Eu achei muito interessante a discussão que você propôs, mas eu acho, minha opinião, que tem uma coisa que a maioria das pessoas não leva em conta. Se você não está estudando aquele livro, qualquer um é entretenimento e isso, ao meu ver, inclui os clássicos. Claro que, quando a gente vai ler determinado livro se tem expectativas diferentes, mas eles não deixam de ser entretenimento. Eu já fui aquela leitora que lia sempre livros com mesmo enredo, foi aí que eu comecei. Hoje eu tento sempre diversificar.
Importantíssimo lembrar isso, não importa se você está lendo o livro mais cabeçudo do mundo, se não está estudando este livro então ele é entretenimento como qualquer outro e o objetivo central do entretenimento é que você se entretenha né kkkkkk, então é sempre importante levar em consideração o objetivo do leitor, pode ser estudo, entretenimento, ou vontade de se desafiar com uma leitura diferente do habitual, não faz sentido impor limites na leitura das pessoas sendo que na maioria das vezes não sabemos sequer qual o objetivo dela com essa leitura. O melhor a se fazer é simplesmente encorajar a leitura e o desenvolvimento do senso crítico e como a própria Tatiany disse, levar recomendações de livros que possam ser interessantes para aquele leitor.
@@The.Perfect.Harmony Darei a bíblia como exemplo. Ela é um livro para ser estudado, e como se faz isso? Fazendo anotações, reflexões e tentando entender o livro. Mas também tem outros. Por exemplo, quando a professora pede para lermos um livro e depois escrever sobre a mensagem dele, grande parte dos livros não tem uma mensagem tão explicita, então, fazer anotações, interpretar e refletir sobre o que você tá lendo, você está estudando um livro
@@redmoongames6366 sim, mas vc tem razão, mas vc estudo todos os livros literarios que vc lê ? acho que não. Estudar um livro é só para quem trabalha com literatura ou quando se estuda para um vestibular ou prova de ensino médio. Se for só para conhecer a obra, a gente lê e no máximo vê uns video sobre a obra e o autor.
cara simmm, eu fiz um video (canal @strawbchoco) sobre a diferença que a gente faz ao olhar um classico e um livro contemporaneo de entretenimento que é exatamente essa forma de ver como algo culto e para ser estudado, mas que tambem eh entretenimento e nao precisa estar nessas caixinhas
Sou professora e não canso de repetir: é melhor ler bula de remédio do que não ler nada. A leitura não só possibilita aumentar a discussão sobre determinados assuntos mas, entre outras coisas, estimula o raciocínio e aumenta o vocabulário, aspectos extremamente deficitários entre meus alunos atualmente. Essa realidade me faz ser uma entusiasta do trabalho dos booktubers que, neste cenário em que as redes sociais se tornaram uma realidade permanente, conseguem sensibilizar e atingir indivíduos que, de outra forma, não encontrariam estímulo para se dedicar à leitura. Atividade que, pode ser sim, tão prazeirosa quanto necessária. Parabéns Taty, por abordar o assunto de forma tão lúcida!
Sou formada em pedagogia e tenho a mesma percepção! Há alguns anos, confesso que eu tinha muito preconceito com livros de youtubers (na época, Kefera, Felipe Figueiredo...). Minha primas menores amavam! Contudo, paulatinamente, ambas foram se interessando por mais e mais livros. Hoje, uma prima com 21 anos e outra com 16 anos, você vai na casa delas e encontra uma grande prateleira numa parede cheia de livros diversos: literatura clássica, terror, comédia, romance, best-sellers, mangás... Direto trocamos ideias sobre livros e sempre elas carregam um na bolsa, para lerem em suas pausas do trabalho ou da escola. Ambas leem muito e tudo começou com um livro de youtuber. Hoje não julgo mais. Tanto booktubers, quanto booktokers ou bookgramers, incentivam demais crianças e adolescentes a lerem cada vez mais. Vide a Bienal do Livro deste ano (2024), cujo público bateu o recorde. E grande parte dos que vi, publico jovem, mega empolgados em cada vez mais leitura.
