Ela basicamente vive disso: manipulação de estudos científicos. E como grande parte da população não tem conhecimento do método científico, não questiona. Como ela foi cuidadosamente escolhida para ser a influencer com background acadêmico, seus discursos acabaram se tornando referência para muitas pessoas.
Como mestrando em ciência da computação, pesquisador de IA, que gasto as vezes quase 1h pra ler e entender um artigo completo, eu acho ESTRANHISSIMA essa capacidade da Rita de ser especialista em tudo
@mttttttttttttttt Nossa! Estava pensando nisso ontem mesmo. A formação acadêmica dela (com graduação em Artes Cênicas pela UNIRIO e em Língua e Literatura Inglesa pela USP e mestrado anida nao concluido em Estudos de Cultura na USP ) não a habilita a falar de forma acadêmica e científica sobre metade dos assuntos que aborda. O pior é que universidades federais e até museus em Portugal a convidam para discursar sobre temas que não têm qualquer relação, nem mesmo indireta, com sua área de formação. Eu considero isso uma tremenda irresponsabilidade e uma falta de respeito com quem realmente possui formação acadêmica no campo.
Excelente vídeo, raro ver na internet uma crítica feita de forma, ao mesmo tempo, embasada e sóbria, sem ataques pessoais. Ganhou minha curtida e minha inscrição no canal.
A maioria das pessoas consegue enxergar os subtons das cores, mas nem todos têm um nome para eles. O fato de não termos um nome para as cores não as torna indistinguíveis entre si.
Literalmente isso, todas a pessoas que se levam por sua ideologia ao invés da rasão usam este recurso, isso é muito triste no nosso país, prova que a educação aqui é ainda pior.
@Rufu_winehouse Indubitavelmente a educação no Brasil é de um nível baixíssimo, a ponto de se escrever "razão" com "s"... Analfabetismo funcional é realidade inegável nesse país, inclusive em nível acadêmico LOL
A Rita é um tanto desonesta nos vídeos dela, viu. Não acho que tenha sido sem querer. Vejo ela apelando para falácias o tempo todo além de criar narrativas falsas na maioria dos vídeos dela. Ela fala que pessoas de direita são apenas pessoas egoístas q só se importa com dinheiro e que não liga p as pessoas pobres, qualquer comunicador assim não deveria ser levado a sério .
Eu sou historiador e me incomoda profundamente esse discurso de "deixa eu defender o recorte epistemológico das ciências humanas" e daí defender a pseudociência em nome de ser "de humana". Muito feliz em encontrar seu canal, sua abordagem foi impecável!
Lucelmo! Que honra você por aqui! Conheci seu trabalho há pouco tempo no podcast do Eslen. Fico muito lisonjeado com sua visita e com o seu comentário, fez meu dia. Valeu mesmo! ❤️
Eu me desinteressei por história justamente por causa disso, distorções e mentiras que nos levam a interpretações equivocadas. Quando fazem esses recortes ai que fode tudo de vez, é muito difícil você desmentir o que a pessoa esta dizendo pq você tem que voltar e contar sobre todo o periodo e blá blá blá
Para entender a construção do pensamento da Rita, é necessário compreender as bases filosóficas e a ideologia que ela defende. O pensamento dela, assim como o de muitas pessoas que compartilham da mesma ideologia, tem raízes nos filósofos pós-modernistas, além de Marx e outros escritores não ocidentais. As figuras filosóficas mais relevantes para entender a forma mentis da Rita são Foucault e Derrida. Ambos desenvolveram a ideia de que a linguagem normaliza as estruturas de poder. Para eles, a linguagem não é um processo coletivo e orgânico, mas algo imposto por uma classe dominante para manipular a sociedade. Daí surge a tentativa de desconstruir o conceito de realidade e a própria linguagem. Foucault acreditava que aqueles que produzem conhecimento - seja linguístico ou científico (incluindo o método científico) - detêm poder e moldam a sociedade conforme seus interesses. Já Derrida, com sua teoria da desconstrução, buscava expor como os significados na linguagem carregam hierarquias implícitas que perpetuam desigualdades. O ponto de vista da Rita, portanto, parte dessas premissas, criticando a ciência tradicional como uma ferramenta de dominação, enquanto propõe narrativas subjetivas como alternativas, ideia que também encontra raízes em Lyotard e sua crítica aos 'grandes relatos'. No contexto do vídeo, isso explica por que as pessoas alinhadas com a Rita frequentemente ignoram questões como a metodologia científica, a validade de amostras ou a eficácia dos estudos. Para elas, o método científico como conhecemos não tem importância, pois tudo o que existia antes precisa ser desconstruído. Não vejo esse comportamento como descuido, mas como algo proposital - afinal, quem domina a produção de conhecimento domina a sociedade. Seu vídeo é extremamente necessário. É preciso estimular o conhecimento do método científico para que nos tornemos pessoas mais críticas e menos suscetíveis a manipulações. O método científico nos ajuda, inclusive, na nossa vida pessoal. Quando nos apresentam dados econômicos, de perfil populacional ou estatísticas de criminalidade, ao aplicarmos os questionamentos próprios do método científico, conseguimos identificar as inúmeras falácias que nos são apresentadas como verdades todos os dias.
No caso específico desse vídeo de Rita, ela repete a "verdade" da BBC... Ou seja, de uma "cultura dominante". E, bem: acho a construção da linguagem é algo mais dialético do que simplesmente a imposição de valores da classe dominante; mas é só a minha opinião, sem estudo ou método científico. 😊
Dois comentários aleatórios: (1) "tem raízes nos filósofos pós-modernistas, além de Marx e outros escritores não ocidentais". Só de alguém tentar colocar Marx e pós-modernos juntos já é uma esculhambação completa. Uma visão de mundo com um pé em cada uma dessas canoas é um monstrengo! (2) Foucault não "acreditava", Foucault "argumentava".
@BocaoZ Entendo seu ponto de vista sobre a relação entre Marx e os pós-modernistas, assim como a questão do uso do verbo 'acreditar' em relação a Foucault. Porém, acredito que seja importante esclarecer algumas questões: 1. Embora Marx e os pós-modernistas, como Foucault e Derrida, tenham abordagens filosóficas significativamente diferentes, há pontos de contato, especialmente na crítica às estruturas de poder e às narrativas dominantes. Reconheço que também existam diferenças profundas, e talvez isso explique por que você veja essa aproximação como problemática. Contudo, essas conexões existem e podem ser utilizadas como base para compreender a ideologia de determinadas pessoas, como no caso mencionado. 2. Sobre o uso do verbo 'acreditar', concordo que Foucault não fundamentava seu trabalho em crenças pessoais ou dogmas, mas em análises críticas e argumentações sólidas. No entanto, em textos informais, como é o caso do meu comentário, o termo 'acreditar' pode ser utilizado de forma mais ampla, apenas para expressar a base de suas reflexões, sem comprometer o rigor filosófico que imagino seja sua preocupação.
Grata por essa explicação. Eu já tinha visto essa base ideológica em discursos identitários, quase sempre citando foucault, mas você deu muita clareza e precisão.
O nosso idioma distingue o azul do verde. Mesmo assim eu ja tive discussões com um amigo meu se a capinha do celular dele era azul ou verde, pois não chegavamos a um consenso. Outra história: eu Tinha uma amiga que era designer. Ela sabia dizer com precisão qual era o nome de cada cor (verde musgo, verde aqua, verde sei la o que), pra mim era tudo verde. No final das contas, a gente via a mesma cor e sabia diferencia-las, so que ela sabia mais nomes do que eu, não que ela visse mais cores. E sim, ela conseguia diferenciar cores das quais eu tinha dificuldade em ver qualquer diferença. Mas nao é pq ela falava outro idioma (até pq nao falava kk), mas sim pelo trabalho dela e pela bagagem de vida.
Eu comecei a fazer faculdade de design gráfico (não terminei) e percebi que quem trabalha nessa área geralmente tem mesmo mais facilidade para distinguir tonalidades de cores, mas isso acontece justamente pela prática, o trabalho deles exige isso. Tanto que uma professora dizia justamente isso: pra aprender a diferenciar cores parecidas, só com muita prática e observação. Outro detalhe: hoje eu faço arquitetura e tenho que lidar mais com cores de tintas e, nesse "universo", saber o nome da cor é o de menos, porque cada marca de tinta dá nomes diferentes para as tonalidades... O que vale mesmo é o código. A palavra que nomeia aquela cor é algo secundário, no fim das contas...
@@rafa57games Por isso é tão difícil ver pesquisas sérias envolvendo linguística. A língua nunca vem sozinha, ela sempre é permeada por todos os outros aspectos do pensamento. Sua história é um exemplo perfeito de como é difícil isolar a língua de outros fatores (sociais, contextuais, intelectuais...).
Excelentes colocações! O nome pode ser um "atalho" linguístico, mas a percepção é como um músculo que se desenvolve. Ironicamente (ou não) eu também trabalho com arte-educação e um dos aspectos que costumo trabalhar é a teoria e a percepção de cor. Nessas situações, fica claro como a "nomenclatura" é uma questão secundária!
E isso infelizmente irá acontecer cada vez mais, é o viés de confirmação, aceito tudo que reforça o que acredito sem questionar, e ignoro o que contradiz a minha cresça.
Problema que esse negócio de viés de confirmação só funciona no papel... Ninguém quer realmente se questionar, inclusive o pessoal que usa esse tal de viés de confirmação na argumentação muitas vezes usa como FALÁCIA "ALÁ ESSA PESSOA NÃO ESTÁ ME LEVANDO A SÉRIO, COM CERTEZA ESTÁ COM VIÉS DE CONFIRMAÇÃO! POR QUE VC NÃO CONFIA EM MIM" entende? Nunca tem uma questionamento interno é sempre os outros e não eu... E mesmo assim essa parada é idiotice, se eu estou certo eu estou certo, é fruto de pesquisa, essa coisa aí de se questionar quando não precisa só causa mais confusão e normalmente é usado por gente que acha está toda enviesada, que está refém da ideologia O ideal é ser neutro, frio e criterioso, dando espaço pra perguntar sobre tudo
@@Criaturamonstruosaraiventa Não existe neutralidade. É impossível alguém ser neutro porque todos somos formados por valores e idéias que orienta a nossa visão de mundo. A ciência também não é neutra. O sujeito que produz o conhecimento científico também tem valores, crenças identidade e afetos. O importante é assumir as nossas posições, seja elas quais for.
Me lembrei daquele outro mito que foi difundido de que os Inuits (esquimós) distinguiam mais tons de branco e tinham mais de 100 palavras diferentes para neve.
Talvez isso seja mito, ou pelo menos exagerado, mas não acho razoável negar que essas particularidades existem. Na minha região, por exemplo, que é caipira beeem tradicional, os mais velhos usam pelo menos umas quatro palavras diferentes pra algo que seria "mato" pra qualquer pessoa menos habituada a essa realidade, e que de fato significam coisas diferentes. Entre essas palavras, quissaça, um local muito sujo de arbustos, vegetação que atrapalha a locomoção, tiguera, local roçado recentemente, sapieira, local roçado recentemente também, mas mais relacionado a capim, capoeira, uma floresta em estágio primário de regeneração, e se eu for puxando na memória acho mais coisa desse tipo.
O francês québécois tem algumas várias palavras diferentes pra "gelo" (glace, gel, givre, verglas, entre outras muitas). Eles precisam diferenciar precisamente um tipo de gelo do outro pq é o que vivem no dia a dia do longo e rigoroso inverno canadense. Já em português seria tudo gelo/granizo mesmo pq é só o que conhecemos/vivenciamos do assunto. Faz um pouco de sentido até.
Essas generalizações se sustentam na concepção de uma língua completamente homogênea que simplesmente não pode existir. Língua não existe no vácuo. Aqui no Chile há uma distinção muito clara entre um "terremoto" e um "temblor" ou "sismo". Em outros locais de língua espanhola não necessariamente se distinguem os tremores de terra dessa maneira. Não é por isso que outros falantes de espanhol não entenderiam o que acontece quando alguém no Chile diga que "está temblando" - muito menos que a gente daqui é mais sensível às oscilações sismológigas 😂
Não que seja o tópico do vídeo, mas... Sou bióloga e me enveredei pelas Letras por um ano. Me incomoda bastante o antropocentrismo e arrogância de várias áreas das ciências. Eu questionei um professor de linguística sobre o discurso dele, mas ele preferiu usar do autoritarismo do discurso de autoridade (sendo que sequer sabia do meu nível de conhecimento e títulos acadêmicos), desses que são bem tolos a ponto de renegar outras ciências que desconhecem, mas afirmam categoricamente ideias tomadas por verdadeiras baseadas única e exclusivamente na área recortada que ele estudou . Enfim, somos seres biológicos e linguagem não é tudo e não define cem por cento a realidade. Por exemplo, não é porque não há a palavra saudade no seu idioma, que você não a sinta. Já dizia Alberto Caeiro: As árvores já eram árvores sem o meu pensamento...
seu professor estava certinho, quem não é da área não tem que se meter a falar. não é “discurso de autoridade” não, é simplesmente ter humildade intelectual e não querer ensinar os outros a falar do que se passou anos estudando. ou tu realmente quer se comparar, enquanto uma estudante do primeiro ano de letras, a alguém que fez pós-doutorado na área? nesse caso a arrogância era só sua, mesmo.
Sim porque a realidade existir já basta por si só pra gente encarar ela como oq ela é, humanos não tem um jeito extremamente específico de decodificar a realidade material, obviamente linguagem não é tudo, mas muito menos biologia é tudo, a realidade está posta, mas não nascemos sabendo de todo o conhecimento HUMANO de milênios, aos poucos nós vamos interpretando a realidade da forma que nos cabe, e apenas a nós.
@@joao9 e é por gente com pensamento arrogante igual o seu que a ciência fica completamente deslocada da sociedade. Pessoas muito educadas em alguma área cometem erros, tem ideologias que interferem nas visões de mundo e podem propositalmente distorcer o fato. Você é só arrogante pra caralho mesmo se acha que só pode falar da área quem é doutor. Se você continuar com essa visão, vai ficar vivendo no seu mundinho acadêmico publicando artigos para meia dúzia de interessados e sem impacto nenhum na realidade. E pior de tudo, achar que alguém que é PROFESSOR não pode discutir com os estudantes e que os alunos tem que ficar quietos.
Eu enquanto estudante de Letras acho que o problema da frase "a língua molda sua percepção de mundo" se localiza no uso do termo "percepção" e na ideia de "mundo". Eu sinto que quando aprendemos uma segunda língua o muda não é nossa percepção de mundo, mas sim nossa percepção (morfo)semântica da língua. Por exemplo: estudando alemão vc encontra três verbos que possuem o mesmo radical. São elas: "suchen"; "versuchen" e "besuchen". O primeiro se traduz como "procurar", mas os outros dois, por possuírem os prefixos, mudam mais a ideia. O prefixo "be-" da ao verbo um direcionado muito maior, ou seja, a ação de "procurar" fica mais focalizada. Sabe qual a tradução? "Visitar alg." Daí tu percebe que visitar tem a ver com procurar especificamente uma pessoa (dentro da casa dela). Já o "ver-" tem um sentido tão de troca/intercâmbio quanto um sentido mais abstrato de desvio/erro. Então quando pensamos em "versuchen" traduzimos para "tentar" e com isso você nota que a tentativa é nada mais do que uma forma de procurar algo até encontrar aquilo que seja satisfatório. Ambos os verbos apontam pra uma ideia de "ir ao encontro de algo/alguém" também. Saber isso não muda sua visão de mundo, mas aguça mais sua percepção (morfo)semântica. Ou seja, melhora suas escolhas linguísticas ao montar um discurso, uma vez que se começa a prestar mais atenção nos usos que antes vc fazia mais automaticamente.
@@guilhermealbuquerque1388 eu tenho esse mesmo pensamento. Outros exemplos seriam as línguas em que se flexionam as palavras de acordo com o tamanho do objeto, ou ainda aqueles em que o passado é pra frente (porque enxergamos o passado na nossa frente quando nos lembramos) ou ainda em que a escrita é da direita pra esquerda. A língua Tupi, mesma, tem particularidades incríveis. Dizer que, nesse sentido, a língua não molda o nosso jeito de pensar (mesmo que um pouco) eu acho (porque não sou especialista, rsrs) que não faz sentido.
No português, mesmo, quase tudo é classificado por gênero, então a gente pensa na cadeira como algo feminino de uma certa forma, já no inglês isso não é tão verdade. Acho que a Rita errou feio, errou rude, no exemplo que deu, mas não na essência em si. Mas não sei, posso estar redondamente enganado.
A percepção que tive com duas linguas é que antes uma lingua só ja me parecia solida o suficiente pra expressar qualquer coisa, agora com duas linguas ao invés de sentir mais solido, eu sinto as duas vagas e incompletas! Eu percebi isso quando li "Dracula" em portugues, no final da primeira parte Jonathan Harker após descobrir que o Dracula seria algum tipo de monstro e que ele está trancado no castelo, explora o local em busca de uma saída e acaba de frente pra uma janela que dá para um "abismo", ja é quase noite e o Dracula vai acordar, ele tem que fazer alguma coisa, então o trecho termina dizendo que ele "toma coragem e escala a parede". Na proxima vez que o vemos ele esta sendo tratado por um medico em algum lugar remoto, daí eu pensei, "UÉ? como ele escapou? ele não tinha escalado o muro? onde ele chegou? como ele saiu?" depois de terminar o livro e pensar muito percebi o problema, nesse mesmo trecho em inglês "escalar" está escrito como "climb down" que seria escalar descendo o muro, mas em português a informação não só ficou dubia por a lingua não tem esse complemento de "up e down" como a propria palavra "escalar" no dicionario tem especificamente o sentido de subir. No tempo que continuei lendo antes de perceber isso, fiquei esperando algum flash back contando algum segredo de como ele escapou, mas o segredo "nunca foi revelado" 🤡
Opa! Vc usou como exemplo uma segunda língua. A questão não é a segunda língua (que vem quando vc já internalizou a materna e já tem um modo de enxergar). Outra coisa: vc "acha" e "sente". Isso realmente não é parâmetro. Fica na subjetividade.
