Grande Rapha. É notável sua preocupação com o futuro do cenário quadrinista e da comunidade desenhista e principalmente com a formação de cultura de consumo visando O PÚBLICO e não apenas um artista comprando do outro. Achei corajoso de sua parte expor sua opinião, realmente vai dar uma certa discórdia e isso é saudável (obviamente com quem sabe conversar). Esbarra um pouco no que conversamos na live, eu sinto que os artistas atuais estão com uma certa dificuldade de converter seu trabalho em produtos que sejam atraentes o bastante para um público mais amplo (me refiro aos não estão habituados com o consumo de produtos vendidos no Artist's Alley). Eu tenho essa impressão, pois eu vejo que os artistas pouco tem inovado no quesito de novas práticas de viabilização comercial, crossmedia e desenvolvimento de produtos que vão além de vender o seu desenho impresso como poster, postal ou compilado num livreto. Isso tudo já está saturado e fará esse tipo de produto perder a graça bem rápido. No entanto, não acho inválido um artista produzir um artbook, creio que a própria seleção natural vai mostrar para as pessoas se esse tipo de produto tem potencial de persistir ou não. Em outras palavras, se vai vender ou se vai virar um monte de encalhe dentro de casa. Me parece que livretos que compilam artes que possuem algum tipo de série ou tema são mais atraentes do que uma junção de desenhos aleatórios, mas aí é um chute meu. Sobre o artista iniciante querer fazer artbook como se ele já fosse alguém consagrado, eu vejo um paralelo com aquele cara que quer lançar seu primeiro quadrinho já sendo uma autobiografia. Eu acho isso meio... exagerado, pra não dizer egocêntrico num primeiro momento, mas é direito da pessoa, vai que vende bem... né...? (mas se não pegar bem, o tio aqui avisou) Te digo que eu até compro um ou outro artbook ou sketchbook, e admito que faço isso mais com o intuito de prestigiar o artista e até pelo gosto de "ter" o objeto do que por algum motivo pragmático, mas na real, a arte tem dessas... a gente compra muita coisa pra acumular mesmo, o melhor exemplo disso são action figures (e o capitalismo sempre me vence com essas coisas...). Um abraço, mano!
Artbook é um catálogo de arte que pode ser admirado por qualquer pessoa; caso contrário quadros não deveriam ser pintados já que não tem narrativa com uso de palavras em sua maioria
Até concordo, mas podemos considerar que alguém gosta de desenhar, mas não tem a mínima intenção de fazer quadrinhos e talvez nem leia quadrinhos, mas quer "registrar" sua arte com uma publicação. Mas daí se vai vender é outra história...
Concordo. Muitos artbooks são coleções de sketch, com algum tema. Como a Mary Cagnin que lançou um artbook na ccxp com o tema "lovers". Muitos projetos de artistas visuais são compilados dessa forma. Os zines por exemplo, cabe diferentes formatos de arte. Inclusive fotografia por exemplo. Acho que o Rapha tá meio preso a produção da indústria. Claro que há casos de que realmente cabe o que ele fala no vídeo btw
Valeu pela menção, Rapha! Concordo contigo em quase tudo, e sempre me questiono se editar e publicar meus artbooks é algo realmente relevante. Como os 2 que lancei foram temáticos e têm um contexto específico, ainda os acho válidos. Ano que vem pretendo dar continuidade à série, e seu vídeo é muitpo importante pras discussões que faço comigo mesmo e com o pessoal aqui. Qualquer hora batemos um papo maior sobre isso, hehe. Aliás, pensando no trbalho do Denis, um Artbook no estilo do dele, que seja algo derivado do universo do Salto seria muito legal. Essa ideia é nova pra mim, apesar de já ter feito os extras dentro do livro do Terapia, a ideia de um artbook separado mas que têm importantes links com uma obra que, especificamente, tem continuidade e se expande, é bem massa. Tem MUITO conteúdo seu, da sua pesquisa e desenvolvimento desse universo que pode gerar mais produtos e conteúdo. Espero que continue dentro desse universo tbm!
Não concordo com o que foi exposto, Rapha! O artbook pode ser uma maneira de preparação de público. Imagina um artista desconhecido que deseja abrir um caminho para a divulgação de seu trabalho. A qualidade da sua arte pode despertar a curiosidade para outro trabalho, narrativo ou não.
O único problema substancial que consegui reconhecer foi o de um consumidor comprar o artebook como se fosse um quadrinho, mas ai é mais falha de comunicação do que a existência inadequada de um produto. Acredito que a liberdade de produção e distribuição está acima da questão de nome. Porque se o artista é ninguém, mas faz virar o projeto dele de artebook, quem é que pode dizer que ele não deva lançar ou que o publico não deva comprar?
Concordo brou. Minha é mais ou menos essa. Fazer ou nao um artbook não muda nada na cena dos quadrinhos. Não vejo nada que impeça um desconhecido de fazer um e cobrar por isso...nao gostou, nao compra ué
Cara, vc tá vendo a questão com o olhar do quadrinista. Porém, nem todo artista é quadrinista. Muitas vezes, uma imagem por si só já contém uma narrativa e pode sim contar uma estória. Se vc é artista e tem pessoas que gostam da sua arte e gostariam de apreciá-la em forma de livro qual o problema de publicar (pelo financiamento coletivo ou não) um artbook? Hoje as relações são outras; vc constrói seu público, não precisamos de prêmios ou reconhecimento de uma instância "oficial". Alguém um pouco mais maldoso poderia achar que vc fez esse video apenas para minar o artista independente q vende seu artbook e acaba tirando dinheiro q iria para o seu quadrinho. Tem q ter espaço para todo mundo. Se vamos começar o negócio fechando portas, não chegaremos a lugar nenhum.
