Introdução aos estudos literários 03: Gêneros literários

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  • เผยแพร่เมื่อ 24 ม.ค. 2025

ความคิดเห็น • 265

  • @RafaelSilvaLetras
    @RafaelSilvaLetras  2 ปีที่แล้ว +1

    Este curso do Apoio Pedagógico (FALE/ UFMG) não oferece mais certificado de participação a partir de 20/02/2022. Com a conclusão de meu doutorado, meu vínculo institucional com a UFMG está chegando ao fim e, embora eu pretenda deixar disponibilizado todo este material no TH-cam por tempo indeterminado, não será mais possível emitir certificados para quem acompanhar os vídeos, fizer as leituras e deixar seus comentários. Um forte abraço, obrigado pelo apoio e até breve!

    • @viniciussilva5680
      @viniciussilva5680 2 ปีที่แล้ว +1

      Professor, notei que não tem algumas aulas, você removeu ou está com outro título?

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  2 ปีที่แล้ว +1

      @@viniciussilva5680, eu te respondi num outro comentário. Confira lá, por gentileza. Um abraço!

  • @jorgeroberto3395
    @jorgeroberto3395 4 ปีที่แล้ว +12

    Olá, professor, tudo bom com o senhor? =)
    Mais uma vez trago minhas anotações sobre a aula. Espero que sejam úteis! Abração!
    Aula 3
    Primeiros esboços da teoria dos gêneros: os antigos
    A primeira abordagem sobre gêneros textuais de que se tem notícia aconteceu com Platão em seu livro República, onde através do personagem Sócrates, através de reflexões sobre a pólis, defende que toda a poesia, toda a criação “ficcional”, pode ser compreendida em 3 tipos: Poesia narrativa, mimérica e mista.
    A poesia narrativa é aquela que tem um narrador externo e de alguma forma relata os eventos da perspectiva de uma terceira pessoa; A poesia mimética é aquela que coloca os personagens imediatamente em cena, como o drama; e a mista é a mistura entre a narrativa em terceira pessoa (discurso indireto) com a participação de personagens em primeira pessoa (discurso direto).
    Essa estrutura básica da poesia é de certa forma retomada por Aristóteles, discípulo de Platão. Aristóteles formula uma das primeiras formulações teóricas do que virá a ser a literatura com inúmeras propostas que serão desdobradas nas mais diversas teorias críticas. No livro Poética, ele propõe três formas de mímesis, imitação, que são bem próximas do que sugeriu Platão, mantendo ainda a mesma preocupação e ênfase na relevância pedagógica, característica do período.
    Uma das mais importantes propostas da teoria do gênero literário só foi aparecer com Hegel e o romantismo alemão com a consolidação dos três grandes gêneros épico, lírico e dramático através do pensamento dialético: tese - antítese - síntese; Embora a força dessa proposta tenha-se feito sentir de forma clara no século XIX e XX, foram feitas críticas. Anatol Rosenfeld em seu livro diz que “A concepção de Hegel, que apresenta a Dramática como uma síntese dialética da tese épica e da antítese lírica, resulta numa teoria de alto grau de convicção: entretanto, a Dramática não pode ser explicada como síntese da Lírica e da Épica. A ação representada por personagens que atuam diante de nós é um fato totalmente novo que não pode ser reduzido a outros gêneros.” Isso acontece pois apesar de legados épicos, a performance da poesia dramática seria considerada superior aos outros gêneros, além de, para Hegel, seu texto, ou seja, o texto dramático, sem atuação, não valeria de nada.
    Rosenfeld propõe uma distinção entre os significados substantivos e adjetivos dos gêneros. De acordo com os significados adjetivos: “pertencerá à Lírica todo poema de extensão menor, na medida em que nele não se cristalizarem personagens nítidos e em que, ao contrário, uma voz central - quase sempre um “Eu” - nele exprimir seu próprio estado de alma. Fará parte da Épica toda obra - poema ou não - de extensão maior, em que um narrador apresentar personagens envolvidos em situações e eventos. Pertencerá à Dramática toda obra dialogada em que atuarem os próprios personagens sem serem, em geral, apresentados por um narrador.” Porém, Rosenfeld não pretende fixar invariavelmente o gênero das obras e portanto intenta como significado adjetivo dos gêneros a seguinte proposta: “Costuma haver, sem dúvida, aproximação entre gênero e traço estilístico: o drama tenderá, em geral, ao Dramático, o poema lírico ao Lírico e a Épica (epopeia, novela, romance) ao épico. No fundo, porém, toda obra literária de certo gênero conterá, além dos traços estilísticos mais adequados ao gênero em questão, também traços estilísticos mais típicos dos outros gêneros”, isto é, existiriam traços estilísticos adequados a cada um dos três gêneros.
    Rosenfeld detalha os traços estilísticos de cada um dos gêneros: no caso da Épica, objetividade, exterioridade, participação indireta do narrador (omnisciência sem identificação), comunicação, linguagem lógica, maior extensão e interesse pelo passado. É sobretudo fundamental na narração o desdobramento em sujeito (narrador) e objeto (mundo narrado). O narrador, ademais, já conhece o futuro dos personagens e tem por isso um horizonte mais vasto que estes; há, geralmente, dois horizontes: o dos personagens, menos, e o do narrador, maior”. É preciso destacar também a importância da incorporação de poesias épicas ao Romance, onde esses traços se assemelham e se mesclam.
    Já os traços estilísticos da Lírica incluem subjetividade, interioridade, participação direta do “eu-lírico” (perspectiva de um sujeito, criação de empatia), expressão, linguagem emotiva, brevidade, interesse pelo presente (atemporal). à intensidade expressiva, à concentração e ao caráter imediato do poema lírico, associa-se, como traço estilístico importante, o uso do ritmo e da musicalidade das palavras e dos versos. De tal modo se realça o valor da aura conotativa do verbo que este muitas vezes chega a ter uma função mais sonora que lógico-denotativa.”
    Por fim, com relação aos traços estilísticos fundamentais da Dramática, destacam-se a objetividade, exterioridade da ação, narrador ausente, apelação, extensão média, linguagem dialógica. O começo da peça não pode ser arbitrário, como que recortado de uma parte qualquer do tecido denso dos eventos universais, todos eles entrelaçados, mas é determinado pelas exigências internas da ação apresentada. E a peça termina quando esta ação nitidamente definida chega ao fim. Concomitantemente impõe-se rigoroso encadeamento casual, cada cena sendo a causa da próxima e esta sendo efeito da anterior: o mecanismo dramático move-se sozinho, sem a presença de um mediador que o possa manter funcionando.”
    E em uma breve comparação dos gêneros, diferentemente de Hegel, Rosenfeld diz que não há qualquer tipo de superioridade ou inferioridade de um gênero literário com relação aos outros, apenas diferenças.
    “Se o pronome da Lírica é o Eu e da Épica o Ele, o da Dramática será o Tu (Vós etc.). O tempo dramático não é o presente eterno da Lírica e, muito menos, o pretérito da Épica; é o presente que passa, que exprime a atualidade do acontecer e que evolve tensamente para o futuro. Sendo o pronome Tu o do Diálogo, resulta que a função linguística é menos a expressiva (Lírica) ou a comunicativa (Épica) que a apelativa.”
    Apesar de ser bem assertiva a definição de Rosenfeld, é preciso considerar que a poesia moderna, do século XIX aos dias de hoje trabalha basicamente com questionamentos a essa tipologia. A literatura moderna se funda justamente nos questionamentos da fronteira desses gêneros mais tradicionais.
    Suplemento: As funções da linguagem (Roman Jakobson)
    No estudo intitulado “Linguística e poética”, Jakobson distingue seis funções da linguagem:
    Função referencial (denotativa ou cognitiva): orientada para o referente, para o contexto (a coisa, a realidade extralinguística para que aponta o significante); Comparado ao Rosenfeld, terceira pessoa do discurso.
    Função expressiva ou emotiva: centrada sobre o sujeito emissor e caracterizada por ser “uma expressão direta da atitude do sujeito em relação àquilo que fala”; Comparado ao Rosenfeld, prevalece a primeira pessoa do discurso.
    Função conativa: orientada para o destinatário ou sujeito receptor, e que tem como finalidade atuar sobre esse mesmo sujeito, influenciando o seu modo de pensar, o seu comportamento etc.;
    Função fática: interessada em “estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação” (olha lá, está me ouvindo?, bom, vamos lá, etc);
    Função metalinguística: voltada para uma reflexão sobre o próprio código, no interesse de determinar se emissor e/ou receptor usam o mesmo sistema de sinais e conceitos;
    Função poética: centrada sobre a própria mensagem, trabalha a materialidade por meio da qual tal mensagem é construída.
    Todo texto é dotado - potencialmente - dessas seis funções da linguagem, mas as valoriza de modo hierarquicamente diverso a depender de seus interesses. Ou seja, a função poética seria mais importante para o estudo, mas não podemos deixar as outras de lado, como a expressiva, tão presente na Lírica.

    Discurso;
    Efeito de genericidade;
    Teses de Adam e Heidmann (2011):
    Os gêneros são tão diversos quanto as práticas discursivas; Infinitos gêneros, existentes e ainda por existir.;
    Os gêneros são práticas normatizadas, cognitivamente e socialmente indispensáveis; Impossível fugir dessa grelha de gêneros. Cada enunciado emitido é colocado e recebido em diferentes gêneros;
    Os gêneros são categorias dinâmicas em variação; A depender do contexto;
    Os gêneros existem apenas no âmbito de um sistema de gêneros;
    A genericidade envolve todos os níveis textuais e transtextuais. Poderíamos dizer textuais e contextuais.

  • @naiademarins9318
    @naiademarins9318 4 ปีที่แล้ว

    Me parece que as tecnologias, as redes sociais e os muitos meios de veiculação de textos podem aumentar ainda mais a complexidade e a pluralidade dos gêneros literários! A linguagem é surpreendentemente dinâmica, algo maravilhoso!

  • @dudaddd
    @dudaddd 4 ปีที่แล้ว +1

    Oi, professor Rafael!! Como você está? Esta aula eu consegui compreender bastante até, porque tive de ler A Arte Poética e essa questão dos gêneros me intriga muito! Mas vamos ao resumo:
    PRIMEIROS ESBOÇOS DA TEORIA DOS GÊNEROS:
    Platão: contexto histórico (gêneros discursivos novos começam a surgir). Reconhecido pelos diálogos socráticos (formas representativas). Indicação: O banquete. Personagens discutindo algo, mas nunca firmando um posicionamento seco. Propõe três formas de poesia: poesia narrativa (narrador externo), mimética (como um drama), mista (mistura os dois).
    Aristóteles: ele não se vê mais de usar o diálogo filosófico, portanto, usa o tratado filosófico. São como rascunhos. Propõe três mimeses: noção de narrativa externa, mimeses direta (com os atores), e uma mistura.
    Nota: Lírica não tem muito espaço na teoria de Platão e na de Aristóteles.
    Hegel: Pensamento dialético (tese, antítese e síntese). A primeira seria a poesia épica (objetivo distante, narração do mundo externo); se oporia à uma antítese (poesia lírica, subjetividade, foco no sujeito); choque das duas, que consiste na poesia dramática (junta a objetividade da primeira e o subjetivo) - forma mais perfeita de acordo com Hegel. Para Rosenfeld (2006), a síntese não pode se equivaler da poesia dramática, porque ela não é uma mistura dos dois primeiros, e sim de uma novidade.
    SIGNIFICADO SUBSTANTIVO DOS GÊNEROS:
    Rosenfeld (2006):
    - Épica: poesia de extensão maior;
    - Lírica: poesia de extensão menor;
    - Dramática: poesia dialogada.
    SIGNIFICADO ADJETIVO DOS GÊNEROS (traços estilísticos):
    Rosenfeld (2006): geralmente se tem traços estilísticos da categoria a qual uma obra
    pertence, mas também é possível que ela tenha outros recursos estilísticos
    junto.
    TRAÇOS ESTILÍSTICOS FUNDAMENTAIS:
    - Épica:
    * Objetividade; participação do narrador de forma indireta; lógica; passado;
    * São fatos que já aconteceram, e o narrador tem conhecimento do que acontece “no futuro” dos personagens.
    - Lírica:
    * Subjetividade; participação do eu-lírico; breve; emotivo; foco no presente (mas de uma forma atemporal);
    * Esse gênero, de acordo com Rosenfeld (2006), é um contraponto da épica;
    - Dramática;
    * Exterioridade; possui um narrador que se faz ausente; tamanho médio; dialógica;
    * Encadeamento causal.
    COMPARAÇÃO DOS GÊNEROS:
    Para Rosenfeld (2006), não há um gênero melhor que o outro. Contudo, a literatura moderna problematiza essa estratificação (de certa forma) dos gêneros. Flexibiliza
    os gêneros tradicionais.
    FUNÇÕES DA LINGUAGEM:
    Jakobson (2007) define que há várias funções em um texto X:
    -> Função referencial (denotativa ou cognitiva): foco no contexto;
    -> Função expressiva (emotiva): foco no sujeito que está falando;
    -> Função conativa: foco no destinatário;
    -> Função fática: prolongar a conversa ou interrompê-la (“olha aqui”);
    -> Função metalingüística: reflexão do código;
    -> Função poética: foco na mensagem (assonância, etc).
    OUTRAS TEORIAS DE GÊNERO:
    è Bakhtin: defende que todas as atividades humanas são envoltas por linguagem;
    è Jean-Michel Adam e Ute Heidmann: O Texto Literário; dizem que deviam ser trabalhados primordialmente os efeitos de genericidade (autoral/leitoral/editorial). Gêneros diversos assim como as práticas discursivas.

  • @juniorcastro7089
    @juniorcastro7089 3 ปีที่แล้ว +1

    Olá professor, ótima explanação sobre a historicidade dos gêneros literários, principalmente, quando faz a diferenciação do conceito de gênero por traços estilísticos proposto por Anatol Rosenfeld. Essa busca tripartida clássica é essencial para entendermos hoje a concepção dos estilos e suas ramificações e nos processos de hibridação. Essa evolução até Hegel com a colocação da lírica é fundamental para os estudantes de letras uma vez que, na poética clássica aristotélica, há divisão na épica (narrativa em versos) e no dramático (tragédia e comédia) e os ditirambos.

  • @thaisrodriguesnoibauer8824
    @thaisrodriguesnoibauer8824 4 ปีที่แล้ว +2

    O conteúdo apresentado ao longo desse vídeo me fez refletir no que é mostrado e cobrado aos estudantes do ensino médio, aprende-se os gêneros literários, os traços estilísticos e as funções da linguagem, mas o que não é ressaltado é a construção dessas matérias ao longo da história da humanidade, processo o qual envolve importantes filósofos e estudiosos, o que também retrata a interdisciplina entre a filosofia e a literatura, comprovando que os assuntos humanísticos andam juntos e não devem ser tratados de forma isolada. Nessa perspectiva, é notado o descompasso do ensino brasileiro que desconecta as disciplinas e faz com que os alunos decorem os assuntos, não os entendendo na origem e na essência, o que inclusive torna a abordagem desse curso ainda mais rico e importante. Gostei bastante da diversidade de pensamentos apontada, mostrando diferentes pontos de vista, sinto-me cada vez mais envolvida no tema. Excelente trabalho, obrigada!

  • @claudiohenriqueclaudio9626
    @claudiohenriqueclaudio9626 4 ปีที่แล้ว +1

    Boa tarde professor! Suas aulas são muito esclarecedoras. Muito obrigado! Meu nome é Cláudio Henrique do Nascimento.
    Os gêneros literários não devem ser seguidos como caixinhas, sendo que a escrita é dinâmica. É evidente que a base e suas características intrínsecas devem ser seguidas, respeitando e valorizando o que ficou estabelecido ao longo dos anos e dos séculos. Entretanto, a escrita precisa fluir e não pensarmos na superioridade de um gênero literário em relação a outro.
    O texto não necessariamente pertence a um determinado gênero, pois os gêneros são dinâmicos e podem ser modificados de acordo com a relação que este tem com o leitor que podem ser pela experiência de vida, econômica e cultural. Além disso, de acordo com ADAM e HEIDMANN "as práticas discursivas são muito diversas". Como exemplo temos "Os Sertões" de Euclides da Cunha. A literatura moderna e contemporânea seguem um novo padrão de dinamismo em que questiona-se as fronteiras entre gêneros tradicionais. De acordo com Bakhtin, "todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem".
    Logo, a escrita, a estória que se quer contar, a comunicação é que precisam ser de qualidade para que atinjam ao leitor e o faça refletir e questionar acerca da vida.

  • @bibinascimento3191
    @bibinascimento3191 3 ปีที่แล้ว +1

    Ei professor, obrigada pela aula! O que mais me chamou a atenção foi a distinção entre épico, lírico e como isso está embutido em conceitos que a gente já viu, mas não nesta abordagem. Na escola, eu tive uma ideia de épico, por exemplo, muito superficial e sem nexo com outros fatores que eu já tinha visto. Porém sendo representada a partir de obras muito clássicas e antigas, como Platão, fica mais aproveitável o conteúdo. Outro fator, mais pro final do conteúdo de hoje, foram as funções de linguagem de Jakobson. Na escola, novamente, nós vemos mais como um conteúdo corriqueiro. Nos cursos, como foi o caso dessa aula, eu vejo como está atrelado ao que lemos, às produções literárias etc. Nada é por um acaso, mas sim calculado com base em estudos linguísticos e traçoes linguísticos também. Muito bom ir evoluindo nos conceitos e todos se encaixam de forma natural e expontânea. Por fim, percebi que, muitas vezes, tentamos suprimir um conceito unindo tudo nas mesmas bolhas, mas isso faz com que haja a perca de um efeito único de um significado mais sigular ainda. Como é o caso do conceito de drama.

