Olá a todos. Antes de mais obrigado por mais um bom episódio como nos têm habituado. Como apaixonado por automóveis e seguidor assíduo do Bitalk ( não hater de veículos elétricos) quero deixar alguns comentários Em primeiro lugar vejo os combustíveis sintéticos não como uma forma de prolongar a produção de automóveis a combustão destinados à mobilidade diária da maior parte da massa populacional, mas sim como uma alternativa mais sustentável para 2 finalidades: Clássicos e desportivos- Existe um mercado de milhões de automóveis clássicos ( só nos EUA são cerca de 5 milhões) e um mercado de vários milhares de milhão de euros/dólares globalmente, mercado este que se estima continue a crescer nos próximos anos, por estranho que possa parecer. Estes automóveis tem finalidades muito distintas desde investimento até utilização diária, e a geração X e Z já representa mais de 50% dos compradores, o que pode indicar que o interesse nestes veículos não diminuiu ( considerando que o número total de transações não diminuiu, pelo contrário). Por outro lado, pode ser uma solução para que determinadas marcas possam continua a produzir determinados veículos com produções pequenas a combustão cuja finalidade não é necessariamente a mobilidade e para um nicho de compradores que valorizam elementos que os elétricos não oferecem, onde eu e tantos outros nos íncluimos. Parque automóvel - O parque automóvel existente é maioritariamente a combustão em todo o mundo, e mesmo que nos foquemos unicamente na europa, a maior parte dos países tem parques automóveis antigos e que demorarão décadas a ser renovados ( Portugal sendo um desses casos ) e é importante que existam condições o para que estes automóveis circulem enquanto a transição é feita, porque lembremo-nos, uma grande fatia da sociedade não tem poder de compra para adquirir um carro novo. Em segundo lugar, no que toca à utilização diária, o problema que vejo já não é tanto a autonomia para viagens grandes, que se tem vindo a tornar mais do que suficiente para uma utilização relativamente despreocupada, caso exista a hipótese de carregar o automóvel em casa ou no local de trabalho. A questão é que em muitas zonas residenciais sem garagem, os postos de carregamento “lento” não são suficientes ou são inexistentes e é necessário um planeamento maior e mais compromisso caso se tenha carregar a postos de abastecimento rápido. Ou seja, para quem não tem possibilidade de carregar em casa ou no trabalho, com a infraestrutura atual, talvez ainda não seja a opção mais viável. Daí que muita gente recorra aos híbridos por enquanto, como foi dito, embora não ache realista que as generalidade fique descontente com a solução e pense que devia ter comprado um elétrico. No entanto é importante retificar o que foi dito em relação ao aumento negligenciável de 1000 a 2000 de um híbrido para um ICE. Utilizando o exemplo do Renault Captur, um dos carros mais vendidos em Portugal, a diferença é de 5000 mil euros entre o ICE mais barato e o híbrido, que não parecendo um valor alto, representa um aumento percentual de mais de 20%, num segmento direcionado, geralmente, a um cliente com um poder de compra menor e/ou que faz poucos quilómetros por ano para amortizar este diferencial em gastos em combustível e manutenção. Gostei das intervenções do Serra a colocar alguma contextualização e correção no que foi dito em temas como o atraso na entrega de veículos devido aos chips, o facto dos 13 em 20 carros elétricos vendidos serem chineses devido ao mercado interno chinês e não à proliferação massiva ( ainda ) destas marcas no Ocidente, e da questão de a maior parte do mundo estar a caminhar para a energia renovável, que é uma ideia um pouco enviesada considerando que os países com mais automóveis como a China e Índia ainda têm uma quantidade reduzida de eletricidade proveniente de fontes renováveis. É interessante também pensar se o facto de os veículos chineses estarem agora a conseguir impor-se no mercado europeu está relacionado com o facto de utilizarem como forma de distribuição a venda direta, tal como a Tesla, ao invés da forma tradicional na forma de redes de concessionários que colocam encomendas no fabricante e assim acabam por ter bastante influência no parque automóvel e tendências em cada mercado. Deixo também uma curiosidade, a Peugeot lançou em 1995 o Peugeot 106 eletric, um utilitário elétrico com muito pouco sucesso ( menos de 7 mil unidades vendidas) mas como foi referido, são quase sempre outsiders a disromper grandes indústrias, como a Tesla que neste caso entrou no mercado automóvel com uma missão muito clara a apelar a um conjunto de early adopters sustentada por um ótimo produto e uma infraestrutura que até aí não existia e fez assim o que marcas instituídas não quiseram ou não conseguiram fazer. Posto isto, quero ressalvar que não sou hater dos elétricos, pelo contrário, considero que os veículos elétricos estão para ficar, são mais agradáveis para utilizar nas cidades quer por não emitirem gases quer por tornarem as cidades mais calmas e com menos ruído quer para quem está na rua quer para os passageiros, e portanto, considero que um futuro em que a maior parte dos automóveis são elétricos, é um futuro mas agradável. Ainda assim acho relevante ver o assunto de forma equilibrada e perceber que não só a mobilidade não é a única utilidade dos automóveis como mesmo para a mobilidade, o elétrico, ainda não é a melhor solução para toda as pessoas em todos os contextos, e perceber que o mundo Ocidental é apenas uma pequena fatia e que esta transição provavelmente não será uma realidade palpável durante décadas em muitos países asiáticos e africanos por exemplo. Sobre este tema, sugiro que convidem alguém como a Joana Fidalgo, Engenheira portuguesa a trabalhar em Inglaterra numa marca automóvel com insights muito valiosos de alguém que está por dentro da indústria ou alguém da razão automóvel como mencionado noutro comentário.