Cara, te dizer que entendo o ponto, mas não poderia discordar mais. Um artbook é tão útil quanto o quadrinho. Sério, um artbook bem feito, e bem pensado, com design e conceito, pode ser tão poderoso quanto uma graphic novel. E outra, se tivéssemos que esperar sermos famosos, não existiria Kim Jung Gi, James Jean, Nicolas Nemiri, nem tantos outros. O grande problema disso tudo, é focar em tudo ser quadrinho. Pessoal focou nessa parada e não consegue desfocar. Se você sabe contar histórias, desenhar, fazer design ( o que falta demais pra grande parte dos quadrinistas de hoje, que entregam produtos finais vergonhosos nesse quesito), na minha visão é muito pobre você querer fazer SÓ quadrinhos. É uma mídia, e sério, a maioria que tá por aí arrota, mas não faz bem como acha. Você não precisa ser conhecido pra alguém comprar seu livro (seja o que for), você precisa ser BOM. Você constrói público. Eu queria ver é mais gente como o Sapo Lendário, que tem referência foda e sabe transformar isso num lance vendável e original. Mais gente como o Daniel Semanas, que sai de um cenário de animação e entende os quadrinhos de outra forma. Alguém como o Paul Pope, que entende o quadrinho como algo que ele pode fazer super bem, mas fica mais livre pra poder ser foda em qualquer seguimento. Isso é uma coisa que sou super chato nas minhas turmas de quadrinho e desenho, sempre falo pros alunos que focar em uma mídia é a morte pra quem quer contar histórias, desenhar ou fazer algum tipo de arte. Temos é que ensinar o pessoal a tirar essas barreiras e parar de achar desculpas.
Não concordo. Arte pela arte não é inutilidade. É o mesmo que dizer que uma pintura com autoria de um artista desconhecido não tem valor. Uma ilustração, uma pintura , uma fotografia... têm valor expressivo e até histórico, sim. Nenhuma dessas obras têm que vir acompanhada de um filme, um quadrinho, uma peça teatral, da fama de seu autor.. pra ter valor. Tenho Artbooks e o que menos faço é consultá-los como referência. Utilizo eles como um deleite, uma forma de me emocionar e inspirar para a vida. A arte está além do dinheiro e da fama.
Resumindo, artbook não é quadrinho. Quem quer fazer artbook, faça artbook, quem quer fazer HQ, faça HQ. Quem quer comprar HQ, compre HQ. Quem quer comprar artbook, compre artbook. Não entendi nem o por quê desse tema ser abordado aqui!?
Não ia comentar porque, como já disse antes, o Rapha tem o hábito de propor debates e não participar deles, o que acho um pouco rude, mas "caí no bait" dessa vez e decidi comentar. haha O lance é que qualquer um pode apreciar arte. Como quadrinistas, (provavelmente) várias outras mídias além dos quadrinhos nos inspiram, então não é difícil imaginar que aconteça o mesmo com os autores de outras linguagens artísticas. Se assistindo um filme ou ouvindo uma música podemos captar algo para nossa produção, é tão difícil supor que um escritor ou músico também pode se inspirar olhando uma coleção encadernada de desenhos? O InkTober mesmo é uma época em que muitos artistas de diferentes níveis mostram coleções de desenhos com alguma semelhança temática e/ou visual entre si. Imagino que não poucas pessoas gostariam de guardar a memória daquele outubro onde acompanharam a produção diária de alguns artistas queridos, mesmo que não tão famosos. Super incentivo quem transforma seu inktober em artbook (ou "artzine"). Talvez possa-se argumentar que a arte de um ilustrador iniciante pode ser melhor apreciada na web e que não "merece" um livro. É, talvez. Contudo, a internet também oferece inúmeras distrações, de forma que ter as mesmas obras offline pode nos permitir apreciá-las em outro nível. Dito isso, admito que os poucos artbooks que comprei e que ainda pretendo comprar são material de estudo. Não me vejo como um colecionador de artbooks e não conheço muita gente que compra este tipo de livro sem ser para estudo. Mesmo os que compram vão atrás dos livros de autores ou séries famosas, assim, minhas considerações sobre artbooks não possuem muito embasamento. "Acho" que não há problema em existir artbooks de independentes se houver demanda para tal.
Tô fazendo um Artbook pra ter um tema pro meu portfólio, meu objetivo não é vender, se as pessoas quiserem ver de graça é ótimo pra divulgação do meu trabalho, é só pra ter um exemplo pra clientes de que eu posso trabalhar num projeto e ser consistente. O objetivo é simplesmente produzir concepts pras ilustrações que eu mesmo vou produzir, essas artes vão estar tanto no meu Artbook quanto nas minhas redes sociais e portfólio.