  • @EvelynFSPaula
    @EvelynFSPaula 4 ปีที่แล้ว +1

    Boa noite, professor. Obrigada pela aula.
    Apesar de tripartidação clássica dos gêneros literários eu as vezes percebo que realmente a literatura, como um "ciência social", por se tratar muito da relação entre pessoa (autor) e mundo (sociedade), como Clarice, Machado de assim e Virgina woolf, questionando traços antigos e rompendo fronteiras. Dessa forma é muito complexa e relativa, como explicado na primeira aula, então pra mim, apesar de compreender importância e as raízes históricas e compreender que realmente a separação por áreas facilita o estudo, gosto de pensar que não seja resumido a somente essas áreas, ou que elas não podem se interligar ou se complementar, afinal uma obra tem mais de uma interpretação.
    Pois, como dito essas características não são exclusivas, porém, preponderantes
    O estudos dos gêneros e das funções me fez perceber que apesar das "caixinhas" existentes para classificar cada tipo de escrita em um padrão a língua é rica e os autores brincam muitos com a complexidade da língua, afinal a língua é viva e uma ferramente social.
    Evelyn Ferreira. Aluna Letras 1 período.

  • @matheusa.c.c.8370
    @matheusa.c.c.8370 4 ปีที่แล้ว +1

    Inicialmente, quero agradecer pela aula que, desde o primeiro momento, transcende o estudo específico dos gêneros literários e nos apresenta uma lente nova para ler o mundo. Como sou irremediavelmente teatreiro, o estudo da obra do Rosenfeld me é muito caro e próximo - então não consigo evitar a felicidade que é ver mais sobre essa contribuição magnífica para as Letras.
    A ideia de um texto/enunciado que abriga em si potencialidades de gênero, e, finalmente, do resultado do jogo AUTOR-LEITOR-EDITOR-CONTEXTO, é muito fascinante e animadora. A forma como um gênero literário é reconhecido ou lido ao longo dos contextos de tempo e espaço é uma das expressões dessa ótica relacional acerca da Literatura que nos foi apresentada na primeira aula. Belíssimo arremate para esse raciocínio iniciado lá no comecinho.
    Ainda, preciso mencionar a importância que é perceber como a literatura e suas classificações foram lidas através dos tempos. Essa genealogia dos estudos de gênero é um caminho para uma gradual complexificação do conceito, e ainda um caminho para, como você mesmo disse, evitar perspectivas estanques e essencializantes. A relação entre tradição, gêneros outros do discurso e regimes de generalidade realmente elucida e estimula qualquer pensamento acerca dos textos que lemos. Um abraço, professor!
    PS: Gostaria de agradecer muito, também, pela disponibilização da sua dissertação! O tema me interessa MUITO.
    PS²: A fala sobre a literatura dramática como sendo naturalmente incompleta dá pano pra manga pra mais de metro! hahahaha é uma discussão muito profunda e rica.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Caro Matheus, fico muito feliz por tudo o que você relaciona em seu comentário. Um forte abraço, meu caro! E boa continuação das leituras e reflexões!

  • @juliarocha1712
    @juliarocha1712 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá, Rafael! Gostei bastante do material exposto na aula. Confesso que, ao menos pra mim, é um conteúdo um tanto complexo, pois são muitos conceitos e muitas definições. Mas você expôs de uma forma bem didática e simples, então facilitou o entendimento. Agora, no período emergencial que está sendo oferecido pela UFRJ, estou cursando a disciplina de Poesia Portuguesa III e o professor está revisitando esse mesmo conteúdo de gêneros literários, pois estamos iniciando a leitura de Os Lusíadas. Percebo que sempre que vamos estudar Camões na academia, é necessário revisitar a tradição para compreender suas obras mais a fundo. Estamos, inclusive, trabalhando com um material do Rosenfeld (que eu ainda não li, mas com certeza sua apresentação vai me ajudar muito no entendimento). Muito obrigada pelos materiais, o curso está sendo muito proveitoso para mim!

  • @tiagodieguez7813
    @tiagodieguez7813 3 ปีที่แล้ว

    Gostei muito das categorias de Adam e Heidmann sobre os regimes de genericidade, essa plasticidade que os enunciados podem assumir a depender de fatores alheios à sua própria essência. Não conhecia esses autores e foi bem interessante agregar essa ideia ao que Bakhtin propôs. Um exemplo que lembrei logo foi a Carta de Caminha, que acabou sendo relida através de uma chave literária, embora não tenha sido escrita para esses fins e não tenha sido encarada como literatura em sua época. Já outra questão que me chamou a atenção foi o fato de muitas ideias do senso comum encontrarem raízes em teorizações mais antigas. Como é curioso perceber, por exemplo, que ainda hoje vemos muito a ideia de uma poesia sustentada pela emoção e pela expressão da subjetividade, como, de certa forma, aparece na teoria de Hegel. Já estamos há 100 anos das vanguardas e ainda hoje suas ideias sobre arte podem chocar muita gente que espera, nela, os mesmos ideais do placere e do docere, ou então veem na expressão artística a expressão de um gênio criador do Romantismo.

  • @erictempestaa
    @erictempestaa 4 ปีที่แล้ว

    Olá professor. Sou Eric, estudante do 1º período de Letras da UFMG.
    Estudo dos gêneros literários. Platão foi quem primeiro esboçou uma teoria dos gêneros literários, dividindo a poesia em três formas: narrativa, mimético e mista. Aristóteles remonta sua teoria de forma bastante semelhante a Platão, dividindo também a poesia em três formas. Hegel, a partir de sua dialética, separa os gêneros em três: épico (tese), lírico (antítese) e dramático (síntese). No que se diz respeito ao significado substantivo dos gêneros, Lírica se diz de todo poema menor sem personagens nítidos, Épica se diz de toda obra maior que um narrador apresenta um personagem, e Dramática se diz de toda obra dialogada atuada por personagans. No que se diz respeito ao significado adjetivo dos gêneros, cada gênero contém traços estilísticos adequados de forma individual, também comungando de traços de outros gêneros. Os traços estilísticos da épica são objetividade, exterioridade, participação indireta do narrador, linguagem lógica, maior extensão, interesse pelo passado. Os traços estilísticos da lírica são subjetividade, interioridade, participação do eu lírico, expressão, brevidade, interesse pelo presente (atemporal). Os traços estilísticos do gênero dramático são objetividade, exterioridade, narrador ausente, apelação, linguagem dialógica. No que tange uma comparação entres os gêneros, Rosenfeld diz não haver superioridade ou inferioridade entre eles, apenas diferenças. De forma a suplementar o estudo dos gêneros, Jakobson separa as funções da linguagem em seis: referencial, expressiva ou emotiva, conativa, fática, metalinguística, e poética.

  • @biancagomes3834
    @biancagomes3834 4 ปีที่แล้ว +1

    Como tão bem salientado pelo professor no vídeo, é interessante e instigante refletir sobre os gêneros literários a partir de Platão e Aristóteles, no que tange a tentativa de contribuir grandemente com os estudos dos textos. Em relação a não sobreposição de um gênero a qualquer outro, como bem mencionado também, demonstra a relevante e necessária lacuna entre os gêneros e reforça o universo múltiplo da Literatura que tanto me apaixona. A amplitude das possibilidades que dialogam com a linguística, a filosofia, a história, entre outras, denunciam a pluralidade do disforme de onde talvez a Literatura como um ser vivo se resvale.

  • @pistaaudio1
    @pistaaudio1 4 ปีที่แล้ว +1

    Aquilo que me parece mais fundamental para pensar os gêneros é esse ponto de Adam e Heidmann: são categorias dinâmicas em variação. Se tentamos cercear demais o gênero, é inevitável que ele irá escorrer por entre nossas mãos: sempre haverá exceções, transformações e brechas. Operar em categorias muito fixas depende de uma tomada essencialista da literatura e do texto. Como vimos nas outras aulas, isso significa ignorar a inserção social da literatura, que é viva, dinâmica e se transforma conforme a época, o lugar e o leitor. Essa discussão me fez lembrar de um livro que acabei de ler, chamado 10:04, de Ben Lerner. É um bom exemplo de como o gênero se transforma não apenas no tempo e no espaço, mas numa única obra. Na história, escrita em primeira pessoa, acompanhamos um escritor que precisa escrever um romance. Ele mora na mesma cidade e parece ter a mesma idade de Lerner. Ao longo do livro, acompanhamos páginas do que seria esse romance sendo escrito, que aos poucos se misturam com o próprio romance de Lerner. Vários casos vão sendo contados, e não sabemos se são invenção, se aconteceram com Lerner ou com alguém que ele conhece. Ao final, é uma autoficção, uma ficção, os dois? Não dá para saber. Esse recurso não é novo na literatura, mas achei interessante que a brincadeira com o leitor e os recursos para jogar esse jogo dão a tônica da obra. Obrigado pela aula e pelo curso, que está muito interessante!

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Interessante e bela ilustração do que discutimos, meu caro. Não conhecia o romance... Obrigado !

  • @maicris4019
    @maicris4019 4 ปีที่แล้ว +1

    Assim que começou a falar sobre os gêneros, passei a pensar nas obras que tinha lido recentemente (reflexão por você proposta ao final do curso). Ontem tive uma aula na disciplina de Teorias do Gênero Poético (atualmente faço Doutorado) e a professora fez uma análise do poema O fotografo, de Manuel de Barros. É um metapoema, que de forma muito graciosa, fala sobre a captura pelo poeta daquilo que é essencial. Sugiro a leitura aos colegas de curso, vez que meu comentário é deveras suscinto e não abarca a qualidade do trabalho realizado pelo poeta.
    É muito construtivo fazer esse diálogo das aulas que assisto com as por você ministrada. Inclusive, o material disponibilizado tem sido de grande valia para complementação de alguns dos conteúdos, razão pela qual indiquei aos meus colegas de sala que assistam ao seu curso. Parabéns pela iniciativa, bem como pela qualidade de suas aulas.

    • @maicris4019
      @maicris4019 4 ปีที่แล้ว +1

      Aproveito para acrescentar que dei início a sua playlist "Entre os gregos e nós", excelente material!

  • @hebertejulio8607
    @hebertejulio8607 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá, Rafael. Primeiramente quero te agradecer por estar disponibilizando vídeo-aulas tão didáticas sobre teorias de Literatura. Nós, estudantes de Letras da UFMG, passamos tão rapidamente por essas questões nos 2 primeiros semestres que é um alento poder revê-las pra subsidiar nossas leituras nesta quarentena.
    A discussão sobre gênero me causa certo estranhamento quando visa tentar classificar e enquadrar obras literárias, pois me parece criar regras. Nesse sentido, fico mais confortável com o pensamento de Rosenfeld sobre a ideia de que em toda obra literária conterá, em maior ou menor grau, todos os gêneros.
    Recentemente li "O Arco e a Lira" do poeta e teórico Octavio Paz e ele traz boas reflexões sobre gênero na poesia e mesmo noutras formas literárias. Paz problematiza essa questão de gênero, chegando a dizer que classificar não é entender, mas violar a pluralidade de uma obra. Já Kate Hamburger, cuja obra "A lógica da criação litérária" eu tenho estudado para fins de comparação com as ideias de Paz, segue uma linha hegeliana (tese-antítese-síntese) e categoriza em gênero, com certo rigor, a poesia.Em determinado momento, Hamburger faz uma análise muito interessante sobre até que ponto os Salmos podem ser classificados como gênero lírico, uma vez que a objetividade e subjetividade desse tipo de literatura estão relacionados ao contexto, ao sujeito e objeto do enunciado.
    Trouxe esses dois pensadores para observarmos como a Literatura é plástica e vem sendo problematizada ainda em tempos modernos. Não há um consenso nem exatidão. E aí volto ao seu primeiro vídeo sobre a discussão do que é Literatura e a resposta, paradoxal em meio a tamanha pluralidade que cerca o assunto, é individual.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Excelentes referências, Heberte! Muito obrigado! Paz e Kate Hamburger são nomes importantes nessa discussão toda. Os gêneros literários na Antiguidade são um caso à parte (como os Salmos que você citou) pois entra ainda a questão da ocasião de performance, o público presente, o acompanhamento musical, o metro... Características fundamentais pra se definir um gênero por lá (e já não tanto pra nós, pelo menos na literatura). Um forte abraço!

  • @user-zu5jv6qm1m
    @user-zu5jv6qm1m 3 ปีที่แล้ว

    Olá, professor!
    A cada nova aula que assisto, a imagem que tinha de literatura e de seus estudos vai se transformando completamente. Antes, tinha uma visão da literatura como um conceito bem fechado. Mas, conforme aprendo mais neste curso, percebo que nada é tão absoluto, a exemplo dos gêneros literários, abordados aqui. É muito interessante pensar os gêneros como algo não fixo, ou seja, que pode mudar a depender de seu tempo, seu contexto e seus leitores, o que só comprova mais uma vez a vastidão dos estudos literários, e o porquê de haver tantas discussões, questionamentos e até mesmo divergências em torno das teorias (assim como se observa em outras áreas do conhecimento). E essa visão mais ampliada, que não segue definições únicas e imutáveis, permite-nos sair de um pensamento muito simplista, como se a classificação bastasse por si só - o que aliás tornaria as discussões "mecânicas" e sem propósito.

  • @elaineoliveira6367
    @elaineoliveira6367 4 ปีที่แล้ว +1

    O vídeo nos mostra um panorama, muito bem apresentado, sobre o desenvolvimento de teorias acerca dos gêneros, a princípio literários e depois, discursivos. Percebe-se que toda teoria faz sentido por determinado tempo e que, posteriormente, é melhorada por diversos estudiosos, sejam eles filósofos, linguistas ou literatos. Vale salientar que a teoria anterior, servindo como base, sempre alimentou as demais ainda que apenas para contradizê-la. Dessa forma, para nós, hoje, é muito mais fácil nos identificarmos com as teorias mais atuais, uma vez que elas representam com maior propriedade a nossa realidade. Outras teorias ainda surgirão, assim como muitos gêneros, mas não podemos nos esquecer da contribuição de cada uma delas, cada uma a seu tempo. Destaco ainda, as especificidades de cada gênero como bem determina Jakobson ao se referir às funções da linguagem, afirmando que todo texto seria dotado das seis funções abordadas por ele, destacando porém, uma sobre as outras. O que me ocorre também ao que dizem Fiorin e Platão ao afirmarem que "todo texto é argumentativo porque todos são de certa maneira persuasivos". O que me faz refletir que mesmo com os "Efeitos da Generecidade" e da "Heterogeneidade Genérica", abordados por Adam e Heidmann, com os quais concordo totalmente, haverá sempre um ou alguns elemento(s) chave(s)que determinará(ão) o gênero no tempo e no espaço.

  • @tiagomelo5761
    @tiagomelo5761 3 ปีที่แล้ว +1

    Ei, professor! Mais uma excelente aula! Não conhecia a ideia hegeliana que põe o gênero dramático como síntese dos líricos e dramáticos. Tentando aplicar o que foi exposto na aula, percebo que, na minha experiência como leitor, momentos que mais me chamaram a atenção em determinadas obras foram justamente os de uma certa mistura de gêneros, como a lírica do discurso de Aquiles, no Canto IX da Ilíada, ou os solilóquios que inundam o drama Shakespeariano. Isso nos faz perceber o quanto, apesar de firme, os gêneros literários são flexíveis.

  • @caiohenriquedasilvamiranda5563
    @caiohenriquedasilvamiranda5563 4 ปีที่แล้ว +1

    Essa aula foi muito esclarecedora. Os gêneros não são cristalinos, nem faz sentido que sejam, porque existe inúmeras práticas discursivas e os gêneros "são tão diversos quanto as práticas discursivas". Isso parece que ilumina bastante a literatura moderna. Por isso gostei de como isso aparece no mencionado significado adjetivo, que detecta os traços estilísticos presente nas obras para além dos traços do gênero a qual pertence. Obrigado por mais uma aula, professor!

  • @lucastsuruda925
    @lucastsuruda925 4 ปีที่แล้ว

    Bom dia, professor! Nos meus estudos, fui introduzido brevemente a poética clássica nos meus estudos, mas nos teóricos citados tive estudos com mais profundidade nos gêneros do discurso de Mikhail Bakhtin e talvez por isso acho que em suas obras, os gêneros possuem uma relação mais significativa comigo e com o mundo. Vejo que por mais importante e inovadora, a poética clássica torna-se mais como um eco do que as vozes que regem o mundo moderno ou pós-moderno, dadas as transformações que nos levaram a ser chamados de clássicos a modernos, ou pós modernos, temos grandes mudanças no modo de pensar, se relacionar e consequentemente escrever. Acredito que manter uma divisão em três pontos pode ser limitada, observando que, em primeiro lugar, a literatura tende a fugir da teoria, dificilmente ela ficará atada as três caixas que a escolhemos, podendo ruir o concreto e florescer como o dente-de-leão, podendo em movimentos como se fundir a outros gêneros e criar novos gêneros, deixar datado as três definições. Por outro lado, temos a linguística também apontando para esse caminho, visto na questão da amplitude de heterogeneidade genérica a relativização do olhar das três caixas. Gosto da definição bakthiniana de gêneros do discurso como um enunciado relativamente estável que se muta de acordo com a sociedade, em questões de espaço-tempo, pois se aproxima muito da definição de literatura dada pelo senhor na primeira aula, compreendendo suas mais diferentes formas ao longo da trajetória humana, sendo abrangente e pouco, senão nada excludente.