Nós por termos uma opinião não quer dizer que tenhamos de “falar mal” da outra ou que controlemos todas as nuances, em relação aos Plug in a única coisa que apontaram foi que nós temos “complexos” na mudança e depois apresentam os problemas dos elétricos que os plug in anulam… 1° Não tenho de planear viagens e se tenho de sair à pressa e o carro não está carregado 2° se chego a um sítio está uma fila enorme no carregador ou avariado eu tenho o plano B, 3° Se chego a casa à noite sem autonomia e preciso de um hospital por uma urgência tirando Lisboas e Portos e tal no interior tens Hospitais a 50/60/70 km de distância… 4° Se no dia há mudança de planos e não tenho autonomia vou, não tenho de pensar se para onde vou tenho carregador… Se me falarem da Tesla e mesmo essa não tem carregadores em todo o lado ainda vá, mas se para o ano houver um acréscimo de 20% de elétricos, onde estão os carregadores a acompanhar no interior de Portugal é que aí a realidade é bem diferente… Por isso muitas outras coisas o Plug in AINDA é a solução menos preocupante e stressante que existe… Agora se tens todo o tempo do mundo uma vida no raio de 50km nas grandes metrópoles e tempo de planear e tal sim o eléctrico é bom… Agora só apelidar de resistência à mudança é erróneo… E ainda tem outra, a questão cultural, eu nasci a ouvir um V8 e em cima de uma mota de alta cilindrada, por muito que um dia tenha um 100% eléctrico na minha garagem sempre existirão motores de expulsão… Agora novas gerações não saberão que é isso, e acho bem que se preocupem com o meio ambiente…
Muito bom episódio. Existem 2 questões que queria adicionar. A gasolina e o gasoleo nao nascem numa fonte junto ao posto de combustivel. Se vamos comparar emissões tendo por base todo o ciclo de produção quer das baterias quer da energia que as carregam, temos que ter em consideração as emissões da gasolina antes de chegar ao carro (do poço ao volante), na estudo (wang,2022) descreve-se que a gasolina nos estados unidos tem em media uma pegada de mais de 3kg de CO2 por litro, ora se juntarmos isso ao CO2 que sai do tubo de escape temos o valor correto a comparar. Outra questao é a pouca eficiencia de um motor a combustao em relação ao motor eléctrico. O melhor motor a combustão consegue transformar 30% da energia contida no combustivel em energia cinetica para fazer as rodas rodar, os outros 70% são desperdíçados em calor. O motor eléctrico tem 90% de eficiência, e na CES de Las Vegas deste ano foram apresentados motores com eficiencias de até 98%.
Conteúdo com assinatura de entusiastas para entusiastas. Faz muita falta aos comentadores chão de oficina. Isso inclui domínio técnico, acesso real à tecnologia do ponto de vista do Fabricante e reparador. Experimentação e concretização de trabalho. Conceitos, ideias e muitas delas formatas ao ambiente de claques e grupos que circulam nas redes sociais é fácil. Façam um favor ao setor, em concreto à reparação automóvel automóvel: Em vez de estarem a debitar opiniões entusiastas durante 1.30h, deviam estar a trabalhar numa oficina com o produto que vos entusiasma. O setor agradece, o consumidor fica melhor informado. Mas a internet tem esse fenómeno. Dá voz a todos. E cada um deve escolher por si e pelos seus filtros.
