a realidade que constrói os seres humanos) é proveniente das análises pós-modernas. Eu me considero pós-moderno, estudo Michel Foucault e diria que não é nada disso. Isso é proveniente do discurso LIBERAL e não pós-moderno. Foucault vai falar de discursos, dispositivos e regimes de verdade, vai dizer que as relações de poder são "não-subjetivas" e criar todo um aparato conceitual muito mais materialista do que idealista. Diria até que o idealismo é um grande alvo do mesmo.
Então eu gostaria de perguntar quais são os pós-modernos a que você se refere aqui. Porque frequentemente o termo é usado como um palavrão, de maneira descompromissada, justamente porque ninguém sabe muito bem o que significa ser pós-moderno. Importante ressaltar que a maioria dos pós-modernos é bastante marxista, embora sempre possua uma leitura que negue a concretização da metanarrativa da emancipação do ser-humano através do proletariado. Mas isso é justamente porque a ideia de seres-humanos não é suficiente para mudar a realidade. O fato de nós diagnosticarmos o capitalismo como fadado ao fracasso não significa que nós tenhamos as forças necessárias para derrubá-lo e construir um sistema melhor a partir da ideia de seres humanos brilhantes (como Marx).
Então lanço a provocação e digo que esta sua crítica ao Harari foi bastante pós-moderna.
Pensei em algo muito parecido, pois eu cheguei a conclusões muito parecidas às do Gustavo, mas sem ver isso através de uma visão crítica, apenas entendendo o livro pelo viés que você falou. Percebi uma linguagem que tem certo tratamento 'simplista', de fato, mas pelo que ele tenta passar e como ele abre discussões realmente interessantes, de um modo acessível... ainda gosto bastante. Não é meu divulgador científico favorito, mas gosto bastante.
@@suzanademelo9475 quais seus divulgadores científico preferidos ?
Cara que vídeo sensacional
Eu li esse livro já a um tempo, então pode ser que eu esteja sendo traído pela minha memória.
Mas o que eu entendi sobre alguns pontos citados no vídeo, como por exemplo na questão do crédito, é que o autor falava dessas mudanças de crenças das pessoas criadas a partir de uma nova realidade material ao longo de um espaço de tempo, e não citou essas mudanças na realidade simplesmente para ser breve na teoria.
Contudo, o questionamento não deixa de ser correto, já que essa lacuna foi um padrão em várias partes do livro.
"nuançar" foi a primeira vez que eu ouvi. Viva o dialeto mineirês.