  • @isabelsantos4430
    @isabelsantos4430 4 ปีที่แล้ว

    Boa noite professor! Refletir sobre a teoria dos gêneros literários é um exercício muito importante para os profissionais da Letras. Entender a contribuição importantíssima que Platão desenvolveu a cerca de descrever os gêneros textuais, naquele contexto histórico, faz se bastante necessário para o entendimento de como se construiu o estudo destes gêneros. Como recentemente li A república de Platão, após a explicação de sua aula aqui, entendi como se dá a sua escrita, ou seja em fórmula de diálogo, porém para nós que estamos neste início de entendimento da literatura não conseguimos fazer esta reflexão sem a ajuda de um professor. Interessante observe que a tipologia básica apresentada por ROSENFELD diz não ter superioridade entre os diferentes gêneros literários, mas sim diferenças.

  • @hellensilvadossantos1367
    @hellensilvadossantos1367 4 ปีที่แล้ว +1

    Com essa aula meu entendimento desse assunto (de maneira geral) foi bastante aclarado e agradeço muitíssimo por isso, o curso todo tem me sido ótimo nesse sentido.
    Até então ainda não sou possuidora de um conhecimento profundo da área da letras, por ser caloura do curso, mas até então penso que tudo que toca a linguagem (e a língua) pode se amparar em outras coisas que também toquem tudo isso, assim concordo com a questão apontada sobre a oposição feita entre linguística e literatura.
    Certa vez ouvi de colegas veteranos em uma conversa sobre linguística que apesar de muitas ciências já se valeram da linguística, esta ainda não o faz tão profundamente quanto pode, talvez por ser tratada como ciência mais recentemente, de certo modo, mas é claro que ainda há muito a se estudar, considerando que a língua é viva.

  • @marinasanches3219
    @marinasanches3219 3 ปีที่แล้ว

    Olá Rafael, adorei a aula de hoje. Tenho dois comentários para fazer que pensei enquanto assistia o conteúdo de hoje. Primeiramente, é muito interessante observar como que todo o nosso conhecimento e modo de estudo e abordagens dos estudos literários têm como origem pensadores antigos ocidentais. Isso não apenas ressalta a importância de estudarmos povos antigos como os gregos e romanos, assim como a literatura europeia que, querendo ou não, tem uma influência muito forte no que criamos ainda hoje, para termos melhor compreensão das teorias contemporâneas. Estar atento a este aspecto é essencial quando tratamos de crítica literária, principalmente para quem pretende ou se interessa por estudar obras ocidentais. Aqui retornamos ao ponto abordado nas aulas anteriores, sobre a importância do contexto na hora da crítica e da análise. Além disso, a compreensão da volatilidade, por assim dizer, das definições de gêneros e das obras literárias é fundamental para este campo de estudo.
    Seguindo para o próximo ponto que gostaria de comentar, que diz respeito à conexão entre literatura e linguística. Como havia comentado em uma das aulas anteriores, meu objeto de estudo da monografia foi o autor Tolkien, e um artigo que abordava o gênero contos de fadas. Acredito que seja por isso que, para mim, é inevitável criar uma conexão com as coisas que estudei recentemente e o conteúdo abordado hoje. Tolkien comenta sobre como a língua é importante para a criação da literatura e dos gêneros literários, principalmente por causa do teor criativo que a literatura carrega. O uso da língua, a escolha de palavras, a estrutura de um texto, entre outros aspectos, têm uma influência direta sobre a mensagem a ser passada por uma obra literária. É interessante e importante observar o aspecto linguístico de uma obra literária na hora de interpretar ou criticar a obra em questão, exatamente porque essas escolhas são feitas de maneira consciente pelo autor e possuem algum significado por trás delas. Claro, não é essencial estar consciente sobre todos os aspectos de um texto para que ele tenha significado para o leitor, e é possível estudar diversos aspectos de uma mesma obra. No entanto, acho que muitas vezes, quando falamos sobre estudo literário, este aspecto do texto é ignorado ou estudado de forma separada. Não faz tanto sentido, uma vez que a língua e os aspectos linguísticos de um texto deveriam complementar a obra, a interpretação, o conteúdo e as mensagens que o objeto de estudo passa ou intenciona transmitir.

  • @mateusferraz3363
    @mateusferraz3363 3 ปีที่แล้ว +1

    Boa noite, professor e colegas! Feliz em desfrutar de mais uma aula do curso. Com a discussão de hoje, fica cada vez mais interessante o aprofundamento sistemático e gradual das questões de literatura. Partimos do mais básico e primordial: o que é literatura; depois nos perguntamos sobre a sua utilidade; agora abrimos novas janelas, perspectivas, sobre como ela pode se destrinchar, se organizando em gêneros. Curioso como parece que sempre que discutimos literatura dependemos muito do ponto de vista de um autor, de um teórico, ou mesmo do contexto em que se dá a discussão. Foi o que me chamou atenção em todas as aulas até aqui, e é algo que me inquieta. Ao meu ver, há muita importância em sistematizar as produções literárias e, como foi feito mais modernamente, incluir todas as instâncias da discursividade humana. A partir dessa esquematização, podemos comparar, caracterizar e relacionar os gêneros e seus efeitos na sociedade, podendo, assim, levar a uma compreensão mais aprofundada. Nesse sentido, gostei muito do progresso da aula, vendo desde a antiguidade como essa discussão se inicia, observando sua evolução, levando a uma reflexão mais ampla de como esses conceitos afetam a nossa compreensão a cerca do próprio objeto literário e do conceito de literatura. O que fica é justamente o que o professor propõe ao final: ter um olhar mais atento sobre essa "malha" de gêneros que abriga toda obra literária, e promover esse olhar para o estudo da literatura.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว +1

      Excelente reflexão, Mateus. O curso foi de fato proposto no modelo que você delineia muito bem e eu tendo a concordar com o que você aponta sobre a incontornável questão de uma visada teorética... Nossos marcos inevitavelmente vão determinar nossa abordagem de certos fenômenos e, embora possamos mudar de marco, não acredito que podemos simplesmente tentar tratar "das coisas mesmas", abrindo mão das diferentes propostas de abordagem... É um bom debate. Obrigado pelas pontuações! Um forte abraço e até a próxima!

  • @nicolemello7183
    @nicolemello7183 4 ปีที่แล้ว

    Boa noite! Ótima aula. Excelente oportunidade de parar para estudar novamente e relembrar assuntos que são tão importantes, como os gêneros literários, a partir de outra perspectiva, além daquela que nos foi apresentada durante a formação na faculdade. Essa troca feita com estudantes de outras universidades só tem coisas boas a oferecer. Gostaria de ressaltar um ponto citado pelo professor, em que diz que a linguística e a literatura devem andar de mãos dadas. Esse é o pensamento que eu levo para a minha vida acadêmica, visto que é impossível separar linguagem e literatura. O ensino se dá de forma muito mais efetiva quando essas duas grandes áreas são ministradas em acordo e harmonia. O ensino de gramática também deveria seguir essa lógica, sendo apresentada aos alunos junto com uma fundamental contextualização da existência desses compêndios, unida ao ensino da variação linguística. Acredito que assim poderemos formar pessoas que consigam usar o conhecimento linguístico para realizar boas leituras, não só de obras literárias, mas também do mundo como um todo. Faço estágio em uma escola que consegue unir de forma eficiente o ensino da literatura e da língua, sem que uma das áreas seja minimizada, e a diferença na formação dos alunos é realmente evidente.

  • @lousadaamanda
    @lousadaamanda 3 ปีที่แล้ว +1

    Excelente aula como sempre! Sinto falta na Universidade do aprofundamento nesse tema de Gêneros Literários que considero necessário. A aula abordou primeiramente a ideia clássica de três formas de poéticas (narrativa, mimética e mista) e que, mesmo combatida, se manteve em essência. O filósofo germânico contemporâneo Hegel, desse modo, estabelece também três grandes gêneros literários: Épico, Lírico e Dramático, utilizando como fundamento o pensamento dialético da tese, antítese e síntese. A poesia dramática, em sua performance, seria então a mais sublime e perfeita delas, incorporando elementos das outras duas formas poéticas e superando-as. Uma valoração que não tem sentido nem verdade. O crítico e teórico de arte Rosenfeld defende que cada um dos três gêneros literários apresentam traços estilísticos fundamentais. A Épica apresenta como seus traços estilísticos fundamentais a objetividade, exterioridade, participação do narrador omnisciente, linguagem lógica, maior extensão e interesse pelo passado. Já a Lírica tem como traços estilísticos fundamentais a subjetividade, interioridade, participação direta do sujeito (eu-lírico), expressão, linguagem emotiva, brevidade, interesse pelo presente. A Dramática, por sua vez, possui a exterioridade da ação, ausência do narrador, apelação, extensão média e linguagem dialógica como seus traços estilísticos fundamentais. Não havendo qualquer tipo de hierarquia entre os gêneros literários. A partir dos elementos de cada gênero literário surge a indagação se os autores modernos se encaixam apenas em um dos gêneros ou misturam características deles? A literatura moderna se funda justamente na flexibilização das fronteiras desses gêneros tradicionais e é a partir daí que entram as funções da linguagem para entendermos o que está sendo de fato valorizado em um texto, visto que esse pode misturar diferentes gêneros literários e pode possuir até mesmo as seis funções da linguagem, mas serão essas valorizadas de maneira diversa a depender do interesse do texto.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว

      Excelente comentário, como de praxe, Amanda ! Obrigado por sintetizar de forma tão instigante aquilo que mais chamou sua atenção na exposição. É bom ter esse retorno... Um forte abraço e até a próxima!

  • @silasferreira618
    @silasferreira618 4 ปีที่แล้ว +1

    Bom dia/ Boa tarde/ Boa noite!
    Está aula foi muito interessante. Para mim que estou me familiarizando agora com o mundo da literatura, conhecer um pouco mais sobre a questão dos gêneros literários e como eles funcionam desde o seu surgimento é bastante esclarecedor.
    Achei muito pertinente quando o Sr. Falou sobre a importância de tomar cuidado com a forma de analisar os termos, pois diferentes autores têm diferentes perspectivas em relação ao mesmo termo. Com isso, é bastante valido ter em mente que cada autor adota suas características ao texto.
    Também achei muito pertinente quando foi abordada as teorias dos gêneros, deixando claro que não existem apenas uma teoria que analisa os gêneros. Existe, no entanto, uma heterogeneidade muito ampla neste aspecto.

  • @alissonbuggenhagen3491
    @alissonbuggenhagen3491 3 ปีที่แล้ว +1

    Boa tarde, professor. Adorei a aula!
    Acredito que Rosenfeld desenvolveu uma boa delimitação para os estudos dos gêneros literários, desse modo conseguimos enquadrar obras através de suas principais características. Contudo, a "genericidade" proposta por Adam e Heidmann sempre irá existir como uma consequência de fatores que influenciam a escrita, sendo: a personalidade do escritor, seus objetivos com a produção textual, bem como fatores externos da crítica de recepção, que de certa forma, ocorreu com Os Sertões de Euclides da Cunha, sendo encarado hoje como um romance, ensaio histórico ou um relato de caso.
    Gosto também de pensar, em partes, por um conceito de quebra de "regime estético", proposto por Rancière, na qual a maleabilidade de produzir gera uma obra mais única, rompendo com o tema e os modos de representação, aqui podendo surgir os textos vanguardistas dos modernos, mas que não deixam de ser romances ou poemas. E também, assim como o professor citou no vídeo, os casos dos escritos de Virgínia Woolf, Clarice Lispector e Machado de Assis.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว +1

      Excelentes reflexões, Alisson! De fato, compreender os gêneros de uma dada época é um primeiro passo importante para compreender a obra, mas é preciso estar atento para as transformações que mudanças de tempo e espaço implicam na leitura das obras. Um forte abraço e até a próxima!

  • @brendadossantoscerqueira9898
    @brendadossantoscerqueira9898 4 ปีที่แล้ว +1

    A priori, gostaria de deixar meus sinceros agradecimentos por essa belíssima aula! Professor, admito que tinha coisas que eu não lembrava e que também, agora, no final da graduação, consigo enxergar com outros olhares. Realmente os gêneros literários são muito importantes para a compreensão de uma literatura. O meu pensamento ao ler agora os textos (os li no 1 e 2 periodos da graduação) são totalmente diferentes, acredito que seja pela nova perspectiva acadêmica que tenho agora. Concordo totalmente com você, quando fala que a literatura e a linguística devem ser juntas para uma melhor compreensão do texto. Acredito muito que nós, estudantes da literatura e professores, poderíamos trazer para a sala de aula na faculdade essa elaboração, para assim, levantar essa construção ao ensino básico. Sempre percebi a importância da linguística dentro do contexto da literatura. Agora, principalmente, no gênero literário. Trabalhei durante 2 anos, a análise do discurso e por isso, eu não vejo como a linguística poderia ser excluída da literatura. Penso que é um grande grupo de estudos dentro de uma filosofia textual. O leitor e texto são os caminhos para a compreensão de como gêneros literários podem ser abordados de forma qualificativa. Portanto, cada gênero literário tem sua importância em diferente momento e diferente compreensão. Seja no texto, na atuação do teatro ou na fala.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Perfeito, Brenda! Penso como você! Literatura, filosofia, linguística, análise do discurso... Muitas são as áreas que se complementam numa abordagem complexa do fenômeno da linguagem humana. Um forte abraço!

  • @vivianecaroba6389
    @vivianecaroba6389 4 ปีที่แล้ว +1

    Nesta 3ª aula, o prof. Rafael discorre, mais uma vez de forma bastante didática e envolvente sobre a teoria dos gêneros literários, desde a Grécia antiga, com as teorias de Platão e Aristóteles passando por Hegel e Heidmann, até períodos mais atuais e suas influências na literatura, além da aplicação destas teorias dentro da obra literária sob um viés filosófico. A menção de narrativas como de Virgínia Woolf, Machado de Assis, Camões, Euclides da Cunha e outro, mostra claramente os estilos e a complexidade dos diferentes tipos de narrativa Como já comentei anteriormente, tenho certa dificuldade em estabelecer as relações da teoria literária, mas após a leitura de alguns textos propostos neste curso principalmente os de Rosenfeld e de Bakhtin além dos videos, estou melhorando bastante minha visão sobre esse assunto.Tenho percebido também a importância da aproximação de várias ciências, como linguística, filosofia, psicologia, análise do discurso, entre outras para uma visão mais abrangente desta temática.

  • @marialuizamarianosarmento4729
    @marialuizamarianosarmento4729 4 ปีที่แล้ว +1

    Excelente aula Rafael, realmente classificar os gêneros literários não é uma tarefa tão fácil, inclusive alguns gêneros são tão parecidos que eles se confundem na hora da classificação. Gostei muito de você ter citado o Soneto de Camões que inclusive foi trabalhado na aula de poesia, esse texto é tão lindo que inclusive Renato Russo misturou esse poema com o texto da Bíblia 1Coríntios 13 na música Monte Castelo. Tanto a música quanto os outros dois textos são muito lindos e apaixonantes. A literatura é tão linda e democrática que ele tem diversos gêneros e consegue atingir diversas pessoas com gosto completamente diferente. Eu particularmente gosto muito de romance e poesia e estou lendo muito nessa quarentena, principalmente os clássicos, um que estou lendo e estou gostando muito é o Madame Bovary de Flaubert que é considerado um livro polêmico na época. E eu acredito que dessa forma a literatura vai cumprindo o seu papel social e intelectual através dos diversos gêneros literários. Obrigada pela aula incrível.

  • @luizfernandodealmeidaneves74
    @luizfernandodealmeidaneves74 4 ปีที่แล้ว +1

    Excelente aula expositiva. A explicação sobre os gêneros do discurso foi bastante elucidativa. Eu tinha o conhecimento de que os gêneros eram tipos relativamente estáveis, segundo Bakhtin, mas ainda não havia compreendido o que isso realmente queria dizer. Reconhecer essa particularidade e saber que um texto ou obra pode conter mais de um gênero a depender das escolhas do autor auxilia bastante a compreensão da obra pelo leitor no seu processo de recepção. Não poderia deixar de elogiar aqui, o material disponibilizado para o download, são obras que devem acompanhar o discente de Letras ( e demais interessados) durante toda a graduação: BAKHTIN, JAKOBSON, ROSENFELD, leitura obrigatória, obrigado mesmo pelo generosidade em disponibilizar essas obras e tantas outras.

  • @amandagomes3817
    @amandagomes3817 4 ปีที่แล้ว +1

    Definitivamente uma aula completa! Vejo essa abordagem literária-linguística acerca dos temas que envolvem as Letras sempre muito vantajosa e enriquecedora. Estudar a temática dos Gêneros com base nessa "linha do tempo" dos Antigos aos Modernos, com tanta base teórica, é realmente muito pertinente. De todas as citações, com certeza a que mais me marcou foi "Não há qualquer tipo de superioridade ou inferioridade de um gênero literário com relação aos outros, apenas diferenças.". Isso porque vejo como perda de tempo e energia essa necessidade de sempre pôr algo acima do(s) outro(s) em vez de haver concentração na obra em si e nas mensagens que ela tem a passar. Por fim, ótima aula!

  • @naiaram.caixetagoncalves5383
    @naiaram.caixetagoncalves5383 4 ปีที่แล้ว +1

    Obrigada pela aula, professor Rafael. Concordo muito com a questão de não haver entre Literatura e Linguística uma oposição. Inclusive minha monografia na Pós de Linguística foi sobre "A importância do estudo de textos literários em aulas de Português". Sobre a questão de um mesmo texto poder ter características de vários gêneros, porém algumas seriam mais marcantes associada às Funções da Linguagem, em que há textos também com características de todas, mas com certa hierarquia a valorizar aquela que tem mais traços visíveis na obra, penso que, na Literatura Moderna, em Fernando Pessoa, por exemplo, é bastante difícil identificar qual prevalece mais, como no poema "Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?". Onde existem as funções poéticas e emotivas.