Parabéns pelo programa e pelos temas. Descartaram um pouco os híbridos plug-in com o chavão (um bocado banal e injustificado..) que é o pior dos 2 mundos. A minha visão, pelo contrário, os plug-in, com autonomias da ordem de 60-80K são na verdade o melhor dos 2 mundos! Para certos perfis de utilização (provavelmente a maioria) que no dia a dia faz 50-60Kms, ou seja, andam 95% das vezes em modo 100% elétrico, mas que de repente quer ir ao Algarve ou a Andorra, e não tem de fazer um filme nem preocupar-se com a seca dos carregamentos fora de casa, que acrescente-se são caríssimos, os hibridos plug in são a solução perfeita. Ou seja, não, não vale directamente ir logo para os directos para os 100% eléctricos pois perde, TODA a comodidade de ter a possibilidade de um motor a combustão que o leva a onde quiser sem os dramas de ir a 100 na autoestrada, apanhar carregadores fora de serviço, ter de parar em sítios que não interessam a ninguém para carregar. Acrescento o custo de um híbrido plug-in é para a mesma gama mais baixo que um 100% elétrico, e contrariamente ao que foi dito os plug-in deduzem iva a 100% e tem um IUC baixíssimo. Nos 5% de percursos que faz a combustão a pequena diferença de eficiência torna-se totalmente irrelevante! Nem sou “hater” nem “lover” de soluções tecnológicas especificas. Sou é “hater” da simplificação dos temas, podendo afastar as pessoas de soluções potencialmente muito interessantes para a sua realidade particular.
Meus amigos muito elucidativo as vossas explicações mas cheira a esturro pelas entrelinhas a dificuldade está nas grandes distâncias trajecto e pontos de paragens como emigrante devo dizer perder 10% das minhas férias em restaurantes e outros a beira de estrada e absurda fica a ideia que um amigo que foi de férias a um sítio deslumbrante e volta decepcionado mas não se dá por vencido daí que convence os amigos e aquela viagem superou os amigos lá vão e voltam dizendo fomos enganados ao diz ele eu sei mas queria ser o único sobre carregamento de serão o futuro sofre um retrocesso passamos a ter cabos eléctricos espalhados pelo chão quando fortes investimentos foram feitos para acondicionar em segurança enfim as pessoas casa vez querem salas de estar desviando se só sentidodocarro ou outro
Edificios com apartamentos e alterações de garagens para que cada condómino carregue a sua viatura sem usar energia do condomínio. Neste ponto a legislação está a zero. Isto porque carregar fora de casa nem sempre é possível.. Depois temos agora as novas baterias de iões de sódio, mais seguras, suportam temperaturas até -20°C, carregam muito mais rápido. Isto implica maior sobrecarga na rede elétrica.
É por este tipo de mentalidades que muita gente detesta os veículos eléctricos. O problema não é a tecnologia. A tecnologia em si é um bom produto. Mas não serve para todos. Nem está ao alcance de todos. E está a surgir na Europa por imposição. Quando devia ser uma opção. As energias renováveis são muito fashion e green na actualidade. Mas lamento informar que as empresas que mais investem em energias renováveis são as empresas petrolíferas. Ou seja os players vão continuar a ser os mesmos.
Nem por isso (os players vão continuar a ser os mesmos). As petrolíferas podem estar a investir em energias renováveis e terão a sua parte do bolo assegurado, mas a fragmentação é infinitamente maior no pós-fóssil. Muito mais players, muito mais diversidade de meios (incluindo os domésticos), muito mais geografias com recursos disponíveis, muito mais meio de geração de energia. Bye bye controlo dos preços dos combustíveis por parte da OPEC. Vai demorar, mas estamos a caminhar para esse cenário. Ainda que assim fosse, e que as big-oil continuassem com tudo na mão, o mundo ficaria pelo menos mais limpo, mais habitável e mais respirável - algo que parece ser de facto o objectivo principal da transição "imposta", que de outra forma nunca arrancaria.
@@ricardobarradas9315nao vai estar muito mais disperso. Haverao apenas dois players. As ja atuais grandes empresas eletricas, e as petroliferas que farão a transiçao para vender/produzir energia eletrica. Nao faças disto uma luta ideologica. Parece que é mais importante destruir as empresas do petroleo do que avançar tecnologicamente. Se ha alguem com capacidade de o fazer infelizmente sao as big companies
Preço dos carros???? Impostos virão a seguir!!!! Grandes técnicos que acham que não haverá manutenção. Quem tem aparelhos eléctricos em casa sabe que duram pouquíssimo. Os carros não vão ser diferentes.
Ele nao conta é que o custo dos paineis nao entra nas contas do custo do carro porque ha subsidios para eles, quando acabarem, esse e todos os incentivos de engodo. Depois é os mitos da nao manutencao dos eletricos. Era util è ter pessoas entendidas no assunto a falar e nao uma mixordia de mitos e informacao superficial e incompleta.
