Parece que esse vídeo foi feito pra mim! Já fui Alexander Supertramp, hoje sou Hirayama. Mas foi justamente a fuga (uma viajem de bicicleta sozinho pela américa do sul), que me fez enxergar a beleza do cotidiano, e que a liberdade muitas vezes está dentro da disciplina, dentro da rotina, só precisamos mesmo de ferramentas para que vejamos isso com uma nova perspectiva. Obrigado!
Que legal Werner, também aconteceu o mesmo comigo, embora não tenha feito uma grande viagem, também percebi que há beleza no cotidiano, embora ainda tenha o sonho em morar em um lugar mais com mais natureza.
Cara, o mesmo comigo, fez muito sentido assistir esse vídeo... tive oportunidade de andar pela Guatemala, sozinho com um mochilão (estilo Supertramp), mas confesso que não atingi o estado Hirayama... apenas suporto meu cotidiano, sinto impulsos de andarilhar novamente, e vou adiando em nome do que parece ser o certo a fazer, enfim
@@vitormunhozmachadogarciadeoliv Demorei pra chegar no estado Hirayama, as viagens foram ficando cada vez mais espaçadas e cada vez fazendo menos sentido. Cada uma delas foi um farol para entender como iluminar meu cotidiano, bem como o Hirayama mesmo, saborear uma refeição, estar focado no presente, caminhar sozinho, fotografar, etc...
Todo dia, procuro tirar uma foto de algum momento, por mais simples que seja. De fato, admirar a beleza dos detalhes do mundo em meio ao caos urbano, é um ato de rebeldia.
A depressão me fez perder tudo o que eu tinha conquistado no mundo sistêmico. Ao ponto de eu sentir que não queria mais continuar vivo. Só que, pra mim, se eu fosse morrer, que fosse tentando experimentar o que eu ainda não tinha conquistado na vida. Então decidi cair na estrada, como no livro do Jack Kerouac. Me senti com mais vontade de viver do que nunca. Vivi por dois anos de cidade em cidade, realizando meu sonho de viver da escrita, e viajando. Vendia os contos que escrevia nas ruas. Conheci pessoas e lugares incríveis, coisa que provavelmente achava que só alcançaria depois de conquistar mais no mundo sistêmico. Nunca mais um sentimento suicida me assombrou tão fortemente. A pandemia chegou e pôs "fim" ao meu sonho. Mas eu tomei este como realizado. E estou tratando de realizar os outros. Bem mais com o pé no chão. Os dias ainda são difíceis. Porém, a vida é isso... um cookie de merda com gotas de felicidade. A gente aprende a digerir a pior parte, e aproveita o máximo a melhor.
É uma coragem admirável sair de cidade em cidade. Você tinha condições financeiras ou era tudo ou nada? Considerando que há pessoas más nas ruas e becos, nem sempre é uma aventura segura como nos filmes
@@natiosdocs a condição financeira eu tinha que criar a cada dia que saia para oferecer meus contos. Como não tava me importando muito com que pudesse acontecer comigo, abordava todo mundo, e sempre tinha quem comprasse meus escritos. Sim, isso também me colocou em situações de muito risco. Cheguei a ser a assaltado com tiro de rojão, quando vi que não tinha me machucado muito, saí correndo atrás dos caras e berrando pega ladrão pra tentar recuperar meus ganhos do dia. Foi horrível esse dia. Mas foi salvo pela demonstração de carinho e compaixão das pessoas que havia conquistado naquela região. Foram lindos comigo!
Estou vivendo isso ! Hoje 30 -10-24. Morei no exterior, voltei pro Brasil e aqui não encontrei mais nada. Tão pouco poderia viver onde eu morava antes . Hoje moro numa pequena cidade do interior de SP. Sozinho, tenho visto que posso viver com muito pouco 300 dólares ao mês . De saco cheio de tudo que é efêmero, redes sociais.
As questões do McCandless são bem mais simples do que parece: ele precisava fugir para se encontar. Encontrou-se. Só não deu tempo de se transformar no Hirayama.
Eu optei pelo caminho do Chris, largar tudo. PROS: aprendi outras linguas, outra profissão, conheci pessoas, conheci lugares incriveis, parei de usar drogas e estou bebendo menos porque já não preciso disso para mascarar a realidade. CONTRAS: Perdí contato com velhos amigos e os novos são temporarios; Vivo longe da familia, familiares nasceram, e outros morreram, eu não estava presente; Perdí o sentimento de pertencer a um lugar, até minha lingua nativa, eu estou perdendo o sotaque esquecendo palavras. No final das contras, considerando uma vida vs a outra, eu estou melhor do que antes, e não quero voltar, quero seguir adiante, explorando o inexplorado. Antes de conhecer a historia do Chris e de outros andarilhos eu pensava em me isolar, viver em uma praia quase deserta, ou em uma cabana no meio do mato. No final preferí viajar.
Eu não sou consumista, mas 44 anos vivo na insegurança financeira, uma OPINIÃO PARTICULAR minha é que felicidade é uma bobagem inventada para um tanto de bobo viver correndo atrás. Interessante é que eu nunca vi uma criança falar que está em busca da felicidade. E outra coisa, tão impossível quanto a felicidade é ter bem estar escravizado pelo patrão 8 horas por dia, 6 dias na semana, e pelo menos 24 horas por semana preso no trânsito. Mas enfim.
@@RmR_33 Na verdade não é impossível. O cérebro não tem armazenamento infinito, com o tempo as conexões neurais que não são usadas começam enfraquecer e se quebram para dar lugar a novas. Mas nesse caso seria necessário muitos anos sem usar a língua. Sotaque e palavras aleatórias, por outro lado, são muito fáceis de se esquecer.
@@RmR_33 Perder nãp perde, mas seu idioma soa estranho e engraçado, coisas como "ão" não , pão, kkkkk . Rapidinho o ouvido acostuma, e vc acha engraçado ao reconhecer a sua lingua.
O sentimento de fuga é lindo e existe um motivo para ele existir. É só ele que nos impulsiona para sairmos da inércia de nossas vidas e muitas vezes precisamos nos perder para nos encontrarmos. Já morei fora, larguei empregos e namoradas e joguei tudo para o alto algumas vezes. Senti o doce e o amargo mas sempre cheguei mais perto de mim mesmo no final de tudo. Não se trata do resultado e sim da jornada. E em relação ao filme na natureza selvagem, o protagonista encontra a redenção em seus momentos finais e encontra a paz no meio do caos que havia em seu interior. Ele nao volta vivo, pois foi longe demais, mas se voltasse, será que se arrependeria?!
Quando eu era adolescente minha visao de mundo e meus impulsos era a mesma que o garota do primeiro filme. Sempre gostei de viajar e ainda gosto muito, rasgar dinheiro e documentos ja é algo impensavel pra alguem que vem da periferia como eu, mas de resto eu pensava igual, que a sociedade era algo a ser evitado ao maximo pois é adoecedora, eu viajei de carona conheci bastante andarilhos e mendigos, fui ao RJ vi o mar pela primeira vez e me senti tao pequeno e solitario ali graças a deus nunca me aconteceu nada demais. Hj to com 29 anos e nao acredito q a felicidade ta em largar tudo, a gente precisa ter uma temperança, precisa se cuidar, cuidar da saude fisica e mental, fazer bons amigos, se relacionar e apreciar a vida. mas essa rebeldia é muito importante pra gente nao viver uma vida que escolheram pra gente. Pra algumas pessoas é preciso uma ruptura. Com o amadurecimento nos tornamos mais como o cara do segundo filme mas lembrando sempre de ousar nao aceitar e nao se submeter as coisas adoecedoras da sociedade
Tenho 44 anos e vivo insegurança financeira nesse tempo todo. Na MINHA OPINIÃO, felicidade é uma bobagem inventada para os bobos viverem em busca. Nunca vi uma criança falar que está em busca da felicidade. Tão impossível quanto a felicidade, é ter qualidade de vida, sendo escravizado pelo patrão 8 horas por dia, 6 dias na semana, 4 horas de trânsito, ir em casa só pra dormir e viver colocando blocos na pirâmide de faraó. Isso não tem simplicidade que resista. Hipocrisia.
Me identifiquei muito com o seu comentário. Vivi muito isso tudo e tbm pensei dessa forma. Mas será que não existe algo que possamos fazer pra sair desta escravidão que nos é imposta? No meu caso, eu cheguei num ponto onde se estava insustentável e abanandonei tudo. Perdi o medo e fui descobrindo maneiras. Um livro que me ajudou muito: Walden - A vida nos bosques, de Henry Thoreau. Cara, sei que quando a gente ta no olho do furacão, as coisas parecem sem solução. Mas peça e será atendido. Perca o medo e vai...
