Introdução aos "Fundamentos de Literatura Grega Antiga"

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  • เผยแพร่เมื่อ 9 ม.ค. 2025

ความคิดเห็น • 103

  • @atemporalidadedaspalavras5433
    @atemporalidadedaspalavras5433 2 ปีที่แล้ว +1

    Muito legal sua aula , não para não , por favor.

  • @fernandaporto2965
    @fernandaporto2965 4 ปีที่แล้ว +1

    Uma ótima colocação.

  • @gabriellygeisler2646
    @gabriellygeisler2646 3 ปีที่แล้ว +1

    Quando foi dito a respeito das influências da literatura Grega em outras obras literárias, como Eneida, Divina Comédia, e até mesmo a breve citação, no vídeo, sobre Ulisses de James Joyce, lembrei-me de um trecho do livro o Mundo de Homero do Pierre Vidal-Naquet, que o autor diz que, ‘’Pois o monólogo interior - figura de estilo de tantos poetas, até que James Joyce faça dele próprio centro do seu romance, intitulado... Ulisses! -, o monólogo interior, dizia eu, até em sua repetição, é uma invenção de Homero.’’ Também me veio à cabeça o livro, Fundamentos de Literatura Grega da Jacqueline de Romilly, em que a escritora, diz que, Hesíodo que instaura o estilo do ‘’eu’’, em primeira pessoa, na escrita. Isso nos dá um contexto, de como essa literatura viajou ao longo do tempo e nos influencia (e essa influência é necessária ser sempre reavalia). E até mesmo, como ainda se tem a se refletir sobre essa literatura tanto academicamente (pois se levar em consideração, que apenas no século XX, foi postulado o ''estilo formular'' por Milman Parry, dentro dos poemas Homéricos) quanto em nossas vidas.
    P.s.: Ainda sobre as influências literárias, acho muito bonito um trecho do livro Glória de Victor Heringer, em que o escritor faz uma referência a Homero, na cena, o filho está prestes a sair de casa e a mãe diz, ''Mas era verdade: Seu filho finalmente saía para o mundo, como Telêmaco.''

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว +1

      Cara Gabrielly, excelentes apontamentos. Eu só posso agradecer. Muito obrigado! Um grande abraço e até a próxima!

  • @tiagomelo5761
    @tiagomelo5761 4 ปีที่แล้ว +1

    Ei, professor! Mais uma vez, fico muito feliz de participar de um curso ministrado por você. A aula trouxe muitas reflexões interessantes acerca dessas três palavras que parecem o pilar de toda a estrutura: Fundamentos. Literatura. Grega.
    Gostaria de somar à discussão o que me passou durante a aula. O que foi exposto sobre nosso constante contato com a cultura grega antiga, desde os humanistas italianos a Joyce, me faz pensar em uma necessidade de diálogo com os autores gregos clássicos. Quanto à palavra literatura, ela me lembrou dois textos bem distintos: "O direito à literatura", de Antonio Candido e o conto "Speech sounds", da autora de ficção científica americana, Octavia Butler, onde num futuro distópico, os seres humanos perdem sua capacidade de produzir a linguagem (fala, escrita e leitura), levando-os a um abismo sem fim de não-civilização.
    O que foi dito sobre literatura me lembrou esses dois textos porque, na visão formalista, a literatura é a distorção e transformação da linguagem, e, de fato, um produto 100% humano. Talvez, nossa constante busca e diálogo com esses autores e com esse povo venha da nossa habilidade de produzir literatura e contar histórias, e ninguém parece contar tão bem a experiência humana como os gregos (aí já uma opinião pessoal carregada de entusiasmo).
    Quanto ao adjetivo grega, o que foi dito na aula me fez pensar não só nos autores que já dialogam ou dialogaram com Platão e Homero, como Joyce, como autores da Contemporaneidade, que se dedicam a reclamar uma nova narrativa para outros personagens universais produzidos por essa cultura. Autores como Margaret Atwood e sua "Odisseia de Penélope", ou a classicista Natalie Haynes com várias obras produzidas onde os holofotes pairam sobre as figuras femininas do período arcaico.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Caro Tiago, fico muito feliz de vê-lo por aqui! Suas contribuições são sempre muito ricas e é uma oportunidade para mim voltar a encontrar aqui nos comentários o entusiasmo com que você traz essas referências e propõe sua rede de associações. Excelentes reflexões, meu caro! Muito sintonizadas com a proposta do curso. Seja bem-vindo e espero que os próximos vídeos continuem te instigando... Um forte abraço e até a próxima!

  • @aelsonalves7543
    @aelsonalves7543 3 ปีที่แล้ว +1

    Professor com muita alegria estou como discente em mais um de seus cursos, estou escrevendo sobre a História da Dança na perspectiva Ocidental, e adorei ouvir sua atenção e minuciosa sobre a história da literatura grega antiga, aliás estou conhecendo Nietzsche e pretendo fortemente referenciá-lo em minhas escritas, assim como lhe agradeço pela oportunidade de lhe ouvir e entender a sua pesquisa, porque isto me enriquece fortemente também. Vi a pasta do Drive, está extremamente organizada e impecável, muita coisa até me ajuda a ser material bibliográfico para a “A Dança na Grécia Antiga”, mas se houver algo ou alguém, como foi o exemplo de Niet uma referência não tão densamente relacionada a Literatura Grega Antiga, mas que trate das concatenações, exercícios e implicações da história e da historiografia e que lhe ajudou no processo me fale! Muito me interessa! Vi que existe na pasta “A Ordem do Discurso” do Foucault pelo título parece que me dará “pano pra manga” também! Dele estou lendo “A Arqueologia do Saber”... Voltando ao Niet esta aula me fez loucamente procurar mais sobre ele, além da referência mencionada me parece que “Escritos sobre História” pode vitaminar também, estou caçando os pdfs de ambos já rsrs. Há! Sou extremamente leigo* em Literatura Grega Antiga, mas adoro ouvir, adoro a oportunidade de conhecer, ainda mais com tamanha dedicação e diligência que a sua se expressa e é notória. Meus comentários infelizmente não te acrescentarão coisa alguma, mas serão frutos da minha disponibilidade de fluir sobre o conteúdo histórico e literário grego antigo que fascina.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว +1

      Caro Aelson, seja bem-vindo a mais um curso! Gosto muito dos seus comentários e espero poder te ajudar nos novos desdobramentos das suas pesquisas. Chegando ao fim do curso, escreva-me um e-mail contando do pé em que a pesquisa está e talvez possa te indicar alguns livros sim (sobretudo em inglês). Acho o tema da dança fascinante, tendo inclusive tratado um pouco sobre isso em minha dissertação (confira em meu perfil do academia.edu ou no repositório de teses da UFMG: Arqueologias do drama). Meu e-mail é gtsilva.rafa@gmail.com
      Um forte abraço e até a próxima!

    • @aelsonalves7543
      @aelsonalves7543 3 ปีที่แล้ว +1

      @@RafaelSilvaLetras Que maravilha! Extremamente honrado! Pode deixar!

  • @israeldealmeida
    @israeldealmeida 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1:
    Ao buscar legitimar o estudo das letras clássicas, o professor Rafael referencia um largo leque referencial que ultrapassa idiomas, escolas literárias, área de estudo e vivências. Isso me pareceu interessante, pois, de certa forma, responde à pergunta que tanto aparece aos estudiosos de Grego Antigo: por que estudar isso? Estudar a cultura grega pode ser uma forma de entender a essência da cultura ocidental, uma vez que o "espírito" grego esteve manifestado por aí em áreas das mais diversas.
    Estudar grego não é entender apenas esta cultura (tão longínqua a nós), mas é conseguir traçar com mais clareza uma parte do trajeto ocidental da filosofia, da arte, etc. Nietzsche, conforme dito por Rafael, chega a listar os tipos de olhar que temos da história e diz que essa coisa chamada história pode ser tida como utilidade a nossa vida. Lembrei na hora do texto O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música - do próprio Nietzsche - que busca reanimar o caráter vívido (e, em termos contemporâneos ao autor, romântico) da cultura grega; para entender melhor esse aspecto, lerei o texto citado no vídeo. De qualquer forma, creio que é esse meu comentário sobre o primeiro vídeo.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Excelente comentário, Israel! Você destaca pontos importantes da exposição e oferece uma boa síntese da proposta. Seja bem-vindo ao curso! Um grande abraço e até a próxima!

  • @tiagodrumond9376
    @tiagodrumond9376 4 ปีที่แล้ว +1

    • Aula 1
    O estudo sério de toda disciplina exige um porquê. Não é diferente quando se pensa nos Fundamentos da Literatura Grega. O motivo básico do labor intelectual deve ser bem definido, buscando identificar a que propósito serve para nós, hodiernamente, uma disciplina fundada ainda na antiguidade.
    Em minha opinião, a pesquisa antiquária é de grande ajuda para os objetivos monumental e crítico, tendo em vista que o conhecimento dos fatos históricos tem o poder de maximizar a experiência estética e, também, providenciar os dados necessários para a reflexão crítica que deve servir como aquilo que traz elementos do passado relevantes para a vida presente e futura, sendo uma ponte entre realidades que apresentam distâncias culturais, temporais e de linguagem.
    Acredito que as três abordagens (monumental, antiquária e crítica) complementam-se de forma que se fazem úteis umas às outras.
    Obviamente, é difícil tarefa conciliar as três ênfases simultaneamente, o que nos lembra a importância das comunidades humanas - em nosso caso, em especial, a comunidade acadêmica.
    Sobre as definições de “Fundamentos”, “Literatura” e “Grega”, cabe o meu elogio ao professor Rafael. A aula de introdução ao curso é um verdadeiro prolegômeno.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Obrigado, Tiago! Espero que goste do curso como um todo! Um forte abraço!

  • @mariaeduardadecastro5698
    @mariaeduardadecastro5698 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1
    Por que estudar os clássicos na atualidade? É uma pergunta que vez ou outra é feita seja em relação a clássicos literários de 100 anos atrás seja de clássicos de 3000. Não é fácil responder a essa pergunta apenas com uma resposta pois há várias perspectivas e razões. Entre elas podemos apresentar a consideração intempestiva de Nietzsche que ignora a continuidade histórica e propõe fazer uma ligação entre o que importa no passado e presente, a partir disso podemos traçar uma boa justificativa para o estudo dos clássicos. de tempos em tempos magnificas obras são e serão produzidas e causarão impacto seja de forma positiva ou negativa, é importante conhecer essas obras, estuda-las e entender o seu propósito. A literatura grega tem um impacto gigantesco na sociedade ocidental nos dias de hoje, dessa forma torna-se imprescindível o seu estudo não só para conhecer sobre o modo de vida dos gregos antigos, mas também para conhecer a origem de muitos dos nossos costumes e cultura. Por fim gostaria de citar Calvino assim como fez Flávio ribeiro em seu ensaio quando ele diz: “Ler os clássicos é melhor que não lê-los porque tais leituras formam um homem melhor - não um engenheiro melhor, não um médico melhor, mas um homem melhor”

  • @anacaroline3937
    @anacaroline3937 3 ปีที่แล้ว +1

    Entendo que os clássicos são clássicos justamente porque algo de universal neles contém, algo que ultrapassa uma época e ressoa em todas as gerações. Por isso, como o Professor mencionou no curso de Mitologia clássica, a litetarua moderna e contemporânea também possuem em si elementos da mitologia. Ou seja, os clássicos nos permitem ampliar nossa consciência acerca do ato literário e nos transmitem algo de universal, não à toa se tornaram clássicos. Aliás, é interessante que eles transmitem o espírito de sua época sem deixar de tratar do que ainda ocorre atualmente. Entendo que a leitura dos clássicos deveria ser algo natural e induzida desde a infância a todos, permitindo uma cultura humanística mais presente em nossa sociedade (independente da área de atuação profissional).

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว +1

      Cara Ana, essa é uma questão muito interessante: o que permanece entre as várias leituras em diferentes contextos de obras tidas por Clássicas. Há um debate enorme sobre isso atualmente e, a meu ver, é preciso levar em conta as especificidades dos diferentes contextos para compreender o que se encontra em jogo, "lá" e "cá". Um forte abraço e até a próxima!

  • @suyhannekatarynne7094
    @suyhannekatarynne7094 4 ปีที่แล้ว +1

    A pergunta sobre o porquê estudar a literatura grega implica também no entendimento do tempo e da transmissão de conhecimento que a concepção de Belas Letras concebia eticamente e didaticamente. Logo, os estudos gregos antigos perpassa pela ideia de tempo cíclico, ou seja, um tempo que retorna. Assim, as problemáticas empregadas pelos gregos antigos ainda respingam no presente, uma vez que, as culturas modernas são moldados e constituídas sobre uma base de influências gregas.
    Entender que a cultura grega é múltipla, uma vez que, moldou muitas outras culturas, é entender que estudar a história é compreender as formulações que são empregadas hoje, é conhecer o que veio antes e como surgiu, e além disso, é entender também como fundamentos, literatura e grego constituem os Fundamentos da Literatura Grega.
    Essa reflexão pode ser entendida na 2° Consideração Intempestiva de Nietzsche que define a importância do contexto histórico a partir de uma exigência de instância de observação seja ela monumental, antiquária ou crítica que implica na importância e nas razões do estudo da história que vão refletir nas gerações posteriores. Ou seja, a influência da história no pensamento de muitos autores que vieram e venham a compor suas obras literárias recebem ou receberam a influência das reflexões de pensamentos que se desdobrou através da história grega e que constitui os dias de hoje.