  • @Dedelilinda09
    @Dedelilinda09 4 ปีที่แล้ว +1

    Belíssima aula! A maneira como os gêneros textuais foram apresentados, sempre em uma dinâmica de construção e desconstrução de ideias, fez a aula ser cativante do início ao fim. Foi absolutamente incrível quando você falou do estudo de Jakobson "Linguística e Poética", ressaltou que a literatura e a linguísticas então a todo momento ligadas, e começou a relacionar os funções da linguagem com aquilo que foi exposto anteriormente. Sinto que a maior dificuldade no aprendizado da linguística é justamente o fato de que na maioria das vezes ela nos é apresentada à parte, sendo que estudá-la relacionando-a à literatura pode, além de ser mais fácil e até divertido, ser mais engrandecedor. A língua, a literatura, a linguística... são coisas fluídas e que, dentro de suas próprias estruturas, se relacionam entre si e rompem aquilo que é considerado a norma - e isso você deixou bem claro no vídeo quando fala do significado adjetivo dos gêneros e cita Rosenfeld: "No fundo, porém, toda obra literária de certo gênero conterá, além dos traços estilísticos mais adequados ao gênero em questão, também traços estilísticos mais típicos dos outros gêneros." Essa discussão logo me lembra da minha série favorita de livros, Desventuras em Série, de Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel Handler) que nos apresenta um narrador onisciente, consciente de tudo aquilo que já aconteceu, está acontecendo e vai acontecer com os personagens tanto externamente quanto internamente, mas que é, ele mesmo, uma espécie de personagem, enchendo a narrativa com sua personalidade e dando dicas de suas próprias vivências. Em relação ao gênero dramático, gostaria de lembrar que muitas peças faziam (e algumas ainda fazem) uso do Coro que, na ausência de narrador típica do drama, cumprem o papel de personagens comentadores e acabam preenchendo o certo vazio que o narrador deixa. É essa gigantesca capacidade de adaptação que me mostra todo o potencial que a literatura tem de ser livre. Obrigada pela aula, professor!

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Cara Déborah, obrigado por compartilhar suas observações aqui conosco. Esse trabalho conjunto de linguística e literatura pode ser muito rico de fato. E é importante lembrarmos sempre quem conseguiu desempenhar isso bem, como o Jakobson. O que você traz da sua série de livros e dos coros dramáticos ilustra muito bem a exposição. Um forte abraço!

  • @libiamelo3673
    @libiamelo3673 3 ปีที่แล้ว +1

    Boa tarde professor!
    É interessante notar como existe uma relação direta entre os gêneros literários e a definição da literatura.
    Em minhas aulas sobre introdução a teoria da literatura, vi que a classificação do discurso pode revelar que gêneros como o romance, o poema e a peça, bem como classes de discurso de literatura, publicidade e acadêmicos, apesar de serem todos classes distintas de discurso, estão em níveis diferentes de abstração.
    Assim pode se dizer que a questão da definição de literatura acaba por se relacionar aos gêneros literários dos quais a literatura é abstraída, ao mesmo tempo em que o estudo dos gêneros literários e da literatura também estão conectado ao estudo de gêneros não-literários e outras classes de discurso. Muito bom!

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว +1

      Excelentes apontamentos, Líbia! Acho que é possível pensar nesses níveis de abstração pra refletir sobre essas formas de classificação dos gêneros literários e discursivos sim, a depender do que se quer encontrar e classificar com isso. Um forte abraço e até a próxima!

  • @mariatheresadeavila1550
    @mariatheresadeavila1550 3 ปีที่แล้ว +1

    Olá, professor. Primeiramente, agradeço pela aula! Foi muito interessante e esclarecedora. Gostei muito do comentário acerca da relação entre linguística e literatura. De fato, essas duas estão intimamente ligadas, a matéria-prima com que ambas trabalham é a mesma. Uma exerce grande influência sobre a outra, e isso fica evidente quando nos lembramos da existência de abordagens da literatura que colocam a linguagem como elemento principal quando pretende-se analisar uma obra literária, ou do papel da linguística nas discussões a respeito da mímesis. Ademais, achei bastante interessante a questão da possibilidade de mistura de gêneros, que gera novos gêneros. Me lembrei do autor Truman Capote, que categorizou o seu livro A Sangue Frio como um "romance de não ficção". É incrível como o romance é um gênero flexível, que dá ao autor uma grande liberdade para inovar e experimentar.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  3 ปีที่แล้ว

      Como sempre, Maria Theresa, excelente comentário ! Muito bem salientada a relação entre literatura e linguística, por um lado, e a plasticidade do romance, por outro. Um forte abraço e até a próxima!

  • @alirisportoalegredossantos1085
    @alirisportoalegredossantos1085 4 ปีที่แล้ว +1

    Este vídeo foi excelente. Primeiramente pelo claro resgate dos conceitos clássicos de gêneros e a "viagem" até a modernidade. Para mim a discussão entre a Linguística e a Teoria Literária foi muito a propósito porque esses estudos se complementam, já que ambos são expressão do pensamento de uma época, de uma sociedade, de um indivíduo. A genericidade deitou muitas luzes sobre as questões tratadas, bem como o sentido dos textos de época para época, muito importante para os leitores, pois livros com Dom Quixote continuam encantando e fazendo pensar. Certamente, poderei agregar novas reflexões às minhas leituras.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Obrigado pelo comentário, Aliris. Fico feliz de ver a síntese proposta por você a partir do que mais lhe chamou a atenção. Excelente! Um grande abraço!

  • @matheusleschnhak9265
    @matheusleschnhak9265 4 ปีที่แล้ว +1

    Achei muito interessante as explicações sobre os gêneros literários, as suas concepções e reformulações ao longo da história... A cada nova teoria, ia acompanhando e entendendo melhor (desde Platão e Aristóteles, então Hegel, de certa forma Rosenfeld, Jakobson, Bakhtin, Adam e Heidmann). Realmente, percebendo essas classificações (ou melhor, pertencimentos), entende-se de outra forma a literatura, como esse sistema complexo, dinâmico, inventivo e fantástico que é. E não apenas os gêneros da literatura, mas os gêneros do discurso também, as diversas instâncias de nossas vidas em que utilizamos a linguagem - em suma, analisando e estudando a literatura, ampliamos nosso entendimento sobre como percebemos e interpretamos o mundo. Com essa aula também compreendi melhor a literatura moderna, que de certa forma inovou e reinventou os gêneros literários, misturando-os e, em vários casos, resultando em obras de arte primorosas; e também as obras clássicas (como a Ilíada, que estou lendo no momento), pérolas de um mundo antigo que pouco a pouco venho desbravando.
    Um último ponto que chamou minha atenção foram os comentários em relação à união entre linguística e literatura, que, pra mim, até então, eram áreas com poucas possibilidades de intercâmbio visíveis. Não estou podendo ler toda a bibliografia, mas venho separando as leituras indicadas para um momento posterior. Se tiver alguma sugestão de leitura sobre a união citada acima, agradeceria bastante. No mais, obrigado pelas possibilidades de reflexão e conhecimentos!

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Caro Matheus, os trabalhos de Bakhtin, Jakobson, Jean-Michel Adam e Ute Heidmann já são um bom início. Não tenho mais desse material do que já deixei no drive, mas você certamente pode achá-los em bibliotecas e livrarias (quando a quarentena chegar ao fim). Todos trabalham nessa rica fronteira do que poderíamos chamar de "raízes filológicas". Um forte abraço!

  • @AnaPaulaOliveira-gq3oe
    @AnaPaulaOliveira-gq3oe 4 ปีที่แล้ว +1

    Discussão excelente! Aprender e entender a perspectiva dos antigos, mesmo que a partir da ótica de nossa época, é importante para que nosso conhecimento seja ampliado e que entendamos os percursos que as teorias tem ao longo da história. É realmente notável que existem conceitos clássicos que operam com precisão em nossos tempos, mas que por outro lado a renovação ou mesmo a superação e de alguns conceitos é necessária. Tenho me interessado muito por obras que extrapolam as formas de narrativa tradicionais e que flertam com a experimentação de narrar uma história de outros modos. E me parece que uma discussão importante nesse sentido pode ser a mescla da fotografia com o texto escrito. Me encanto pela forma que alguns escritores contemporâneos tem usado a fotografia mesclada ao texto ( seja romance, poesia etc) para criar uma obra com outras esferas de narração que incluem uma experiência visual para além da palavra. Noto que essas " transgressões" que fogem do que tradicionalmente vemos nos livros são um ambiente fértil de experimentação dos autores de nossa época, e que nos forçam a pensar e repensar nos moldes e categorizações que damos as obras e aos gêneros. Está sendo muito bom ter a oportunidade de pensar nesses conteúdos que você tem proposto, Rafael! Parabéns pela aula!

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Excelente reflexão, Ana Paula. Ainda retornaremos aos antigos "neles mesmos" com a Poética de Aristóteles. Sobre o jogo entre os gêneros, concordo com o que você diz: essa mescla é muito potente hoje e tem tudo pra ganhar cada vez mais força. Um abraço!

  • @wallaceferreira8870
    @wallaceferreira8870 4 ปีที่แล้ว +1

    Professor, ótima aula! Sou um recém formando do ensino médio e já vi esse conteúdo na escola porém de uma forma muito mais simples e menos abrangente, em geral, os professores do ensino médio e até mesmo de cursos pré-vestibulares mostram apenas conceitos (devido a vasta quantidade de matéria que deve ser dada até o vestibular).
    Essa aula me ajudou e muito a entender os conceitos com uma maior profundidade e até mesmo ter uma visão prática deles, o que sempre foi muito difícil para mim ao longo de meus estudos. O projeto está sendo de grande ajuda para mim e provavelmente também será para outros estudantes do ensino médio e pré-vestibulandos, Parabéns pela excelente iniciativa e didática.
    E eu acho incrível a interdisciplinaridade entre as matérias, em um curso que de extensão rural, o professor extensionista e o produtor rural, nesse caso, ressaltando os meios de comunicação mais eficazes para este profissional, bem como a forma correta de emitir a mensagem.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Caro Wallace, fico muito feliz que esteja gostando do curso. Pode ficar à vontade para compartilhá-lo com colegas ainda no colégio, pré-vestibulandos ou mesmo de faculdade. A ideia aqui é chegar ao maior número de pessoas mesmo com um conteúdo de qualidade. Um forte abraço, meu caro, e até a próxima!

  • @valferreira-portulitera7295
    @valferreira-portulitera7295 4 ปีที่แล้ว

    Olá, Rafael! Mais uma aula interessante. Vi que na suas referências, você trouxe Peter Szondi, e eu fui conhecê-lo por meio da professora Elen Medeiros, particularmente foi de grande importância para mim, pois pude conhecer um pouco mais sobre as teorias do drama moderno. Sua obra "Teoria do Drama Moderno" balizou, inclusive, os estudos de, por exemplo, Anatol Rosenfeld . Para Szondi, o drama moderno, surge a partir de uma crise em que se percebe que forma e conteúdo não mais se sustentam. Até, então, o texto e as ações se concentravam neles mesmos, não dando conta de abarcar nada que estava fora, ou seja, os conflitos se davam na perspectiva das relações intrasubjetivas, isto é, o texto dramático. Na linha do pensamento szondiano, pode-se chegar à conclusão de que a crise dramática se instaurou a partir do momento em que a estrutura formal dramática passou a questionar ela mesma. Sarrazac, também estudioso e teórico do drama moderno e contemporâneo, alargou as teorias szondianas na medida em que mostrou que a forma dramática fechada não dava mais conta de retratar o homem e seu contexto. A representação desse homem na sociedade, até por meio da mímesis, precisou romper a forma dramática que era organizada, fechada, até então. Outro aspecto com o qual concordo com você e, claro, com Anatol, é o fato de se considerar a mistura dos gêneros, visto que gênero puro não existe em si, nem mesmo uma superioridade de gêneros, e penso que a associação entre linguística e literatura, se fosse melhor trabalhada nas escolas, certamente faria com que nossos alunos desenvolvessem melhor suas habilidades no reconhecimento dos gêneros, não somente literários, e de suas funções comunicativas. Outro ponto valiosíssimo é sobre a teoria da comunicação, vejo que ao trabalhar as funções da linguagem, não somente nos textos literários, contribui muito em diversos aspectos, como na análise interpretativa de textos de diferentes gêneros, ou mesmo na produção textual desses gêneros. Um abraço, e até a próxima! Ass.: Valdirene

  • @arielregina4185
    @arielregina4185 4 ปีที่แล้ว

    Boa tarde, professor! Obrigada pela excelente aula. O formato da passagem dos slides e a câmera ao mesmo tempo ficou ótimo, acredito que seja o modelo mais semelhante a uma aula presencial e me ajudou a focar melhor nas explicações.
    Não tinha como eu deixar de comentar sobre a belíssima prova de redação do vestibular da Unicamp. Um comportamento muito perceptível dos estudantes, pelo menos onde fiz o ensino médio, é um certo temor dessa prova, causado pela falsa ideia de que teriam que “decorar” as “regras” de todos os gêneros. Ora, esse é um pensamento totalmente distorcido. Não há como decorar um gênero específico, precisamos primeiro reconhecer qual o objetivo daquele texto, quem é o receptor, qual o canal que vamos usar - e consequentemente, qual será o código - enfim, o esquema clássico das funções da linguagem. Geralmente o que alguns alunos fazem é encaixar esses elementos variáveis em um modelo de texto fixo, ao invés de moldar o texto de acordo com as variáveis, atendendo a necessidade daquele contexto específico. Afinal, usamos gêneros diversos em nosso cotidiano para entrar em contato com o mundo interno e adaptamos o gênero à mensagem, e não a mensagem ao gênero. Além disso, como montar um padrão para um gênero, se existem infinitos gêneros? Como reconhecer todos eles, e como sequer consideramos decorar uma estrutura fixa de cada um? Isso sem falar no contexto em que um estudante de ensino médio ou vestibulando está inserido. Enfim, não é plausível.
    Ainda dentro do contexto do vestibular, acredito que há uma certa obsessão - de certo modo, justificada - de estudantes e algumas instituições de ensino por redações "modelo Fuvest" ou "modelo ENEM", e não por dissertações argumentativas ou outros gêneros. Em geral, não absorvemos como trabalhar e moldar um gênero ao nosso favor, mas sim como encaixar a argumentação em um modelo de texto pronto e decorado. Essa acaba sendo a questão também que leva a muitos terem certo medo de qualquer coisa que fuja disso ou que não siga um padrão, como a prova da Unicamp. Infelizmente, o ingresso em uma universidade pública é permeado por questões como falta de tempo, competitividade, pressão psicológica, além dos privilégios de raça, classe, gênero, etc., o que dificulta ainda mais esse trabalho de desenvolvimento de práticas de escrita e interpretação com alunos de ensino médio.
    Abraço!

  • @esterlopes7806
    @esterlopes7806 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá, novamente. É bem intrigante entrar em contato com as grandes classificações herdadas da Poética Clássica e compreender como, apesar das revisões inevitáveis sofridas ao longo dos períodos, sua relevância é sempre evidente, visto sua permanência e indispensabilidade mesmo para negar muitos dos seus aspectos principais. A menção as funções de linguagem de Jakobson durante a exposição também me foi muito útil e possibilitou uma reflexão mais complexa e múltipla, facilitando o meu processo de compreensão das diferentes possibilidades de se pensar a classificação dos textos/discursos. É claro que a visão predominante atual é essencial para a análise de textos como os modernos e contemporâneos, que costumam demonstrar maior especificidade e exigem um contato mais livre com o objeto analisado, anterior a uma limitação interpretativa derivada da visão dos gêneros como moldes rígidos. Ainda não me sinto segura em aplicar as minhas reflexões ao ler uma obra, mas concordo que seja essencial, por isso estou tentando fazer esse exercício. Recentemente, li O Retrato de Dorian Grey, que me impressionou com seu forte senso estilístico (tem uma linguagem bastante autoconsciente, o que me parece uma característica comum de Wilde), também contendo elementos românticos, simbólicos e que despertam fortes sentimentos, que me leva a pensar na função emotiva. São funções comuns aos romances, pelo que entendi. Bom, foi o que consegui até o momento, hahahah. Continuarei tentando.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Excelentes reflexões, Ester! Você já tem todo o arsenal teórico para se lançar a aventuras críticas de forma consciente. Isso se nota pela forma como você se exprime e pelo que tem colocado desde o início do curso. Parabéns pelo esforço! Sou privilegiado de ter interlocução com você por aqui. Um forte abraço e até a próxima!

  • @alicesallas1885
    @alicesallas1885 4 ปีที่แล้ว +4

    Excelente vídeo, professor! A abordagem sobre a Teoria dos Gêneros, a partir de Platão e Aristóteles foi muito instrutiva e esclarecedora, é interessante com apesar de serem definições antigas, mantiveram sua influência sobre períodos posteriores. A visão de Hegel sobre o pensamento dialético em que a tese seria o formato de poesia Épica, a antítese seria a poesia Lírica e a síntese seria a união das duas formando a poesia Dramática é muito bem fundamentada, todavia, concordo com a visão de Rosenfeld, que acredita na poesia Dramática como algo novo que não pode ser comparada ou formada por outras poesias. Achei muito interessante também como cada gênero desempenha um papel único na obra causando no leitor diferentes impressões. Concordo com a questão levantada de que a linguística e a literatura devem andar de mãos dadas, devido aos mecanismos de funcionamento da língua, tanto escrita quanto falada, essa união contribui para que a aprendizagem aconteça de fato.