"Muitas vezes, não precisamos de uma mudança radical de vida, mas uma mudança de perspectiva." Atualmente me encontro no estado de "ter largado tudo", não por conta de viagens (o que gosto bastante e até fantasio um pouco com isso, mas eu sei que viajar não vai mudar em nada o que sinto), mas porque fui demitido e não voltei (ou não quis voltar) ao mercado de trabalho. Eu fui demitido devido a procrastinação e a uma desconexão em relação ao meu trabalho, no sentido que tenho uma profissão e tinha um emprego, mas não me identificava com ele e não tinha uma fantasia de progresso tal qual eu via nos meus colegas. O que fez que eu ficasse estagnado e frustrado. E essa procrastinação é um sintoma de algo que acho parecido com o do personagem que opta pelo escapismo. No meu caso, venho lidando com isso a muito tempo e sempre fazendo muitas reflexões que acabam me puxando para esse estado de falta de vontade e sentido. Acho que tem toda cara de depressão. Mas também sinto que é algo muito mais no campo filosófico-existencial do que qualquer outra coisa. Para ser honesto, isso começou por conta de uma frustração pessoal e evoluiu para um crise existencial. Mas é irrelevante aqui. O que eu conclui depois de muito tempo nesse processo é que: 1) nós vivemos em uma sociedade e essa sociedade passa para nós uma "visão de mundo" e uma narrativa de sucesso sobre esse mundo. O ponto mais importante a se notar é que: toda sociedade (cultura) passa essa visão de mundo e, consequentemente, a narrativa de sucesso, como se essa fosse uma VERDADE. E não como se fosse algo artificial criado por aquela sociedade. E essa narrativa está encrustada em todos os âmbitos da vida do sujeito, o que reforça a sensação de aquilo seja "normal" ou, mais que isso, que aquilo seja a natureza das coisas. 2) a grande maioria das pessoas irá se conformar com essa narrativa (talvez uns 95%, sei lá), vivendo de acordo com todas as convenções, expectativas e pressões que são exercidas para esse fim (conformação). Nesse ponto, entramos em uma particularidade sobre o ser humano. Pelo que observo, o escopo da nossa satisfação pode variar muito. Vai desde a satisfação com aspectos bastante práticos e imediatos (alimentação, saúde, segurança) até um escopo muito mais amplo como "fazer parte do grupo" e até definir um sentido filosófico para a vida. E por que isso é importante? É importante porque, se notarmos, a grande maioria das pessoas também não fica incomodada com a "falta de sentido" da vida, desde que elas obtenham algum tipo de satisfação. Eu penso em uma analogia para isso que é a daquele ratinhos vivendo em viveiros de acrílico com vários labirintos. Nesse cenário, podemos pensar em um viveiro gigantesco que tenha várias salas e túneis interligando eles. Se o ratinho solto lá dentro sentir sede, ele irá se movimentar até encontrar uma sala que tenha água. A mesma coisa para comida. Mas, e a hora que ele encontrar uma sala que tenha tudo que ele precisa: água, comida, brinquedos, abrigo, uma rata, etc., ele vai para de explorar o viveiro. A não ser que ele encontre um outro rato nessa sala que tenha vindo de outro lugar e diga: "olha, essa sala aqui é boa, mas tem uma outra que é 10 vezes melhor". E acho que isso vale para o ser humano. A grande maioria das pessoas irá parar na salinha que ele encontre alguma satisfação, desconsiderando que poderia haver outra sala com muito mais recursos. Na verdade, dado a narrativa da sociedade, ele irá se convencido de que ali é o lugar dele, que não deve fazer diferente. E ele só cogitaria uma mudança se primeiro fosse criada ou passada a imagem de uma outra realidade para ele. Mas, o que ocorre é que "a sociedade dos ratos" no viveiro estará hierarquizada e controlada a ponto de dizer que aquela sala é a realidade e que não deve ser questionada. E a grande maioria dos ratos viverá a vida toda realmente convencida daquilo. 3) Por conta de ser uma narrativa artificial, ela apresentará contradições. E esse ponto é o que causa aflição em alguns indivíduos. O fato de que, por muitas vezes essa narrativa não funciona. Contradições que aparecem a todo momento e que não são resolvidas dentro da narrativa. As contradições são, por exemplo: a hierarquia no mundo do trabalho (onde as pessoas sentem que alguém menos "qualificado" é o chefe e ganha mais); uma riqueza material absurda, ao mesmo tempo que pessoas passam fome; um esforço no mundo do trabalho que muitas vezes não é "justamente" recompensado; toda sorte de desigualdade social; infortúnios; etc. Na verdade, historicamente a sociedade vem evoluindo e se modificando ao longo do tempo diante dessas contradições. O que ocorre é que, as vezes, essas contradições são tão acentuadas que a narrativa colapsa, ou então fica evidente e é questionada. Mas, o tempo de mudança da sociedade é muito longo. Enquanto que algumas pessoas não conseguem tolerar isso em suas existências. E diante dessas contradições, a narrativa se quebra para algumas dessas pessoas de forma radical. De tal maneira que elas não conseguem mais se alinhar aquilo que a sociedade "promete/impõe". Elas param de acreditar ou vislumbrar o "sucesso". Ao mesmo tempo que, determinar um sentido para suas vidas NÃO seja uma tarefa nada trivial. Quando se busca essa resposta no campo filosófico e há o argumento de construir o "próprio sentido" é ainda assim muito difícil, pois, permanece a sensação de uma falta de sentido. Voltando a analogia do viveiro, algumas pessoas passam a perceber que a narrativa de que "aquela sala" seja a realidade, seja falsa. Nem todos conseguem fundamentar bem o argumento, mas a sensação de que "algo está errado" já é suficiente para causar essa cisão. Alguns ratinhos podem até filosofar e chegar a conclusão de que eles vivem em um grande viveiro. Mas, na hora de tornar essa informação em uma ação prática, encontrarão diversos problemas. Primeiro, questionar a narrativa existente é algo malvisto e que será condenado. Ele estará nadando contra a corrente. Segundo, uma hierarquia já foi fundada em cima daquela narrativa e se ela não persistir, quem tem poder poderá perdê-lo e, eles preferem manter seu poder atual e continuar explorando os ratinhos, do que reformular a narrativa. Terceiro, porque ninguém sabe como será a sequência de salas que irão encontrar na hora de explorar o resto do viveiro, etc. - Conclusão: o que vejo depois de muito tempo é que o mais importante é ter consciência da nossa realidade/existência. Se não nos damos conta de que somos esse ratinho vivendo em um viveiro (ideológico), fica sempre essa estranha sensação de que algo está errado e não faz sentido. Primeiro, porque de fato não faz e as contradições estão aí para mostrar. Acredito firmemente nesse processo de que a sociedade conta como VERDADE NATURAL algo que é apenas uma construção artificial e que há uma pressão para nos conformarmos, mas que, por conta das contradições existentes, acaba não acontecendo suavemente. Embora algumas pessoas se alinhem muito bem a narrativa da sociedade (isso porque se encontram em uma posição em que se sentem satisfeitas, geralmente, as privilegiadas dentro da hierarquia) existem diversos pontos que demonstram que há problemas. Segundo, somente tendo consciência da sua condição existencial é que a etapa de exploração ganha sentido. A vida deixa de ser o cumprimento de um roteiro definido pela narrativa da sociedade e passa a ser, em sua realidade, uma experiência existencial. Finalmente, quanto a parte prática e tomada de atitudes, eu acho que a forma com a qual podemos agir é totalmente circunstancial, de tal maneira que, as ações não são a parte fundamental da coisa, mas sim, a percepção. Digo isso porque eu já me senti muito pressionado diante dessas análises, da seguinte forma: se há uma narrativa (artificial), se há contradições, se há falta de sentido... eu sou obrigado a agir em função dessas coisas. Mas, isso é IMPOSSÍVEL! Se tomarmos isso como base, a nossa vida ganharia um outro sentido (artificial) de ser a obrigação de resolver os problemas da narrativa da sociedade, o que iria nos esgotar e seria apenas um auto sacrifício. Enquanto que não temos essa obrigação, mas a consciência da nossa realidade nos permite lidar com ela de uma maneira menos afetada. Essa consciência trás um alívio porque nos livra da obrigação de seguir aquela narrativa e nos dá liberdade para agir fora dela. Passa a ser de fato uma experiência existencial. As ações práticas, mesmo as consonantes com a narrativa da sociedade, ganham um tom muito mais pragmático que simbólico. No sentido que: eu trabalho por que faço parte de uma economia e etc, do que pelo sentido dado ao trabalho pela narrativa. Acho que o ápice desse processo é o momento em que o sujeito consiga se distanciar o suficiente para que sua interpretação da realidade seja mais clara e menos poluída pelas "narrativas" e que suas ações ganham um sentido para ele.
Excelente e empático como sempre, Ricardo. Me vi nesse comparativo. Já passei pelo momento de recusa "Na Natureza Selvagem" e hj vivo algo mais próximo a "Dias Perfeitos". Penso que o aspecto da idade/vivência seja importante nessa transição de perspectivas. Grande abs!!!
Existem desafios da vida de forma genérica e uniforme em qualquer tempo e lugar ? Ou quando pensamos em sair é desligar da vida que nos é imposta desde criancinhas ?
Belos filmes com belas trilhas sonoras. ótima análise. Fiz algumas rupturas e mudanças (do RJ para Belém), contudo optei por não romper de forma brusca com família e trabalho, apenas diminuí o contato. As vezes se afastar é necessário, mas se não cuidar e encarar algumas questões, não adianta, vc estará em Marte que eles irão lhe atormentar.
Simplesmente Eddie Vedder e Lou Reed, respectivamente! Trilhas mais que memoráveis! Que ótima reflexão esta que você colocou, o afastamento em vez do rompimento, aliás, ótima idéia para uma futura análise futura.
To passando exatamente por isso, a anos penso em me mudar e me isolar, mas agora que pode se tornar realidade comecei a pensar que posso me arrepender e sentir falta do tumulto da cidade... É como estar em uma sinuca de bico, sem saída fácil, depois vou ver esse filme, o natureza selvagem ja assisti, agora vou ver esse outro pra ter outra perspectiva.. obg pelo vídeo, veio em ótima hr.. estou passando por um momento dificil e delicado da minha vida... God bless
Esse filme 😢 é phod@! A nossa angústia inadiável, por vezes, leva-nos ao suicídio; ou simbólico ou literal. Eu já vive muito nesse lugar... Ainda tenho esse sentimento, por vezes, de achar que nasci para viver na estrada, peregrinando. Todavia, hoje tenho a maturidade pra saber que essa estrada não vai me dar a paz que preciso encontrar em mim mesmo, em qualquer lugar que eu vá. Gratidão Ricardo 🙌🏻
Há infinitos significados nisso, mas apenas interpretamos os que são compartilhados conosco. Sua mente é parte da mente de outras pessoas, como foi dito que a felicidade só é real quando compartilhada, assim como é também a tristeza e o ódio, podem ser compartilhados através desses significados que atribuímos ás coisas que vemos, ou ouvimos. Mas o mal e o aprisionamento moram onde todas as pessoas que você conhece, o faz enxergar apenas coisas más da vida, o convencendo de que o mundo é composto apenas pelo mal e o que nos faz mal. Uma visão egoísta que o bem só é visto quando é específico, minha opinião é que as vezes devemos passar por situações difíceis pra conhecer o mal, para depois encontrar o bem, que muitas vezes é individual O bem sustenta o mal, o mal sustenta o bem, não existe equilíbrio sem um nem sem o outro, afinal, apenas valorizamos as coisas boas quando temos plena noção do que a sua perda nos faria Ou apenas valorizamos nossa saúde, quando conhecemos a sensação de estar doente... O mal sustenta aquilo que é bom, pois a verdade está no contraste entre esses dois polos em que percebemos o mal e o bem, o contraste é que nos faz enchergar: Não percebemos nada que esteja repleto de escuridão, Não enxergamos nada que esteja repleto de luz apenas, é preciso ambos para haver contraste Conhecimento e equilíbrio é tudo!
"Queria fugir de mim mesmo, mas pra todo lugar que eu ia eu estava..." Usam como piada, mas é uma verdade. Mudar a sua forma de ver e agir na vida é difícil, mas é bem mais fácil do que mudar o mundo em nossa volta para o nosso gosto.
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Construí uma casa em um local remoto, foi prazeroso o processo; na época eu desejava fuga. No processo veio a pandemia, vi naquela época que eu deixei de ser Alexander e me tornei o Hirayama.
Aprendi a viver do presente quando um relacionamento com uma narcisista tirou tudo de mim, tirou minha essência e a vontade de viver. Depois que tentei ir de arrasta pra cima por causa dela eu comecei q ter mais calma com minha vida e mta paciência com a minha historia.
Into the Wild é daqueles filmes que mexem com o espectador, ficando na cabeça por algum tempo. Filme tocante em todos os sentidos: música, cenários, história, personagens e a personalidade forte do protagonista. Traz uma reflexão sobre o materialismo, o convívio social, a busca pela felicidade e por um sentido na vida, uma discussão ao mesmo tempo complexa e simples de entender - mas um pouco difícil de praticar. A maioria de nós se identificará com o jovem Christopher, se não por sua atitude impulsiva e até certo ponto inconsequente, ao menos com seu inconformismo diante das mentiras da sociedade moderna e seu sonho de uma vida mais simples e próxima à Natureza. "A felicidade só é verdadeira quando compartilhada." Ótimo roteiro. Toda essa busca pela liberdade do Chris acaba fazendo dele um egoísta. Ele ficou tão obcecado em viajar atrás das coisas simples da vida, que nem ao menos se importou em avisar aos pais, encontrou pessoas legais pelo caminho e as deixou, e percebeu tarde demais que passou 2 anos de sua vida em busca de uma felicidade que só seria real se tivesse sido compartilhada. Filme lindo e triste! "Mais do que amor, do que dinheiro, do que religião , do que fama, do que justiça... Me dê verdade." Certamente um curta metragem desta história seria muito mais interessante. Enrola demais para transmitir a mensagem, que é boa, porém, não vale as duas horas e meia gastas. O protagonista é um moleque mimado e rebelde sem causa, inconsequente e totalmente desinteressante. A trilha sonora é boa, e só. Um filme que não merece todo o reconhecimento que tem. Em minha opinião, ele só tem tal reconhecimento por ter se tornado um filme "cult". Eu não discordo que é um bom filme, o que me incomoda um pouco é que a maioria das pessoas fica tão focada no desprendimento e na suposta coragem do rapaz que (pelo menos ao que me parece) acabam perdendo o que, na minha opinião, é a mensagem principal do filme. *ALERTA DE SPOILER * Ele não devia ter parado de viajar, ele não deveria ter parado de conhecer pessoas, ele não deveria ter parado de compartilhar a vida e aprender com elas. É tanto que, se você observar bem, a melhor parte do filme é a jornada, são as pessoas que ele encontra no caminho. Quando ele chega ao destino é que ele percebe como a vida longe da sociedade pode ser ruim, solitária e fpd. Depois do encantamento inicial com a tal "liberdade", começam as limitações que agora são impostas pela própria natureza. Pra resumir, a saída NÃO é colocar uma mochila nas costas e ir viver nas montanhas, fazer isso só vai te fazer sair de uma realidade limitante pra outra. A frase que carrega a essência do filme pra mim é: "Happiness only real when shared". (Viva, conviva, conheça, compartilhe, cresça.)