  • @israelsantos3689
    @israelsantos3689 4 ปีที่แล้ว +1

    Compartilho um texto do Bertand Russell que penso ser interessante para refletirmos sobre as posturas nos dias de hoje perante os gregos antigos :
    "Duas atitudes opostas hoje são comuns com relação aos gregos. A
    primeira, praticamente universal do Renascimento até pouco tempo
    atrás, trata-os com reverência quase supersticiosa, na condição de
    inventores de tudo o que há de melhor e homens de gênio
    sobrenatural, aos quais os modernos são incapazes de se igualar. A
    outra atitude, inspirada pelos triunfos da ciência e pela crença
    otimista no progresso, considera a autoridade dos antigos um
    pesadelo e tem por melhor esquecer suas contribuições ao
    pensamento. Não me vejo em condições de adotar nenhuma dessas
    visões radicais; cada qual, cabe-me dizer, está parcialmente certa e
    parcialmente errada. Antes de entrar em detalhes, procurarei expor
    que tipo de sabedoria ainda podemos obter a partir do estudo do
    pensamento grego.
    Quanto à natureza e à estrutura do mundo, são muitas as
    hipóteses possíveis. O progresso em metafísica, na medida em que
    houve um, consistiu no refinamento gradual de todas essas
    hipóteses, no desenvolvimento de suas implicações e na
    reformulação de cada uma delas de encontro às objeções levantadas
    pelos adeptos das hipóteses rivais. Conceber o universo segundo
    cada um desses sistemas é tanto deleite imaginativo quanto antídoto
    contra o dogmatismo. Além disso, ainda que nenhuma das
    hipóteses pudesse ser demonstrada, há conhecimento genuíno na
    descoberta daquilo que faz cada qual ser consistente consigo mesma
    e com os fatos conhecidos. Ora, quase todas as hipóteses que
    dominaram a filosofia moderna foram levantadas primeiro pelos
    gregos; é difícil exagerar os elogios à engenhosidade imaginativa que
    demonstraram em questões abstratas. O que direi sobre os gregos
    será proclamado sobretudo a partir desse ponto de vista; tenho-os
    como origem de teorias que adquiriram vida e crescimento
    independentes e que, muito embora um tanto infantis à primeira
    vista, mostraram-se capazes de sobreviver e evoluir ao longo de mais
    de dois mil anos.
    Os gregos, é bem verdade, ofertaram ainda algo cujo valor para o
    pensamento abstrato revelou-se permanente: eles descobriram a
    matemática e a arte do raciocínio dedutivo. A geometria, de modo
    particular, é invenção grega, e sem ela a ciência moderna seria
    impossível. Todavia, atrelada à matemática dá as caras a
    unilateralidade do gênio grego: ele raciocinava por dedução a partir
    daquilo que parecia autoevidente, e não indutivamente a partir
    daquilo que fora observado. O impressionante êxito que lograram os
    gregos ao empregarem esse método iludiu não somente o mundo
    antigo, mas também a grande maioria do mundo moderno. Somente
    aos poucos é que o método científico - o qual busca alcançar os
    princípios indutivamente, a partir de observações de fatos
    particulares - tem substituído a crença helênica na dedução
    realizada a partir de axiomas luminosos e derivados da mente do
    filósofo. Por essa e outras razões, é um equívoco tratar os gregos
    com reverência supersticiosa. Muito embora alguns deles tenham
    sido os primeiros a pressenti-lo, o método científico é alheio à
    inclinação de seu espírito, e a tentativa de glorificá-los
    menosprezando o progresso intelectual dos últimos quatro séculos
    exerce efeito limitador sobre o pensamento moderno.
    Há, no entanto, um argumento mais genérico contra a
    reverência, dirija-se ela aos gregos ou a outrem. Quando se estuda
    um filósofo em particular, a postura correta a ser adotada não é nem
    de reverência, nem de desprezo. Deve-se iniciar com uma espécie de
    simpatia hipotética, até que seja possível descobrir como é acreditar
    em suas teorias; somente então é que renascerá a atitude crítica,
    uma atitude que deve se assemelhar, na medida do possível, ao
    estado de espírito de alguém que abandona as opiniões até então
    defendidas. O desprezo prejudica a primeira parte desse processo; a
    reverência, a segunda. Duas coisas devemos ter em mente: que
    aquele cujas opiniões e teorias são dignas de estudo supostamente
    foi homem de certa inteligência; e que é improvável que alguém
    tenha chegado à verdade definitiva e integral em algum assunto.
    Quando alguém inteligente expressa uma visão que nos parece
    obviamente absurda, não devemos tentar demonstrar que essa visão
    é de alguma forma verdadeira, e sim compreender de que modo ela
    passou a parecer veraz. Esse exercício de imaginação histórica e
    psicológica amplia o escopo de nosso pensamento e nos ajuda a
    perceber quão tolos muitos dos preconceitos que nos são caros
    parecerão a uma época de diferente temperamento."

  • @Mega231084
    @Mega231084 4 ปีที่แล้ว

    Acho interessante comentar, nesta primeira aula, sobre a relevância de se estudar a literatura grega para o nosso contexto atual.
    Embora o Brasil se situe em um tempo e espaço tão distantes da Grécia Antiga, e mesmo sendo colônia das matrizes europeias, o que indica que as influências da tradição grega nos tenha chegado apenas indiretamente, é inegável que o legado daquela cultura repercuta também e ainda hoje em nosso país. Basta pensar, por exemplo, nas nossas instituições e nos valores que regem a nossa comunidade política como a república, democracia, cidadania, valores de igualdade e liberdade.
    Dito isso, se podemos considerar, como Jaeger, no livro Paideia, afirma, que os gregos conceberam uma cultura peculiar, distinta dos demais povos do Oriente, marcada pela consciência de si e tendo por finalidade a formação do homem superior, segundo uma forma ideal, e que esta forma já se encontra desde os primórdios dessa cultura delineada nos primeiros poemas homéricos da Ilíada e da Odisseia, é indiscutível a relevância para o estudo dos clássicos, especificamente da literatura grega, para os dias atuais.
    Entretanto, é também preciso observar que esta relevância não deve significar, como o professor destaca no vídeo sobre o uso da “história”, uma cega reverência ou na suposição de uma cultura grega intemporal e imutável. Pelo contrário, penso que esta recepção e leitura cega e submissa da história grega seria inclusive oposta ao próprio princípio que regeu e deu dinâmica àquela cultura, que é a liberdade, valor este que pressupõe a mudança e o movimento.
    Feitas estas considerações, penso que é de extrema relevância se estudar os fundamentos de uma cultura que, de certo modo, é matriz do nosso modo de vida ainda hoje em vigor, e isto especificamente através da “literatura” e dos textos clássicos, uma vez que, segundo afirma Jaeger, “a história da educação grega coincide substancialmente com a da literatura”.
    Afinal, se a finalidade desta Paideia é a formação do Homem segundo uma “forma ideal”, é sempre possível articular os valores e princípios deste ideal com o nosso tempo, inclusive fazendo as correções necessárias aos equívocos que tanto nos prejudica e nos afasta daqueles valores maiores, de liberdade e de justiça.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Bom te ver por aqui, Kleisson! Excelente comentário. Espero que esteja tudo bem com você e os seus. Um grande abraço e boa continuação dos estudos!

    • @Mega231084
      @Mega231084 4 ปีที่แล้ว

      @@RafaelSilvaLetras estou aqui, agora como aluno formal hehe. Estou aguardando o curso de mitologia, c certeza será maravilhoso como o outro. Abraços.

  • @atemporalidadedaspalavras5433
    @atemporalidadedaspalavras5433 2 ปีที่แล้ว +1

    Continua com as aulas

  • @mafemafii
    @mafemafii 4 ปีที่แล้ว

    Sobre a aula 1:
    Sempre tive muito interesse em aprender sobre a história e a cultura grega. Cresci lendo e vendo adaptações dos grandes mitos gregos e me encantando por cada um, sendo isto até uma grande influência na escolha do curso de Letras, o que já aponta para um dos grandes aspectos que definem a importância do estudo dos clássicos nos tempos contemporâneos. Eles inspiram e influenciam a busca por novos conhecimento e por novas experiências, seja no campo do lazer, por meio de adaptações cinematográficas e/ou literárias, seja no campo acadêmico. Acredito que disciplinas como esta são uma forma eficaz e intrigante de manter o fascínio pelos Estudos Clássicos para os novos estudantes do século XXI e posteriores. Achei muito pertinente também a paridade entre o presente conceito/estudo de literatura com a antiga compreensão de Belas Artes, algo que se reflete vivamente no próprio campo editorial. Não há mais a necessidade expressa de produzir e compartilhar conhecimento, seja ele ético, filosófico ou estético, e a leitura por prazer se tornou algo intrínseco.

  • @suyhannekatarynne7094
    @suyhannekatarynne7094 4 ปีที่แล้ว

    Aula 1:
    A pergunta sobre o porquê estudar a literatura grega implica também no entendimento do tempo e da transmissão de conhecimento que a concepção de Belas Letras concebia eticamente e didaticamente. Logo, os estudos gregos antigos podem perpassar pela ideia de um tempo cíclico, ou seja, um tempo que retorna. Assim, as problemáticas empregadas pelos gregos antigos ainda respigam no presente, uma vez que, as culturas modernas são moldados e constituídas sobre uma base de influências gregas.
    Entender que a cultura grega é múltipla, uma vez que, moldou muitas outras culturas, é entender que estudar a história é compreender as formulações que são empregadas hoje, é conhecer o que veio antes e como surgiu, e além disso, é entender também como fundamentos, a literatura e o grego constituem os Fundamentos da Literatura Grega.
    Essa reflexão pode ser entendida na 2° Consideração Intempestiva de Nietzsche que define a importância do contexto histórico a partir de uma exigência de instância de observação seja ela monumental, antiquária ou crítica que implica na importância e nas razões do estudo da história que vão refletir nas gerações posteriores. Ou seja, a influência da história no pensamento de muitos autores que vieram e venham a compor suas obras literárias recebem ou receberam a influência das reflexões de pensamentos que se desdobrou através da história grega e que se constitui nos dias de hoje.

  • @conformitatisosor
    @conformitatisosor 4 ปีที่แล้ว +1

    Muito bom, realmente muito bom. Um prazer imenso ver esses vídeos, um alento.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Salve, Jorge! Que felicidade te ver por aqui, meu caro! O prazer é todo meu que esteja gostando da proposta.

  • @milenacristal9050
    @milenacristal9050 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1:

    Olá, professor.
    Obrigada pela aula enriquecedora, é interessante ver como os estudos clássicos e a filosofia vão mudando sua importância de acordo com cada época e perceber a dificuldade de eles chegarem ao ensino público e periferias do país, sendo que o conhecimento dos autores e obras é um direito e deveria ser possível a todos. Se ter acesso a tais estudos nos possibilita a compreensão da história e desenvolvimento de um pensamento crítico para modificação do presente no futuro, é visível o porquê de não serem acessíveis. Para Rocha os estudos clássicos abrem portas para novos pensadores e dessa forma ajuda no desenvolvimento intelectual do país que caminha em passos lentos, mas “(...) não é possível entender a nossa época sem um retorno às fontes antigas” (ROCHA, 2019. P. 206) o que dificultaria o caminho desses pensadores. Segundo Oliveira, os estudos clássicos e aqui também me refiro a filosofia tornam o homem melhor (OLIVEIRA, 2014), as obras estão cheias de conhecimentos que ajudam o humano a entender a si mesmo, o outro e a sociedade no qual vive. Mas é muito importante manter um pensamento crítico no estudo de tais obras, achei o comentário da Helena Gualberto Elias relevante, ao pensar na desconstrução do único modelo possível e na necessidade de estudar os gregos e o ocidente em sua fonte para conseguirmos coloca-los em seu lugar, no qual é tão importante quanto tantas outras perspectivas histórias, filosóficas e culturais, onde também existe lugar para o que não é branco e ocidental.

  • @analuisamartins8121
    @analuisamartins8121 4 ปีที่แล้ว +1

    Sobre a aula 1:
    Os conceitos sobre a literatura, abordados no vídeo, geram uma interessante reflexão. As concepções são diferentes em dados momentos históricos, uma vez que em sua concepção moderna, a literatura não tem um compromisso exclusivo com o ensinamento de comportamentos morais. Já a literatura grega, apesar de não deixar a estética de lado, tem um caráter ético mais forte em sua produção, inclusive na versão oral e improvisada. Um exemplo disto está presente na Ilíada, de Homero. Inicialmente, ao fazer uma leitura sem grandes análises, a atitude de alguns personagens, como Aquiles e Agamêmnon, por exemplo, podem gerar certo estranhamento ao leitor. Porém, para entender tais atitudes, é preciso analisar a cultura, o momento histórico e certos valores gregos para entender os profundos motivos por trás de certos conflitos.
    Pensar na literatura grega também leva à reflexão sobre a grande importância deste estudo ao longo dos séculos. Roosevelt Araújo, em seu ensaio “Por que o Brasil precisa dos Estudos Clássicos” relembra que momentos sociais transformadores e de grande importância, como o Humanismo, o Renascimento e o Iluminismo, retomaram o estudo da Antiguidade Clássica para fundamentar seus ideais. Além disso, pensadores importantes, como Freud, têm clara influência da literatura clássica. Só para citar um exemplo, Freud consagra um termo psicanalítico com o nome de “Complexo de Édipo”, uma referência notória à tragédia grega “Édipo Rei”, de Sófocles.
    A promoção dos estudos clássicos é uma questão debatida e muitas vezes rodeada de críticas, no entanto, é difícil negar a relevância do tema. No texto “Perché leggere i classici” (“Por que ler os clássicos”, em tradução livre) o escritor Italo Calvino traz reflexões interessantes para o debate: “Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram.” (tradução por Nilson Moulin). Contudo, a conclusão de Calvino sobre o tema é que “A única razão que se pode apresentar [afinal] é que ler os clássicos é melhor do que não ler os clássicos.” Flávio Ribeiro de Oliveira, em seu ensaio “Sobre a pertinência do estudo de Letras Clássicas no Brasil contemporâneo” faz uma interessante interpretação sobre o pensamento de Calvino citado: “Ler os clássicos é melhor do que não lê-los porque tais leituras formam um homem melhor”.
    Ana Luísa A. Martins, aluna de Fundamentos de Literatura Grega.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Excelentes reflexões, Ana Luísa ! Obrigado pelas leituras e por compartilhar seu comentário aqui conosco... Muito bom!

  • @laracadar4463
    @laracadar4463 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 01
    O mais interessante da literatura, ao meu ver, é a forma como ela é capaz de
    ultrapassar suas próprias definições. A literatura e o seu estudo como concebemos
    hoje, especialmente no ocidente, tem fortes vínculos de origem na Grécia Antiga.
    Herdamos registros escritos importantíssimos da antiguidade que ajudaram a
    moldar nossa sociedade e nossa visão de mundo, contribuíram para mudanças e
    avanços, além de nos ajudar no questionamento e entendimento de nós próprios
    como humanos e indivíduos. Hoje temos acesso às palavras escritas e a olhamos
    sob o viés da literatura, mas só o fazemos pela perspectiva do agora. Toda essa
    ‘literatura’ antiga estava atrelada intrinsecamente com tradições orais e
    apresentações públicas que se não fosse perspectiva escrita estariam de outra
    forma perdida. Muito mais do que de superar algumas limitações da nossa noção
    literária, essas obras antigas abrangem e sustentam um diversificado campo de
    estudos. Outra característica peculiar é a imunidade temporal. Estudamos obras
    antigas tentando compreender o passado, descobrir sobre como era a viver
    antigamente, como a sociedade se estruturava, para quais deuses oravam ou como
    entendiam o mundo, e ao passo que esse conhecimento nos ajuda a avançar no
    tempo moldando um futuro, nós só podemos interpretá-los sob a ótica do presente.
    O contato com as obras antigas permite nos permite expandir nosso pensamento e
    desenvolver novos conceitos que modelam nossa visão de mundo e compreensão
    das coisas, e é com essa nova compreensão e conceitos novos que direcionamos o
    nosso olhar para as análises das obras antigas. Como em um ciclo.
    Chamamos por um conceito moderno de literatura algo que na época não procurava
    atender as definições dessa instituição, nos referimos a um grande território
    geográfico rico em diversidade e compreendido dentro de um longo período de
    tempo simplesmente como grego. Estamos constantemente rearranjamos o
    passado sob a perspectiva presente.

