O acerto da pós-modernidade no ataque ao método formalista da ciência - cujo valor é positivo - está na positividade mesma investida no método fundado em axiomas, a incapacidade de autocrítica quanto ao ideológico, na busca por "neutralidade". O problema na pós-modernidade é mais crônico, em geral, a incapacidade de constituir uma boa crítica de qualquer fenômeno que não seja estético, esvaziando a universalidade de fenômenos sociais em prol do fragmentário, dos micro-devires. Já nas ciências, acredita que atacar a identidade abstrata, a identidade fixa das relações matemáticas ou físicas resulta em uma abertura "para o novo". Ainda que seja uma identidade fixa, ao menos toca na compreensão objetiva do objeto como tal, faz parte do pensar sobre o objeto numa experiência ou no mero pensamento. Nesse sentido, a epistemologia se torna selvagem e não quer mais dizer algo do objeto, mas "simplesmente deixar-se dizer", no fim dizendo qualquer coisa, como com Deleuze e o infinitesimal. Hegel tentou isso e fracassou na filosofia da natureza. Mas renegar mesmo os princípios formais da lógica sem uma perspectiva de superação só deixa aquém que qualquer pragmática possível do objeto.
O problema dos pós-estruturalistas é que não há auto crítica. Pensadores como Foucault são intocáveis, foram construídas teorias tão alicerçadas em opressões realmente imorais que através da moral se blindam como pseudo-perfeitas. O ponto é que qualquer premissa está sujeita a adaptações, correções e críticas, mas o fanatismo acadêmico pela tendência pós-moderna (supostamente mais cult e sofisticada) impede que se faça críticas, de um modo até mesmo fascista: críticos são interpretados automaticamente como preconceituosos e cancelados sem nenhuma reflexão nos espaços públicos de discussão como na academia. Experimente como aluno(a) de uma universidade pública questionar conceitos como o do lugar de fala e ou da incompatibilidade na adequação de muitas teorias decoloniais francesas com a realidade brasileira e já receberá certamente perseguição. O mecanismo de perseguição social aos opositores ou críticos é típico do totalitarismo, do fascismo e ainda usado sem a menor vergonha na cara. É por isso que muita gente se afasta, falta diálogo.
Daniel, isso que o Mlodinow fala sobre como a autoridade nos molda inconscientemente é algo que as filosofias antigas já apontavam de maneiras brilhantes. Confúcio destacava o papel das hierarquias na harmonia social, mas sempre ligado à ética, ou seja, entendendo os seus limites. No Egito, a ideia de 'maat' mostrava o equilíbrio entre ordem e caos, e Platão, com o conceito de metaxy, nos falava desse espaço entre opostos, onde o sentido é construído. Hoje, sinto que estamos num momento em que precisamos superar o cinismo e o simplismo. É aí que a pós-ironia e a meta-ironia entram: uma nos convida a levar as coisas a sério de novo, com consciência, e a outra traz a volta das grandes narrativas, mas sem ingenuidade, com a noção de que essas histórias têm limites. E ainda assim, talvez isso não seja suficiente. É aqui que Ailton Krenak e a Ontologia Orientada por Objetos (OOO) podem ajudar. Krenak nos provoca a ver o mundo sem o filtro do antropocentrismo, a entender que montanhas, rios e florestas têm sua própria voz, também tem sua própria agência. Já a OOO nos desafia a reconhecer que os objetos têm realidades independentes de como os percebemos. Essa mudança de perspectiva nos faz olhar além do humano, sem perder o contato com a realidade prática - porque, como bem sabemos, dá pra descambar em ideias muito perigosas e, francamente, bem idiotas, especialmente se formos por caminhos como os de Nick Land. Mas o que me parece mais urgente, no fundo, é olhar para as contradições. Não como aberrações, mas como algo inerente à nossa experiência. Na verdade, somos obcecados por elas: algumas contradições são adoradas, quase veneradas, enquanto outras são rejeitadas como erros ou falhas. Mas, como as estruturas de autoridade, as contradições não são nem boas nem ruins; elas são. E é por isso que é hora do pensar-agir ou do agir-pensar. Não basta revelar as contradições do capitalismo; muitas vezes elas não assustam porque as pessoas acreditam nelas, se acomodam nelas. É preciso criar novas contradições. É isso que a arte faz. É isso que a poesia faz. Explorar as margens do pensamento, criar rachaduras na lógica estabelecida, abrir espaço para o que parece impossível ou impensável. Escrevi mais sobre isso em "A Condição Meta-Irônica", mas deixo aqui o que considero a maior meta-ironia de todas: nós somos poeira das estrelas, o universo fragmentado olhando para si mesmo. Essa ideia, que parece tão grandiosa, carrega também um abismo. Quando olhamos de volta para o universo, o que vemos é o vazio, a indiferença. É tudo muito grande e muito frio e, ao mesmo tempo, muito, muito vazio. O problema é que quando olhamos demais para o abismo, como Nietzsche já dizia, o abismo olha de volta. O que fazemos com isso é a nossa escolha - e talvez a maior das contradições.