  • @nathaliarincon7706
    @nathaliarincon7706 4 ปีที่แล้ว +1

    Oi, Rafael. Mais uma vez, obrigada pela excelente aula! A conclusão da discussão foi excelente. Essa chave dos bakhtinianos sobre analisar a participação de um determinado texto nos diversos gêneros em vez de puramente decretar o seu pertencimento classificatório é interessantíssima. Acredito que só temos a ganhar com o trabalho conjunto e complementar entre a linguística e a literatura! E mais uma vez fica clara a importância de percebemos o texto também por meio dos agentes que o tocam, como é o caso de um editor e de um leitor. O exemplo de "Os Sertões" foi muito bom e didático. Me lembrou dos arqueólogos que usaram a "Ilíada" como mapa na busca da cidade de Troia (ou uma de suas versões). Outro ponto que gostaria de comentar é relacionado ao tratamento desses gêneros no espaço-tempo: a Lírica, por exemplo, foi cunhada no período-helenístico a partir dos filólogos que circulavam ao redor da Biblioteca de Alexandria, e que se referia aos textos acompanhados da lira (instrumento). Com o tempo ocorre a divisão entre épica, drama e lírica - como três grandes gêneros da poesia. A partir de meados do século XVIII, com a transformação daquilo que se entendia por literatura (e muito por influência do romantismo), a prosa assume um lugar importante dentro dos textos literários e a lírica acaba se tornando sinônimo de poesia no geral. A lírica se torna, portanto, uma espécie de híbrido textual. Logo, nem mesmo os gêneros "definidos" apresentam uma consistência exata sobre o que eles, de fato, representam! É interessante pensar nisso. Abraços.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Obrigado, Nathalia! Você é muito generosa tanto no elogio quanto naquilo que recupera em seu comentário. Excelente retomada dos pontos que mais lhe chamaram a atenção nessa exposição. Um forte abraço e até breve!

  • @isabellebalbi2905
    @isabellebalbi2905 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá professor.
    Nesta aula pudemos ver as diferenciações dos traços estilísticos dos gêneros literários.
    Vimos alguns esclarecimentos sobre esboços de caracterizações de gêneros literários, partindo dos fundamentos Antigos, depois Hegel, com as abordagens de três grande gêneros. Hoje não podemos colocar os gêneros em formas prontas.
    Assim como Aristóteles traz delicadamente a tragédia como superior a comédia, Hegel tem a concepção da forma dramática como superior a Lírica e a a Épica.
    Observamos que além dos traços estilísticos já designado aos gêneros, alguns, podem se misturar e assim, os gêneros Épico, Lírico e Dramático, podem ter características, ou traços de outros gêneros.
    Depois, partimos para um pensamento mais moderno, onde questionamos os estilos de gêneros com Bakhtin, Jean-Michel Adam e Ute Heidmann.
    Abraços.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Obrigado pelo comentário, Isabelle. Essa abordagem dos gêneros literários por diferentes modos tem o intuito de oferecer substrato para que vocês desenvolvam suas perspectivas próprias. Obrigado pelo interesse na proposta! E, como tenho sugerido para todo mundo, caso esteja com a disponibilidade, apareça para a live do dia 13/07 (segunda-feira), às 20h, aqui no canal. Pretendo falar sobre o que é o Apoio Pedagógico, o que foi o nosso semestre virtual e qual será a próxima proposta, além de estar aberto a comentários, perguntas, críticas e sugestões. Um forte abraço e até breve!

  • @robsonsilva7905
    @robsonsilva7905 4 ปีที่แล้ว

    Estou extremamente feliz com as aulas sobre estudos literários. Fazer comentários aqui é esta contribuindo de alguma maneira. Fico feliz está participando dessas aulas. As referências são incríveis, as abordagens sobre gêneros literários aqui expostas são importantíssimas, as aproximações com a poética, e os desdobramentos apresentados sobre gêneros é de interesse a todo estudante de Letras. O contexto histórico apresentando é muito rico, uma vez que Platão e Aristóteles são pensadores complexos e não podem ser interpretados sem levar em conta o contexto vivido por eles. Tenho muita apreciação sobre a perspectiva de Bakhtin com relação aos gêneros, mas, também acho interessante a problemática sobre a valorização dos gêneros e seus prestígios na Grécia Antiga. É de suma importância entender a Poética de Aristóteles e ver como as concepções de gêneros e suas tipologias foram avançando nas pesquisas. Desde os textos antigos a modernidade os gêneros literários ocuparam espaço na sociedade, a estética da recepção e concepções de formalismo já foram apontadas outrora. Embora, a aplicação dos termos da teoria dos gêneros são diferentes. Parabéns mais uma vez pela apropriação do conteúdo.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Obrigado pelos comentários e pelo envolvimento com o curso, Robson! A ideia é essa mesmo... Trazer referências diversas a fim de colocá-las em debate construtivamente. Um forte abraço!

  • @Alink3
    @Alink3 4 ปีที่แล้ว +1

    Boa noite professor, agradeço novamente pela aula. Parte do conteúdo deste vídeo tive em Teoria da Literatura 1, então já possuía algum conhecimento prévio e agora pude aprofundar mais. E também foi muito interessante a conexão durante a aula entre os gêneros literários e os conhecimentos de funções da linguagem. Concordo que tanto teoria literária quando linguística devem se complementar e se ajudarem no avanço das pesquisas.
    É curioso observar as diferenças nos pensamentos entre Platão, Aristóteles e Hegel. Nesta aula aprendi que para Hegel, o gênero dramático é o mais perfeito de todos. Ele disse: "o gênero dramático reúne em si a objetividade da epopeia com o princípio subjetivo da lírica". Seu ponto de vista difere de outros pensadores neste ponto, como, por exemplo, Rosenfeld.
    Rosenfeld disse também que um texto literário pode ser a mescla dos três gêneros literários (épico, lirico e dramático), não é necessariamente apenas um e dificilmente ela é uma obra"pura" . As classificações são artificias e não é raro encontrarmos uma peça de teatro com um monólogo apenas e obras do gênero épico com características líricas. É normal encontrar dentro de uma obra, características dos demais gêneros, como, por exemplo, em Shakespeare. Deste modo relacionando esse tópico com a linguística, Jakobson falou que um texto possui mais de uma função da linguagem.

  • @analuizaaguiar985
    @analuizaaguiar985 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá, professor Rafael! Gostei bastante desse formato da terceira aula, slide e vídeo ao mesmo tempo. O curso como um todo tem sido muito bom, pois não só tem trazido conteúdos novos (para mim) àquilo que é basilar na área de estudos literários, como também tem relembrado e, diria, até atualizado, certos pontos já vistos na disciplina de Introdução à literatura que cursei no primeiro período. A forma como você tem levantado as discussões difere bastante daquilo que vi na universidade - com certeza isso também diz respeito a mim, que tenho um olhar mais “amadurecido” agora, no sexto período.
    No texto, a diferenciação entre o significado substantivo e o significado adjetivo dos gêneros, apesar de parecer simples, me abriram um leque de reflexões - algumas delas até vinculadas à própria linguística de texto (inclusive, li há pouco o texto de Bakhtin, mencionado no vídeo, para estudar linguística!). Compreendi a crítica de Rosenfeld à concepção hegeliana, e também concordo com o fato de que não deveria haver uma “hierarquia” entre os gêneros; mas por não tê-la conhecido antes, achei interessante - embora acredite que no texto tenham sido trazidas de maneira mais sintetizada - a forma como Hegel separou as diferenças entre os três grandes gêneros.
    A discussão a respeito de gêneros é interessantíssima para mim, inclusive não só dentro da área de estudos literários: mais uma vez direcionando o conhecimento para a aplicação pedagógica, vejo aí uma possibilidade pertinente de explorar muitas questões, como o hibridismo de gêneros dentro da literatura e dos materiais de comunicação, por exemplo (p.s.: escrevi essa sentença no meio do vídeo, enquanto assistia, pois a reflexão me veio à cabeça, e agora vejo que você citou exatamente isso no final!). Concordo sobretudo com o seu apontamento sobre a importância de unir as áreas de literatura e linguística e fiquei bastante interessada na obra de Jakobson mencionada (a qual eu já ouvira falar), mas também principalmente pelas obras de Adam e Heidmann, desconhecidas por mim.
    A partir dessa reflexão final sobre examinar aquilo que lemos, só consegui pensar na coletânea que li há pouco da Hilda Hilst, o Pornô Chic. Fiquei verdadeiramente encantada com a forma que ela misturou os gêneros em um único enredo e manteve uma consistência narrativa impecável; daí a necessidade de termos a capacidade de perceber traços de diversos gêneros presentes em uma obra, e não classificá-la inteira em um único gênero.
    Por fim, digo que a aula foi muito esclarecedora e tenho gostado bastante de acompanhar o curso. Obrigada pela iniciativa, professor!

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Obrigado por compartilhar suas reflexões conosco, Ana Luíza! Hilda Hilst é um excelente exemplo de uma escritora genial nas fronteiras entre gêneros e estilos. Ela ilustra muito bem a dificuldade com que abordagens tradicionais e prescritivas têm para trabalhar com obras contemporâneas mais complexas... Precisamos, antes de tudo, compreender as obras e quem escreve em seus próprios termos antes de virmos com juízos como "é bom / não é bom".
      Fico contente que esteja gostando do curso. Um forte abraço!

  • @andremagri7661
    @andremagri7661 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá, Rafael! Obrigado por mais uma ótima aula.
    Embora tenha me licenciado em Letras, praticamente não discutimos poética clássica ou mesmo as suas perspectivas sobre os gêneros literários. É uma lacuna formativa que busco sanar sempre que possível, por isso aprendi muito com essa parte do curso. Os deslocamentos históricos e de sentido pelos quais as noções de épico, lírico e dramático passaram são muito interessantes e o modo como você apresenta alguns desses momentos é respeitoso e prudente. Fica claro pra gente que embora a modernidade tenha borrado as fronteiras da tipologia grega clássica, as proposições de Platão e Aristóteles continuam válidas, relevantes e em diálogo com séculos de conhecimento produzido após eles. Também foi interessante a crítica à forma essencialista, em alguma medida, como Bakhtin define a relação entre gêneros do discurso e enunciados. Não havia pensado desse modo até sua provocação. E, com base em Adam e Heidmann, faz muito sentido pensar em regimes e efeitos de genericidade dentro de cada ordem do discurso como uma saída criativa a essa perspectiva mais ontológica de gênero (literário ou não). O exemplo de "Os sertões" é muito acertado, assim como o de escritores de séculos passados que nos deixaram livros de memórias, autobiografias, cartas, diários, entre outros gêneros biográficos. Talvez esses textos, hoje transitando no duplo memória/ficção e com sua dimensão literária reconhecida, não tenham sido assim concebidos por seus/suas autores/as ou mesmo recebidos pela comunidade de leitores do seu tempo histórico.

  • @monica.santos
    @monica.santos 4 ปีที่แล้ว +1

    As propostas de categorização oriundas dos textos platônicos e aristotélicos, são um ótimo “começo de conversa” (para organizar nossa mente de iniciantes) e, de fato, são um princípio teórico que serviu de base para as perspectivas atuais (concordantes, discordantes ou expansivas). Nessa discussão, ao meu ver, o "pulo do gato", se deu na introdução das outras teorias dos gêneros, as de Jakobson e de Bakhtin; o que enriquece o diálogo, dilata a compreensão, desfaz amarras conceituais limitantes e proporciona uma análise mais "interrelacional". Durante a graduação tive contato com todas essas teorias e leituras, mas não numa proposta de aproveitá-las de modo integrado como foi colocado nessa vídeo-aula, levando à compreensão prática da propriedade flexível da literatura, nesse caso: teoria de gêneros literários + funções da linguagem + teoria de gêneros do discurso.
    Matutando durante esse vídeo, diversos questionamentos surgiram; alguns deles expresso aqui: Por que manter no estudo, de modo tão distante ou separado, questões teóricas que se “esbarram” ou existem de modo próximo? Por motivos didáticos? Essa, provavelmente, será uma das respostas; e não duvido que sim, não tenho dúvidas dessa necessidade. Mas até onde o argumento didático não começa a se tornar certo tipo de desculpa? Não sei. A leitura e teorização de tais fenômenos - de tão próximos que são, separados tão somente pelo tempo e por suas condições - parecem acontecer misturados. Não seriam, realmente, inseparáveis no texto em si, em sua construção (autoral, editorial ou leitoral) e constituição?
    Enfim, o pensamento ainda vai um pouco mais longe, mas paro por aqui, meio que em aberto.
    Termino agradecendo muito pelas sugestões de leitura e não só por elas, mas pela forma como as esclarece junto com as relações que constroem entre si em seu tempo e ao longo do tempo.
    Muito obrigada por nos presentear com um percurso explicativo coerente e esclarecedor.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Cara Mônica, muito obrigado por compartilhar conosco seu perspicaz comentário retomando a argumentação. Você concatena as referências de forma muito inteligente e fico muito feliz com isso: a ideia do curso é justamente a de suscitar uma reflexão em torno aos tópicos e aos textos a fim de que todo mundo se proponha a fazer isso que você fez aí tão bem. Um grande abraço!

  • @anapaulaviana7159
    @anapaulaviana7159 4 ปีที่แล้ว

    Olá, professor. Ótima aula! Achei muito interessante a questão das funções da linguagem de Roman Jakobson pois é algo que lidamos durante boa parte do ensino fundamental e médio porém nunca vamos a fundo. Gostei muito de entender melhor o significado e origem dessas funções e é impressionante que, de certa forma, ainda usamos ideias criadas por Aristóteles e Platão. É também interessante a forma que esses conceitos iniciais foram se modificando conforme as épocas mas ao mesmo tempo certa essência deles permaneceu. O amadurecimento dessas ideias é muito importante, principalmente na questão de que não há um gênero superior ao outro mas sim uma mistura deles muitas vezes. Obrigada pela aula!

  • @scarlletholiveira6172
    @scarlletholiveira6172 4 ปีที่แล้ว

    Olá, professor, boa noite! Mais uma vez agradeço pela aula, tem sido de grande valia o conteúdo. A respeito do tema desta da aula, voltada aos gêneros literários, pude observar o quanto a questão literária é permeada por debates que perpassam gerações e como as inquietações, seja por conceito, estilo, ou valores se fazem presentes em toda a temática. Nos vídeos anteriores, é possível observar, a princípio, o debate sobre o pensar literatura e a busca por definições e conceitos, a transposição de elementos formalistas, a adesão e aceitação do caráter histórico e social da literatura. Num segundo momento, discutiu-se sobre o papel e importância do ensino de literatura considerando suas possibilidades de abordagens e a contraposição entre o placere e o docere, e neste vídeo, sobre gêneros literários, percebemos através de Rosenfeld (2006), citado pelo professor, uma perspectiva de disruptura sobre as concepções dialéticas, que nos propõe pensar na importância de todos os gêneros literários, e não na existência de um específico que sobressaia aos demais, trabalhando incisivamente nos questionamentos voltados às tipologias. Nessa mesma perspectiva, é possível observar o movimento da literatura moderna a qual se fundamenta sobre os questionamentos das fronteiras existentes entre os gêneros textuais.Por fim, as outras teorias dos gêneros, discutidas no vídeo, que trazem consigo uma abordagem mais diversificada sobre os gêneros literários, voltadas às transformações das leituras, sobre sua dinamicidade, e etc, se assemelham ao que propõe Eagleton, como vimos no primeiro vídeo, cujo olhar para a literatura se volta para além do formal e estético, mas sim ao conjunto da obra, que engloba contextos diversos.

  • @isabelafigueiredo9916
    @isabelafigueiredo9916 4 ปีที่แล้ว +1

    Primeiramente, uma ótima aula, muito esclarecedora e didática! Sempre achei muito complexo essa classificação geral dos três gêneros -Épico, Lírico e Dramático-, uma vez que há uma gama de estilos de textos e representações, que em primeira vista não se encaixariam nessas formas. Contudo, é muito interessante a forma como essas divisões não são vistas de forma fechada pelos estudiosos, mas sim como um guia geral de identificação dos textos. No livro de Tzvetan Todorov, "A origem dos gêneros", há também essa discussão de como os gêneros são modelos de escritura para os autores, mas são também initerantes, a medida que as transgressões e enfoques do texto mudam. Além disso, acho de grande valor comentar a análise no final do vídeo, ao se discutir sobre as teorias de Adam e Heidmann, obsevando como a forma/gênero que uma leitura é apresentada ao leitor gera variações na forma como esse texto será lido e interpretado pelo público, de forma que percebemos a influência - mesmo que indireta - que as teorias possuem no nosso dia a dia.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Excelente lembrança, Isabela. O Todorov também é uma figura que circula bem entre literatura e linguística. Um forte abraço!

  • @anacarolinadasilvalopes5350
    @anacarolinadasilvalopes5350 4 ปีที่แล้ว +1

    Boa noite, professor! confesso que ainda não consigo tecer um comentário tão sistematizado como o de meus colegas aqui, porém, deixo as minhas simples colocações; a teoria abordada nesse vídeo abriu a minha mente para entender o quanto a linguagem é dinâmica e sempre está em desenvolvimento, é interessante pensar como os gêneros textuais não devem ser vistos como ''prisões ou caixinhas específicas" mas sim de modelos e de formas diferentes para tocar o leitor. Além disso, apesar de estudos sobre linguística e literatura parecerem tão distantes um do outro, nesse vídeo, respaldado de referenciais teóricos, é possível observar o quanto elas devem ser estudadas juntas.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Cara Ana Carolina, está excelente! A ideia do comentário é esta mesmo: tentar trazer a nossa compreensão da exposição à luz de nossa leitura dos textos. Aos poucos começamos a dominar mais a melhor forma de trazer aquilo que nos parece o mais importante. Mas seu comentário é um excelente sinal desse tipo de reflexão por parte de você. Um forte abraço!