  • @vitoriafinkler5945
    @vitoriafinkler5945 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1
    Achei muito pertinente a abertura da matéria com a explicação sobre a importância dos clássicos, pois é possível entender mais a posição e base para o começo da discussão. Assim como o estudo da história como um todo, a literatura carrega os modos de vida da época, que as vezes só estão documentados nessas histórias que antigamente foram passadas oralmente.
    Lendo os textos complementares, a visão que mais me interessou foi de Calvino, citado no texto de Flavio Ribeiro de Oliveira, na qual a visão de clássicos é mais ampla e garante assim maior abrangência nos estudos, porque clássicos não necessariamente são limitados a um período temporal. De mesmo modo, o autor do texto "Sobre a Pertinência dos Estudos de Letras Clássicas no Brasil" responde sobre o quanto as leituras clássicas são formadores de modelos, o que liga-se a mesma ideia do estudo de história.
    Portanto, a história e literatura são campos interligados, ambos deveriam fazer parte da formação educacional, para assim amparar novos estudos e ações futuras. As influências greco-romanas estão em todos os ambientes atuais, e para serem identificadas e assim fortalecer o entendimento de sociedade é preciso conhecê-las.

  • @guilhermeewerton6444
    @guilhermeewerton6444 3 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1
    A respeito da pergunta: "Por que estudar os clássicos (Grécia/Roma)?"
    Pensei que, nós, como ocidente próximo, é de suma importância que entendamos de onde provém a nossa cultura, os nossos mitos, ritos e, por consequência, iremos entender de onde vêm os nossos arquétipos. É fulcral sabermos sobre os primeiros escritos, uma vez que, inconscientemente, os costumes clássicos são latentes nossos poetas e escritores contemporâneos. Lembrei-me de Freud, em seu livro O mal-estar na civilização (1929), ele postula que Roma, em toda a sua história passou por mudanças arquitetônicas, foram prédios sobre prédios, pedras sobre pedras. E, se formos lá hoje não encontraremos as primeiras edificações. No entanto, no subterrâneo, há destroços, há restos. Semelhantente é o nosso inconsciente, nossos ancestrais ou melhor, os clássicos viveram e cunharam acerca da sociedade e, cabe a nós, aprender mais de algo que diz muito sobre nós mesmos..

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว +1

      Excelente comentário, Guilherme! Inclusive o seu exemplo é muito preciso: Freud fala da arqueologia para dar a ver o trabalho da psicanálise, nós podemos falar da psicanálise para falar das Clássicas e sua importância no estudo do passado. Estudar as Clássicas é fazer uma espécie de psicanálise da nossa cultura (como certa vez disse o prof. Jacyntho Brandão). Um forte abraço ! Seja bem-vindo ao curso e até a próxima!

    • @guilhermeewerton6444
      @guilhermeewerton6444 3 ปีที่แล้ว

      @@RafaelSilvaLetras muito obrigado, professor! Muito bom ouvi-lo novamente.

  • @jeanprevidi8007
    @jeanprevidi8007 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1.
    Quando comecei a ouvir a proposta do curso achei interessante pelo modo de como os gregos antigos influenciam em nossos dias. A temática nos leva a refletirmos o modo em que lemos e interpretamos esses textos... como a noção de Belas Letras para o estudou desses textos mudam de acordo se fossem estudados de forma literária... portanto as belas letras estão além do texto, estão no contexto histórico, social, cultural daquele povo. Sempre levando em consideração que as prosas, poesias, tragédias muitas vezes eram feitas de forma oral... de transmição oral, eram faladas e atuadas por meio de teatros (aonde surgiram muitos mitos gregos). Fiquei impressionado ao saber que os gregos estão além da Grécia e como eles interferem no nosso hoje. Acredito que os gregos tem muito a nos ensinar.

  • @joaobarretoleite3150
    @joaobarretoleite3150 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1 - É muito importante retornar a antiguidade para entender a civilização grega e o desenvolvimento do pensamento na história da humanidade. Acho fundamental a presença de uma matéria com esse conteúdo na grade curricular do curso de filosofia, mesmo levando em contra a consideração feita no vídeo sobre a problemática envolvendo o conceito de literatura. É fundamental pois, afinal, aí estão as bases da cultura fundadora da filosofia. Como pensar a filosofia grega sem antes se voltar para as vicissitudes culturais dessa civilização? Textos como a Ilíada, a Odisseia e a Teogonia tem uma importância inestimável para a formação do povo grego e para história da humanidade como um todo. A primeira aula de introdução esclareceu bem o plano do curso, e impressiona pela qualidade da abordagem do conteúdo. Estou feliz em estar matriculado nessa matéria e em poder acompanhar as aulas, aprendendo sobre a cultura e as histórias da Grécia.

  • @darcigoncalves4008
    @darcigoncalves4008 4 ปีที่แล้ว +1

    No texto A Defesa de Palamedes de Górgias, nos é apresentado uma brilhante defesa, que em seus fundamentos demonstra a impossibilidade se verificar a culpa do acusado, tanto por falta de provas, quanto por falta de uma lógica que demonstrasse a culpa. Palamedes demonstra que mesmo que quisesse cometer o crime, não o poderia fazer e, mesmo que quisesse, não haveria meios para realizar. Apesar da brilhante defesa, Palamedes é condenado, tanto pela exaltação da figura do acusador, como por uma certa ideologia de que pairava sobre o juri que já o considerava culpado. Na comédia as Nuvens, de Aristófanes, após perder para seu filho, recém Sofista no tribunal, Estrepsíades reflete sobre como praticar a justiça por meios injustos não vale a pena, pelo fato de que aquele que pratica injustiça, independente do motivo, passará a enxergar o mundo com os olhos de um injusto e perderá a referência sobre a justiça. Professor se pegarmos apenas esses dois textos que trouxe ao comentário e analisarmos certos contextos que envolve o campo político do Brasil, como perseguições a políticos pela prática de Lawfare, levando a condenação de um ex presidente da república sem provas, operações de combate a corrupção que se julgam no direito de passar por cima de qualquer regra jurídica pela sua causa, acreditando serem os grandes salvadores do Brasil (como se achavam os tenentes em 30 e os generais em 64, sempre com péssimos resultados), perceberemos a importância das reflexões dos gregos tanto para a compreensão, quanto para a crítica do mundo atual. Talvez nossas repostas já estejam lá...

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Cara Darci, acredito que sim. A perseguição a quem busca o conhecimento, durante esses períodos de "crise política" (como os que você cita), é o mais claro índice disso. Um forte abraço!

  • @ritalima3677
    @ritalima3677 4 ปีที่แล้ว +1

    Parabéns! Agradecida pela explicação!

  • @brunaspaxa
    @brunaspaxa 3 ปีที่แล้ว +1

    Professor, gostei bastante da sua indagação sobre o porquê estudar esse tipo de literatura e me ocorre bastante que, não somente com a literatura, mas tudo na vida, deveríamos estudar os primórdios, os princípios para o entendimento do atual. No meu ponto de vista, a criação de conceitos como o que seria ética, a própria literatura, etc, que guiaram o rumo que a evolução dos estudos dessas áreas levariam e até mesmo podem ter sido guias de comportamento e culturais, uma vez que se define algo, é importante se considerar a possibilidade de uma mudança de comportamento na sociedade para agir conforme aquela definição. Um exemplo chulo: se por motivo qualquer que seja, se defina que matar não é algo ruim, pode haver uma mudança na sociedade a partir disso. As concepções de Nietzsche sobre o estudo da história são interessantíssimas e muito reais, inclusive me veio à mente o quanto a falta desse tipo de senso crítico, como relacionar passado com presente e até futuro, tem nos prejudicado com o nosso estado político na mão de desavisados. Mas enfim, acho que vou adorar o curso principalmente porque também amo curiosidades e história. Já fui surpreendida nessa primeira aula com a informação de que o novo testamento foi escrito originalmente em grego, não fazia ideia!

  • @liveasantos2826
    @liveasantos2826 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1-
    Iniciar o estudo da disciplina questionando os seus termos nominais me chamou bastante atenção pois apresenta a grandeza da linha temporal em que os povos que conhecemos por gregos estão inseridos: não são somente aqueles os quais construíram os monumentos magníficos que hoje admiramos, mas também aqueles de quem pouco sabemos já que muito se perdeu de sua história.
    Sobre o conceito de literatura utilizado, eu particularmente acho que é importante usarmos do contexto moderno que associa a literatura ao que está escrito, já que somente nessas circunstâncias pudermos ter conhecimento de obras como as de Homero, que, apesar de serem mais bem descritas como poemas, quando adaptadas à modernidade possibilitam uma maior difusão da cultura apresentada na obra.
    Por fim, me inspiro no questionamento levantado por Flávio Ribeiro de Oliveira em seu texto "sobre a pertinência do estudo de letras clássicas no Brasil contemporâneo" e pergunto: por que estudar a então chamada "literatura grega"? Respondo da mesma forma que ele: esse estudo é importante para a formação de homens melhores.

  • @Litiser
    @Litiser 4 ปีที่แล้ว +1

    Muito bom.... Obrigado pelo conteúdo.

  • @marialuizamarianosarmento4729
    @marialuizamarianosarmento4729 4 ปีที่แล้ว +1

    Gostei muito do seu mini curso , foi de extrema importância para minha caminhada no curso de letras. Obrigada

  • @Flavio40542
    @Flavio40542 4 ปีที่แล้ว

    Flavio Augusto Gomes Rosendo
    Aula 01
    Sempre me preocupou a necessidade ou a conveniência de se justificar a escolha por curso, disciplina ou área do conhecimento. Normalmente, observa-se que a maior parte desses questionamentos camufla uma compreensão meramente utilitarista da Educação, na qual a busca pelo estudo deve estar direcionada a proveito prático e imediato, sem o qual determinado estudo poderia ser considerado “perda de tempo”. A escolha pelo estudo do Grego e do Latim insere-se nesse contexto. Quase de imediato, pergunta-se: por que estudar essas línguas? O que se ganha com isso? Vai usá-las onde? E, via de regra, se a responder não contiver alguma explicação que evidencie alguém proveito econômico, profissional ou mercadológico em perspectiva, o estudo passa a ser considerado de menor valor. A Educação parece ter perdido seu propósito existencial, isso é, formar o indivíduo, dizer quem ele é, auxiliá-lo em sua construção psíquica, moral, intelectual, dizer de onde vem e para onde vai, ajudá-lo na tomada de decisões, guiá-lo no mundo.
    A escolha pelo estudo da Literatura Grega deveria ser evidente pela simples razão de ter a cultura grega, em suas diversas origens, expressões e alcances, influenciado toda a formação da civilização ocidental direta ou indiretamente. Não obstante, essa simples explicação já constitui justificativa para o aprendizado da disciplina.
    Segundo Nietzsche, na abordagem do Professor Rafael Silva, o estudo da História poderia ser compreendido sob a perspectiva monumental, antiquária ou crítica. Apraz-me a primeira, na qual a história é compreendida como forma de enaltecimento do presente. A cultura grega, ou as culturas gregas, ou ainda o pensamento helenístico em sentido amplo, remanesce triunfante nos dias atuais como expressão de culturas vigorosas, cujas ideias e pensamentos moldaram o pensamento humano e ainda continuam a influenciar as decisões que são postas nas decisões do presente.

  • @ofeliasouzavieira3763
    @ofeliasouzavieira3763 4 ปีที่แล้ว

    Estudar Literatura Grega Antiga, é uma possibilidade de conhecer um pouco a história desse povo, sua língua, conquistas, arte crenças e verificar que em época da não existência da linguagem escrita, a tradição cultural se transmitiu, de geração em geração, de forma oral. Para isso muito contribuiu a poesia e a prosa na transmissão dos ensinamentos éticos, históricos e culturais.
    Nos estudos de autores antigos ressalte-se, dentre outros, Homero, Platão, Hesíodo e Safo. Pode-se dizer, pela aplicação constante nos dias de hoje, que seus ensinamentos também estão presentes nos tempos atuais, na filosofia, nos estudos éticos, no direito, na literatura contemporânea, na política, na história, etc.
    O termo Literatura, não se aplica bem à época por ser essa uma concepção moderna. Nos povos antigos não havia a literatura escrita e sim a linguagem oral, responsável por repassar valores, de geração em geração.
    Quero ressaltar, também, a forma do Professor Rafael transmitir a literatura pelos diferentes períodos históricos (Micênicos, Idade das Trevas, Arcaico, Clássico, Alexandrino, Greco-romano e Bizantino) de forma mais perceptiva, fazendo-nos acompanhar mais proximamente com interesse e mais compreensão.

  • @juanpedro8170
    @juanpedro8170 4 ปีที่แล้ว +1

    AULA 1
    Considerei extremamente pertinente trazer o questionamento de porque e para que estudar literatura grega. Tendo em vista, que muitas das vezes não refletimos sobre a necessidade e os objetivos de se aprofundar em determinadas áreas do conhecimento. Logo, me faz pensar mais uma vez, acrescido do que foi dito no vídeo sobre a 2°consideração intempestiva de Nietzsche, de como obras que poderão ser interpretadas de forma literária de séculos atrás, tem o poder de interferir no meu presente e alterar consequentemente o meu futuro. Achei bastante interessante as nuances que podem aparecer no conceito de literatura de acordo com o contexto histórico abordado. Em seu conceito mais antigo possuía uma característica enciclopédica de ensinamentos práticos, geralmente executadas na forma oral e improvisada. No entanto, a literatura em conceito moderno remete-se majoritariamente na forma escrita sem a necessidade de possuir um ensinamento sobre como agir ou como fazer algo dentro de determinados valores. Por fim, outro ponto que me chamou a atenção é o entendimento que eu tinha, geralmente estereotipado, sobre termo grego. Pude entender que o conceito dessa palavra vai além de um povo, com determinada cultura e em uma determinada fase histórica. É um termo bastante amplo no quesito temporal, e com diversas especificidades de acordo com o contexto histórico, geográfico e cultural.

  • @marcoantonioaraujodesouza7126
    @marcoantonioaraujodesouza7126 4 ปีที่แล้ว +2

    Encontrar seu projeto foi o melhor achado feito nessa quarentena. Curso Letras, estou no terceiro período, e seu trabalho irá me ajudar imensamente. Grande iniciativa! Abraços.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Caro Marco Antônio, fico muito feliz com sua mensagem. A proposta é justamente a de ser uma introdução à Literatura Grega, oferecida gratuitamente e com algum cuidado acadêmico, da forma a mais dinâmica possível. Espero que goste! Um forte abraço!