Até porque a língua foi “criada” para descrever a realidade, não o contrário. O fato de em uma língua não haver diferenciação entre duas cores não altera o “ser” de tais entes, assim como você chamar um cágado de jabuti não extingue a primeira espécie. Já leu crátilo de Platão? Ele fala sobre a correção dos nomes, justamente
Sou fã da Rita e achei válido o questionamento. Também já discordei de certas coisas que ela disse. E sabe o que mais? Já discordei de literalmente todas as pessoas que conheço. Isso é NORMAL.
A Rita é uma trans assexuada. Ela só fala pra problematizar, passar o tempo, ter o que fazer, encher o saco. No fundo ela não brinca, sendo assexuada ela não participa da realidade coletiva, a transexualidade dela não é frutífera, nem experiência ela tem. Ela é viciada em problematização.
Que video incrível. Sou professor de Química, bem distante das ciências humanas. Mas esse vídeo é uma verdadeira aula de postura científica e método científico. Parabéns
@@andremachadolinguistica Olá. Ela se apresenta como uma erudita, mas age como uma ativista financiada por recursos estrangeiros. Pra sorte dela, você foi bem diplomático. A comunidade gay provavelmente não teria a mesma paciência. Se voltarmos no tempo, podemos vê-la antes da fama, durante sua participação no 'Academia de Drags' - uma espécie de versão brasileira do RPDR. Naquela época, ela já era alvo de muita antipatia. Hoje, parece estar focada em pregar para um público já alinhado com a sua ideologia, ou deveria dizer religião, e em fomentar conflitos nas relações interpessoais. É uma postura que, no mínimo, pode ser considerada lamentável, para não dizer perturbadora. Obrigado.
A sua crítica foi super válida agora resta o povo nos comentários passar a ter maturidade o suficiente pra entender que qualquer pessoa envolvida com pesquisas está sujeito a falhas também. Claro que sempre precisa ter um enorme cuidado com as armadilhas, mas até mesmo aquelas que são válidas também estão abertas a discussões e outros fatores a serem considerados. O problema que aqui na internet o povo não ta acostumado com esse tipo de discussão saudável e que é bem comum nas universidades públicas (principalmente em humanas) e acha que qualquer discordância invalida todo o trabalho que a Rita já trouxe até hoje.
Linguística parece ser uma daquelas áreas em que a divulgação na mídia mais popular (BBC, Super, etc) está sempre desatualizada ou reciclando mitos já refutados. Não é primeira vez que vejo essa hipótese da "linguagem molda nossos pensamentos" sendo divulgada.
Eu acho que quase todas as áreas do conhecimento passam por isso, até porque a mídia popular geralmente recorre a reduções simplistas ou a determinismos pra gerar engajamento, e geralmente isso se encontra em teorias que fazem parte de uma realidade incompatível com o que é o estado da arte atual da ciência
Que vídeo legal, sem ataque pessoal, com clareza e simplicidade vc compartilha o que aprendeu estudando. Minha avó dizia "Estudar pra quê", bom vendo seu vídeo posso responder "Estudar para melhorar a percepção das coisas e entender isso aos outros, com respeito, sem arrogância ". Obrigada pela postagem.
Cara, que vídeos BOM! Sóbrio, bem fundamentado, raciocínio super didático e sem aquele tom sensacionalista que satura essas paragens aqui no youtube... Garantiu a inscrição no canal!
fazia tempo que eu nao via um video tao util!! comunicação clara, objetiva e não ofensiva; explicação com fontes e imagens; construção de roteiro para o espectador ser totalmente contextualizado da mensagem. Você pode não ser a essência do youtube, mas certamente é o exemplo a ser seguido
É interessante de se levar em conta é que a questão de enxergar cores distintas não é algo subjetivo, mas sim algo físico. As Cores dos objetos são a emissão de um específico espectro visível das ondas eletromagnéticas. Se na sua língua materna não houver distinção entre o que chamamos de "verde" e o que chamamos de "azul", isso não queira dizer que os fotorreceptores dos seus olhos (mas especificamente os chamados Cones) não irão distinguir as ondas eletromagnéticas de cada cor emitida. Concordo que a língua que nós falamos pode sim influenciar nossa percepção da realidade em certos casos, mas mesmo assim não irá influenciar de forma tão drástica a ponto de você não perceber o real. Por exemplo: para nós, falantes de português, os objetos "tem um sexo", como o carro (homem); como a geladeira (mulher); mas isso se restringe muito pouco na forma como nos comunicamos. Ou seja, nós, falantes de português, não iremos olhar um carro e realmente achar que é um homem ou olhar uma geladeira e achar que é uma mulher. Vale também levar em conta que nem precisamos ter ido atrás, nesse caso, pra verificar se essa suposta pesquisa é real ou não. Basta você ver a premissa ou a conclusão que ela nos dá. Ou seja, segundo essa "suposta pesquisa" a língua que falamos não só muda a nossa percepção da realidade como altera a biologia do nosso corpo. Porque para um ser humano não conseguir distinguir cores tão opostas visualmente esse ser humano tem alguma anomalia nos seus fotoreceptores. Não é possível a forma como nos comunicamos com os nossos semelhantes alterar o nosso corpo biologicamente.
Eu lembro desse vídeo da Rita e também me incomodou um cado, porém já sabia que o exposto ali era ~meio errado... já tinha caído nesse assunto da língua molda a realidade antes, acho que foi logo após o filme Arrival. Na época estava numa espiral de pesquisar o tema. Haha. É muito similar ao exemplo que usam dos esquimós também. Gosto muito da Rita, muito mesmo... mas sei que ninguém é perfeito e ela está inclusa. Defender um argumento abraçado por nossa ideologia tem seus riscos e sempre que percebemos esse abraço precisamos estar mais atentos. O problema é estarmos dispostos/preparados a questionar argumentos favoráveis a nossa ideologia. É dificílimo. Um abraço e excelente vídeo.
Excelente vídeo, camarada! Sou fã de carteirinha da Rita, mas acho importantíssimo discussões como a que você levantou. Até mesmo para que o erro não se repita e para evitar que todo o resto que ela diz seja desprezado por conta de erros desse tipo.
Bom, tem eu, tem um monte de amigo meu, mas acho que não vamos nos conhecer pessoalmente kkkkkk Na internet, os que mais gosto são João Carvalho e Humberto Matos.
Muito bom, cara! Esse "viés de confirmação" é típico de muitos linguistas brasileiros renomados, como Marcos Bagno. É muito perigoso cair nas armadilhas retóricas dessa galera, porque ciência é outra coisa. Parabéns pelo vídeo! 👍
Sempre esse estudo com essa tribo kkkk Mas se chegar pra uma tribo assim, é mais provável que tivessem dificuldade de entender o que é "diferenciar azul e verde" (já que só tinham uma palavra pra as duas cores) do que "ah eles n tem palavra pra azul então não percebem azul" como é propagado como supostamente sendo esse estudo
Eu sou leiga nisso, minha formação acadêmica é outra mas eu sou uma pessoa MUITO curiosa, adoro entender as coisas e eu JURO que nesse vídeo eu tive esse pensamento que você falou no seu comentário, eu pensei - mas será que não existe a possibilidade de eles apenas não diferenciam no sentido de classificação?? E não que eles não vejam de fato diferença? Além do mais o quadrinho de cores me pareceu bem pouco convincente e sério para se fazer um estudo (para não dizer zoado mesmo kkk) Mas como falei sou leiga, só fiquei com o pé atrás mesmo 😂 na época.
A Rita von Hunty fala sobre vários assuntos com autoridade de quem é catedrática, mas na verdade entende muito pouco ou nada sobre o que fala, e ainda contradiz a si mesma.
@@Marcelo-tz6du acredita que até na faculdade eu ouvi sobre essa teoria fajuta? Eu e meus colegas ficamos de cara com uma faculdade propagando um absurdo desses!
@@Hellocat-vn9uj a professora de sociologia disse em aula q não podemos condenar culturas, que é eurocentrismo, mesmo que sejam culturas negativas, pq é visão ocidental, deve ser tipo de coisa q ele quer defender
@@Marcelo-tz6dunão vi esse vídeo, porém fico pensando como é isso da tribo não distinguir gênero... As pessoas de lá nascem da união das pessoas independente do gênero delas(fui irônica)? Pois uma coisa é não haver distinção do gênero no sentido de não se definir como um ou outro deve ser e agir(talvez nessa tribo seja nesse sentido de n ter distinção), o outro é querer ignorar o fato da existência do gênero biológico, suas diferenças e influência sobre nós. E é isso q não gosto no pessoal da ideologia de gênero, pois eles ficam usando argumentos de forma falaciosa p querer ignorar a importância (no sentido de q nos afeta biologicamente de forma distinta) do gênero biológico.
Olá! Eu estudei uma vez uma teoria muito parecida com essa, mas se tratava de um professor e um aluno dos Estados Unidos estudavam uma língua indígena norte americana (Tarahumara). Trata-se da Teoria Sapir-Whorf. Essa teoria tem duas vertentes, a forte e a fraca. A forte caiu por terra por dizer que a língua determina a visão de mundo que temos. No entanto, a fraca ainda é interessante pois ela diz que a língua pode influenciar a percepção que temos do mundo. Acredito que valha a pena verificar para essa discussão que é, de fato, interessante.
Mas como se aprende uma lingua? Imagino tendo contato com um grupo de pessoas falantes do idioma. Logo, a visão de mundo dessas pessoas serão passadas para aquele que está aprendendo o idioma. Um imigrante inserido na sociedade de outro pais terá uma visão diferente de um estrangeiro que vive dentro da bolha de estrangeiros do seu pais. Conversar faz a gente mudar a percepção de muita coisa ao concordar ou discordar.
Parabéns André! gosto muito de seus posts. Lá vai um depoimento: adolescente viajei certa vez para a Bolivia e para o Peru tendo que enfrenta longos periodos em trens e onibus e nesta época melhorei meu espanhol e aprendo quechua. Como? conversando com crianças. Primeiro estabelecendo um clima de cumplicidade (ensinando e aprendendo palavrões e bobagens - crianças adoram e por serem mais puras, corrigem sem complexos). Não aprendi a falar como "nativo" mas a comunicação foi estabelecida e passei a ser respeitado por tentar aprender a língua local.
Esse vídeo apareceu para mim e por um acaso eu resolvi clicar. Ainda bem. Eu mesma já caí nessa de ouvir e espalhar com convicção porque fazia sentido para mim: eu estava apresentando um seminário sobre a Rússia no geral (história, política, cultura etc.) e em grupo. Eu estava falando sobre a política e falei algo que tinha lido rapidamente nas pesquisas da Guerra da Ucrânia - esse foi meu erro. O coordenador que estava me assistindo chamou a minha atenção e disse que estava tudo indo bem, mas que havia passado essa informação de forma errada. Ele me explicou (e para a turma) p que realmente havia acontecido, eu me desculpei e agradeci. É muito importante que nos atentemos a essas coisas pequenas que mais tarde podem ser tão grandes, ainda mais pessoas a Rita que influenciam tantas outras. Mas como você mesmo disse errar é humano e eu super entendo ela; acontece. O que não pode é repetir o erro (e isso vale para todos nós, inclusive para mim). Ótimo vídeo!😊
Há uns dois anos, ela recebeu encomenda para fazer um vídeo sobre as ideias de Paulo Freire. O video estava cheio incorreções conceituais sobre as ideias freirianas, e ela não fez nenhuma retificação posterior.
Tenho os dois pés atrás com essa galera mais "radical". Adoram usar qualquer assunto para embasar suas crenças. Estamos vendo isso direto hoje em dia. Ótimo vídeo.
@@nouser2000 Sim. Exatamente. Por isso estamos vivendo neste país tão bagunçado! Hoje é mais importante defender o lado político queridinho do que usar a cabeça :)
Quando comecei a fazer vídeos, ainda não conhecia o canal do Glossonauta e ficava frustrado por não encontrar conteúdo linguístico em português. Meses atrás, quando encontrei (tardiamente) o seu canal e o do Alomorfe, fiquei feliz em ver mais gente produzindo conteúdo desse tipo. Português pra concurso e pra vestibular já é um nicho consolidado. Fico feliz de ver mais gente expandindo o nicho da linguística!
Não perceber o azul como diferente do verde iria muito além de uma questão lingüística, poderia ser uma questão biológica mesmo e, como eu disse lá no vídeo sobre a reportagem da BBC, seria afirmar algo muito perigoso sobre esse povo. No fim das contas essa é só a versão moderna do "mar cor-de-vinho". O que é triste é ver comunicadores que entendem das suas áreas expandindo as suas falas a áreas que sabem menos ou que desconhecem de todo. Ter a lingüística como algo suficientemente sublocado noutras áreas, como a filosofia, é um engano muito comum pelos motivos que já conhecemos, e é o que faz pessoas competentes - jornalistas, filósofos, historiadores etc - cometerem gafes do tipo. Nesse caso, não conferir foi algo um tanto irresponsável mesmo, mas todos erramos, acredito, se este vídeo chegar à Rita, acho que compreenderá. Obrigado pela menção, e hoje não, Faro e desinformação! :)
Detalhe que dona Rita menciona esse exemplo do "mar cor-de-vinho" no vídeo original 🥲 Torço pra que, se a Rita veja esse vídeo, realmente entenda. Eu tentei deixar claro que não era um ataque pessoal nem uma crítica generalizada ao conteúdo (felizmente, parece que ela não fala mais tanto sobre linguagem). Mas você sabe o quanto esse tipo de ideia pega tração fácil e o quanto as pessoas se impressionam com esse tipo de "estudo", não dá pra deixar passar. Apesar de ter feito Letras, várias falas dela me deixaram impressão que o conhecimento dela de linguística é bem superficial e frágil, o que não seria um problema se ela não se metesse a falar disso. É uma das razões pelas quais eu não pretendo nunca falar sobre Literatura, muito menos sobre Marxismo em público. Não é a minha praia, não tenho base pra isso, e eu não preciso falar sobre tudo pra me posicionar profissional e politicamente.
@@CodexSan Quem disse que não existe? Irônica a tua acusação de pedantismo, justamente ao se incomodar com dois pinguinhos sobre uma letra, numa palavra perfeitamente compreensível...
Tem outro questionamento a ser feito: eles não distinguem as cores porque só tem uma palavra para ambas ou eles só tem uma palavra porque não conseguem distinguir as cores? O que é a causa é o que é o efeito? É possível distinguir?
Esse é um ótimo questionamento. Mas provavelmente eles conseguem distinguir as cores, só que o idioma deles se desenvolveu de uma forma da qual não era necessário uma palavra diferente para cada cor. Existem idiomas que diferem azul claro de azul escuro, outros não. Mas de qualquer forma falantes desses idiomas conseguem perceber a diferença de tonalidade, só dariam o mesmo nome (igual nós fazemos)
Em teoria, é possível fazer algumas distinções: a capacidade de perceber diferenças entre cores está relacionada ao mundo da física e ao da fisiologia ao mesmo tempo (comprimento de ondas, visão e cérebro, por exemplo). Assim, não é uma "questão linguística" especificamente. Por outro lado, o uso (ou não) de uma única palavra para tonalidades diferentes de cores é uma "questão linguística" a partir do momento que há línguas que dispõem de uma quantidade de palavras maior para se referir a cores do que outras línguas. Logo, a partir desse raciocínio, não seria possível facilmente estabelecer uma relação de causa e efeito. Nesse sentido, seria mais apropriado falar em simultaneidade do uso da língua e da relação entre a realidade e a fisiologia humana (cumprimento de ondas, visão e cérebro, por exemplo). Que tal?
Acho que essa questão é bem simples de ser respondida. Você diz que o céu é Azul ou Ciano? Pq tecnicamente a cor do céu é Ciano, e Ciano não é Azul. E eu estou usando Português. Mas 90% vai falar que é Azul, ou Azul claro. Isso acontece pq essas pessoas não tem Ciano em seu vocabulário coloquial. Porém, socialmente a gente tende a considerar Ciano um tipo de azul claro. Pras outras línguas é o mesmo princípio. Os sentidos fazem a distinção das cores em si, mas o vocabulário faz a cor ser agrupada junto com outra mais semelhantes.
Acontece que essa habilidade é irrelevante, apesar de hoje em dia ela ser mais importante, ainda sim é irrelevante. Quantas cores tem um arco-íris? A resposta correta séria 16.581.375 cores. Mas nós apenas selecionamos algumas que são mais importantes (por ter diferenças maiores entre elas) e ignoramos a maioria que são apenas "tonalidades de cores principais". Para a maiorias das pessoas é completamente irrelevante classificar e dar nar nome há todas as 16 milhões de cores que o olho humano é capaz de perceber. Por isso apenas lidamos com algumas cores principais, e algumas pessoas que lidam com moda ou arte trabalham com um leque um pouco maior de cores, ainda sim uma quantidade ridícula de baixa perto da capacidade do olho humano.
Bom, Dando um zoom na tabela de cores utilizada na pesquisa é possível notar que ocorreu um erro na identificação do elemento com tonalidade verde diferente dos demais. Ele está no lado oposto aquelas que foram circuladas aos 4min do vídeo (cor 97 192 4). Ela é, de fato, diferente das demais cores da cartela.
Cliquei no vídeo cheio de receios, mas concordo contigo! A Rita errou e feio, e isso pode acontecer com qualquer um. Não tinha visto o vídeo dela, mas ver a discussão ser enriquecida é sempre muito bom
Não é uma situação isolada. É como academia principalmente de ciências humanas, de modo geral, opera, um espantalho atrás do outro… malabarismos retóricos e lógicos para defender o que convém.
