Ana, seus vídeos são riquíssimos, muito obrigada por contribuir com a formação de tantos profissionais no Brasil todo. Gostaria muito que você pudesse falar mais sobre o acolhimento institucional, sobretudo sobre o papel de cada categoria profissional dentro do acolhimento e como organizar melhor a rotina e trabalhar às regras de convivência dentro do regimento interno dessa unidade tão complexa. Gratidão 🙏
Muito enriquecedora essa conversa. Ana, sou de Curitiba e passei por este processo quando peguei a guarda de 2 sobrinhos (6 e 8 anos). A única coisa que eu achei estranho na época foi a pressa das assistentes sociais em que eu fosse buscar as crianças. A guarda saiu primeiro para elas no sistema, elas me ligaram dizendo que o juiz tinha deferido e que eu podia ir buscar as crianças. E eram 17h30. Eu disse 'amanha cedo estou ai'. Eu precisava arrumar carro, porque eu não tinha na época. E elas disseram 'tem que ser hoje porque amanhã a gente não abre -era feriado'. Eu fui, cheguei às 21h30, as crianças já dormindo, acordaram meio tontas. Saímos debaixo de chuva. Isso eu achei que fugiu um pouco, esse desligamento não tinha que ter sido mais organizado? Um dos meus sobrinhos pediu para eu ligar no dia seguinte para se despedir do 'pai social' do abrigo. Todo o restante, graças a Deus, correu tudo bem. Eles estão comigo até hoje, o menino agora com 12 e a menina com 15. Qual sua opinião sobre está última etapa do (des) acolhimento da instituição?
eu estou em um campo de pesquisa para o TCC e também sou de Curitiba e gostaria muito de saber como foi o pós disto tudo, se teve algum acompanhamento? E principalmente, durante a espera para conseguir a guarda das crianças como foi o acompanhamento? Se puder me responder serei eternamente grata
Eu acho que pode ser diferente essa estratégia de ajudá-los, principalmente os jovens que não conseguem outras famílias para serem adotados. Já ouvi alguns dizerem a respeito da idade e tempo que ficam dentro dessas unidades, que aos 18 anos as portas são abertas sem nem um tipo de recursos para recomeçar uma nova vida do lado de fora, isso me corta o coração...
Oi Josefa! Na verdade, lá pelos 14 ou 15 anos, tem que ser iniciado um processo de preparação para o desacolhimento, de modo a ter tempo de organizar a vida do jovem mxxxx. A ideia é que, nesse tempo dos 14/15 até os 18, seja possível construir com o jovem possibilidades para a vida adulta - encaminhamento de aprendizagem profissional, futuro trabalho, carreira etc. Outra estratégia é, ao completar 18, o jovem ir para outro tipo de serviço - chamado república, onde pode permanecer mais alguns anos. Mas temos grandes problemas nessa parte, tanto no plano de desligamento quanto nas repúblicas. O de desacolhimento ocorre num período em que são bem jovens (14 a 18 a pessoa é muito jovem …) e muitos serviços de acolhimento têm dificuldades no plano de desacolhimento por poucas oportunidades no pós desacolhimento (especialmente pra jovens com dificuldades no estudos por exemplo ou problemas com substâncias psicoativas). Outra coisa é que muitos planos de desacolhimento focam só na carreira do jovem, no trabalho e estudos, mas não focam na parte emocional. Quando esse jovem tem namorado/namorada, sogra/sogro , padrinho afetivo (= vínculos) o processo de desacolhimento tende a ser mais bem sucedido. Então é um trabalho de construção de vínculos também. Não há mais vínculo com a família de origem, aí o desafio é construir outros vínculos para a vida… outro problema, dessa vez com as repúblicas, é que nem toda a cidade tem esse serviço. Por tudo isso que o trabalho na alua complexidade é tão especializado e que se busca ao máximo evitar a ruptura do vínculo com a família de origem, se ela for um risco muito grande para a pessoa, tentar a família extensa e só em último último caso, afastar. E é muito ruim quando esse afastamento definitivo ocorre tardiamente, praticamente inviabilizando a adoção… aí cai em todo esse processo de desacolhimento e preparação pra vida adulta, que é muito precário em muitos lugares 😔 muito importante seu comentário. Beijos, Ana