Discordo. Porque assim como os bons livros podem nos tornar mais inteligentes, os livros ruins podem também, nos tornar completos idiotas. Acredito que tem coisa é melhor não saber.
@@franciscoalexandrearaujode4755 Citar o Olavo é ótimo, porque isso nos mostra que a leitura, por si só, não quer dizer absolutamente nada. Ler não muda a vida de ninguém, isso é papo furado. O objeto (livro) não tem poder nenhum sobre a pessoa, tudo depende da relação que a pessoa estabelece com o objeto. Não depende apenas do objeto em si. Vejamos: o Olavo era um leitor voraz de clássicos (da literatura, das humanidades, da filosofia etc.), mas interpretava o que lia de uma forma bastante problemática. Ou seja, a leitura constante não mudou o Olavo (assim como não muda os seus seguidores, que tbm são leitores de clássicos). Isso tudo me lembra a velha discussão, do século XIX, da relação entre sujeito e objeto. Às vezes, me parece que os leitores de literatura glamourizam demais a leitura, como se ela, por si só, fosse transformadora. Isso não é verdade.
estava vendo esse video no ônibus e, no momento em que a tati fala sobre a dificuldade de incentivar uma pessoa a ler depois de horas trabalhando, vi um senhor, vendedor de banca de jornal, sentado e lendo a biblioteca da meia-noite. deu um quentinho no coração ver isso ao mesmo tempo que ouvia a tati. 🥲
“Só leio hot e sou tão intelectual quanto quem lê Tostoi sim” Uma coisa é reconhecer que livros inferiores podem servir de catapulta para melhores leituras. Agora outra, é achar que alta literatura é algo que só existe na mente burguesa. Se tudo é bom, nada é bom. A só come besteira a vida inteira e acha que tem uma vida tão saudável quanto quem tem uma boa alimentação… vai nessa.
Não dá pra entender como livros clássicos sejam sinônimos de intelectualidade, veja, eu amo ler clássicos br e russos, e pra mim é inacreditável que livros tão bem escritos tenham menos popularidade que esses livros pops de hj. Não tem nada de difícil de entender os livros. E são ótimos dramas, novelas etc
@@formigamusicfactory6614 intelectualidade não é sinônimo do livro ser difícil. É sobre entender como aquele livro conseguiu exprimir em uma história aspectos intrínsecos e atemporais da realidade humana, mesmo que escritos ha décadas. Intelectualidade não é ler clássicos. Ta cheio de gente que le e tem a mentalidade de uma porta. E nem quer dizer que livro contemporâneo via de regra é ruim. Agora achar que hot é tão literatura quanto outros, ai é atestado de sapo cururu sim.
@@BarbacenaParaoMundo olha eu leio os clássicos pela trama e depois eu dou uma dissecada nos reviews na internet e vejo as questões históricas. Claro que não sou burro e percebo muitas coisas. Mas tem coisas que me passam despercebidos porque tem mt coisa cultural de época/historico/geografico/filosófico que eu não sei mesmo e ta td certo. Pra mim clássicos são melhores por serem mais bem amarrados, os personagens são bem construídos, não tem mt exagero aos detalhes, mas tbm não é vago. Além que são questões que são até hoje debatidos de formas diferentes. Livros Hot seriam livros em alta?
@@formigamusicfactory6614 que benção não saber o que são “hots” hahahaha São livros pornograficos e só. Supostamente românticos. Muitos desses livros jovens, como Collen Hoover e esses de fadinha contem esses elementos.
A realidade é que pessoalmente nunca li com o objetivo de ser intelectual, nunca busquei nos livros um status quo que muito booktuber e doutor de universidade almeja. A leitura tem que ser prazerosa e alcançar os objetivos do leitor. Hoje leio para me atualizar profissionalmente e vez ou outra leio um romance (independente de ser um clássico inesquecível ou um pastiche de baixa qualidade). De forma que acredito que os objetivos da pessoa sobre sua própria leitura é o que realmente importa. Se o leitor quer uma erudição literária, poder discutir sobre o sexo dos anjos com seus pares, ele que se limite ao seu mundo. Querendo ou não somos socialmente influenciados em nossas leituras, o grupo "dita"muito do que você "escolhe"ler. Na real, é muita recomendação da sua bolha literária, seja o seu clube do livro, seus parceiros doutores na academia, seu trabalho, amigos, ou o que você segue nas redes sociais. É inegável o aspecto social, mas acredito que melhorei muito da minha vida quando me desatei desses nós e comecei a ler o que quero, com base nas minhas questões pessoais. Viver para ler e responder os gostos e questões e bandeiras pessoais dos outros não é vida, é escravidão.