Vídeo de TH-cam não é academia KKK Ciências humanas usam metodologias de pesquisa diferente de áreas de exatas(minha área) Se eu explicar integrais na internet não era falando sobre a academia, mas sim sobre minha percepção do meu conhecimento Mas se eu escrevi um artigo e a banca aceitou sem referência e erros aí sim é a academia falhando
@@megalison4909 O que há muitas vezes é realmente falta de metodologia mesmo. Não falo nem de forma pejorativo, mas grande parte da área de humanas (facilmente a maioria) se quer acreditam em metodologia. Vai ver muito disso nos meios que são muito influenciados por Lacan,Merleau Ponty, Deleuze, Adorno, Nietzsche, Horkheimer e escola de Frankfurt basicamente. Pressumir uma metodologia para encontrar a verdade vira motivo de ser criticado como positivista (isso para eles é pejorativo). E isso é coisa antiga, José Paulo Netto já criticou a hegemonia desse povo lá no início de 2000 no curso sobre Marx
Muito boa, educada e paciente sua crítica. Guilherme / Rita com seu conteúdo de "cultura e política", presta cada vez mais desserviço a cada tema que aborda , e que por justamente vir do ambiente acadêmico, poderia oferecer conteúdo crítico e melhor embasado para quem se interessa pelos temas que aborda. Mas a questão é estar ávido por ganhar visualizações especialmente de quem não vai atrás de fontes seguras. Ou seja: o que é típico das redes que disseminam informação rápida muitas vezes sem avaliação crítica. Como se diz por aí: "pura lacração". Suas pautas vão de encontro ao que certos setores da chamada "esquerda identitária" defende e que muitas vezes decorrem de distorções de autores sérios no campo da sociologia e linguística para a construção muito particular de uma visão de mundo. Resultado é isso que está aí. Rita defende seu ponto de vista sob um aspecto também raso de Psicanálise, ainda muito freudiano. Ocorre que nos anos 20, Malinowski já falava para que os Psicanalistas estudassem mais antropologia social antes universalizar o Complexo de Édipo, pois ele próprio não viu esse fenômeno em tribos da Nova Guiné.
@@andremachadolinguistica os 3 maiores livros / estudos dele são atualmente editados pela Vozes. Malinowski foi uma grande influência para Wilhelm Reich
@@andremachadolinguistica Também gostaria de dizer que não tenho nada contra Psicanálise, pelo contrário, minha formação em Psicologia deve bastante a ela, especialmente a Escola Inglesa e, posteriormente a Jung e Reich. Mas é preciso sempre lembrar que há aspectos a serem refutados na Psicanálise.
Eu lembro que durante minha formação, li o livro Preconceito Linguístico de Marcos Bagno e fui olhar outros livros, percebendo que sim, existe uma forma CULTA/CORRETA de falar e escrever, mas que nem todos possuem acesso ao CORRETO/CULTO e que isso era reservado por MUITOS SÉCULOS as pessoas com DINHEIRO. O que não dá é para apagarmos esses séculos e achar que todo mundo vai simplesmente falar certo, corretamente, colocando vírgula em tudo da maneira correta (até eu devo ter errado um montão de vezes só no que estou escrevendo), imagina quem nem conseguiu chegar na universidade. Mas o que eu acredito, é que a língua ela tem a função de se fazer ser entendida. E é o que usamos quando dizemos que alguém é FLUENTE em OUTRA LÍNGUA. Não é se você sabe todas as palavras do alfabeto americano ou espanhol, nem se você sabe falar gírias francesas. O que difere alguém fluente do não fluente, é se fazer ser entendido, ter capacidade e conteúdo suficiente para que naquela conversa, a outra pessoa te entenda. Não sei por qual razão em português precisa ficar falando de forma perfeita, nem a galera de Portugal fala.
Outro problema que observo nos vídeos da Rita é a utilização do recorte epistemológico das ciências humanas para não dialogar com os outros ramos da ciência. Tudo bem que esse é um problema comum dos cientistas sociais, de ignorar pesquisas científicas dos outros ramos, mas, atualmente, não é possível fazer ciência de uma torre de marfim, ignorando todos os outros campos do conhecimento que contrariem de alguma forma sua tese.
O que eu já tive de debate com cientista social sobre biologia é brincadeira. Eles não aceitam que 30% a 60% da nossa personalidade é determinada por fatores genéticos (visto que Marx dizia que essa é uma ideia eugenista e que 100% dos nossos padrões de comportamento são fruto do meio social onde fomos criados) Eles também não aceitam que existem características genéticas que favorecem diferentes indivíduos em determinadas atividades físicas e mentais (visto que Durkheim não acreditava em dom natural e dizia que se alguém é bem sucedido em alguma área, é por que ela veio de família rica) Parte deles defende que miscigenação é genocídio, sendo que é biológicamente impossível que a miscigenação cause um genocídio da raça negra sem antes causar um suicídio da raça branca. Não existe gene dominante na cor da pele. Abdias do Nascimento começou com essa ideia de miscigenação ser genocídio e na época o antropólogo Batista de Lacerda fez as contas matemáticas para descobrir quando a raça negra estaria extinta se a miscigenação continuasse sendo comum no Brasil, e determinou que na segunda década do século 21 esse processo estaria concluído. Não preciso nem dizer que não aconteceu, por que é biológicamente impossível. A parada é que cientista social não gosta de ciência. O método cientifico nas ciências sociais é diferente. Qualquer solução que não tenha um viés marxista não é bem-vinda. Vale lembrar que todos os tópicos que eu citei já foram provados pela biologia, mas a estrutura tridimensional do DNA não tinha sido descoberta quando Marx estava vivo. Também não tinha sido descoberta quando Durkheim estava vivo. E mesmo os que viveram para verem os estudos do código genético se aprimorando ao longo dos anos provavelmente não tinham interesse em qualquer ciência que não fosse marxista
@---ce7gq Não é. Para entender biologia, deve se entender geologia. Para entender geologia, deve se entender física. Para se entender física, deve se entender química. Ciências humanas é a única ciência que quer ficar separadinha das demais. Nem com neurociência eles tentam conversar
@@oevandrorealconfia4762 Se você usa "ciência humana" de forma difusa, entende-se que você fala de História, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Direito, etc. Todas essas áreas conversam entre si.
O contrário também não é verdade? Diversos especialistas das ciências duras ignorando as humanidades? Ou até mesmo sem interesse de estudo sobre outros ramos.
1:30 Aqui, o correto seria "medeiam". O verbo mediar é chato, mas ele segue a mesma regra do verbo "odiar". Dizemos eles "odiam" ou eles "odeiam"? Eu "odio" ou eu "odeio"? O macete é se lembrar do verbo odiar pra conjugar mediar, intermediar etc.
Esse lance de linguagem muda a percepção é baseado na hipótese de Sapir Whorf que não é muito aceita na academia mas é muito bonita para criar notícias e panfletos.
En todas las lenguas indígenas americanas que conozco, verde y azul se dice igual. Es una diferencia de tono, no de color. En portugués y castellano pasa lo mismo, verde tiene etymologia latina, y azul, persa. Creo que cualquier anthropólogo lo sabe.
Em japonês acontece esse fenômeno. Originalmente _"ao"_ se referia a verde, azul e até alguns tons mais neutros. Hoje utiliza-se _"midori"_ para o que chamamos de verde, mas o _"ao"_ ainda é associado à lâmpada "verde" do sinal de trânsito e a elementos da natureza, como árvores.
Deixando aqui minha contribuição. Depois, se vcs tiverem curiosidade, procurem sobre as afirmações que ela faz sobre "o primeiro caso de homofobia no brasil" em que ela fala sobre o Índio Tibira. Tbm procurem as fontes de onde ela tira a ideia de "Two Spirits" (Papéis de gênero entre indígenas Norte-Americanos) e divirtam-se!
rapaz, eu vi um video dela falando sobre isso e fui ver as fontes e caí para trás. Pior que ela fala disso como se fosse uma verdade com comprovação científica forte. Fiquei perplexo.
É o famoso viés de confirmação. Quem nunca ? Rsrsrsrs E isso acontece muito, com diferentes pessoas, pessoas sérias e muito bem preparadas, não se trata aqui de atacar a Rita. Alguém passa uma informação errada e a informação vai se disseminando e muitas vezes ninguém mais sabe de onde veio a informação original. Volto a afirmar, todos estamos sujeitos ao viés de confirmação e temos que estar atentos a esse respeito, mas nem sempre somos exitosos. E um dos aspectos importantes da ciência enquanto empreendimento coletivo é, exatamente, permitir que mediante o livre questionamento de outros pesquisadores, nossos vieses e distorções individuais possam ser apontados. Obrigado por ter feito esse levantamento da fonte e ter respeitosamente trazido o seu contraponto com base no estudo original. Acredito que quando uma discussão é feita de forma gentil, questionando os argumentos, mas sem agressividade e ataques à outra pessoa, todo mundo sai ganhando, parabéns pela postura.
A crenças, ideologia e questões culturais interferem no que você quer estudar, em como fará o estudo e na interpretação dos resultados e essas questões culturais são transmitidas pela linguagem, não somente a verbal.
Olá, André! Primeiramente, quero te parabenizar não só por esse excelente vídeo, mas pelo canal como um todo. Você está fazendo um trabalho incrível de divulgação científica da Linguística. Com relação ao assunto aqui, venho de uma extensa formação na área, do bacharelado até o doutorado, e com base no que observei nos últimos 15 anos, vejo que a área de Linguística, pelo menos aqui no Brasil, foi bastante influenciada por outros campos de conhecimento que não são científicos, como a psicanálise e o marxismo. Não acho que essa influência seja necessariamente problemática, acho até que muitas reflexões interessantes podem emergir desse contato, mas definitivamente isso abre espaço para algumas ideias que não se sustentam e que vão de encontro com muitas evidências que temos hoje sobre a relação entre linguagem e pensamento. Com relação a hipótese de que a língua molda nossa percepção de mundo e a maneira como pensamos, para os interessados, recomendo a leitura de "O Instinto da Linguagem" e de "Do Que é Feito o Pensamento", ambos de Steven Pinker. Em alguns dos capítulos, ele explica de modo bastante didático porque essa hipótese é fraca e mostra outros estudos que derrubaram esse pressuposto.
Eu não sei ao certo, mas acredito que isso seja uma característica dos vídeos antigos da Rita. Ela era mais jovem e tinha menos conhecimento, e acho que ela não imaginava o quanto ela cresceria. Os vídeos dela hoje em dia são muito mais longos e ela costuma dar uma relevância muito maior às referências. Falo isso porque também revisito alguns desses vídeos antigos e costumam ser às vezes bem superficiais. Comecei a entender cultura e assuntos sociais a partir dela e ainda a acompanho e gosto muito. E apesar do erro, a discussão sobre linguagem e percepção da realidade ainda é muito válido. Quando a gente estuda uma outra língua, nossa entonação e modo de se expressar até muda, por exemplo
Torço pra que seja isso mesmo. Mas, na época, o alcance dela já era bem grande. Esse vídeo que eu mencionei pegou mais de meio milhão de visualizações. Não acompanho mais o conteúdo dela, a última vez foi em agosto desse ano, quando vi algumas coisas que ela falou em um evento da USP de São Carlos e fiquei de cabelo em pé (assunto para outro vídeo). Enfim, deslizes acontecem e, se ela melhorou, todo mundo sai ganhando!
É só inverter pra entender que o negócio das cores não pára em pé. Eu chamo todos os cinzas de "cinza" mas eu saberia apontar um mais claro de um mais escuro, pq felizmente eu tenho um globo ocular, polegar opositor, etc.
Sempre estranhei meu costume de ver com os meus próprios olhos para acreditar no que narram do cotidiano (uma forma de ceticismo), mas agora entendi que isso veio do meu costume acadêmico, tanto do mestrado quanto do doutorado. Um dos grandes problemas das ciências humanas no Brasil é que o nível de crítica nem sempre é alto, então não é raro encontrar uma pesquisa enviesada. Dificilmente, na área de Letras, vejo artigos que derrubam ideias de outros.
Excelente, eu quero só fazer mais uma colocação referente a má fé de muitos estudos e pesquisas "cientificas" que não se valem da filosofia. Por exemplo, determinado estudo diz que é bom o consumo de cerveja em determinado aspecto, porém ofusca completamente os maleficios que a mesma causa, vamos ver quem financiou o estudo? Ah sim, foi um cervejaria... O que eu quero dizer com isso é que além da investigação do metodo da pesquisa, vale também ver qual que era o objetivo a ser atingido e quem financiou o estudo! Eu li algumas pesquisas quando houve a liberação da erva nos EUA, no Canadá... Colocaram a erva como uma panaceia e diversos usuarios bostejavam esses estudos as cegas. Os estudos propositalmente criavam circunstancias e narrativas a fim de distorcer a realidade por causa de fins financeiros, uma pesquisa cientifica exige alto financiamento e quem financia espera ter um retorno, seja o estado ou seja uma empresa privada, quando o estado vai fazer suas pesquisas e medir indices ele não quer que o crime, que a pobreza dentre outros, aumente durante o seu governo, e para criar uma falsa melhora ele manipula a pesquisa. MUITOS E MUITOS dos ditos intelectuais, aprenderam a falar asneira de uma forma extremamente complexa que quem não entende do assunto pensa que a pessoa é super inteligente quando na realidade é um nivel mais elevado de idiota, algo como um Super Idiota. Essa Rita ai é um desses.
A preocupação com a fonte do financiamento (que geralmente é explicita no próprio artigo) é legitima. Contudo, vale pontuar que o método cientifico é a melhor ferramenta para desvendar os vários fenômenos da natureza e sociais. Embora fraudes possam acontecer, existe uma grande quantidade de salvaguardas que são implementadas para evitar esse problema, tais como revisão por pares, reprodutibilidade, revisões sistenmaticas e iniciativas como o Retraction Watch, que rastreiam e expõem estudos retratados e explica os motivos disso. Se há um objetivo escuso é muito difícil passar despercebido por muito tempo com uma comunidade inteira escrutinando seu estudo e tentando replicar os experimentos. A ciência, quando feita corretamente, se corrige. O verdadeiro problema está na falta de educação científica da população, que muitas vezes consome informações de forma acrítica, sem entender como interpretar resultados ou diferenciar ciência de pseudociência.
Parabéns, metodologia é isso, se uma teoria não sobrevive uma mera checagem de fontes que dirá na aplicação prática. E quando atacam a própria checagem e se defendem ostentando títulos e autoridade aí já sabe, acabou a ciência.
Ou, pior, citando trabalhos que podem ter sido extremamente importantes para o desenvolvimento da área, mas que foram escritos décadas atrás, quando ainda não tínhamos acesso a ferramentas e desenhos experimentais mais sofisticados! 🤦♂️
Eu adoro a Rita e eu amei seu video, porque é sempre interessante que existam conteudos diversos que falem sobre ciencia e apontem os erros ou até deêm mais enfase em outros pontos não dados anteriormente, e você fez isso de forma muito respeitosa e muito brilhante, que bom que exista canais como o seu, e espero que a Rita veja seu video, e entenda da mesma forma que eu vi, achei interessantissimo!
8:43 mesmo que o estudo fosse replicado em diversos casos, a resposta à pergunta em 8:49 não necessariamente seria "sim", porque a causalidade poderia muito bem ser inversa: a percepção da realidade é o que primeiramente molda a linguagem, e não o oposto. eu suporia que uma tribo cujos membros são incapazes de distinguir entre o azul e o verde, mas conseguem distinguir entre tons parecidos de verde teria algum tipo de mutação em massa que afeta os cones oculares e que altera a percepção das cores. a hipótese sapir-whorf é muito duvidável.
Sou profissional de saúde e divulgado estudos cientificos em minhas redes sociais, mas SEMPRE chego as referências para entender se elas realmente são coerentes e adequadas ao que estou falando
1- É uma pena fazer um vídeo tão legal e ter que ficar fazendo parênteses pra amenizar os haters. 2- Parabéns, André, seus vídeos são bons e você está ficando cada vez mais didático. 3- Curiosidade minha: Sobre aquele filme A Chegada (Arrival) que leva Sapir-Whorf ao extremo, vi que alguns linguistas odeiam, talvez achem que ele ajudou a propagar essa teoria. Mas eu acho ele bem legal - como entretenimento - . O que você achou? Você assistiu?
Desculpe me meter, mas me senti tentado a responder a (3) enquanto psicolinguista. Eu amo e odeio ao mesmo tempo rs. Entendo que cinema precisa de algo extraordinário e o filme foi bem útil para que as pessoas ao menos tivessem uma ideia do que é linguística fora dos muros de marfim. Em 2017 participei de ump pint of science com um astrofísico e um astrobiólogo por causa do filme e custei pra sair do bar pq todo mundo queria conversar comigo sobre a área. Por outro lado, o "extraordinário" que o filme usou é o que se conta por aí: você vai ter superpoderes por conhecer uma língua a mais. Acho que muita gente entendeu que fez parte da dramatização do cinema, o problema é despertar a curiosidade e, ao buscar leituras sobre o assunto, se depararem com discursos semelhantes. Em tempo, ao contrário do filme, acho o conto original "história da sua vida" um tanto mais pé no chão, mesmo vestindo a mesma fantasia.
Puxa, muito obrigado, Willian! Estou sempre tentando melhorar e é bom saber que estou no caminho certo. Sobre os parênteses... é parte do jogo, né? Não quero que pensem que é ataque pessoal nem que estou desmerecendo todo o conteúdo dela. Então, melhor prevenir. Torço pra que isso não tenha prejudicado o fluxo do vídeo. Sobre "A Chegada"... não li o conto original mas, em relação ao filme, apesar de achar a mensagem muito tocante e delicada, de gostar da história dela com a filha e tudo o mais, eu não consigo gostar da obra como um todo. Talvez a narrativa acabe fazendo com que narrativas da versão forte de Sapir-Whorf acabe sendo mais palatável (e assimilável) pelo público leigo, o que eu acho um desserviço (você deve ter percebido que a versão forte dessa teoria é um dos meus ranços de estimação! rs). Mas o que mais me pega é dar uma "roupagem" de ciência real a algo que é totalmente fantasioso. Se não tivessem tentado explicar a "lógica" do que acontece com a linguista através da hipótese Sapir-Whorf, abraçando totalmente um aspecto fantástico e irreal da narrativa, talvez eu conseguisse me divertir. Do jeito que foi feito, pode funcionar para algumas pessoas, mas eu não consigo destorcer o nariz. Talvez isso me faça um xarope, mas pra mim é uma obra muito indigesta, assim como 1984, por motivos que você com certeza consegue imaginar 🫠
acho que todo mundo que a gente admira a gente também deve ter um olhar crítico sobre, se não fica como fã de diva pop. desde que a rita fez uma leitura bem rasa do trabalho do Heidegger (que deve ser sim criticado pela sua postura política, mas que também trouxe contribuições imensas na filosofia) eu fico com meu pé atrás.
