Cultura do Cancelamento e Anacronismo | mimimidias

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  • เผยแพร่เมื่อ 7 ก.ย. 2024

ความคิดเห็น • 418

  • @mimimidias
    @mimimidias  5 ปีที่แล้ว +60

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    Reinações de Narizinho, Monteiro Lobato, 1931.
    Diante do Tempo, Georges Didi-Huberman, 2000.
    www.editora.ufmg.br/#/pages/obra/528
    Estética Literária Inglesa, Oscar Mendes, 1983.
    The Princess, Lord Tennyson, 1847.
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    • @PauloCesar-fu1et
      @PauloCesar-fu1et 4 ปีที่แล้ว

      th-cam.com/video/qsHAlNyUtVU/w-d-xo.html
      Meu escritor favorito é racista, e agora?

    • @AngelaMaria-si7hx
      @AngelaMaria-si7hx 4 ปีที่แล้ว

      Fala sobre o que é preciso para entender a política .

  • @CaioValeFly
    @CaioValeFly 5 ปีที่แล้ว +337

    Obras assim poderiam vir com um apêndice que explicasse o contexto histórico e social da época em que a obra foi feita. Assim o leitor poderia ter uma leitura guiada pelo conteúdo e sem a necessidade de censura.

    • @luisrocha26
      @luisrocha26 5 ปีที่แล้ว +26

      Exatamente o que eu tinha pensado! Uma nota de rodapé ou um prefácio comentando esses trechos, mostrando o quão racistas eram o autor e a sociedade que não via problema naquilo, seria extremamente importante. Não podemos censurar, mas não dá pra deixar passar batido.

    • @hcarfax1199
      @hcarfax1199 5 ปีที่แล้ว +6

      Isso acontece com o livro de contos do Lovecraft

    • @davidjorge22
      @davidjorge22 5 ปีที่แล้ว +1

      Censura é censura

    • @Lenine80
      @Lenine80 4 ปีที่แล้ว +5

      Por que precisamos explicar as pessoas que esses livros tem cada qual seu contexto histórico? Por que explicar o obvio? Não acha um insulto a intelectualidade do leitor que coisas tão na cara devam ser explicadas?

    • @matheusmarques7009
      @matheusmarques7009 3 ปีที่แล้ว +2

      Ou então simplesmente deixar os livros sem esse apêndice e estimular os leitores a tomarem vergonha na cara e pesquisarem por conta própria. A sua solução parece preguiçosa.

  • @eltonmaia888
    @eltonmaia888 5 ปีที่แล้ว +257

    No futuro as pessoas olharão para nós enxergando os erros que somos incapazes de ver que cometemos.

    • @csarcutrun
      @csarcutrun 5 ปีที่แล้ว +2

      O TH-cam mesmo é uma prova de quanto evoluímos. Dá pra imaginar machismo e racismo no TH-cam?!!!!!
      kkk

    • @joroc
      @joroc 5 ปีที่แล้ว +5

      no futuro só haverão ratos e baratas

    • @brianalmeida2452
      @brianalmeida2452 5 ปีที่แล้ว

      Tomara em Jesse

    • @Dodo-hl9nf
      @Dodo-hl9nf 4 ปีที่แล้ว

      Comer animais

    • @gabstorres5115
      @gabstorres5115 4 ปีที่แล้ว

      @@joroc isso é ótimo kkkk

  • @mairaprudente
    @mairaprudente 5 ปีที่แล้ว +283

    Monteiro Lobato era eugenista. Ele não era só um racista comum como a maioria dos bisavós. Ele era realmente uma pessoa ligada a um movimento eugenista e racista e atuava nisso.

    • @beatrizhonorato6266
      @beatrizhonorato6266 5 ปีที่แล้ว +5

      EXATO

    • @morbipine
      @morbipine 5 ปีที่แล้ว +1

      verdade

    • @Patuffson
      @Patuffson 5 ปีที่แล้ว +32

      Ele era. Mas isso não foi descoberto a partir de sua obra literária. Ele não escreveu um "Mein Campf" tupiniquim, por exemplo. Foi descoberto a partir de outros documentos históricos. Nesse sentido acho importante saber discernir a sua contribuição (tanto a enriquecedora quanto a deletéria) estrita para a literatura de suas posições políticas e morais pessoais.

    • @MariaClara-jh1el
      @MariaClara-jh1el 5 ปีที่แล้ว +33

      @@Patuffson além disso, me pergunto até que ponto podemos separar o artista da obra. Pois agora que sabemos fatos da vida dele e que estão de certa forma nas entrelinhas de sua obra, como podemos observar os livros sem o olhar filtrado pela história do autor? É realmente uma reflexão...

    • @gmenezesdea
      @gmenezesdea 5 ปีที่แล้ว +14

      L Frank Baum, autor do Mágico de Oz, defendia publicamente o extermínio da população indígena dos EUA.

  • @luisapaiva3974
    @luisapaiva3974 5 ปีที่แล้ว +534

    Eu entendo o incômodo de vcs com essa mania do “cancelamento”, mas acho que as vezes vocês simplificam com censura/Nao censura, consumir/nao consumir, amar/odiar. Não acho que monteiro lobato deva deixar de ser vendido. Mas é necessário pensar sim a qual público ele deve ser exposto, minha geração cresceu lendo a coleção completa, pq era a “melhor literatura infantil produzida no brasil” mas se nos propormos a construir uma sociedade antiracista, acho que é importante deslocar Monteiro Lobato da literatura infantil. Tirar das listas de livros do ensino infantil e fundamental. Quando você escolhe colocar um livro em sala de aula e não outro, não é censura, é escolha política. Se entidades governamentais escolhem colocar livros racistas nos currículos de ed infantil sabemos qual a escolha que esta sendo feita por aquela sociedade

    • @perfilcomentarista2922
      @perfilcomentarista2922 5 ปีที่แล้ว +107

      concordo plenamente
      um exemplo interessante (e consideravelmente famoso) do que você falou é o caso da coleção de DVDs dos desenhos da Warner
      no começo do DVD ele diz "essa é uma obra do seu tempo que não reflete a opinião da companhia atualmente"
      do meu ponto de vista é muito mais importante a forma que você mostra a informação do que a informação em si

    • @evenuniforme
      @evenuniforme 5 ปีที่แล้ว +4

      Boa!

    •  5 ปีที่แล้ว +44

      Mais do que pra quem a obra deve ser exposta, acho que é importante o contexto em que é exposta. A obra do sítio não é só coisa ruim, tem muitos aspectos positivos e que já fazem parte da cultura brasileira e das quais já não faz sentido abrir mão.
      Entretanto é necessário sim que haja sempre esforço educativo de contextualização histórica e sociológica ao apresentar essas obras em escolas, exposições, etc.

    • @Patuffson
      @Patuffson 5 ปีที่แล้ว +27

      Por um lado eu concordo, mas por outro, acho que você está subestimando a capacidade das crianças de questionar. (E claro, a capacidade dos professores e pais de mediar a leitura)

    • @mimimidias
      @mimimidias  5 ปีที่แล้ว +19

      Eu concordo com você, Luisa.
      ~ Clara

  • @FelipeBomfim
    @FelipeBomfim 5 ปีที่แล้ว +79

    Até me assustei aqui com a coincidência, já que há poucos dias eu me deparei com um vídeo mais antigo de vocês, sobre se devemos separar o artista da obra quando o ídolo é repugnante, e deixei um comentário justamente levantando a problemática do racismo na obra do Monteiro Lobato. Pra mim a obra dele é até um pouco mais delicada já que é voltada para um público infantil. Então, enquanto concordo que a obra dele não deveria ser retirada das livrarias pelo valor histórico, eu pessoalmente não me sinto confortável imaginando ele como leitura escolar nos dias de hoje, por exemplo.
    Veja bem, sinceramente eu sempre adorei a obra do Monteiro Lobato. As aventuras do Pedrinho, Narizinho, Emília e companhia tiveram grande importância ao alimentar meu imaginário durante minha infância (mais pela série de TV, mas também pelos livros - uma coisa me levou à outra). Me recordo de ler Monteiro Lobato na escola, além de lê-lo por vontade própria, mas em momento algum me recordo de ver levantada em sala de aula questões apontando sobre o racismo, explicando seu contexto histórico ou algo do tipo. E como menino e branco, essas questões racistas me passaram completamente despercebidas enquanto criança e só fui reparar nisso quando ouvi sobre essa polêmica já adulto e fui revisitar a obra. Nunca tive que me preocupar, portanto, como ela faria uma criança negra se sentir ao lê-la.
    Cheguei a ver os comentários de uma mãe, que como eu, gostava muito dos livros do Monteiro Lobato quando criança e não havia reparado também no teor racista, apesar dela mesma ser negra, até chegar a hora de ler os livros para seu filho pequeno. No fim, ela decidiu ler os livros ela mesma alterando palavras e trechos para não submeter o filho ao teor racista, mas permitindo que ele fosse exposto ao mundo de fantasia do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
    Nesse ponto seria até interessante ver a opinião de psicólogos infantis. Como foi algo que, na minha cabeça, não me afetou enquanto criança, é muito fácil pra mim julgar que "ah, a criança nem vai reparar nisso", mas será verdade mesmo? Se eu fosse negro, ou ainda se eu fosse uma menina negra, será que o trecho da Tia Nastácia como uma princesa amaldiçoada (ou outros ainda piores) não iriam me machucar? Me fazer me sentir diminuído?

    • @brockdenzel08
      @brockdenzel08 5 ปีที่แล้ว +12

      Sobre esse último parágrafo de como essas coisas afetam pessoas negras.
      Olha, tenho 18 anos e sou negro, e só de um tempo pra cá que eu pude refletir o quanto isso me afetou, mas muitos de nós nem percebem, e talvez nem vão. Mas é algo que mexe com sua autoestima e toda forma de se relacionar com o mundo. Eu por exemplo com 5 anos queria ser branco de loiros azuis igual o homem aranha do Tobey Maguire, era literalmente meu sonho sabe.

    • @marimota5053
      @marimota5053 5 ปีที่แล้ว +15

      Eu tbm não reparava em nada dessas coisas de machismo e racismo em livros filmes ou desenhos quando eu era criança. Eu sou menina e negra e nada disso me incomodava na hora que eu me deparava com esses preconceitos nas mídias. Até porque eu nem percebia o preconceito ali. Mas o problema mesmo é que eu acabava internalizando e normalizando tudo isso o que fez com que eu tivesse uma autoestima bem baixa acerca da minha cor e do meu cabelo. Aí depois é um custo pra desconstruir tudo isso.