@@ricardobarradas9315 porque falseiam as opinioes dos utilizadores actuais e contas sobre os custos de um eletrico com montes de descontos temporarios. Até pq as baterias de litio pelos vistos vao se tornar rapidamente obsoletas.
Liga à ficha, tem um painel solar e o mundo é cor de rosa. Depois vem o Russo e acaba o sonho. Porque não pode coexistir tudo? A TV vinha substituir a rádio, mas afinal não…
Olá lobby das energias 😂 ainda hoje estamos com um governo desfeito à pala deles, mas só há lobbys na indústria petrolífera.... Como se os carros eléctricos não usassem petróleo , cheios de plástico quase na totalidade , com rodas iguais a qualquer outro carro, com uso de metais pesados em abundância...
@@TheRealTocha 10:49 - então a sociedade não paga também tudo o que é inerente à produção e abastecimento de energia eléctrica ? Como é que isso pode ser demarcado nos combustíveis fósseis e não evidenciado nos eléctricos ? Num futuro hipotético em que toda a gente pode carregar um carro? Quem é que pagou tudo o que é inerente a isso?
Porque não convidam alguém que perceba realmente do assunto? Temos professores universitários e investigadores que trabalham no assunto todos os dias. A quantidade de desinformação que o convidado tenta passar confunde as pessoas, e leva a tomar más decisões. Faz lembrar a política Portuguesa... Será que tem uma agenda por trás ou é simplesmente ignorante??
Não vou entrar por aí aqui. Se quiseres saber mais combinamos uma call. Vocês próprios perceberam rápidamente que o José não estava à vontade na maior parte dos assuntos, e fizeram bem em sempre que podiam/sabiam, corrigir e acrescentar contexto. Ele sem dúvidade que domina os dados e estatistica porque pelo que percebi é isso que ele vende. Fora isso mostrou muita ignorancia. Ab
@@TheRealTocha Podiam, por exemplo, ter desenvolvido a questão do custo do abastecimento. Fizeram uma comparação entre uma solução generalista de 10€ a 15€ aos 100Km (a combustão) com uma solução de 3€ aos 100Km (elétrica), e ficou por aí. Não falaram dos preços de carregamento em casa, que variam conforme vários factores (tomada doméstica, wallbox, tipo de contrato, etc...), e dos preços de carregamento na rede pública, que também variam de acordo com vários factores. Para quem não tem hipótese de carregar em casa, que soluções tem à disposição? E a que preços? Também não especificaram que veículo elétrico consideraram para essa conta (os consumos variam de modelo para modelo, tal como para os a combustão). Há umas semanas saiu um artigo no Expreso que colocava o carregamento médio na rede pública perto dos 9€ aos 100Km, mais caro do que algumas soluções a Diesel. Não sendo propriamente desinformação, deixar a questão do custo de abastecimento encerrada nos 3€ pode ser enganador.
@@ricardobarradas9315.... Esqueça Expressos e tretas... Quer realidade de utilizador? 3 anos 130.000km Carregamento em casa, Endesa 7centimos a noite... Fica lhe a 1.5€ cada 100km... Fora de casa fixa a 9€ cada 100km... Mas fora de casa o valor pouco interessa... Porque 90% dos carregamentos são feitos em casa..... Não é como num fóssil que mesmo que ande de casa para o trabalho todos os dias....A 2 ou 3 km de casa.... Tem de ir a bomba e ser gamado sempre ..... Não pode carregar ou melhor abastecer em casa. Aos 100.000km tinha 5% de degradação de bateria. É prontos... Tem dados reais de utilizador. .
Olá a todos. Antes de mais obrigado por mais um bom episódio como nos têm habituado. Como apaixonado por automóveis e seguidor assíduo do Bitalk ( não hater de veículos elétricos) quero deixar alguns comentários
Em primeiro lugar vejo os combustíveis sintéticos não como uma forma de prolongar a produção de automóveis a combustão destinados à mobilidade diária da maior parte da massa populacional, mas sim como uma alternativa mais sustentável para 2 finalidades:
Clássicos e desportivos- Existe um mercado de milhões de automóveis clássicos ( só nos EUA são cerca de 5 milhões) e um mercado de vários milhares de milhão de euros/dólares globalmente, mercado este que se estima continue a crescer nos próximos anos, por estranho que possa parecer. Estes automóveis tem finalidades muito distintas desde investimento até utilização diária, e a geração X e Z já representa mais de 50% dos compradores, o que pode indicar que o interesse nestes veículos não diminuiu ( considerando que o número total de transações não diminuiu, pelo contrário). Por outro lado, pode ser uma solução para que determinadas marcas possam continua a produzir determinados veículos com produções pequenas a combustão cuja finalidade não é necessariamente a mobilidade e para um nicho de compradores que valorizam elementos que os elétricos não oferecem, onde eu e tantos outros nos íncluimos.