@@RaphaCPinheiro Eu escrevi sobre o universo e todos os personagens pra poder desenvoler o visual, produzir toda uma animação, quadrinho ou jogo acabaria com o propósito do projeto. Eu não quero ser quadrinista, roteirista ou diretor de nada, meu objetivo é trabalhar com ilustração e concept, fazer arte pra projetos que eu acredito e queira ajudar a desenvolver. O objetivo do projeto é fazer meu trabalho alcançar diretores de arte e publicidade, mas principalmente pra área de animação
Concordo com vc, comprei artbook de Warcraft, cheio de foto, fotogramas, sketches, incrível publicação e por incríveis 10 reais! Custava 50$ mas tava incalhado. Mas mesmo assim eu acho que deveriam encontrar um jeito de publicar. O artbook do desenho Mulan têm a arte do Alex Nino ( pra mim um dos melhores de todos os tempos) seria um bom investimento .
Mas Rapha, se a ideia é furar a bolha, a ideia não é atrair o máximo de gente possível? Um artbook pode ser um compilado de artes de um artista que ainda não tem um projeto, através do artbook, o artista pode atrair um público que não consome quadrinhos, mas gosta da arte. Voltando depois para comprar o quadrinho, quando for produzido, ou algo do gênero. Os "e se"s são vários.
Rapha, eu acho que você segue por uma linha de raciocínio equivocada nesse vídeo. Não vou me alongar, mas um ponto chave é quando você ignora uma finalidade essencial de um artbook (talvez a mais importante): promover o artista, ser uma peça de marketing. Perto dos 04:00, você questiona sobre quem compraria o artbook de um artista "desconhecido". A resposta é que qualquer um, literalmente, pode comprar o artbook. A gente nunca sabe quem vai comprar um produto que planejamos, por mais que consideremos um público-alvo. É possível, inclusive, que o artbook seja a porta de entrada daquela pessoa para o consumo de outros trabalhos do quadrinista ou ilustrador. Tenho sentido que seus últimos vídeos andam um pouco alarmistas, não me parece existir essa problemática do excesso de eventos de quadrinhos, de artist alleys ou de artbooks (a menos que se interprete que excesso de artistas é um problema, nesse caso nossa conversa muda de figura). Vou rever as gravações e qualquer coisa retifico o comentário. Abraço!
Salve Rapha, cara eu penso que o artbook é uma forma de divulgar a arte como um livro ou hq, por exemplo eu leio livros e hqs, e estes itens vão para estante e provavelmente não vou ler de novo. Eu penso no futuro fazer um artbook do período imperial brasileiro com personagens, paisagens, arquitetura e utensílios da época.
Eu não sou contra artistas independentes fazerem artbooks e os venderem tendo uma história ou não, mas eu acho muito mais legal as concept arts estarem como extras do gibi, por mais q elas existam antes ou depois da ideia do gibi em si.
Amigo, acho que você está muito preso no que já foi feito. Claro que muitos buscam um segmento, mas nem todos. Amo as artes que são autorais e inovadoras. Inclusive, como autor e editor, procuro exatamente o que você diz que ninguém admirará. Gosto do seu canal, mas acho que pode ampliar seus horizontes. O independente tem ganhado cada vez mais espaço no mercado.
Sim, mas no vídeo da a entender que ninguém vê, ninguém compra e que é algo aleatório. Mas não é. Só porque ele não está inserido no mesmo mercado, não significa que não haja, ou, que não possa haver. 😅
Bom, Rapha! Eu usaria um artbook como portfólio inicialmente, se eu não fizesse quadrinhos ainda. E tivesse vontade de fazer. Acredito que seu público do canal, nem todos sejam quadrinistas. Mas entendo que talvez, sua indignação seja por algum motivo específico.
Legal teu ponto de vista Rapha, mas os artbooks estão populares porque , especialmente em convenções, tem uma boa procura por parte do público. Imagine que apenas um print pode custar 30 a 40 reais e um artbook com 32 páginas pode custar até menos. Comparando 1 desenho impresso com um livro de 32 ou 48 páginas de artes impressas, eu mesmo prefiro o livrinho e o artista ainda tem mais chances de ser lembrado depois pelas informações que estão no artbook.
Cara, não consigo assistir 11:43 disso, bostejo gratuito. A arte em si é um produto, por isso, em toda a história arte, quadros e pinturas são vendidos. Porque, arte é subjetiva. Ela produz sentimentos ou inspiração, ou pode retratar algo ou ser uma referência. Por isso já vale a compra. E um Artebook pode sim ser rico em história, personagens e cenários podem contar muita coisa, assim como Concept Art. Como um " quadrinista " você deveria saber que mesmo retirando os balões de diálogos de uma HQ é possível que as pessoas entendam o acontece na cena ou na história por linguagem corporal ou tom da cena.
Eu tenho um artbook(CDZ the lost canvas, da Shiori teshirogi) e concordo com o que você disse... Eu abro ele quando prescizo de alguma referência, e pra nada mais... Concordo totalmente, mas ainda é util de vez em quando...