Descreveu o filme de uma maneira que eu ainda não tinha pensado, principalmente quando diz que a melhor parte do filme é o período da viagem, concordo plenamente contigo. Pra mim ele deveria dar todo esse rolê e depois voltar pra sua família, acho que seria bem mais lúcido e responsável da parte dele. Parabéns pelo seu comentário, me esclareceu muitas coisas. Obrigado
Vou deixar uma constatação de Sócrates, que quando perguntado por um indivíduo do por que de mesmo em suas viagens/escapadas se sentir vazio, respondeu: "É porque está sempre na companhia de si mesmo". Aprender a conviver e conhecer a si mesmo é o primeiro passo para uma mente livre.
Vivemos almejando o inalcançável e esquecer o que vc acha em vc resolve tudo fica á deriva essa sugestao. Solitude tem ganhos e a perda é não dividir com qiem merece nossas pérolas retiradas de muito fundo do nosso mar interno. Mas qqer rotina bem vivida com vc mesmo e ser tolerante consigo ja eh uma felicidade de superar cada momento na vida.❤
Como bem é dito no vídeo...é preciso achar um equilíbrio...isso nem sempre é fácil ou possível. Cada caso é um caso. Mas a busca é infinita. O equilíbrio perfeito nunca é atingido. Aprendi muito com os dois filmes e agora com a análise psicológica do canal. Que tenhamos êxito em nossas buscas. Gratidão.
Oi, Ricardo! Quero te parabenizar pelo vídeo. Sério, muito obrigada! Era algo que eu precisava ouvir. Aqui em casa somos (meu esposo e eu) fãs do seu trabalho!
Cada pessoa tem a sua própria história. Não dá para comparar. Cada pessoa experimenta a liberdade de forma diferente. Sempre haverá aquelas que precisam realmente se afastar de tudo e de todos para se reencontrar. Christopher Mccandless foi uma delas.
'Na natureza selvagem' é um filme baseado em fatos reais, 'Dias perfeitos' é uma ficção feita por gente que nasceu em berço de ouro. O protagonista de 'Dias Perfeitos' se conformou a ser um serviçal! Pois o filme é uma ficção de gente que nunca se quer viveu em uma escala de trabalho asiática, na vida real nunca que funciona dessa forma! Pois na Ásia pessoas tiram seu sopro de vida por conta do trabalho, ainda mais no país em que se passa historia, onde tem escalas absurdas de trabalho. Por tanto esse filme é o sonho do sistema, pessoas que trabalhem caladinha, q baixem a cabeça, faça isso, faça aquilo sem questionar nada!!! essa ficção é uma chave convidativa a trazer pessoas para ensinar elas a se conformar com o sistema que está quebrado, e que nao funciona pra muitos
Além disso, mesmo que irreal, o trabalho que ele desempenha no filme é muito menos estressante que ficar o dia todo trancado dentro de um escritório olhando apenas para tela do computador ou do celular. Apesar do trabalho fisicamente cansativo, o personagem do filme movimenta o corpo, vê a luz do Sol, etc. Movimento é vida. Seria muito difícil ele manter essa positividade se em vez de limpar banheiros ele estivesse preso a uma mesa de escritório, igual o personagem de O Clube da Luta por exemplo.
Talvez a chave seja o equilíbrio entre os dois, eu já tentei fugir como Chris e foi muito tóxico para mim, me sentia distante de pessoas que apesar de me angustiarem são importantes para mim e sinto que amo e quero estar presente… acredito que se calar como o segundo, será que seria uma opção? É uma posição me parece de despersonificação… como é difícil né… encontrar um meio termo e cada um talvez tenha que entender consigo como é melhor para si … eu ainda tô tentando entender o meu caminho …
Por está em um lugar horrivel e com uma mãe abusiva, em um certo dia, decidi tomar umas das decisões mais idiotas da minha vida que foi tentar voltar para a minha cidade natal só com uma bicicleta, algumas roupas e totalmente sem grana. Achei que iria viver uma grande aventura e finalmente dá sentido a minha vida patética, mas somente acabei me humilhando por comida e água em beira de estrada, pedalando por horas em baixo de um sol escaldante, além de algumas vezes de eu ter quase morrido de fome e sede no meio do completo nada. Voltei para a casa da minha mãe com o rabo entre as pernas, percebendo que se humilhar por comida e água é muito pior do que conviver em um lugar estressante e monótono. Mas por um lado positivo, passei a ver a minha vida com outros olhos, que, apesar ter que conviver com aquela mãe insuportável, eu tenho sorte de ter um teto e o quê comer.
Gostei muito do vídeo, acho que a vida adulta vai nos transformando um pouco mais no segundo tipo. É exatamente sobre escolhas, oportunidades e consciência. Mas pra mim "largar tudo" é sempre uma opção válida também, porque já conheci muita gente que vive muito bem de jeitos muito diferentes da maioria... Cada um é um universo.
Into the Wild e Walden eram minhas bíblias da adolescência. Me isolava das pessoas e de situações. Não é o caminho. A solução está dentro de nós, não na estrada. Abraços
Valeu!!!! Eu mesmo sem ter aprofundado na psicologia positiva a exerço, do meu jeito, desde que me lembro. Sempre fui positivo em relação às coisas da vida. Vejo como o melhor caminho a trilhar
Me identifiquei demais com o Hirayama, a única diferença, é que não me mantive sereno em minhas atividades. Tive tempos em que quanto mais eu trabalhava, e me mantinha ocupado, achava melhor. Chegava sexta-feira, me dava uma tristeza por não ter com o que me ocupar.
Olha, não sei se foi por causa do algoritmo captando meus pensamentos (ou mais possivelmente conversas de zap), ando considerando vender o ap onde moro - que herdei com o falecimento de meu pai, ou seja, meu endereço não foi decisão pessoal - e me mandar pro mato... ambos os filmes são muito significativos pra mim e foi ótima a ideia de comparar os protagonistas, e nisso refletir, como em 'empreender uma jornada externa não significa resolver problemas internos' (não há Índia senão a alma em mim' - Pessoa). Na verdade hoje é meu aniversário e nunca atravessei uma fase tão intensa, mentalmente falando. Enquanto não tomo nenhuma atitude radical, me inscrevi no canal
Mas viver no mato dá muito trabalho. Cuidar da casa, quintal…arredores. Vai viver do que planta? Não estou te desanimando até pq também penso nisso mas quando pesquiso vejo que seria igualmente desafiador. Conheço muita gente que vive uma vida mais simples na roça e é muuuito difícil também.
@@FernandoApache7 realmente imaginei isso mesmo, galinhas pra catar ovos; horta de cebola, tomate, pimenta; árvores frutíferas e um rio perto, pra poder pescar
@ijklmn-i3h é uma ideia, só q tenho crise ética sobre ao alugar o imóvel receber algum pelo trabalho de uma outra pessoa... depois aprendi que o mundo imobiliário é um dos principais responsáveis pela manutenção da injustiça sócio-econômica (diria Piketty)
A um tempo atrás eu estava influenciado através do filme na natureza selvagem de buscar o mesmo caminho que o protagonista, mas no meio do caminho me esbarrei a videos de estoicismo, o que me fez acalmar a minha mente e enchergar melhor as minhas emoções e a cada dia contemplo a minha companhia, me desapegando a sofrimentos e discernir entre o que está sob o meu controle e o que não está. Ponto comecei a cagar para um monte de coisas que me fazia querer fugir.
Vejo que o caminho que eu tenho trilhado é bem semelhante ao de Hirayama. Não estou totalmente imerso no presente, nem alcancei o mesmo nível de serenidade, mas fico feliz em saber que o estilo de vida que eu levo é, no meu julgamento, um caminho assertivo para a busca da paz e da simplicidade.
Viver mais simples e muito bom, mas é um caminho um pouco difícil para mim, no meu contexto, mas estou tentando. Vim da cidade grande e sempre sonhei com uma casinha no campo trabalhando com o que eu amo e tendo paz.
Linda história de ambos, magnífico o vídeo e a reflexão, meu amigo Ricardo. A serenidade desenvolvida por Hirayama é tão louvável quanto a coragem de Supertrump de se abster do que a sociedade oferece. Me encontro em um meio termo dos dois, não fugi do centro urbano, mas me abstive de boa parte dos prazeres efêmeros e dos trabalhos que sugam nossas vidas, o que fazem muitos me olharem como um ser relaxado, não sereno. Busco ter empatia e conviver em paz com os civilizados, mas ainda tenho dificuldades em lidar com as doenças e transtornos mentais das pessoas, caio na armadilha de querer ajudá-las, e não tenho sabedoria suficiente, o que me traz muitas frustrações. A reflexão deste vídeo me trouxe um suspiro a mais para a vida. Muito grato por seu conteúdo.
Esse video é maravilhoso e libertador, eu assisti Na natureza selvagem muitas vezes, gosto muito desse filme apesar do final triste. Muitas vezes me vi entrando no meio da floresta para fugir das loucuras da cidade, meu refúgio é o parque ecológico que tenho perto de casa. Mas recentemente assisti por acaso esse filme dias Perfeitos e me identifiquei com o personagem que vê beleza nas pequenas coisas da vida. E realmente é muito complicado viver como um homem das cavernas, uma vez que nascemos em um mundo desenvolvido. É uma mudança muito radical. E voltar a caçar para viver pode soar poético, mas não é nada fácil. Fora os desconfortos. O ideal é o silencio e distanciamento mesmo.
Terminei agora Dias Perfeito, e meu irmao, que filme lindo!!. Te faz perceber que a felicidade está nas pequenas coisas, só depende do seu modo de enxergar o mundo.
Bela reflexao! Me lembrou muito o pensamento do filosofo Nietzsche no texto das Tres Metarmofoses da Vida. E na minha visao cada um desses personagens representavam uma das fases citadas pelo filosofo. A primeira delas, seria o camelo, que faz o papel de servo, que aceita as imposicoes sem questionar. A segunda fase é representada pelo Leao, que passa a nao aceitar toda essas imposicoes, e utiliza da força pra lutar contra o sistema (que seria o personagem do primeiro filme). Apesar de achar que esta livre, ele ainda esta preso a ideia de que precisa lutar sempre contra o sistema. E por mim, a ultima metamorfose, a criança (representada pelo personagem do ultimo filme). A crianca pela sua pureza, espontainedade, autenticidade. Tem suas acoes de forma pura, e nao baseadas em seguir ou contradizer as imposicoes do sistema. Na minha visao, seguindo o pensamento e as metamorfoses, para chegarmos na pureza, muitas vezes precisamos utilizar da força, so ela criara espaço pra nosso EU florecer.