    • @FelipeBomfim
      @FelipeBomfim 5 ปีที่แล้ว +8

      @@marimota5053 obrigado, acho que você conseguiu tocar na raiz do problema, que é justamente o perigo da normalização de conteúdos nocivos. Vendo a sua resposta e a do Kenny só reforçou minha opinião que a obra do Lobato não deveria mais ser comercializada voltada para o público infantil.

    • @hellodorgo
      @hellodorgo 5 ปีที่แล้ว +2

      Sim! É muito complicado tudo isso. Pq a obra em si pode ter vários méritos mas o racismo é algo inaceitável... Não sei como seria possível separar isso da obra, e se é viável criar edições não-racistas pra torná-la viável pq, no fim das contas, isso tbm seria uma forma de "censura". Acho que precisamos contextualizar, reler de uma forma inteligente (eliminando essas partes para as crianças) e tbm contextualizar quando há maturidade para tal. É a única forma que considero válida de aproveitar uma riqueza criativa tentando eliminar o seu ônus.

    • @FelipeBomfim
      @FelipeBomfim 5 ปีที่แล้ว +1

      @@saiajeans obrigado, vou dar uma olhada

  • @juliaromao694
    @juliaromao694 5 ปีที่แล้ว +140

    A propaganda que abriu antes perguntou " antes de passar essa propaganda, deixa eu te perguntar: " o vídeo que você vai ver agora, vai te deixar rico?"

    • @mimimidias
      @mimimidias  5 ปีที่แล้ว +54

      HAHAHAHA, posso garantir que não vai, desculpa!
      ~ Clara

    • @antaresstar2
      @antaresstar2 5 ปีที่แล้ว +70

      @@mimimidias Desculpe mimimídias, mas vai sim. Você sabe a que tipo de riqueza me refiro. Rs s2

    • @luciebandeira7409
      @luciebandeira7409 5 ปีที่แล้ว +14

      Rico de questionamentos

    • @Luciana.489
      @Luciana.489 5 ปีที่แล้ว +18

      Capital cultural pra mim vale até mais!

    • @davidjorge22
      @davidjorge22 5 ปีที่แล้ว

      Kkkkkk

  • @thejaberson
    @thejaberson 5 ปีที่แล้ว +115

    Certa vez conversando com uma amiga (branca), ela falou mesmo isso que antigamente e até por esses dias as mulheres eram vistas como: - Delicadas, sensíveis, princesinhas e etc.
    eu disse: -Mas que mulheres são vistas assim? porque as mulheres negras não vistas como delicadas ou princesinhas.
    ela: - Mas eu quis dizer no geral.
    E esse é o problema, o branco se ver como geral, como o comum, só quando você fala de outras minorias ou etnias é que você defesa especificar a cor, ou seja aquilo é problema deles, mas o meu problema é de todo mundo. Ser tratada como princesinha é coisa de mulher branca e ponto.

    • @thejaberson
      @thejaberson 5 ปีที่แล้ว +16

      @Nevermore Entre outras coisas é alertar que os preconceitos não são todos iguais, são nivelados. O preconceito contra a mulher nwgra é duplo. Indico a leitura do trabalho denumanprofessora americana; Fragilidade branca

    • @hesdry3593
      @hesdry3593 5 ปีที่แล้ว +2

      Esse texto me lembrou dos comentários de brancos no video desse canal sobre "empoderamento" e "Anitta" e do mini documentário do Spotify sobre Trap, que entrevistaram uma mc negra e falaram do mesmo tema.

    • @YukiSushi18
      @YukiSushi18 5 ปีที่แล้ว +8

      Não necessariamente, as mulheres da nobreza asiática também eram vistas assim. Eu acredito que está bem mais ligado ao aspecto social em que estas fazem parte. É só comparar as nobres de várias culturas, como de tribos africanas, tribos indígenas, impérios asiáticos e reinados europeus, cada uma tinha um papel distinto.

    • @larineves1815
      @larineves1815 5 ปีที่แล้ว +2

      @Nevermore qual o propósito da sua pergunta?

    • @rafinhafioravante8355
      @rafinhafioravante8355 3 ปีที่แล้ว

      Não falo mais nada ,aliás sabia que negros escravizam outros negros até hoje???
      Ou seja não importa a cor é TD a mesma coisa.....chega de vitimismo,quando ela quis dizer mulher ela quis dizem no geral amigo, perante a época não escrava.
      Ps: tinha negras na época que era sinhazinha ou seja tinha liberdade e eram casadas com os barões.

  • @marcos67632
    @marcos67632 5 ปีที่แล้ว +29

    Li um livro de contos do lovecraft e lá a tradutora diz que não devemos censurar obras ou cortar trechos das mesmas, e sim coloca-las em um contexto social e histórico ( como ela fez na mesma introdução do livro de contos). E concordo, infelizmente esses eram os pensamentos da época e o que podemos fazer é contextualiza-los.

    • @augustosalina5655
      @augustosalina5655 5 ปีที่แล้ว +3

      Concordo, hoje em dia tudo é assim, movido por uma atmosfera contextual.

    • @gabstorres5115
      @gabstorres5115 4 ปีที่แล้ว

      Concordo ...

  • @beatrizhonorato6266
    @beatrizhonorato6266 5 ปีที่แล้ว +144

    O Monteiro Lobato ta cancelado aqui na minha casa desde que eu sou criança. Meu pai começou a ler pra mim e meu irmão-crianças pretas- no meio do livro ele decidiu que não da pra construir uma intelectualidade aceitando livro racista, seja ele de 1800 ou de 2001.

    • @sacr007
      @sacr007 5 ปีที่แล้ว +1

      O que tu acha do Main Kempf, ele é proibido na sua casa?

    • @luiscarlosgomes3124
      @luiscarlosgomes3124 5 ปีที่แล้ว +21

      acho q é um livro para ler quando já se tem uma noção do q é certo e errado, quando vc sabe o q está errado no discurso não tem problema ler... é preciso lembrar tbm que qdo ler lembrar como era a sociedade da época.

    • @AkiykiOde
      @AkiykiOde 5 ปีที่แล้ว +5

      Eu li Monteiro Lobato quando criança, tive questionamentos, mas só fui bater de frente com estes questionamentos depois de certa idade. Concordo que seja conteúdo racista, mas como minha mãe (que é branca) disse, a obra dele se deu em uma época que esse tipo de pensamento era comum. Isso não muda o fato de ser conteúdo racista o qual eu com certeza não vou levar à minha filha, por exemplo. Desejo profundamente passar adiante todo esse conhecimento acerca das nossas raízes e da história do nosso povo à minha pequena.

    • @jao7676
      @jao7676 5 ปีที่แล้ว +6

      Você ja leu “Negrinha” do Monteiro Lobato? Se vc ler vai entender que ele não era racista,mas sim criticava o modelo de sociedade em questão expondo da forma mais crua como os negros eram tratados na época.

    • @davidjorge22
      @davidjorge22 5 ปีที่แล้ว +1

      @@jao7676 eu tb penso nisso, ele se expressava como as pessoas simples e que naquela época era totalmente aceitável ser racista. Dona Benta e tia Anastácia eram sem dúvida as mais fortes e sábias da história e que inclusive a repreendiam quando ela tinha atitudes racistas.

  • @julirizzus
    @julirizzus 5 ปีที่แล้ว +134

    Tem um trecho de "O Livro dos Espíritos" de Alan Kardec que diz claramente que o povo africano é "uma casta de baixos espíritos que devem ser domados". Quando reli a pouco tempo fiquei paralisada. Li e reli. Mesmo sabendo que foi escrito em determinada época, mesmo assim, não dá para deixar ficar perplexa.

    •  5 ปีที่แล้ว +33

      Então Juli, teoricamente seria algo esperado de um Europeu esse pensamento... ele seria simplesmente um branco influenciado pelo positivismo e espiritualismo cristão do início do século XIX, tanto que tentam misturar ciência (de forma porca e errada) nas mistificações e crendices.
      O grande problema é que o livro não coloca como sendo o Rivail quem diz isso, mas sim supostos "espíritos" superiores e evoluídos que teriam um conhecimento mais avançado do que o do restante da humanidade. Acho que essas são ótimas provas de que essas "psicografias" não são o que se alega.

    • @ellen314
      @ellen314 5 ปีที่แล้ว +9

      @
      Mas como você escreveu, isso é do século XIX, o que eles achavam "normal" não condiz com a realidade, a gente não pode repetir as coisas horríveis do passado

    • @synthrossiya370
      @synthrossiya370 5 ปีที่แล้ว +12

      Allan Kardec era positivista, logo, compartilha ideias do tipo. Foi por coisas assim que eu questionei diversas coisas da doutrina, a qual eu sigo desde menor

    •  5 ปีที่แล้ว +22

      Sim @@ellen314, não tem nem dúvida disso... na verdade o que me espanta é que, por ser considerado um livro "religioso" e ainda por cima alguns ainda acharem que tem "ciência" nesse troço, tem gente que tenta fazer malabarismo mental pra justificar esses escritos porque jamais vai admitir que estava acreditando em bobagens. Isso que me espanta.

    • @keep3xplor1ng
      @keep3xplor1ng 5 ปีที่แล้ว +8

      Religion is bullshit. Evolua.

  • @CezarRibeiro
    @CezarRibeiro 5 ปีที่แล้ว +50

    Toda obra, de qualquer tempo e tema deve ser permitido pra venda e leitura de qualquer um q se interesse, concordo com classificação indicativa, no máximo um comentário no rodapé contextualizando seja lá oq tiver na obra q possa causar desconforto ou interpretações negativas e olhe lá... mas proibir ou editar essas obras, é inaceitável.