Parque automóvel - O parque automóvel existente é maioritariamente a combustão em todo o mundo, e mesmo que nos foquemos unicamente na europa, a maior parte dos países tem parques automóveis antigos e que demorarão décadas a ser renovados ( Portugal sendo um desses casos ) e é importante que existam condições o para que estes automóveis circulem enquanto a transição é feita, porque lembremo-nos, uma grande fatia da sociedade não tem poder de compra para adquirir um carro novo.
Em segundo lugar, no que toca à utilização diária, o problema que vejo já não é tanto a autonomia para viagens grandes, que se tem vindo a tornar mais do que suficiente para uma utilização relativamente despreocupada, caso exista a hipótese de carregar o automóvel em casa ou no local de trabalho. A questão é que em muitas zonas residenciais sem garagem, os postos de carregamento “lento” não são suficientes ou são inexistentes e é necessário um planeamento maior e mais compromisso caso se tenha carregar a postos de abastecimento rápido. Ou seja, para quem não tem possibilidade de carregar em casa ou no trabalho, com a infraestrutura atual, talvez ainda não seja a opção mais viável. Daí que muita gente recorra aos híbridos por enquanto, como foi dito, embora não ache realista que as generalidade fique descontente com a solução e pense que devia ter comprado um elétrico. No entanto é importante retificar o que foi dito em relação ao aumento negligenciável de 1000 a 2000 de um híbrido para um ICE. Utilizando o exemplo do Renault Captur, um dos carros mais vendidos em Portugal, a diferença é de 5000 mil euros entre o ICE mais barato e o híbrido, que não parecendo um valor alto, representa um aumento percentual de mais de 20%, num segmento direcionado, geralmente, a um cliente com um poder de compra menor e/ou que faz poucos quilómetros por ano para amortizar este diferencial em gastos em combustível e manutenção.
Gostei das intervenções do Serra a colocar alguma contextualização e correção no que foi dito em temas como o atraso na entrega de veículos devido aos chips, o facto dos 13 em 20 carros elétricos vendidos serem chineses devido ao mercado interno chinês e não à proliferação massiva ( ainda ) destas marcas no Ocidente, e da questão de a maior parte do mundo estar a caminhar para a energia renovável, que é uma ideia um pouco enviesada considerando que os países com mais automóveis como a China e Índia ainda têm uma quantidade reduzida de eletricidade proveniente de fontes renováveis.
É interessante também pensar se o facto de os veículos chineses estarem agora a conseguir impor-se no mercado europeu está relacionado com o facto de utilizarem como forma de distribuição a venda direta, tal como a Tesla, ao invés da forma tradicional na forma de redes de concessionários que colocam encomendas no fabricante e assim acabam por ter bastante influência no parque automóvel e tendências em cada mercado.
Deixo também uma curiosidade, a Peugeot lançou em 1995 o Peugeot 106 eletric, um utilitário elétrico com muito pouco sucesso ( menos de 7 mil unidades vendidas) mas como foi referido, são quase sempre outsiders a disromper grandes indústrias, como a Tesla que neste caso entrou no mercado automóvel com uma missão muito clara a apelar a um conjunto de early adopters sustentada por um ótimo produto e uma infraestrutura que até aí não existia e fez assim o que marcas instituídas não quiseram ou não conseguiram fazer.
Posto isto, quero ressalvar que não sou hater dos elétricos, pelo contrário, considero que os veículos elétricos estão para ficar, são mais agradáveis para utilizar nas cidades quer por não emitirem gases quer por tornarem as cidades mais calmas e com menos ruído quer para quem está na rua quer para os passageiros, e portanto, considero que um futuro em que a maior parte dos automóveis são elétricos, é um futuro mas agradável. Ainda assim acho relevante ver o assunto de forma equilibrada e perceber que não só a mobilidade não é a única utilidade dos automóveis como mesmo para a mobilidade, o elétrico, ainda não é a melhor solução para toda as pessoas em todos os contextos, e perceber que o mundo Ocidental é apenas uma pequena fatia e que esta transição provavelmente não será uma realidade palpável durante décadas em muitos países asiáticos e africanos por exemplo.