Achei o vídeo ótimo! Porém, gostaria de fazer alguns apontamentos para tentar ajudar a aprofundar um pouco mais esse debate extremamente necessário e dialogar com o comentário acima. Acho que, inicialmente, deveríamos nos voltar ao discurso que tínhamos uns anos atrás, como você citou no vídeo, em que houve o "boom" de livros de youtubers e isso foi visto como negativo por uns e positivo por outros; acho que para poder 'julgar' se isso foi positivo ou negativo, poderíamos olhar para os números da pesquisa 'Retratos da leitura no Brasil'. Dei uma olhadinha rápida para poder fazer o comentário e, pelo que vi, não houve um crescimento significativo no número de leitores ou de leituras realizadas durante ou após o 'boom' de livros de entretenimento do booktube, o que me faz pensar que, o argumento que esse tipo de livro é uma 'porta de entrada' e não deve ser 'criticado' talvez não se sustente. Aqui, no entanto, eu não estou tentando dar uma resposta categórica mas levantar um questionamento se estamos caminhando para o caminho certo. Agora especificamente em relação ao comentário do colega acima, gostaria de destacar dois trechos específicos. O primeiro: "leitura tem que ser prazerosa e alcançar os objetivos do leitor" acho que aqui as coisas se tornam mais complicadas, porque ao dizer o que a leitura tem que ser algo x ou alcançar objetivo y, você básicamente mata a literatura. A literatura deixa de ser arte para ser um objeto com fim pré-estabelecido, o que eu acho que nem preciso discorrer mais para que vocês entendam em que ponto vai chegar. O segundo trecho é "uma erudição literária, poder discutir sobre o sexo dos anjos com seus pares, ele que se limite ao seu mundo", erudição por erudição é algo vazio que realmente não se traduz em mudanças significativas materialmente falando, porém, quando estamos falando sobre anti-intelectualidade eu acho que dar esse salto para uma erudição vazia é exatamente o que não devemos fazer. Como a colega @NataliaVicente-x7k comentou, acho que de certa forma a Taty foi um pouquinho desonesta, pois no vídeo original a moça deixa bem claro que não está condenando uma leitura considerada leve ou de entretenimento, mas está apontando para uma leitura que seja realizada de modo mais crítico. Acho que no final das contas, sempre será sobre a formação de um leitor e da capacidade crítica que ele vai ter ao ter contato com certas obras, um leitor despreparado pode pegar um livro de Machado de Assis e odiar simplesmente por não estar preparado, enquanto um leitor crítico pode gostar ou odiar dependendo da construção do seu gosto (que também não é individual, mas isso é outro papo), mas ele saberá explicitar os motivos de ter gostado ou não da leitura, enquanto o leitor despreparado, acrítico, etc., simplesmente não vai gostar pela lacuna que existe na sua formação como leitor. O que a moça criticou fortemente no vídeo dela foi exatamente essa postura relaxada e acrítica dos leitores que consumem as bookredes, e acho que ela tem um ponto na crítica dela. Os leitores procuram os livros de acordo com seus "gostos" e se alimentam acriticamente dessa literatura, o ponto, portanto, não é a literatura em si, mas os leitores e o que eles fazem com o conteúdo que eles lêem.