    • @joroc
      @joroc 5 ปีที่แล้ว +3

      Inclusive espero que produzam mais e virem bestsellers
      para fins estudiosos
      claro

  • @mimikachan12
    @mimikachan12 5 ปีที่แล้ว +18

    Eu não vejo problema algum na disponibilização de obras antigas que abordam ideias hoje consideradas machistas, racistas, homofóbicas etc. Afinal, nada impede que nós façamos uma análise crítica dessas obras. Como você afirmou muito bem, elas nos ajudam a compreender pensamentos que moldaram nossa sociedade e ainda influenciam bastante as pessoas, mesmo que de forma velada. Por exemplo, estamos em 2019, mas ainda temos dificuldade em aceitar que pessoas negras possam ser bonitas, porque nosso padrão de beleza continua sendo europeu.
    Esse tema parece se tornar particularmente sensível quando falamos da disponibilização dessas obras em escolas. Tem gente que prefere simplesmente banir Monteiro Lobato das escolas, porque seu conteúdo racista não faria bem para as crianças. Eu prefiro acreditar na possibilidade de os professores desenvolverem um trabalho pedagógico interessante e utilizarem essas obras para ensinar às crianças como identificar e combater o racismo. Não é um trabalho fácil, é claro. Talvez boa parte dos professores brasileiros não esteja preparada para isso, infelizmente.
    Enfim, há tanto para dizer sobre isso. Mas eu fico me perguntando até que ponto adianta nós apontarmos o dedo para essas obras antigas e bradarmos: racista! Misógina! Quero dizer, talvez devêssemos nos preocupar menos em crucificar autores que já morreram há eras e mais em sermos leitores críticos e responsáveis que extraem aprendizados úteis dessas obras. O que me assusta é mesmo é ver pessoas do século XXI reproduzindo e defendendo as mesmas ideias (ou versões aprimoradas das ideias) machistas, racistas, homofóbicas que víamos em autores antigos... Aí voltamos ao ponto anterior de "compreender pensamentos que moldaram nossa sociedade e ainda influenciam bastante as pessoas, mesmo que de forma velada".

    • @ursotedio
      @ursotedio 5 ปีที่แล้ว +1

      Perfeito!

  • @luizhenriquepereira1499
    @luizhenriquepereira1499 5 ปีที่แล้ว +10

    É por isso que eu gosto desse canal: ele não dá resposta, questiona você mais ainda. De verdade, estou pensando no assunto e até compartilhe com colegar pra pensar sobre isso.

  • @LucasBrito-wq9dr
    @LucasBrito-wq9dr 5 ปีที่แล้ว +15

    Acho válido a solução que acharam para o Tom e Jerry. Em um relançamento de episódios bem antigos chamaram a Whoopi Goldberg para mandar uma mensagem que se passava antes dos episódios. Nela, a atriz falava que os episódios que tinham no compilado possuía uma visão extremamente racista da época e que deveríamos assistir com um senso crítico. Censurar conteúdos problemático só deve piorar a situação, temos que olhar para eles e refletir sobre o quão errado era e como isso ainda influência nossa sociedade atual

    • @italucenaz
      @italucenaz 3 ปีที่แล้ว

      Não era Looney Toons?

  • @NaatyCarneiro
    @NaatyCarneiro 5 ปีที่แล้ว +39

    Lembrando de quando li "A Megera Domada" do Shakespeare ainda adolescente, fiquei indignada e não entendi porque a escola me obrigou a ler algo do tipo. Acabei chegando a essa mesma conclusão com as aulas da minha professora de literatura, que foi bastante importante pra mim neste sentido, porque ela trouxe o debate para a turma, nos fez refletir sobre a obra e suas conexões com nossos tempos. Vamos apagar nossa história, fingir que o passado não existiu? É muito perigoso. Parece até óbvio dizer essas coisas, mas é ainda muito pertinente.

    • @ursotedio
      @ursotedio 5 ปีที่แล้ว +4

      @Nevermore O Cortiço foi um dos livros que mais gostei de ler no ensino médio e um dos que mais me enriqueceu como pessoa. Não acredito que ele é apresentado no ensino fundamental em qualquer escola do país, pois é usado como referência da Literatura Naturalista que não faz parte da grade curricular desta fase escolar.
      Ele é chocante ao mostrar a violência, preconceito, gentrificação, machismo e na ocasião me fez pensar muito como muitas coisas pareciam não ter evoluído o suficiente no Brasil. Me ajudou a pensar fora da minha bolha. O que me chocou não foi o texto do século XIX, mas penar que pessoas do século XXI ainda pensavam e agiam da mesma maneira.

    • @ursotedio
      @ursotedio 5 ปีที่แล้ว +2

      @Nevermore você sabe a diferença de ensino médio e ensino fundamental? O fundamental é até o nono ano, com certeza O Cortiço não é obra para essa idade e não faz parte da grade curricular.
      É no Ensino Médio (antes da faculdade) que ele entra, quando os adolescentes começam a estudar literatura e as escolas de literatura.
      Não sei de onde vc tirou que O Cortiço é obra para ensino fundamental. Se isso ocorreu em algum lugar que vou conhece, basta procurar a secretaria de educação da sua cidade, porque esse professor/escola não esta seguindo a grade curricular corretamente, nem tem metodologia de trabalho.

    • @ursotedio
      @ursotedio 5 ปีที่แล้ว +1

      @Nevermore desculpe, mas se no ensino médio um adulto em formação não pudesse ter contato com esse tipo de literatura e ser crítico, a educação brasileira estaria ainda pior... Isso é censura. Não tem diferença nenhuma para um prefeito Zé ruela tentando proibir quadrinhos.

    • @lunamaia8738
      @lunamaia8738 5 ปีที่แล้ว +2

      @Nevermore eu discordo totalmente de ti, me desculpa. Eu acabei de entrar na faculdade, eu li o Cortiço no ensino médio na aula de literatura e acho que foi uma leitura extremamente importante pra discutir certas questões em sala de aula. O erro é querer achar que todos os adolescentes pensam igual crianças; eles podem não ter maturidade, mas eles têm sim capacidade de compreender e refletir sobre esses assuntos, e quanto mais cedo se inicia essas discussões, melhor ainda será para eles na vida adulta.

    • @lunamaia8738
      @lunamaia8738 5 ปีที่แล้ว

      @Nevermore é por isso mesmo que eu acho importante estimular a leitura, justamente pra ser usado em sala de aula pra criar espaço pra discussão das ideias do livro e estimular o senso crítico, não necessariamente desse livro (o Cortiço), mas existem muitos outros que podem ser usados como exemplos, até mais atuais. Eu digo isso porque eu hoje que eu tô na faculdade, eu sou exigida de muita leitura pra ter embasamento teórico e tenho dificuldade no entendimento durante as leitura justamente por falta desse estímulo.

  • @thabatakaroline4796
    @thabatakaroline4796 5 ปีที่แล้ว +16

    Existe uma edição do livro "O Martelo das Feiticeiras", muito usado para acusar mulheres de bruxaria no século XV e outros, que tem uma introdução escrita por uma feminista do século XXI (acho) e é muito interessante. Pq vc lê a introdução inclusive histórica escrita por ela e depois lê o livro "original" (traduzido) com os olhos de quem entende que esse livro é machista e sem noção, mas que acha importante que ele circule hoje em dia para que tenhamos uma prova histórica de como aquilo aconteceu na época.
    Amei o vídeo!!!

    • @anapaularobert6972
      @anapaularobert6972 5 ปีที่แล้ว

      Real. Igualmente para visão científica machista da Simone de Beauvoir sobre os fatos biológicos. Mesmo porque naquela época aquilo era uma verdade e a ginecologia era feita por homens.

  • @mimmylove
    @mimmylove 5 ปีที่แล้ว +15

    Concordo. É doloroso ler essas coisas e ver elas por aí, mas para além dos entendimentos das relações do passado, que é fundamental, acho que elas servem também para nos entendermos como pessoas em evolução. Lembro quando li A insustentável leveza do ser e imediatamente aquele livro se tornou meu favorito, naquele momento específico. Hoje, sinceramente, me dá angústia só de lembrar de alguns trechos. Mas gosto de comparar meu processo de entendimento de mundo. Acho que a bagagem se faz necessária para uma construção de mundo melhor. Obrigada pelo ótimo vídeo, como sempre ♥️

  • @abel2983
    @abel2983 5 ปีที่แล้ว +27

    Interessante a discussão e gostaria de colocar 2 coisas me incomodam em relação ao Lobato:
    1 - Ele era eugenista atuante.
    2 - As obras são literatura infantojuvenil.
    O que colocaria ele numa posição parecida com a posição e o argumento apresentado em relação ao Mein Kampf. Acho que o principal ponto é que diferente do exemplo citado pouco se divulga em relação a essa carga que não só as obras mas o próprio Lobato carrega sendo algo perigoso para manutenção de um pensamento desprezível.

    • @italucenaz
      @italucenaz 3 ปีที่แล้ว +1

      Concordo totalmente, ele n era um racista ordinário, era um racista excepcional, dedicou a própria vida ao racismo e falar mal de pobres, e n acho que devesse ser dado pra crianças, o racismo descarado dele pode acabar normalizando isso na cabeça de criança, que coloque pra um público mais velho assim como fazem com erótica

  • @adyelkariu
    @adyelkariu 5 ปีที่แล้ว +46

    Anacronismo pra alguns historiadores é visto até como pecado. É um longuíssimo debate que não acabou e não sabemos ainda se vai acabar. As obras tinha que vir com comentários como esse poema aí, apenas mais maduros e repensar sobre nosso mundo e nós mesmo.
    Tenho medo de um "minha luta" circulando por aí impo e seco sem nem um aviso explicito de que ele era um babaca e pq ele era um babaca. Parece meio óbvio mas nossa geração ta tendo que lidar com defesa do óbvio.
    Alguém que pode fazer os comentários poderiam ser pessoas competentes que nem vcs. Mas o critério pra isso ser feito, acho que da outro debate gigante.

    • @morganafernandes8678
      @morganafernandes8678 5 ปีที่แล้ว +1

      Nossa, eu sou professora e nunca levo um texto para meus alunos sem intenção provocar uma boa discussão! Ainda mais por dar também as aulas de literatura.

    • @Star_kkl
      @Star_kkl 4 ปีที่แล้ว

      Podemos ver que esse livro foi escrito a muito tempo, onde era comum se ver coisas como, o homem trabalhar e a mulher cuidar da casa, era uma coisa da época, acho que nao pode ser visto como machismo do autor, ele só esta contando o que via no dia a dia e o que viveu vendo.