Sobre este tema, sugiro que convidem alguém como a Joana Fidalgo, Engenheira portuguesa a trabalhar em Inglaterra numa marca automóvel com insights muito valiosos de alguém que está por dentro da indústria ou alguém da razão automóvel como mencionado noutro comentário.
não falaram na degradação das baterias e custo de substituição, que pelo que vejo é uma das principais preocupações dos utilizadores
Vai ser fixe passar do lobby do petróleo para o lobby da electricidade. Assim pagamos preços altos para carregar carros e em casa também. Obrigadinho
Nós por termos uma opinião não quer dizer que tenhamos de “falar mal” da outra ou que controlemos todas as nuances, em relação aos Plug in a única coisa que apontaram foi que nós temos “complexos” na mudança e depois apresentam os problemas dos elétricos que os plug in anulam… 1° Não tenho de planear viagens e se tenho de sair à pressa e o carro não está carregado 2° se chego a um sítio está uma fila enorme no carregador ou avariado eu tenho o plano B, 3° Se chego a casa à noite sem autonomia e preciso de um hospital por uma urgência tirando Lisboas e Portos e tal no interior tens Hospitais a 50/60/70 km de distância… 4° Se no dia há mudança de planos e não tenho autonomia vou, não tenho de pensar se para onde vou tenho carregador…
Se me falarem da Tesla e mesmo essa não tem carregadores em todo o lado ainda vá, mas se para o ano houver um acréscimo de 20% de elétricos, onde estão os carregadores a acompanhar no interior de Portugal é que aí a realidade é bem diferente… Por isso muitas outras coisas o Plug in AINDA é a solução menos preocupante e stressante que existe… Agora se tens todo o tempo do mundo uma vida no raio de 50km nas grandes metrópoles e tempo de planear e tal sim o eléctrico é bom… Agora só apelidar de resistência à mudança é erróneo… E ainda tem outra, a questão cultural, eu nasci a ouvir um V8 e em cima de uma mota de alta cilindrada, por muito que um dia tenha um 100% eléctrico na minha garagem sempre existirão motores de expulsão… Agora novas gerações não saberão que é isso, e acho bem que se preocupem com o meio ambiente…
tal e qual!
Muito bom episódio. Existem 2 questões que queria adicionar. A gasolina e o gasoleo nao nascem numa fonte junto ao posto de combustivel. Se vamos comparar emissões tendo por base todo o ciclo de produção quer das baterias quer da energia que as carregam, temos que ter em consideração as emissões da gasolina antes de chegar ao carro (do poço ao volante), na estudo (wang,2022) descreve-se que a gasolina nos estados unidos tem em media uma pegada de mais de 3kg de CO2 por litro, ora se juntarmos isso ao CO2 que sai do tubo de escape temos o valor correto a comparar. Outra questao é a pouca eficiencia de um motor a combustao em relação ao motor eléctrico. O melhor motor a combustão consegue transformar 30% da energia contida no combustivel em energia cinetica para fazer as rodas rodar, os outros 70% são desperdíçados em calor. O motor eléctrico tem 90% de eficiência, e na CES de Las Vegas deste ano foram apresentados motores com eficiencias de até 98%.
Conteúdo com assinatura de entusiastas para entusiastas. Faz muita falta aos comentadores chão de oficina. Isso inclui domínio técnico, acesso real à tecnologia do ponto de vista do Fabricante e reparador. Experimentação e concretização de trabalho. Conceitos, ideias e muitas delas formatas ao ambiente de claques e grupos que circulam nas redes sociais é fácil. Façam um favor ao setor, em concreto à reparação automóvel automóvel: Em vez de estarem a debitar opiniões entusiastas durante 1.30h, deviam estar a trabalhar numa oficina com o produto que vos entusiasma.
O setor agradece, o consumidor fica melhor informado. Mas a internet tem esse fenómeno. Dá voz a todos. E cada um deve escolher por si e pelos seus filtros.
Parabéns pelo programa e pelos temas.
Descartaram um pouco os híbridos plug-in com o chavão (um bocado banal e injustificado..) que é o pior dos 2 mundos.
A minha visão, pelo contrário, os plug-in, com autonomias da ordem de 60-80K são na verdade o melhor dos 2 mundos! Para certos perfis de utilização (provavelmente a maioria) que no dia a dia faz 50-60Kms, ou seja, andam 95% das vezes em modo 100% elétrico, mas que de repente quer ir ao Algarve ou a Andorra, e não tem de fazer um filme nem preocupar-se com a seca dos carregamentos fora de casa, que acrescente-se são caríssimos, os hibridos plug in são a solução perfeita. Ou seja, não, não vale directamente ir logo para os directos para os 100% eléctricos pois perde, TODA a comodidade de ter a possibilidade de um motor a combustão que o leva a onde quiser sem os dramas de ir a 100 na autoestrada, apanhar carregadores fora de serviço, ter de parar em sítios que não interessam a ninguém para carregar. Acrescento o custo de um híbrido plug-in é para a mesma gama mais baixo que um 100% elétrico, e contrariamente ao que foi dito os plug-in deduzem iva a 100% e tem um IUC baixíssimo. Nos 5% de percursos que faz a combustão a pequena diferença de eficiência torna-se totalmente irrelevante!