Que reflexões excelentes, gosto muito dos seus vídeos. Muitas vezes fui assistir aos filmes antes de ler suas análises para degustar melhor! 😊 Tenho mais afinidade com a ideia de Dias Perfeitos, atualmente, por compreender que muitas vezes estamos voltando nossa atenção a um grande acontecimento que traga algum sentido para vida, quando o “chato” cotidiano traz uma experiência rica de prazer e desprazer.
Boa tarde Ricardo! O vídeo veio muito bem a calhar no presente momento da minha vida, gratidão 🙏. Já conhecia o filme Na Natureza Selvagem, porém, não Dias Perfeitos, assistirei pra já! Recomendo para o senhor o filme Paterson, obra a qual o protagonista também partilha das qualidades de Hirayama
A palavra chave é desapego, de tudo, pra volta a se sentir livre, pois nascemos sem nada , e não levaremos nada, então aprecie a vida, da forma que o seu eu achar melhor
Eu assisti natureza selvagem mexeu muito comigo numa época em que eu não estava bem comigo, pra mim hoje a verdadeira liberdade está exatamente onde estamos vivendo o momento presente. Se não estamos bem com nós mesmo (apesar dos problemas da vida ) nossos problemas é o nosso inferno e a fuga um caminho constante sempre carregando um mala de situações de um lado pro outro na tentativa inconsciente desesperada de tornar a nossa bagagem chamada vida mais leve. Se não se sentimos livres onde estamos corremos sério risco de entrar em uma outra prisão pelo fato de não estar exergdo bem a nossa realidade no presente.
Se afastar é muito bom, a pessoa pode passar por um despertar, acho que nada radical seja legal. Tudo bem dosado pode funcionar melhor. Mas creio que a maior liberdade seja interior, é muito bom deixar a vida ser como ele é, sem se preocupar tanto, e as vezes nem precisamos ir tão longe, algumas atitudes por mais simples que sejam Já faz muita diferença, sem nem mesmo sair do nosso ambiente. Como uma caminhada longa, jejum intermitente, minimalismo, pessoas, espiritualidade, etc.
Mais um inscrito abordagem e análise perfeita 👏🏽 Deixei meu antigo trabalho de 16 anos de projetista industrial e hoje sou Fotografo, Cicloviajante e TH-camr, foi uma troca de carreira. Viajo o mundo, atualmente na Geógia de Bike 🚲 Hoje em dia tá na moda romantizar "larguei tudo" ai a pessoa decide viver de internet e trabalha 24h por dia 😂😂😂
Às vezes criar espaço se faz necessário, se distanciar para que se possa enxergar de uma outra perspectiva, assim, o escapismo de alguma forma faz sentido. Porém, nada muda se não mudarmos internamente.
Para se sentir verdadeiramente livre, é essencial deixar para trás o que nos prende. Às vezes, isso significa abandonar responsabilidades, relações tóxicas ou mesmo crenças limitantes. A liberdade vem da capacidade de desapegar-se do que não serve mais, permitindo-se explorar novas possibilidades e viver de forma autêntica.
Já sim.Mas eu tenho um defeito e esse defeito dessa vez me ajudou.Pensar demais,por eu pensar demais eu ainda não fiz.E simplesmente to buscando respostas em livros artigos e coisas do tipo.As vezes passa na cabeça a vontade de pegar as pessoas que eu amo coloca num motohome e só viver viajando.Tenho 27 anos sou casdo pai de 2 crianças maravilhasas.Mas as vezes tenho dúvidas de qual meu verdadeiro propósito.Tenho perguntado,mas só silêncio.Mas tudo bem tenho aprendido bastante com isso,e estou aprendendo.
Muito obrigado pelo vídeo, me identifiquei com Hirayama, já tive e ainda tenho um pouco de ser Alexander, mas creio que tudo é ponto de vista e de como tu encara a realidade.
Hirayama também fez as suas rupturas, grandes, como podemos ver na sua humilde condição de trabalhador braçal, e a relação com a sua família abastada, embora não possamos ver os motivos. Parece ser passivo, mas também sabe se impor, ao se negar a fazer hora extra em função da demissão de seu colega. A cultura oriental e ocidental, se expressam nele de forma dual e harmônica, em seus gestos e convívio com os seus. Fruimos e torcemos por este personagem tão empático, imaginando o mesmo a encontrar o seu amor na mulher madura e experiente, que o encanta com seu canto e gosto musical. Também senti encanto por esses personagens aparentemente tão singelos, e acordei no outro dia com uma sensação de felicidade que ainda não decifrei. Win Wenders é um mestre do cinema, conta histórias com imagens poéticas, e personagens incrivelmente humanos, com seus erros e virtudes.
Acredito que Dias Perfeitos tem a maior aproximação do que eu penso sobre ser livre. A teoria de "sair da Matrix" na prática, é falha. Kant já diz que não somos completamente dotados de liberdade, pois sempre teremos algum vício que nos aprisiona. E mesmo que não podemos mudar o mundo como um todo, nós podemos mudar nosso próprio mundo. Escolher melhor nossas amizades e como agimos com os outros já é uma grande evolução. Esteja no mundo, mas não faça parte dele.
Eu adicionaria Beleza americana aos vídeos que foram usados para estudo os três filmes tem muita similaridade. Hirayama busca na simplicidade das coisas o controle sobre a vida e assim a felicidade, a música do The Animals - House Of The Rising Sun fala sobre alguém que teve problemas com uma vida descontrolada, o que possivelmente possa ter sido o que ocorreu com o Hirayama que pelo que é possível entender vem de uma família muito rica. Dias Perfeitos é um dos meus filmes favoritos da vida, eu me identifico muito com ele, pois levo uma vida simples, porém feliz.
Que vídeo maravilhoso, estava precisando muito. Tem alguma dica de livros sobre esse tipo de reflexão ricardo? fiquei muito interessado em conhecer mais sobre essa psicologia
Penso q a experiência do Supertramp corresponde ao romantismo e energia da alma quando jovem pra mim a fuga perfeita, ja Hirayama vem com o cansaço do tempo e a sacada de q a fuga pode ser também mental.
Eu sempre me senti livre. Sempre tive essa sensação dentro de mim, e sempre soube que a liberdade é muito mais dentro do que fora. Nada contra quem se acha um "revolucionário" de qualquer tipo de sistema, mas pra mim, quando a pessoa "forsa" muito, está mais pra um tipo de reacionário revoltado.
Apesar de não ter visto Na Natureza Selvagem, vivo como Hirayama! Larguei tudo várias vezes, mas não me larguei como o Supertramp, pelo contrário, mergulhei fundo em minhas meditações diárias e solitárias
Gosto desse filme, virou um hit, mas como ele mesmo disse no final: a felicidade só é real se compartilhada, não tem como não precisar das pessoas, é normal ter uma co dependência saudável. Muitos olham a rotina como prisão, tanto que virou febre ter motorhome e sair viajando, não que isso seja ruim, mas é preciso ter muita reflexão e autoconhecimento, do que estou fugindo?
Eu já não vejo as coisas dessa forma. Imagina você ter 80 anos, olhar pro passado e se arrepender de não ter largado tudo quando era jovem pra viver uma aventura quando tinha vontade, se descobrir e conhecer novas pessoas, deixar de fazer isso por medo.. Acho que a vida cotidiana é uma fase para todos, mas a ousadia de largar tudo e se descobrir viajando é só pros corajosos. Na minha opinião existe beleza e sentido em tudo, até se vc for preso pode tentar encontrar beleza na vida e tentar levar ela de uma forma que tenha sentido naquela situação. Mas viajar te leva pra dentro, te obriga a olhar para si e tentar se entender, te faz crescer como pessoa. Tudo tem seu lado bom e ruim, vc só tem que peito pra passar pelas situações possam vir.
Parece que esse vídeo foi feito pra mim! Já fui Alexander Supertramp, hoje sou Hirayama. Mas foi justamente a fuga (uma viajem de bicicleta sozinho pela américa do sul), que me fez enxergar a beleza do cotidiano, e que a liberdade muitas vezes está dentro da disciplina, dentro da rotina, só precisamos mesmo de ferramentas para que vejamos isso com uma nova perspectiva. Obrigado!
q foda
Que legal Werner, também aconteceu o mesmo comigo, embora não tenha feito uma grande viagem, também percebi que há beleza no cotidiano, embora ainda tenha o sonho em morar em um lugar mais com mais natureza.
Cara, o mesmo comigo, fez muito sentido assistir esse vídeo... tive oportunidade de andar pela Guatemala, sozinho com um mochilão (estilo Supertramp), mas confesso que não atingi o estado Hirayama... apenas suporto meu cotidiano, sinto impulsos de andarilhar novamente, e vou adiando em nome do que parece ser o certo a fazer, enfim
@@vitormunhozmachadogarciadeoliv Demorei pra chegar no estado Hirayama, as viagens foram ficando cada vez mais espaçadas e cada vez fazendo menos sentido. Cada uma delas foi um farol para entender como iluminar meu cotidiano, bem como o Hirayama mesmo, saborear uma refeição, estar focado no presente, caminhar sozinho, fotografar, etc...
Em movimento ou não, talvez a verdadeira aventura seja encontrar significado no dia a dia
Nao adianta fugir, aonde quer que voce vá.... É voce que estara lá
Se vc estiver em um ambiente opressor e sufocador, e claro que adianta, muitos enlouqueceram e sucumbiram por não mudar ..
Mudar é diferente de fugir
@@fkclara eu quis dizer fugir mesmo!! Se tá ruim corra para as colinas
sugiro escutar a música "Viagem Perdida" da banda Plutão já foi planeta. Retrata bem esse frase
No se trata de "escapar del mundo o de uno mismo!!apenas driblar sempre gente de mierdx....solo eso tio
Todo dia, procuro tirar uma foto de algum momento, por mais simples que seja. De fato, admirar a beleza dos detalhes do mundo em meio ao caos urbano, é um ato de rebeldia.
Eu faço isso todos os dias. ❤
A vida não tem sentidos. vai adiantar do que vc fazer isso ?
@ExuCaveira-l2r Justamente por não ter sentido... 😉🌱
A depressão me fez perder tudo o que eu tinha conquistado no mundo sistêmico. Ao ponto de eu sentir que não queria mais continuar vivo. Só que, pra mim, se eu fosse morrer, que fosse tentando experimentar o que eu ainda não tinha conquistado na vida. Então decidi cair na estrada, como no livro do Jack Kerouac. Me senti com mais vontade de viver do que nunca. Vivi por dois anos de cidade em cidade, realizando meu sonho de viver da escrita, e viajando. Vendia os contos que escrevia nas ruas. Conheci pessoas e lugares incríveis, coisa que provavelmente achava que só alcançaria depois de conquistar mais no mundo sistêmico. Nunca mais um sentimento suicida me assombrou tão fortemente. A pandemia chegou e pôs "fim" ao meu sonho. Mas eu tomei este como realizado. E estou tratando de realizar os outros. Bem mais com o pé no chão. Os dias ainda são difíceis. Porém, a vida é isso... um cookie de merda com gotas de felicidade. A gente aprende a digerir a pior parte, e aproveita o máximo a melhor.