    • @garudadrakon4728
      @garudadrakon4728 3 ปีที่แล้ว

      @@Star_kkl na realidade, dependendo da forma como ele representa e do histórico de autor, pode ser visto como machismo
      afinal, Lovecraft tinha citações racistas em suas obras e tinha pensamentos racistas, mas por ser antigo, n signifique q anule o histórico e os pensamentos dele

  • @caiquegondim2570
    @caiquegondim2570 5 ปีที่แล้ว +24

    Vocês me fazem muito feliz cada vez que lançam vídeo

  • @luanaamaral6744
    @luanaamaral6744 5 ปีที่แล้ว +7

    Excelente discussão!
    Apesar de tudo, Monteiro Lobato tinha um pensamento muito revolucionário em relação a língua. Já adiantou em suas obras muitas concepções que só vieram a tona bem depois, com o advento da Linguística e com a ideia de preconceito linguístico. É até citado no clássico de Marcos Bagno.

  • @yasminribeiro1324
    @yasminribeiro1324 5 ปีที่แล้ว +1

    Meu Deus, lembrei de um conto que eu li do Monteiro Lobato que tá no Cem Melhores Contos Brasileiros do Século XX, se chama "Negrinha". Conto extremamente racista e um pouco machista até, eu fiquei com nojo e raiva, e fiquei me perguntando como aquele conto estava ali como um dos cem melhores contos. Até agora não entendo, mas percebo que não podemos ignorar a existência dele, porque ele mostra um pensamento que existiu, e podemos usá-lo para nos comparar e ver a evolução do pensamento da sociedade.
    Obrigada por esse vídeo, Clara! Você é brilhante e incrível, seus insights são ótimos ❤️

  • @kaiomarques3188
    @kaiomarques3188 5 ปีที่แล้ว +1

    Esse vídeo foi fenomenal! Parabéns
    "...para que a gente olhe as obras do passado a façamos conexões jamais antes feitas." é até poético.
    Essa é uma sugestão positiva para uma questão que estamos começando a fazer agora.
    Com o mundo mudando bastante nos últimos anos, as vezes 5 anos já é o bastante para olharmos pra trás com um certo embaraço.

  • @barbararibeiro6426
    @barbararibeiro6426 5 ปีที่แล้ว +1

    Acabei de ver uma edição de Reinações que traz algumas notas de rodapé pra apontar esses pensamentos problemáticos no texto. Achei essa uma forma muito construtiva de lidar com esses textos, não ignorando os textos porque são problemáticos, mas reconhecendo que eles têm problemas, pra crescer a partir deles. Não podemos melhorar sem saber o que está inadequado.

  • @romariotopper5557
    @romariotopper5557 4 ปีที่แล้ว +1

    Meu professor de literatura é mestre e doutor em crítica literária, ele desenvolveu toda uma pesquisa que comprova com base nos trabalhos de Monteiro De que ele era sim racista, porém tanto os professores quanto a universidade "vetaram" o divulgação desse trabalho

  • @danielsantos-wh2op
    @danielsantos-wh2op 5 ปีที่แล้ว +6

    Clara ontem eu escrevi uma personagem de D&D, quando eu terminei, pensei: “nossa tá igual a clara, só a a clara n tem cabelo vermelho”. Vc tá me espionando!!!! To de olho!!!

    • @mimimidias
      @mimimidias  5 ปีที่แล้ว +3

      ... ou será que VOCÊ tá me espionando? Bom jogo! Espero que a "Clara" se dê muito bem na campanha! hahahah
      ~ Clara

  • @vocetemrazao2239
    @vocetemrazao2239 5 ปีที่แล้ว +11

    O Melhor Vídeo sobre Anacronismo ao lado do Xadrez Verbal.👍👍👍

    • @Luciana.489
      @Luciana.489 5 ปีที่แล้ว +1

      Teve um vídeo também muito bom sobre anacronismo histórico feito pelo canal Leitura ObrigaHistória, confiram!!!

  • @Zodraude
    @Zodraude 5 ปีที่แล้ว +1

    Eu acho legal nós podermos ter acesso as obras do passado, independentemente do conteúdo. Apagar o passado é abrir margem para errar da mesma forma novamente.

  • @tabisvilasboas
    @tabisvilasboas 5 ปีที่แล้ว +3

    primeiramente: que sotaque lindo.
    segundamente: vídeo excelente.

  • @MeiMercury
    @MeiMercury 4 ปีที่แล้ว +1

    Esse é literalmente o melhor canal do youtube recentemente pra mim, recomendo sempre pra varios amigos e todos tambem amam. Espero que cresçam muiiiito e consigam todo reconhecimento que vocês merecem!

  • @amandamarques8208
    @amandamarques8208 2 ปีที่แล้ว

    Gente, eu tava na wikipédia lendo sobre a Roma Antiga e quando pisquei o olho tava aqui 😂 Que achado incrível! Mais um canal pra garimpar

  • @Luciana.489
    @Luciana.489 5 ปีที่แล้ว +6

    Olá, Clara, você colocou uma questão bem difícil aí pra gente.
    Eu poderia dizer "então os editores devem colocar prefácios situando essas obras para ninguém levá-las ao pé da letra". Bom, você sabe que os trechos que você leu só são absurdos e repulsivos pra mim, pra você e pessoas que se preocupam com direitos humanos, pois pra muito "minion" tá mais do que certo, eles não vão ver nada demais nesses trechos. Então será que esses prefácios iam adiantar? E as edições antigas, que continuam circulando? Como fica?
    Como contraponto a esse autor do livro de literatura inglesa, eu recomendo a Jane Austen, que faz o mesmo trabalho de nos mostrar a condição feminina da Inglaterra do século 19, ou mesmo a Virgínia Woolf, adentrando o século 20.
    Como contraponto ao Monteiro Lobato (esse tipo de definição do povo negro está presente em vários livros dele), eu recomendo a Maria Firmina dos Reis (1822-1917), "primeira mulher a publicar um romance abolicionista na América Latina e a primeira autora negra a publicar um livro em todos os países de língua portuguesa", conforme um podcast que ouvi de uma entrevista com a escritora negra Conceição Evaristo (não li o livro).
    Enfim, a Educação é a melhor forma de lidar com isso. Abraços...

  • @GustTerra
    @GustTerra 5 ปีที่แล้ว +1

    Eu gostei muito do vídeo. Foi um daqueles que me deu uma tremenda vontade de saber mais sobre o tema.
    Sobre a questão abordada, acho que não tenho nada de muito relevante pra acrescentar, apenas diria que espero dos editores atuais um cuidado especial ao publicarem obras desse tipo.
    Pegando um dos exemplo citados: Uma coisa é republicar Minha Luta, do Hitler, com o texto seco, traduzido. Outra coisa é republica-lo em uma edição crítica, com comentários e apontamentos de especialistas atuais, mostrando o que é falso, o que é distorcido, os desdobramentos daquele pensamento, etc.
    Vc preserva o documento histórico, mas apresenta ele de forma contextualizada para evitar (ou mitigar) que qm se depare com ele em uma livraria assuma aquilo de forma ahistórica e acrítica.
    Não vejo meios praticáveis de coagirmos os editores a trabalharem dessa forma, mas é o mínimo que eu esperaria de um profissional ético e comprometido com seu ofício. Do contrário, publicar textos de Hitler, Mussolini, etc, acaba sendo uma tremenda irresponsabilidade.
    No caso da obra de Monteiro Lobato, simples notas de rodapé explicativas já seriam muito importantes, ainda mais considerando que muitas crianças tomam contato com esse material na fase de alfabetização, ou seja, antes de conseguirem desenvolver suficiente senso crítico para que não naturalizem esse comportamento após lerem o livro.

  • @TheMark00123
    @TheMark00123 5 ปีที่แล้ว

    Enquanto estava no curso de história eu tratava o anacronismo como uma forma de pensar o passado com a cabeça de hoje, e isso é um erro, pois não leva em conta o cotidiano da época estudada e nem que hoje temos tecnologias mais refina para trabalhar e aprender. Hoje eu levo em consideração o anacronismo em relação à pessoa que a utiliza. Existem aqueles que não tem o discernimento para compreender a distância temporal, mas também há aqueles que fingem não compreender para exercer certa ideias no tempo presente.

  • @PHemidall
    @PHemidall 5 ปีที่แล้ว +39

    Acho que muitos de nós progressistas pensamos com a mentalidade que luta para não ser vítima das burrices de nosso tempo.
    Daí quando encontramos artistas do passado que de fato foram vítimas do próprio tempo, tendemos a ficar irritados porque achamos que se nós que somos cidadãos médios conseguimos contrariar o establishment da nossa época porque eles que eram supostos visionários não conseguiam.
    Na verdade ser artista ou sensível não salva ninguém de ser um produto do seu tempo.
    Na ciência temos uma versão disso, o "efeito Nobel" usado pra descrever cientistas premiados ingressando em pseudociência e ideias absurdas depois do ápice da carreira.

  • @lgonzalez1244
    @lgonzalez1244 5 ปีที่แล้ว +1

    É isso aí! Nenhum tipo de censura, o esquema é justamente o consumo consciente, não apenas para comida, bebida e drogas, mas para literatura, música e filmes.
    Loco para próxima divagação de livraria :¬)

  • @phictograma
    @phictograma 5 ปีที่แล้ว

    Sério. Sou belorizontino e muito feliz de saber que tem um canal daqui tão refinado como mimimidas. Continuem levantando assuntos tão interessantes e bacanas como este :) obrigado!

  • @mellcruz2309
    @mellcruz2309 5 ปีที่แล้ว +1

    acredito que devemos absorver completamente a forma como os assuntos sao abordados e naturalizados, e repudia-los. Devemos pensar sobre o assunto e sobre o absurdo que era classificando-os como paradigmas. Fingir que nunca existiram e cancela-los é um erro que ao invés de resolver só vai deixar o problema ainda maior. Naquela época eram assim retratados, mas hj não mais, E FIM!...pelo menos por enquanto

  • @vagneroliveirasantos4281
    @vagneroliveirasantos4281 5 ปีที่แล้ว +1

    Vejo que muitas críticas que trazem a essas obras do passado seja também por questão de ego, muitos acham que se estivessem no passado seria aqueles 5% de pessoas a frente do tempo. E isso nunca se sabe, pois o tempo que vivemos pode não influenciar totalmente todos, mas em certo nível influencia uns mais outros menos. Por outro lado fãs do autores pegam as criticas para si, sendo que com o tempos obras serão reavaliadas, não necessariamente canceladas.