Acabei de assistir neste mês de Dez 2024 o anuncio do Brasil Paralelo sobre esse caso Sokal. Já "fiquei com o pé atrás", fui logo pesquisando a respeito e cai no seu vídeo. Essa turma espalhou tanta fake durante a pandemia e a agora querem vender esse conteúdo importunando os usuáriios.
5:45 inclusive na pandemia o artigo que defendia a cloroquina foi publicado numa revista predatória sem cediibilidade alguma, no entanto, sabemos que isso foi suficiente pra gênese eficaz de toda uma geração antivacina...
DISLIKE! Esse é o cara com mais dor de cotovelo que já vi entre os intelectualóides corporativistas na Internet. E vem com ataques Ad hominem, carregados de sofismas e contrassensos grotescos! Um boca aberta desses é o retrato da DECADÊNCIA acadêmica brasileira, principalmente nas tais ciências humanas. 🤢
@@paulosousa9430 Não é uma questão de infelizmente, mas sim de que a esquerda dominou todos os locais da cultura nacional. Mas por que se denominam minorias, se em tese estão com a chamada superestrutura? Alan Sokal apenas comprovou o óbvio que se passa nas universidades, e eu faço um adendo: é o que tomou as universidades brasileiras também. Quando eu li o caso do Alan Sokal pelo Jacques Bouverresse, fiquei de queixo caído. Como um caso desse ficou quase 30 anos sem nenhuma repercussão nacional, apenas no Brasil??? E ainda mais, professores de esquerda no Brasil estão utilizando o caso a favor da própria esquerda (isso está sendo rotulado ao direito), a ideia de uma subjetividade linguística. Mas o caso não foi apenas sobre a verbalização em sentido falado, mas também no sentido ideológico, ou seja, eu enquanto discente preciso me regular de acordo com as vontades estabelecidas no meio acadêmico, que é em sua maioria conteúdo de esquerda.
Cara eu sou cientista e materialista. Comecei a ler pós-modernos por meio da sociologia da ciência. A qualidade varia entre autores, e às vezes as metáforas com as ciências vão longe demais (algo comum em todas as humanas, inclusive no marxismo), mas de modo geral acredito que a ciência contemporânea fornece muita, mas muita validação das propostas centrais do pós-modernismo. Começando na física estatística, passando pela relatividade, física quântica e as bases da matemática, e chegando na computação, biologia e teoria da probabilidade. Nesse sentido a "reação" e "enrolação" é da parte de vocês, materialistas arcaicos, insistindo em não ver tudo que o século XX e XXI produziram em termos de ciência, usando noções de cientificidade e metateoria do século XIX.
@@bogda1917 se você é materialista, deve saber que o pós modernismo é puro idealismo. Eles por exemplo jamais admitiram que o mundo exterior é, o que é justamente a posição dos materialistas. E a implicação dessa posição dos pos modernos tem uma consequência brutal de pura reação, por exemplo a questão da verdade. Os pós modernos jamais superaram a positividade da verdade, eles acham que verdade é uma tese metafísica, porém não. Ao rejeitarem uma ontologia materialista e se apoiarem numa falsa ontológia que se apoia no discurso, a linguagem passa a ser a ontologia, eles caem no negacionismo, no negacionismo do próprio real. Nesse aspecto, do negacionismo ontológico, que é negacionismo da própria coisa, Olavo de Carvalho e Pós moderno são iguais.
Além disso, a Social Text, a revista em q o Sokal escreveu era de ensaios... isso dá mto espaço pra q a galera faça uns textos mais exploratórios... mas isso tá no contexto das Science Wars e um certo ataque às ciências humanas.... mas já fizeram o teste com revistas da área de exatas,, escreveram artigos através do GPT com dados falsos e passou em várias revistas q tinham revisão de pares (eram menorzinhas), mas é assim mesmo, às vezes passa um treco q só vai ser avaliado com um pente mais fino depois, mesmo nas revistas com processos mais adequados.
O livro não é uma merda, o livro é muito válido pra gente entender que quando pensadores renomados se enveredam sobre assuntos que eles não dominam e não tem muito cuidado sobre isso, aí sim vai dar merda. Este é o objetivo desse livro.
Ah, pois é, eu na época gostei da provocação, pois era muito difícil criticar a linguagem dos pós-modernos. Mas não podemos dizer que Deleuze usou rizoma pq ele estava pensando em mandioca, né?