  • @isabelalavalle9089
    @isabelalavalle9089 4 ปีที่แล้ว +1

    AULA 01
    Quando logo no início da exposição veio a pergunta de por quê se estudar a literatura grega, já me veio em mente uma série de pensamentos.
    Vendo a aula de hoje, acabei me recordando das discussões e reflexões feitas no curso ‘entre os gregos e nós outros’ e de todas as questões que eu refletia: a respeito de qual a nossa relação com os gregos antigos; de como é interessante ver que, mesmo tanto tempo distante, estamos tão ligados; e de perceber a sua tamanha importância tanto como história em si mesma, como mencionado na aula, tanto como história que se faz presente em nosso presente, em nosso futuro, em nossas reflexões, em nosso processo de desconstrução e em nosso processo de entendimento e de crítica acerca do mundo, seus acontecimentos e suas questões, e acerca de nós mesmos.
    Confesso que, pra mim, era difícil estabelecer toda essa conexão e entender de que forma a história grega nos influencia e se relaciona com a nossa história também. Acredito que pela minha visão, por muito tempo, pouco ampla e bastante incompleta, não conseguia ver como esse contexto é presente, de maneira fundamental, em nossa história. Portanto, acho muito interessante e importante saber que o estudo desses textos, dessas obras, dessas figuras e desses contextos são os grandes responsáveis para o nosso estreitamento cada vez maior do entendimento da riqueza e das contribuições da história dos povos gregos para a nossa vida.
    Outro ponto que também me chamou muito a atenção e que também li em algum dos comentários abaixo, é o fato de como eu tinha essa visão incompleta e equivocada a respeito dos povos gregos, não só quanto às suas contribuições, mas a respeito de quem são e de como eu os “encaixava”, na minha cabeça, em apenas um período específico de tempo. Além disso, gostei muito de saber mais quanto a definição do próprio termo “literatura”.

  • @barbaraemanuelle8628
    @barbaraemanuelle8628 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 01
    A justificativa do porquê estudar os Fundamentos de Literatura Grega, ainda nos dias atuais, se apoiando nas ideias propostas por Nietzsche na "Segunda Consideração Extemporânea" faz emergir reflexões importantes sobre o quanto esse estudo se faz tão necessário. É interessante também refletir sobre os três conceitos que em conjunto nomeiam essa disciplina. Entender a Literatura como a instituição que ela é hoje é fundamental para que se possa assim olhar para o passado com cuidado, buscando compreender os aspectos de construção de produções literárias que atravessaram séculos e milênios, ao mesmo tempo que se leva em consideração o contraste e as singularidades entre dois contextos socio-historico e temporais completamente distintos. Contextos esses que são igualmente importantes para nortear esse tipo de estudo, de modo a compreender como o passado interfere no nosso presente e no nosso futuro, bem como o compreender ainda os efeitos que esses estudos em si provocarão na sociedade.

  • @anastacioaraujojr8388
    @anastacioaraujojr8388 4 ปีที่แล้ว +2

    Parabens Rafael, obrigado pleas aulas!

  • @rventuriniap
    @rventuriniap 4 ปีที่แล้ว +1

    Comentário (Aula 1)
    Neste vídeo o professor parte da questão acerca das razões e possível utilidade atual do estudo dos textos antigos. Apresenta a maneira como essa "importância" foi retoma no mundo ocidental tanto no Renascimento Italiano, por autores como Petrarcar, Dante e Boccaccio, humanistas influenciados em grande medida por Cícero, quanto mais recentemente com o neo-humanismo de Winckelmann, Herder e os irmãos Schlegel. A retomada do pensamento antigo também influenciou grandemente Humboldt. Uma tentativa de sistematização dessa empreitada de retomada da antiguidade foi levada a cabo por Friedrich A. Wolff com a fundação de uma "ciência da antiguidade".
    Em uma abordagem de inspiração nietzschiana, seria possível considerar que a retomada dos textos antigos só seria interessante, "para nós", na medida em que se constitua, não como estagnação e paralisia da vida, mas como como "nutriente de vida", nutriente da atividade. Isso equivaleria a tratar a história de modo a fazer com que ela permita "transformar e assimilar as coisas passadas ou estranhas, curar suas feridas, reparar suas perdas, reconstruir por si próprio as formas destruídas (Nietzsche, 2005, p.73). De todo modo, Nietzsche considera três possibilidades de lide com o objeto histórico: i) tradicional (elogio do passado histórico), ii) monumental (apropriação da história em uma perspectiva ativa), iii) crítica (lide com a história em chave negativa em relação ao presente).
    Por fim, a aula propõe uma reflexão sobre as noções de "fundamentos" (que podem variar conforme a perspectiva histórica), de literatura (na medida em que se trata de uma instituição moderna e assim não pode ser aplicada de modo irrefletida aos textos antigos) e, de "grego" (já que o adjetivo costuma se aplicar a grupos heterogêneos e inseridos em diversos contextos, desde o período arcaico até o período bizantino.

  • @larissacristina1578
    @larissacristina1578 4 ปีที่แล้ว +2

    Sobre a aula 1:
    Dois aspectos me chamaram a atenção na primeira aula de literatura grega. O primeiro deles é como eu tinha uma visão e incompleta e estereotipada de quem são “os gregos”. Acredito que não tenha sido a única que pensava que esse povo (ou povos) se referia apenas à população que viveu durante o período clássico em Atenas. Muito me surpreendeu quando o Rafael explicou que a literatura grega estende-se por milhares de anos na linha temporal e por dezenas de diferentes populações em questão territorial. Nesse sentido, a aula foi esclarecedora.
    Em segundo lugar, a pergunta “Por que estudar literatura grega?” me fez refletir bastante, principalmente porque esse questionamento não pode ser desassociado da pergunta “Por que estudar Literatura?”. Pessoalmente, gosto da conclusão de Flávio Ribeiro de Oliveira no texto “Sobre a pertinência do estudo de letras clássicas no brasil contemporâneo”. Nesse artigo, o autor afirma que a leitura dos clássicos é importante para a formação de homens melhores, ou seja, conhecer a literatura é bom porque seria pior não conhecê-la. Eu, enquanto estudante de letras, sei disso. Acredito que meus colegas nessa disciplina também, independente de seus cursos. Entretanto, vejo-me, constantemente, na situação de desconstruir visões radicais (segundo o conceito de T.S Eliot) de educação, e de convencer a sociedade, o governo e até a mim mesma de que o que eu estudo é importante. E, infelizmente, nem a sociedade, nem o governo parecem muito satisfeitos em investir numa ciência que forma homens melhores. Assim, espero que essa disciplina me forneça de argumentos e até mesmo de confiança para reafirmar que os estudos da Literatura e da literatura clássica são importantes.

  • @hudsonteixeira1375
    @hudsonteixeira1375 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1
    A indagação do por que estudar os fundamentos da literatura grega , traz a luz uma reflexão extremamente necessária para que possamos entender alguns conceitos dos pensamentos atuais , já que os gregos exerceram uma influência dominante no pensamento ocidental.Desta forma, fica evidente a importância da leitura dos clássicos.A reflexão é de como a sociedade atual foi e é influenciada pelos clássicos , um exemplo deste fato podemos observar nas obras de Aristóteles e de Platão entre outros , com os conceitos de cidadão e cidade que influem na política "moderna" de maneira direta, ou até mesmo de como os escritos de Aristóteles que tiveram sua ordem de escrita sistemática herdada de Platão,os escritos são induzidos por São Tomás de Aquino a partir de uma leitura subjetiva por assim dizer, todas essas leituras exercem sobre a contemporaneidade uma espécie de ônus, que não pode ser desassociado da forma com que pensamos e agimos na modernidade.Outro fato interessante exposto na aula foi, de como a reorganização proporcionada pelo conceito de literatura contemporânea abrange diferentes olhares sobre uma mesma obra, pode ser uma análise sociologia,filosófica enfim, mesmo que elas transmitam em seu caráter primário conceitos, éticos com uma intenção didática que poderia sugestionar o comportamento do indivíduo que estava inserido no momento histórico da criação da obra.Sendo assim, por todos esses motivos é necessário se estudar os fundamentos da literatura grega com uma concepção histórica , pois esse é um dos caminhos para que possamos de certa forma entender alguns conceitos construídos ao longo do tempo.

  • @IsmaelSilva-zr2pc
    @IsmaelSilva-zr2pc 4 ปีที่แล้ว +2

    Aula - 01
    A literatura como instrumento social é importantíssima na construção e consolidação da identidade cultural de um povo, como vemos por exemplo nas epopeias homéricas, Íliada e Odisseia, consideradas as primeiras e mais importantes obras da literatura ocidental, e por alguns historiadores da filosofia antiga a "certidão de nascimento" da cultura grega do ocidente, quando trata das mais variadas questões e conceitos sobre a identidade dos povos gregos antigos. São de importância atemporal os conceitos trabalhados nessas obras literárias como: a noção de xenía, areté, diké, timé (hospitalidade, excelência pessoal, justiça e honra), entre vários outros conceitos importantes para a formação da personalidade cultural de uma nação. Mas esse é somente um dos motivos pelos quais deve-se estudar literatura, pois há uma série de considerações encontradas nas mais diferentes áreas do conhecimento sobre a relevância de voltarmos aos antigos através das obras literárias.

  • @anagveloso7103
    @anagveloso7103 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 01:
    Muito importante o questionamento inicial, que é,quais são as razões de estudar obras tão antigas, que se encontram em contextos;sociais,econômicos ,espaciais e políticos, muito distantes do que vivemos hoje,no Brasil no ano de 2020.
    Tal motivo pode ser entendido pela influência que essas obras exerceram e exercem no pensamento ocidental, e também importante salientar ,a segunda consideração intempestiva de Nietzsche, em que trata dos 3 motivos pelos quais se debruçar sobre a antiguidade e estuda-la ,em que Nietzsche é muito relevante em trazer a “utilidade” desse conhecimento.
    Eu espero,que ao fim desse semestre de estudos, eu possa ter analisado taos obras em busca de melhoras para os contextos em que eu estou inserida.
    Outra questão que me intrigou muito for justamente o nome da matéria: Fundamentos de Literatura Grega em que o conceito de literatura não se aplica perfeitamente,(mesmos que as obras possam ser lidas em um contexto literário)em que o conceito mais adequado seria, na realidade, Belas Letras.

  • @ivannunes1291
    @ivannunes1291 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá, Rafael. Anos atrás cursei uma disciplina de Literatura Grega em Tradução; a leitura integral de Ilíada e Odisseia desde então estão no meu backlog. Farei este curso também. Parabéns pela iniciativa.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Excelente, Ivan! Fico muito contente em saber do seu interesse! Um abraço!

  • @vanderleiborgesferreira2857
    @vanderleiborgesferreira2857 3 ปีที่แล้ว +1

    Olá, professor. Encontrei suas aulas aqui no TH-cam e gostaria de saber como faço para fazer todos esses cursos disponíveis obtendo certificado?

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว

      Caro Vanderlei, seja bem-vindo! Dê uma olhada na página do Apoio Pedagógico da Faculdade de Letras da UFMG. Lá, todos os cursos abertos com certificação estão especificados. Dos meus, são três: Introdução aos Estudos Literários; Literatura Comparada e Mitologia Clássica. Um forte abraço e até breve!

    • @vanderleiborgesferreira2857
      @vanderleiborgesferreira2857 3 ปีที่แล้ว

      @@RafaelSilvaLetras Muito obrigado!

  • @alanfrancisco9207
    @alanfrancisco9207 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1: Por que estudá-los?
    Desde o Ensino Fundamental, aqui no Brasil, já somos expostos aos gregos antigos de forma introdutória. Tenho vagas lembranças já no sexto ano (antiga quinta série) da leitura resumida de mitos e traços da cultura Grega Antiga. Algo que sempre é "martelado" na cabeça dos alunos é justamente que a cultura desses povos antigos é extremamente influenciadora de vários traços da atual cultura ocidental. Obviamente, se tratando do ensino básico, não é feita nenhuma abordagem mais complexa, mas o fato de já mostrarmos aos alunos em tão jovem idade um pouco dos gregos antigos já nos diz muito sobre sua importância em nossa bagagem intelectual e cultural. Tal como Roosevelt em seu ensaio "Por que o Brasil precisa dos Estudos Clássicos", a retomada e o estudo dessa herança contribuiria para o enriquecimento intelectual de nosso país, embora isso possa extremamente difícil de ser aplicado em nossas escolas nos tempos em que vivemos.
    Como posto no vídeo, os textos dos gregos antigos têm suas próprias particularidades em contraposição à ideia moderna de Literatura, então é necessário certo cuidado em qual seja a abordagem que fazemos à leitura de uma Ilíada e Odisseia para não cometermos anacronismos. Dito isto, é inegável a contribuição dessa dita literatura grega antiga em textos literários de hoje. Podemos pensar em Machado de Assis, um dos nossos maiores representantes literários, que em sua obra dialoga muito com autores e textos gregos antigos. É possível ver vários paralelos, referências de obras clássicas não se limitando à literatura, mas também ao cinema, à música, animes, dentre outros. Logo, para uma maior absorção de determinadas obras artísticas, ter um conhecimento desses clássicos da humanidade acaba fazendo com que usufruirmos mais ainda destas.
    Estudar os gregos antigos acaba sendo algo muito enriquecedor já que se trata de uma das heranças que temos em nossa cultura brasileira. Somos a mistura de vários intercâmbios culturais, e os gregos antigos têm papel bastante relevante. Pensando numa chave crítica de estudo de história proposta por Nietzsche, talvez os estudos clássicos como um todo possam ajudar em nossa "independência intelectual", como diz Roosevelt no ensaio supracitado. Numa ótica um tanto que otimista, poderíamos criar novas visões para o futuro de nosso país, que ultimamente anda bastante trágico.