  • @joycepereiravieira1441
    @joycepereiravieira1441 4 ปีที่แล้ว +1

    Oi Rafael! Muito interessante a proposta desta aula acerca
    da teoria dos gêneros principiando com a Antiguidade desde Platão e
    Aristóteles. A proposta de Hegel, na base de um pensamento dialético, aborda a
    tese (épico), antítese (lírico) e síntese (dramático) de forma que é
    considerado o dramático não só como uma reunião do épico e do lírico, mas
    também como sendo superior aos outros dois. Rosenfeld propõe uma tipologia
    dividida em três gêneros básicos (lírico, épico e dramático) e explica as
    dimensões “substantiva” e “adjetiva” dadas a eles. Concordo com a ideia de que
    não há superioridade entre os gêneros e sim apenas diferenças. Acho válida a
    proposta da literatura moderna em questionar, flexibilizar essa divisão entre
    gêneros tradicionais. Segundo Adam e Heidmann, os gêneros são muito diversos
    assim como as práticas discursivas, além de serem práticas normatizadas,
    categorias dinâmicas variando no tempo e no espaço.

  • @hackiar1
    @hackiar1 4 ปีที่แล้ว +1

    Essa foi a minha aula preferida, assim como alguns colegas falaram. Existe muita confusão entre gênero literário, gênero e tipos textuais. Você trouxe uma visão clássica a qual teoriza que existe apenas 3 gêneros literários, hoje em dia a quem concorde com isso e quem ainda não concorde, eu estou em cima do muro. Uma coisa é verdade, no que diz respeito a língua, a literatura não temos como objetivar, bater o martelo e dizer que texto tal é épico e texto tal é lírico. A literatura é muito mais que isso e como exposto no visto existe uma relação entre os gêneros, de fato temos textos predominantemente épicos, predominantemente líricos e assim por diante. Essa semana terminei de ler o livro de oficina literária e foi abordada essa questão. O livro nesse trecho está falando da objetividade e subjetividade das escolas literárias e prossegue da seguinte maneira: "Subjetividade e objetividade se misturam, em graus e proporções variadas, depende do tipo de texto. Por isso, devemos falar em predominância de uma ou de outra." Não está falando dos gêneros literárias, mas se encaixa perfeitamente. Novamente sinto que não sei nada de literatura com as suas aulas, mas vou correr atrás dessa lacuna q a faculdade deixa.

  • @miguelevol
    @miguelevol 4 ปีที่แล้ว

    Oi, professor. Continuo acompanhando. Gostei do formato da aula, adicionar sua figura no canto realmente me pareceu melhor. Gostei bastante.
    Sobre o tema da aula, admito que não conhecia suficientemente a teoria dos gêneros. E o caminhar da aula para mim foi muito interessante. Rosenfeld foi excelente e realmente clareou o entendimento do tema. Acho interessante como sempre há nessas discussões, como fica evidente que a rigidez não funciona com a Literatura. Ora, os gêneros são nortes, mas entre esses pontos cardeais existem diversos outros que surgem e desaparecem a medida que uma obra é produzida. Assim como os avanços propostos por Hegel e suas reflexões sobre o dramático. Como estudo paralelamente as artes cênicas, tenho achado muito rica a contribuição que tiramos desses mestres. Os textos de Jakobson, Bahktin e outros me pareceu essencial para um avanço no entendimento dos gêneros.
    Entendo que as aulas são sempre provocações, e apesar de esbarrar com a análise do discurso na graduação, admito que meu entendimento nessa parte foi um pouco falha, talvez justamente pela falta do repertório, mas creio já ter valido a pena.
    Após sua provocação fiquei pensando sobre a questão da análise posta em prática. Gosto muito dos cantos da cultura popular brasileira. Cantos regionais, como o aboio dos vaqueiros ou os cantos das lavadeiras no Vale do Jequitinhonha e suas cantigas. Vou tentar voltar meu olhar para essas produções assim como para os textos que venho lendo. Muito obrigado.

  • @victoriaamorim2759
    @victoriaamorim2759 4 ปีที่แล้ว

    Acredito que a teoria de Hegel sobre tese-antítese-síntese apesar de não ser cabível dentro do plano dos principais gêneros literários, ainda é de grande importância para criação de muitos outros gêneros, principalmente dentro da academia com os artigos acadêmicos.
    "A literatura moderna vai se fundar num questionamento, em uma flexibilização das fronteiras entre os gêneros mais tradicionais", essa frase que você usa para referir-se a literatura moderna é de grande valia e não tenho dúvidas quanto a sua veracidade, uma vez que o "novo" é muitas vezes criado a partir do "velho".
    Vendo as seis funções da linguagem que Jakobson criou, fica mais claro ainda a necessidade da linguística+literatura trabalharem em conjunto.

  • @PaaGaaMee
    @PaaGaaMee 4 ปีที่แล้ว +1

    Creio que para essa aula fica uma reflexão - expressada aqui de forma bem sucinta, levando em conta a complexidade do próprio assunto - sobre como a questão contextual deve ser considerada importante, pois a classificação de uma determinada obra pode mudar de forma significativa ao longo dos anos. Isso conecta com uma questão que ainda pode ser vista no campo literário sobre a superioridade de alguns gêneros e o estudo deles. Gostaria de citar como exemplo, o estudo da poesia infantil (uma matéria que cursei) e foi relatado para nós, alunos, como esse estudo era visto como inferior por estudiosos de outras áreas literárias. O que a meu ver faz conexão com a aula de hoje, já que a poesia é considerada mais sofisticada (devido a suas características), como se não houvesse dentro dela influências de outros gêneros, o que conduz a esse debate sobre superioridade.
    Creio que para todo estudioso e pesquisador, é de extrema importância compreender que algo não pode ser visto como uma coisa só, afinal existem influências de várias partes e não seria diferente com os gêneros literários. Logo, a análise mais abrangente proposta por Jakobson, por exemplo, contribui para que possamos quebrar alguns conceitos e nos aprofundar de forma mais interessante nos estudos de vários gêneros e ver não só como eles se comunicam com o mundo, mas também entre eles mesmos.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Obrigado, Pamella! A sua síntese está bem precisa. Obrigado!

  • @mariaclarasousa6258
    @mariaclarasousa6258 4 ปีที่แล้ว +1

    Principalmente para acompanhar o que aconteceu do ponto de vista das teorias críticas sobre arte (focadas na literatura) entre Aristóteles e Hegel, citados logo nos primeiros slides, recomendo fortemente a leitura do capítulo "Introdução: apresentação das teorias críticas", em "O espelho e a lâmpada. Teoria romântica e teoria crítica", de M. H. Abrams. Este capítulo foca nas concepções de essência da arte e em suas transições: desde as mimésis, em "A Poética" de Aristóteles, e nas diferentes visões sobre a imitação (baseada na aparência, até se tornar apenas instrumental, com o objetivo de produzir efeitos sobre um público) ao longo de anos, até o deslocamento da atenção para o público, chegando à teoria expressiva da arte. Esta, durante a maior parte do século XVIII, rendeu uma atenção voltada para analisar as atividades do criador, seu processo de invenção e expressão e seus talentos. O rompimento concreto desta teoria para com as anteriores veio com o destaque que se começou a dar ao que seria uma genialidade natural do poeta, "sua imaginação criativa e espontaneidade emocional". Isso tem tudo a ver com a perspectiva apresentada pelo Rafael de Hegel, que viveu nos meados do fim do séc XVIII início do XIX, refletindo sobre um embate entre o que seria uma maior objetividade, o "objeto sendo visto de fora", e a subjetividade, "o sujeito que visto de dentro traz a intensidade da própria expressividade", para a arte.

  • @flavialima164
    @flavialima164 4 ปีที่แล้ว +1

    Rafael, importante pensar sobre as categorizações mais pelo plano das diferenças que pela valorização mesmo. Embora a muitos isso é desnecessário, podendo ser apenas uma tipologia de organização e até mercadológica, para os estudantes do curso tem um significado maior, conhecer e reconhecer as diferentes formas de linguagens do homem e suas tipologias.

  • @97711938
    @97711938 4 ปีที่แล้ว

    O letramento literário, aqui, e em outros videos, proposto, como capacitação de leitura do mundo, me parece ainda uma das melhores respostas a função da literatura. Penso, também nessa questão sobre linguística vs literatura, que quando Rosenfeld propõe a classificação dos gêneros literária também a partir das três pessoas do discurso, e exprimi no "estilo" características relativas ao tempo verbal, ele também já está quebrando, ou simplesmente mostrando que não existem, barreiras entre os dois campos. Fico pensando também, fantasiando, na forma como Hegel teria lido Brecht. Se ele acreditaria ou comungaria da ideia de que o trama encontrou ali a sua antítese. Grato pela aula! Valeu!

  • @stellagalvez195
    @stellagalvez195 4 ปีที่แล้ว

    Ótima síntese do processo de construção histórico-teórica da noção de gênero do discurso aplicado ao desenvolvimento de obras literárias ao largo de diversos momentos da teoria literária em permanente construção, como se depreende ao longo da aula. A propósito, me pareceu pertinente trazer uma digressão bakhtiniana sobre o tópico ‘discurso’. No início do capítulo O discurso em Dostoiévski (“Problemas da poética de Dostoiévski”, 2011, p. 207), Bakhtin explicita sua noção de discurso como a língua em sua integridade concreta e viva, “e não a língua como objeto específico da linguística, obtido por meio de uma abstração absolutamente legítima e necessária de alguns aspectos da vida concreta do discurso”. Adiante, explica que a linguística e a metalinguística estudam o discurso, “um mesmo fenômeno concreto, muito complexo e multifacético”, sob diferentes aspectos e ângulos de visão.

  • @tamaramoreirasilva8518
    @tamaramoreirasilva8518 4 ปีที่แล้ว +1

    Professor, estou gostando muito do curso, com certeza é muito agregador e me desprende de dúvidas sobre alguns preceitos básicos remanescentes de quando tive essa disciplina na graduação. Sobre a aula de hoje, um apanhado sobre os gêneros literários, acho muito interessante que o senhor trouxe as perspectivas dos gregos antigos até atualmente, pois percebo que a noção dos gêneros têm se expandido na medida que há a maior complexificação dos gêneros existentes no mundo atual. Gostei bastante da perspectiva dos últimos autores, Adam e Heidmann, que dialoga bastante com o vídeo anterior sobre o que é literatura, pois a definição dos gêneros literários, assim como a definição de literatura, são diretamente dependentes do seu papel relacional atribuído por nós, leitores, transformado ao longo do tempo. Acredito muito na possibilidade de mudança dos significados dos gêneros pelos leitores, de modo que concordo contigo que o nosso foco não deve ser, assim, meramente classificatório, num esforço para estreitar o enquadramento dos gêneros. No contexto geral, devemos nos atentar para enxergar as múltiplas possibilidades de enquadramento de uma obra literária em diversos gêneros, além de tentar compreender o que está condicionando tal percepção nossa, seja o contexto ou elementos da sociedade, etc. Concluindo, ao meu ver é também muito importante a noção das funções da linguagem, atrelando linguística e literatura, pois segundo Jakobson, textos literários têm todas as 6 funções, sendo elas apresentadas de forma hierarquicamente diversa e dependente dos interesses do autor, o que torna ainda mais claro o papel dos gêneros literários na nossa capacitação para identificação de leituras de mundo variadas. Estando as funções linguísticas incutidas na literatura, a compreensão e análise da obra se torna mais completa e a identificação de gêneros literários presentes nesta, mais plural, adicionando-se essa nova perspectiva (da linguística).

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Cara Tamara, obrigado por compartilhar conosco suas reflexões. Nota-se claramente a maturidade com que articula as ideias e propõe uma síntese muito pertinente para compreender a literatura como fenômeno humano. Excelente! A ideia do curso é propiciar justamente esse tipo de reflexão a partir dos textos e das exposições. Um forte abraço!

  • @eduardagraciano
    @eduardagraciano 4 ปีที่แล้ว +1

    Boa tarde!
    Pra mim nunca foi tão fácil identificar a que gênero pertence um texto literário. E explicar para os outros, então? Tenho conhecidos que não sabem que romance não precisa ser romântico, por exemplo.
    Uma coisa que nunca passou pela minha cabeça foi a flexibilidade quando o assunto é gênero, nunca parei pra pensar que os gêneros tiveram um início e que nada é fixo ou imutável.
    O estudo de pensadores antigos tem sido muito gratificante, me proporcionou bastante reflexão e abriu minha mente para muitas coisas.
    Como é fundamental a interdisciplinariedade!
    Pretendo começar ainda essa semana minha leitura de "Arte Poética".
    Obrigada por mais essa maravilhosa aula e pelas dicas, profº Rafael.
    Abraços!

  • @CristinaSouza-wi1xy
    @CristinaSouza-wi1xy 4 ปีที่แล้ว +1

    Essa aula foi uma atualização importante dos conceitos de gênero. Compreendi melhor a relação entre Platão e Aristóteles e como suas teorias chegam até a modernidade. Também considero fundamental a ponte que foi feita entre a linguística e a literatura porque esses campos são vistos muitas vezes como separados e até opostos. E isso prejudica uma compreensão mais integral das manifestações da linguagem. Não conhecia a teoria de Adam e Heidmann e sinto-me feliz por saber dela porque resolve um incômodo antigo meu que é tentar encaixar textos no gêneros tradicionais sem sucesso pensando em Hegel. Percebo que, a partir destes autores, consigo compreender melhor o modo como o autor que eu estudo transita entre os gêneros narrativos. Obrigada pela aula! Abraços.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Cara Cristina, que bom que gostou de todos esses pontos da aula! Você fez praticamente um resumo dos pontos principais! Muito bom! Um forte abraço!

  • @lucassantana668
    @lucassantana668 4 ปีที่แล้ว +1

    Parabéns pela aula professor! Este debate sobre os gêneros me suscitou uma enorme curiosidade sobretudo sobre as relações entre literatura e linguística e as ressignificações que os gêneros podem tomar em diferentes contextos. Em minha graduação em história, desenvolvi na minha monografia, um trabalho historiográfico utilizando como fonte a obra literária "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Existe um grande debate acerca das possibilidades da utilização de fontes ficcionais como historiográficas. Acredito que isto esteja bastante atrelado à essas múltiplas possibilidades de significados que um gênero pode adotar dependendo do lugar de leitura.
    O historiador Dominick LaCapra é um dos teóricos que abordam essas questões de como os gêneros literários podem ser abordados e analisados na história, a depender de uma análise ativa dos contextos linguísticos e discursivos que os envolvem. Enfim, toda essa discussão me suscitou algumas reflexões a respeito das "fronteiras" entre os gêneros literários e outros campos do discurso, já que existe dentro da teoria da história uma ampla discussão a respeito do que seria narrativa mais próxima da literária e ficcional e do que seria uma mais próxima à um conceito de "realidade", algo que o senhor discutiu no início da aula ao apontar as origens clássicas desse debate acerca dos gêneros.
    Parabéns mais uma vez pela aula e pelo debate.

  • @guilhermeewerton6444
    @guilhermeewerton6444 4 ปีที่แล้ว

    Excelente aula, professor! Uma parte que me chamou bastante atenção foi a abordagem hegeliana, uma vez que ele observa de forma idealizada e platônica, porém, particularmente, concordo com a crítica de Rosenfeld, uma vez que a Dramática não pode ser reduzida a uma síntese da Épica e Lírica. Os personagens devem agir espontaneamente, causando uma certa novidade.

  • @jessicafrazao454
    @jessicafrazao454 4 ปีที่แล้ว +1

    Estou aprendendo muito com as suas aulas. Nesta terceira exposição, me chamou muito a atenção a proposta de Adam e Heidmann (2011) sobre os efeitos de genericidade. Eu não conhecia. Pensei rapidamente no quanto essa noção pode me ajudar na tese que atualmente desenvolvo na área de crítica cinematográfica. O autor que estudo escrevia críticas e ensaios sobre cinema publicando-os em um periódico alemão da época da República de Weimar, na coluna destinada ao Feuilleton (narrativa literária dentro do jornal). Neste âmago, me auxilia muito observar os variados efeitos discursivos advindos do autor, do receptor e do meio (jornal), em um determinado período histórico, etc para análise destas críticas. Gostaria mesmo de agradecer por trazer à luz textos como o de Adam e Heidmann, problematizadores de Bakhtin, que propuseram uma ideia extremamente instigante. Sobre a crítica a Hegel, também me parece não caber uma estipulação de critérios para o drama, naquele momento, por se tratar de fato estético novo, além da problemática noção de superação vinculada.

  • @patriciairisperes7563
    @patriciairisperes7563 3 ปีที่แล้ว +1

    Professor, boa tarde. Enviei o meu comentário em 27/06/21, mas não estou achando aqui. Irei reescrever. Assisti três vezes a essa aula, pois sempre quis entender os diferentes gêneros literários. Foi um ensinamento esclarecedor, principalmente nos tipos de função da linguagem e os diferentes tipos de gêneros textuais. Confesso que confundia gênero textual com gênero literário. Após essa aula, consegui montar um mapa mental para esses dois tipos de gênero, o que ajudará e muito, no momento de cada leitura, seja por prazer ou para aprendizado. Os gêneros textuais do tipo narrativo são os que mais se aproximam do gênero literário, visto que os textos narrativos englobam romances, novelas, crônicas, contos, fábulas, etc. Dentro do gênero literário, temos o lírico, que é a palavra cantada, como sonetos e poesia; já no dramático, temos a palavra representada, que são as tragédias e comédias; em narrativo (épico) é a palavra narrada, onde os tópicos principais são o enredo, narrador, personagem, tempo e espaço. Quando assisti o filme "nome da rosa", me encantei em saber que o livro "proibido" era a parte da comédia de Aristóteles, dentro da poética. Infelizmente esse capítulo nunca chegou ao nosso conhecimento, sendo lamentável para o desenvolvimento da literatura.