Nem sou “hater” nem “lover” de soluções tecnológicas especificas. Sou é “hater” da simplificação dos temas, podendo afastar as pessoas de soluções potencialmente muito interessantes para a sua realidade particular.
Se o carro tablier do carro, os pneus são derivados do petróleo, como podem falar do fim do lobby do petróleo
Quando aumentar a procura de electricidade, o que vai acontecer ao preço???
Meus amigos muito elucidativo as vossas explicações mas cheira a esturro pelas entrelinhas a dificuldade está nas grandes distâncias trajecto e pontos de paragens como emigrante devo dizer perder 10% das minhas férias em restaurantes e outros a beira de estrada e absurda fica a ideia que um amigo que foi de férias a um sítio deslumbrante e volta decepcionado mas não se dá por vencido daí que convence os amigos e aquela viagem superou os amigos lá vão e voltam dizendo fomos enganados ao diz ele eu sei mas queria ser o único sobre carregamento de serão o futuro sofre um retrocesso passamos a ter cabos eléctricos espalhados pelo chão quando fortes investimentos foram feitos para acondicionar em segurança enfim as pessoas casa vez querem salas de estar desviando se só sentidodocarro ou outro
Boa tarde a todos.
Qual a vossa opinião em relação à chinesa NIO?
Que falta de pesquisa.
Quem são os maiores investidores nas energias "limpas"????
O lobby do petróleo!
Edificios com apartamentos e alterações de garagens para que cada condómino carregue a sua viatura sem usar energia do condomínio. Neste ponto a legislação está a zero. Isto porque carregar fora de casa nem sempre é possível..
Depois temos agora as novas baterias de iões de sódio, mais seguras, suportam temperaturas até -20°C, carregam muito mais rápido. Isto implica maior sobrecarga na rede elétrica.
É por este tipo de mentalidades que muita gente detesta os veículos eléctricos. O problema não é a tecnologia. A tecnologia em si é um bom produto. Mas não serve para todos. Nem está ao alcance de todos. E está a surgir na Europa por imposição. Quando devia ser uma opção.
As energias renováveis são muito fashion e green na actualidade. Mas lamento informar que as empresas que mais investem em energias renováveis são as empresas petrolíferas. Ou seja os players vão continuar a ser os mesmos.
Nem por isso (os players vão continuar a ser os mesmos). As petrolíferas podem estar a investir em energias renováveis e terão a sua parte do bolo assegurado, mas a fragmentação é infinitamente maior no pós-fóssil. Muito mais players, muito mais diversidade de meios (incluindo os domésticos), muito mais geografias com recursos disponíveis, muito mais meio de geração de energia. Bye bye controlo dos preços dos combustíveis por parte da OPEC. Vai demorar, mas estamos a caminhar para esse cenário. Ainda que assim fosse, e que as big-oil continuassem com tudo na mão, o mundo ficaria pelo menos mais limpo, mais habitável e mais respirável - algo que parece ser de facto o objectivo principal da transição "imposta", que de outra forma nunca arrancaria.
@@ricardobarradas9315nao vai estar muito mais disperso. Haverao apenas dois players. As ja atuais grandes empresas eletricas, e as petroliferas que farão a transiçao para vender/produzir energia eletrica. Nao faças disto uma luta ideologica. Parece que é mais importante destruir as empresas do petroleo do que avançar tecnologicamente. Se ha alguem com capacidade de o fazer infelizmente sao as big companies
@@brunomanco7529Luta ideológica? Hahaha. Tirou-me muito mal a fotografia. Abraço.
🎉
Na minha opinião o grande problema é o prolongamento deste tipo de tecnologia durante 10 anos ou mais, o custo de manutenção é muito caro.
Preço dos carros????
Impostos virão a seguir!!!!
Grandes técnicos que acham que não haverá manutenção.
Quem tem aparelhos eléctricos em casa sabe que duram pouquíssimo. Os carros não vão ser diferentes.
Estes tipos ja são muito a frente
Já ouviram falar de aço verde....
Ele nao conta é que o custo dos paineis nao entra nas contas do custo do carro porque ha subsidios para eles, quando acabarem, esse e todos os incentivos de engodo.