  • @carolinasilva9622
    @carolinasilva9622 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 01
    Por que estudar?
    A cultura grega antiga tem uma influencia significativa em vários momentos históricos subsequentes a época que foi concebida; tanto em um âmbito cultural como também na literatura.
    Como por exemplo, no Renascimento. Onde os Humanistas defendiam o resgate dos ideais gregos e em suas obras há uma presença marcante desta proposta. Os Neo-humanistas ,por sua vez, foram motivados a produzirem suas obras seguindo um viés mais helenístico da cultura grega. E não somente na literatura, mas essa cultura predecessora também influenciou o modo de produção de conhecimento. As primeiras universidades usavam o conhecimento grego como base para a produção de novos conhecimentos.
    Deste modo é criado um termo para o estudo da época grega em questão: Ciência da Antiguidade. Logo, diversos autores conceberam críticas ou usaram-na para corroborar com seus pensamentos e obras. Dito isso, é perceptível como uma cultura tão distante (em detrimento do lugar que ocupa na linha temporal) pode ser crucial para a formação de diversos períodos históricos e ainda ser relevante à atualidade.
    Por último, a reflexão sobre o nome da matéria a ser estudada: Fundamentos da Literatura Grega. A palavra fundamento como a base ao qual o professor elaborará sua aula, Literatura como um termo um pouco controverso, pois a principio as obras da época eram recitadas oralmente e Grega como um termo moderno que exclui alguns dos povos que constituíam essa civilização.
    Carolina D. F. Silva
    / Aluna de Filosofia

  • @sylsonmaciel3130
    @sylsonmaciel3130 4 ปีที่แล้ว +1

    É importante estudarmos os gregos pela sua clara influência em nossa cultura e nos nossos saberes, porém não com uma abordagem acrítica ou meramente deificadora de tudo o que pensavam, faziam, mas com um olhar sempre atento a saberes e práticas que moldavam a sociedade dessas pessoas, para ,inclusive, por um escopo analítico sociológico, compreender o que permanece de tal cultura. Nesse sentido, fica claro que a abordagem histórica de um grande pensador, Karl Marx, é assertiva quando, na abertura de seu, talvez mais conhecido texto, O Manifesto Comunista, refere-se à luta de classes como o motor da História. Isso se percebe desde os gregos, os quais cultivavam uma casta de "bem nascidos" em suas formação social e a escravidão( dos não tão bem nascidos ) era utilizada como modo de produção.Dessa forma, cabe a nós questionarmos quais influências são nocivas, assim como quais são positivas a nosso modo de vida , efetivando as últimas, assim como rechaçando as primeiras. No entanto, qual método adotar para realizar essa análise, alguns se perguntariam, dado que o ser humano é ideológico, tudo o que coloca em perspectiva naturalmente é ideológico. O método adotado deve ser o da inclusão, como defendia o educador Paulo Freire, e nesse aspecto os gregos podem ser questionados largamente, porém alguns valores que os gregos utilizavam para a vivência coletiva eram de alta significação para a contemporaneidade , a exemplo da coragem, sabedoria, ética. Ademais o legado do surgimento do pensamento como ferramenta de análise para compreender o mundo de forma mais ampla, com o surgimento da filosofia, aparece como um aspecto positivo da cultura grega em nossos dias. Portanto, faz-se necessário ao estudar as civilizações antigas uma perspectiva da totalidade analítica, entendendo sempre a complexidade dialética de dada proposição, tendo em vista o aspecto crítico como força motriz de qualquer estudo que se queira realizar nesse sentido.

  • @lucassilvestrecandido2782
    @lucassilvestrecandido2782 4 ปีที่แล้ว +1

    Acho interessante a observação de Derrida a respeito da chave de leitura moderna colocada à literatura anterior a este período, especialmente a que diz respeito à Antiguidade, que alerta sobre a necessidade de se lembrar de "outras chaves de leitura", como a de Voltaire, para uma ampla compreensão do que é, inclusive, a própria literatura. Espero que, ao abordarmos Homero, possamos ver o que é uma leitura literária e quais são os elementos que a compõem, de modo que as diferentes perspectivas sobre esta instituição, no sentido do pensador francês, possam ser observadas (pergunto-me: a visão de sistema literário também tem o sentido atribuído por Antonio Candido?). Considerando, ainda, as distinções estabelecidas por Platão quanto à poesia, seria interessante entender de que forma esta separação permitiu os diferentes modos com que a literatura foi interpretada posteriormente, dando abertura às perspectivas suscitadas sobretudo por Freud e Nietzsche.

  • @narrima9846
    @narrima9846 4 ปีที่แล้ว +2

    AULA 01:
    O questionamento de como e porque estudar fundamentos de literatura grega, nos tempos atuais, nos faz ainda outra pergunta: porque os antigos gregos foram tão importantes? O que eles teriam de tão relevante para nos ensinar hoje? Nesse contexto, citado na aula, Friedrich Nietzsche considera a história como conhecimento puro e procura definir a necessidade da história a serviço da vida. Na segunda consideração intempestiva há basicamente três abordagens (perspectivas) de estudar a história: monumental, antiquária e crítica. O modo monumental (estudo da história para o presente) e o modo crítico (estudo da história crítica visando o futuro) são os mais viáveis para que possamos tentar responder as perguntas acima. Desta forma, em nossos dias atuais diante te tantas crises, e elas são bastante variadas como a econômica, crise social, crise existencial e etc. , os antigos gregos que foram os primeiros desbravadores da democracia, ao qual hoje (por alguns) é questionada, não teriam muito a nos ensinar? Seus valores, principalmente os éticos, parecem que foram esquecidos completamente pelos contemporâneos e principalmente por aqueles que exercem o papel representativo de muitos. Assim, é mais do que importante estudar literatura grega, é de extrema necessidade, pois se ainda há pobreza e todos os outros problemas que temos atualmente, a principal causa, sem dúvida, é a falta de valores realmente humanos e nobres nos quais os antigos gregos cultuavam!

  • @giovannasabadini4899
    @giovannasabadini4899 4 ปีที่แล้ว +1

    AULA 1
    Pensar sobre os Fundamentos de Literatura Grega, partindo dos questionamentos propostos: “Que fundamentos? Que literatura? e Que gregos?” , me faz ter inicialmente uma reflexão semelhante a que anteriormente tive na tentativa de entender o que são obras clássicas no que diz respeito a primeira pergunta.
    Pensar em que obras seriam esses fundamentos, é também pensar a tradição literária brasileira, é pensar o brasil como colônia, que sofreu com o apagamento de sua cultura nativa e que, além disso, apagou a história de outras culturas não hegemônicas no país. É pensar sobre o porque os gregos tão distantes em linhas temporais e espaciais de nós exercem uma força tão grande sobre nossa literatura ainda hoje. Essa força aparece diretamente em períodos já citados no vídeo, como o arcadismo, mas aparece também de forma indireta, atravessa as obras, às vezes de maneira até mesmo inconsciente por parte do autor, tendo lido ou não os gregos, de alguma forma eles passam por nós. Nesse sentido, desde que li, Homero, tenho encontrado dificuldade em não encontrar essa tradição presente em algum lugar, ainda que bem escondido, em obras posteriores a ela.
    Entrando agora na pergunta, “que literatura?” Outra dificuldade que achei no caminho foi a de me abster do olhar moderno, que contempla a estética de Odisseia, tendo eu me permitido vez ou outra ao anacronismo de admirá-la. Apesar disso, foi muito importante para mim ter sido guiada para outro olhar, ler Odisseia tendo além do insistente olhar moderno, o entendimento, de que aquela obra carregou também os valores e costumes de uma época.
    Já ao pensar: “que gregos?” Me debati com algo que nunca antes havia questionado, a multiplicidade deles e como nosso olhar atual raramente enxerga isso, tem sido um aprendizado imenso pensar e repensar esses pontos a partir dos questionamentos propostos. Deixo aqui inclusive meu elogio a forma que essa matéria foi pensada!
    Giovanna Sabadini.

  • @thebrazilianhuguenot
    @thebrazilianhuguenot 4 ปีที่แล้ว +1

    Comentário da Aula 01
    Por que estudar clássicos (literatura grega) no Brasil do século XXI?
    No meu caso, fiquei interessado na pergunta inicial da aula: por que estudar os fundamentos da literatura grega? Desenvolvendo um pouco mais a indagação, pode-se questionar diversos assuntos relacionados, desde possíveis soluções para problemas socioeconômicas referentes à realidade brasileira até dúvidas quanto à relevância de textos tão antigos para homens e mulheres do século XXI. Ao estudar parte das leituras recomendadas do curso, encontrei duas perspectivas que, ao meu ver, se complementam.
    A primeira delas se refere a visão de Flávio Ribeiro de Oliveira¹, na qual, utilizando uma argumentação semelhante a de Platão ao explicar o porquê de se estudar filosofia, o texto defende que o estudo dos clássicos formará homens e mulheres melhores. Com o adjetivo “melhor”, não se está fazendo uma afirmação da superioridade de quem tem a oportunidade de se dedicar aos clássicos; na realidade, argumenta-se que pessoas agraciadas com esse estudo têm uma chance de se desenvolverem enquanto indivíduos de modo mais pleno. Nas palavras do autor, “para um mesmo homem conhecer os clássicos é melhor do que não conhecê-los”.
    O segundo ponto de vista, por sua vez, é de Roosevelt de Araujo da Rocha², o qual defende a tese de que, para alcançar a independência intelectual brasileira, bem como um desenvolvimento genuíno nacional, é necessário que o estudo dos clássicos seja incentivado. Entre os argumentos do autor, um dos que mais me interessou foi a observação que faz referência à obra do italiano Giovanni Cerri de que “em todos os momentos de grandes transformações sociais e tecnológicas na história do Ocidente houve retomadas e revalorização da Antiguidade Clássica”. Em outras palavras, a História comprova a importância dos estudos clássicos para o desenvolvimento sadio de uma nação.
    Diante dos motivos já apresentados - provavelmente existem muitos outros -, é evidente que o estudo dos fundamentos da literatura grega é essencial, inclusive no contexto brasileiro. Portanto, termino com mais uma citação de Flávio Ribeiro de Oliveira: “por que privar os jovens de conhecer os clássicos? Temos o dever de lhes propiciar mais do que o show de domingo da televisão”.
    Referências:
    1- OLIVEIRA, Flávio Ribeiro. Sobre a pertinência do estudo de Letras Clássicas no Brasil
    contemporâneo. Remate de Males (2014), 34.2, p. 625-631.
    2- ROCHA JÚNIOR, Roosevelt Araújo. Por que o Brasil precisa dos Estudos Clássicos. Em Tese
    (2019), 25.1, p. 203-209.

  • @ghabadesign
    @ghabadesign 4 ปีที่แล้ว +2

    Aula 01:
    A princípio, dissertando sobre a história do pensamento, em recorte ocidental, demonstra-se a importância do compreender o espaço-tempo na qual o pensamento e a sua projeção se faz na cultura de modo geral. A partir da introdução da 2ª Consideração intempestiva de Nietzsche, nos revela 3 olhares sobre o estudo da história os quais não são excludentes, tão pouco disputam valor. Por sua vez, podem ser utilizadas como complementares ou caso separados cabe ao estudante tomar como válida a visão que não violentar os fatos e se mostre coerente com sua representação tanto no presente, quanto no futuro.
    Outrossim, nos evoca para a reflexão sobre a etimologia dos termos Fundamentos, Literatura e Grega. Sendo assim, elucida sobre a existência de subjetividade ao que se tem como Fundamental, mas reforça a ideia de que o que é canônico será preservado e a subjetividade se mostrará presente no enfoque dos(as) autores(as). A seguir, destrincha literatura, trazendo a tona a modernidade desse conceito no qual se distancia, do que melhor posto seria a poética dos autores estudados, os quais mesmo que sugestivamente apresentam noções de ética, política e até a própria filosofia, didaticamente, das formas mais diversas, salienta-se que essa tradição em sua maioria era por via oral tornando-se ainda mais distinta do que se considera literatura, a qual se da como muito mais "fluida" e permissiva. E por fim, esmiúça a delicadeza ao se referir ao Grego, pela vastidão do período histórico e da posição geográfica dos mesmos, entretanto, ainda sim possível de ser categorizado como povo, sempre se atentando ao contexto histórico e politico, o qual reflete seus desdobramentos até o momento presente e futuro.

  • @gabrielmarinho9246
    @gabrielmarinho9246 4 ปีที่แล้ว +4

    Aula 1:
    Estudar os Fundamentos de Literatura Grega imputa, como o professor disse, uma série de escolhas, já que o que é fundamental para mim pode não ser para o outro. Além disso, há o debate sobre o conceito de literatura, que não pode ser aplicado diretamente para a arte - ou filosofia nos respectivos casos - que contemplamos. Logo, há aqui a necessidade de uma revisão dos nossos conceitos para estudar o material da maneira adequada, respeitando as sincronias e diacronias indispensáveis.
    Não estamos falando apenas de cuidado com o objeto de estudo por preciosismo - o que não seria indefensável se tratando da presevação da história de maneira antiquária, como aponta o professor se apoiando na "Segunda Consideração Intempestiva" de Nietzche -, mas sim de uma preocupação com o que o mantém relevante. Se não atrelamos os gregos ao que chamamos de tradição literária, essa instituição moderna se desestabiliza, pois não há Virgílio sem Homero, Dante sem Virgílio, Thomas Mann sem Dante, e, portanto, a cadeia que agrupa todos os autores que já publicaram e até mesmo os que nunca o fizeram.
    Destarte, estudar os gregos é rastrear - até onde conseguimos - as origens do pensamento ocidental, visando um melhor entendimento da tradição literária como um todo, mas também uma correlação com a contemporaneidade. Ao lermos Homero, Sófocles, Safo, Platão, Aristóteles, e todos os outros que recebem o título de clássicos que pertencem ao que aqui denominamos literatura grega para fins acadêmicos, estamos buscando, além dos meios para a apreciação de suas obras - e, a partir delas, o entendimento dessa sociedade -, lastro para práticas que permanecem na sociedade e que acabam representadas na arte.

  • @isadoracarvalho8003
    @isadoracarvalho8003 4 ปีที่แล้ว +1

    (comentário referente à aula 1)
    Questionar o sentido do estudo da Literatura Grega no contexto temporal em que nos encontramos ganha ainda mais interrogações se essa reflexão for devidamente alocada no Brasil. E apesar do distanciamento aparentemente inconciliável do estudo de poemas épicos de Homero com a realidade social e da tradição cultural brasileira no século XXI, os estudos clássicos apresentam-se indispensáveis. A plasticidade da cultura grega e sua capacidade de se manter importante, como se nota nos vários episódios de retomada da ética e da estética grega antiga ao longo da história, permeou e ainda permeia o pincelamento da cultura grega nas mais diversas produções literárias e acadêmicas, com influencias mais ou menos diretas. Dentro disso, podemos citar, a título de exemplificação, a influência do pensamento antigo nas obras de importantes pensadores da modernidade, como Nietzsche e Marx, ou mesmo em um exemplo mais próximo, por se tratar de um autor brasileiro, Machado de Assis. Deste modo, vê-se que estudar Literatura Grega vale não somente pelo já valioso conhecimento da cultura grega em si, mas para entender melhor outra infinidade de produções que nos rodeiam. Ou seja, o estudo de literatura grega faz-se essencial para uma formação completa, perpetuando sua importância independente da localidade em que esse estudo é feito.