É uma coragem admirável sair de cidade em cidade. Você tinha condições financeiras ou era tudo ou nada? Considerando que há pessoas más nas ruas e becos, nem sempre é uma aventura segura como nos filmes
@@natiosdocs a condição financeira eu tinha que criar a cada dia que saia para oferecer meus contos. Como não tava me importando muito com que pudesse acontecer comigo, abordava todo mundo, e sempre tinha quem comprasse meus escritos. Sim, isso também me colocou em situações de muito risco. Cheguei a ser a assaltado com tiro de rojão, quando vi que não tinha me machucado muito, saí correndo atrás dos caras e berrando pega ladrão pra tentar recuperar meus ganhos do dia. Foi horrível esse dia. Mas foi salvo pela demonstração de carinho e compaixão das pessoas que havia conquistado naquela região. Foram lindos comigo!
@@natiosdocsnão existe segurança em lugar nenhum amigo, a vida é um contrato de risco, então aproveite
@@lgonzalez1244 experiência fantástica! Só de você ter essa história pra contar já valeu a pena. Somos feitos de lembranças e histórias, até o fim.
@@marcosadriano7768 de fato, não estamos seguros nem quando tudo o que temos somos nós.
Estou vivendo isso ! Hoje 30 -10-24. Morei no exterior, voltei pro Brasil e aqui não encontrei mais nada. Tão pouco poderia viver onde eu morava antes . Hoje moro numa pequena cidade do interior de SP. Sozinho, tenho visto que posso viver com muito pouco 300 dólares ao mês . De saco cheio de tudo que é efêmero, redes sociais.
As questões do McCandless são bem mais simples do que parece: ele precisava fugir para se encontar. Encontrou-se. Só não deu tempo de se transformar no Hirayama.
Eu optei pelo caminho do Chris, largar tudo. PROS: aprendi outras linguas, outra profissão, conheci pessoas, conheci lugares incriveis, parei de usar drogas e estou bebendo menos porque já não preciso disso para mascarar a realidade.
CONTRAS: Perdí contato com velhos amigos e os novos são temporarios; Vivo longe da familia, familiares nasceram, e outros morreram, eu não estava presente; Perdí o sentimento de pertencer a um lugar, até minha lingua nativa, eu estou perdendo o sotaque esquecendo palavras.
No final das contras, considerando uma vida vs a outra, eu estou melhor do que antes, e não quero voltar, quero seguir adiante, explorando o inexplorado.
Antes de conhecer a historia do Chris e de outros andarilhos eu pensava em me isolar, viver em uma praia quase deserta, ou em uma cabana no meio do mato. No final preferí viajar.
Mim descreveu amg.
Eu não sou consumista, mas 44 anos vivo na insegurança financeira, uma OPINIÃO PARTICULAR minha é que felicidade é uma bobagem inventada para um tanto de bobo viver correndo atrás. Interessante é que eu nunca vi uma criança falar que está em busca da felicidade. E outra coisa, tão impossível quanto a felicidade é ter bem estar escravizado pelo patrão 8 horas por dia, 6 dias na semana, e pelo menos 24 horas por semana preso no trânsito. Mas enfim.
É impossível esquecer sua língua materna. Não força a barra, né..
@@RmR_33 Na verdade não é impossível. O cérebro não tem armazenamento infinito, com o tempo as conexões neurais que não são usadas começam enfraquecer e se quebram para dar lugar a novas. Mas nesse caso seria necessário muitos anos sem usar a língua. Sotaque e palavras aleatórias, por outro lado, são muito fáceis de se esquecer.
@@RmR_33 Perder nãp perde, mas seu idioma soa estranho e engraçado, coisas como "ão" não , pão, kkkkk . Rapidinho o ouvido acostuma, e vc acha engraçado ao reconhecer a sua lingua.
O sentimento de fuga é lindo e existe um motivo para ele existir. É só ele que nos impulsiona para sairmos da inércia de nossas vidas e muitas vezes precisamos nos perder para nos encontrarmos. Já morei fora, larguei empregos e namoradas e joguei tudo para o alto algumas vezes. Senti o doce e o amargo mas sempre cheguei mais perto de mim mesmo no final de tudo. Não se trata do resultado e sim da jornada. E em relação ao filme na natureza selvagem, o protagonista encontra a redenção em seus momentos finais e encontra a paz no meio do caos que havia em seu interior. Ele nao volta vivo, pois foi longe demais, mas se voltasse, será que se arrependeria?!
Quando eu era adolescente minha visao de mundo e meus impulsos era a mesma que o garota do primeiro filme. Sempre gostei de viajar e ainda gosto muito, rasgar dinheiro e documentos ja é algo impensavel pra alguem que vem da periferia como eu, mas de resto eu pensava igual, que a sociedade era algo a ser evitado ao maximo pois é adoecedora, eu viajei de carona conheci bastante andarilhos e mendigos, fui ao RJ vi o mar pela primeira vez e me senti tao pequeno e solitario ali graças a deus nunca me aconteceu nada demais. Hj to com 29 anos e nao acredito q a felicidade ta em largar tudo, a gente precisa ter uma temperança, precisa se cuidar, cuidar da saude fisica e mental, fazer bons amigos, se relacionar e apreciar a vida. mas essa rebeldia é muito importante pra gente nao viver uma vida que escolheram pra gente. Pra algumas pessoas é preciso uma ruptura. Com o amadurecimento nos tornamos mais como o cara do segundo filme mas lembrando sempre de ousar nao aceitar e nao se submeter as coisas adoecedoras da sociedade
A liberdade e a serenidade não estão lá fora. Vêm de dentro, do autoconhecimento e da autoaceitação.
3:38 “partir para uma jornada externa não significa resolver questões internas”
Tenho 44 anos e vivo insegurança financeira nesse tempo todo. Na MINHA OPINIÃO, felicidade é uma bobagem inventada para os bobos viverem em busca. Nunca vi uma criança falar que está em busca da felicidade. Tão impossível quanto a felicidade, é ter qualidade de vida, sendo escravizado pelo patrão 8 horas por dia, 6 dias na semana, 4 horas de trânsito, ir em casa só pra dormir e viver colocando blocos na pirâmide de faraó. Isso não tem simplicidade que resista. Hipocrisia.
Me identifiquei muito com o seu comentário. Vivi muito isso tudo e tbm pensei dessa forma. Mas será que não existe algo que possamos fazer pra sair desta escravidão que nos é imposta? No meu caso, eu cheguei num ponto onde se estava insustentável e abanandonei tudo. Perdi o medo e fui descobrindo maneiras. Um livro que me ajudou muito: Walden - A vida nos bosques, de Henry Thoreau. Cara, sei que quando a gente ta no olho do furacão, as coisas parecem sem solução. Mas peça e será atendido. Perca o medo e vai...
Agora releia o seu próprio comentário e busque o problema que está em você mesmo. Só no seu comentário já descobri uns 10.
Tá bom Sabichão @@carloguerra8612
Tu tá preso ao trabalho.... junta uma grana e de outro passo....
"Muitas vezes, não precisamos de uma mudança radical de vida, mas uma mudança de perspectiva."
Atualmente me encontro no estado de "ter largado tudo", não por conta de viagens (o que gosto bastante e até fantasio um pouco com isso, mas eu sei que viajar não vai mudar em nada o que sinto), mas porque fui demitido e não voltei (ou não quis voltar) ao mercado de trabalho.
Eu fui demitido devido a procrastinação e a uma desconexão em relação ao meu trabalho, no sentido que tenho uma profissão e tinha um emprego, mas não me identificava com ele e não tinha uma fantasia de progresso tal qual eu via nos meus colegas. O que fez que eu ficasse estagnado e frustrado.
E essa procrastinação é um sintoma de algo que acho parecido com o do personagem que opta pelo escapismo. No meu caso, venho lidando com isso a muito tempo e sempre fazendo muitas reflexões que acabam me puxando para esse estado de falta de vontade e sentido. Acho que tem toda cara de depressão. Mas também sinto que é algo muito mais no campo filosófico-existencial do que qualquer outra coisa. Para ser honesto, isso começou por conta de uma frustração pessoal e evoluiu para um crise existencial. Mas é irrelevante aqui.
O que eu conclui depois de muito tempo nesse processo é que:
1) nós vivemos em uma sociedade e essa sociedade passa para nós uma "visão de mundo" e uma narrativa de sucesso sobre esse mundo. O ponto mais importante a se notar é que: toda sociedade (cultura) passa essa visão de mundo e, consequentemente, a narrativa de sucesso, como se essa fosse uma VERDADE. E não como se fosse algo artificial criado por aquela sociedade. E essa narrativa está encrustada em todos os âmbitos da vida do sujeito, o que reforça a sensação de aquilo seja "normal" ou, mais que isso, que aquilo seja a natureza das coisas.
2) a grande maioria das pessoas irá se conformar com essa narrativa (talvez uns 95%, sei lá), vivendo de acordo com todas as convenções, expectativas e pressões que são exercidas para esse fim (conformação). Nesse ponto, entramos em uma particularidade sobre o ser humano. Pelo que observo, o escopo da nossa satisfação pode variar muito. Vai desde a satisfação com aspectos bastante práticos e imediatos (alimentação, saúde, segurança) até um escopo muito mais amplo como "fazer parte do grupo" e até definir um sentido filosófico para a vida. E por que isso é importante? É importante porque, se notarmos, a grande maioria das pessoas também não fica incomodada com a "falta de sentido" da vida, desde que elas obtenham algum tipo de satisfação. Eu penso em uma analogia para isso que é a daquele ratinhos vivendo em viveiros de acrílico com vários labirintos. Nesse cenário, podemos pensar em um viveiro gigantesco que tenha várias salas e túneis interligando eles. Se o ratinho solto lá dentro sentir sede, ele irá se movimentar até encontrar uma sala que tenha água. A mesma coisa para comida. Mas, e a hora que ele encontrar uma sala que tenha tudo que ele precisa: água, comida, brinquedos, abrigo, uma rata, etc., ele vai para de explorar o viveiro. A não ser que ele encontre um outro rato nessa sala que tenha vindo de outro lugar e diga: "olha, essa sala aqui é boa, mas tem uma outra que é 10 vezes melhor". E acho que isso vale para o ser humano. A grande maioria das pessoas irá parar na salinha que ele encontre alguma satisfação, desconsiderando que poderia haver outra sala com muito mais recursos. Na verdade, dado a narrativa da sociedade, ele irá se convencido de que ali é o lugar dele, que não deve fazer diferente. E ele só cogitaria uma mudança se primeiro fosse criada ou passada a imagem de uma outra realidade para ele. Mas, o que ocorre é que "a sociedade dos ratos" no viveiro estará hierarquizada e controlada a ponto de dizer que aquela sala é a realidade e que não deve ser questionada. E a grande maioria dos ratos viverá a vida toda realmente convencida daquilo.
3) Por conta de ser uma narrativa artificial, ela apresentará contradições. E esse ponto é o que causa aflição em alguns indivíduos. O fato de que, por muitas vezes essa narrativa não funciona. Contradições que aparecem a todo momento e que não são resolvidas dentro da narrativa. As contradições são, por exemplo: a hierarquia no mundo do trabalho (onde as pessoas sentem que alguém menos "qualificado" é o chefe e ganha mais); uma riqueza material absurda, ao mesmo tempo que pessoas passam fome; um esforço no mundo do trabalho que muitas vezes não é "justamente" recompensado; toda sorte de desigualdade social; infortúnios; etc.