Pensei a mesma coisa esses dias! Escrevi um texto e usei um vídeo dela de certa maneira, e não consegui encontrar as referências dos materiais que ela cita. De toda maneira, consegui usar, mas ela realmente não apresenta embasamento teórico do conteúdo que produz.
Já ouviu falar em erro em cascata? Funciona assim por exemplo: um médico consulta um especialista para tratar um determinada doença se o especialista errar isto faz com que outros médicos repitam o erro
Meus Deuses!!! Quero ser assim quando eu crescer!! É incrível como sabemos que precisamos checar esses detalhes, mas na correria do dia a dia são completamente ignorados!!! Ótimo vídeo!!
Ciências humanas tem muita gente assim, fala e eu acredito, nem vou atrás kkkkkk Acho que ela não caiu em armadilha, ESSE POVO sabe o que é errado e mesmo assim usa em prol de sua ideologia
Muito obrigado pelo vídeo!! Tudo o que vc disse é o que tenho tentado dizer sobre publicações científicas desde o Covid. Hoje vivemos uma crise da "verdade" por causa de resultados "pseudocientíficos".
André, primeiro parabéns pelo vídeo e pelas referências nele apresentadas. Tendo a concordar com o ponto central da discussão trazida pelo vídeo. Contudo, nunca vi autores psicanalistas falarem de diferenciação de percepção da linguagem por conta do idioma em que se fala. Isso seria uma discussão para linguistas. O que se tem discutido no campo dos estudos em psicanálise, principalmente a de base lacaniana, é que a linguagem (e não a língua) é algo que nos é apresentado desde o nascimento e que vai mediar nossas relações ao longo da vida. O sujeito é o resultado da reação do discurso do outro. A psicanálise não trata fas diferenças entre linguas. Ela é um saber sobre a linguagem. Penso que há uma confusão entre língua e linguagem na base dessa discussão. Abraços 😊
Mesmo supondo um caso hipotético onde o estudo fosse verdadeiro, como eu poderia isolar a causa do fenômeno em um comportamento linguístico e ignorar, por exempo, a possibilidade das células que ajudam na percepção das cores estarem de alguma forma alteradas devido a fatores genéticos surgidos em uma população altamente específica e isolada? Qualquer tipo de afirmação na ciência deve ser feita com muito cuidado.
E sem falar que nem precisa ter um nome especifico para a cor. Você pode simplesmente usar uma cor de referencia e dizer que é uma versão mais clara ou mais escura, etc
Perfeito. Como é bom ouvir alguém que entende o que é método científico. Pelo mundo todo, inclusive nas melhores faculdades do país, o rigor do método científico tem sido deixado de lado em prol de resultados que corroborem a tese e isso é um perigo incomensurável.
O mais provável é que todo mundo vê os mesmos tipos básicos de cor independente de cultura e idioma, mas no caso de subcores muito próximas, quem é de um idioma que não tem palavras para diferenciar essas subcores, leva alguns segundos a mais para perceber a diferença do que uma pessoa de um idioma que tem palavras diferentes para elas
É isso mesmo, Bruno! E, mesmo assim, é questionável. No português, termos como magenta e ciano não são comuns, a não ser entre quem trabalha com algum ofício relacionado a cores. Um designer, por exemplo, como tem treinamento mais extenso, provavelmente vai ser mais rápido em classificar um tom como sendo mais puxado pro ciano ou pro azul mais rápido do que a média da população. Mas isso não significa, de modo algum, que só o designer consiga diferenciar uma cor da outra.
Ela não é única a falar isso, tem até um Ted Talk famoso sobre isso. A primeira vez que ouvi essa história foi pelo André Souza (neurocientista) no nerdcast.
O da Lera Boroditsky, né? Aquele TED é triste. Ainda que os dados que ela apresentam sejam verdadeiros (e pelo menos alguns eu sei que são questionáveis), a explicação que ela dá não é a única possível nem necessariamente a mais rigorosa.
Esse é UM dos erros da esquerda, essa obsessão em enaltecer o grupo q eles acham oprimido (nesse caso drag queen). Há uma cegueira enorme,por parte dos canhotos, de ver que, nem sempre quem é LGQQIA+, está correto em suas afirmações (assim como qualquer ser humano????) e isso é algo extremamente prejudicial para eles mesmos. Se vc for discutir com alguma pessoa de esquerda diga que faz parte desses "grupos oprimidos", veja eles "amassiarem" a voz/jeito com vc e a probabilidade deles concordarem com você sobe 60%
Nem tudo é ideologia ! "Ideologia, é uma fórmula política que promete à humanidade um paraíso terrestre; mas, na verdade cruel, o que a ideologia criou é uma série de infernos terrestres.¨- Russell Kirk
Sempre que me pego internalizando alguma informação inconscientemente eu me forço a ir checar se é verdade ou não. O problema é que nessa brincadeira as vezes passam horas e nem dá pra chegar em nenhuma certeza... Talvez seja essa a beleza do conhecimento?
A influência da linguagem na forja da nossa realidade é algo que pode chegar até a mudar nossa experiência do tempo, nos fazendo até voltar ao passado dependendo de como nos comunicamos, isso foi comprovado no documentário Arrival
@andremachadolinguistica não em todo caso, André, mas algo que talvez se encaixe na sua área, pra mim pelo menos, uma fala dele (versão não drag) problematizando o hino nacional, dizendo que foi deliberadamente composto/escrito para não ser compreendido pelo povo; apenas para servir a elite (algo nesse sentido). Mas foi algo dito numa entrevista, tá? Então não sei como avaliaria isso.
Curioso o TH-cam ter me recomendado este vídeo pois me remeteu exatamente uma conversa que tive na pós graduação anos atrás acerca de uma situação similar. Quando fiz pós lato na área de design, lembro de um professor usar o mesmo contexto para descrever que os esquimós reconheciam vários tons de cinza mas não verde e azul, e usou exatamente o mesmo contexto do circulo de cores e que em um "estudo" eles não reconheciam a cor. Lembro que isso causou um espanto geral na turma, mas fiquei com o pé atrás. Anos depois fiz pós strictu na linguística (sou do vale da semiótica francesa 🙃) e logo no começo do programa tratamos disso em sala...é engraçado que alguns colegas relataram que já tinham ouvido esta história também com outros atores e temas...eu não vi o vídeo da Rita e estou sabendo dele por aqui, o que me chocou um pouco pela surpresa em ver novamente este tema. Eu falo muito isso para meus alunos, existe cientista e existe "science worshiper", que não são nem os canais que tratam de assuntos científicos, mas essa práxis de buscar de forma muito superficial um tema que é extremamente complexo e sem embasamento ou chancela de uma universidade ou revista científica com aquela fina camada de sensacionalismo perfeita pra um vídeo considerado "científico". O que já vi de canais "explicando" semiótica, cada um de um jeito se baseando na mesma fonte também não está escrito. Ah, em tempo, parabéns pelo vídeo...raro ver linguistas na plataforma.
Obrigado pelo seu comentário e pela ponderação das suas colocações. Esse seu conceito de "science worshipper" é certeiro. Esse tipo de prática está por todo lugar, de TH-camr sendo superficial a portais de notícias reproduzindo conclusões extravagantes e distorcidas que nem os próprios trabalhos mencionados sustentam. Esses boatos com verniz científico, como a história dos esquimós, volta e meia ressurgem do além pra nos assombrar, e aí temos que ficar fazendo contenção de danos. Mesmo assim, seguimos em frente! 🤗
E não é porque não se consegue expressar a diferença que ela não tenha sido percebida, são duas dimensões diferentes do conhecimento. É como dizer que a consciência entre o claro e o escuro é questão de linguagem; obviamente, se ambas se chamassem claro, o modo de se comportar entre as condições revelaria a diferença tácita.
Essa é uma das coisas que mais me desanima de abraçar ideais políticos. É sempre a mesma história, grupos de pessoas se achando os donos da verdade moral ou intelectual usando os termos "falácia," "anti científico," "desonesto" etc, para se referir a qualquer um que pense diferente. No fundo esses termos acabam virando apenas significantes vazios.
Se fosse assim, por nao ter distinção clara entre permanência e transitividade em seus verbos (ser e estar) anglofonos não conseguiriam diatinguir entre algo temporario ou permanente.
Seu vídeo é muito importante, e tenho tirado a preguiça do sofá pra verificar as referências, mesmo que em inglês (não sou tão bom com termos as vezes muito específicos de alguns artigos), pra ver se os estudos são inconclusivos ou corroboram pouco com o que é falado no vídeo, seja de quem for. E com isso, vamos complexificando nosso pensamento crítico!
Essa parte da visão de mundo de Rita Von Runty é a mais distante do marxismo que ela advoga, totalmente influenciada por um pós-modernismo anti racional e "desconstruídor". A parte do pós-modernismo que eu defendo é o questionamento dos valores, costumes, tradições etc, mas quando tenta "explicar" a realidade, o negócio fica feio mesmo.
Sou Sóciologo e é sempre triste ver colegas reproduzindo o mesmo (baixo) nível de argumentos que se vê em redes socias, mesmo sabendo que eles estudaram o bastante para saber que não é bem assim.
Ótima explanação! É muito comum que as pessoas aceitem algumas hipóteses sem séria comprovação, simplesmente porque simpatizam com a pessoa que as difunde ou com suas ideias. A partir daí vão fazendo vistas grossas às inconsistências da narrativa, sutis ou mesmo evidentes. É lamentável que muitos fazem e sustentam a base de suas crenças e "certezas" porque alguém disse isso ou aquilo, que até pode ser verdade mas sempre é bom questionar.
Como alguém da Comunicação, não dá para dizer que só a palavra define ou molda, mas que é sim um elemento a mais na mudança de percepção Só considero perigoso definir o estudo da linguagem como algo não científico (deu a entender pelo menos), colocando as outras ciências como elementos não subjetivos e exatos, isentos de erros e vieses, ou mesmo pseudocientificos
Discussão muito interessante! Obrigada pelo algoritmo me indicar este vídeo. Parabéns pela discussão lúcida! OBS.: que tempos sombrios são esses em que se tem que dizer explicitamente "não xinguem" em um vídeo que está sendo educativo para apontar para algo que TODOS nós estamos suscetíveis... mas é isso, vamos que "de grão em grão", nós aprendemos uns com os outros.
Achei interessante você mencionar isso, pois no meu caso acontece algo parecido - sou mestrando em Estudos Literários. Percebo que quem critica essa ideia de a linguagem construir a realidade, ao discutir objetos artísticos, muitas vezes os trata como algo isolado da realidade social e cultural, como se houvesse uma qualidade intrínseca e objetiva no objeto, independente das relações sociais, que o tornasse automaticamente belo. Gostei muito do seu vídeo. Parabéns!
Eu sou fã da Rita Von Hunty, mas já vi afirmando coisas absurdas sobre conceitos de arquitetura e de urbanismo, que relevei por não ser sua área de especialidade, mas que me chamaram minha atenção pois ela também não fez referência. Certamente foi replicar uma fala tendenciosa e não confirmou. Mas, tá perdoada... 😄😉
@@andremachadolinguistica num vídeo ela generalizou afirmando que os arquitetos modernistas defendiam os grandes vãos e espaços hostis, pela estética e segregação do espaço, citou o MASP, como exemplo, da Lina Bo Bardi. Quando na verdade, a hostilidade espacial veio do mau uso dos proprietários e não do projeto do arquiteto modernista. Aliás, as superquadras do Lúcio Costa e o grande vazio abaixo do MASP e do prédio do MEC(RJ) eram propostas para devolver como público, o lote urbano entre as edificações com grandes calçadas e espaços de convivência. A proposta era essa! Era uma premissa do urbanismo modernista. Pode não ter funcionado por outros fatores, mas não podemos afirmar que foi da lapiseira do arquiteto que surgiu isso, até porque 99,9% de nós cumprimos exigências de governos e de clientes, raramente construimos e vendemos livremente o que criamos.
Teve outra expressão que ela repetiu em vários podcasts sobre racismo urbano, dando a entender como se houvesse um projeto técnico intencional dos arquitetos e urbanista em criar as comunidades e áreas desprovidas de infraestrutura sanitéria ou de transporte. Mas, de novo, 99,9% dos arquitetos e urbanistas apenas atendem a exigências de governos ou investidores, estes sim, com autoridade de escolher onde e quando vão aplicar o dinheiro e lindos projetos. A expressão Racismo Urbano tende a transferir a culpa aos profissionais e não aos verdadeiros culpados. Ao mesmo tempo, o povo por ignorância, entende que o arquiteto existe para satisfazer capricho de decoração de socialite, quando na verdade, somos os únicos profissionais que estudam leis ambientais, urbanisticas e construtivas para gerar espaços seguros, sustentáveis e salubres. Mas, esta ignorância sobre a importância social do arquiteto é bem vinda para os especuladores de mercado e governos, pois os engenheiros civis podem assinar mas não podem julgar pois não estudam essa parte, ou seja, podem achar "frescura"ou "vi@d@gem" de arquiteto muitas pautas ambientais e sociais. Enfim, desculpa o desabafo.
Me vem a mente o nome de dois autores... KARL POPPER e CARL SAGAN, as obras destes o quão mudaram minha visão e abordagem de tudo que pesquisei desde então!.
Já vi Rita fazer isso com outros temas. Muita gente se vale da autoridade da reputação, e cai na tudologia. Parabéns ao colega que foi conferir 👏🏽👏🏽👏🏽
Ela basicamente vive disso: manipulação de estudos científicos. E como grande parte da população não tem conhecimento do método científico, não questiona. Como ela foi cuidadosamente escolhida para ser a influencer com background acadêmico, seus discursos acabaram se tornando referência para muitas pessoas.
Como mestrando em ciência da computação, pesquisador de IA, que gasto as vezes quase 1h pra ler e entender um artigo completo, eu acho ESTRANHISSIMA essa capacidade da Rita de ser especialista em tudo
@mttttttttttttttt Nossa! Estava pensando nisso ontem mesmo. A formação acadêmica dela (com graduação em Artes Cênicas pela UNIRIO e em Língua e Literatura Inglesa pela USP e mestrado anida nao concluido em Estudos de Cultura na USP ) não a habilita a falar de forma acadêmica e científica sobre metade dos assuntos que aborda. O pior é que universidades federais e até museus em Portugal a convidam para discursar sobre temas que não têm qualquer relação, nem mesmo indireta, com sua área de formação. Eu considero isso uma tremenda irresponsabilidade e uma falta de respeito com quem realmente possui formação acadêmica no campo.
A culpa é sempre de quem consome o conteúdo sem buscar validação. Até porque a Internet está cheia de mentiras efalsas narrativas.
Não é só a Rita. Existe uma equipe muito competente trabalhando junto.
Excelente vídeo, raro ver na internet uma crítica feita de forma, ao mesmo tempo, embasada e sóbria, sem ataques pessoais. Ganhou minha curtida e minha inscrição no canal.
Valeu, Guto! Apelar para ataques pessoais não leva a lugar algum. Fico feliz que eu tenha conseguido passar a mensagem sem derrapar!
A maioria das pessoas consegue enxergar os subtons das cores, mas nem todos têm um nome para eles. O fato de não termos um nome para as cores não as torna indistinguíveis entre si.
@@andremachadolinguisticaAcho que você só está querendo causar atacando uma uma pessoa relevante pra fazer crescer o seu canaleco...
@@andremachadolinguistica, excelente vídeo. Meus parabéns.
Coisa que a própria Rita não faz.
É aquilo né: se eu acredito eu nem checo, se eu não acredito exijo provas...
Infelizmente, algo mais comum do que a gente imagina
Isso ainda tá errado
Literalmente isso, todas a pessoas que se levam por sua ideologia ao invés da rasão usam este recurso, isso é muito triste no nosso país, prova que a educação aqui é ainda pior.
@Rufu_winehouse Indubitavelmente a educação no Brasil é de um nível baixíssimo, a ponto de se escrever "razão" com "s"... Analfabetismo funcional é realidade inegável nesse país, inclusive em nível acadêmico LOL
A Rita é um tanto desonesta nos vídeos dela, viu. Não acho que tenha sido sem querer. Vejo ela apelando para falácias o tempo todo além de criar narrativas falsas na maioria dos vídeos dela. Ela fala que pessoas de direita são apenas pessoas egoístas q só se importa com dinheiro e que não liga p as pessoas pobres, qualquer comunicador assim não deveria ser levado a sério .
Eu sou historiador e me incomoda profundamente esse discurso de "deixa eu defender o recorte epistemológico das ciências humanas" e daí defender a pseudociência em nome de ser "de humana". Muito feliz em encontrar seu canal, sua abordagem foi impecável!
Lucelmo! Que honra você por aqui! Conheci seu trabalho há pouco tempo no podcast do Eslen. Fico muito lisonjeado com sua visita e com o seu comentário, fez meu dia. Valeu mesmo! ❤️
Lucelmo representando nosso bonde autista com muita eloquência!
Eu me desinteressei por história justamente por causa disso, distorções e mentiras que nos levam a interpretações equivocadas. Quando fazem esses recortes ai que fode tudo de vez, é muito difícil você desmentir o que a pessoa esta dizendo pq você tem que voltar e contar sobre todo o periodo e blá blá blá
Para entender a construção do pensamento da Rita, é necessário compreender as bases filosóficas e a ideologia que ela defende. O pensamento dela, assim como o de muitas pessoas que compartilham da mesma ideologia, tem raízes nos filósofos pós-modernistas, além de Marx e outros escritores não ocidentais. As figuras filosóficas mais relevantes para entender a forma mentis da Rita são Foucault e Derrida. Ambos desenvolveram a ideia de que a linguagem normaliza as estruturas de poder. Para eles, a linguagem não é um processo coletivo e orgânico, mas algo imposto por uma classe dominante para manipular a sociedade. Daí surge a tentativa de desconstruir o conceito de realidade e a própria linguagem.