  • @marianafreitas4357
    @marianafreitas4357 4 ปีที่แล้ว +3

    Aula 01:
    Quando pensamos no legado dos gregos antigos, surge a pergunta intrigante do porquê essa cultura se manteve tão forte a ponto de, mesmo sob a égide dos impérios macedônio e romano, ter mantido seu lugar de influência e importância no desenvolvimento dessas sociedades. Uma possível resposta pode ser encontrada na Segunda Consideração Intempestiva de Nietzsche. Nela, o filósofo analisa as características de um vivente (termo que pode ser referir a uma pessoa, um povo ou a uma cultura) capaz de sobreviver ao tempo e à história. Para ele uma cultura que se desenvolve a partir de si mesma e ao mesmo tempo se transforma, absorvendo novos elementos e conservando outros, possui o que ele chama de “força plástica”, isto é, uma tenacidade para não sucumbir à volatilidade da mudança ainda que esteja em constante revisão e aprimoramento A cultura grega antiga é um exemplo histórico que se encaixa na descrição nietzschiana, pois diante da influência de outros povos, a Hélade incorporou novos elementos ao seu corpo, mantendo um fio condutor que se insere na historicidade. Ao observar os textos dos filósofos gregos do século V é possível identificar a intertextualidade que os gregos antigos tem com sua própria cultura enquanto acrescentam novas análises e ideias. Em “O elogio a Helena”, por exemplo , Górgias retorna à Ilíada e seus personagens para analisar os limites da linguagem e questões referentes à verdade numa perfeita demonstração de como, preservando a memória do cânone de Homero, novas análises podem ser inseridas à cultura. A análise das características propostas por Nietzsche também podem nos auxiliar a entender o porque depois de tanto tempo o estudo dessa cultura seja tão importante, visto a sua presença em nossa sociedade ocidental atual.

    • @nicolasglyniadakis4820
      @nicolasglyniadakis4820 3 ปีที่แล้ว +1

      Cara senhorita Mariana Freitas , uma pequena correção : Os macedônios são gregos , não se esqueça que Aristóteles era macedônio natural de Stageira , falava grego . Observem que todos os nomes dos personagens históricos macedônios são nomes gregos . Apesar da língua corrente no reino da Macedônia ser o dialéto macedônico que é uma variação do dialeto dórico do qual derivou , a língua oficial do Estado , ou seja , a legislação e a língua jurídica , os editos , e a língua administrativa era no dialéto ático por ser mais adequado para essas funções , preciso recordá-la ou informá-la que em assembleia pan-helênica em 337 a.C. em Corinto por unanimidade dos presentes , a única pólis grega que não participou por se negar a participar foi Esparta , Felipe ll foi aclamado arquiestratego para a campanha que seria realizada na Ásia , e que em 336 a.C. após o assassinato de Felipe ll , Alexandre lll na mesma Corinto foi aclamado arquiestratego nas mesmas circunstâncias , portanto o império que se constituiu posteriormente não era apenas de um grupo dos gregos mas dos gregos como um todo , e mesmo que fosse , falar em um império macedônico como se fosse não grego seria como falar em um império ateniense não grego . Somente gregos podiam participar dos jogos olímpicos que eram πανελλήνιοι e os macedônios participavam regularmente .
      Eu suspeito e a senhorita é vítima da desinformação gerada pelos eslavos que falam um dialéto misto de búlgaro e da língua sérvia , albanêses e ciganos que estão criando e divulgando uma série de falsas narrativas para consolidarem sua identidade , num novo estado que atualmente chamam de Macedônia do Norte e que serve aos interesses das potências centrais da Europa como a Alemanha que multiplicam essas desimformações e que tem por objetivo ampliar o território dessa excrescência até o mar Egeu e com isso movimentar suas mercadorias por via fluvial por um custo muito menor até o porto de Tessalônica , sem ter que arcar com os custos de uma composição com as potências do sul da Europa , como é atualmente . Com meus mais sinceros votos de saúde e alegrias .

    • @marianafreitas4357
      @marianafreitas4357 3 ปีที่แล้ว

      @@nicolasglyniadakis4820 Legal cara! Não sabia disso tudo, bom saber agora. Valeu pela observação! :)

    • @nicolasglyniadakis4820
      @nicolasglyniadakis4820 3 ปีที่แล้ว

      @@marianafreitas4357 Eu me dei ao trabalho de informá-la pois notei em seu comentário uma erudição e uma sede por conhecimento real que revela que em seu ser vive o espírito grego e merece ser cultivado , para o seu bem , o meu bem e o bem de toda a humanidade , que é o espírito da consciência da liberdade individual responsável que pode ser composta na liberdade coletiva e universal . E esta é a resposta para a questão que a intrigava de como os gregos mesmo em situações em que foram dominados militarmente por invasores , não só conseguiram preservar sua identidade , e através da lógica e pelo exemplo ético convencer seus invasores a adotar seus princípios que são antropocentricos e contemplam as necessidades naturais do ser humano , e quando isso não foi possível porque a mente dos invasores estava limitada por crenças limitantes religiosas como em 1204 pela dominação de Constantinopla pelos cruzados ocidentais que estavam no auge de sua idade média e obscurantismo , ou dos muçulmanos fundamentalistas em 1453 , os gregos realizaram sucessivas rebeliões e revoluções que resultaram em sua autonomia mesmo com grandes perdas humanas e de territórios . Olhe que fato interessante , o recém-nascido estado moderno grego é o primeiro estado europeu que criminaliza a escravidão e declara em sua constituição que são todos cidadãos e livres , e isso após quase quatro seculos de dominação turca otomana , a escravidão já era criminalizada no século Vlll do império bizantino . É uma pena que os ocidentais que são filhos do legado grego ainda não estudem com profundidade o período bizantino , e quando o fazem o fazem através da óptica do moderno iluminismo francês e alemão que é a tentativa muito valida da libertação do mundo feudal e das monarquias absolutistas européias , coisas que os gregos vivenciaram nos tempos homéricos e já haviam superado . Os gregos não tiveram idade média , enquanto os europeus ocidentais estavam vivenciando o sistema feudal rural , os gregos tinham grandes centros urbanos como Constantinopla , Tessalônica e Esmirna com uma complexa organização social com serviços públicos , polícia separada das forças militares , correios , tribunais seculares , escolas de ofícios , e o clero não era revestido de autoridade secular , os gregos domesticaram o cristianismo após o cisma em 1051 e após essa data não pesa histórico criminal no clero da igreja ortodoxa nem de torturas , nem qualquer tipo de pena de morte , nem de exploração da fé como a venda de cartas de indulgência e nem de tocar na propriedade ou restringir a liberdade de quem não concordasse com a igreja ortodoxa , gostaria de lembrá-la que Georgius Gemistus ou Plethon que era conselheiro do imperador Παλαιολόγος e que não só foi inspirador do concílio de Ferrara , como também foi o inspirador Academia Platonica di Firenze onde ensinou o grego e apresentou a obra de Platão para os fiorentinos não era cristão , era universalista declarado e adotava como princípios religiosos tanto as ideias reencarnacionistas de Pitágoras , como os princípios das forças divinas que regem o universo do δωδεκάθεο e muitos elementos do zoroastrismo . Mesmo nos dias de hoje a Grécia tem como religião oficial a cristã ortodoxa , o clero ortodoxo é funcionário público , o estado grego não é um estado laico , mas embora a igreja tenha um tribunal eclesiástico e tenha o poder e o exerça de escomungar pessoas que se declaram cristãs ortodoxas mas tem práticas anticristãs , isso não tem consequências nem civis nem penais , e qualquer um pode ter e participar de qualquer religião desde que não adote nenhuma prática que seja criminosa perante o códico penal , ou seja se você estiver na Grécia e quiser cultuar a Pacha Mama pode , mas não poderá realizar um sacrifício humano de um bebê nas fundações de uma construção de um futuro empreendimento , se alguém fizer isso , será penalizado no rigor da lei , não porque cultuo a Pacha Mama mas por cometer um assassinato doloso , com requintes de crueldades e por motivação vil de um bebê , assim também era no Bizancio . Caso tenha condição de leitura em francês recomendo a leitura do livro "Histoire de la Grece " do autor Georges Contogeorgis o professor Contogeorgis é formado em direito pela Universidade de Atenas , cientista político formado na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales em Paris , e fez seu doutorado na universidade de Pantheon-Assas em Paris , foi professor em várias universidades gregas e reitor da universidade Panteion em Atenas . Não é um autor pós moderno , não cria uma narrativa de fora da realidade dos fatos , mas oferece uma possibilidade de compreensão da continuidade e dos processos adaptativos do mundo grego e da solução para o mundo moderno que está imobilizado pois ainda hoje não conseguiu se libertar dos grilhões do pensamento feudal e absolutista e descreve como muitos desses grilhões passaram para o mundo grego contemporâneo através do iluminismo francês , e como o helenismo pode resgatar seu caminho natural e ajudar o mundo ocidental a encontrar a solução para a próxima etapa após o pensamento moderno sem cair em outras crenças limitantes como o pensamento pós moderno que se sustenta em narrativas relativistas de fatos objetivos para enaltecer as próprias crenças limitantes como sendo verdades .

  • @marlonmarcus
    @marlonmarcus 4 ปีที่แล้ว +1

    Interessante a abordagem explicativa sobre o conceito dado no próprio nome do curso. Fundamentos em qual sentido? Por que (ou talvez não) "literatura"? Quem foram e qual a importância de se estudar os gregos? A separação da literatura entendida em nosso conceito moderno da palavra e particularmente na liberdade de se propor e/ou interpretar em chave literária qualquer conceito e como era encarada a literatura no sentido grego na formação do indivíduo, como um pilar cultural, religioso, ético, filosófico como eram os extraídos da obra de Homero. A abordagem histórica do povo grego que não se limita ao senso comum de Grécia antiga, mas um misto de povos de diversos séculos (podendo abranger desde os Micênicos em 1600 a.C, passando pelo Império Romano até o Bizantino em 1453 d.C) e regiões. O impacto da literatura grega nas civilizações posteriores, seja na literatura (como na obra de Dante), seja na religião (como o impacto da filosofia platônica na base cristã), na filosofia (particularmente os 3 principais e mais conhecidos Sócrates, Platão, Aristóteles) ou nos pilares de organização social democrático.

  • @douglaspereiranazario6148
    @douglaspereiranazario6148 4 ปีที่แล้ว +1

    As abordagens da história que Nietzsche pontua me parecem se entrelaçar de modo a produzir intersecções inclusive divergentes. Eu diria que é possível olharmos para a história a partir de uma perspectiva sincrônica (ou antiquária) e, ainda que erroneamente, acabar confrontando as circunstâncias do passado com as do presente e consequentemente enaltecer o tempo presente em detrimento dos fatos do passado, ignorando o próprio decurso natural da história e o seu caráter evolutivo, isto é, pondo à parte a perspectiva diacrônica. Haver-se-á de concordar que o presente é consequência do passado, independente do grau dessa evolução - o que vem gerar diversos pontos de vista subjetivos: uns acharão que a humanidade decaiu na Idade Média e tornou a progredir a partir do Renascimento, outros dirão que o auge da sofisticação, inclusive cultural, se deu na Revolução Industrial. Mas é possível também que se tenha um olhar crítico e desconstrutivo da história tomando como base um recorte sincrônico - diria que aqui caberia mais pertinentemente a intervenção da antropologia, da sociologia e até mesmo da filologia. Eu, por exemplo, enxergo os gregos como os principais precursores da cultura ocidental em geral - a qual seria um combo de valores morais e sociais, comportamentos em relação às situações, opiniões, visões de mundo, ordem do pensamento, costumes etc., todos legados por eles e herdados por nós. A partir disso percebo a linha evolutiva, o percurso da humanidade a partir disso e os diferentes rumos que foi tomando: só se pode edificar sobre uma base sólida, um fundamento. Porém reconheço particularmente que de lá para cá, até os nossos dias, progredimos em alguns pontos, regredimos em outros - o que também é subjetivo e cada um terá a sua perspectiva. Ainda consigo também separar a história dos gregos da história de outros povos ocidentais, incluindo a nós, e enxergá-la em seu próprio contexto, "fechada em si mesma", para justamente conseguir extrair daí algo que seja proveitoso para a sociedade de hoje (ou ainda, por que não, para o meu próprio conhecimento). Não sei se me fiz entender, mas em resumo, sobre a questão das abordagens do estudo da história descritas por Nietzsche, se é que eu as compreendi bem, consigo ver aplicabilidade das três numa só.
    Quanto à acepção do termo "literatura", há algo muito interessante nisso e é um assunto recorrente até no meu meio de convivência: é comum me perguntarem por que eu estudo literatura se meus livros são quase todos "acadêmicos". Nem eu sei se isso está correto, mas a explicação que eu dou é sempre a seguinte: o senso comum interpreta o termo literatura in stricto sensu, isto é no seu sentido estrito, o que seria produções de ficção, nomeadamente romances e contos e eventualmente poesia, mas a literatura que eu estudo e da qual eu falo seria a literatura in lato sensu, no sentido amplo, isto é, engloba toda produção escrita - no caso, meu objeto de estudo é principalmente literatura latina, logo costumo dizer que a literatura latina é tudo que foi ou é escrito na língua latina, ao longo de toda a história. De qualquer forma, convenço. Essa foi sempre a minha visão sobre o termo "literatura" e me parece coerente com o que o Rafael expôs no vídeo: seria um termo moderno, não necessariamente equivalente ao que se quer dizer com "literatura grega".
    E na literatura grega o que mais me chama a atenção é justamente as obras de povos fora da Hélade, como o Novo Testamento, por exemplo.
    Agora, por fim, respondendo à questão do "por que" se estudar a literatura grega: precisei dar uma refletida. Acho que é mais pessoal do que objetiva, nesse caso.
    Bem, direi que, pelo menos para mim, não é que seja necessário, mas é edificante e instrutivo ter o conhecimento da cultura grega e do povo grego em si a partir da perspectiva do próprio povo grego, de maneira imersiva, por meio dos seus sofisticados registros. Ainda que triviais, como a poesia lírica, ou valiosos como as ideias dos filósofos ou sublimes como os poemas épicos, todas essas obras são inegavelmente um marco crucial na história do mundo por conterem em si a voz de um povo - ou povos, uma vez que os gregos eram um grupo de diversos outros povos ligados pela língua ou pela cultura ou pela genética. Mas não só por isso: há aí muitas coisas que nos servem, que são coerentes com a nossa realidade, maiores que o tempo e que o conhecimento. Acho que principalmente nos mostra que tempo e conhecimento não garantem muita coisa: os problemas, os pesares, as desavenças, o pré-julgamento, as relações, os males, os crimes, os sentimentos e os desejos, ainda que diferentes, também persistem no presente e permanecem como elementos inerentes ao homem e que levam ao caos.