  • @joaovictordasilvagomes3398
    @joaovictordasilvagomes3398 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá,professor! Excelente vídeo.
    Essas abordagens sobre a fluidez dos gêneros;digo , a não existência de uma categoria pura ,sem características de outros gêneros é bem interessante principalmente para o ensino de língua e literatura.
    Ao que consta, esse conteúdo é ministrado,em sala de aula, como se fossem categorias estanques e isso faz com que o aluno se perca dentro dessas características pois, como foi exposto, todo texto tem as 6 funções da linguagem . Além disso, os gêneros são um continuum, como propõe Rosenfeld: ora estão mais para épica,ora estão mais para o drama, por exemplo, dependendo da parte do texto em que se analisa.
    Muitas vezes, trechos longos são postos para análise em sala e aparecem várias características de gêneros diferentes, o que confunde na hora de fazer essa classificação.
    Ademais, essas categorias tidas como estanques,nos livros didáticos, tornam o entendimento do discurso/dos discursos muito robotizado, aumentando ainda mais o distanciamento do conteúdo científico e a prática;visto que muitas vezes essa categorização é feita de forma comparativa[ tal texto tem as caraterísticas a,b e c e o outro tem as características a,c e d].
    Abraços!

  • @analuizaferreira6570
    @analuizaferreira6570 4 ปีที่แล้ว +3

    Nessa aula foi apresentada o surgimento da Teoria dos Gêneros, a princípio com Platão e Aristóteles. Em seguida, a apresentação da visão de Hegel sobre o pensamento dialético formado por tese- antítese e síntese, essa representação faz a colocação de que a tese seria o formato de poesia Épica, a antítese seria a poesia Lírica e a síntese seria "junção" desses formatos denominada poesia Dramática. Contudo, a valorização feita por Hegel sobre esses diferentes gêneros é equivocada. Assim, concordo com a análise de Rosenfeld de que a poesia dramática é algo novo que não pode ser comparado com as demais. Com isso, finalizo meu comentário com a frase de Rosenfeld: "não há qualquer tipo de superioridade ou inferioridade de um gênero literário em relação aos outros apenas diferenças".
    Agradeço pela aula, foi muito instrutiva e agregou bastante na minha formação!

  • @AnnaClaraGB
    @AnnaClaraGB 4 ปีที่แล้ว

    Mais uma vez inicio meu comentário agradecendo à disponibilização das aulas gratuitamente e abertamente, certamente tem ajudado muitas pessoas, inclusive indiquei para algumas pessoas que tem interesse na área. Além disso gostei da junção da sua imagem aos slides, certamente a expressão corporal auxilia no entendimento. A leitura do texto de Rosenfeld foi esclarecedora e com informações bem completas, apresentando desde os tempos clássicos até à modernidade.
    A discussão sobre os gêneros literários chega a ser um pouco desgastante, na minha opinião, por todo texto ser e não ser de todos os gêneros. Como humanos, temos a tendência de classificar as coisas, então entendo a importância desse tópico. E além disso, uma vez que à literatura é cobrada a utilidade prática ligada à educação, devemos classificar para poder ensinar. Em suma, acredito majoritariamente nas "teses" de Adam e Heidmann, pois os gêneros são múltiplos, essenciais, mistos e dinâmicos.

  • @samuelsouza2506
    @samuelsouza2506 4 ปีที่แล้ว +1

    Boa noite! Tenho um pouco de dificuldade de desconstruir a visão um tanto “estática” que possuo em relação aos gêneros literários, principalmente no que tange aos gêneros épico e lírico ( creio que justamente devido a um resquício de imagem essencialista e “dura” que tenho formada em minha mente sobre os cânones vinculados a tais gêneros). Ver tal vídeo e estudar um pouco mais sobre Bakhtin, Heidmann e Adam (principalmente sobre a ressignificação de enunciados em diferentes gêneros) foi essencial para ampliar minha visão sobre os gêneros literários e a literatura.
    Creio que a permanência da elementarização e o endurecimento do entendimento sobre gênero literários e a unicidade do mesmo em alguma obra também possa ter como contribuinte (ou como consequência) a burocratização e a necessidade editorial de dispor os textos em nichos, seja por motivos econômicos, sociais, históricos ou simplesmente categorização óbvia por conteúdo.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Caro Samuel, fico muito feliz que compartilhe conosco essa dificuldade e seu esforço de compreensão. A proposta do curso é precisamente esta: a construção conjunta de uma tomada de consciência do lugar da teoria e da crítica em nossos exercícios de leitura quotidiana. Um forte abraço!

  • @gabrielacastro2778
    @gabrielacastro2778 4 ปีที่แล้ว +1

    Olá, prof, aqui de novo, dando continuidade ao curso.
    Analisar a teoria dos gêneros retornando à sua primeira conceituação, com Platão e Aristóteles, até chegarmos à concepção mais atual me pareceu uma ótima proposta, porque faz pensar na sua fala final, de dar sentido o que estamos estudando.
    A teoria que me descreve um gênero me apresenta esse gênero como um padrão possível, mas não determinado, visto que o romance moderno, por exemplo, conseguiu "quebrar" os paradigmas propostos pelas teorias de gênero mais clássicas e tradicionais.
    Do mesmo modo, acho que o ensino de gêneros textuais não pode vir engessado, mas apresentando possibilidades, o que me parece que já é sugerido por Adam e Heidmann, nas suas teses finais. Explico: hoje, por exemplo, estou lendo A Mística Feminina, de Betty Friedan. Refletindo sobre o assunto, penso que seu texto apresenta características de gêneros (muito) diferentes: não é exatamente literário, mas passeia entre o ensaio, um discurso científico, tendo um quê de manifesto, sem perder também o ar jornalístico, já que me parece, por vezes, uma longa reportagem, um trabalho investigativo, analítico. Todas essas possibilidades de classificação parecem uma alternativa de encontrar aspectos privilegiados ou não nesse texto, e o conjunto dessas características me dá oportunidade de melhor compreendê-lo. Obviamente, prevalece nele a força de um manifesto, dado que era objetivo principal da autora se fazer ouvir, denunciar. No entanto, para isso, ela recorre, por exemplo, à exposição de pesquisas científicas, interpretando-as, não te parece o papel de um jornalista/texto jornalístico? Penso se, e fica aqui a pergunta, esse não é um exemplo do que Adam e Heidmann chamaram de "efeito de genericidade"?
    (Muitas ideias borbulharam a partir dessa aula, espero ter conseguido expô-las com clareza. Obrigada por mais essa aula e até a próxima!!!)

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Ei, Gabriela! Fico feliz de revê-la por aqui! Que bom que conseguiu se organizar para retomar o curso. Acredito que você tenha percebido bem o potencial teórico do que propõem Adam e Heidmann. Mas, à luz do seu exemplo, eu diria ainda: tente pensar de que forma um texto como esse que você está lendo poderia ser interpretado daqui a 50 anos? Ou 200 anos atrás? Todo texto carrega efeitos de genericidade que são constantemente atualizados (variando, portanto) segundo os diferentes contextos histórico-culturais em que são lidos. Ou seja, nenhum texto é sempre de um gênero, mas é lido em certo contexto como sendo daquele gênero (embora possa ser lido em contextos diferentes como se pertencesse a outros gêneros, mesmo porque os gêneros variam em culturas diferentes). Um forte abraço e até a próxima!

  • @Mega231084
    @Mega231084 4 ปีที่แล้ว +1

    Professor, maravilhosa a aula sobre este que é, para mim, um dos temas mais interessantes da literatura. Foi muito clara a abordagem histórica, a discussão das teorias tradicionais, desde Platão e Aristóteles, até Hegel, bem como as críticas modernas.
    Mas a parte que me chamou atenção foi a segunda metade, em que o senhor expôs as críticas modernas à concepção tradicional dos gêneros literários, numa abordagem essencialista e formal.
    Achei interessante a proposta dos autores Adam e Heidmann, da passagem do gênero à genericidade, trabalhando os gêneros de forma aberta, fluída, afirmando que um texto pode pertencer a vários gêneros. Também, estes autores contextualizaram e atualizaram a problemática do estudo dos gêneros levando-se em conta a historicidade, a diversidade das práticas discursivas, enfim.
    Eu, por exemplo, fico bem atento quando leio alguma obra, e tento identificar qual gênero se sobrepõe, e, também, como o/a autor/a pode transitar entre vários gêneros, e como isso tudo pode ser usado para expressar determinada idéia.
    Isto indica que a literatura é um fenômeno vivo e está sempre de acordo com a sua época.
    Fico pensando, por exemplo, em como Dostoiévski, numa psicologia riquíssima, pode aprofundar a estrutura dos personagens, tornando os diálogos bem tensos e interessantes. Também, a narrativa não temporal de Virgínia Woolf em Ao Farol, onde não é fácil identificar o que é presente, o que é memória e, ainda, se a idéia exposta é do narrador ou do personagem. Ainda, para citar uma das minhas preferidas, Hilda Hilst, em a Obscena Senhora D, que subverte qualquer regra literária nesse sentido, por exemplo, tornando nebulosa a separação entre narrativa e fala direta do personagem.
    Eu acho que isso tudo indica e ressalta o que o senhor disse na última aula sobre a vivacidade e a contextualidade do fenômeno literário, a sua abertura, o seu diálogo com o tempo e a história de cada época.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      Excelentes exemos, Kleisson. É precisamente desse tipo de produção literária que eu estava falando. Muito obrigado por complementar com esses exemplos. Um forte abraço!

    • @Mega231084
      @Mega231084 4 ปีที่แล้ว

      @@RafaelSilvaLetras Professor, vc ja pensou em realizar um projeto parecido com este, de uma introdução à história da literatura ocidental, ou a do Brasil, abordando os movimentos literários? Seria ótimo, principalmente para os que não cursam Letras.

  • @lucianeribas8945
    @lucianeribas8945 4 ปีที่แล้ว +1

    Que bela explanação sobre a teoria dos gêneros literários nesta aula de hj.
    Você conseguiu fazer uma historiografia, se assim posso chamá-la, da teoria dos gêneros desde a sua origem até os dias atuais quando os estudiosos ampliam a teoria dos gêneros para outras atividades humanas além da literatura.
    Excelente a distinção da dialética dentro dos significados substantivos e adjetivos dos gêneros. Consegui perceber a diferenciação de enunciado (significado substantivo) e da enunciação (significado adjetivo) presente nos mais variados gêneros.
    A obra que estudo é um romance moderno que deixa transparecer essa flexibilização nas fronteiras dos gêneros tradicionais. A obra possui uma característica mais marcante mas não deixa de ter características de outros gêneros. Aula muito útil para o meu maior entendimento. Obrigada!

  • @deynabakaneba5281
    @deynabakaneba5281 4 ปีที่แล้ว +2

    Introdução ao estudo literário
    Aula 3
    Bom dia, professor! Esta aula, especificamente, me trouxe muitos questionamentos ( mesmo sendo uma discussão mais objetiva e teórica). Penso na necessidade de organização e classificação como base para a caracterização dos gêneros literários. Como abarcar as pluralidades de cada um? O gênero em si talvez não consiga suportar toda a complexidade das obras.
    Entender as raízes do qual nos baseamos para classificar é fundamental, mas reconhecer as mudanças que elas têm ao longo do tempo também faz parte de uma estrutura que é fluida.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Sim, Deynaba, esse tipo de classificação é bem complexo mesmo e pode, às vezes, dificultar a boa compreensão do texto que se encontra ali, em sua "presença material". Contudo, tente compreender esse tipo de proposta como uma lente para enxergar certos padrões discursivos. Não é nada muito mais do que isso, na verdade... Ou talvez uma bússola.
      Um forte abraço !

  • @juliagiaconlopes6307
    @juliagiaconlopes6307 4 ปีที่แล้ว +1

    Muito obrigada por mais essa aula muito bem explicada e construída, professor! Muito me
    inspirou a ler as referências bibliográficas (principalmente Bakhtin, o qual confesso que não conhecia). As ideias de Platão e Aristoteles muito moldaram as composições literárias, e estudá-los é nada menos do que compreender as origens dos gêneros literários, reafirmando algo que já estamos familiarizados: a literatura anda junto da filosofia, assim como da história, sociologia, e outros. Também, infelizmente, muitas das liras feitas por Safo, Anacreonte e Simônides se perderam com o tempo, mas são excelentes exemplos de poesia grega antiga, junto à indispensável obra épica de Homero (que me senti inspirada a reler alguns versos conforme acompanhava a aula).
    Gostei muito do restante das explicações também, os textos trazidos, as diferentes funções, e o conselho de analisarmos os gêneros literários naquilo que estivermos lendo (sem nos limitarmos a escolher um ou outro, mas justamente enxergando a possibilidade de coexistirem vários gêneros em um texto).

  • @alceuvitorpx
    @alceuvitorpx 4 ปีที่แล้ว +1

    Acompanhei algumas discussões em redes sociais quais os usuários pertencem majoritariamente ao ensino médio, que normalmente são os que tem tempo para lerem livros como passatempo. Uma dessas discussões era sobre um clássico de um gênero mas que estes leitores não encontravam nem valor literário, nem como passatempo, ao contrário das obras que se seguiram e que se aproveitavam de uma linguagem mais dinâmica, quase se aproximando de um roteiro de cinema já visando uma adaptação para outras mídias, enquanto o clássico emulava os textos quais serviram de inspiração. Percebo que não só a o trabalho editorial, mas o fenômeno da convergência entre as mídias, fixa um gênero para se tornar reconhecível nas diferentes mídias e públicos. O que reparei durante a discussão foi a falta da disciplina para reconhecer gêneros diferentes dos ofertados as eles pelo mercado editorial e fazer uma leitura que aprecie as característica de cada obra. Acredito ser essa uma falha ao trazer a literatura ao grande público e a capacidade de apreciação e compreensão de um texto fiquem restrito à academia.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว

      As discussões sempre podem ser muito enriquecidas quando trazemos categorias descritivas, de fundamentação histórica, pra compreender certos fenômenos de produção humana, ao invés de adotarmos um posicionamento que prescreve de que forma X ou Y deveriam ser. Mas saber ponderar com menos partidarismo é algo que só aprendemos com o tempo mesmo... Um abraço!

  • @luanamendes9433
    @luanamendes9433 4 ปีที่แล้ว

    O vídeo é muito esclarecedor, uma vez que mostra a discussão das teorias tradicionais e bem como as críticas modernas. Achei muito interessante que os estudos sobre os gêneros vem desde a Antiguidade Clássica, e o senhor quis mostrar como tudo ocorreu desde o início, falando um pouco dos primeiros esboços de Platão, Aristóteles e Hegel. É bem interessante ver as transições quanto aos conceitos e as definições de gêneros ao decorrer da história.
    A parte que mais me chamou atenção foi quando, ao citar que Hegel parte da idéia de que a Dramática é um gênero superior à Lírica e a Épica, você falou que não faz sentido esse pensamento e eu concordo, pois cada gênero tem sua importância, e cada um atinge o leitor de formas diferentes, como disse Rosenfeld a apenas diferenças entre eles, mas que nenhum é superior ou inferior ao outro.
    A meu ver, saber sobre a época que a obra foi escrita faz muita diferença, pois em todas as aulas o senhor faz uma pequena abordagem sobre o contexto histórico mostrando que a literatura anda junto com a história e, principalmente, a filosofia.

  • @iollyaires8102
    @iollyaires8102 4 ปีที่แล้ว +1

    É interessante como os gêneros se "transmutam", são assimilados uns pelos outros, como observado por Bakhtin. Utilizarei exemplos vindos do cinema -- na esteira do pensamento de que o conceito de literatura é abrangente --, nos filmes Bacurau e Parasita o drama, a comédia e até mesmo o terror se misturam de modo que não sabemos onde começam e terminam. Esse tem sido um fenômeno dos nossos tempos, até porque os gêneros discursivos refletem os discursos humanos.Nesse sentido, Marcuschi destaca como os gêneros modernos criaram formas comunicativas próprias, híbridas, que desafiam a relação entre a oralidade e a escrita, visto que foram propagadas por diversas mídias.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Excelentes exemplos, Iolly! É isso mesmo. Essa ideia de uma mescla de gêneros, num jogo deliberadamente crítico e irônico, é característica da poética moderna. No cinema, como você bem indicou, também. Um forte abraço !

  • @alexoliveira6667
    @alexoliveira6667 4 ปีที่แล้ว +1

    Achei muito relevantes e pertinentes as colocações de Rosenfeld, principalmente quando defende o gênero dramático como sendo um gênero com suas próprias características, apesar de possuir elementos também encontrados na épica e na lírica. Concordo com ele quando diz que nenhum gênero é considerado superior ou inferior a outros, existindo entre os gêneros apenas diferenças.
    Aproveito para fazer um breve comentário sobre certo momento do vídeo, professor, no qual você cita a relação entre a linguística e a literatura, que muitas vezes são colocadas em estudos adversos, mas podem ser muito bem interseccionadas em vários aspectos. Também concordo com essa afirmação, que chamou muito minha atenção por gostar de estudar as duas áreas (ainda que seja bem iniciante nessas jornadas haha). Lembro-me de ter visto um pouco dessas relações citadas por Marcos Bagno no livro "Preconceito Linguístico: o que é, como se faz", no qual Bagno em vários momentos parece considerar a literatura importantíssima para os estudos linguísticos e vice-versa.
    No mais, meus parabéns e muito obrigado pelo vídeo! Foi muito esclarecedor pra mim, que pouco conheço sobre as especificidades dos gêneros literários propostos por Hegel, e tenho certeza que vai ser de grande ajuda quando minhas aulas na Unifesp retornarem.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Excelentes reflexões, Alex ! Obrigado por compartilhar conosco essas ideias e referências. Um grande abraço!