Foucault acreditava que aqueles que produzem conhecimento - seja linguístico ou científico (incluindo o método científico) - detêm poder e moldam a sociedade conforme seus interesses. Já Derrida, com sua teoria da desconstrução, buscava expor como os significados na linguagem carregam hierarquias implícitas que perpetuam desigualdades. O ponto de vista da Rita, portanto, parte dessas premissas, criticando a ciência tradicional como uma ferramenta de dominação, enquanto propõe narrativas subjetivas como alternativas, ideia que também encontra raízes em Lyotard e sua crítica aos 'grandes relatos'.
No contexto do vídeo, isso explica por que as pessoas alinhadas com a Rita frequentemente ignoram questões como a metodologia científica, a validade de amostras ou a eficácia dos estudos. Para elas, o método científico como conhecemos não tem importância, pois tudo o que existia antes precisa ser desconstruído. Não vejo esse comportamento como descuido, mas como algo proposital - afinal, quem domina a produção de conhecimento domina a sociedade.
Seu vídeo é extremamente necessário. É preciso estimular o conhecimento do método científico para que nos tornemos pessoas mais críticas e menos suscetíveis a manipulações. O método científico nos ajuda, inclusive, na nossa vida pessoal. Quando nos apresentam dados econômicos, de perfil populacional ou estatísticas de criminalidade, ao aplicarmos os questionamentos próprios do método científico, conseguimos identificar as inúmeras falácias que nos são apresentadas como verdades todos os dias.
De longe, o melhor comentário, pois trouxe argumentação bem feita.
No caso específico desse vídeo de Rita, ela repete a "verdade" da BBC... Ou seja, de uma "cultura dominante". E, bem: acho a construção da linguagem é algo mais dialético do que simplesmente a imposição de valores da classe dominante; mas é só a minha opinião, sem estudo ou método científico. 😊
Dois comentários aleatórios:
(1) "tem raízes nos filósofos pós-modernistas, além de Marx e outros escritores não ocidentais". Só de alguém tentar colocar Marx e pós-modernos juntos já é uma esculhambação completa. Uma visão de mundo com um pé em cada uma dessas canoas é um monstrengo!
(2) Foucault não "acreditava", Foucault "argumentava".
@BocaoZ Entendo seu ponto de vista sobre a relação entre Marx e os pós-modernistas, assim como a questão do uso do verbo 'acreditar' em relação a Foucault. Porém, acredito que seja importante esclarecer algumas questões:
1. Embora Marx e os pós-modernistas, como Foucault e Derrida, tenham abordagens filosóficas significativamente diferentes, há pontos de contato, especialmente na crítica às estruturas de poder e às narrativas dominantes. Reconheço que também existam diferenças profundas, e talvez isso explique por que você veja essa aproximação como problemática. Contudo, essas conexões existem e podem ser utilizadas como base para compreender a ideologia de determinadas pessoas, como no caso mencionado.
2. Sobre o uso do verbo 'acreditar', concordo que Foucault não fundamentava seu trabalho em crenças pessoais ou dogmas, mas em análises críticas e argumentações sólidas. No entanto, em textos informais, como é o caso do meu comentário, o termo 'acreditar' pode ser utilizado de forma mais ampla, apenas para expressar a base de suas reflexões, sem comprometer o rigor filosófico que imagino seja sua preocupação.
Grata por essa explicação. Eu já tinha visto essa base ideológica em discursos identitários, quase sempre citando foucault, mas você deu muita clareza e precisão.
O nosso idioma distingue o azul do verde. Mesmo assim eu ja tive discussões com um amigo meu se a capinha do celular dele era azul ou verde, pois não chegavamos a um consenso.
Outra história: eu Tinha uma amiga que era designer. Ela sabia dizer com precisão qual era o nome de cada cor (verde musgo, verde aqua, verde sei la o que), pra mim era tudo verde. No final das contas, a gente via a mesma cor e sabia diferencia-las, so que ela sabia mais nomes do que eu, não que ela visse mais cores.
E sim, ela conseguia diferenciar cores das quais eu tinha dificuldade em ver qualquer diferença. Mas nao é pq ela falava outro idioma (até pq nao falava kk), mas sim pelo trabalho dela e pela bagagem de vida.
Eu comecei a fazer faculdade de design gráfico (não terminei) e percebi que quem trabalha nessa área geralmente tem mesmo mais facilidade para distinguir tonalidades de cores, mas isso acontece justamente pela prática, o trabalho deles exige isso. Tanto que uma professora dizia justamente isso: pra aprender a diferenciar cores parecidas, só com muita prática e observação.
Outro detalhe: hoje eu faço arquitetura e tenho que lidar mais com cores de tintas e, nesse "universo", saber o nome da cor é o de menos, porque cada marca de tinta dá nomes diferentes para as tonalidades... O que vale mesmo é o código. A palavra que nomeia aquela cor é algo secundário, no fim das contas...
daltonismo existe
A capinha era ciano
@@rafa57games Por isso é tão difícil ver pesquisas sérias envolvendo linguística. A língua nunca vem sozinha, ela sempre é permeada por todos os outros aspectos do pensamento. Sua história é um exemplo perfeito de como é difícil isolar a língua de outros fatores (sociais, contextuais, intelectuais...).
Excelentes colocações! O nome pode ser um "atalho" linguístico, mas a percepção é como um músculo que se desenvolve. Ironicamente (ou não) eu também trabalho com arte-educação e um dos aspectos que costumo trabalhar é a teoria e a percepção de cor. Nessas situações, fica claro como a "nomenclatura" é uma questão secundária!
E isso infelizmente irá acontecer cada vez mais, é o viés de confirmação, aceito tudo que reforça o que acredito sem questionar, e ignoro o que contradiz a minha cresça.
é em 😂
Problema que esse negócio de viés de confirmação só funciona no papel... Ninguém quer realmente se questionar, inclusive o pessoal que usa esse tal de viés de confirmação na argumentação muitas vezes usa como FALÁCIA
"ALÁ ESSA PESSOA NÃO ESTÁ ME LEVANDO A SÉRIO, COM CERTEZA ESTÁ COM VIÉS DE CONFIRMAÇÃO! POR QUE VC NÃO CONFIA EM MIM" entende? Nunca tem uma questionamento interno é sempre os outros e não eu... E mesmo assim essa parada é idiotice, se eu estou certo eu estou certo, é fruto de pesquisa, essa coisa aí de se questionar quando não precisa só causa mais confusão e normalmente é usado por gente que acha está toda enviesada, que está refém da ideologia
O ideal é ser neutro, frio e criterioso, dando espaço pra perguntar sobre tudo
@@Criaturamonstruosaraiventa
Não existe neutralidade. É impossível alguém ser neutro porque todos somos formados por valores e idéias que orienta a nossa visão de mundo. A ciência também não é neutra. O sujeito que produz o conhecimento científico também tem valores, crenças identidade e afetos. O importante é assumir as nossas posições, seja elas quais for.
@@Criaturamonstruosaraiventao risco tá em acreditar que dá pra ser neutro.
Acabou de descrever a extrema direita...
Me lembrei daquele outro mito que foi difundido de que os Inuits (esquimós) distinguiam mais tons de branco e tinham mais de 100 palavras diferentes para neve.
kkkkk 😂
Talvez isso seja mito, ou pelo menos exagerado, mas não acho razoável negar que essas particularidades existem. Na minha região, por exemplo, que é caipira beeem tradicional, os mais velhos usam pelo menos umas quatro palavras diferentes pra algo que seria "mato" pra qualquer pessoa menos habituada a essa realidade, e que de fato significam coisas diferentes. Entre essas palavras, quissaça, um local muito sujo de arbustos, vegetação que atrapalha a locomoção, tiguera, local roçado recentemente, sapieira, local roçado recentemente também, mas mais relacionado a capim, capoeira, uma floresta em estágio primário de regeneração, e se eu for puxando na memória acho mais coisa desse tipo.
O francês québécois tem algumas várias palavras diferentes pra "gelo" (glace, gel, givre, verglas, entre outras muitas). Eles precisam diferenciar precisamente um tipo de gelo do outro pq é o que vivem no dia a dia do longo e rigoroso inverno canadense. Já em português seria tudo gelo/granizo mesmo pq é só o que conhecemos/vivenciamos do assunto. Faz um pouco de sentido até.
Essas generalizações se sustentam na concepção de uma língua completamente homogênea que simplesmente não pode existir. Língua não existe no vácuo. Aqui no Chile há uma distinção muito clara entre um "terremoto" e um "temblor" ou "sismo". Em outros locais de língua espanhola não necessariamente se distinguem os tremores de terra dessa maneira. Não é por isso que outros falantes de espanhol não entenderiam o que acontece quando alguém no Chile diga que "está temblando" - muito menos que a gente daqui é mais sensível às oscilações sismológigas 😂
Não que seja o tópico do vídeo, mas... Sou bióloga e me enveredei pelas Letras por um ano. Me incomoda bastante o antropocentrismo e arrogância de várias áreas das ciências. Eu questionei um professor de linguística sobre o discurso dele, mas ele preferiu usar do autoritarismo do discurso de autoridade (sendo que sequer sabia do meu nível de conhecimento e títulos acadêmicos), desses que são bem tolos a ponto de renegar outras ciências que desconhecem, mas afirmam categoricamente ideias tomadas por verdadeiras baseadas única e exclusivamente na área recortada que ele estudou . Enfim, somos seres biológicos e linguagem não é tudo e não define cem por cento a realidade. Por exemplo, não é porque não há a palavra saudade no seu idioma, que você não a sinta. Já dizia Alberto Caeiro: As árvores já eram árvores sem o meu pensamento...
Assino embaixo do que você disse.
seu professor estava certinho, quem não é da área não tem que se meter a falar. não é “discurso de autoridade” não, é simplesmente ter humildade intelectual e não querer ensinar os outros a falar do que se passou anos estudando. ou tu realmente quer se comparar, enquanto uma estudante do primeiro ano de letras, a alguém que fez pós-doutorado na área? nesse caso a arrogância era só sua, mesmo.
Sim porque a realidade existir já basta por si só pra gente encarar ela como oq ela é, humanos não tem um jeito extremamente específico de decodificar a realidade material, obviamente linguagem não é tudo, mas muito menos biologia é tudo, a realidade está posta, mas não nascemos sabendo de todo o conhecimento HUMANO de milênios, aos poucos nós vamos interpretando a realidade da forma que nos cabe, e apenas a nós.
@@AylaKilsebiologia não é tudo, mas é uns 90%
@@joao9 e é por gente com pensamento arrogante igual o seu que a ciência fica completamente deslocada da sociedade. Pessoas muito educadas em alguma área cometem erros, tem ideologias que interferem nas visões de mundo e podem propositalmente distorcer o fato. Você é só arrogante pra caralho mesmo se acha que só pode falar da área quem é doutor. Se você continuar com essa visão, vai ficar vivendo no seu mundinho acadêmico publicando artigos para meia dúzia de interessados e sem impacto nenhum na realidade. E pior de tudo, achar que alguém que é PROFESSOR não pode discutir com os estudantes e que os alunos tem que ficar quietos.
Eu enquanto estudante de Letras acho que o problema da frase "a língua molda sua percepção de mundo" se localiza no uso do termo "percepção" e na ideia de "mundo". Eu sinto que quando aprendemos uma segunda língua o muda não é nossa percepção de mundo, mas sim nossa percepção (morfo)semântica da língua.
Por exemplo: estudando alemão vc encontra três verbos que possuem o mesmo radical. São elas: "suchen"; "versuchen" e "besuchen". O primeiro se traduz como "procurar", mas os outros dois, por possuírem os prefixos, mudam mais a ideia.
O prefixo "be-" da ao verbo um direcionado muito maior, ou seja, a ação de "procurar" fica mais focalizada. Sabe qual a tradução? "Visitar alg." Daí tu percebe que visitar tem a ver com procurar especificamente uma pessoa (dentro da casa dela).
Já o "ver-" tem um sentido tão de troca/intercâmbio quanto um sentido mais abstrato de desvio/erro. Então quando pensamos em "versuchen" traduzimos para "tentar" e com isso você nota que a tentativa é nada mais do que uma forma de procurar algo até encontrar aquilo que seja satisfatório. Ambos os verbos apontam pra uma ideia de "ir ao encontro de algo/alguém" também.
Saber isso não muda sua visão de mundo, mas aguça mais sua percepção (morfo)semântica. Ou seja, melhora suas escolhas linguísticas ao montar um discurso, uma vez que se começa a prestar mais atenção nos usos que antes vc fazia mais automaticamente.
@@guilhermealbuquerque1388 eu tenho esse mesmo pensamento. Outros exemplos seriam as línguas em que se flexionam as palavras de acordo com o tamanho do objeto, ou ainda aqueles em que o passado é pra frente (porque enxergamos o passado na nossa frente quando nos lembramos) ou ainda em que a escrita é da direita pra esquerda. A língua Tupi, mesma, tem particularidades incríveis. Dizer que, nesse sentido, a língua não molda o nosso jeito de pensar (mesmo que um pouco) eu acho (porque não sou especialista, rsrs) que não faz sentido.
No português, mesmo, quase tudo é classificado por gênero, então a gente pensa na cadeira como algo feminino de uma certa forma, já no inglês isso não é tão verdade.
Acho que a Rita errou feio, errou rude, no exemplo que deu, mas não na essência em si. Mas não sei, posso estar redondamente enganado.
A percepção que tive com duas linguas é que antes uma lingua só ja me parecia solida o suficiente pra expressar qualquer coisa, agora com duas linguas ao invés de sentir mais solido, eu sinto as duas vagas e incompletas! Eu percebi isso quando li "Dracula" em portugues, no final da primeira parte Jonathan Harker após descobrir que o Dracula seria algum tipo de monstro e que ele está trancado no castelo, explora o local em busca de uma saída e acaba de frente pra uma janela que dá para um "abismo", ja é quase noite e o Dracula vai acordar, ele tem que fazer alguma coisa, então o trecho termina dizendo que ele "toma coragem e escala a parede". Na proxima vez que o vemos ele esta sendo tratado por um medico em algum lugar remoto, daí eu pensei, "UÉ? como ele escapou? ele não tinha escalado o muro? onde ele chegou? como ele saiu?" depois de terminar o livro e pensar muito percebi o problema, nesse mesmo trecho em inglês "escalar" está escrito como "climb down" que seria escalar descendo o muro, mas em português a informação não só ficou dubia por a lingua não tem esse complemento de "up e down" como a propria palavra "escalar" no dicionario tem especificamente o sentido de subir. No tempo que continuei lendo antes de perceber isso, fiquei esperando algum flash back contando algum segredo de como ele escapou, mas o segredo "nunca foi revelado" 🤡
Opa! Vc usou como exemplo uma segunda língua. A questão não é a segunda língua (que vem quando vc já internalizou a materna e já tem um modo de enxergar). Outra coisa: vc "acha" e "sente". Isso realmente não é parâmetro. Fica na subjetividade.
Até porque a língua foi “criada” para descrever a realidade, não o contrário. O fato de em uma língua não haver diferenciação entre duas cores não altera o “ser” de tais entes, assim como você chamar um cágado de jabuti não extingue a primeira espécie.
Já leu crátilo de Platão? Ele fala sobre a correção dos nomes, justamente
Sou fã da Rita e achei válido o questionamento. Também já discordei de certas coisas que ela disse. E sabe o que mais? Já discordei de literalmente todas as pessoas que conheço. Isso é NORMAL.
Sim
Sim. E todos tem direito a dar uma escorregada, somos humanos.
Discordar é normal, mas replicar uma fanfic dizendo que é pesquisa científica é, no mínimo, desleixo profissional ou mau caratismo....
A Rita é uma trans assexuada. Ela só fala pra problematizar, passar o tempo, ter o que fazer, encher o saco. No fundo ela não brinca, sendo assexuada ela não participa da realidade coletiva, a transexualidade dela não é frutífera, nem experiência ela tem. Ela é viciada em problematização.
Depende da "escorregada". Você perdoaria alguém que abusou de você de todas as formas possíveis? @@babih.4662
Que video incrível. Sou professor de Química, bem distante das ciências humanas. Mas esse vídeo é uma verdadeira aula de postura científica e método científico. Parabéns
Valeu, Jorge!
@@andremachadolinguistica
Olá.
Ela se apresenta como uma erudita, mas age como uma ativista financiada por recursos estrangeiros.
Pra sorte dela, você foi bem diplomático.
A comunidade gay provavelmente não teria a mesma paciência.
Se voltarmos no tempo, podemos vê-la antes da fama, durante sua participação no 'Academia de Drags' - uma espécie de versão brasileira do RPDR.
Naquela época, ela já era alvo de muita antipatia.
Hoje, parece estar focada em pregar para um público já alinhado com a sua ideologia, ou deveria dizer religião, e em fomentar conflitos nas relações interpessoais.
É uma postura que, no mínimo, pode ser considerada lamentável, para não dizer perturbadora.
Obrigado.
A sua crítica foi super válida agora resta o povo nos comentários passar a ter maturidade o suficiente pra entender que qualquer pessoa envolvida com pesquisas está sujeito a falhas também. Claro que sempre precisa ter um enorme cuidado com as armadilhas, mas até mesmo aquelas que são válidas também estão abertas a discussões e outros fatores a serem considerados. O problema que aqui na internet o povo não ta acostumado com esse tipo de discussão saudável e que é bem comum nas universidades públicas (principalmente em humanas) e acha que qualquer discordância invalida todo o trabalho que a Rita já trouxe até hoje.
Linguística parece ser uma daquelas áreas em que a divulgação na mídia mais popular (BBC, Super, etc) está sempre desatualizada ou reciclando mitos já refutados. Não é primeira vez que vejo essa hipótese da "linguagem molda nossos pensamentos" sendo divulgada.