  • @luisarocha8811
    @luisarocha8811 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 01
    É de importância fundamental a diferenciação apontada na aula a respeito do conceito moderno de literatura e a noção de "Belas Letras" dos séculos XVII e XVIII. Considerando que o termo Literatura apresenta ampla abrangência, incluindo uma instituição que conta com o procedimento editorial e bibliotecário, faz sentindo utiliza-lo com ressalvas quando se trata da literatura grega. Nesse caso, a ideia de "Belas Letras" considera uma dimensão mais didática e ética que coincide com a principal função da obras gregas. Além disso, o termo "Literatura" sugere a existência de letras, um documento escrito, e tal conceito não condiz com a tradição oral grega.
    Quanto a eterna questão do porquê ainda estudar os gregos, penso que sua tradição poética (e a literatura como um todo), é um reflexo da humanidade interagindo com seu período histórico e, por esse motivo, entender o que eles cantavam é entender quem eram os gregos de fato.

  • @AnaPaula-fz1de
    @AnaPaula-fz1de 4 ปีที่แล้ว +3

    AULA 1:
    Me interessei muito pela ideia proposta para a disciplina e as escolhas feitas em relação aos autores que serão estudados. Achei bastante interessante quando disse não concordar plenamente com a escolha da palavra "literatura" empregada no nome da disciplina, já que não considera as obras da Grécia antiga literaturas, uma vez que não eram escritas e eram largamente improvisadas, além de possuírem uma grande tendência à ensinar algo, trazer uma lição de moral. Seriam melhor chamadas, então, de poesias ou produções poéticas, uma vez que a classificação “literatura” se enquadra melhor em obras produzidas depois do século XIX, como Madame Bovary do Gustave Flaubert.
    Acredito que a questão "Por que estudar literatura grega?" possa ser respondida ao analisarmos o mundo em que vivemos.O ser humano é um ser poético e se nós, da Letras, nos propomos a estudar a linguagem devemos observar que foi a raça humana que a criou, portanto devemos estudar também o funcionamento do homem. Como um cientista faz uso de microscópios para estudar seus objetos de pesquisa, também nós devemos nos valer da escrita e todos os tipos de tradições que foram passadas através de gerações para que possamos entender cada vez melhor o nosso objeto de estudo, a linguagem humana.

  • @joaopedroblancomasso6441
    @joaopedroblancomasso6441 4 ปีที่แล้ว +1

    Por que estudar a literatura grega ?
    A Grécia Antiga é notório berço de instituições fundamentais para o mundo contemporâneo. Foi leito da democracia, através de nomes que se mantêm reverenciados até a atualidade, como o de Sólon e Clístenes; da filosofia; de importantes criações no campo da matemática, como do Teorema de Pitágoras; e da ciência - tida, na época, como "filosofia natural" -, visto que Aristóteles, um grego, foi seu principal precursor. Foi, ainda, local de origem de uma cultura que se manteve ativa por milhares de anos, até o fim do Império Bizantino, em 1453 d.C, e que permanece existindo, como influência, até a atualidade, resgatada em períodos como o Renascentismo, através do Humanismo, e servindo de base para instituições atuais, como a Universidade, em sua concepção moderna.
    Desta forma, em função da importância da Grécia Antiga para inúmeros eventos posteriores, a Poesia Grega torna-se uma efetiva ferramenta para a compreensão do período em sua dimensão histórica e sociológica, dado que esta tinha, primeiramente, funções educativas e civilizatórias, prescrevendo os comportamentos, a moral e as virtudes a serem seguidas pelos cidadãos, como observa-se pelo enfoque dado por Homero à honra e à excelência pessoal - valores do período arcaico.
    Assim, visto que através da poesia grega - hoje, por convenção, tratada como uma literatura - é possível compreender os costumes, credos e valores que moldaram o pensamento grego e seus desdobramentos, que permanecem influentes na civilização contemporânea, torna-se indispensável, àqueles que buscam entender as raízes do mundo ocidental, estudá-la.

  • @Tauan
    @Tauan 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1
    Como pensar a História e tudo aquilo que ela nos lega se aquilo que ela nos lega é justamente nosso próprio pensamento? É possível pensar o passado, e portanto, a antiguidade, através de um lugar que esteja fora desse próprio passado? E se for, é necessário?
    Pode-se encontrar na antiguidade clássica as ideias que vieram a ser a pedra basilar para o desenvolvimento das principais matrizes do pensamento ocidental, seja na religião (com o cristianismo), na política (com a helenização do mediterrâneo) e na filosofia (com as definições fundacionais de lógica, ética, estética, etc). Os “fundamentos gregos” se desenvolvem incrustados na base dos pensamentos posteriores, atravessando e sendo atravessados pelas correntes do tempo que se segue até culminar no Renascimento. Lá, busca-se um retorno ao passado grandioso no qual a humanidade brilhou em fulgor e desenvolveu ao máximo seu potencial em todas as áreas da atividade humana. Desse modo, busca-se um “resgate ao mito primordial”, premissa já presente na tradição grega desde Hesíodo, para “fazer renascer a grandeza no homem”, grandeza essa pensada através de categorias e estruturas de pensamento desenvolvidas pelos próprios helênicos. Assim, invoca-se ouroboros, a serpente que morde a própria cauda. É o legado grego pensando a si próprio, de modo a não somente reestruturar e propor releituras de suas ideias primeiras, mas ao fazer isso, reiterar a tradição, estandardizar e perpetuar o (aparentemente) inevitável destino de “permanecer sendo gregos”.
    De todo modo, é inquestionável a importância do estudo das clássicas como ferramenta de apreensão a internalização do que algum dia já fomos. Mesmo que não tenhamos conhecimento, o passado vive em nós e ao nosso redor, então é melhor que o saibamos. Talvez não seja possível pensar o passado fora dele mesmo, mas é indubitavelmente necessário que tentemos; somente assim conseguimos não só nos localizar, mas localizar as saídas possíveis para o que quer que seja que o futuro traga.

  • @danielsofal7894
    @danielsofal7894 4 ปีที่แล้ว +4

    1. A influência de obras de origem “grega” em diferentes áreas do conhecimento e desenvolvimentos culturais é significativa. Em se tratando da dita “literatura grega”, deve-se ressaltar a importância da tradição poética representada por nomes como Hesíodo, Homero e Safo. Tal tradição, de origem primariamente oral, veio a constituir um corpo literário muito importante, embora também fragmentário: sabe-se que muitas das obras produzidas na Antiguidade se perderam. Ainda assim, a riqueza dessas obras é tanta que elas ainda contribuem para problemáticas do tempo presente. Oliveira, em seu texto “Sobre a pertinência do estudo de letras clássicas no Brasil”, recorre a Calvino e a Platão para defender a relevância do estudo dos clássicos e afirmar a capacidade que eles tem de “tornar o homem melhor”. Essa capacidade de elevação serviria para qualquer um leitor dos clássicos.
    Nietzsche por sua vez, em “II Consideração Intempestiva”, ao tratar sobre o estudo da história, deixa claro como fazer com que tais conhecimentos sirvam ao presente: por meio de uma abordagem que envolve a apropriação ativa desse estudo em prol de uma perspectiva supra-histórica. É necessário portanto que não haja um “culto ao passado”, mas também que um indivíduo, enquanto agente histórico transformador, consiga superar a sua situação presente e promover rupturas. Para isso, a condição necessária seria uma mescla de perspectivas histórica, a-histórica e supra-histórica. A a-historicidade ou o esquecimento é necessário para o desvencilhar-se do passado e o desabrochar do “novo”, e a condição supra-histórica é a capacidade de voltar-se contra o presente e para o futuro. Pode-se dizer portanto, que a validade do conhecimento e dos estudos da “literatura grega” no nosso contexto brasileiro pode ser significativa, considerando-se a abordagem que se faz deles. Pois, como escreve Nietzsche em “A Gaia Ciência”: até os gregos devem ser superados!

    • @nicolasglyniadakis4820
      @nicolasglyniadakis4820 3 ปีที่แล้ว

      Pergunto ao ilustre professor :
      Segundo os parâmetros que adota , o diário pessoal de Marco Aurélio Τὰ εἰς ἐαυτόν , é literatura ? Se é literatura , é grega ou o quê ? Justifique por favor sua resposta .

  • @Samuel-dm3gh
    @Samuel-dm3gh 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1
    "No meio do caminho tinha uma pedra". Carl Rogers acreditava que a natureza humana é frágil então qualquer elemento desviante nos leva a viver uma vida que não é nossa, que nos desvia de escolhas racionais e simplesmente vamos com o fluxo. Confesso, eu tenho um plano a seguir nos estudos e posteriores, mas de surpresa no meio do caminho tinha uma pedra chamada Literatura Grega. Uma outra professora mencionou que o curso de filosofia da UFMG é a único que trabalha junto com literatura Grega e não sei exatamente o que senti em relação a essa exclusividade.
    Então por que estudar essa pedra que me causa uma Resistência inconsciente por não estar entre meus plano?
    Primeiro, se eu conseguir gerar uma justificativa racional aqui, mesmo que seja para o comentário, vai ser a justificativa que vai me carregar até o final do semestre.
    Segundo, como determinados textos como ilíadas tinha uma função educadora de modo de agir, não devemos entende-los pelas nossas concepções culturais atuais. Sinto que terei de fazer um malabarismo empático e de valores para conseguir compreender de fato as ações tomadas ao longo dos textos. Ver algo tão diferente das nossas normas nos permite ver o invisível normal como uma escolha que não foi feita e, a partir dessa percepção é gerada uma liberdade no sentido de possibilidades de ser. Quando se participa de uma visão antiquária não anacrônica, você viaja (atrvés da leitura) para esse outro lugar conhecendo assim novos costumes, culturas, apegos, filosofias de vida, modos e formas de ser diferentes da extroversão brasileira. Sinto como se estivesse assistindo um anime pela primeira vez depois de passar 19 anos sendo educado com cultura americana.
    Então devo compreender o que se trata como Literatura, fundamentos e gregos ao longo do curso sob a ótica da II Consideração Intempestiva.
    Em terceiro lugar, por mais que eu me negue a "literatura" grega, não posso negar o fato de suas influências históricas em vários autores, interpretações de chave críticas para os presentes passados e até o presente atual e, que claramente geraram mudanças e ainda podem gerar seja em meu âmbito pessoal (auto melhorando minhas capacidades de leitura, crítica e interpretação) ou geral (associando as obras com problemas atuais).
    Por ultimo, o professor. É difícil ter ao longo da vida bons professores e não devo desperdiçar esta oportunidade apesar da matéria. Confiarei nas suas escolhas de texto. Se tantos autores e professores foram influenciados ou dedicaram-se a Literatura Grega então eu talvez possa achar algum motivo para o mesmo ao longo do caminho e então eu talvez possa transformar a pedra num souvenir.
    Ps: professor, gostaria de saber se o comentário ta ok em relação ao que foi pedido, não entendi muito bem o que é pra comentar hehe

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Caro Samuel, obrigado por compartilhar suas reflexões aqui conosco. A ideia do comentário é trazer algo das leituras e exposições que tenha chamado sua atenção e que possa ser mencionado com proveito para você mesmo e colegas: algo que tenha chamado a atenção, por ser estranho ou semelhante, alguma ideia inusitada... Nesta aula introdutória, realmente gostaria de instigar o interesse de vocês para pensar na cultura grega antiga como algo mais do que mais uma matéria para cumprir o currículo e deixar de lado: há algo aqui, para bem ou para mal, e seria bom que tentássemos compreender isso para aproveitar o seu melhor até o final de nossos estudos. Isto é, até o fim de nossas vidas. Um forte abraço!

  • @leonardocostasilvasantos6145
    @leonardocostasilvasantos6145 4 ปีที่แล้ว +1

    O ponto interessante que achei é o conceito de literatura, sua utilidade e relação com os gregos. Pois visto que é um conceito moderno, ele difere da produção grega. Hoje, esse conceito moderno pode ampliar toda a escrita desde que seja lida de modo literária. Essa escrita não necessariamente é pedagógica ou ética como se tem em Homero e Hesíodo. Mas sobre essa concepção de literatura ética, pode-se tentar responder a questão sobre porque os estudos clássicos são necessários. Tomando as reflexões de Flávio Ribeiro de Oliveira, em seu ensaio ´´ SOBRE A PERTINÊNCIA DO ESTUDO DE LETRAS CLÁSSICAS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO ´´ e partindo da sua pergunta de porque ensinar letras clássicas, ele diz com base em um texto de Italo Calvino, intitulado ´´ Italiani, vi esorto ai classici ``, que se deve estudar isso para formar homens melhores. Que se debruçar sobre os estudos clássicos é melhor do que não se debruçar. Claro que isso pode gerar críticas no sentido de que olhando para o Brasil e de suas diferenças com relação aos países ditos ricos, poderá se pensar que devido as nossas desigualdades, é melhor investir em médicos, engenheiros e profissões consideradas essencialmente práticas (O que tem sua parcela de verdade ), mas tomando o ensaio de Roosevelt Araujo da Rocha Junior, de título ´´ POR QUE O BRASIL PRECISA DOS ESTUDOS CLÁSSICOS `` e analisando países como França, Alemanha e Inglaterra, eles são o que são pois retomaram os antigos. E analisando os autores que mais influenciaram o mundo nesses últimos tempos, de acordo com o autor, estão Marx, Nietzsche e Freud, sendo que dos três, todos tem apoio nos antigos. Em suma, os estudos clássicos podem servir de fato como um confronto ético com nossa própria consciência como também para entender o mundo em que vivemos

  • @paularocha542
    @paularocha542 4 ปีที่แล้ว +2

    Aula 1
    Há uma frase, que eu não me lembro bem quem disse, para ser honesta, que afirma: “Em ciência, leia sempre os livros mais novos. Em literatura, os mais antigos”. A partir disso, é possível concluir que é de conhecimento geral o fato de que algumas obras (visuais, literárias, cinematográficas, musicais...) são atemporais, entre elas as que hoje chamamos de clássicos da “literatura” “grega”, em suas múltiplas definições geográficas e históricas. Durante os vários resgates de ditas obras clássicas em vários períodos da história, fica clara sua característica atemporalidade, à medida em que são feitas inúmeras interpretações, em diferentes contextos sociais e momentos da história, utilizando diversas abordagens, sem que elas (as obras) perdessem sua relevância para a compreensão tanto do funcionamento da sociedade retratada por elas, quanto para a compreensão da sociedade que a analisa, pelas lentes de seu tempo e contexto.