Artbook é interessante para pessoas que desejam criar um novo traço com base nas obras de alguém em específico, também acho interessante quando dizem o motivo pelo qual fizeram os personagens, cenários e mundo de tal forma, ou quando depois de muitas décadas de produções válidas expõem a tragetória com os personagens mais importantes e uma pequena biografia, mas com certeza a última opção fará mais sucesso se tiver outros artistas envolvidos como uma exposição das obras e biografia de um gupo (editora) que fez sucesso (semana da arte moderna), ou mudou o cenário nacional dos quadrinhos, exportando para a europa, EUA, e Japão. As pessoas desenharam tantas coisas que hj em dia o que aparece mais parecem cópias do que qualquer coisa e com a definição de arte conceitual sendo o que vivemos no presente, pois tudo se torna conceito, (+ violência e consumismo) parece que nunca veremos algo novo, se não inventarmos um mundo físico completamente diferente (não apenas uma novidade). Se mudarmos a visão de mundo com novas abordagens fugindo do tudo o que já aprendemos quem sabe criemos um diálogo diferente do abitual a ponto de estranhar ou não saber o que é no momento de transição (pensamento mudando o presente / ideia - tendência global permanente - produto transcendente ?), ou um conflito ou desastre mudando o mundo ou ser vivo para termos um estilo novo. Com um estilo novo qualquer coisa é válida ainda mais se atingir pontos de discursão, histórico e ciêntíficos de natureza humana (socializ/filosofia/psicolog), ou tenhamos algo novo desconhecido a nossa época. Seja como for não apenas estudem arte ou Designer, ou à tendências, mas (tendo bastante dinheiro sobrando) deem uma diminuida no trabalho para filosofarem que traço podem fazer e uma vez achando isso, pensem de uma maneira mais ampla transcendendo o real (além do que conhecem) através de possibilidades e enrredos ainda não abordados.
Rapha, acredito que você está vendo muito pela ótica do quadrinista. Quadrinho é uma coisa, artbook é outra. Existem vários caras que só desenham, mas não desenvolvem roteiro ou fazem seu próprio quadrinho autoral. Então por que esse cara não pode fazer um artbook pra galera que gosta da arte dele ou até pra quem gosta de ter referências de desenho impressas? Em minha opinião é superválido um artbook pra quem curte desenho, pra ter referências e tal. Acho que vc tá com uma visão muito de que o artbook é uma coletânea de artes intocável de um artista consagrado, mas não..acho que pode ser um livro de ilustrações sem problemas nenhum, independente se o cara é (re)conhecido ou não. Quanto ao que você falou de um artbook com contexto e tal: Ano passado apoiei no catarse um quadrinho chamado Tengu do Lucas Pereira, e no final do quadrinho tem várias páginas só de artes de convidados, e concept arts da história, achei superbacana. Nesse caso o autor conseguiu juntar bem essas duas coisas. Enfim, legal essa discussão! Abraço!
A menos que o artista já tenha uma certa expertise não faz sentido a produção de um artbook, já que não é o primeiro item que o público vai buscar. Contudo, esse pode ter uma finalidade artística e há quem prefira ter um a diversas histórias com as exatas artes que gosta (ok, hoje temos a internet e isso é facilmente contornável, mas enfim).
Digo por mim. Eu, qua já publiquei uma ou duas coisinhas ainda não tenho coragem de publicar um artbook. Talvez para dar de brinde com uma publicação, até vá. E mesmo assim...
Oi! Bom eu não ia comentar, mas resolvi deixar meus dois cents. Excluindo a parcela de quadrinhistas que são apenas quadrinistas, eu me coloco na turma dos ilustradores, e na boa, eu estou publicando meu trabalho desde o fim dos anos 90, inclusive com obra solo e NÃO, o tal do reconhecimento não é uma regra ligada ao tempo e ao impacto (e sim, o que eu escrevi no começo dos anos 00 resistiu ao tempo), etc, e pelo menos no meu caso (e eu não pedi $ pra ninguém) o artbook que eu criei foi somente para "escoar produção" porque eu tenho uma tonelada de material aqui e ninguém interessado nisso heheheh Como objeto de consumo, eu defendo com veemência os artbooks que tem um diferencial (citando aqui Apollonia Saintclair e Bräo Barbosa) e que servem a uma apreciação específica do público que não é do meio quadrinistico, e meu artbook teoricamente estaria neste nicho. E o oposto tb é possível: foi a partir de uma ilustração do livro (que pra mim é um artbook, mas com narrativa) Garras de Anjo que foi tirada a semente do enredo da hq Tongue Lash! Defendo tb a ideia do artbook que consegue instigar uma leitura-nao-leitura que se extrapole alem daquela peça, massss eu não tiraria $ do bolso (e sou mais ou menos contra financiamento coletivo) para apostar nesse projeto em uma escala como a do projeto de uma hq!
Grande Rapha. É notável sua preocupação com o futuro do cenário quadrinista e da comunidade desenhista e principalmente com a formação de cultura de consumo visando O PÚBLICO e não apenas um artista comprando do outro. Achei corajoso de sua parte expor sua opinião, realmente vai dar uma certa discórdia e isso é saudável (obviamente com quem sabe conversar). Esbarra um pouco no que conversamos na live, eu sinto que os artistas atuais estão com uma certa dificuldade de converter seu trabalho em produtos que sejam atraentes o bastante para um público mais amplo (me refiro aos não estão habituados com o consumo de produtos vendidos no Artist's Alley). Eu tenho essa impressão, pois eu vejo que os artistas pouco tem inovado no quesito de novas práticas de viabilização comercial, crossmedia e desenvolvimento de produtos que vão além de vender o seu desenho impresso como poster, postal ou compilado num livreto. Isso tudo já está saturado e fará esse tipo de produto perder a graça bem rápido.