Na verdade, historicamente a sociedade vem evoluindo e se modificando ao longo do tempo diante dessas contradições. O que ocorre é que, as vezes, essas contradições são tão acentuadas que a narrativa colapsa, ou então fica evidente e é questionada. Mas, o tempo de mudança da sociedade é muito longo. Enquanto que algumas pessoas não conseguem tolerar isso em suas existências.
E diante dessas contradições, a narrativa se quebra para algumas dessas pessoas de forma radical. De tal maneira que elas não conseguem mais se alinhar aquilo que a sociedade "promete/impõe". Elas param de acreditar ou vislumbrar o "sucesso". Ao mesmo tempo que, determinar um sentido para suas vidas NÃO seja uma tarefa nada trivial.
Quando se busca essa resposta no campo filosófico e há o argumento de construir o "próprio sentido" é ainda assim muito difícil, pois, permanece a sensação de uma falta de sentido.
Voltando a analogia do viveiro, algumas pessoas passam a perceber que a narrativa de que "aquela sala" seja a realidade, seja falsa. Nem todos conseguem fundamentar bem o argumento, mas a sensação de que "algo está errado" já é suficiente para causar essa cisão. Alguns ratinhos podem até filosofar e chegar a conclusão de que eles vivem em um grande viveiro. Mas, na hora de tornar essa informação em uma ação prática, encontrarão diversos problemas. Primeiro, questionar a narrativa existente é algo malvisto e que será condenado. Ele estará nadando contra a corrente. Segundo, uma hierarquia já foi fundada em cima daquela narrativa e se ela não persistir, quem tem poder poderá perdê-lo e, eles preferem manter seu poder atual e continuar explorando os ratinhos, do que reformular a narrativa. Terceiro, porque ninguém sabe como será a sequência de salas que irão encontrar na hora de explorar o resto do viveiro, etc.
- Conclusão: o que vejo depois de muito tempo é que o mais importante é ter consciência da nossa realidade/existência. Se não nos damos conta de que somos esse ratinho vivendo em um viveiro (ideológico), fica sempre essa estranha sensação de que algo está errado e não faz sentido. Primeiro, porque de fato não faz e as contradições estão aí para mostrar. Acredito firmemente nesse processo de que a sociedade conta como VERDADE NATURAL algo que é apenas uma construção artificial e que há uma pressão para nos conformarmos, mas que, por conta das contradições existentes, acaba não acontecendo suavemente. Embora algumas pessoas se alinhem muito bem a narrativa da sociedade (isso porque se encontram em uma posição em que se sentem satisfeitas, geralmente, as privilegiadas dentro da hierarquia) existem diversos pontos que demonstram que há problemas. Segundo, somente tendo consciência da sua condição existencial é que a etapa de exploração ganha sentido. A vida deixa de ser o cumprimento de um roteiro definido pela narrativa da sociedade e passa a ser, em sua realidade, uma experiência existencial. Finalmente, quanto a parte prática e tomada de atitudes, eu acho que a forma com a qual podemos agir é totalmente circunstancial, de tal maneira que, as ações não são a parte fundamental da coisa, mas sim, a percepção. Digo isso porque eu já me senti muito pressionado diante dessas análises, da seguinte forma: se há uma narrativa (artificial), se há contradições, se há falta de sentido... eu sou obrigado a agir em função dessas coisas. Mas, isso é IMPOSSÍVEL! Se tomarmos isso como base, a nossa vida ganharia um outro sentido (artificial) de ser a obrigação de resolver os problemas da narrativa da sociedade, o que iria nos esgotar e seria apenas um auto sacrifício. Enquanto que não temos essa obrigação, mas a consciência da nossa realidade nos permite lidar com ela de uma maneira menos afetada. Essa consciência trás um alívio porque nos livra da obrigação de seguir aquela narrativa e nos dá liberdade para agir fora dela. Passa a ser de fato uma experiência existencial. As ações práticas, mesmo as consonantes com a narrativa da sociedade, ganham um tom muito mais pragmático que simbólico. No sentido que: eu trabalho por que faço parte de uma economia e etc, do que pelo sentido dado ao trabalho pela narrativa.
Acho que o ápice desse processo é o momento em que o sujeito consiga se distanciar o suficiente para que sua interpretação da realidade seja mais clara e menos poluída pelas "narrativas" e que suas ações ganham um sentido para ele.
Dias Perfeitos é incrível.
Filmaço!
Vou assistir
Excelente e empático como sempre, Ricardo. Me vi nesse comparativo. Já passei pelo momento de recusa "Na Natureza Selvagem" e hj vivo algo mais próximo a "Dias Perfeitos".
Penso que o aspecto da idade/vivência seja importante nessa transição de perspectivas.
Grande abs!!!
Muito obrigado, Thiago! Fico feliz demais que tenha curtido o vídeo. Grande abraço!
As vezes tenho esse pensamento em simplesmente sumi, não para começar uma nova vida e sim para não enfrentar os desafios da vida.
Obrigado!
Existem desafios da vida de forma genérica e uniforme em qualquer tempo e lugar ?
Ou quando pensamos em sair é desligar da vida que nos é imposta desde criancinhas ?
A questão é interna. Não adianta uma jornada externa. Que lindo ensaio. Obrigada!
Belos filmes com belas trilhas sonoras. ótima análise.
Fiz algumas rupturas e mudanças (do RJ para Belém), contudo optei por não romper de forma brusca com família e trabalho, apenas diminuí o contato.
As vezes se afastar é necessário, mas se não cuidar e encarar algumas questões, não adianta, vc estará em Marte que eles irão lhe atormentar.
Simplesmente Eddie Vedder e Lou Reed, respectivamente! Trilhas mais que memoráveis! Que ótima reflexão esta que você colocou, o afastamento em vez do rompimento, aliás, ótima idéia para uma futura análise futura.
To passando exatamente por isso, a anos penso em me mudar e me isolar, mas agora que pode se tornar realidade comecei a pensar que posso me arrepender e sentir falta do tumulto da cidade... É como estar em uma sinuca de bico, sem saída fácil, depois vou ver esse filme, o natureza selvagem ja assisti, agora vou ver esse outro pra ter outra perspectiva.. obg pelo vídeo, veio em ótima hr.. estou passando por um momento dificil e delicado da minha vida... God bless
Esse é um vídeo que eu adoraria ter feito. Obrigado pelo conteúdo.
Esse filme 😢 é phod@!
A nossa angústia inadiável, por vezes, leva-nos ao suicídio; ou simbólico ou literal.
Eu já vive muito nesse lugar...
Ainda tenho esse sentimento, por vezes, de achar que nasci para viver na estrada, peregrinando. Todavia, hoje tenho a maturidade pra saber que essa estrada não vai me dar a paz que preciso encontrar em mim mesmo, em qualquer lugar que eu vá.
Gratidão Ricardo
🙌🏻
É preciso deixar o simples e sua beleza invadir a vida. Ha muito significado num simples cafezinho num bar qualquer.
Há infinitos significados nisso, mas apenas interpretamos os que são compartilhados conosco. Sua mente é parte da mente de outras pessoas, como foi dito que a felicidade só é real quando compartilhada, assim como é também a tristeza e o ódio, podem ser compartilhados através desses significados que atribuímos ás coisas que vemos, ou ouvimos. Mas o mal e o aprisionamento moram onde todas as pessoas que você conhece, o faz enxergar apenas coisas más da vida, o convencendo de que o mundo é composto apenas pelo mal e o que nos faz mal. Uma visão egoísta que o bem só é visto quando é específico, minha opinião é que as vezes devemos passar por situações difíceis pra conhecer o mal, para depois encontrar o bem, que muitas vezes é individual
O bem sustenta o mal, o mal sustenta o bem, não existe equilíbrio sem um nem sem o outro, afinal, apenas valorizamos as coisas boas quando temos plena noção do que a sua perda nos faria
Ou apenas valorizamos nossa saúde, quando conhecemos a sensação de estar doente... O mal sustenta aquilo que é bom, pois a verdade está no contraste entre esses dois polos em que percebemos o mal e o bem, o contraste é que nos faz enchergar: Não percebemos nada que esteja repleto de escuridão, Não enxergamos nada que esteja repleto de luz apenas, é preciso ambos para haver contraste
Conhecimento e equilíbrio é tudo!
"Queria fugir de mim mesmo, mas pra todo lugar que eu ia eu estava..."
Usam como piada, mas é uma verdade. Mudar a sua forma de ver e agir na vida é difícil, mas é bem mais fácil do que mudar o mundo em nossa volta para o nosso gosto.
Construí uma casa em um local remoto, foi prazeroso o processo; na época eu desejava fuga. No processo veio a pandemia, vi naquela época que eu deixei de ser Alexander e me tornei o Hirayama.
Aprendi a viver do presente quando um relacionamento com uma narcisista tirou tudo de mim, tirou minha essência e a vontade de viver.
Depois que tentei ir de arrasta pra cima por causa dela eu comecei q ter mais calma com minha vida e mta paciência com a minha historia.
Cai aqui nesse canal e nesse vídeo. Acertou em cheio o meu momento. Exatamente isso q estou vivendo. Só gratidão.
Into the Wild é daqueles filmes que mexem com o espectador, ficando na cabeça por algum tempo. Filme tocante em todos os sentidos: música, cenários, história, personagens e a personalidade forte do protagonista. Traz uma reflexão sobre o materialismo, o convívio social, a busca pela felicidade e por um sentido na vida, uma discussão ao mesmo tempo complexa e simples de entender - mas um pouco difícil de praticar. A maioria de nós se identificará com o jovem Christopher, se não por sua atitude impulsiva e até certo ponto inconsequente, ao menos com seu inconformismo diante das mentiras da sociedade moderna e seu sonho de uma vida mais simples e próxima à Natureza.
"A felicidade só é verdadeira quando compartilhada."
Ótimo roteiro. Toda essa busca pela liberdade do Chris acaba fazendo dele um egoísta. Ele ficou tão obcecado em viajar atrás das coisas simples da vida, que nem ao menos se importou em avisar aos pais, encontrou pessoas legais pelo caminho e as deixou, e percebeu tarde demais que passou 2 anos de sua vida em busca de uma felicidade que só seria real se tivesse sido compartilhada. Filme lindo e triste!
"Mais do que amor, do que dinheiro, do que religião , do que fama, do que justiça... Me dê verdade."
Certamente um curta metragem desta história seria muito mais interessante. Enrola demais para transmitir a mensagem, que é boa, porém, não vale as duas horas e meia gastas. O protagonista é um moleque mimado e rebelde sem causa, inconsequente e totalmente desinteressante. A trilha sonora é boa, e só. Um filme que não merece todo o reconhecimento que tem. Em minha opinião, ele só tem tal reconhecimento por ter se tornado um filme "cult".
Eu não discordo que é um bom filme, o que me incomoda um pouco é que a maioria das pessoas fica tão focada no desprendimento e na suposta coragem do rapaz que (pelo menos ao que me parece) acabam perdendo o que, na minha opinião, é a mensagem principal do filme.