  • @geovananogueira9963
    @geovananogueira9963 4 ปีที่แล้ว

    Quando tive que ler esse livro do Monteiro Lobato na escola, foi extremamente cruel pra mim. Eu era só uma criança e ter que ler isso só reforçou o racismo que eu sempre sofri na escola. É um absurdo que ainda tenha as obras de Monteiro Lobato nas escolas

  • @anapaulamartins3636
    @anapaulamartins3636 4 ปีที่แล้ว

    O colégio em que eu trabalhava tinha a leitura de Monteiro Lobato como obrigatória para as séries em que dei aula. Fizemos um trabalho de leitura crítica muito interessante, com discussões bastante produtivas sobre racismo e outras problemáticas presentes na obra, como questões relacionadas ao meio ambiente. Meus alunos, na época com 10 anos, adoraram e se envolveram muito nos debates; durante nossas leituras coletivas, eles mesmos apontavam os trechos racistas, ficavam indignados como aquilo pôde ser normalizado, enfim... Foi uma experiência muito positiva. Acredito que a leitura dessas obras, quando feita, deve ser focada em problematizar esses aspectos, é importante entender em quais pilares nossa sociedade foi construída e o que diziam as pessoas que eram ouvidas.

  • @adaididescardoso3625
    @adaididescardoso3625 4 ปีที่แล้ว

    Só agora descobri seu vídeo. Parabéns pelo conteúdo e pela abordagem crítica! Muito interessante como você relaciona as perspectivas divergentes, instigando o expectador a refletir. Parabéns!

  • @asaredonda.escoladepandeiro520
    @asaredonda.escoladepandeiro520 4 ปีที่แล้ว

    Você é uma oradora de muita potência. Me inspirou muito. Parabéns pelo trabalho. Toda força pra continuar. Abraço irmã.

  • @mauri1981zjr
    @mauri1981zjr 5 ปีที่แล้ว

    Por isso eu amo a Tiana, uma princesa negra, empreendedora, que busca através do trabalho e da racionalidade atingir seus objetivos e honrar a memória de seu pai. Acho que é um dos melhores exemplos para meninas perceberem que mesmo em um mundo hostil a sua independência, ainda é possível lutar para vencer pessoal, intelectual e ou financeiramente pelo próprio esforço. E ainda ser feminina, não no sentido do papel social de mulher que lhe é esperado, mas daquilo que a faz sentir mulher. E você, Clara, é um exemplo da vida real. É impossível não se apaixonar pelo seu cérebro e não considerá-la racional. E quanto a racionalidade, na minha experiência pessoal (que não se pretende uma amostra suficiente ou controlada da realidade) não são as mulheres que sejam tão racionais quanto o estereótipo masculino e sim o contrário! A irracionalidade, impulsividade, julgamento rápido e rasteiro, são características humanas universais e poucas são as exceções, seja a raça, gênero, classe social, orientação sexual, política, faixa etária. Vide qualidade média de qualquer time line de rede social ou comentários de sites de notícias. Sad but true. Aqui a média dos comentários é tão superior que eu fico pasmo. Vocês são mesmo pessoas incríveis! Amo vocês três!

  • @AkiykiOde
    @AkiykiOde 5 ปีที่แล้ว +1

    Caramba! Esse canal é show! Gostei muito do conteúdo! Bom, estou me inscrevendo... rs
    Quanto às questões levantadas com relação ao anacrônismo, penso que realmente é impossível que em uma obra que não nos é contemporânea consigamos ter uma visão eucrônica, digo eucrônica no sentido próprio da palavra, afinal estamos descontextualizados do ambiente em que a obra foi concebida. Esse é realmente um tema complexo...
    Veja bem, mesmo que a obra tenha sido convebida em um tempo que não nos é contemporâneo, temos que ter em mente que o mundo, as sociedades, os pensamentos não são estáticos. Em todos os tempos existiram pessoas com pensamentos progressistas e que acreditavam e pensavam justamente o oposto do que vemos em algumas obras. Portanto sabemos que o pensamento de uma forma geral naqueles tempos eram daquela forma, mas não uma regra aplicada a todos.
    Cresci lendo Monteiro Lobato, ganhei a coleção dos meus pais. À época eu não tive (ao menos conscientemente) nenhum entendimento ou questionamento profundo sobre estas questões. Esses questionamentos só vieram à tona depois de eu atingir a maior idade, depois de eu ter passado por um bocado com relação aos preconceitos e tomar conhecimento mais profundo acerca das minha raízes históricas. Mas do meu ponto de vista este tipo de obra não deveria ser adotado como literatura infantil aplicada no ensino escolar.
    Bom, vou pensar mais a respeito... :)

  • @cleberduartedelara3800
    @cleberduartedelara3800 5 ปีที่แล้ว

    Que discussão massa! Sempre descartei qualquer atitude anacrônica, antropomorfizante, "irracionalista", de modo sumário. Não porque tivesse ilusões quanto à existência de uma racionalidade perfeita, ou de uma visão "'perfeita'mente'" eucrônica, mas por ver nestes ideais de "imparcialidade" analítica um norte (ou um sul) rumo à certa honestidade intelectual. Dito isto, este vídeo abriu meus olhos para a utilidade do contraste entre dois mundos e épocas como fonte de ampliação da percepção de ambas.
    Enfim, continuo pensando que não devemos nos entregar ao anacronismo como é vulgarmente feito (como suporte e validade de sensos comuns produzidos por uma realidade específica, míope), contudo, dadas as devidas considerações, certo anacronismo é de fato, insuperável, quando não fonte de descobertas, como foi mencionado no vídeo. Ganhou mais um inscrito! Sucesso!

  • @phictograma
    @phictograma 4 ปีที่แล้ว

    De fato o melhor vídeo referente a cultura do cancelamento. Ótima análise. Mimimidias sempre no ponto.

  • @mazaki89__
    @mazaki89__ 5 ปีที่แล้ว +5

    Bom, eu sou leitora de ficção-científica e lendo as obras dos autores mais clássicos do gênero, como Asimov e Dick, não tem como não enxergar o quanto as mulheres não tinham lugar nos futuros descritos por eles (e quando tinha lugar, esse era bastante limitado). Já fiquei tentada a pensar nesses autores como machistas, mas não fui por esse caminho. Se Asimov pode ser considerado machista ele apenas refletia a realidade do seu tempo. Penso que, se fosse vivo nos tempos atuais existe uma grande possibilidade de dar mais espaço as mulheres, negros, asiáticos e etc.
    O mundo molda nossa visão. Nós também, no futuro, vamos ser vistos como pessoas cheias de conceitos distorcidos e torpes, pois o pensamento terá avançado para outra direção. Enfim, o anacronismo é importante enquanto ele não é usado apenas para desqualificar obras antigas. Olhar com os olhos do presente nos faz compreender como o nosso mundo foi construído e é só através desse choque com valores antigos que podemos entender que nossa realidade não é absoluta. Poderia ser diferente, afinal foi diferente. Se hoje mulheres tem mais espaço de fala isso não veio de graça, foi uma ruptura com o passado.
    Obrigada pelo ótimo vídeo.

    • @Arnoudbr
      @Arnoudbr 5 ปีที่แล้ว

      Susan Calvin, é O personagem de Asimov. A pessoa mais capaz no campo da robótica, e um exemplo de excelência para outros personagens. Sempre achei que ela fosse um sinal de que o "Bom Doutor" não fosse misógino.
      Mas, sendo homem, posso estar errado.

    • @mazaki89__
      @mazaki89__ 5 ปีที่แล้ว +2

      @@Arnoudbr a Calvin é realmente uma personagem boa, não tem o que dizer. Mas pensemos na quantidade de livros que Asimov escreveu e pensemos que a Susan é uma personagem. Aliás, uma única personagem. Não acho demérito dizer que Asimov era limitado nesse quesito, mas é só uma consequência da realidade que ele conhecia, onde uma mulher para aparecer tinha que ser extremamente brilhante e, ainda assim, seria a única a se destacar.

    • @garudadrakon4728
      @garudadrakon4728 3 ปีที่แล้ว

      só lembrando que não é porque a pessoa dá espaço pra mulheres, negros e asiáticos q ela seja honesta com as questões minoritárias
      J.K Rowling faz isso (força, no caso) ao mesmo tempo que coloca citações racistas e machistas em sua obra, além de defender um pensamento fundamentalmente transfóbico e elitista
      há autores q só usam minorias pra enriquecer, pq sabem q o identidarismo cega as pessoas de forma que elas n questionem a contradição de "tal obra fala sobre respeito LGBT enquanto o autor da mesma odeia gays afeminados e lésbicas negras"

  • @jp90243
    @jp90243 5 ปีที่แล้ว +1

    eu AMO um canal ❤❤❤ as discussões que vcs trazem são sempre incríveis, fico realmwnte feliz de conhecer e com uma vontade enorme de mandar pra todo mundo Kkkkkj

  • @VictorNaine
    @VictorNaine 5 ปีที่แล้ว

    Sempre um prazer ver seus vídeos. E que surpresa ver alguém falando de Didi-Huberman por aqui!

  • @juliaharano9548
    @juliaharano9548 4 ปีที่แล้ว +1

    aeee completaram 100k parabéns!

  • @vicmtr93
    @vicmtr93 5 ปีที่แล้ว +1

    Eu me deparo com essa tipo de questão o tempo todo na obra de Shakespeare. Uma professora já falou que pra época ele era até um feminista, e me vi um pouco chocada com essa afirmação, tendo em mente aqueles trechos de Sonho de uma Noite de Verão onde o pai de Hermia a trata como sua propriedade passível de ser transferida para um marido, onde Hamlet não tem escrúpulos em questionar se Ofélia é virgem, onde o lorde Capuleto se irrita com Julieta e a insulta horrivelmente quando ela se recusa a casar com o pretendente que ELE queria PARA ELA. Mas realmente, meu olhar sobre essas cenas é anacrônico, e se for analisar além dessas interações que pra mim são horrorosas, dá pra ver que muitas personagens femininas de Shakespeare se rebelam contra o destino que os pais e a sociedade decidiram pra elas. Hermia foge com seu amado, Julieta se casa escondido com o pretendente que ELA queria, e Ofélia, mesmo em sua loucura suicida e merecendo muito mais, ainda tem um ato de rebeldia implícito ao entregar ao rei flores que simbolizam infidelidade. Hoje em dia essas coisas não anulariam as cenas que expressam o machismo e misoginia da época de Shakespeare, mas o fato de as mulheres terem alguma agência sobre a própria vida e não serem reduzidas a objetos de interesse romântico era algo até muito avançado.