  • @israelsantos3689
    @israelsantos3689 4 ปีที่แล้ว +1

    Embora a pergunta “ por que e para que se dedicar ao estudo dos fundamentos da literatura grega?” seja interessante e válida, em razão dos bons frutos que dela podem ser gerados, o que acarreta (para usar um termo Nietzscheano) nutrição e ganho de potência em favor da vida, essa pergunta, diante da forte influência de tal literatura em diversos âmbitos da cultura ocidental.
    Apesar dessa pergunta muitas vezes surgir em um contexto válido e relevante, como esse das nossas aulas, ela também pode descender de um mal antigo, a saber, o modo como, não raramente, a leitura dos clássicos gregos é praticada, por exemplo, no fundamental e médio (principalmente nas escolas públicas) na presença de jovens que de modo algum têm maturidade para isso, por professores que em cada palavra colocam uma colher de poeira em bons livros e autores. Por essa razão, a melhor maneira de responder a pergunta “por que e para que se dedicar ao estudo dos fundamentos da literatura grega?” é com outras perguntas.
    Por que não se dedicar ao estudo dos fundamentos de uma literatura que pode nos servir de ponte para remontar a épocas e ideias muito distantes que nos ajudam a desviar o olhar das vicissitudes do presente ou trazer para o presente novas cores, graças a uma luz vinda do passado?
    Porque não aprender sobre suas mitologias, suas superstições, seus cultos religiosos, sobre a miséria dos homens, tema sobre o qual os deuses tanto gostam de ouvir e cantar?

    Por que não aprender sobre a tragédia, a comédia, a lírica coral, a retórica, a oratória, a prosa histórica, Platão, Aristóteles, Homero, Hesíodo, Esopo, Sófocles, Ésquilo, Erípides, Aristófanes e outras pessoas ilustres?
    Enfim, eu estou amando as aulas do professor Rafael!!!

  • @carmenmarcal2064
    @carmenmarcal2064 4 ปีที่แล้ว +1

    AULA 01:
    Achei ótima a proposta do curso e sua forma de exposição, com inscrições no vídeo para facilitar o entendimento e a pesquisa. Fico pensando em como somos afetades pelas leituras anteriores que adicionaram camadas e tendências de perspectiva aos textos gregos. Acredito que o contato com as fontes, mesmo que mediado por uma tradução, pode dar uma percepção com menos interferência (ruído?). Fora isso, as artes são uma ótima forma de conhecer uma sociedade. O teatro, por exemplo, era um acontecimento social e, portanto, a leitura das tragédias e comédias revelam aspectos importantes do contexto helênico. A arte grega com que temos contato vai além do teatro, unindo mesmo textos que se pretendem históricos, escritos filosóficos, pinturas e arquitetura. Talvez por isso a cultura helênica antiga resista ao apagamento causado pelo cristianismo. Tem, é claro, um outro lado: o cristianismo bebeu diretamente da cultura grega para se construir. Estudar a cultura helênica através de sua "literatura" ajuda numa compreensão dos processos históricos do ocidente e fornece material para uma crítica ativa do que nos funda.

  • @sofiadavila4043
    @sofiadavila4043 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1
    À partir de estudos como o de Nietzsche que abordam formas de análise histórica, contando-as com um contexto, podemos conectar tais ensinos à camada pensante (como nós, estudantes de filosofia) trazendo nossas especifidades e múltiplas perspectivas ao cotidiano, que é causa principal do curso. Compreender a antiguidade, levantar críticas desses momentos históricos ao nosso campo de estudo e rearranjar concepções conjunta ao fato da Literatura ser uma instituição moderna.
    Como a ética e os valores que os antigos levavam atinge nossas vidas mesmo séculos depois? Isso exige introspecção, ao meu ver.

  • @joaorocha8427
    @joaorocha8427 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1:
    Por que ler os gregos?
    Para participar e se tornar conscienteda cultura que nos cerca. Mas pra quê participar da cultura? Acredito que participar da cultura é importante pois permite a formação de um ser humano completo e plural; e não um ser humano alheio e alieanado as questões do mundo contemporâneo.
    A historia do pensanmento humano passa por essas obras. Se somos o que somos hoje, se pensamos o que pensamos, se interagimos da forma como interagimos é; em partes, por causa dessas obras. Mesmo que o indivíduo não tenha tido contato com nenhuma dessas obras, essas influenciaram pessoas, que influenciaram outras pessoas e assim por diante... Sendo assim esses que tiveram contato com os textos mais tarde direta ou indiretamente vieram a influenciar leis, projetos, planos educacionais, correntes de pensamento e etc, Dessa forma, lendo ou não, de alguma maneira os clássicos tocam a todos.
    A leitura dessas obras proporciona ao individuo ferramentas para ao invés de aceitar ou reproduzir respostas prontas e pré-fabricadas, desenvolver com autonomia e liberdade seu próprio pensamento. Não que este seja o único caminho para se alcançar tal façanha, existem outras atividades que talvez possam proporcionar progessos semelhantes. Mas, este é, de fato, um caminho possível. Acredito que toda empreitada em nome da liberdade e da autonomia do pensamento seja válida. Vale ressaltar que esses amplos e diversos caminhos não precisam competir entre si, deveriam, ao contrário, se potencializar. Tudo que aponta o indivíduo para o caminho da liberdade e da autonomia do pensamente é digno e deve ser incentivado.
    Isso não quer dizer que ao ler Platão, Machado ou Homero o indivíduo automaticamente possuirá as respostas para suas questoõs existencias, que entenderá quem somos, porquê somos, pra quê somos, ou porquê a humanidade se organiza e pensa de tal forma no sec XXl. No entanto, a leitura dessas obras permite ao ser adquirir uma base para iniciar um diálogo possível em relação a esses temas; ou seja, aponta uma direção. Se conhecimento é poder, então por que não dizer que a leitura dessas obras potencializa seus respectivos leitores?

  • @willrosewood
    @willrosewood 4 ปีที่แล้ว +1

    A notoriedade e a força dos textos clássicos são claramente evidenciadas quando percebemos a existência de um caráter propulsor de mudanças ou manutenções culturais ao longo de todo o percurso do mundo ocidental. Ler essa força através de uma perspectiva histórica parece inevitável, e entender como fazê-lo de dentro da modernidade, um pouco problemático. O próprio caráter desses textos é difuso - nem puramente fontes fidedigna da realidade, tampouco obras estritamente das belas letras. A possibilidade de leitura desse corpo através de uma lente literária moderna pressupõe um assalto a esses textos por sua própria natureza (alheia ao contexto em que estamos), mas inevitável, tão certo quanto não é possível desvincular-se do presente na retratação do passado. Superar essa problemática epistemológica através da simples consciência de sua existência parece insuficiente, mas é o primeiro passo para entender a melhor forma de situar o estudo desses textos objetivamente.

  • @MarcusVinicius-yi5qt
    @MarcusVinicius-yi5qt 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1
    Com relação ao exposto, é notável que a concepção moderna de literatura não é a mais adequada para o entendimento da literatura grega tal como foi pretendido por seus autores. Conforme o pensamento de Bruno Snell, obras como a Ilíada e a Odisseia, já de imediato nos penetram de tal forma que não nos damos conta da enorme diferença entre o nosso mundo e o mundo de Homero. É bastante comum que a simples referência à cultura ou literatura grega não leva em conta que esta nomenclatura é usada para se referir a povos que viveram desde o período Micênico até o período Bizantino e que dentro desse espaço de tempo o homem grego sempre passou por consideráveis mudanças.
    Nesse contexto, é mais adequada a noção antiga de “belas artes”, que entende a literatura como uma forma de trazer ensinamentos éticos e práticos ao homem, pois, ainda segundo Snell, quanto maior for a distância da nossa língua para a língua de determinada obra, maior se torna a incerteza do que realmente o autor quer trazer ao leitor.

  • @ranallebrina920
    @ranallebrina920 4 ปีที่แล้ว +1

    Seria interessante aprofundar essas duas concepções sobre Literatura (antiga e moderna) na displina da teoria de literatura, o conceito antigo, parece mais objetivo e mais compreensível, enquanto, recorte para pesquisas. Sem dúvidas pensar no quanto é problemática a transição das obras orais, para escritas e a mudança do discurso como consequência do desenvolvimento das sociedades.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Isso será o tema da próxima aula, Ranalle. Um abraço!

  • @marcotuliocosta7175
    @marcotuliocosta7175 4 ปีที่แล้ว +1

    Em primeiro lugar, gostaria de destacar que os "clássicos" sempre foram importantes, independentemente do contexto da recepção, seja com uma percepção preconceituosa ou com uma percepção construtiva. Ou seja, é inevitável dizer que os clássicos da antiguidade greco-romana contribuem e influenciam a nossa cultura e valores. Exemplo disso está na própria história com as revoluções do final do século XVIII, com o nazismo, com os teatros, as músicas e as adaptações da moral e da representação dos deuses para os dias de hoje. Nesse mesmo sentido, o estudo dos "clássicos" - considerando as obras e a vida em geral na Grécia e na Roma na Antiguidade, de 1600 a.C. até 1453 d.C. - pode valorizar, no Brasil, a nossa cultura indígena, pois, assim como disse Roosevelt Rocha e um vídeo da Nova Acrópole sobre a alegoria da caverna de Platão, o contraste gera consciência. Portanto, se estudarmos a origem da nossa cultura e as influências sofridas por ela, saberemos exatamente o motivo de agirmos ou não de certa maneira, além de possibilitar o nosso "avanço" cultural e dissertarmos sobre nossas próprias ideias acerca do nós mesmos, o que R. Rocha chama de "independência intelectual".
    A acrescentar a tudo isso, existe a possibilidade de interpretação dos textos "clássicos" a partir do nosso contexto atual e, assim, entender que na Grécia e na Roma existiam os gêneros e as raças marginalizadas da sociedade que se expressavam de alguma forma e disseminavam suas ideias, mesmo que com impecilhos. O único exemplo disso que conheço é a da poeta Safo, que entre linhas deixa suas emoções verdadeiras subentendidas em poemas que eram performados para os de "alta classe", homens, ricos e brancos. Com isso, creio que todos nós devemos ter um olhar mais crítico para com as obras "clássicas", de modo que elas possam trazer crescimento real para os nossos objetivos atuais e, também, permitir que essas ideias "novas" de respeito ao próximo tenham um senso de pertencimento enraizado maior, além de parecerem novas ou simplesmente autóctones.

  • @gabrielalira685
    @gabrielalira685 4 ปีที่แล้ว +1

    Sobre a aula 01:
    Quando se estuda Literatura é impossível escapar desse questionamento feito por muitos e, muitas vezes, por nós mesmo, sobre por que estudá-la. Acredito que ao se tratar dos estudos clássicos, para quem trabalha ou os estuda, essa pergunta deve ser ainda mais recorrente. Critica-se muito, afinal, a necessidade de estudar sobre uma cultura pertencente a uma época tão longínqua da nossa, como se por ser de uma sociedade distante a nossa, seja pelo tempo, como pelos costumes, não tivesse realmente valor. Delimitar, contudo, uma produção literária como importante somente como aquela feita em um tempo presente, ou muito próximo deste, é restringir o impacto da literatura de registrar um evento, causar efeito e criar uma ponte entre o leitor que aquilo que é diferente de sua realidade. Estudar literatura clássica é não só ter contato com estilos e elementos culturais distintos, como também aprender e refletir, seja sobre a diferenças entre nossas sociedades, como também sobre as estruturas usadas nos textos. O que mais me impactou nessa aula, além de todos os argumentos que mostram a importância do estudo, foi a exposição de autores como Dante e Boccaccio. Citá-los me fez parar e pensar em tantas coisas que temos hoje, não somente em relação à literatura, que possuem influência nas Antiguidades e que não seriam possíveis sem ter um estudo e trabalho dos materiais clássicos.

  • @tamirisqueiroz1213
    @tamirisqueiroz1213 4 ปีที่แล้ว +1

    Muito legal

  • @ericketiene9149
    @ericketiene9149 4 ปีที่แล้ว +1

    Aula 1:
    Chama, de fato, muita atenção no que é considerado grego antigo por se estender em um período de mais de 3000 anos. Levando em consideração que a leitura em voz baixa surgiu bem no final desse período, o conceito de literatura realmente parece prejudicial para o entendimento de várias obras atualmente encontradas escritas. Dias atrás eu tentei contar a Illiada pra uma amiga e saiu bem diferente do que eu li, imagino a diferença que é o que eu li e o quê era contado na antiguidade. Também acho estranho, hoje em dia, buscarmos aprender algo que não foi escrito com o intuito de realmente ensinar algo, parece que entra um conflito na própria existência da obra encontrada atualmente escrita e estudada na universidade. Muitos valores gregos antigos que se tornaram ruins com a igreja católica que basicamente molda nosso pensamento atual, seguindo ou não a religião. A Humildade, por exemplo, que não era uma virtude grega. Da pra, como Nietzsche propõe em uma das formas de estudo da história, mudar o presente no futuro com base nessas virtudes esquecidas?
    Ainda não cheguei em uma conclusão.

  • @ProSteilsTrecke
    @ProSteilsTrecke 4 ปีที่แล้ว +1

    A resposta para a pergunta de " por que estudar...?" é deveras complexa, visto que para esse questionamento não há uma resposta absoluta. A principio, um raciocínio favorável sobre a continuidade desses estudos seria, por exemplo, a reflexão de Flávio Ribeiro de Oliveira a respeito do ensaio “Italiani, vi esorto ai classici” escrito por Italo Calvino, onde o fato de ler os clássicos é melhor do que não lêr-los, visto que tais leituras melhorariam a formação humanista que, por sua vez, acabará nos conduzindo a refletir sobre a nossa própria cultura e sobre como devemos nos comportar dentro do nosso país e nas relações que temos com os outros
    Ademais, o elemento que deve ser levado em conta e que talvez nos leve a conclusão dessa história de maneira propicia a pertinência dos estudos conteúdos literários gregos, este seria o contexto atual, como dito no vídeo, Brasil, 2020, durante a pandemia do Corona Vírus. Para exemplificar como as vantagens desse conhecimento no presente cenário fazem diferença, cito aqui dois episódios da série "Entre os gregos e nós outros", o primeiro seria "O Ministro da Justiça e o Mito" onde conhecimentos sobre uma palavra de origem grega (mito) nos ajudam a entender e a refletir como a "mitificação" personalidades políticos acarretou na catastrófica situação dos dias de hoje.
    Por conseguinte, temos o episodio "Antígona e o Brasil de 2020. Do luto à luta" aqui figuras de autoridade como Creonte e até mesmo Édipo, relacionam diretamente suas características com as atuais figuras políticas brasileiras. Não ouvem conselhos ou opiniões, entupidos de arrogância, autoridade e falta de compaixão, acabam por cometer erros terríveis, dos quais o mais doloroso é punir as pessoas injustamente. Portanto, mesmo em contexto atual, ainda há uma contribuição, ainda há uma necessidade para nos continuemos com o estudos da literatura grega.