*ALERTA DE SPOILER *
Ele não devia ter parado de viajar, ele não deveria ter parado de conhecer pessoas, ele não deveria ter parado de compartilhar a vida e aprender com elas. É tanto que, se você observar bem, a melhor parte do filme é a jornada, são as pessoas que ele encontra no caminho. Quando ele chega ao destino é que ele percebe como a vida longe da sociedade pode ser ruim, solitária e fpd. Depois do encantamento inicial com a tal "liberdade", começam as limitações que agora são impostas pela própria natureza. Pra resumir, a saída NÃO é colocar uma mochila nas costas e ir viver nas montanhas, fazer isso só vai te fazer sair de uma realidade limitante pra outra. A frase que carrega a essência do filme pra mim é:
"Happiness only real when shared". (Viva, conviva, conheça, compartilhe, cresça.)
Descreveu o filme de uma maneira que eu ainda não tinha pensado, principalmente quando diz que a melhor parte do filme é o período da viagem, concordo plenamente contigo. Pra mim ele deveria dar todo esse rolê e depois voltar pra sua família, acho que seria bem mais lúcido e responsável da parte dele.
Parabéns pelo seu comentário, me esclareceu muitas coisas. Obrigado
@@andrepires3944 Feliz em ajudar.
Vou deixar uma constatação de Sócrates, que quando perguntado por um indivíduo do por que de mesmo em suas viagens/escapadas se sentir vazio, respondeu: "É porque está sempre na companhia de si mesmo". Aprender a conviver e conhecer a si mesmo é o primeiro passo para uma mente livre.
Vivemos almejando o inalcançável e esquecer o que vc acha em vc resolve tudo fica á deriva essa sugestao. Solitude tem ganhos e a perda é não dividir com qiem merece nossas pérolas retiradas de muito fundo do nosso mar interno. Mas qqer rotina bem vivida com vc mesmo e ser tolerante consigo ja eh uma felicidade de superar cada momento na vida.❤
Como bem é dito no vídeo...é preciso achar um equilíbrio...isso nem sempre é fácil ou possível. Cada caso é um caso. Mas a busca é infinita. O equilíbrio perfeito nunca é atingido. Aprendi muito com os dois filmes e agora com a análise psicológica do canal.
Que tenhamos êxito em nossas buscas. Gratidão.
Oi, Ricardo! Quero te parabenizar pelo vídeo. Sério, muito obrigada! Era algo que eu precisava ouvir.
Aqui em casa somos (meu esposo e eu) fãs do seu trabalho!
Cada pessoa tem a sua própria história. Não dá para comparar. Cada pessoa experimenta a liberdade de forma diferente. Sempre haverá aquelas que precisam realmente se afastar de tudo e de todos para se reencontrar. Christopher Mccandless foi uma delas.
'Na natureza selvagem' é um filme baseado em fatos reais, 'Dias perfeitos' é uma ficção feita por gente que nasceu em berço de ouro. O protagonista de 'Dias Perfeitos' se conformou a ser um serviçal! Pois o filme é uma ficção de gente que nunca se quer viveu em uma escala de trabalho asiática, na vida real nunca que funciona dessa forma! Pois na Ásia pessoas tiram seu sopro de vida por conta do trabalho, ainda mais no país em que se passa historia, onde tem escalas absurdas de trabalho.
Por tanto esse filme é o sonho do sistema, pessoas que trabalhem caladinha, q baixem a cabeça, faça isso, faça aquilo sem questionar nada!!! essa ficção é uma chave convidativa a trazer pessoas para ensinar elas a se conformar com o sistema que está quebrado, e que nao funciona pra muitos
Me encantei com sua análise.
até acabou com a empolgação que eu estava em assistir o filme hahaha
Além disso, mesmo que irreal, o trabalho que ele desempenha no filme é muito menos estressante que ficar o dia todo trancado dentro de um escritório olhando apenas para tela do computador ou do celular. Apesar do trabalho fisicamente cansativo, o personagem do filme movimenta o corpo, vê a luz do Sol, etc. Movimento é vida. Seria muito difícil ele manter essa positividade se em vez de limpar banheiros ele estivesse preso a uma mesa de escritório, igual o personagem de O Clube da Luta por exemplo.
Cara que analise incrível, que comentario acertivo
Talvez a chave seja o equilíbrio entre os dois, eu já tentei fugir como Chris e foi muito tóxico para mim, me sentia distante de pessoas que apesar de me angustiarem são importantes para mim e sinto que amo e quero estar presente… acredito que se calar como o segundo, será que seria uma opção? É uma posição me parece de despersonificação… como é difícil né… encontrar um meio termo e cada um talvez tenha que entender consigo como é melhor para si … eu ainda tô tentando entender o meu caminho …
Por está em um lugar horrivel e com uma mãe abusiva, em um certo dia, decidi tomar umas das decisões mais idiotas da minha vida que foi tentar voltar para a minha cidade natal só com uma bicicleta, algumas roupas e totalmente sem grana. Achei que iria viver uma grande aventura e finalmente dá sentido a minha vida patética, mas somente acabei me humilhando por comida e água em beira de estrada, pedalando por horas em baixo de um sol escaldante, além de algumas vezes de eu ter quase morrido de fome e sede no meio do completo nada.
Voltei para a casa da minha mãe com o rabo entre as pernas, percebendo que se humilhar por comida e água é muito pior do que conviver em um lugar estressante e monótono. Mas por um lado positivo, passei a ver a minha vida com outros olhos, que, apesar ter que conviver com aquela mãe insuportável, eu tenho sorte de ter um teto e o quê comer.
Sei bem como é viver com uma pessoa assim, mas também sei que é bem pior sem um teto. Às vezes penso em sair daqui mas logo desisto e tento suportar 😢
um dia vc vai ser capaz de pagar suas próprias contas e mesmo vivendo uma vida simples vai se sentir tão leve 🙏
Gostei muito do vídeo, acho que a vida adulta vai nos transformando um pouco mais no segundo tipo. É exatamente sobre escolhas, oportunidades e consciência. Mas pra mim "largar tudo" é sempre uma opção válida também, porque já conheci muita gente que vive muito bem de jeitos muito diferentes da maioria... Cada um é um universo.
Que vídeo lindo, poético, acolhedor. Obrigada, Ricardo!
Eu que agradeço a gentileza de sempre, Sílvia! Agradeço muito pela força com o canal.
Into the Wild e Walden eram minhas bíblias da adolescência. Me isolava das pessoas e de situações. Não é o caminho. A solução está dentro de nós, não na estrada. Abraços
Valeu!!!! Eu mesmo sem ter aprofundado na psicologia positiva a exerço, do meu jeito, desde que me lembro. Sempre fui positivo em relação às coisas da vida. Vejo como o melhor caminho a trilhar
Me identifiquei demais com o Hirayama, a única diferença, é que não me mantive sereno em minhas atividades. Tive tempos em que quanto mais eu trabalhava, e me mantinha ocupado, achava melhor. Chegava sexta-feira, me dava uma tristeza por não ter com o que me ocupar.
Olha, não sei se foi por causa do algoritmo captando meus pensamentos (ou mais possivelmente conversas de zap), ando considerando vender o ap onde moro - que herdei com o falecimento de meu pai, ou seja, meu endereço não foi decisão pessoal - e me mandar pro mato... ambos os filmes são muito significativos pra mim e foi ótima a ideia de comparar os protagonistas, e nisso refletir, como em 'empreender uma jornada externa não significa resolver problemas internos' (não há Índia senão a alma em mim' - Pessoa). Na verdade hoje é meu aniversário e nunca atravessei uma fase tão intensa, mentalmente falando. Enquanto não tomo nenhuma atitude radical, me inscrevi no canal
Viver já é uma atitude radical. Parabéns pelo dia, camarada! (E obrigado pela citação do Pessoa)
Mas viver no mato dá muito trabalho. Cuidar da casa, quintal…arredores. Vai viver do que planta? Não estou te desanimando até pq também penso nisso mas quando pesquiso vejo que seria igualmente desafiador. Conheço muita gente que vive uma vida mais simples na roça e é muuuito difícil também.
@@FernandoApache7 realmente imaginei isso mesmo, galinhas pra catar ovos; horta de cebola, tomate, pimenta; árvores frutíferas e um rio perto, pra poder pescar
@ijklmn-i3h é uma ideia, só q tenho crise ética sobre ao alugar o imóvel receber algum pelo trabalho de uma outra pessoa... depois aprendi que o mundo imobiliário é um dos principais responsáveis pela manutenção da injustiça sócio-econômica (diria Piketty)
@@vitormunhozmachadogarciadeolivKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
A um tempo atrás eu estava influenciado através do filme na natureza selvagem de buscar o mesmo caminho que o protagonista, mas no meio do caminho me esbarrei a videos de estoicismo, o que me fez acalmar a minha mente e enchergar melhor as minhas emoções e a cada dia contemplo a minha companhia, me desapegando a sofrimentos e discernir entre o que está sob o meu controle e o que não está. Ponto comecei a cagar para um monte de coisas que me fazia querer fugir.
Acho que, um pouco de cada um dos dois, ficaria perfeito, não só a fuga, mais o cotidiano também é desgastante, acho que o equilíbrio é a chave
Vejo que o caminho que eu tenho trilhado é bem semelhante ao de Hirayama. Não estou totalmente imerso no presente, nem alcancei o mesmo nível de serenidade, mas fico feliz em saber que o estilo de vida que eu levo é, no meu julgamento, um caminho assertivo para a busca da paz e da simplicidade.
Obrigado, gratidão e sucesso 🙏🏻
Belos filmes que nos trazem muitas reflexões. O que eu sinto é que dentro de mim, eu sou muito livre! Que vídeo bom, Ricardo, obrigada.
Muito obrigado mesmo pelo comentário, Denise, muito bom te ver por aqui 😁😁
Viver mais simples e muito bom, mas é um caminho um pouco difícil para mim, no meu contexto, mas estou tentando.
Vim da cidade grande e sempre sonhei com uma casinha no campo trabalhando com o que eu amo e tendo paz.
Linda história de ambos, magnífico o vídeo e a reflexão, meu amigo Ricardo. A serenidade desenvolvida por Hirayama é tão louvável quanto a coragem de Supertrump de se abster do que a sociedade oferece. Me encontro em um meio termo dos dois, não fugi do centro urbano, mas me abstive de boa parte dos prazeres efêmeros e dos trabalhos que sugam nossas vidas, o que fazem muitos me olharem como um ser relaxado, não sereno. Busco ter empatia e conviver em paz com os civilizados, mas ainda tenho dificuldades em lidar com as doenças e transtornos mentais das pessoas, caio na armadilha de querer ajudá-las, e não tenho sabedoria suficiente, o que me traz muitas frustrações. A reflexão deste vídeo me trouxe um suspiro a mais para a vida. Muito grato por seu conteúdo.
Que ótimo te ver por aqui, Renan! Fiquei emocionado com o comentário. Um grande abraço!!
Cada indivíduo tem uma necessidade... Só com o autoconhecimento, aprendemos qual é A nossa necessidade.
Esse video é maravilhoso e libertador, eu assisti Na natureza selvagem muitas vezes, gosto muito desse filme apesar do final triste. Muitas vezes me vi entrando no meio da floresta para fugir das loucuras da cidade, meu refúgio é o parque ecológico que tenho perto de casa. Mas recentemente assisti por acaso esse filme dias Perfeitos e me identifiquei com o personagem que vê beleza nas pequenas coisas da vida. E realmente é muito complicado viver como um homem das cavernas, uma vez que nascemos em um mundo desenvolvido. É uma mudança muito radical. E voltar a caçar para viver pode soar poético, mas não é nada fácil. Fora os desconfortos. O ideal é o silencio e distanciamento mesmo.