@professorluciojunior3998 cara desse jeito que vc fala ficou engraçado hahaha. Confesso que nem lembro mais dessa parte. De bate pronto eu lembro mais das coisas relacionadas a física, Latour e kristeva falavam umas groselhas
Tem um episódio sobre o caso Sokal no podcast Front da Ciência, da UFRGS, apresentado por Jeferson Arenzon, Jorge Quiilfeldt e Marco Idiart. O objetivo foi totalmente invertido propositadamente paralerdos...
Dr. Daniel, o senhor faz coro a Nietzsche em relação ao abandono da Vontade de Verdade. Mas no vídeo, o senhor también faz coro a todos que dizem que a Brasil Paralelo é um veiculo mentiroso e que nâo leram nada do que dizem (como de fato é). No vídeo vc también questiona a credibilidade metodológica da revista que publicou o artigo. Então fica a duvida, se é válido que devemos abandonar a Vontade de Verdade, então onde está a nossa legitimidade para exigir que a Brasil Parelo fale a verdade, para questionar a metodologia de revistas e pessoas. Na arena publica a Brasil Paralelo teria a mesma legitimidade política e científica que a gente ou que um cientista (seja das ciências naturais ou as do espírito ou humanas). O Pedro Ivo pemsa mais ou menos assim, daí a importância de se buscar a verdade, não para semos o seu dono, mas pra pelo menos escancarar a mentira deles. Penso que ele está certo.
pois então, como formada em direito e que tem pais doutores, eu sou uma defensora da academia, embora reconheça que ela tenha falhas. Concordo com todas as críticas, embora acrescente que há limites para o procedimento de revisão de artigos às cegas.
Eu li o Imposturas Intelectuais, mas não quero dar carteirada. Só queria dizer que os autores recusam a demarcação popperiana.... muitos que citam esse livro , como Ronaldo Pilati, não mencionam esse detalhe.
Daniel, que tal vc demonstrar o seu conhecimento e sabedoria ao invés de somente ficar expelindo pela boca e dedos o produto final dos seus intestinos.
Esse tipo de comportamento deliberado de desinformação em ciência exige, obriga o meio acadêmico a se organizar, estruturar para combater essa difamação. Vale começar a direcionar parte do orçamento para essa conscientização do publico geral. Enquanto estivermos somente nessa forma amadora e de pequenos divulgadores, que tem seu valor, não dá pra combater essa estrutura grande de desinformação
Daniel, na época adorei a "trolagem" do Sokal, pq pós-modernismo era uma modinha insuportável. Mas hoje eu reconheço que quando Deleuze pegava o termo rizoma, não é pq ele estivesse pensando em raiz da mandioca.
O podcast ciência suja fez um episódio so sobre revista científica predatória, que dialoga muito com sua fala e a problematica associada pela confiabilidade
@@ladislau. Não. Depende do sistema de conhecimento que vc está trabalhando. Por exemplo, em ciência contemporânea (digo, ciências da natureza e saúde), a maioria dos cientistas trabalha com a noção de que é possível falsificar uma tese ("mentira"), mas não comprovar que ela é "A Verdade", apenas que ela é um modelo provisoriamente bem sucedido. Também é possível definir sistemas lógicos em que o valor de "verdade" de uma proposição varia entre zero e um, e para fins práticos nunca usar o valor um ("verdade"), a exemplo da lógica fuzzy e da teoria da probabilidade/estatística, o que é o fundamento de boa parte do conhecimento técnico produzido hoje. De um ponto de vista pragmático, compartilhado por pós-modernos embora não exclusivo a eles, a existência de "uma única verdade" é algo insondável ao ser humano pois exigiria um acesso livre e imediato à toda a realidade material, o que é termodinamicamente impossível pois todo ser humano só funciona a partir de uma localidade (ou seja, uma parte da realidade). Desse modo temos que construir individualmente e coletivamente o que é verdade (ou aceitável) e o que é mentira, e nesse ponto podemos dizer que algo é verdade ou mentira de maneira local (isto é, sem pressupor que existe algo absoluto chamado mentira). Isso pode parecer abstrato no discurso, mas é algo muito prático do dia a dia. Por exemplo, em historiografia há todo um debate sobre como abordar a confiabilidade de uma fonte (e.g. um documento antigo), havendo uma percepção compartilhada sobre o que seria uma proposição falsa a respeito de documentos históricos. Em direito, é corrente o uso da expressão "verdade processual" para se referir ao entendimento que um processo judicial pôde extrair das provas apresentadas, algo que tem toda uma técnica de valoração de provas. Quando o Daniel fala em mentira, me parece óbvio que ele faz uso do termo mais ou menos dessa forma porque pela própria visão de mundo dele não há de se falar em absolutos.