@@im.muller Sim, isso mesmo, a "culpa" é dos leitores e não dos grupos sociais, redes sociais e booktubers. Acredito que enquanto a pesssoa não se achar como leitor/leitora e compreender o que o faz gostar de ler, ela será sempre dependente da aprovação dos outros para realizar o que faz. Isso vale para qualquer tipo de arte ou produto de consumo. Vejo as pessoas se preocupando mais em agradar aos outros, ou seu público, do que realmente curtindo sua leitura com base nos seus objetivos e desejos pessoais. E não adianta vir depois culpar os booktubers, ou grupos de leitura se o problema é uma problema pessoal de auto promoção online. Mas ainda acredito que, se a leitura por lazer não for prazerosa, ou que não responda os objetivos do leitor ela não tem o porque de existir. Quem lê por prazer algo que não gosta? Só mesmo se quiser uma validação dos outros, ou fizer isso por trabalho... mas daí já não é mais prazer. E sobre essa "definição": do que seria leitura, estou certo que cada um tem sua perspectiva. A minha é um pouco utilitarista (alcançar os objetivos do leitor) e fenomenológica (ser prazerosa ao leitor). A sua pode ser em relação a liberdade, e outros podem pensar na intelectualidade ou na formação cultural ou artística. Cada um terá sua perspectiva a respeito disso. Ao meu ver uma leitura que deixa de me entreter e ser prazerosa ou não responde a dúvidas pessoais sobre a natureza da realidade automaticamente não é algo que busco.
@@kriativs7374 Acho que divergimos em alguns pontos e tá tudo bem, como eu disse, não comentei com objetivo de dar uma resposta categórica e definitiva, mas para engajar nesse tema que acho muito importante. Dito isto, vou adicionar mais alguns questionamentos. 1- Você não acha que quando "culpa" especificamente os leitores você deixa de ir a fundo no problema? Digo isso porque você parte de uma culpa individual, como se o indivíduo lesse apenas por "prazer"/para certo "objetivo" (entendi que você deu um exemplo que, obviamente, tem você como ponto de referência) ou para ser "aceito", ou seja, buscando aprovação de terceiros, correto? No entando, como seres sociais, a "culpa" de um um problema social dificilmente vem de algo que está no plano do indivíduo, é como culpar a população pobre por ser pobre, ou culpar a população com baixa escolaridade de ser "burra". Ao meu ver não faz muito sentido, enfim. 2 - A "definição" da leitura pode ser algo pessoal mesmo, por isso que eu não me referi especificamente ao termo "leitura", mas ao termo "literatura". A literatura é uma arte você concordando ou não, sua definição pessoal não altera o que algo é ou deixa de ser. No entanto, entra aquele outro debate, sobre "alta" x "baixa" literatura, que eu nem abordei no meu comentário porque acho que mereceria um debate separado (assim como a questão do gosto ser algo individual ou não, que também deixei de lado pelo mesmo motivo). Dito isso, minha questão é: Vamos supor que as pessoas partam do seu pressuposto e encontrem o nicho do que ela "gosta" e do que alcança seus "objetivos", a literatura como arte, estaria condenada a suprir essa demanda, correto? Visto que o sistema vigente é o capitalismo e ele já impõe demandas de "gostos específicos" e "objetivos", se todos leitores partissem do seu pressuposto a literatura morreria de vez, concorda? 3 - Você pode achar que eu estou sendo taxativo ou algo do tipo, mas creio que toda leitura de alguma forma "responde a dúvidas pessoais sobre a natureza da realidade", então o que, pra você, seria uma leitura que não responde isso? (essa última foi só uma curiosidade)
@@im.muller 1 - Bom, eu penso que se a pessoa não consegue nem sustentar suas vontades, desejos e ideias ela não pode estar encapsulada em uma rede social, pois ela será escrava da vontade dos outros. Nesse sentido acredito que tudo parte da individualidade primeiramente e só depois o aspecto social. Não há como alguém saber o que gosta se só segue lista fabricada por outros na internet. Não há como viver de aceitação social sem desenvolver uma identidade pessoal e suas percepções pessoais. Senão vira tudo massificação e o sujeito vira um seguidor de outros, repetidor da opinião alheia, e não um consumidor do que importa a si mesmo. 