Terminei agora Dias Perfeito, e meu irmao, que filme lindo!!. Te faz perceber que a felicidade está nas pequenas coisas, só depende do seu modo de enxergar o mundo.
Obrigado pelo vídeo, doutor
Me ajudou muito
Bela reflexao!
Me lembrou muito o pensamento do filosofo Nietzsche no texto das Tres Metarmofoses da Vida. E na minha visao cada um desses personagens representavam uma das fases citadas pelo filosofo.
A primeira delas, seria o camelo, que faz o papel de servo, que aceita as imposicoes sem questionar. A segunda fase é representada pelo Leao, que passa a nao aceitar toda essas imposicoes, e utiliza da força pra lutar contra o sistema (que seria o personagem do primeiro filme). Apesar de achar que esta livre, ele ainda esta preso a ideia de que precisa lutar sempre contra o sistema. E por mim, a ultima metamorfose, a criança (representada pelo personagem do ultimo filme). A crianca pela sua pureza, espontainedade, autenticidade. Tem suas acoes de forma pura, e nao baseadas em seguir ou contradizer as imposicoes do sistema.
Na minha visao, seguindo o pensamento e as metamorfoses, para chegarmos na pureza, muitas vezes precisamos utilizar da força, so ela criara espaço pra nosso EU florecer.
Que reflexões excelentes, gosto muito dos seus vídeos. Muitas vezes fui assistir aos filmes antes de ler suas análises para degustar melhor! 😊
Tenho mais afinidade com a ideia de Dias Perfeitos, atualmente, por compreender que muitas vezes estamos voltando nossa atenção a um grande acontecimento que traga algum sentido para vida, quando o “chato” cotidiano traz uma experiência rica de prazer e desprazer.
Obrigado!
Seria bem interessante minutos de sanidade sobre o insano Beleza Americana. Gostei demais desse filme !
Boa tarde Ricardo! O vídeo veio muito bem a calhar no presente momento da minha vida, gratidão 🙏. Já conhecia o filme Na Natureza Selvagem, porém, não Dias Perfeitos, assistirei pra já!
Recomendo para o senhor o filme Paterson, obra a qual o protagonista também partilha das qualidades de Hirayama
Que demais, fico feliz por ter ajudado! Não assisti ainda à Paterson, mas amo filmes com esse tema, certamente vou conferir, obrigado pela dica!
A palavra chave é desapego, de tudo, pra volta a se sentir livre, pois nascemos sem nada , e não levaremos nada, então aprecie a vida, da forma que o seu eu achar melhor
Solidão é uma benção, nascemos só,morremos só , dispenso os seres humanos, amo está sozinho.
Eu assisti natureza selvagem mexeu muito comigo numa época em que eu não estava bem comigo, pra mim hoje a verdadeira liberdade está exatamente onde estamos vivendo o momento presente. Se não estamos bem com nós mesmo (apesar dos problemas da vida ) nossos problemas é o nosso inferno e a fuga um caminho constante sempre carregando um mala de situações de um lado pro outro na tentativa inconsciente desesperada de tornar a nossa bagagem chamada vida mais leve. Se não se sentimos livres onde estamos corremos sério risco de entrar em uma outra prisão pelo fato de não estar exergdo bem a nossa realidade no presente.
Muito bom esse vídeo 👏👏
"não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo"
Quero muito ver esse vídeo, mas primeiro vou procurar dias perfeitos, que ainda não assisti 🥹. Esse vídeo parece extremamente necessario
Se Viktor Frankl encontrou beleza e sentido nos campos de concentração ele nos prova que oque vale é oque esta dentro de nós não importa o lugar.
Que interessante esse paralelo, Ricardo. Muito bom o vídeo
Excelente vídeo!
Vídeo muito interessante, comparativo válido demais para os dias atuais.
Obrigado!
Sensacional reflexão 🙏
Boa narrativa do assunto !
Excelente análise. Assisti somente a natureza selvagem, li o livro tb. Vou assistir dias perfeitos.
Uma série que assisti e é um prato cheio para análise: "It's ok not to be ok"
Se afastar é muito bom, a pessoa pode passar por um despertar, acho que nada radical seja legal. Tudo bem dosado pode funcionar melhor. Mas creio que a maior liberdade seja interior, é muito bom deixar a vida ser como ele é, sem se preocupar tanto, e as vezes nem precisamos ir tão longe, algumas atitudes por mais simples que sejam Já faz muita diferença, sem nem mesmo sair do nosso ambiente. Como uma caminhada longa, jejum intermitente, minimalismo, pessoas, espiritualidade, etc.
Mais um inscrito abordagem e análise perfeita 👏🏽
Deixei meu antigo trabalho de 16 anos de projetista industrial e hoje sou Fotografo, Cicloviajante e TH-camr, foi uma troca de carreira.
Viajo o mundo, atualmente na Geógia de Bike 🚲
Hoje em dia tá na moda romantizar "larguei tudo" ai a pessoa decide viver de internet e trabalha 24h por dia 😂😂😂
As duas abordagens são corretas , tanto Na natureza selvagem quanto Dias perfeitos, achei o comentário muito intelectual
Às vezes criar espaço se faz necessário, se distanciar para que se possa enxergar de uma outra perspectiva, assim, o escapismo de alguma forma faz sentido. Porém, nada muda se não mudarmos internamente.
Para se sentir verdadeiramente livre, é essencial deixar para trás o que nos prende. Às vezes, isso significa abandonar responsabilidades, relações tóxicas ou mesmo crenças limitantes. A liberdade vem da capacidade de desapegar-se do que não serve mais, permitindo-se explorar novas possibilidades e viver de forma autêntica.
Já sim.Mas eu tenho um defeito e esse defeito dessa vez me ajudou.Pensar demais,por eu pensar demais eu ainda não fiz.E simplesmente to buscando respostas em livros artigos e coisas do tipo.As vezes passa na cabeça a vontade de pegar as pessoas que eu amo coloca num motohome e só viver viajando.Tenho 27 anos sou casdo pai de 2 crianças maravilhasas.Mas as vezes tenho dúvidas de qual meu verdadeiro propósito.Tenho perguntado,mas só silêncio.Mas tudo bem tenho aprendido bastante com isso,e estou aprendendo.
Muito obrigado pelo vídeo, me identifiquei com Hirayama, já tive e ainda tenho um pouco de ser Alexander, mas creio que tudo é ponto de vista e de como tu encara a realidade.
Não conhecia Dias Perfeitos, valeu pela dica 👍🏼👍🏼
Hirayama também fez as suas rupturas, grandes, como podemos ver na sua humilde condição de trabalhador braçal, e a relação com a sua família abastada, embora não possamos ver os motivos. Parece ser passivo, mas também sabe se impor, ao se negar a fazer hora extra em função da demissão de seu colega. A cultura oriental e ocidental, se expressam nele de forma dual e harmônica, em seus gestos e convívio com os seus. Fruimos e torcemos por este personagem tão empático, imaginando o mesmo a encontrar o seu amor na mulher madura e experiente, que o encanta com seu canto e gosto musical. Também senti encanto por esses personagens aparentemente tão singelos, e acordei no outro dia com uma sensação de felicidade que ainda não decifrei. Win Wenders é um mestre do cinema, conta histórias com imagens poéticas, e personagens incrivelmente humanos, com seus erros e virtudes.
Acredito que Dias Perfeitos tem a maior aproximação do que eu penso sobre ser livre. A teoria de "sair da Matrix" na prática, é falha. Kant já diz que não somos completamente dotados de liberdade, pois sempre teremos algum vício que nos aprisiona. E mesmo que não podemos mudar o mundo como um todo, nós podemos mudar nosso próprio mundo. Escolher melhor nossas amizades e como agimos com os outros já é uma grande evolução.
Esteja no mundo, mas não faça parte dele.
Eu adicionaria Beleza americana aos vídeos que foram usados para estudo os três filmes tem muita similaridade.
Hirayama busca na simplicidade das coisas o controle sobre a vida e assim a felicidade, a música do The Animals - House Of The Rising Sun fala sobre alguém que teve problemas com uma vida descontrolada, o que possivelmente possa ter sido o que ocorreu com o Hirayama que pelo que é possível entender vem de uma família muito rica.
Dias Perfeitos é um dos meus filmes favoritos da vida, eu me identifico muito com ele, pois levo uma vida simples, porém feliz.
Que vídeo excelente
Muito grata por este video. Abraço.
Esse canal é perfeito
Se você não consegue conviver com sua própria companhia, não conseguirá conviver com ninguém.
Eu penso em ir embora para encontrar uma nova vida, mas tenho a certeza que vou encontrar muitos obstáculos também
Que vídeo maravilhoso, estava precisando muito. Tem alguma dica de livros sobre esse tipo de reflexão ricardo? fiquei muito interessado em conhecer mais sobre essa psicologia
Penso q a experiência do Supertramp corresponde ao romantismo e energia da alma quando jovem pra mim a fuga perfeita, ja Hirayama vem com o cansaço do tempo e a sacada de q a fuga pode ser também mental.
Eu sempre me senti livre. Sempre tive essa sensação dentro de mim, e sempre soube que a liberdade é muito mais dentro do que fora. Nada contra quem se acha um "revolucionário" de qualquer tipo de sistema, mas pra mim, quando a pessoa "forsa" muito, está mais pra um tipo de reacionário revoltado.
Fugir pra onde, se tudo vive dentro?
Apesar de não ter visto Na Natureza Selvagem, vivo como Hirayama!
Larguei tudo várias vezes, mas não me larguei como o Supertramp, pelo contrário, mergulhei fundo em minhas meditações diárias e solitárias
Ótima comparação entre as perspectivas ocidental/oriental.
Isso é muito individual de cada um !!!!
exato, tanto foi isso que argumentei na parte 3 do vídeo.
Gosto desse filme, virou um hit, mas como ele mesmo disse no final: a felicidade só é real se compartilhada, não tem como não precisar das pessoas, é normal ter uma co dependência saudável. Muitos olham a rotina como prisão, tanto que virou febre ter motorhome e sair viajando, não que isso seja ruim, mas é preciso ter muita reflexão e autoconhecimento, do que estou fugindo?
Me identifiquei com Hirayama 😊
Eu também!
Obrigado !!!!!!
Eu já não vejo as coisas dessa forma. Imagina você ter 80 anos, olhar pro passado e se arrepender de não ter largado tudo quando era jovem pra viver uma aventura quando tinha vontade, se descobrir e conhecer novas pessoas, deixar de fazer isso por medo.. Acho que a vida cotidiana é uma fase para todos, mas a ousadia de largar tudo e se descobrir viajando é só pros corajosos. Na minha opinião existe beleza e sentido em tudo, até se vc for preso pode tentar encontrar beleza na vida e tentar levar ela de uma forma que tenha sentido naquela situação. Mas viajar te leva pra dentro, te obriga a olhar para si e tentar se entender, te faz crescer como pessoa. Tudo tem seu lado bom e ruim, vc só tem que peito pra passar pelas situações possam vir.
Vídeo muito bom, parabéns
Muito obrigado
Existe um caminho entre os dois.
Sim. Não existe caminho perfeito para todos. depende de cada um
Nunca vi por esse ângulo as minhas rupturas kk foi uma boa análise. Ja fui o Supertramp e hj estou para Hirayama
Sempre com excelentes análises!
Bem... Sempre que são "oferecidas" duas "possibilidades", lembro-me de uma frase que li: "Entre dois males, não escolha nenhum."