  • @tuliusmendonca1902
    @tuliusmendonca1902 4 ปีที่แล้ว +1

    Muito interessante a aula, professor Rafael. Reconhecer os gêneros literários , a relação destes (épico, lírico, dramático). Percebe-se que os gêneros literários encarnam-se em outros portadores de textos como romances, contos, crônicas, poemas, dentre outros, e que o estudo dessas manifestações clássicas são de extrema significância para o desenvolvimento do entendimento da arte, contribuindo para a dramaturgia como um todo. Como já havia relatado antes, ainda não tive o desafio de lecionar Literatura nas escolas. Nos meus 22 anos de magistério, estive à frente do ensino da gramática, interpretação de texto e produção textual. Tenho estudado Literatura em pesquisas, livros, vídeos e, agora, tendo o privilégio de participar de suas aulas. Confesso que bate um receio de comentar, uma certa insegurança, frente a tanta riqueza de informação e conhecimento oferecidos.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Caro Tulius, muito obrigado por compartilhar suas reflexões conosco. Sem dúvida, a partir de uma base clássica dos gêneros literários, é preciso pensarmos numa complexificação daquela tipologia básica na modernidade: surgem gêneros literários novos, como o conto e a crônica, citados por você, a partir das novas demandas da sociedade e isso é mais um claro indicativo de que não há uma tipologia final dos gêneros literários (e muitos menos dos gêneros do discurso). Sua experiência com o ensino do português certamente te oferece a possibilidade de compreender fenômenos de mudança linguística, por exemplo, em comparação com esse fenômeno de mudança dos gêneros literários (e discursivos) ao longo da história. A língua, assim como a literatura, é uma manifestação humana viva e precisamos de categorias complexas para compreender tanto uma quanto outra em suas riquezas. Um forte abraço!

  • @fabriciomarcelofadel958
    @fabriciomarcelofadel958 4 ปีที่แล้ว +1

    Certamente foi umas das melhores explanações acerca do tema que já assisti. A quantidade de dados e informações torna hercúlea a tarefa de prelecioná-las com tamanha precisão e acerto. É inegável o apreço que devemos ter com os pensadores da Grécia clássica sobretudo porque não temos uma explicação plausível suficiente que esclareça como tanta efervescência intelectual ocorreu em um determinado local dentro de um tempo e de um espaço quase que contíguos. Teatro, artes, escrita, história são tributárias das observações de Platão e Aristóteles. Observações e escritos que por mais de dois mil anos foram a única fonte de referência das artes e da escrita. Nietzsche na obra O Nascimento da Tragédia faz a seguinte asserção "Nos gregos a "vontade" queria, na transfiguração do gênio e do mundo artístico, contemplar-se a si mesma: para glorificar-se, suas criaturas precisavam sentir-se dignas de glorificação, precisavam rever-se numa esfera superior, sem que esse mundo perfeito da introvisão atuasse como imperativo ou como censura."

  • @yasndp
    @yasndp 4 ปีที่แล้ว +1

    Interessante pensar sobre a forma como os conceitos se entrelaçam no decorrer da história, e de que mesmo com as atualizações e contestações, as bases ainda se mantêm sólidas, na mesma medida em que se expandem para outros horizontes, como a trajetória na linha temporal dos gêneros tão bem tecida nesta aula. Mesmo dentro das propostas teóricas, a transmutação está sempre presente, seja com o pensamento dialógico de Hegel ou com a proposta dos regimes de genericidade de Adam e Heidmann.
    Com certeza colocarei em prática a reflexão proposta ao fim da aula!

  • @flaviomanzi9571
    @flaviomanzi9571 4 ปีที่แล้ว +1

    Mais uma vez foi uma aula muito proveitosa a sua aula. Estou gostando cada vez mais. Eu sou muito suspeito em falar, porque eu gosto demais da Literatura Grega. Vou colocar um pouco mais sobre o conceito mimese: que vem de origem grega ("mimesis") verbo grego "mimesthai" o que significa "dar expressão". Bem que na sua origem apresentava diversos significados, como imitação, representação, indicação, sugestão e expressão. Tudo isso para o mesmo sentido: fazer ou criar alguma coisa que se assemelha ou qualquer outra coisa. Lembrando que no decorrer dos séculos, a ideia de cópia foi rejeitada e permanecer o sentido de imitação. Para Platão aceita a parte da poesia de caráter mimética, sendo que as obras miméticas são a destruição da inteligência dos ouvintes, de quantos não tiveram como antídoto o conhecimento da sua verdadeira natureza, ou seja, para ele a mímese é subversiva pois poderia colocar em perigo a união social (PLATÃO, Republica - Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa, 2008, p.449). Já para Aristóteles, a mímese é congênito do homem, sendo que não é ofício do poeta narrar o que aconteceu e si representar o que poderia ter acontecido, ou seja, o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Não diferem o historiador e o poeta por escreverem em verso ou prosa, se diferem das coisas que acontecem o que poderia de acontecer (ARISTÓTELES, Poética. Tradução de Eudora de Sousa. Lisboa: 1986). Achei ótima a sua abordagem e comparações entre os gêneros literário baseado no trabalho de ROSENFELD, onde os gêneros são considerados em sua dimensão "substantiva" segundo características formais desses gêneros discursivos, que costuma existir uma aproximação entre gênero e traço estilístico. Sempre deixando claro que não existe superioridade ou inferioridade de um gênero literário em relação ao outro, apenas diferenças (ROSENFELD, 2006, p.29). PARABÉNS Rafael. Grande e forte abraço.

  • @Dan_afo_
    @Dan_afo_ 4 ปีที่แล้ว

    Aula muito interessante! Pensar sobre os gêneros sobre a perspectiva literária e linguística abre muitas alas para pensarmos e discutirmos sobre comunicação dentro da literatura. Uma pergunta que carrego sobre o gênero épico é em relação a sua estrutura, ele é feito em versos e dividido em cantos, pois bem... por que classificamos então o Romance nesse gênero?
    Outro ponto interessante a ser abordado sobre os gêneros do discurso é sua capacidade de mutabilidade. Esse fato é percebido justamente com o exemplo do livro "Os sertões" do Euclides da Cunha... Por conseguinte, os gêneros, sejam eles literários ou do discurso, tem uma extrema relação em como o receptor interpreta a mensagem... Como já dizia Duchamp, "São os olhares que fazem um quadro".
    Atenciosamente,
    Daniel Antônio

  • @rossalybeatrizchioquettalo6096
    @rossalybeatrizchioquettalo6096 4 ปีที่แล้ว +1

    Esta 3ª aula, que versou sobre gêneros literários e tbém falou sobre gêneros discursivos foi bem profunda! Iniciando com Platão e o período clássico, passando por Aristóteles com o estabelecimento do discurso filosófico; na sequência refletimos com Hegel. Ao adentrar na literatura moderna, em meados do Século XIX até hoje, que se funda nas fronteiras entre os gêneros, retomamos as funções da linguagem, propostas por Jakobson; vimos as teorias do discurso, do linguista russo Bakhtin; e os efeitos de genericodade com Adam e Heidmann. Por fim, parafraseando Foucault, a ordem do discurso está sempre em transformação, nunca fechada! Bom aprendizado. Gratidão!

  • @luizavasconcellos575
    @luizavasconcellos575 4 ปีที่แล้ว +1

    Boa tarde, professor!
    A aula de hoje foi muito interessante, sempre gostei muito de pensar sobre as origens de determinadas coisas. Assim, as rupturas e continuidades das teorias sobre os gêneros literários apresentadas pelo senhor, chamaram-me muita atenção. É interessante perceber como certas elaborações feitas em um passado distante até hoje influenciam nosso pensamento, em maior ou menor grau, e as mudanças que ocorrem com o passar do tempo, como por exemplo quando o senhor falou da ruptura entre as as teorias de gêneros literários de Platão e Aristóteles.
    O estudo das origens nos mostra como certos paradigmas contemporâneos se estabeleceram, e nos faz refletir sobre nós mesmos, uma vez que, olhando para o passado e para a formação desses pensamentos, é possível realizar uma análise mais crítica sobre o que é tido como verdade ou como uma teoria sólida nos dias de hoje. Sobre isso, a crítica feita pelo senhor sobre o modelo estabelecido por Hegel foi muito pertinente, pois a adoção do pensamento de Hegel pressupõe que a Dramática, como dito por Rosenfeld, é superior aos outros tipos de poesia, o que parte de um princípio de valor, além de claro, os outros fortes argumentos que o senhor expôs na aula.
    Outrossim, as classificações de Rosenfeld sobre os gêneros literários foi muito esclarecedora, lembro-me que na época do ensino médio sempre tive um pouco de dúvidas sobre as classificações das obras literárias, justamente por não conseguir identificar qual gênero fazia-se mais presente em determinada obra. Contudo, a fluidez estilística que Rosenfeld propõe, conseguiu me esclarecer o motivo de minhas dificuldades, e também faz todo sentido ao se pensar que é possível encontrar traços estilísticos dos mais variados gêneros em diferentes obras literárias.

  • @domingosaparecido9833
    @domingosaparecido9833 4 ปีที่แล้ว +1

    Professor, Boa Tarde mais uma aula espetacular, objetiva e esclarecedora. Referente aos Gêneros Literários em Gênero Lírico - possível dizer que os poemas líricos seriam aqueles que expressavam sentimentos e apresentavam uma visão particular da existência; Gênero Épico - um gênero narrativo clássico, no qual os grandes feitos de um povo são cantados e Gênero Dramático - subdividido por Aristóteles em tragédias e comédias, é aquele tipo de texto literário criado para ser encenado, ou seja, para transformar-se em uma peça de teatro. Explanou bem didático Hegel e outras teoria do gênero que aprimorou mais aos meus conhecimento. Muito Obrigado

  • @gabrielmarinho9246
    @gabrielmarinho9246 4 ปีที่แล้ว +1

    Muito obrigado pela exposição clara professor. A discussão sobre a teoria dos gêneros chega em conclusões muito complexas ao se aproximarem das pesquisas de análise do discurso como você muito bem apontou no fim do vídeo. Em minha opinião, não há como ser mais preciso nessa leitura.
    Quero apontar para uma aparente conclusão que Rosenfeld sugere em seu texto, ressaltando que aqui exponho um raciocínio pessoal, que deriva de uma preferência particular pelo assunto em questão.
    Rosenfeld, ao tratar dos gêneros da poesia, exemplifica claramente que são conceitos fundamentados principalmente em suas exceções - uma vez que, na prática, não existem em sua forma pura -, sugere que a postura da modernidade, ou seja, da literatura de fato, se baseia justamente na confluência entre os gêneros.
    O teórico discute que os poetas na antiguidade rompiam com a pureza dos gêneros quando havia a necessidade, quando não havia forma de contornar tal ruptura mantendo a estrutura do texto. Todavia, podemos dizer que, na modernidade, autores rompem com os gêneros de forma ainda mais definitiva.
    Ao observarmos os românticos, sejam os primeiros românticos alemães, até os brasileiros que começavam a constituir de fato uma literatura propriamente sua, como a modernidade pressupõe em seu caráter vanguardista, percebemos uma sincera preocupação com a lírica. Isso se deve ao fato da busca pelo sublime, característica fundamental a todos os autores românticos. Porém, devemos observar que autores como José de Alencar, que publicou seu primeiro romance, "Cinco Minutos", por meio de folhetins, à moda da época, realizava a representação do sublime de forma diferente daquela que os poetas alemães e ingleses faziam. Ao procurarmos as manifestações dos gêneros literários em um romance romântico como o de estreia de Alencar, percebemos uma clara aplicação da lírica, em sua acepção adjetiva, já que o romance é escrito em prosa e segue a função narrativa predominantemente - característica atribuída à épica de acordo com Rosenfeld.
    A escrita de Alencar, ao misturar conscientemente os gêneros, provoca uma leitura diferente do usual para o meio. Não só para o publico predominantemente feminino brasileiro, mas também para qualquer leitor que se debruce sobre a questão do romance. O lirismo de Alencar, que seria muito mais comum até mesmo ao movimento romântico em verso - como nas "Baladas Líricas" de William Wordsworth, que rompe também, com a pureza dos gêneros conscientemente, embora de outra forma -, constitui um fenômeno de "prosa poética". Alencar transpõe gerações de lírica, assim como a tradição romântica no meio que é tido pela contemporaneidade, como representante do realismo literário.
    Evidentemente, Alencar não foi o primeiro a explorar o lirismo em prosa, porém, o cearense fundava o conceito de literatura brasileira moderna ao fazer isso. O autor trouxe ao Brasil a modernidade literária ao romper dessa forma com os gêneros, mesmo essa ruptura sendo inevitável em qualquer prática literária.
    Não é por fazer o que todos fazem, como Rosenfeld bem explicita. É por fazer de uma forma onde a ruptura não significa apenas uma insuficiência da teoria, mas sim um pressuposto a ser explorado. O trânsito entre os gêneros é responsável pelos maiores feitos na literatura até hoje. Seja em Dante com a épica indiscutivelmente lírica - ou vice-versa - da Divina Comédia, seja em Pessoa com sua lírica responsável por criar personagens icônicos. É no uso concomitante e habilidoso daquilo que cada arquiforma nos oferece que se manifesta a verdadeira Literatura.

    • @RafaelSilvaLetras
      @RafaelSilvaLetras  4 ปีที่แล้ว +1

      Excelentes exemplos e reflexões, Gabriel. Pensar a aplicação prática dessas categorias é sempre um exercício muito rico para nos precavermos contra categorizações estanques. Um forte abraço!

    • @gabrielmarinho9246
      @gabrielmarinho9246 4 ปีที่แล้ว +1

      @@RafaelSilvaLetras
      Obrigado pelo reconhecimento professor. Abraço!

  • @mariaclaramenezes5464
    @mariaclaramenezes5464 4 ปีที่แล้ว

    Excelente aula, Rafael! Estou adorando acompanhar esses seus vídeos. Gostei particularmente do comentário final sobre as teorias de Adam e Heidmann e sobre o que você trouxe a respeito dos regimes que influem nos efeitos de genericidade. Nos remete à impossibilidade de analisar uma obra tomando como ponto de vista um posicionamento único e dogmático. Quando você comentou que uma obra não pertence essencialmente a um gênero (e quando falou que variados elementos podem alterar a sua classificação e percepção nesse e naquele gênero), eu me lembrei imediatamente de Les Liaisons Dangereuses (um dos livros mais perfeitos do universo, quem falar que não está mentindo) no qual, no "Notice de l'editeur", o editor afirma "desconfiar que, ao contrário do que fala o autor, trata-se de um 'roman'" e, logo em seguida no notice do autor, Laclos nos jura de pé junto que aquelas cartas são as originais e que seu objetivo é educar! hahahah Esse livro é incrível. Bom, a verdade é que a gente vê, no nascimento do romance, essa intenção de realidade sendo extremamente explorada, os autores não desejavam criar ficção, "negando" com frequência (ou recusando seu nome) o gênero nascente. Também adoro a nota de Dostoiévski no início de Memórias (ou notas) do subsolo em que, pelo contrário, ele afirma: isso é uma ficção, foi tudo invenção! Claro que poderíamos ficar horas falando sobre autores que, desde muito, brincam com isso, mas é um procedimento que ilustra a fragilidade que define o gênero de uma obra. Enfim, muito obrigada! Até o próximo.

  • @anacaroline3937
    @anacaroline3937 3 ปีที่แล้ว

    Olá, Rafael. Ótima aula e reflexões. Penso ser interessante o estudo sobre a sistematização dos gêneros literários e concordo com você sobre não haver superioridade entre eles, mas
    sim uma complementação. Assim como na épica há exterioridade e na lírica a individualidade/subjetividade, a dialética entre ambas também é necessária (dramática). Faço aqui um paralelo com a teoria de Jung, que indica existir dois tipos de personalidades, uma mais voltada para o exterior/para o mundo, enquanto a outra, volta-se para si mesma/mundo
    interno e das ideias. Nesse contexto, a comunicação e a síntese entre o objetivo e o subjetivo são importantes, pois cada um dos aspectos estimula um modo de interação com a realidade.

  • @p.triciacoelho
    @p.triciacoelho 4 ปีที่แล้ว

    Achei interessantíssima a contextualização do momento em que Platão elabora sua teoria. Geralmente essa contextualização escapa aos nossos estudos, de forma que não imaginamos que Platão elaborava sua teoria a respeito de formas ainda muito novas na época. Isto, para mim, explicou um pouco do certo rebaixamento que Platão faz da poesia, da tragédia e da comédia, quando teoriza a respeito da Pólis ideal. Ao mesmo tempo, ele compreende muito bem as características e potências presente nessas formas literárias e por isso escreve seus textos em forma dialógica. Não por acaso o pensamento de Platão influencia Aristóteles, este ultimo porém, já em um outro contexto, como foi dito na aula, teoriza mais explicitamente sobre os gêneros e sua relação com o imaginário e comportamento social, em especial a tragédia.
    Outro ponto da aula que gostei muito foi a apresentação da abordagem do Rosenfeld. No livro O tetro épico, ele faz um apanhado histórico do épico enquanto adjetivo, demonstrando não só a impossibilidade de uma forma pura, mas a relação da formas de determinada obra com o conteúdo e o contexto vivido no momento de sua criação.
    Seguindo por esse pensamento e juntamente com as funções da linguagem relacionadas ao gênero, concordo que essa sistematização nos é aliada para o entendimento da literatura e das formas mais interessantes para cada finalidade, porém sem lidar com ela de maneira engessada e descontextualizada, principalmente no momento da criação.

  • @spencerlopespinto1470
    @spencerlopespinto1470 4 ปีที่แล้ว +1

    Obrigado pela excelente aula! Acredito que as mudanças ressignificam as chaves no seu conteúdo objetivo, subjetivo e na mescla de ambos, quando já não somos o mesmo quando lemos a mesma obra.