Eu acho que quase todas as áreas do conhecimento passam por isso, até porque a mídia popular geralmente recorre a reduções simplistas ou a determinismos pra gerar engajamento, e geralmente isso se encontra em teorias que fazem parte de uma realidade incompatível com o que é o estado da arte atual da ciência
É impressionante como sempre que vc coloca uma dúvida ou debate vc é paciente de explicar os porquês com muita educação ❤
É o que eu me proponho a fazer, que bom que estou conseguindo! ❤️
Que vídeo legal, sem ataque pessoal, com clareza e simplicidade vc compartilha o que aprendeu estudando.
Minha avó dizia "Estudar pra quê", bom vendo seu vídeo posso responder "Estudar para melhorar a percepção das coisas e entender isso aos outros, com respeito, sem arrogância ".
Obrigada pela postagem.
Cara, que vídeos BOM! Sóbrio, bem fundamentado, raciocínio super didático e sem aquele tom sensacionalista que satura essas paragens aqui no youtube... Garantiu a inscrição no canal!
fazia tempo que eu nao via um video tao util!!
comunicação clara, objetiva e não ofensiva; explicação com fontes e imagens; construção de roteiro para o espectador ser totalmente contextualizado da mensagem. Você pode não ser a essência do youtube, mas certamente é o exemplo a ser seguido
É interessante de se levar em conta é que a questão de enxergar cores distintas não é algo subjetivo, mas sim algo físico. As Cores dos objetos são a emissão de um específico espectro visível das ondas eletromagnéticas. Se na sua língua materna não houver distinção entre o que chamamos de "verde" e o que chamamos de "azul", isso não queira dizer que os fotorreceptores dos seus olhos (mas especificamente os chamados Cones) não irão distinguir as ondas eletromagnéticas de cada cor emitida. Concordo que a língua que nós falamos pode sim influenciar nossa percepção da realidade em certos casos, mas mesmo assim não irá influenciar de forma tão drástica a ponto de você não perceber o real. Por exemplo: para nós, falantes de português, os objetos "tem um sexo", como o carro (homem); como a geladeira (mulher); mas isso se restringe muito pouco na forma como nos comunicamos. Ou seja, nós, falantes de português, não iremos olhar um carro e realmente achar que é um homem ou olhar uma geladeira e achar que é uma mulher.
Vale também levar em conta que nem precisamos ter ido atrás, nesse caso, pra verificar se essa suposta pesquisa é real ou não. Basta você ver a premissa ou a conclusão que ela nos dá. Ou seja, segundo essa "suposta pesquisa" a língua que falamos não só muda a nossa percepção da realidade como altera a biologia do nosso corpo. Porque para um ser humano não conseguir distinguir cores tão opostas visualmente esse ser humano tem alguma anomalia nos seus fotoreceptores. Não é possível a forma como nos comunicamos com os nossos semelhantes alterar o nosso corpo biologicamente.
Eu lembro desse vídeo da Rita e também me incomodou um cado, porém já sabia que o exposto ali era ~meio errado... já tinha caído nesse assunto da língua molda a realidade antes, acho que foi logo após o filme Arrival. Na época estava numa espiral de pesquisar o tema. Haha. É muito similar ao exemplo que usam dos esquimós também.
Gosto muito da Rita, muito mesmo... mas sei que ninguém é perfeito e ela está inclusa. Defender um argumento abraçado por nossa ideologia tem seus riscos e sempre que percebemos esse abraço precisamos estar mais atentos. O problema é estarmos dispostos/preparados a questionar argumentos favoráveis a nossa ideologia. É dificílimo.
Um abraço e excelente vídeo.
ainda bem que no conto não tem essas pataquadas do filme
Excelente vídeo, camarada! Sou fã de carteirinha da Rita, mas acho importantíssimo discussões como a que você levantou. Até mesmo para que o erro não se repita e para evitar que todo o resto que ela diz seja desprezado por conta de erros desse tipo.
Valeu, Lucas! Que bom que consegui deixar claro que não era meu objetivo destruir a imagem da Rita nem nada do tipo!
Eu imploro, me apresente um comunista que seja honesto. Eu imploro. É sério.
@@curiousmind111impossivel
Bom, tem eu, tem um monte de amigo meu, mas acho que não vamos nos conhecer pessoalmente kkkkkk Na internet, os que mais gosto são João Carvalho e Humberto Matos.
@@curiousmind111 kkkkkkk maluco
Muito bom, cara! Esse "viés de confirmação" é típico de muitos linguistas brasileiros renomados, como Marcos Bagno. É muito perigoso cair nas armadilhas retóricas dessa galera, porque ciência é outra coisa. Parabéns pelo vídeo! 👍
Esse aí é campeão de trabalho enviesado mesmo.
Fiquei curiosa pra saber quais trabalhos do Bagno caem em viés de confirmação.
Sempre esse estudo com essa tribo kkkk Mas se chegar pra uma tribo assim, é mais provável que tivessem dificuldade de entender o que é "diferenciar azul e verde" (já que só tinham uma palavra pra as duas cores) do que "ah eles n tem palavra pra azul então não percebem azul" como é propagado como supostamente sendo esse estudo
Pois é! Mas pra quem é leigo e não tem uma base de metodologica científica, esse tipo de "detalhe" passa despercebido!
Eu sou leiga nisso, minha formação acadêmica é outra mas eu sou uma pessoa MUITO curiosa, adoro entender as coisas e eu JURO que nesse vídeo eu tive esse pensamento que você falou no seu comentário, eu pensei - mas será que não existe a possibilidade de eles apenas não diferenciam no sentido de classificação?? E não que eles não vejam de fato diferença? Além do mais o quadrinho de cores me pareceu bem pouco convincente e sério para se fazer um estudo (para não dizer zoado mesmo kkk) Mas como falei sou leiga, só fiquei com o pé atrás mesmo 😂 na época.
Parabéns!!!!! Verdadeiro trabalho de divulgação científica, sustentado em fatos e métodos , expondo eticamente erros ! Um exemplo de ciência
A Rita von Hunty fala sobre vários assuntos com autoridade de quem é catedrática, mas na verdade entende muito pouco ou nada sobre o que fala, e ainda contradiz a si mesma.
@vitoriaxavier286 com base na verdade, oras! Praticamente tudo que vi dessa pessoa está errado, não passa de vozes da cabeça dela!
e quando ela disse q não existia distinção de genero entre as tribos nativas da Ameerica, sendo que citou uma única tribo entre milhares
@@Marcelo-tz6du acredita que até na faculdade eu ouvi sobre essa teoria fajuta? Eu e meus colegas ficamos de cara com uma faculdade propagando um absurdo desses!
@@Hellocat-vn9uj a professora de sociologia disse em aula q não podemos condenar culturas, que é eurocentrismo, mesmo que sejam culturas negativas, pq é visão ocidental, deve ser tipo de coisa q ele quer defender
@@Marcelo-tz6dunão vi esse vídeo, porém fico pensando como é isso da tribo não distinguir gênero... As pessoas de lá nascem da união das pessoas independente do gênero delas(fui irônica)? Pois uma coisa é não haver distinção do gênero no sentido de não se definir como um ou outro deve ser e agir(talvez nessa tribo seja nesse sentido de n ter distinção), o outro é querer ignorar o fato da existência do gênero biológico, suas diferenças e influência sobre nós. E é isso q não gosto no pessoal da ideologia de gênero, pois eles ficam usando argumentos de forma falaciosa p querer ignorar a importância (no sentido de q nos afeta biologicamente de forma distinta) do gênero biológico.
Olá! Eu estudei uma vez uma teoria muito parecida com essa, mas se tratava de um professor e um aluno dos Estados Unidos estudavam uma língua indígena norte americana (Tarahumara). Trata-se da Teoria Sapir-Whorf. Essa teoria tem duas vertentes, a forte e a fraca. A forte caiu por terra por dizer que a língua determina a visão de mundo que temos. No entanto, a fraca ainda é interessante pois ela diz que a língua pode influenciar a percepção que temos do mundo. Acredito que valha a pena verificar para essa discussão que é, de fato, interessante.
Mas como se aprende uma lingua? Imagino tendo contato com um grupo de pessoas falantes do idioma. Logo, a visão de mundo dessas pessoas serão passadas para aquele que está aprendendo o idioma. Um imigrante inserido na sociedade de outro pais terá uma visão diferente de um estrangeiro que vive dentro da bolha de estrangeiros do seu pais. Conversar faz a gente mudar a percepção de muita coisa ao concordar ou discordar.
Parabéns André! gosto muito de seus posts. Lá vai um depoimento: adolescente viajei certa vez para a Bolivia e para o Peru tendo que enfrenta longos periodos em trens e onibus e nesta época melhorei meu espanhol e aprendo quechua. Como? conversando com crianças. Primeiro estabelecendo um clima de cumplicidade (ensinando e aprendendo palavrões e bobagens - crianças adoram e por serem mais puras, corrigem sem complexos). Não aprendi a falar como "nativo" mas a comunicação foi estabelecida e passei a ser respeitado por tentar aprender a língua local.
Esse vídeo apareceu para mim e por um acaso eu resolvi clicar. Ainda bem. Eu mesma já caí nessa de ouvir e espalhar com convicção porque fazia sentido para mim: eu estava apresentando um seminário sobre a Rússia no geral (história, política, cultura etc.) e em grupo. Eu estava falando sobre a política e falei algo que tinha lido rapidamente nas pesquisas da Guerra da Ucrânia - esse foi meu erro. O coordenador que estava me assistindo chamou a minha atenção e disse que estava tudo indo bem, mas que havia passado essa informação de forma errada. Ele me explicou (e para a turma) p que realmente havia acontecido, eu me desculpei e agradeci.
É muito importante que nos atentemos a essas coisas pequenas que mais tarde podem ser tão grandes, ainda mais pessoas a Rita que influenciam tantas outras. Mas como você mesmo disse errar é humano e eu super entendo ela; acontece. O que não pode é repetir o erro (e isso vale para todos nós, inclusive para mim).
Ótimo vídeo!😊
Há uns dois anos, ela recebeu encomenda para fazer um vídeo sobre as ideias de Paulo Freire. O video estava cheio incorreções conceituais sobre as ideias freirianas, e ela não fez nenhuma retificação posterior.
Sério?! Não vi isso. Apontaram os problemas do vídeo na época?
Tenho os dois pés atrás com essa galera mais "radical". Adoram usar qualquer assunto para embasar suas crenças. Estamos vendo isso direto hoje em dia. Ótimo vídeo.
não é exatamente o que a extrema direita faz também?
@@nouser2000 Sim. Exatamente. Por isso estamos vivendo neste país tão bagunçado! Hoje é mais importante defender o lado político queridinho do que usar a cabeça :)
@@AutoraBeatrizOliveira é mas um lado quer nos matar literalmente querida, é uma luta totalmente desigual
É qualquer galera, isso é soberba, isso acontece com acadêmicos também. Pessoas que não entendem a diferença de inteligência e sabedoria.
@@AutoraBeatrizOliveira E em "usar a cabeça", você quer dizer o que com isso?
Eita que eu fui mencionado no vídeo! ❤
Obrigado por fazer esse exposed da fraude desse estudo!
(Hoje não, Faro!)
Quando comecei a fazer vídeos, ainda não conhecia o canal do Glossonauta e ficava frustrado por não encontrar conteúdo linguístico em português. Meses atrás, quando encontrei (tardiamente) o seu canal e o do Alomorfe, fiquei feliz em ver mais gente produzindo conteúdo desse tipo. Português pra concurso e pra vestibular já é um nicho consolidado. Fico feliz de ver mais gente expandindo o nicho da linguística!
O MOPC Linguística tbm tá há um tempo aqui na plataforma.@@andremachadolinguistica
@@andremachadolinguistica Esqueceu de mencionar a Jana Viscardi, que também tem um canal de linguística.
@@avnereriksen Figuraça!
@@avnereriksen Acho que ela é do mesmo nicho da Rita: ciência subordinada à ideologia.
É padrão "daquela turma" usar aqueles que não tem fala, pra falar o que quiserem em nome deles
Precisamos de mais jovens fazendo esse tipo de discussão. Gostei muito do seu canal, é importante divulgar a metodologia científica.
Não perceber o azul como diferente do verde iria muito além de uma questão lingüística, poderia ser uma questão biológica mesmo e, como eu disse lá no vídeo sobre a reportagem da BBC, seria afirmar algo muito perigoso sobre esse povo. No fim das contas essa é só a versão moderna do "mar cor-de-vinho".
O que é triste é ver comunicadores que entendem das suas áreas expandindo as suas falas a áreas que sabem menos ou que desconhecem de todo. Ter a lingüística como algo suficientemente sublocado noutras áreas, como a filosofia, é um engano muito comum pelos motivos que já conhecemos, e é o que faz pessoas competentes - jornalistas, filósofos, historiadores etc - cometerem gafes do tipo. Nesse caso, não conferir foi algo um tanto irresponsável mesmo, mas todos erramos, acredito, se este vídeo chegar à Rita, acho que compreenderá.
Obrigado pela menção, e hoje não, Faro e desinformação! :)
Detalhe que dona Rita menciona esse exemplo do "mar cor-de-vinho" no vídeo original 🥲
Torço pra que, se a Rita veja esse vídeo, realmente entenda. Eu tentei deixar claro que não era um ataque pessoal nem uma crítica generalizada ao conteúdo (felizmente, parece que ela não fala mais tanto sobre linguagem). Mas você sabe o quanto esse tipo de ideia pega tração fácil e o quanto as pessoas se impressionam com esse tipo de "estudo", não dá pra deixar passar. Apesar de ter feito Letras, várias falas dela me deixaram impressão que o conhecimento dela de linguística é bem superficial e frágil, o que não seria um problema se ela não se metesse a falar disso. É uma das razões pelas quais eu não pretendo nunca falar sobre Literatura, muito menos sobre Marxismo em público. Não é a minha praia, não tenho base pra isso, e eu não preciso falar sobre tudo pra me posicionar profissional e politicamente.
Linguística não tem trema.
@@CodexSan Ele escolheu usar a gramática antiga, de antes da reforma.
@@nathalisilva9683 não existe usar "Gramática antiga".
É só pedantismo mesmo.
@@CodexSan Quem disse que não existe?
Irônica a tua acusação de pedantismo, justamente ao se incomodar com dois pinguinhos sobre uma letra, numa palavra perfeitamente compreensível...
Tem outro questionamento a ser feito: eles não distinguem as cores porque só tem uma palavra para ambas ou eles só tem uma palavra porque não conseguem distinguir as cores? O que é a causa é o que é o efeito? É possível distinguir?
Esse é um ótimo questionamento. Mas provavelmente eles conseguem distinguir as cores, só que o idioma deles se desenvolveu de uma forma da qual não era necessário uma palavra diferente para cada cor.
Existem idiomas que diferem azul claro de azul escuro, outros não. Mas de qualquer forma falantes desses idiomas conseguem perceber a diferença de tonalidade, só dariam o mesmo nome (igual nós fazemos)
Em teoria, é possível fazer algumas distinções: a capacidade de perceber diferenças entre cores está relacionada ao mundo da física e ao da fisiologia ao mesmo tempo (comprimento de ondas, visão e cérebro, por exemplo). Assim, não é uma "questão linguística" especificamente. Por outro lado, o uso (ou não) de uma única palavra para tonalidades diferentes de cores é uma "questão linguística" a partir do momento que há línguas que dispõem de uma quantidade de palavras maior para se referir a cores do que outras línguas. Logo, a partir desse raciocínio, não seria possível facilmente estabelecer uma relação de causa e efeito. Nesse sentido, seria mais apropriado falar em simultaneidade do uso da língua e da relação entre a realidade e a fisiologia humana (cumprimento de ondas, visão e cérebro, por exemplo). Que tal?
Acho que essa questão é bem simples de ser respondida.
Você diz que o céu é Azul ou Ciano?
Pq tecnicamente a cor do céu é Ciano, e Ciano não é Azul. E eu estou usando Português. Mas 90% vai falar que é Azul, ou Azul claro. Isso acontece pq essas pessoas não tem Ciano em seu vocabulário coloquial.
Porém, socialmente a gente tende a considerar Ciano um tipo de azul claro. Pras outras línguas é o mesmo princípio. Os sentidos fazem a distinção das cores em si, mas o vocabulário faz a cor ser agrupada junto com outra mais semelhantes.
Um ser humano normal consegue distinguir mais de 60000 tons de cores, e não temos 60000 nomes para cores.
Acontece que essa habilidade é irrelevante, apesar de hoje em dia ela ser mais importante, ainda sim é irrelevante. Quantas cores tem um arco-íris? A resposta correta séria 16.581.375 cores. Mas nós apenas selecionamos algumas que são mais importantes (por ter diferenças maiores entre elas) e ignoramos a maioria que são apenas "tonalidades de cores principais". Para a maiorias das pessoas é completamente irrelevante classificar e dar nar nome há todas as 16 milhões de cores que o olho humano é capaz de perceber. Por isso apenas lidamos com algumas cores principais, e algumas pessoas que lidam com moda ou arte trabalham com um leque um pouco maior de cores, ainda sim uma quantidade ridícula de baixa perto da capacidade do olho humano.
Bom,
Dando um zoom na tabela de cores utilizada na pesquisa é possível notar que ocorreu um erro na identificação do elemento com tonalidade verde diferente dos demais. Ele está no lado oposto aquelas que foram circuladas aos 4min do vídeo (cor 97 192 4). Ela é, de fato, diferente das demais cores da cartela.
Cliquei no vídeo cheio de receios, mas concordo contigo! A Rita errou e feio, e isso pode acontecer com qualquer um. Não tinha visto o vídeo dela, mas ver a discussão ser enriquecida é sempre muito bom
Que bom que seus medos não se concretizaram! Faz parte do jogo do TH-cam ter que chamar a atenção, mas eu juro que faço por uma boa causa!
Entrei com um pé atrás no vídeo achando que era hate gratuito mas achei muito respeitoso e entendi o ponto, muito bom
Não é uma situação isolada. É como academia principalmente de ciências humanas, de modo geral, opera, um espantalho atrás do outro… malabarismos retóricos e lógicos para defender o que convém.