Bom, Daniel, meu querido, eu tenho e li o livro do Sokal / Bricmont, com os dois pés atrás, talvez, por um preconceito: à sua origem: Louvain. Eu convivi com alguns colegas de Departamento e até, de outros Departamentos, na UFRJ, que fizeram Mestrado e Doutorado em Louvain e a minha impressão... Hummmmmm...
Vou ler ainda ele todo o livro do sokal mas lendo ja no início vc percebe a fanfarronice que ele faz, que é justamente o q ele critica nos filosofoso mencionados no livro, que é falar de algo que não se conhece. Ele julgou muiito baseado num estereótipo de que os filosofos criticados no livro diz que jao existe verdade ou que as leis da fisicas são contrucoes humanas. Ou seja, ele nao quis entender quis desmoralizar de cara logo.
Sokal fez um excelente trabalho expondo esses charlatões. Recentemente também tivemos o "Grievance studies affair", que revelou como algumas áreas das humanas está , de fato, completamente infectada por militância, pseudociência, etc...
Cara, exemplos de problemas, encontrados ao longo do processo de desenvolvimento das ciências humanas, são parte da materialização do próprio método científico. É impossível que ocorra sem erros, contradições, disputas, exatamente da mesma forma que ocorre com as ciências exatas. Isso faz parte da construção das ciências desde seu nascimento. Agora, por favor, associar o caso sokal com militância não faz sentido. E outra, você acha que nas ciências exatas isso não existe?
James Lindsay do "Grievance studies" é um maior charl atão que qualquer um desses acadêmicos medío cres de estudos de gênero. E o trabalho do Sokal foi desone sto na medida em que ele insinuou que esse é um problema exclusivo de humanas enquanto o problema acontece também em área de exatas e biológicas, como mostrou a Dr. Fatima no vídeo "the physicist who tried to debunk postmodernism".
Falar sobre rigor acadêmico enquanto usa evidências anedóticas e argumentos de teoria da conspiração para "provar" seu pensamento não é lá muito coerente, sabe...
Sokal depois faria um artigo que foi publicado na Folha de S.Paulo tirando um sarro dos conservadores brasileiros, entre eles, cita nominalmente Roberto Campos. Então esse lance aí do Brasil Paralerdos perde qualquer sentido naquilo que eles queriam "denunciar".
Essa crítica da Brasil Paralelo ao pensamento pós-moderno revela uma compreensão superficial das estruturas epistemológicas subjacentes. A instrumentalização do Caso Sokal como artefato crítico contra o relativismo epistêmico negligencia a complexidade da teoria crítica. Deleuze, Lacan e Foucault, em sua perspectiva transdisciplinar, desconstroem a noção de verdade como correspondência, propondo uma ontologia relacional que problematiza a relação sujeito-objeto. Uma análise mais rigorosa exigiria considerar a diferença ontológica entre fato e discurso, bem como a importância da perspectiva crítica na desconstrução das narrativas dominantes.
O acerto da pós-modernidade no ataque ao método formalista da ciência - cujo valor é positivo - está na positividade mesma investida no método fundado em axiomas, a incapacidade de autocrítica quanto ao ideológico, na busca por "neutralidade".
O problema na pós-modernidade é mais crônico, em geral, a incapacidade de constituir uma boa crítica de qualquer fenômeno que não seja estético, esvaziando a universalidade de fenômenos sociais em prol do fragmentário, dos micro-devires. Já nas ciências, acredita que atacar a identidade abstrata, a identidade fixa das relações matemáticas ou físicas resulta em uma abertura "para o novo". Ainda que seja uma identidade fixa, ao menos toca na compreensão objetiva do objeto como tal, faz parte do pensar sobre o objeto numa experiência ou no mero pensamento. Nesse sentido, a epistemologia se torna selvagem e não quer mais dizer algo do objeto, mas "simplesmente deixar-se dizer", no fim dizendo qualquer coisa, como com Deleuze e o infinitesimal. Hegel tentou isso e fracassou na filosofia da natureza. Mas renegar mesmo os princípios formais da lógica sem uma perspectiva de superação só deixa aquém que qualquer pragmática possível do objeto.
O problema dos pós-estruturalistas é que não há auto crítica. Pensadores como Foucault são intocáveis, foram construídas teorias tão alicerçadas em opressões realmente imorais que através da moral se blindam como pseudo-perfeitas. O ponto é que qualquer premissa está sujeita a adaptações, correções e críticas, mas o fanatismo acadêmico pela tendência pós-moderna (supostamente mais cult e sofisticada) impede que se faça críticas, de um modo até mesmo fascista: críticos são interpretados automaticamente como preconceituosos e cancelados sem nenhuma reflexão nos espaços públicos de discussão como na academia. Experimente como aluno(a) de uma universidade pública questionar conceitos como o do lugar de fala e ou da incompatibilidade na adequação de muitas teorias decoloniais francesas com a realidade brasileira e já receberá certamente perseguição. O mecanismo de perseguição social aos opositores ou críticos é típico do totalitarismo, do fascismo e ainda usado sem a menor vergonha na cara. É por isso que muita gente se afasta, falta diálogo.
👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Bater no Deleuze e no Derrida pro público do Brasil Paralerdos vai ser moleza, quem estuda eles já não entende porra nenhuma mesmo.
Que tal vc demonstrar o seu conhecimento e sabedoria ao invés de somente ficar expelindo pela boca e dedos o produto final dos seus intestinos.
Sentiu, hein professor?
Sinto pena de quem leva sério um trabalho tão medíocre quanto o do Sokal. Do Brasil Paralelo mesmo, nem se fala. Pior ainda (mas com a mesma má fé).
Daniel, isso que o Mlodinow fala sobre como a autoridade nos molda inconscientemente é algo que as filosofias antigas já apontavam de maneiras brilhantes. Confúcio destacava o papel das hierarquias na harmonia social, mas sempre ligado à ética, ou seja, entendendo os seus limites. No Egito, a ideia de 'maat' mostrava o equilíbrio entre ordem e caos, e Platão, com o conceito de metaxy, nos falava desse espaço entre opostos, onde o sentido é construído.
Hoje, sinto que estamos num momento em que precisamos superar o cinismo e o simplismo. É aí que a pós-ironia e a meta-ironia entram: uma nos convida a levar as coisas a sério de novo, com consciência, e a outra traz a volta das grandes narrativas, mas sem ingenuidade, com a noção de que essas histórias têm limites. E ainda assim, talvez isso não seja suficiente.
É aqui que Ailton Krenak e a Ontologia Orientada por Objetos (OOO) podem ajudar. Krenak nos provoca a ver o mundo sem o filtro do antropocentrismo, a entender que montanhas, rios e florestas têm sua própria voz, também tem sua própria agência. Já a OOO nos desafia a reconhecer que os objetos têm realidades independentes de como os percebemos. Essa mudança de perspectiva nos faz olhar além do humano, sem perder o contato com a realidade prática - porque, como bem sabemos, dá pra descambar em ideias muito perigosas e, francamente, bem idiotas, especialmente se formos por caminhos como os de Nick Land.
Mas o que me parece mais urgente, no fundo, é olhar para as contradições. Não como aberrações, mas como algo inerente à nossa experiência. Na verdade, somos obcecados por elas: algumas contradições são adoradas, quase veneradas, enquanto outras são rejeitadas como erros ou falhas. Mas, como as estruturas de autoridade, as contradições não são nem boas nem ruins; elas são.
E é por isso que é hora do pensar-agir ou do agir-pensar. Não basta revelar as contradições do capitalismo; muitas vezes elas não assustam porque as pessoas acreditam nelas, se acomodam nelas. É preciso criar novas contradições. É isso que a arte faz. É isso que a poesia faz. Explorar as margens do pensamento, criar rachaduras na lógica estabelecida, abrir espaço para o que parece impossível ou impensável.
Escrevi mais sobre isso em "A Condição Meta-Irônica", mas deixo aqui o que considero a maior meta-ironia de todas: nós somos poeira das estrelas, o universo fragmentado olhando para si mesmo. Essa ideia, que parece tão grandiosa, carrega também um abismo. Quando olhamos de volta para o universo, o que vemos é o vazio, a indiferença. É tudo muito grande e muito frio e, ao mesmo tempo, muito, muito vazio. O problema é que quando olhamos demais para o abismo, como Nietzsche já dizia, o abismo olha de volta. O que fazemos com isso é a nossa escolha - e talvez a maior das contradições.
Acabei de assistir neste mês de Dez 2024 o anuncio do Brasil Paralelo sobre esse caso Sokal. Já "fiquei com o pé atrás", fui logo pesquisando a respeito e cai no seu vídeo.
Essa turma espalhou tanta fake durante a pandemia e a agora querem vender esse conteúdo importunando os usuáriios.
Eu vejo isso ao vivo nas faculdades. Vc que faz narrativas. Tem muita gente que ganha dinheiro com as narrativas.
5:45 inclusive na pandemia o artigo que defendia a cloroquina foi publicado numa revista predatória sem cediibilidade alguma, no entanto, sabemos que isso foi suficiente pra gênese eficaz de toda uma geração antivacina...
DISLIKE! Esse é o cara com mais dor de cotovelo que já vi entre os intelectualóides corporativistas na Internet. E vem com ataques Ad hominem, carregados de sofismas e contrassensos grotescos!