  • @lucasfeijao2332
    @lucasfeijao2332 5 ปีที่แล้ว +1

    Muito interessante esse papo sobre anacronismo, principalmente depois das discussões dobre Dom Casmurro que vi hoje rolando no twitter: pensar se Capitu traiu ou não seria um anacronismo, pois a obra originalmente não seria lida sob um visão de "narrador não confiável" já que não seria uma ideia presente na época. Cai muito nessa ideia do Pollock, hoje podemos analisar o livro sob esse ponto de vista e tecer novas teorias.

    • @mimimidias
      @mimimidias  5 ปีที่แล้ว

      Exatamente, a discussão do Twitter tem tudo a ver com essa questão!
      ~ Clara

    • @sacr007
      @sacr007 5 ปีที่แล้ว

      ele não fez com intenção do narrador não ser confiável? não era a intenção dele?

    • @lucasfeijao2332
      @lucasfeijao2332 5 ปีที่แล้ว

      @@sacr007 parece que a ideia de que um narrador não é confiável só surgiu após o advento da literatura moderna, até então o que o narrador falou está falado. Não sei qual foi a pesquisadora, mas foi apenas após essa mulher trazer essa abordagem nos anos 60 que começaram a analisar a obra botando em xeque a confiabilidade de Casmurro.

    • @garudadrakon4728
      @garudadrakon4728 3 ปีที่แล้ว

      na real não
      a questão do "narrador não confiável" sempre existiu, apenas o termo que não existia

  • @Aurora-wj6xx
    @Aurora-wj6xx 5 ปีที่แล้ว +2

    Clara, tu falando é impecável!!! Adoro os vídeos do canal, sempre com temáticas atuais e relevantes. Alguma chance de sair conteúdo de Bacurau? Abraços!!

    • @mimimidias
      @mimimidias  5 ปีที่แล้ว +2

      Estou indo assistir Bacurau daqui a pouco!
      Talvez renda vídeo, mas eu não prometo! hahah
      ~ Clara

  • @jojocosmico6749
    @jojocosmico6749 5 ปีที่แล้ว +1

    Que interessante essa discussão sobre anacronismo... Eu sempre achei positivo ao mesmo tempo que lembrava "de não julgar alguem fora de seu tempo"... Meio que sempre pensa dos dois jeitos... Vezes mais um ponto e vezes menos...

  • @natanfernandes8121
    @natanfernandes8121 5 ปีที่แล้ว +5

    Falando de Lobato, não posso deixar de ser o fã chato e mandar logo no ato: crossover com o colecionador de sacis no em prosa seria de fino trato. XD
    Eu acho que só a classificação desse tipo de obra devia mudar um pouquinho. Tipo, foi muito difícil pra mim ver tudo que tem de errado com Monteiro Lobato no início da adolescência. Ver os problemas não foi só um "papai noel não existe", foi: "eles mataram papai noel, toma a foto". Rolou um senhor choque, mas foi bom.

  • @Naneacc
    @Naneacc 5 ปีที่แล้ว +4

    Não acho que essas obras precisam ser censuradas de forma alguma. Porém acredito que precisam ser explicadas algumas vezes de forma melhor (principalmente quando o público é infantil como o de Lobato), apontando o que não condiz mais com nossos tempos e onde o pensamento do passado nos fez chegar.

  • @TheClaytonHenrique
    @TheClaytonHenrique 5 ปีที่แล้ว

    Eu amo os vídeos que vocês fazem. Conseguem prender a atenção com qualquer que seja o tema. Obrigado por existirem e fazer este belíssimo trabalho!

  • @jperossi2651
    @jperossi2651 5 ปีที่แล้ว +3

    Olha, cada vídeo que sai desse canal é um primórdio dos video-ensaios, fico até na espectativa do próximo, mesmo sem saber nada sobre ele...

  • @egoratreus.7163
    @egoratreus.7163 5 ปีที่แล้ว

    Meu deus, obrigada! Muito obrigada! Eu já tava me corroendo por dentro vendo o pessoal na internet achando que a solução pra um problema é simplesmente esquecer que ele existe.

  • @linkkai
    @linkkai 5 ปีที่แล้ว

    acho que a Disney tem procurado um caminho interessante recontando histórias que ela popularizou no século passado e que não são tão bem recebidas pras crianças de hoje. tenho sentido que esse é o melhor caminho (de adaptaras narrativas ao público atual) com relação a essas narrativas clássicas, mas acredito também que se deva falar sobre os problemas que percebemos através de análises anacrônicas pra que saibamos que essas histórias eram problemáticas no seu texto original

  • @RR031
    @RR031 5 ปีที่แล้ว

    esse vídeo destrói toda a briga sobre bentinho ter sido traído ou não

  • @tchescofolda645
    @tchescofolda645 5 ปีที่แล้ว +4

    A algum tempo tive uma conversa sobre historia em especifico historia econômica, em que eu questionava se ocorria uma real interferência historia e se a historia poderia ser utilizada como um caminho de aprendizado para solucionar problemas presentes. Na primeira questão defendi que muito que aprendemos sobre o autor A foi mastigado pelo historiador/autor B e esta sendo ensinado pela pessoa C, e sabendo que a imparcialidade é um mito (a pessoa é um filtro de seu saber), muitas vezes o que C diz não é o que A quis dizer, o que lembra a brincadeira do telefone sem fio, porem quando vamos a fonte no caso autor A, a compreensão as vezes é complexa pois não somos criaturas do mesmo tempo, na questão utilizei Karl Marx para exemplificar, pois a industrialização (o capital) que Marx viu nos anos de 1800 não é o mesmo que vemos hoje na industria 4.0 o que de um ponto o burgues e o proletário também se modificaram com o tempo não sendo os mesmos que Marx viu, o que nos faz questionar ele como fonte teórica mas não como fonte histórica. Na segunda questão se a historia poderia ser utilizada como um caminho de aprendizado para solucionar problemas presentes, bem como tudo depende pois nem sempre a historia se repete e quando se repete as vezes podem ser uma 'pareidolia' histórica, porem quanto mais simples o acontecimento mais forte o poder de solução histórico é. Enfim a historia é o caminho sem retorno onde tem-se uma neblina que a turva a visão do que já foi trilhado onde gradualmente se perde a compreensão real e o que aprendemos com ela não é garantia nem certeza de poder resolver acontecimentos futuros, mas a historia explica muito onde estamos, a historia é como chegamos e não como resolvemos.
    Nada vence o tempo...
    “My name is Ozymandias, king of kings:
    Look on my works, ye mighty, and despair!”

  • @RXXI2
    @RXXI2 3 ปีที่แล้ว

    Sabe quando alguém fala tudo que você gostaria de dizer? rsrsrsrs
    Vc foi demais! Parabéns!

  • @julianokawashima
    @julianokawashima 3 ปีที่แล้ว

    Muito esclarecedor seu vídeo. Acho que faltou mencionar que naquela época ideias racistas e de eugenia eram tomadas como ciência séria, então, essas ideias permeavam a sociedade como algo científico e inovador entre pessoas influentes e intelectuais.

  • @baltazar2685
    @baltazar2685 5 ปีที่แล้ว

    O anacronismo é o que é, e o dicionário já o descreve muito bem. Deve-se sempre tomar muito cuidado com expressões artísticas, poéticas e principalmente religiosas, pois geralmente elas remetem a símbolos herméticos, que só são legíveis para um público restrito que compartilha de um mesmo vocabulário, que pode não só ainda existir para poucos, quanto já ter sido extinto, tornando a obra inacessível, se não unanimemente, parcialmente para o observador atual, leigo ou alienado.
    No demais, em tudo o que ainda assim nos parece óbvio e pode não o ser, existe a perspectiva da época, de determinada nação, povo família, classe e todos os seus estigmas que formam seu paradigma, e que não podem ser ignorados.
    Enfim, é necessário atrito para gerar fogo, e se algo incomoda ou causa emoção então temos um princípio que pode nos levar a evoluirmos este ou aquele pensamento, já que em um mundo onde tudo condiz com o que pensamos e sentimos e tudo o que for contrário a nós precisa ser extinto, neste mundo não haveria evolução, sente estagnação.

  • @MatheusFreireTG
    @MatheusFreireTG 5 ปีที่แล้ว +2

    Amo o canal, amo o conteúdo e amo o podcast de vocês, NUNCA PAREM!!!

  • @mandalasdeluz33simonegonca65
    @mandalasdeluz33simonegonca65 5 ปีที่แล้ว

    Cada coisa a seu tempo... e se tudo for escrito, pra depois ser analisado criticamente, será possível ver os avanços evolutivos.
    O que precisamos é de pesquisadores que desenvolvam teoricamente o debate sobre escritores, livros e seus tempos.
    Sim a todos os livros. Sim à vasta leitura. Sim ao amplo debate. Sim à evolução da humanidade, através da Cultura.

  •  5 ปีที่แล้ว

    A biblioteca da minha cidade quando eles ficam lotados de livros doam alguns para quem quiser pegar. Eu estava dando uma olhada nos livros e encontrei um:O guia moderno do sexo escrito nos anos 80, esse livro era voltado para as mulheres. Logo de cara ja havia um quiz sobre o quão bem a mulher se daria bem num relacionamento de acordo com a resposta que ela escolhesse em algum tipo de situação. E todas as respostas que levavam a "um relacionamento bom e vc vai se casar" eram coisas como "se vc suspeita que seu namorado esteja te traindo vc deixa de ligar para os mexericos" não somente isso mas como falavam sobre mães solteiras se referindo aquilo como algum problema de sociedade (eles realmente se referiram como problema inclusive estavam debatendo se a causa era a pobreza)e tentando entender qual era a real causa. Eu fiquei de boca aberta quando eu li tudo aquilo e não sabia o que fazer com esse livro "e se alguma mulher pegar esse livro" "ele poderia fortalecer pensamentos machistas nos dias atuais através da voz de cientistas? Ou eu estou praticando algum tipo de censura e exagerando,afinal de contas eu posso julgar uma coisa dessas?" no final acabei pegando o livro pra mim e jogando no lixo.Afinal de contas essa minha atitude foi errada e paranóica? Ou algo bom? Ou simplesmente a mesma coisa dita sobre o Mein Kempf?

  • @wesleyaraujo5390
    @wesleyaraujo5390 5 ปีที่แล้ว +2

    kkkkkkkkkkk esse vídeo parece uma definição do trabalho da História e das(os) historiadoras(eres) e os cuidados que devemos ter com o olhar para o passado

  • @felipeleox
    @felipeleox 5 ปีที่แล้ว

    Os livros podem e devem continuar em circulação normalmente. Independente do que hoje qualquer um pense sobre qualquer assunto, temos que aceitar o fato de que em outras epocas se pensava diferente.
    Independente de ser certo ou não, foram pensamentos que trouxeram a humanidade até aqui.