Ana, seus vídeos são riquíssimos, muito obrigada por contribuir com a formação de tantos profissionais no Brasil todo. Gostaria muito que você pudesse falar mais sobre o acolhimento institucional, sobretudo sobre o papel de cada categoria profissional dentro do acolhimento e como organizar melhor a rotina e trabalhar às regras de convivência dentro do regimento interno dessa unidade tão complexa. Gratidão 🙏
Muito enriquecedora essa conversa. Ana, sou de Curitiba e passei por este processo quando peguei a guarda de 2 sobrinhos (6 e 8 anos). A única coisa que eu achei estranho na época foi a pressa das assistentes sociais em que eu fosse buscar as crianças. A guarda saiu primeiro para elas no sistema, elas me ligaram dizendo que o juiz tinha deferido e que eu podia ir buscar as crianças. E eram 17h30. Eu disse 'amanha cedo estou ai'. Eu precisava arrumar carro, porque eu não tinha na época. E elas disseram 'tem que ser hoje porque amanhã a gente não abre -era feriado'. Eu fui, cheguei às 21h30, as crianças já dormindo, acordaram meio tontas. Saímos debaixo de chuva. Isso eu achei que fugiu um pouco, esse desligamento não tinha que ter sido mais organizado? Um dos meus sobrinhos pediu para eu ligar no dia seguinte para se despedir do 'pai social' do abrigo. Todo o restante, graças a Deus, correu tudo bem. Eles estão comigo até hoje, o menino agora com 12 e a menina com 15. Qual sua opinião sobre está última etapa do (des) acolhimento da instituição?
eu estou em um campo de pesquisa para o TCC e também sou de Curitiba e gostaria muito de saber como foi o pós disto tudo, se teve algum acompanhamento? E principalmente, durante a espera para conseguir a guarda das crianças como foi o acompanhamento? Se puder me responder serei eternamente grata
Parabéns pelo esclarecimento real das práticas a serem tomadas .
Que aula! Enriquecedora :)
Essa mulher é demais ❤
Adorei obrigada Ana
Eu acho que pode ser diferente essa estratégia de ajudá-los, principalmente os jovens que não conseguem outras famílias para serem adotados. Já ouvi alguns dizerem a respeito da idade e tempo que ficam dentro dessas unidades, que aos 18 anos as portas são abertas sem nem um tipo de recursos para recomeçar uma nova vida do lado de fora, isso me corta o coração...
Oi Josefa! Na verdade, lá pelos 14 ou 15 anos, tem que ser iniciado um processo de preparação para o desacolhimento, de modo a ter tempo de organizar a vida do jovem mxxxx. A ideia é que, nesse tempo dos 14/15 até os 18, seja possível construir com o jovem possibilidades para a vida adulta - encaminhamento de aprendizagem profissional, futuro trabalho, carreira etc. Outra estratégia é, ao completar 18, o jovem ir para outro tipo de serviço - chamado república, onde pode permanecer mais alguns anos. Mas temos grandes problemas nessa parte, tanto no plano de desligamento quanto nas repúblicas. O de desacolhimento ocorre num período em que são bem jovens (14 a 18 a pessoa é muito jovem …) e muitos serviços de acolhimento têm dificuldades no plano de desacolhimento por poucas oportunidades no pós desacolhimento (especialmente pra jovens com dificuldades no estudos por exemplo ou problemas com substâncias psicoativas). Outra coisa é que muitos planos de desacolhimento focam só na carreira do jovem, no trabalho e estudos, mas não focam na parte emocional. Quando esse jovem tem namorado/namorada, sogra/sogro , padrinho afetivo (= vínculos) o processo de desacolhimento tende a ser mais bem sucedido. Então é um trabalho de construção de vínculos também. Não há mais vínculo com a família de origem, aí o desafio é construir outros vínculos para a vida… outro problema, dessa vez com as repúblicas, é que nem toda a cidade tem esse serviço. Por tudo isso que o trabalho na alua complexidade é tão especializado e que se busca ao máximo evitar a ruptura do vínculo com a família de origem, se ela for um risco muito grande para a pessoa, tentar a família extensa e só em último último caso, afastar. E é muito ruim quando esse afastamento definitivo ocorre tardiamente, praticamente inviabilizando a adoção… aí cai em todo esse processo de desacolhimento e preparação pra vida adulta, que é muito precário em muitos lugares 😔 muito importante seu comentário. Beijos, Ana
Vídeo maravilhoso, parabéns!
Gratidão
É gravado?
Como fica o filho unico da familia de acolhimento que recebe um criança da instituiçao?