Sim, infelizmente.
pós-modernismo e suas consequências
EXATAMENTE
Vídeo de TH-cam não é academia KKK
Ciências humanas usam metodologias de pesquisa diferente de áreas de exatas(minha área)
Se eu explicar integrais na internet não era falando sobre a academia, mas sim sobre minha percepção do meu conhecimento
Mas se eu escrevi um artigo e a banca aceitou sem referência e erros aí sim é a academia falhando
@@megalison4909 O que há muitas vezes é realmente falta de metodologia mesmo. Não falo nem de forma pejorativo, mas grande parte da área de humanas (facilmente a maioria) se quer acreditam em metodologia. Vai ver muito disso nos meios que são muito influenciados por Lacan,Merleau Ponty, Deleuze, Adorno, Nietzsche, Horkheimer e escola de Frankfurt basicamente. Pressumir uma metodologia para encontrar a verdade vira motivo de ser criticado como positivista (isso para eles é pejorativo). E isso é coisa antiga, José Paulo Netto já criticou a hegemonia desse povo lá no início de 2000 no curso sobre Marx
Muito boa, educada e paciente sua crítica. Guilherme / Rita com seu conteúdo de "cultura e política", presta cada vez mais desserviço a cada tema que aborda , e que por justamente vir do ambiente acadêmico, poderia oferecer conteúdo crítico e melhor embasado para quem se interessa pelos temas que aborda. Mas a questão é estar ávido por ganhar visualizações especialmente de quem não vai atrás de fontes seguras. Ou seja: o que é típico das redes que disseminam informação rápida muitas vezes sem avaliação crítica. Como se diz por aí: "pura lacração". Suas pautas vão de encontro ao que certos setores da chamada "esquerda identitária" defende e que muitas vezes decorrem de distorções de autores sérios no campo da sociologia e linguística para a construção muito particular de uma visão de mundo. Resultado é isso que está aí. Rita defende seu ponto de vista sob um aspecto também raso de Psicanálise, ainda muito freudiano. Ocorre que nos anos 20, Malinowski já falava para que os Psicanalistas estudassem mais antropologia social antes universalizar o Complexo de Édipo, pois ele próprio não viu esse fenômeno em tribos da Nova Guiné.
Gente, eu não conheço Malinowski! Fiquei curioso, vou procurar algo a respeito!
@@andremachadolinguistica os 3 maiores livros / estudos dele são atualmente editados pela Vozes. Malinowski foi uma grande influência para Wilhelm Reich
@@andremachadolinguistica Também gostaria de dizer que não tenho nada contra Psicanálise, pelo contrário, minha formação em Psicologia deve bastante a ela, especialmente a Escola Inglesa e, posteriormente a Jung e Reich. Mas é preciso sempre lembrar que há aspectos a serem refutados na Psicanálise.
Eu lembro que durante minha formação, li o livro Preconceito Linguístico de Marcos Bagno e fui olhar outros livros, percebendo que sim, existe uma forma CULTA/CORRETA de falar e escrever, mas que nem todos possuem acesso ao CORRETO/CULTO e que isso era reservado por MUITOS SÉCULOS as pessoas com DINHEIRO. O que não dá é para apagarmos esses séculos e achar que todo mundo vai simplesmente falar certo, corretamente, colocando vírgula em tudo da maneira correta (até eu devo ter errado um montão de vezes só no que estou escrevendo), imagina quem nem conseguiu chegar na universidade. Mas o que eu acredito, é que a língua ela tem a função de se fazer ser entendida. E é o que usamos quando dizemos que alguém é FLUENTE em OUTRA LÍNGUA. Não é se você sabe todas as palavras do alfabeto americano ou espanhol, nem se você sabe falar gírias francesas. O que difere alguém fluente do não fluente, é se fazer ser entendido, ter capacidade e conteúdo suficiente para que naquela conversa, a outra pessoa te entenda. Não sei por qual razão em português precisa ficar falando de forma perfeita, nem a galera de Portugal fala.
Outro problema que observo nos vídeos da Rita é a utilização do recorte epistemológico das ciências humanas para não dialogar com os outros ramos da ciência. Tudo bem que esse é um problema comum dos cientistas sociais, de ignorar pesquisas científicas dos outros ramos, mas, atualmente, não é possível fazer ciência de uma torre de marfim, ignorando todos os outros campos do conhecimento que contrariem de alguma forma sua tese.
O que eu já tive de debate com cientista social sobre biologia é brincadeira.
Eles não aceitam que 30% a 60% da nossa personalidade é determinada por fatores genéticos (visto que Marx dizia que essa é uma ideia eugenista e que 100% dos nossos padrões de comportamento são fruto do meio social onde fomos criados)
Eles também não aceitam que existem características genéticas que favorecem diferentes indivíduos em determinadas atividades físicas e mentais (visto que Durkheim não acreditava em dom natural e dizia que se alguém é bem sucedido em alguma área, é por que ela veio de família rica)
Parte deles defende que miscigenação é genocídio, sendo que é biológicamente impossível que a miscigenação cause um genocídio da raça negra sem antes causar um suicídio da raça branca. Não existe gene dominante na cor da pele. Abdias do Nascimento começou com essa ideia de miscigenação ser genocídio e na época o antropólogo Batista de Lacerda fez as contas matemáticas para descobrir quando a raça negra estaria extinta se a miscigenação continuasse sendo comum no Brasil, e determinou que na segunda década do século 21 esse processo estaria concluído.
Não preciso nem dizer que não aconteceu, por que é biológicamente impossível.
A parada é que cientista social não gosta de ciência. O método cientifico nas ciências sociais é diferente. Qualquer solução que não tenha um viés marxista não é bem-vinda.
Vale lembrar que todos os tópicos que eu citei já foram provados pela biologia, mas a estrutura tridimensional do DNA não tinha sido descoberta quando Marx estava vivo. Também não tinha sido descoberta quando Durkheim estava vivo. E mesmo os que viveram para verem os estudos do código genético se aprimorando ao longo dos anos provavelmente não tinham interesse em qualquer ciência que não fosse marxista
Isso é um problema comum de qualquer cientista.
@---ce7gq Não é. Para entender biologia, deve se entender geologia. Para entender geologia, deve se entender física. Para se entender física, deve se entender química.
Ciências humanas é a única ciência que quer ficar separadinha das demais. Nem com neurociência eles tentam conversar
@@oevandrorealconfia4762 Se você usa "ciência humana" de forma difusa, entende-se que você fala de História, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Direito, etc. Todas essas áreas conversam entre si.
O contrário também não é verdade? Diversos especialistas das ciências duras ignorando as humanidades? Ou até mesmo sem interesse de estudo sobre outros ramos.
1:30 Aqui, o correto seria "medeiam". O verbo mediar é chato, mas ele segue a mesma regra do verbo "odiar".
Dizemos eles "odiam" ou eles "odeiam"? Eu "odio" ou eu "odeio"?
O macete é se lembrar do verbo odiar pra conjugar mediar, intermediar etc.
Toque😂
Quase caí da cadeira com esse erro, ainda mais vindo de um estudioso da linguagem.
@antoniomarcos5321 e quanto a pesquisa e a leitura dia artigos que demonstram que a Rita não leu a respeito do que divagou? Esse é o foco do vídeo...
BBC News Brasil. "Idioma que falamos determina como pensamos". 12 de novembro de 2024. 285.000 visualizações. 20.000 joinhas.
Se me lembro das hipóteses e do vídeo, acho que a diferença fica nos termos "como" e "o que".
Esse lance de linguagem muda a percepção é baseado na hipótese de Sapir Whorf que não é muito aceita na academia mas é muito bonita para criar notícias e panfletos.
En todas las lenguas indígenas americanas que conozco, verde y azul se dice igual. Es una diferencia de tono, no de color. En portugués y castellano pasa lo mismo, verde tiene etymologia latina, y azul, persa. Creo que cualquier anthropólogo lo sabe.
Em japonês acontece esse fenômeno. Originalmente _"ao"_ se referia a verde, azul e até alguns tons mais neutros. Hoje utiliza-se _"midori"_ para o que chamamos de verde, mas o _"ao"_ ainda é associado à lâmpada "verde" do sinal de trânsito e a elementos da natureza, como árvores.
Deixando aqui minha contribuição. Depois, se vcs tiverem curiosidade, procurem sobre as afirmações que ela faz sobre "o primeiro caso de homofobia no brasil" em que ela fala sobre o Índio Tibira. Tbm procurem as fontes de onde ela tira a ideia de "Two Spirits" (Papéis de gênero entre indígenas Norte-Americanos) e divirtam-se!
rapaz, eu vi um video dela falando sobre isso e fui ver as fontes e caí para trás. Pior que ela fala disso como se fosse uma verdade com comprovação científica forte. Fiquei perplexo.
É o famoso viés de confirmação. Quem nunca ? Rsrsrsrs E isso acontece muito, com diferentes pessoas, pessoas sérias e muito bem preparadas, não se trata aqui de atacar a Rita. Alguém passa uma informação errada e a informação vai se disseminando e muitas vezes ninguém mais sabe de onde veio a informação original. Volto a afirmar, todos estamos sujeitos ao viés de confirmação e temos que estar atentos a esse respeito, mas nem sempre somos exitosos. E um dos aspectos importantes da ciência enquanto empreendimento coletivo é, exatamente, permitir que mediante o livre questionamento de outros pesquisadores, nossos vieses e distorções individuais possam ser apontados. Obrigado por ter feito esse levantamento da fonte e ter respeitosamente trazido o seu contraponto com base no estudo original. Acredito que quando uma discussão é feita de forma gentil, questionando os argumentos, mas sem agressividade e ataques à outra pessoa, todo mundo sai ganhando, parabéns pela postura.
meu deus, esse video apareceu pra mim na pagina inicial e nossa, que bálsamooooo. obviamente já vou ver os outros dois que voce sugeriu no final 😁
Que ótimo que você curtiu, Ricardo! Valeu pelo elogio e pela visita!
A crenças, ideologia e questões culturais interferem no que você quer estudar, em como fará o estudo e na interpretação dos resultados e essas questões culturais são transmitidas pela linguagem, não somente a verbal.
Olá, André! Primeiramente, quero te parabenizar não só por esse excelente vídeo, mas pelo canal como um todo. Você está fazendo um trabalho incrível de divulgação científica da Linguística. Com relação ao assunto aqui, venho de uma extensa formação na área, do bacharelado até o doutorado, e com base no que observei nos últimos 15 anos, vejo que a área de Linguística, pelo menos aqui no Brasil, foi bastante influenciada por outros campos de conhecimento que não são científicos, como a psicanálise e o marxismo. Não acho que essa influência seja necessariamente problemática, acho até que muitas reflexões interessantes podem emergir desse contato, mas definitivamente isso abre espaço para algumas ideias que não se sustentam e que vão de encontro com muitas evidências que temos hoje sobre a relação entre linguagem e pensamento. Com relação a hipótese de que a língua molda nossa percepção de mundo e a maneira como pensamos, para os interessados, recomendo a leitura de "O Instinto da Linguagem" e de "Do Que é Feito o Pensamento", ambos de Steven Pinker. Em alguns dos capítulos, ele explica de modo bastante didático porque essa hipótese é fraca e mostra outros estudos que derrubaram esse pressuposto.
Eu não sei ao certo, mas acredito que isso seja uma característica dos vídeos antigos da Rita. Ela era mais jovem e tinha menos conhecimento, e acho que ela não imaginava o quanto ela cresceria. Os vídeos dela hoje em dia são muito mais longos e ela costuma dar uma relevância muito maior às referências. Falo isso porque também revisito alguns desses vídeos antigos e costumam ser às vezes bem superficiais. Comecei a entender cultura e assuntos sociais a partir dela e ainda a acompanho e gosto muito. E apesar do erro, a discussão sobre linguagem e percepção da realidade ainda é muito válido. Quando a gente estuda uma outra língua, nossa entonação e modo de se expressar até muda, por exemplo
Torço pra que seja isso mesmo. Mas, na época, o alcance dela já era bem grande. Esse vídeo que eu mencionei pegou mais de meio milhão de visualizações. Não acompanho mais o conteúdo dela, a última vez foi em agosto desse ano, quando vi algumas coisas que ela falou em um evento da USP de São Carlos e fiquei de cabelo em pé (assunto para outro vídeo). Enfim, deslizes acontecem e, se ela melhorou, todo mundo sai ganhando!
Mas o vídeo continua no ar e o Guilherme nunca voltou a esse tema. Não é como se ele tivesse errado e reconhecido que errou. Isso que seria normal.
Há quem defenda fortemente o papel da língua na percepção da realidade. Recentemente teve um artigo na BBC Brasil sobre isso.
Sim, foi um dos motivos pra eu ter tomado coragem pra fazer esse vídeo. Um dos vídeos recomendados no final desse trata dessa matéria da BBC, aliás! 😉
É só inverter pra entender que o negócio das cores não pára em pé.
Eu chamo todos os cinzas de "cinza" mas eu saberia apontar um mais claro de um mais escuro, pq felizmente eu tenho um globo ocular, polegar opositor, etc.
6:25 simmmmm isso é horrivel 😢😢😢, as vezes queria ser um pouco menos macaco de tribo pra poder fazer analises cientificas menos enviesadas._.
Sempre estranhei meu costume de ver com os meus próprios olhos para acreditar no que narram do cotidiano (uma forma de ceticismo), mas agora entendi que isso veio do meu costume acadêmico, tanto do mestrado quanto do doutorado.
Um dos grandes problemas das ciências humanas no Brasil é que o nível de crítica nem sempre é alto, então não é raro encontrar uma pesquisa enviesada.
Dificilmente, na área de Letras, vejo artigos que derrubam ideias de outros.
Vim pelo pedro ivo, realmente um ótimo achado!
Gente, ele me recomendou?! Onde? Que legal! Obrigado pela visita e pelo elogio!
Excelente, eu quero só fazer mais uma colocação referente a má fé de muitos estudos e pesquisas "cientificas" que não se valem da filosofia.
Por exemplo, determinado estudo diz que é bom o consumo de cerveja em determinado aspecto, porém ofusca completamente os maleficios que a mesma causa, vamos ver quem financiou o estudo? Ah sim, foi um cervejaria...
O que eu quero dizer com isso é que além da investigação do metodo da pesquisa, vale também ver qual que era o objetivo a ser atingido e quem financiou o estudo!
Eu li algumas pesquisas quando houve a liberação da erva nos EUA, no Canadá... Colocaram a erva como uma panaceia e diversos usuarios bostejavam esses estudos as cegas. Os estudos propositalmente criavam circunstancias e narrativas a fim de distorcer a realidade por causa de fins financeiros, uma pesquisa cientifica exige alto financiamento e quem financia espera ter um retorno, seja o estado ou seja uma empresa privada, quando o estado vai fazer suas pesquisas e medir indices ele não quer que o crime, que a pobreza dentre outros, aumente durante o seu governo, e para criar uma falsa melhora ele manipula a pesquisa.
MUITOS E MUITOS dos ditos intelectuais, aprenderam a falar asneira de uma forma extremamente complexa que quem não entende do assunto pensa que a pessoa é super inteligente quando na realidade é um nivel mais elevado de idiota, algo como um Super Idiota. Essa Rita ai é um desses.
A preocupação com a fonte do financiamento (que geralmente é explicita no próprio artigo) é legitima. Contudo, vale pontuar que o método cientifico é a melhor ferramenta para desvendar os vários fenômenos da natureza e sociais.
Embora fraudes possam acontecer, existe uma grande quantidade de salvaguardas que são implementadas para evitar esse problema, tais como revisão por pares, reprodutibilidade, revisões sistenmaticas e iniciativas como o Retraction Watch, que rastreiam e expõem estudos retratados e explica os motivos disso.
Se há um objetivo escuso é muito difícil passar despercebido por muito tempo com uma comunidade inteira escrutinando seu estudo e tentando replicar os experimentos. A ciência, quando feita corretamente, se corrige.
O verdadeiro problema está na falta de educação científica da população, que muitas vezes consome informações de forma acrítica, sem entender como interpretar resultados ou diferenciar ciência de pseudociência.
Parabéns, metodologia é isso, se uma teoria não sobrevive uma mera checagem de fontes que dirá na aplicação prática. E quando atacam a própria checagem e se defendem ostentando títulos e autoridade aí já sabe, acabou a ciência.
Ou, pior, citando trabalhos que podem ter sido extremamente importantes para o desenvolvimento da área, mas que foram escritos décadas atrás, quando ainda não tínhamos acesso a ferramentas e desenhos experimentais mais sofisticados! 🤦♂️
Eu adoro a Rita e eu amei seu video, porque é sempre interessante que existam conteudos diversos que falem sobre ciencia e apontem os erros ou até deêm mais enfase em outros pontos não dados anteriormente, e você fez isso de forma muito respeitosa e muito brilhante, que bom que exista canais como o seu, e espero que a Rita veja seu video, e entenda da mesma forma que eu vi, achei interessantissimo!
8:43 mesmo que o estudo fosse replicado em diversos casos, a resposta à pergunta em 8:49 não necessariamente seria "sim", porque a causalidade poderia muito bem ser inversa: a percepção da realidade é o que primeiramente molda a linguagem, e não o oposto. eu suporia que uma tribo cujos membros são incapazes de distinguir entre o azul e o verde, mas conseguem distinguir entre tons parecidos de verde teria algum tipo de mutação em massa que afeta os cones oculares e que altera a percepção das cores. a hipótese sapir-whorf é muito duvidável.
Sou profissional de saúde e divulgado estudos cientificos em minhas redes sociais, mas SEMPRE chego as referências para entender se elas realmente são coerentes e adequadas ao que estou falando
1- É uma pena fazer um vídeo tão legal e ter que ficar fazendo parênteses pra amenizar os haters.
2- Parabéns, André, seus vídeos são bons e você está ficando cada vez mais didático.
3- Curiosidade minha: Sobre aquele filme A Chegada (Arrival) que leva Sapir-Whorf ao extremo, vi que alguns linguistas odeiam, talvez achem que ele ajudou a propagar essa teoria. Mas eu acho ele bem legal - como entretenimento - . O que você achou? Você assistiu?