  • @spartacocarlos8417
    @spartacocarlos8417 5 ปีที่แล้ว

    É interessante também traçar um paralelo entre as novelas televisivas de 25 anos atrás, quando retratavam personagens da "alta sociedade", e os contos e filmes que retratam a sociedade russa pré-revolução bolchevista. Como a é gritante a semelhança entre os serviçais brasileiros e os servos russos. E como os autores se mostram tão condescendentes com o tratamento dispensado pelos patrões/senhores que se mostravam justos e benevolentes quando viam seus empregados/servos como seres humanos. Escrevi isso pensando em Tia Anastácia também.

  • @olavoclaus1746
    @olavoclaus1746 5 ปีที่แล้ว

    Comecei a ver sobre Monteiro Lobato recentemente na escola, estou no primeiro ano do ensino médio, e minha professora passou o conto 'A Negrinha' para lermos. Após a leitura, ela enfatizou que Monteiro Lobato, na obra, passava uma idéia "progressista" que vilanizava o racismo pós-Lei Áurea. A obra narra episódios de maus tratos para com a personagem Negrinha, e mostra episódios de extrema crueldade. Além disso, minha professora também mostrou várias frases e vários citações de Monteiro Lobato, que empoderavam muito as mulheres e que realmente eram bem surpreendentes pro contexto da época, passando a idéia de que o autor era realmente bem a frente do seu tempo.
    Eu já havia ouvido sobre o racismo presente nas obras de Monteiro Lobato e agora me pergunto se o que minha professora falou é realmente verdade, e se minha interpretação (e da minha sala) estão erradas, ou se Monteiro Lobato era realmente racista. Chego até a considerar que ele era uma persona complicada.
    Enfim, estou aberto à respostas, pois realmente gostaria de saber mais sobre esse autor, quem quiser pode me corrigir e etc.

  • @marceladebonalaskoski9164
    @marceladebonalaskoski9164 4 ปีที่แล้ว

    Vídeo incrível!!!!!!! Já refleti de mais sobre isso e achei o conteúdo ótimo e esclarecedor.

  • @raqueldeep7536
    @raqueldeep7536 4 ปีที่แล้ว

    Cautela !! Estaríamos dizendo estas mesmas palavras e questionamentos naquela época ? . Não q vá desconta do vídeo (pelo contrário) . Mas somos racionais o suficiente para saber que o tempo e a visão pessoal e do mundo naquela época eram outros .

  • @gravinatv
    @gravinatv 5 ปีที่แล้ว +2

    Todo dia um vídeo com uma aula diferente :)

  • @dulcesyeux
    @dulcesyeux 4 ปีที่แล้ว +1

    Como estudante de história da arte, declaro este vídeo o melhor do mundo

  • @ageumeneses7186
    @ageumeneses7186 5 ปีที่แล้ว +3

    Meu celular caiu, pq eu tive que aplaudir de pé.

  • @jainara010
    @jainara010 4 ปีที่แล้ว

    Voltei nesse vídeo depois de saber que o Kant foi um dos filosofos mais abertamente racistas, e isso mudou muito minha forma de ver a filosofia dele

  • @HildeniAntonioGomesJunior
    @HildeniAntonioGomesJunior 5 ปีที่แล้ว +2

    Fico lembrando da minha infância e adolescência, o quanto eu fui machista e escroto. E foi por ler livros antigos que faz vc achar a donzela indefesa, que o homem branco é o herói.

  • @caiolitolove
    @caiolitolove 5 ปีที่แล้ว +1

    Tem que deixar essas obras pra serem vistas por todos pra vermos os erros do passado e não reproduzirmos no presente. Se a pessoa for *insira aqui a forma de preconceito*, das duas, uma: ou ela melhora como ser humano refletindo a bobagem que tá fazendo, ou ela se afunda nesse preconceito num looping de ignorância.
    Se ela melhora, a gente abraça e mostra que ninguém é um ser livre de preconceitos e que vivemos em constante evolução, se ela quer ser preconceituosa, a gente cancela mesmo!

  • @mvlbp12
    @mvlbp12 4 ปีที่แล้ว

    Ótimo vídeo. Só queria comentar que de fato nada na literetura antiga deve ser censurado, por todos os motivos ditos no vídeo. Só gostaria de acrescentar que a editora Darkside fez isso de uma forma excelente, na edição capa dura dos contos de H. P. Lovacraft, o pai do terror cósmico, o editor do livro colocou em algumas partes embaixo de algumas páginas varias explicações sobre algumas coisas como palavras difíceis, significados de algumas coisas e as referências do texto, e em uma dessas ocasiões, no conto Herbet west reanimator, onda há uma citação racista por parte do autor o edeitor coloca um pequeno texto sobre o Lovecraft ser sim racista e xenófobo. Eu achei isso bem bacana e queria acrescentar a discussão esse acerto da editora.

  • @FilipeAgos
    @FilipeAgos 5 ปีที่แล้ว +2

    Eu não sei se vc citou no video ou apenas me lembrei do caso, foi a republicação do mein kampf de Hitler na Alemanha ao virar dominio publico. A reedição dessa obra la não foi apenas publicar o texto original na integra e sim, com todo um trabalho de critica historia sobre os seus escritos. Eu não li essa versão, mas provavelmente ele deve relacionar com outras obras que dialogavam com a ideologia do autor, as origens, o contexto e momento historico que permitia a sociedade daquele periodo a alcançar determinadas conclusões ou sinteses. Como voce mesma disse, esse material é uma fonte historica, um retrato, um fragmento de uma parte do pensamento que circundava o periodo. Abordando Monteiro Lobato, ja em vida ele fez modificações em sua obra e a tornou um pouco "menos" intolerante (nos mais variados aspectos) e há releituras atualmente que basicamente reformularam a obra ao retirar os aspectos reacionaios, preconceituosos e afins... que são bastante indicadas como obra infantil
    parabens é necessário levar um pouco desse debate ao grande publico, o contraditorio é extremamente imprecindível em nossa atual distopia rs

  • @natalialourenco6268
    @natalialourenco6268 5 ปีที่แล้ว +1

    O primeiro livro do Monteiro Lobato que li foi "Histórias de Tia Nastácia", quando cursava o magistério nos meus dezesseis anos.
    Fiquei indignada com o livro que ao meu ver deveria ter valorizado nosso folclore e sobretudo a figura da Nastácia, que infelizmente é constantemente ofendida.
    A leitura ocorreu para um projeto envolvendo toda a escola. Cada grupo de alunos lia uma obra do Lobato e depois deveria a transpor em uma exposição/vivência e contacao de história.
    Meu grupo não teve a mesma indignação que a minha, fizeram teatro de sombras e bolinhos de chuva, eu acabei fazendo sozinha a parte visual da exposição na qual busquei conscientizar como as histórias do folclore são transmitidas e como são esquecidas essas fontes anônimas do saber.
    O dia da apresentação foi uma grande exaltação de Lobato, não lembro de nenhum outro grupo ter tocado no assunto dos preconceitos presentes nas obras. Resultado de ser diferente: meu grupo foi o único a ter nota baixa.
    Pensando " anacronicamente" para minha própria vida, EU ME ORGULHO DO QUE FIZ.

  • @lpsboladaco
    @lpsboladaco 5 ปีที่แล้ว

    Vocês são incríveis! Meu pai leu reinações de Narizinho para mim quando eu tinha seis anos, quando fiz dez e tentei ler o resto das obras, tomei um nojo absurdo e não consegui ler...

  • @leolee86
    @leolee86 5 ปีที่แล้ว

    eu fui livreiro e essa discussão é constante... na minha OPINIÃO, nenhum livro deve ser censurado... mas daí tbm cabe a editora fazer edições desses livros com notas de rodapé para contextualizar alguns trechos... Monteiro Lobato por exemplo, que ainda é muito usado no ensino fundamental, é de suma importancia que os trechos machistas e racistas sejam comentados para as crianças nao normatizarem esse pensamento

  • @augustodias1299
    @augustodias1299 4 ปีที่แล้ว

    esse video poderia ser facilmente sobre materialismo dialetico

  • @suavesgritos
    @suavesgritos 5 ปีที่แล้ว

    Um grande problema sobre tudo isso está na relação educacional. Sim, é fundamental conhecer obras como esta até para não esquecer os horrores do passado. Pois é conhecendo os horrores do passado que podemos pensar uma melhor estruturação do futuro. Inclusive, o total desconhecimento do nosso passado, e do passado político extremista, nos colocou na situação atual. Pouca coisa mudou, na realidade, historicamente, pois pois grande parte da estrutura cultural vem massivamente de uma muito específica cultura religiosa que é compatível com a manutenção destes preconceitos. Temos que entender que todos os preconceitos, o machismo, o racismo, a lgbtfobia, a misoginia, a masculinidade tóxica (que é uma educação para tudo isso) são originários da mesma forma. Então a grande questão que vejo é a educação por trás da possibilidade de discernimento crítico a respeito de livros assim. Então é importante uma educação para o entendimento real das informações e das relações de mundo, é o problema é: isso não temos.

  • @mrngamer272
    @mrngamer272 5 ปีที่แล้ว

    Eu ainda não sei o que pensar, mas parece que cancelar obras é um ato sem valor, e perpetuar descuidadosamente obras com pensamentos preconceituosos tem um valor altamente negativo...