No entanto, não acho inválido um artista produzir um artbook, creio que a própria seleção natural vai mostrar para as pessoas se esse tipo de produto tem potencial de persistir ou não. Em outras palavras, se vai vender ou se vai virar um monte de encalhe dentro de casa. Me parece que livretos que compilam artes que possuem algum tipo de série ou tema são mais atraentes do que uma junção de desenhos aleatórios, mas aí é um chute meu. Sobre o artista iniciante querer fazer artbook como se ele já fosse alguém consagrado, eu vejo um paralelo com aquele cara que quer lançar seu primeiro quadrinho já sendo uma autobiografia. Eu acho isso meio... exagerado, pra não dizer egocêntrico num primeiro momento, mas é direito da pessoa, vai que vende bem... né...? (mas se não pegar bem, o tio aqui avisou)
Te digo que eu até compro um ou outro artbook ou sketchbook, e admito que faço isso mais com o intuito de prestigiar o artista e até pelo gosto de "ter" o objeto do que por algum motivo pragmático, mas na real, a arte tem dessas... a gente compra muita coisa pra acumular mesmo, o melhor exemplo disso são action figures (e o capitalismo sempre me vence com essas coisas...).
Um abraço, mano!
o thiago já se rendeu principalmente aos action figures do mega man
Amo vcs
Artbook é um catálogo de arte que pode ser admirado por qualquer pessoa; caso contrário quadros não deveriam ser pintados já que não tem narrativa com uso de palavras em sua maioria
Até concordo, mas podemos considerar que alguém gosta de desenhar, mas não tem a mínima intenção de fazer quadrinhos e talvez nem leia quadrinhos, mas quer "registrar" sua arte com uma publicação. Mas daí se vai vender é outra história...
Concordo. Muitos artbooks são coleções de sketch, com algum tema. Como a Mary Cagnin que lançou um artbook na ccxp com o tema "lovers". Muitos projetos de artistas visuais são compilados dessa forma. Os zines por exemplo, cabe diferentes formatos de arte. Inclusive fotografia por exemplo. Acho que o Rapha tá meio preso a produção da indústria. Claro que há casos de que realmente cabe o que ele fala no vídeo btw
Valeu pela menção, Rapha! Concordo contigo em quase tudo, e sempre me questiono se editar e publicar meus artbooks é algo realmente relevante. Como os 2 que lancei foram temáticos e têm um contexto específico, ainda os acho válidos. Ano que vem pretendo dar continuidade à série, e seu vídeo é muitpo importante pras discussões que faço comigo mesmo e com o pessoal aqui. Qualquer hora batemos um papo maior sobre isso, hehe.
Aliás, pensando no trbalho do Denis, um Artbook no estilo do dele, que seja algo derivado do universo do Salto seria muito legal. Essa ideia é nova pra mim, apesar de já ter feito os extras dentro do livro do Terapia, a ideia de um artbook separado mas que têm importantes links com uma obra que, especificamente, tem continuidade e se expande, é bem massa. Tem MUITO conteúdo seu, da sua pesquisa e desenvolvimento desse universo que pode gerar mais produtos e conteúdo. Espero que continue dentro desse universo tbm!
Não concordo com o que foi exposto, Rapha! O artbook pode ser uma maneira de preparação de público. Imagina um artista desconhecido que deseja abrir um caminho para a divulgação de seu trabalho. A qualidade da sua arte pode despertar a curiosidade para outro trabalho, narrativo ou não.
Seu comentário abriu mais ainda a minha visão...
Gostei do seu comentário
O único problema substancial que consegui reconhecer foi o de um consumidor comprar o artebook como se fosse um quadrinho, mas ai é mais falha de comunicação do que a existência inadequada de um produto. Acredito que a liberdade de produção e distribuição está acima da questão de nome. Porque se o artista é ninguém, mas faz virar o projeto dele de artebook, quem é que pode dizer que ele não deva lançar ou que o publico não deva comprar?
Concordo brou. Minha é mais ou menos essa. Fazer ou nao um artbook não muda nada na cena dos quadrinhos. Não vejo nada que impeça um desconhecido de fazer um e cobrar por isso...nao gostou, nao compra ué
Cara, vc tá vendo a questão com o olhar do quadrinista. Porém, nem todo artista é quadrinista. Muitas vezes, uma imagem por si só já contém uma narrativa e pode sim contar uma estória. Se vc é artista e tem pessoas que gostam da sua arte e gostariam de apreciá-la em forma de livro qual o problema de publicar (pelo financiamento coletivo ou não) um artbook? Hoje as relações são outras; vc constrói seu público, não precisamos de prêmios ou reconhecimento de uma instância "oficial". Alguém um pouco mais maldoso poderia achar que vc fez esse video apenas para minar o artista independente q vende seu artbook e acaba tirando dinheiro q iria para o seu quadrinho. Tem q ter espaço para todo mundo. Se vamos começar o negócio fechando portas, não chegaremos a lugar nenhum.