Depois é os mitos da nao manutencao dos eletricos. Era util è ter pessoas entendidas no assunto a falar e nao uma mixordia de mitos e informacao superficial e incompleta.
Por que é que os incentivos são um engodo?
@@ricardobarradas9315 porque falseiam as opinioes dos utilizadores actuais e contas sobre os custos de um eletrico com montes de descontos temporarios. Até pq as baterias de litio pelos vistos vao se tornar rapidamente obsoletas.
Como se faz energia eléctrica para todos os carros do planeta serem eléctricos 😅.... impossível
Liga à ficha, tem um painel solar e o mundo é cor de rosa. Depois vem o Russo e acaba o sonho. Porque não pode coexistir tudo? A TV vinha substituir a rádio, mas afinal não…
Olá lobby das energias 😂 ainda hoje estamos com um governo desfeito à pala deles, mas só há lobbys na indústria petrolífera.... Como se os carros eléctricos não usassem petróleo , cheios de plástico quase na totalidade , com rodas iguais a qualquer outro carro, com uso de metais pesados em abundância...
Então ninguém deste painel conduz um porsche 911…podiam ter convidado alguém da razão automóvel para uma análise realmente profissional.
Em que parte não fomos profissionais?
Esses tipos da razão automóvel toda a gente diz que são os super haters dos eléctricos...aqui não fazia realmente nada
@@catarinocatarino2921não são, são simplesmente imparciais…
@@TheRealTochaem toda a parte!
@@TheRealTocha 10:49 - então a sociedade não paga também tudo o que é inerente à produção e abastecimento de energia eléctrica ? Como é que isso pode ser demarcado nos combustíveis fósseis e não evidenciado nos eléctricos ? Num futuro hipotético em que toda a gente pode carregar um carro? Quem é que pagou tudo o que é inerente a isso?
E V charge
Porque não convidam alguém que perceba realmente do assunto? Temos professores universitários e investigadores que trabalham no assunto todos os dias. A quantidade de desinformação que o convidado tenta passar confunde as pessoas, e leva a tomar más decisões. Faz lembrar a política Portuguesa... Será que tem uma agenda por trás ou é simplesmente ignorante??
Crh.Foi pena não teres ido tu
Queres dar um exemplo de qual foi a desinformação?
Não vou entrar por aí aqui. Se quiseres saber mais combinamos uma call.
Vocês próprios perceberam rápidamente que o José não estava à vontade na maior parte dos assuntos, e fizeram bem em sempre que podiam/sabiam, corrigir e acrescentar contexto. Ele sem dúvidade que domina os dados e estatistica porque pelo que percebi é isso que ele vende. Fora isso mostrou muita ignorancia. Ab
@@TheRealTocha Podiam, por exemplo, ter desenvolvido a questão do custo do abastecimento. Fizeram uma comparação entre uma solução generalista de 10€ a 15€ aos 100Km (a combustão) com uma solução de 3€ aos 100Km (elétrica), e ficou por aí. Não falaram dos preços de carregamento em casa, que variam conforme vários factores (tomada doméstica, wallbox, tipo de contrato, etc...), e dos preços de carregamento na rede pública, que também variam de acordo com vários factores. Para quem não tem hipótese de carregar em casa, que soluções tem à disposição? E a que preços? Também não especificaram que veículo elétrico consideraram para essa conta (os consumos variam de modelo para modelo, tal como para os a combustão). Há umas semanas saiu um artigo no Expreso que colocava o carregamento médio na rede pública perto dos 9€ aos 100Km, mais caro do que algumas soluções a Diesel. Não sendo propriamente desinformação, deixar a questão do custo de abastecimento encerrada nos 3€ pode ser enganador.
@@ricardobarradas9315....
Esqueça Expressos e tretas...
Quer realidade de utilizador?
3 anos 130.000km
Carregamento em casa, Endesa 7centimos a noite...
Fica lhe a 1.5€ cada 100km...
Fora de casa fixa a 9€ cada 100km...
Mas fora de casa o valor pouco interessa...
Porque 90% dos carregamentos são feitos em casa.....
Não é como num fóssil que mesmo que ande de casa para o trabalho todos os dias....A 2 ou 3 km de casa....
Tem de ir a bomba e ser gamado sempre .....
Não pode carregar ou melhor abastecer em casa.
Aos 100.000km tinha 5% de degradação de bateria.
É prontos... Tem dados reais de utilizador. .
O problema não é a mudança, o problema é que nem todos tem dinheiro para comprar um carro novo elétrico… convinha perceberem isso