  • @pedrocenturion7599
    @pedrocenturion7599 3 ปีที่แล้ว

    Eu acho que essas questões ficam claras quanto mais existe um resgate da retórica, da significação literal como constituinte da arte e da política de cada época. Existe mais que uma técnica, mais que apenas aquilo que sabemos e as chaves da codificação. Sempre lembro de um livro que contém um erro delicioso dos nosso poetas árcades, ditos como mineiros revolucionários, politicamente engajados na libertação da colônia. O livro em questão é de Fábio Lucas que para ler ou ressignificar a própria poesia árcade encara ela como código. Algo que os poetas árcades teriam em si, retomando aquela velha questão da poesia engajada e exaltada em valores republicanos existentes por conta da Revolução Francesa. Poesia altamente monárquica a de Cláudio Manuel da Costa que caminhava entre os "Maiorais do Tejo". Essa teleologia dessa poesia como documento histórico irrestrito e ligada à nossa sensibilidade. Ao menos, como diziam outros e muitos. Afrânio Coutinho somava essa visão às suas incursões positivistas, mas muito importantes de construir uma leitura acadêmica da poesia. Não que tenha se dedicado ao mineiros, tal como os livros de Hélio Lopes ou historiadores que não são mais editados. Essa poesia foi resguardada como inútil por ferir a sensibilidade moderna e se impor às custas por valores incompreensíveis, mas de valor fundamental para entender como a construção conceitual e "barroca", como chama a nossa história que adota nomes para encaixar lhes nomes tal qual uma gramática da retórica. Acontece que as definições de coerência eram ditas por propósitos alienígenas diante de uma sensibilidade que permite olhar para o eu e apenas para o eu ou que não existia, talvez, pela presença dos poetas ser letrada e documental. Existentes as contradições cito João Adolfo Hansen que precisa atualizá-los ou os estudos de Cândido que os tenta conformar numa estética nacionalista. Ainda, existe a questão da leitura por códigos feita de modos alegóricos desde o conceitualismo exagerado e a dificuldade de uma poesia como a de Gregório que se torna paradoxal pelo rótulo de conceitualismo e agudeza. A agudeza é algo definido como retrato de uma época que ousa e perde comunicabilidade na poesia altamente centralizadora de pessoas cuja preferência pelo governo faz parte de suas identidades como servos da coroa. Poesia que, engajada como foi na centralização de um poder, não em mudança, mas na manutenção do status quo é essencialmente monarquista, laudatória e, diga-se, parece positivista pela forma que descreve e se lê essa poesia à luz do manual de "O Verdadeiro Método de Estudar", publicado por Verney em 1746. A documentação e a biografia são difíceis de serem recolocadas ainda hoje, havendo autores de história cuja procedência mais distanciada como Kenneth Maxwell reconstroem a trajetória de Claúdio Manuel da Costa e sustentam que este teria tido papel importante. Faz-se à lume muita coisa que precisa ser dita, lida e reconstruída em base dessa poesia. Monárquica, centralizadora e, até misógina, é uma poesia de séculos distante da nossa que é reconstituída como má poesia por haver uma sensibilidade diferente, mas como documento não se restringe apenas à história, mas à teoria literária como estudo descritivo e documental de como as coisas são diferentes ao longo do tempo. Apenas com a leitura semiótica o método é manco, com o método de leitura do texto hermeneuticamente ou do texto pelo texto ele não emana significado maior de a questão do ser laudatório e servil. Ao mesmo tempo, a leitura só pode ser feita por entendermos de onde essas pessoas partem. A dificuldade de achar fontes dessa época é quase intransponível. É um exercício muito difícil e faz com que leiamos textos ruins à todo momento, porém, para a reconstrução de uma poesia de outro tempo há de se estabelecer documentação, leitura atual e erudição. É um trabalho árduo e ingrato falar de poetas monarquistas. Eu tenho lido e relido meu mestrado atrás dos erros metodológicos.

  • @somdodan
    @somdodan 5 ปีที่แล้ว

    Recentemente li o "On The Road", do Jack Kerouac, e me deparei com trechos de abuso de mulheres alcoolizadas e estupros de menores de idade - Sal e Dean "aprontavam todas" nos Estados Unidos dos anos 40, né. Fiquei me perguntando se era anacrônico contestar essas "diversões joviais dos meninos" naquela época, hoje tão distante da nossa (apesar de ainda reverberar). O tradutor fez um prefácio para a minha edição sem questionar nem pôr em perspectiva qualquer aspecto das cenas problemáticas que envolvem estupros no livro, por exemplo, ou na maneira como a geração beat, num geral, lia as mulheres nos anos 40-50-60. Acho que deveria ser responsa de quem publica, comercializa, faz capital com esses produtos, que um prefácio ou posfácio esteja atrelado a publicações que contenham este tipo de visão "antiga". Não creio na censura nem do Mein Kampf, mas na publicação responsável, histórico-documental, de qualquer obra que tenha este valor - como o caso de "On The Road" para a geração beat, e como Monteiro Lobato para a literatura infantil brasileira. É importante que saibamos o que veio antes de nós - quem controla o passado, controla o presente. É isso.

  • @vasosdapri
    @vasosdapri 8 หลายเดือนก่อน

    Vc já parou para pensar no peso da responsabilidade que foi imposta aos homens por milênios? O homem tinha que ir para guerra, tinha que sustentar a família e nunca, jamais, poderia demonstrar seus sentimentos de medo, tristeza e insegurança pois isso "não é coisa de homem". As mulheres foram privadas de algumas liberdades, os homens foram privados de outras. Olhar para si próprio e não enxergar o lado do outro é puro ego.

  • @Jehtine
    @Jehtine 5 ปีที่แล้ว

    Nossa, eu quase caí pra trás quando li O Morro dos Ventos Uivantes e percebi que a forma como o pessoal trata o Heathcliff e a forma como ele age moralmente na história se devem ao fato de sua pele escura. É um preconceito bem forte que o autor verbaliza nos personagens. Ao mesmo tempo, achei interessantíssimo poder ter acesso a essa história e a forma como as pessoas pensavam antigamente. Tô longe de cancelar esse livro.

  • @jorgetibilletti
    @jorgetibilletti 5 ปีที่แล้ว

    Para encontrar algo novo numa obra ou documento histórico não é necessário se valer do anacronismo. Ele é mais uma pedra no sapato do historiador do que uma janela para interpretações interessantes sobre resquícios do passado. A história não lida de forma tão positiva com anacronismo não, até porque um dos grandes desafios da análise é justamente o distanciamento. Evidentemente que existem diferentes formas de se lidar com isso, mas de um modo geral, o método histórico tout court evita os exageros de uma análise anacrônica. Pra um historiador, diferentemente do que foi dito no vídeo, a sociedade vitoriana não é um dado a priori. Ela só pode ser evidenciada hermenêutica e heuristicamente.

  • @TempleOfUtopia
    @TempleOfUtopia 5 ปีที่แล้ว

    Eu sinto que é necessário q a gente leia essas obras pra entender o momento em q elas foram escritas/produzidas e tbm para refletir se aquilo estava correto e como devemos agir de agr em diante, quanto a questão do respeito aos negros, mulheres, lgbtqi+ e etc, a leitura te tais obras nos mostra justamente como não agir, como as pessoas viam (algumas ainda veem) as outras, e q com base nisso devemos nos posicionar de forma a incluir essas pessoas nos mais diversos círculos, tanto com o empoderamento feminino, q seria incluir as mulheres em papeis maiores de poder, ou o empoderamento cultural delas tbm, para q elas tenham igualdade quanto ao julgamento em obras artísticas, com o empoderamento negro, pela igualdade deles perante os brancos nas mais diversas esferas, com os lgbtqi+ a msm coisa. Então acho importante q essas obras estejam disponíveis, mas q se tenha um entendimento de q oq está sendo falado ali está errado

  • @matheusluizvasconcelosmede4108
    @matheusluizvasconcelosmede4108 5 ปีที่แล้ว

    Quando li o título jurava que iriam comentar sobre o caso do Alec Holowka.

    • @VicerFx
      @VicerFx 5 ปีที่แล้ว

      tbm pensei que fosse sobre o caso, queria saber a opinião deles

  • @safo3405
    @safo3405 5 ปีที่แล้ว

    É impossível olhar o passado sem o olhar do presente, o estudo histórico é sempre no diálogo entre eles. O que não cabe é projetar no passado os valores do presente sem levar em conta seu contexto social, e os valores de determinadas épocas. Em consideração a obras específicas, que hoje apresentam valores que já não são aceitáveis, mesmo que ainda existe socialmente, é questionar o impacto destas na sociedade atual, e como estas podem se "adequar" aos valores atuais que já não são mais aceitos como: machismo, o racismo, a homofobia etc.
    Sem essa ideia radical se censurar obras ou usá- las para propagar um tipo de pensamento que era hegemônico em outras épocas, mas que hoje já não faz mais sentido defender -los

  • @sputchsplash
    @sputchsplash 5 ปีที่แล้ว +1

    Gostaria de pontuar que a reflexão atende a uma discussão que gera muitos conflitos, e eu como Historiador acompanho isso no dia-a-dia. Devemos pensar criticamente sobre essas obras e mostrar os paralelos assim como vocês fizeram ao final do vídeo. Mostrar isso dentro das salas de aula desde o ensino básico ajuda a formar uma reflexão e uma consciência - tarefa árdua claro - para que não se jogue o bebê com a água do banho. Agora, o que não podemos permitir é que esse discurso que está sendo posto em questão em Lobato por exemplo seja recriado ou perpetuado na nossa sociedade atual, não podemos permitir que seja natural ou artístico destratar a condição de outrem, seja ela qual for. Não podemos hoje em dia retratar o negro como lobato fez nas nossas produções atuais, ou a mulher, ou o homossexual enfim. Evidente que esse retratar não deve ser levado ao extremo, pois a nossa realidade e uma e se numa obra precisamos mostrar a condição, por exemplo, de submissão da mulher pobre ao seu marido, ou do empregado negro ao seu patrão isso não é rebaixar o sujeito e sim retratar a realidade e que não podemos blindar os olhos. Espero ter sido claro :)

  • @Hobbitoso
    @Hobbitoso 5 ปีที่แล้ว

    Oi mimimidias,
    gostei da temática proposta, a linha argumentativa também. Mui bem clara em exposição e concatenadíssima, o anacrônico (acho eu) é sim variável relevante na discussão do subjetivo humano (posto em arte) e sua produção em contexto. Desse incutir não digo nada contra, agora:
    Quanto ao 'cancelamento' e sua crítica.
    Não creio que o incômodo seja o de censurar tais obras -como exposto pelo canal- há sim um reinterpretar dessas obras que produz saber. O problematizar sai -sim (opinar meu)- dessa contextualização necessária à reinterpretação dessas obras. Monteiro Lobato e H.P. Lovecraft eram obras racistas que em seus tempos conformaram com a peçonha que ainda é o racismo. Talvez fosse apelo publicitário à época, talvez fosse apelo iconográfico. Sabe -se que certamente contribuiu para construção de hoje do que vemos, ouvimos e sofremos.
    Deixo um vídeo (não é minha autoria) que discute o tema.
    th-cam.com/video/szybEhqUmVI/w-d-xo.html
    Sucesso e boa vida a vcs do mimimidias.