Cara, te dizer que entendo o ponto, mas não poderia discordar mais. Um artbook é tão útil quanto o quadrinho. Sério, um artbook bem feito, e bem pensado, com design e conceito, pode ser tão poderoso quanto uma graphic novel. E outra, se tivéssemos que esperar sermos famosos, não existiria Kim Jung Gi, James Jean, Nicolas Nemiri, nem tantos outros.
O grande problema disso tudo, é focar em tudo ser quadrinho. Pessoal focou nessa parada e não consegue desfocar. Se você sabe contar histórias, desenhar, fazer design ( o que falta demais pra grande parte dos quadrinistas de hoje, que entregam produtos finais vergonhosos nesse quesito), na minha visão é muito pobre você querer fazer SÓ quadrinhos. É uma mídia, e sério, a maioria que tá por aí arrota, mas não faz bem como acha.
Você não precisa ser conhecido pra alguém comprar seu livro (seja o que for), você precisa ser BOM. Você constrói público.
Eu queria ver é mais gente como o Sapo Lendário, que tem referência foda e sabe transformar isso num lance vendável e original. Mais gente como o Daniel Semanas, que sai de um cenário de animação e entende os quadrinhos de outra forma. Alguém como o Paul Pope, que entende o quadrinho como algo que ele pode fazer super bem, mas fica mais livre pra poder ser foda em qualquer seguimento.
Isso é uma coisa que sou super chato nas minhas turmas de quadrinho e desenho, sempre falo pros alunos que focar em uma mídia é a morte pra quem quer contar histórias, desenhar ou fazer algum tipo de arte. Temos é que ensinar o pessoal a tirar essas barreiras e parar de achar desculpas.
Não concordo. Arte pela arte não é inutilidade. É o mesmo que dizer que uma pintura com autoria de um artista desconhecido não tem valor. Uma ilustração, uma pintura , uma fotografia... têm valor expressivo e até histórico, sim. Nenhuma dessas obras têm que vir acompanhada de um filme, um quadrinho, uma peça teatral, da fama de seu autor.. pra ter valor. Tenho Artbooks e o que menos faço é consultá-los como referência. Utilizo eles como um deleite, uma forma de me emocionar e inspirar para a vida. A arte está além do dinheiro e da fama.
Resumindo, artbook não é quadrinho. Quem quer fazer artbook, faça artbook, quem quer fazer HQ, faça HQ. Quem quer comprar HQ, compre HQ. Quem quer comprar artbook, compre artbook. Não entendi nem o por quê desse tema ser abordado aqui!?
Não ia comentar porque, como já disse antes, o Rapha tem o hábito de propor debates e não participar deles, o que acho um pouco rude, mas "caí no bait" dessa vez e decidi comentar. haha
O lance é que qualquer um pode apreciar arte. Como quadrinistas, (provavelmente) várias outras mídias além dos quadrinhos nos inspiram, então não é difícil imaginar que aconteça o mesmo com os autores de outras linguagens artísticas. Se assistindo um filme ou ouvindo uma música podemos captar algo para nossa produção, é tão difícil supor que um escritor ou músico também pode se inspirar olhando uma coleção encadernada de desenhos?
O InkTober mesmo é uma época em que muitos artistas de diferentes níveis mostram coleções de desenhos com alguma semelhança temática e/ou visual entre si. Imagino que não poucas pessoas gostariam de guardar a memória daquele outubro onde acompanharam a produção diária de alguns artistas queridos, mesmo que não tão famosos. Super incentivo quem transforma seu inktober em artbook (ou "artzine").
Talvez possa-se argumentar que a arte de um ilustrador iniciante pode ser melhor apreciada na web e que não "merece" um livro. É, talvez. Contudo, a internet também oferece inúmeras distrações, de forma que ter as mesmas obras offline pode nos permitir apreciá-las em outro nível.
Dito isso, admito que os poucos artbooks que comprei e que ainda pretendo comprar são material de estudo. Não me vejo como um colecionador de artbooks e não conheço muita gente que compra este tipo de livro sem ser para estudo. Mesmo os que compram vão atrás dos livros de autores ou séries famosas, assim, minhas considerações sobre artbooks não possuem muito embasamento. "Acho" que não há problema em existir artbooks de independentes se houver demanda para tal.
Bruno Prosaiko Pois é Bruno, descobri isso agora. Parece que ele só responde no insta.
Tô fazendo um Artbook pra ter um tema pro meu portfólio, meu objetivo não é vender, se as pessoas quiserem ver de graça é ótimo pra divulgação do meu trabalho, é só pra ter um exemplo pra clientes de que eu posso trabalhar num projeto e ser consistente. O objetivo é simplesmente produzir concepts pras ilustrações que eu mesmo vou produzir, essas artes vão estar tanto no meu Artbook quanto nas minhas redes sociais e portfólio.
Se me permite uma opinião, por que não fazer um projeto de fato? Você pode usar esse projeto como portfolio.
@@RaphaCPinheiro Eu escrevi sobre o universo e todos os personagens pra poder desenvoler o visual, produzir toda uma animação, quadrinho ou jogo acabaria com o propósito do projeto. Eu não quero ser quadrinista, roteirista ou diretor de nada, meu objetivo é trabalhar com ilustração e concept, fazer arte pra projetos que eu acredito e queira ajudar a desenvolver. O objetivo do projeto é fazer meu trabalho alcançar diretores de arte e publicidade, mas principalmente pra área de animação
É, o Art book tem muito A ver com o artista, é inspirador tanto o projeto quanto o artista.