Um boca aberta desses é o retrato da DECADÊNCIA acadêmica brasileira, principalmente nas tais ciências humanas. 🤢
Leiam Jacques Bouverresse, não ouçam esse professor. Eles querem esconder o caso Sokal de vocês
Eu li e sim o brasil paralelo está certo infelizmente!
@@paulosousa9430 Não é uma questão de infelizmente, mas sim de que a esquerda dominou todos os locais da cultura nacional. Mas por que se denominam minorias, se em tese estão com a chamada superestrutura? Alan Sokal apenas comprovou o óbvio que se passa nas universidades, e eu faço um adendo: é o que tomou as universidades brasileiras também. Quando eu li o caso do Alan Sokal pelo Jacques Bouverresse, fiquei de queixo caído. Como um caso desse ficou quase 30 anos sem nenhuma repercussão nacional, apenas no Brasil??? E ainda mais, professores de esquerda no Brasil estão utilizando o caso a favor da própria esquerda (isso está sendo rotulado ao direito), a ideia de uma subjetividade linguística. Mas o caso não foi apenas sobre a verbalização em sentido falado, mas também no sentido ideológico, ou seja, eu enquanto discente preciso me regular de acordo com as vontades estabelecidas no meio acadêmico, que é em sua maioria conteúdo de esquerda.
"Impostura intelectuais" é um clássico, e os caras nem são marxistas. E os pos modernismo é pura reação e enrolação.
Cara eu sou cientista e materialista. Comecei a ler pós-modernos por meio da sociologia da ciência. A qualidade varia entre autores, e às vezes as metáforas com as ciências vão longe demais (algo comum em todas as humanas, inclusive no marxismo), mas de modo geral acredito que a ciência contemporânea fornece muita, mas muita validação das propostas centrais do pós-modernismo. Começando na física estatística, passando pela relatividade, física quântica e as bases da matemática, e chegando na computação, biologia e teoria da probabilidade. Nesse sentido a "reação" e "enrolação" é da parte de vocês, materialistas arcaicos, insistindo em não ver tudo que o século XX e XXI produziram em termos de ciência, usando noções de cientificidade e metateoria do século XIX.
@@bogda1917 se você é materialista, deve saber que o pós modernismo é puro idealismo. Eles por exemplo jamais admitiram que o mundo exterior é, o que é justamente a posição dos materialistas. E a implicação dessa posição dos pos modernos tem uma consequência brutal de pura reação, por exemplo a questão da verdade. Os pós modernos jamais superaram a positividade da verdade, eles acham que verdade é uma tese metafísica, porém não. Ao rejeitarem uma ontologia materialista e se apoiarem numa falsa ontológia que se apoia no discurso, a linguagem passa a ser a ontologia, eles caem no negacionismo, no negacionismo do próprio real. Nesse aspecto, do negacionismo ontológico, que é negacionismo da própria coisa, Olavo de Carvalho e Pós moderno são iguais.
Além disso, a Social Text, a revista em q o Sokal escreveu era de ensaios... isso dá mto espaço pra q a galera faça uns textos mais exploratórios... mas isso tá no contexto das Science Wars e um certo ataque às ciências humanas.... mas já fizeram o teste com revistas da área de exatas,, escreveram artigos através do GPT com dados falsos e passou em várias revistas q tinham revisão de pares (eram menorzinhas), mas é assim mesmo, às vezes passa um treco q só vai ser avaliado com um pente mais fino depois, mesmo nas revistas com processos mais adequados.
O livro não é uma merda, o livro é muito válido pra gente entender que quando pensadores renomados se enveredam sobre assuntos que eles não dominam e não tem muito cuidado sobre isso, aí sim vai dar merda. Este é o objetivo desse livro.
Ah, pois é, eu na época gostei da provocação, pois era muito difícil criticar a linguagem dos pós-modernos. Mas não podemos dizer que Deleuze usou rizoma pq ele estava pensando em mandioca, né?
@professorluciojunior3998 cara desse jeito que vc fala ficou engraçado hahaha. Confesso que nem lembro mais dessa parte. De bate pronto eu lembro mais das coisas relacionadas a física, Latour e kristeva falavam umas groselhas
Tem um episódio sobre o caso Sokal no podcast Front da Ciência, da UFRGS, apresentado por Jeferson Arenzon, Jorge Quiilfeldt e Marco Idiart. O objetivo foi totalmente invertido propositadamente paralerdos...
Falar que é Mestre nos dias de hoje, não pega muito bem.