Desculpe me meter, mas me senti tentado a responder a (3) enquanto psicolinguista. Eu amo e odeio ao mesmo tempo rs.
Entendo que cinema precisa de algo extraordinário e o filme foi bem útil para que as pessoas ao menos tivessem uma ideia do que é linguística fora dos muros de marfim. Em 2017 participei de ump pint of science com um astrofísico e um astrobiólogo por causa do filme e custei pra sair do bar pq todo mundo queria conversar comigo sobre a área. Por outro lado, o "extraordinário" que o filme usou é o que se conta por aí: você vai ter superpoderes por conhecer uma língua a mais. Acho que muita gente entendeu que fez parte da dramatização do cinema, o problema é despertar a curiosidade e, ao buscar leituras sobre o assunto, se depararem com discursos semelhantes.
Em tempo, ao contrário do filme, acho o conto original "história da sua vida" um tanto mais pé no chão, mesmo vestindo a mesma fantasia.
@mottafogo Legal seu comentário, acho que tem razão. Eu li o livro também.
Puxa, muito obrigado, Willian! Estou sempre tentando melhorar e é bom saber que estou no caminho certo. Sobre os parênteses... é parte do jogo, né? Não quero que pensem que é ataque pessoal nem que estou desmerecendo todo o conteúdo dela. Então, melhor prevenir. Torço pra que isso não tenha prejudicado o fluxo do vídeo.
Sobre "A Chegada"... não li o conto original mas, em relação ao filme, apesar de achar a mensagem muito tocante e delicada, de gostar da história dela com a filha e tudo o mais, eu não consigo gostar da obra como um todo. Talvez a narrativa acabe fazendo com que narrativas da versão forte de Sapir-Whorf acabe sendo mais palatável (e assimilável) pelo público leigo, o que eu acho um desserviço (você deve ter percebido que a versão forte dessa teoria é um dos meus ranços de estimação! rs). Mas o que mais me pega é dar uma "roupagem" de ciência real a algo que é totalmente fantasioso. Se não tivessem tentado explicar a "lógica" do que acontece com a linguista através da hipótese Sapir-Whorf, abraçando totalmente um aspecto fantástico e irreal da narrativa, talvez eu conseguisse me divertir. Do jeito que foi feito, pode funcionar para algumas pessoas, mas eu não consigo destorcer o nariz. Talvez isso me faça um xarope, mas pra mim é uma obra muito indigesta, assim como 1984, por motivos que você com certeza consegue imaginar 🫠
@@andremachadolinguistica quais motivos tu não gosta de 1984?
@@andremachadolinguistica😢 fizeram um filme totalmente ruim?
acho que todo mundo que a gente admira a gente também deve ter um olhar crítico sobre, se não fica como fã de diva pop. desde que a rita fez uma leitura bem rasa do trabalho do Heidegger (que deve ser sim criticado pela sua postura política, mas que também trouxe contribuições imensas na filosofia) eu fico com meu pé atrás.
"Fã de diva pop" - ótima comparação!
Pensei a mesma coisa esses dias! Escrevi um texto e usei um vídeo dela de certa maneira, e não consegui encontrar as referências dos materiais que ela cita. De toda maneira, consegui usar, mas ela realmente não apresenta embasamento teórico do conteúdo que produz.
Tenso, né? Lembro que ela mencionava o autor, mas não a obra, capítulo, etc. Espero que tenha mudado de postura nos últimos tempos.
Já ouviu falar em erro em cascata? Funciona assim por exemplo: um médico consulta um especialista para tratar um determinada doença se o especialista errar isto faz com que outros médicos repitam o erro
Ja vi youtuber que fala de fisica e afins usa estudos para fundamentar seu ponto, mas esses esdutos na verdade apontavam o contrário...
Até ela?! Sério?! 😨
Meus Deuses!!! Quero ser assim quando eu crescer!!
É incrível como sabemos que precisamos checar esses detalhes, mas na correria do dia a dia são completamente ignorados!!!
Ótimo vídeo!!
Ciências humanas tem muita gente assim, fala e eu acredito, nem vou atrás kkkkkk Acho que ela não caiu em armadilha, ESSE POVO sabe o que é errado e mesmo assim usa em prol de sua ideologia
Muito obrigado pelo vídeo!! Tudo o que vc disse é o que tenho tentado dizer sobre publicações científicas desde o Covid. Hoje vivemos uma crise da "verdade" por causa de resultados "pseudocientíficos".
André, primeiro parabéns pelo vídeo e pelas referências nele apresentadas. Tendo a concordar com o ponto central da discussão trazida pelo vídeo. Contudo, nunca vi autores psicanalistas falarem de diferenciação de percepção da linguagem por conta do idioma em que se fala.
Isso seria uma discussão para linguistas.
O que se tem discutido no campo dos estudos em psicanálise, principalmente a de base lacaniana, é que a linguagem (e não a língua) é algo que nos é apresentado desde o nascimento e que vai mediar nossas relações ao longo da vida. O sujeito é o resultado da reação do discurso do outro.
A psicanálise não trata fas diferenças entre linguas. Ela é um saber sobre a linguagem.
Penso que há uma confusão entre língua e linguagem na base dessa discussão.
Abraços 😊
Mesmo supondo um caso hipotético onde o estudo fosse verdadeiro, como eu poderia isolar a causa do fenômeno em um comportamento linguístico e ignorar, por exempo, a possibilidade das células que ajudam na percepção das cores estarem de alguma forma alteradas devido a fatores genéticos surgidos em uma população altamente específica e isolada? Qualquer tipo de afirmação na ciência deve ser feita com muito cuidado.
Sim, não é tão simples assim quanto o vídeo da Rita von Hunty/Tempero Drag leva a crer
E sem falar que nem precisa ter um nome especifico para a cor. Você pode simplesmente usar uma cor de referencia e dizer que é uma versão mais clara ou mais escura, etc
Exato!
Perfeito. Como é bom ouvir alguém que entende o que é método científico. Pelo mundo todo, inclusive nas melhores faculdades do país, o rigor do método científico tem sido deixado de lado em prol de resultados que corroborem a tese e isso é um perigo incomensurável.
Parabéns pelas reflexões! O uso adequado dos procedimentos metodológicos nos ajudam a evitar essas armadilhas. Abraço!
O mais provável é que todo mundo vê os mesmos tipos básicos de cor independente de cultura e idioma, mas no caso de subcores muito próximas, quem é de um idioma que não tem palavras para diferenciar essas subcores, leva alguns segundos a mais para perceber a diferença do que uma pessoa de um idioma que tem palavras diferentes para elas
É isso mesmo, Bruno! E, mesmo assim, é questionável. No português, termos como magenta e ciano não são comuns, a não ser entre quem trabalha com algum ofício relacionado a cores. Um designer, por exemplo, como tem treinamento mais extenso, provavelmente vai ser mais rápido em classificar um tom como sendo mais puxado pro ciano ou pro azul mais rápido do que a média da população. Mas isso não significa, de modo algum, que só o designer consiga diferenciar uma cor da outra.
Que vídeo excelente. Muito satisfatório ver alguém realmente explicar sobre esse assunto. A Rita é arrogante e acha que sabe tudo.
Ela não é única a falar isso, tem até um Ted Talk famoso sobre isso. A primeira vez que ouvi essa história foi pelo André Souza (neurocientista) no nerdcast.
O da Lera Boroditsky, né? Aquele TED é triste. Ainda que os dados que ela apresentam sejam verdadeiros (e pelo menos alguns eu sei que são questionáveis), a explicação que ela dá não é a única possível nem necessariamente a mais rigorosa.
Esse é UM dos erros da esquerda, essa obsessão em enaltecer o grupo q eles acham oprimido (nesse caso drag queen). Há uma cegueira enorme,por parte dos canhotos, de ver que, nem sempre quem é LGQQIA+, está correto em suas afirmações (assim como qualquer ser humano????) e isso é algo extremamente prejudicial para eles mesmos. Se vc for discutir com alguma pessoa de esquerda diga que faz parte desses "grupos oprimidos", veja eles "amassiarem" a voz/jeito com vc e a probabilidade deles concordarem com você sobe 60%
Nem tudo é ideologia ! "Ideologia, é uma fórmula política que promete à humanidade um paraíso terrestre; mas, na verdade cruel, o que a ideologia criou é uma série de infernos terrestres.¨- Russell Kirk
Sempre que me pego internalizando alguma informação inconscientemente eu me forço a ir checar se é verdade ou não. O problema é que nessa brincadeira as vezes passam horas e nem dá pra chegar em nenhuma certeza... Talvez seja essa a beleza do conhecimento?
é podice
Talvez não seja a única, mas com certeza é uma das belezas do conhecimento!
A influência da linguagem na forja da nossa realidade é algo que pode chegar até a mudar nossa experiência do tempo, nos fazendo até voltar ao passado dependendo de como nos comunicamos, isso foi comprovado no documentário Arrival
E essa nem é a primeira vez. E a ontece demais no caso dela.
Eu só consigo pescar problemas quando se trata de linguística. Houve algum outro caso feio desse tipo?
@andremachadolinguistica não em todo caso, André, mas algo que talvez se encaixe na sua área, pra mim pelo menos, uma fala dele (versão não drag) problematizando o hino nacional, dizendo que foi deliberadamente composto/escrito para não ser compreendido pelo povo; apenas para servir a elite (algo nesse sentido). Mas foi algo dito numa entrevista, tá? Então não sei como avaliaria isso.
Curioso o TH-cam ter me recomendado este vídeo pois me remeteu exatamente uma conversa que tive na pós graduação anos atrás acerca de uma situação similar. Quando fiz pós lato na área de design, lembro de um professor usar o mesmo contexto para descrever que os esquimós reconheciam vários tons de cinza mas não verde e azul, e usou exatamente o mesmo contexto do circulo de cores e que em um "estudo" eles não reconheciam a cor. Lembro que isso causou um espanto geral na turma, mas fiquei com o pé atrás.
Anos depois fiz pós strictu na linguística (sou do vale da semiótica francesa 🙃) e logo no começo do programa tratamos disso em sala...é engraçado que alguns colegas relataram que já tinham ouvido esta história também com outros atores e temas...eu não vi o vídeo da Rita e estou sabendo dele por aqui, o que me chocou um pouco pela surpresa em ver novamente este tema.
Eu falo muito isso para meus alunos, existe cientista e existe "science worshiper", que não são nem os canais que tratam de assuntos científicos, mas essa práxis de buscar de forma muito superficial um tema que é extremamente complexo e sem embasamento ou chancela de uma universidade ou revista científica com aquela fina camada de sensacionalismo perfeita pra um vídeo considerado "científico".
O que já vi de canais "explicando" semiótica, cada um de um jeito se baseando na mesma fonte também não está escrito.
Ah, em tempo, parabéns pelo vídeo...raro ver linguistas na plataforma.
Obrigado pelo seu comentário e pela ponderação das suas colocações. Esse seu conceito de "science worshipper" é certeiro. Esse tipo de prática está por todo lugar, de TH-camr sendo superficial a portais de notícias reproduzindo conclusões extravagantes e distorcidas que nem os próprios trabalhos mencionados sustentam. Esses boatos com verniz científico, como a história dos esquimós, volta e meia ressurgem do além pra nos assombrar, e aí temos que ficar fazendo contenção de danos. Mesmo assim, seguimos em frente! 🤗
Não é a primeira vez que ela faz isso. Mas tá valendo pq "ela é validada pelos semelhantes"
Quais são os semelhantes?
@@AylaKilseAparentemente são deuses oniscientes.
Já sabemos o que você quis dizer, mas ficaria melhor dar a cara tapa
@@AylaKilse Os marxistas que desejam o comunismo pleno no mundo.
E não é porque não se consegue expressar a diferença que ela não tenha sido percebida, são duas dimensões diferentes do conhecimento. É como dizer que a consciência entre o claro e o escuro é questão de linguagem; obviamente, se ambas se chamassem claro, o modo de se comportar entre as condições revelaria a diferença tácita.
Essa é uma das coisas que mais me desanima de abraçar ideais políticos. É sempre a mesma história, grupos de pessoas se achando os donos da verdade moral ou intelectual usando os termos "falácia," "anti científico," "desonesto" etc, para se referir a qualquer um que pense diferente. No fundo esses termos acabam virando apenas significantes vazios.
Se fosse assim, por nao ter distinção clara entre permanência e transitividade em seus verbos (ser e estar) anglofonos não conseguiriam diatinguir entre algo temporario ou permanente.
Seu vídeo é muito importante, e tenho tirado a preguiça do sofá pra verificar as referências, mesmo que em inglês (não sou tão bom com termos as vezes muito específicos de alguns artigos), pra ver se os estudos são inconclusivos ou corroboram pouco com o que é falado no vídeo, seja de quem for. E com isso, vamos complexificando nosso pensamento crítico!
iniciei o vídeo com um pé atrás, mas procurei as informações e as fontes, o vídeo está certo quanto a apuração. Muito Obrigado!
Essa parte da visão de mundo de Rita Von Runty é a mais distante do marxismo que ela advoga, totalmente influenciada por um pós-modernismo anti racional e "desconstruídor". A parte do pós-modernismo que eu defendo é o questionamento dos valores, costumes, tradições etc, mas quando tenta "explicar" a realidade, o negócio fica feio mesmo.
Por que questionar os costumes e tradições? Fazendo isso você não vai contribuir pra que novos costumes e tradições passem a existir?
Sou Sóciologo e é sempre triste ver colegas reproduzindo o mesmo (baixo) nível de argumentos que se vê em redes socias, mesmo sabendo que eles estudaram o bastante para saber que não é bem assim.
Muito bom te encontrar.
Ótima explanação! É muito comum que as pessoas aceitem algumas hipóteses sem séria comprovação, simplesmente porque simpatizam com a pessoa que as difunde ou com suas ideias. A partir daí vão fazendo vistas grossas às inconsistências da narrativa, sutis ou mesmo evidentes. É lamentável que muitos fazem e sustentam a base de suas crenças e "certezas" porque alguém disse isso ou aquilo, que até pode ser verdade mas sempre é bom questionar.
não é o idioma que vai definir a percepção das pessoas para as cores. É exatamente o contrário
Como alguém da Comunicação, não dá para dizer que só a palavra define ou molda, mas que é sim um elemento a mais na mudança de percepção
Só considero perigoso definir o estudo da linguagem como algo não científico (deu a entender pelo menos), colocando as outras ciências como elementos não subjetivos e exatos, isentos de erros e vieses, ou mesmo pseudocientificos
Discussão muito interessante! Obrigada pelo algoritmo me indicar este vídeo. Parabéns pela discussão lúcida!
OBS.: que tempos sombrios são esses em que se tem que dizer explicitamente "não xinguem" em um vídeo que está sendo educativo para apontar para algo que TODOS nós estamos suscetíveis... mas é isso, vamos que "de grão em grão", nós aprendemos uns com os outros.
Achei interessante você mencionar isso, pois no meu caso acontece algo parecido - sou mestrando em Estudos Literários. Percebo que quem critica essa ideia de a linguagem construir a realidade, ao discutir objetos artísticos, muitas vezes os trata como algo isolado da realidade social e cultural, como se houvesse uma qualidade intrínseca e objetiva no objeto, independente das relações sociais, que o tornasse automaticamente belo. Gostei muito do seu vídeo. Parabéns!
Eu sou fã da Rita Von Hunty, mas já vi afirmando coisas absurdas sobre conceitos de arquitetura e de urbanismo, que relevei por não ser sua área de especialidade, mas que me chamaram minha atenção pois ela também não fez referência. Certamente foi replicar uma fala tendenciosa e não confirmou. Mas, tá perdoada... 😄😉
Sério? Triste saber disso. Pode me dar um exemplo? Fiquei curioso.
@@andremachadolinguistica num vídeo ela generalizou afirmando que os arquitetos modernistas defendiam os grandes vãos e espaços hostis, pela estética e segregação do espaço, citou o MASP, como exemplo, da Lina Bo Bardi. Quando na verdade, a hostilidade espacial veio do mau uso dos proprietários e não do projeto do arquiteto modernista. Aliás, as superquadras do Lúcio Costa e o grande vazio abaixo do MASP e do prédio do MEC(RJ) eram propostas para devolver como público, o lote urbano entre as edificações com grandes calçadas e espaços de convivência. A proposta era essa! Era uma premissa do urbanismo modernista. Pode não ter funcionado por outros fatores, mas não podemos afirmar que foi da lapiseira do arquiteto que surgiu isso, até porque 99,9% de nós cumprimos exigências de governos e de clientes, raramente construimos e vendemos livremente o que criamos.
Teve outra expressão que ela repetiu em vários podcasts sobre racismo urbano, dando a entender como se houvesse um projeto técnico intencional dos arquitetos e urbanista em criar as comunidades e áreas desprovidas de infraestrutura sanitéria ou de transporte. Mas, de novo, 99,9% dos arquitetos e urbanistas apenas atendem a exigências de governos ou investidores, estes sim, com autoridade de escolher onde e quando vão aplicar o dinheiro e lindos projetos. A expressão Racismo Urbano tende a transferir a culpa aos profissionais e não aos verdadeiros culpados. Ao mesmo tempo, o povo por ignorância, entende que o arquiteto existe para satisfazer capricho de decoração de socialite, quando na verdade, somos os únicos profissionais que estudam leis ambientais, urbanisticas e construtivas para gerar espaços seguros, sustentáveis e salubres. Mas, esta ignorância sobre a importância social do arquiteto é bem vinda para os especuladores de mercado e governos, pois os engenheiros civis podem assinar mas não podem julgar pois não estudam essa parte, ou seja, podem achar "frescura"ou "vi@d@gem" de arquiteto muitas pautas ambientais e sociais. Enfim, desculpa o desabafo.
@@andremachadolinguistica eu escrevi, mas as respostas sumiram.
Me vem a mente o nome de dois autores... KARL POPPER e CARL SAGAN, as obras destes o quão mudaram minha visão e abordagem de tudo que pesquisei desde então!.