Mas ele vende?
Concordo com vc, comprei artbook de Warcraft, cheio de foto, fotogramas, sketches, incrível publicação e por incríveis 10 reais! Custava 50$ mas tava incalhado. Mas mesmo assim eu acho que deveriam encontrar um jeito de publicar. O artbook do desenho Mulan têm a arte do Alex Nino ( pra mim um dos melhores de todos os tempos) seria um bom investimento .
É verdade, sempre fiquei desconfiado com isso. Art book é interessante somente pra quem é desenhista como fonte de estudo e inspiração.
É legal, mas não acho que seja uma boa forma de se inserir no jogo.
Mas Rapha, se a ideia é furar a bolha, a ideia não é atrair o máximo de gente possível?
Um artbook pode ser um compilado de artes de um artista que ainda não tem um projeto, através do artbook, o artista pode atrair um público que não consome quadrinhos, mas gosta da arte. Voltando depois para comprar o quadrinho, quando for produzido, ou algo do gênero.
Os "e se"s são vários.
Rapha, eu acho que você segue por uma linha de raciocínio equivocada nesse vídeo. Não vou me alongar, mas um ponto chave é quando você ignora uma finalidade essencial de um artbook (talvez a mais importante): promover o artista, ser uma peça de marketing. Perto dos 04:00, você questiona sobre quem compraria o artbook de um artista "desconhecido". A resposta é que qualquer um, literalmente, pode comprar o artbook. A gente nunca sabe quem vai comprar um produto que planejamos, por mais que consideremos um público-alvo. É possível, inclusive, que o artbook seja a porta de entrada daquela pessoa para o consumo de outros trabalhos do quadrinista ou ilustrador. Tenho sentido que seus últimos vídeos andam um pouco alarmistas, não me parece existir essa problemática do excesso de eventos de quadrinhos, de artist alleys ou de artbooks (a menos que se interprete que excesso de artistas é um problema, nesse caso nossa conversa muda de figura). Vou rever as gravações e qualquer coisa retifico o comentário. Abraço!
Salve Rapha, cara eu penso que o artbook é uma forma de divulgar a arte como um livro ou hq, por exemplo eu leio livros e hqs, e estes itens vão para estante e provavelmente não vou ler de novo. Eu penso no futuro fazer um artbook do período imperial brasileiro com personagens, paisagens, arquitetura e utensílios da época.
Eu não sou contra artistas independentes fazerem artbooks e os venderem tendo uma história ou não, mas eu acho muito mais legal as concept arts estarem como extras do gibi, por mais q elas existam antes ou depois da ideia do gibi em si.
Amigo, acho que você está muito preso no que já foi feito. Claro que muitos buscam um segmento, mas nem todos. Amo as artes que são autorais e inovadoras. Inclusive, como autor e editor, procuro exatamente o que você diz que ninguém admirará. Gosto do seu canal, mas acho que pode ampliar seus horizontes. O independente tem ganhado cada vez mais espaço no mercado.
Ele disse exatamente isso, quem gosta são outros autores.
Sim, mas no vídeo da a entender que ninguém vê, ninguém compra e que é algo aleatório. Mas não é. Só porque ele não está inserido no mesmo mercado, não significa que não haja, ou, que não possa haver. 😅
Bom, Rapha! Eu usaria um artbook como portfólio inicialmente, se eu não fizesse quadrinhos ainda. E tivesse vontade de fazer. Acredito que seu público do canal, nem todos sejam quadrinistas. Mas entendo que talvez, sua indignação seja por algum motivo específico.
Legal teu ponto de vista Rapha, mas os artbooks estão populares porque , especialmente em convenções, tem uma boa procura por parte do público. Imagine que apenas um print pode custar 30 a 40 reais e um artbook com 32 páginas pode custar até menos. Comparando 1 desenho impresso com um livro de 32 ou 48 páginas de artes impressas, eu mesmo prefiro o livrinho e o artista ainda tem mais chances de ser lembrado depois pelas informações que estão no artbook.
Cara, não consigo assistir 11:43 disso, bostejo gratuito. A arte em si é um produto, por isso, em toda a história arte, quadros e pinturas são vendidos. Porque, arte é subjetiva. Ela produz sentimentos ou inspiração, ou pode retratar algo ou ser uma referência. Por isso já vale a compra. E um Artebook pode sim ser rico em história, personagens e cenários podem contar muita coisa, assim como Concept Art. Como um " quadrinista " você deveria saber que mesmo retirando os balões de diálogos de uma HQ é possível que as pessoas entendam o acontece na cena ou na história por linguagem corporal ou tom da cena.
Eu tenho um artbook(CDZ the lost canvas, da Shiori teshirogi) e concordo com o que você disse... Eu abro ele quando prescizo de alguma referência, e pra nada mais... Concordo totalmente, mas ainda é util de vez em quando...