Abcs. Bom 25
Dr. Daniel, o senhor faz coro a Nietzsche em relação ao abandono da Vontade de Verdade. Mas no vídeo, o senhor también faz coro a todos que dizem que a Brasil Paralelo é um veiculo mentiroso e que nâo leram nada do que dizem (como de fato é). No vídeo vc también questiona a credibilidade metodológica da revista que publicou o artigo.
Então fica a duvida, se é válido que devemos abandonar a Vontade de Verdade, então onde está a nossa legitimidade para exigir que a Brasil Parelo fale a verdade, para questionar a metodologia de revistas e pessoas. Na arena publica a Brasil Paralelo teria a mesma legitimidade política e científica que a gente ou que um cientista (seja das ciências naturais ou as do espírito ou humanas). O Pedro Ivo pemsa mais ou menos assim, daí a importância de se buscar a verdade, não para semos o seu dono, mas pra pelo menos escancarar a mentira deles. Penso que ele está certo.
Pois é,vontade de mentira ninguém tem né
pois então, como formada em direito e que tem pais doutores, eu sou uma defensora da academia, embora reconheça que ela tenha falhas. Concordo com todas as críticas, embora acrescente que há limites para o procedimento de revisão de artigos às cegas.
Eu li o Imposturas Intelectuais, mas não quero dar carteirada. Só queria dizer que os autores recusam a demarcação popperiana.... muitos que citam esse livro , como Ronaldo Pilati, não mencionam esse detalhe.
Daniel, que tal vc demonstrar o seu conhecimento e sabedoria ao invés de somente ficar expelindo pela boca e dedos o produto final dos seus intestinos.
Quanto mimimi.
Esse tipo de comportamento deliberado de desinformação em ciência exige, obriga o meio acadêmico a se organizar, estruturar para combater essa difamação. Vale começar a direcionar parte do orçamento para essa conscientização do publico geral. Enquanto estivermos somente nessa forma amadora e de pequenos divulgadores, que tem seu valor, não dá pra combater essa estrutura grande de desinformação
Daniel, na época adorei a "trolagem" do Sokal, pq pós-modernismo era uma modinha insuportável. Mas hoje eu reconheço que quando Deleuze pegava o termo rizoma, não é pq ele estivesse pensando em raiz da mandioca.
SE VC DIZ QUE O BRASIL PARALELO É FABRICA DE FAKE NEWS, JA ESTOU ME INSCREVENDO NO SEU CANAL.
O podcast ciência suja fez um episódio so sobre revista científica predatória, que dialoga muito com sua fala e a problematica associada pela confiabilidade
Se não há verdade, não há mentira
É o que o Pedro Ivo tá falando.
Segundo a posição do Daniel, o pragmatismo se não me engano, há verdade e mentira.
Desde quando o mundo só funciona em termos de binarismos rasos? Nesse nível de simplificação vc tratora qualquer teoria e fecha qualquer debate.
@@bogda1917 por que o Daniel afirma que a Brasil Paralelo mente? Isso não pressupõe um binarismo entre mentira e verdade?
@@ladislau. Não. Depende do sistema de conhecimento que vc está trabalhando. Por exemplo, em ciência contemporânea (digo, ciências da natureza e saúde), a maioria dos cientistas trabalha com a noção de que é possível falsificar uma tese ("mentira"), mas não comprovar que ela é "A Verdade", apenas que ela é um modelo provisoriamente bem sucedido. Também é possível definir sistemas lógicos em que o valor de "verdade" de uma proposição varia entre zero e um, e para fins práticos nunca usar o valor um ("verdade"), a exemplo da lógica fuzzy e da teoria da probabilidade/estatística, o que é o fundamento de boa parte do conhecimento técnico produzido hoje. De um ponto de vista pragmático, compartilhado por pós-modernos embora não exclusivo a eles, a existência de "uma única verdade" é algo insondável ao ser humano pois exigiria um acesso livre e imediato à toda a realidade material, o que é termodinamicamente impossível pois todo ser humano só funciona a partir de uma localidade (ou seja, uma parte da realidade). Desse modo temos que construir individualmente e coletivamente o que é verdade (ou aceitável) e o que é mentira, e nesse ponto podemos dizer que algo é verdade ou mentira de maneira local (isto é, sem pressupor que existe algo absoluto chamado mentira). Isso pode parecer abstrato no discurso, mas é algo muito prático do dia a dia. Por exemplo, em historiografia há todo um debate sobre como abordar a confiabilidade de uma fonte (e.g. um documento antigo), havendo uma percepção compartilhada sobre o que seria uma proposição falsa a respeito de documentos históricos. Em direito, é corrente o uso da expressão "verdade processual" para se referir ao entendimento que um processo judicial pôde extrair das provas apresentadas, algo que tem toda uma técnica de valoração de provas. Quando o Daniel fala em mentira, me parece óbvio que ele faz uso do termo mais ou menos dessa forma porque pela própria visão de mundo dele não há de se falar em absolutos.
