Pra quem não entendeu, eu tentei "sistematizar" a fala do professor Safatle no vídeo: O que é a dialética hegeliana? - Do ponto de vista operacional, é uma teoria da transformação e do movimento. 1. Processos de negação interna: - Modos de atualização de essência de substâncias; - Descrição de certo tipo de movimento; - A autonegação de si produz uma transformação. 2. A descrição do movimento: - As transformações são motivadas por contradições; - Essas contradições provocam crises; - Essas crises provocam a produção de uma outra situação. 3. Comparação da contradição para uma tradição ocidental e para a dialética: - Para uma tradição ocidental: a contradição é o ponto daquilo que não há de ser pensado (a impossibilidade de pensamento); Ex: o MOVIMENTO para Aristóteles é a atualização da potência ao ato; a noção de atualidade aqui é 'aquilo que existe e aquilo que é possível) - Para a dialética Hegeliana: O ponto de partida é a contradição; ela considera o impossível (portanto, o impossível não é inexistente); no momento em que o impossível se efetiva ou se torna real ou lógico, ocorre uma crise e desta crise, uma transformação. 4. O caráter revolucionário da noção de dialética: - Esse caráter reside na noção de transformação; - Aquilo, que PARECE impossível logicamente e numa situação real, tem existência; 5. Noção de negatividade: - Atividade negativa; - A atualização de algo passa pela negação dela mesma; - Ela produz a própria negação; ela não se realiza; ela se nega; - Ao se negar, ela produz um ACIDENTE; - Esse ACIDENTE será a sua ESSÊNCIA. * As relações "acidente/essência", "possibilidade/impossibilidade" estão de cabeça para baixo na dialética hegeliana.
Perfeito, sobretudo na explicação do motivo pelo qual a dialética não é um movimento entre potência e ato. Portanto, é anti-aristotélico, mas num sentido muito preciso, com referência ao mundo sub-lunar. Em outro sentido, não só retoma muitas questões aristotélica, à la hegel (como sua ideia de que a "energeia" aristotélica já seria uma forma da negatividade pura), como tbm, para citar o Lebrun, radicaliza aristóteles (no interior do projeto hegeliano, claro..).
O que ele quiz dizer foi que, a Dialética de Hegel foi apropriada por Marx como Dialética da transformação ou revolucionária, trazendo a possibilidade do que não existia como socialismo e comunismo, um dia existirem. Negam tudo, a Deus e a todas as coisas da tradição judaico-cristã, ao negar gera choques, contradições e as contradições geram crises e as crises geram mudanças sociais e econômicas. Marx disse "é preciso fazer a crítica de tudo que existe", exatamente porque ele sabia disso, principalmente criticar a religião, como ele bem disse influenciado por Feuerbach, de forma Dialética negativa que "a religião é o ópio do povo".
Esse é o Hegel do Zizek! Safatle sabe muito bem com quem dialogar quando fala de Hegel!
Obrigado pela postagem.
Obrigada pelo vídeo! Aprender c/ o professor Safatle é valioso pra mim.
De ITU SP
Pra quem não entendeu, eu tentei "sistematizar" a fala do professor Safatle no vídeo:
O que é a dialética hegeliana?
- Do ponto de vista operacional, é uma teoria da transformação e do movimento.
1. Processos de negação interna:
- Modos de atualização de essência de substâncias;
- Descrição de certo tipo de movimento;
- A autonegação de si produz uma transformação.
2. A descrição do movimento:
- As transformações são motivadas por contradições;
- Essas contradições provocam crises;
- Essas crises provocam a produção de uma outra situação.
3. Comparação da contradição para uma tradição ocidental e para a dialética:
- Para uma tradição ocidental: a contradição é o ponto daquilo que não há de ser pensado (a impossibilidade de pensamento);
Ex: o MOVIMENTO para Aristóteles é a atualização da potência ao ato; a noção de atualidade aqui é 'aquilo que existe e aquilo que é possível)
- Para a dialética Hegeliana: O ponto de partida é a contradição; ela considera o impossível (portanto, o impossível não é inexistente); no momento em que o impossível se efetiva ou se torna real ou lógico, ocorre uma crise e desta crise, uma transformação.
4. O caráter revolucionário da noção de dialética:
- Esse caráter reside na noção de transformação;
- Aquilo, que PARECE impossível logicamente e numa situação real, tem existência;
5. Noção de negatividade:
- Atividade negativa;
- A atualização de algo passa pela negação dela mesma;
- Ela produz a própria negação; ela não se realiza; ela se nega;
- Ao se negar, ela produz um ACIDENTE;
- Esse ACIDENTE será a sua ESSÊNCIA.
* As relações "acidente/essência", "possibilidade/impossibilidade" estão de cabeça para baixo na dialética hegeliana.
Perfeito, sobretudo na explicação do motivo pelo qual a dialética não é um movimento entre potência e ato. Portanto, é anti-aristotélico, mas num sentido muito preciso, com referência ao mundo sub-lunar. Em outro sentido, não só retoma muitas questões aristotélica, à la hegel (como sua ideia de que a "energeia" aristotélica já seria uma forma da negatividade pura), como tbm, para citar o Lebrun, radicaliza aristóteles (no interior do projeto hegeliano, claro..).
Não deu pra entender nada, mas valeu parça.
O que ele quiz dizer foi que, a Dialética de Hegel foi apropriada por Marx como Dialética da transformação ou revolucionária, trazendo a possibilidade do que não existia como socialismo e comunismo, um dia existirem.
Negam tudo, a Deus e a todas as coisas da tradição judaico-cristã, ao negar gera choques, contradições e as contradições geram crises e as crises geram mudanças sociais e econômicas. Marx disse "é preciso fazer a crítica de tudo que existe", exatamente porque ele sabia disso, principalmente criticar a religião, como ele bem disse influenciado por Feuerbach, de forma Dialética negativa que "a religião é o ópio do povo".
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