Artbook é interessante para pessoas que desejam criar um novo traço com base nas obras de alguém em específico, também acho interessante quando dizem o motivo pelo qual fizeram os personagens, cenários e mundo de tal forma, ou quando depois de muitas décadas de produções válidas expõem a tragetória com os personagens mais importantes e uma pequena biografia, mas com certeza a última opção fará mais sucesso se tiver outros artistas envolvidos como uma exposição das obras e biografia de um gupo (editora) que fez sucesso (semana da arte moderna), ou mudou o cenário nacional dos quadrinhos, exportando para a europa, EUA, e Japão.
As pessoas desenharam tantas coisas que hj em dia o que aparece mais parecem cópias do que qualquer coisa e com a definição de arte conceitual sendo o que vivemos no presente, pois tudo se torna conceito, (+ violência e consumismo) parece que nunca veremos algo novo, se não inventarmos um mundo físico completamente diferente (não apenas uma novidade). Se mudarmos a visão de mundo com novas abordagens fugindo do tudo o que já aprendemos quem sabe criemos um diálogo diferente do abitual a ponto de estranhar ou não saber o que é no momento de transição (pensamento mudando o presente / ideia - tendência global permanente - produto transcendente ?), ou um conflito ou desastre mudando o mundo ou ser vivo para termos um estilo novo. Com um estilo novo qualquer coisa é válida ainda mais se atingir pontos de discursão, histórico e ciêntíficos de natureza humana (socializ/filosofia/psicolog), ou tenhamos algo novo desconhecido a nossa época.
Seja como for não apenas estudem arte ou Designer, ou à tendências, mas (tendo bastante dinheiro sobrando) deem uma diminuida no trabalho para filosofarem que traço podem fazer e uma vez achando isso, pensem de uma maneira mais ampla transcendendo o real (além do que conhecem) através de possibilidades e enrredos ainda não abordados.
Rapha, acho que o artbook é interessante quando vc ja tem um projeto pronto e que teve uma venda consideravel, e uma fanbase consideravel tbm...
Rapha, acredito que você está vendo muito pela ótica do quadrinista. Quadrinho é uma coisa, artbook é outra. Existem vários caras que só desenham, mas não desenvolvem roteiro ou fazem seu próprio quadrinho autoral. Então por que esse cara não pode fazer um artbook pra galera que gosta da arte dele ou até pra quem gosta de ter referências de desenho impressas? Em minha opinião é superválido um artbook pra quem curte desenho, pra ter referências e tal. Acho que vc tá com uma visão muito de que o artbook é uma coletânea de artes intocável de um artista consagrado, mas não..acho que pode ser um livro de ilustrações sem problemas nenhum, independente se o cara é (re)conhecido ou não.
Quanto ao que você falou de um artbook com contexto e tal: Ano passado apoiei no catarse um quadrinho chamado Tengu do Lucas Pereira, e no final do quadrinho tem várias páginas só de artes de convidados, e concept arts da história, achei superbacana. Nesse caso o autor conseguiu juntar bem essas duas coisas. Enfim, legal essa discussão! Abraço!
A menos que o artista já tenha uma certa expertise não faz sentido a produção de um artbook, já que não é o primeiro item que o público vai buscar. Contudo, esse pode ter uma finalidade artística e há quem prefira ter um a diversas histórias com as exatas artes que gosta (ok, hoje temos a internet e isso é facilmente contornável, mas enfim).
Digo por mim. Eu, qua já publiquei uma ou duas coisinhas ainda não tenho coragem de publicar um artbook. Talvez para dar de brinde com uma publicação, até vá. E mesmo assim...
Nunca comprei um artbook, nunca vi uma vantagem. Não descarto comprar um dia, mas...
Oi! Bom eu não ia comentar, mas resolvi deixar meus dois cents. Excluindo a parcela de quadrinhistas que são apenas quadrinistas, eu me coloco na turma dos ilustradores, e na boa, eu estou publicando meu trabalho desde o fim dos anos 90, inclusive com obra solo e NÃO, o tal do reconhecimento não é uma regra ligada ao tempo e ao impacto (e sim, o que eu escrevi no começo dos anos 00 resistiu ao tempo), etc, e pelo menos no meu caso (e eu não pedi $ pra ninguém) o artbook que eu criei foi somente para "escoar produção" porque eu tenho uma tonelada de material aqui e ninguém interessado nisso heheheh Como objeto de consumo, eu defendo com veemência os artbooks que tem um diferencial (citando aqui Apollonia Saintclair e Bräo Barbosa) e que servem a uma apreciação específica do público que não é do meio quadrinistico, e meu artbook teoricamente estaria neste nicho. E o oposto tb é possível: foi a partir de uma ilustração do livro (que pra mim é um artbook, mas com narrativa) Garras de Anjo que foi tirada a semente do enredo da hq Tongue Lash! Defendo tb a ideia do artbook que consegue instigar uma leitura-nao-leitura que se extrapole alem daquela peça, massss eu não tiraria $ do bolso (e sou mais ou menos contra financiamento coletivo) para apostar nesse projeto em uma escala como a do projeto de uma hq!
Nada...eu sei que esse vídeo é pra dar alfinetada...haha. rapha das tretas.
Então é moralmente aceitável pegar emprestado o artbook dos amiguinhos que tem grana pra compra e devolver depois de um 5 anos ?
Concordo plenamente com você Rapha!