O pós-modernismo é o que há. Grande Daniel. Conteúdo cada vez melhor 👏🏻
Bom, Daniel, meu querido, eu tenho e li o livro do Sokal / Bricmont, com os dois pés atrás, talvez, por um preconceito: à sua origem: Louvain.
Eu convivi com alguns colegas de Departamento e até, de outros Departamentos, na UFRJ, que fizeram Mestrado e Doutorado em Louvain e a minha impressão... Hummmmmm...
Vou ler ainda ele todo o livro do sokal mas lendo ja no início vc percebe a fanfarronice que ele faz, que é justamente o q ele critica nos filosofoso mencionados no livro, que é falar de algo que não se conhece. Ele julgou muiito baseado num estereótipo de que os filosofos criticados no livro diz que jao existe verdade ou que as leis da fisicas são contrucoes humanas. Ou seja, ele nao quis entender quis desmoralizar de cara logo.
ele nao precisou desmoralizar, as ciencias humanas fazem isso sozinhas.
Se não há verdade então tudo é mentira, ou tudo é verdade.
Desde quando o mundo só funciona em termos de binarismos rasos? Nesse nível de simplificação vc tratora qualquer teoria e fecha qualquer debate.
Como é quê é?..... você que é foda!!!! Qual é teu nome? 😂😂😂😂😂😂😂😂
Que po. Rra de canal é esse??? 😂😂😂
❤❤❤❤❤❤
Falando em caso isolado , é sério??
Natural alguém criticar o seu semelhante para projetar o que sabe que está dentro de site
Fenômeno do capitalismo? Fake news? 😅😅😅😅😅😅😅😅😅😅😅😅😅
Sokal fez um excelente trabalho expondo esses charlatões. Recentemente também tivemos o "Grievance studies affair", que revelou como algumas áreas das humanas está , de fato, completamente infectada por militância, pseudociência, etc...
Cara, exemplos de problemas, encontrados ao longo do processo de desenvolvimento das ciências humanas, são parte da materialização do próprio método científico. É impossível que ocorra sem erros, contradições, disputas, exatamente da mesma forma que ocorre com as ciências exatas. Isso faz parte da construção das ciências desde seu nascimento. Agora, por favor, associar o caso sokal com militância não faz sentido. E outra, você acha que nas ciências exatas isso não existe?
De charlatães Sokal sabia tudo, sendo um ele mesmo.
James Lindsay do "Grievance studies" é um maior charl atão que qualquer um desses acadêmicos medío cres de estudos de gênero.
E o trabalho do Sokal foi desone sto na medida em que ele insinuou que esse é um problema exclusivo de humanas enquanto o problema acontece também em área de exatas e biológicas, como mostrou a Dr. Fatima no vídeo "the physicist who tried to debunk postmodernism".
Falar sobre rigor acadêmico enquanto usa evidências anedóticas e argumentos de teoria da conspiração para "provar" seu pensamento não é lá muito coerente, sabe...
@@5driedgrams Bom, em exatas se vc constrói um avião errado, ele cai ...............
Acredito que o livro do leonard mdlodinow que você citou é "O andar do bêbado".
acho que talvez seja o "Subliminar: como o inconsciente influencia nossas vidas". De qualquer forma, ambos são muito bons...
Brasil Paralelo? Esse lixo não me interessa.😂😂
Fake news? 😅😅😅😅😅
Sokal depois faria um artigo que foi publicado na Folha de S.Paulo tirando um sarro dos conservadores brasileiros, entre eles, cita nominalmente Roberto Campos. Então esse lance aí do Brasil Paralerdos perde qualquer sentido naquilo que eles queriam "denunciar".
Desonesto é você!
Discussão necessária
Camarada, o seu trabalho é muito importante. Parabéns e obrigado!
Vc deveria inclusive pedir ao TH-cam pra evitar esse anúncio da porra do Brasil para Lerdos. Eu sempre denuncio eles. E o TH-cam não faz nada.
Essa crítica da Brasil Paralelo ao pensamento pós-moderno revela uma compreensão superficial das estruturas epistemológicas subjacentes. A instrumentalização do Caso Sokal como artefato crítico contra o relativismo epistêmico negligencia a complexidade da teoria crítica.
Deleuze, Lacan e Foucault, em sua perspectiva transdisciplinar, desconstroem a noção de verdade como correspondência, propondo uma ontologia relacional que problematiza a relação sujeito-objeto.
Uma análise mais rigorosa exigiria considerar a diferença ontológica entre fato e discurso, bem como a importância da perspectiva crítica na desconstrução das narrativas dominantes.
Esse BP sabe o que é Epistemologia?!