2 - Bom, eu não encaro muito o aspecto artístico da literatura, mas é só um viés meu. Como disse antes e em outros lugaes da internet, hoje leio 70% focado em melhorias educacionais e profissionais raramente vejo o livro como objeto artístico. Me divirto com uma boa história mas não fico julgando o potencial artístico das obras porque isso pouco me interessa. Embora eu saiba que na visão de outros, a arte na leitura é o fator mais importante. 3 - Como dissse, na minha visão, leio para responder a minhas questões, sociais, históricas, filosóficas e de conhecimento da natureza. Sou Biólogo, Geólogo, Geógrafo e Professor. Leio com base na minha realidade e busco responder dúvidas do meu cotidiano para desempenhar boas aulas a meus alunos. Sim, pode soar totalmente utilitarista, ler 70% de não ficção, mas é a forma que eu me aproprio da leitura. Já tentei um viés artístico no passado mas as discussões literárias são muito relativistas e sem fundamento na minha opinião, variam muito de indivíduo a indivíduo e através do tempo, não são concretas. De qualquer forma, ainda me sobram 30% das leituras para boas histórias, mas não me apego a autores, correntes literárias ou recomendações online. Leio de tudo, se não gosto abandono, o que novamente reflete minha perspectiva de que quando leio para entretenimento não tenho vergonha em abandonar leituras se elas não me satisfazem (ler por prazer e não por outro smotivos). No restante do tempo leio para o trabalho "para solucionar questões pessoais na área de ciências naturais ou filosofia" ou "para usar de exemplos de conteúdo em aulas".
@@kriativs7374 1 - Complicado hein... Sugiro um Marx, acho que resolveria algumas questões. 2 - Entendi. 3 - Já que disse que além das ciências naturais você também lê filosofia eu sugiro um Foucault talvez até um Deleuze, mas acho que o Foucault basta. Enfim, obrigado pelas respostas :)
4:44 mas acho q esse é o problema q a moça apontou no vídeo dela. O problema não é ler livros de entretenimento (no vídeo a moça diz q lê essa literatura, que gosta disso), mas sim SÓ ler esses livros. A gente se prende a essa literatura onde o debate começa, e aí não avançamos para outras coisas. É como se só lêssemos a introdução e não seguíssemos para as próximas páginas. Se prende a uma só experiência. É uma maneira muito conservadora de se envolver com a arte. Agora, o que me decepcionou um pouco nesse seu vídeo, Tatiany, é essa ideia de q o vídeo da moça trouxe um discurso perigoso. Desde qd a gente se tornou um grupo tão amedrontado e frágil, assim? A gente tá tão na defensiva que não podemos ter certos tipos de debates pq pode "alimentar a extremar direita". Que coisa triste não se poder debater arte. Gostei do vídeo da moça SOBRETUDO pq foi um vídeo difícil e um vídeo que alimenta um debate que acho que a gente que TEM que ter. Um debate não só sobre se "existe uma arte melhor que a outra", mas tbm sobre "pq tem uma galera que só tá lendo esse tipo de livro e não ta indo pra outros tipos de livro".
O discurso é perigoso não por não poder ser debatido e sim pq ele tira justamente a opção do debate. Quando você diz que é errado ler apenas os livros hypados e que você não consegue aprofundar um debate a partir disso, você mesmo está tirando a opção do debate. Literalmente qualquer coisa pode ser debatida com um grande nível de profundidade, tudo vai depender do leitor, do seu senso crítico e do quanto ele está disposto a mergulhar nisso. Debater algo não é sobre fazer juízo de valor, não existe isso de "essa arte é melhor do que aquela", você pode dizer que a técnica de um artista é melhor do que a do outro e isso é claro se eles estiverem fazendo o mesmo tipo de arte (entende como é complexo?), portanto frágil mesmo é quem se coloca num pedestal e se propõe a decidir se arte X é melhor que arte Y, pois essa pessoa sim não está deixando espaço para que um debate ocorra e para que sejam analisados contexto, objetivo e tantas outras coisas que precisam ser analisadas quando debatemos arte. Quem é o artista, qual o objetivo da obra, o que levou ele a retratar a abra desta forma, com quem ele esperava se comunicar com essa obra, será que eu faço parte do público com o qual ele se comunica, será que isso que não fez sentido pra mim faz sentido pra outra pessoa? De qualquer forma entendo e respeito suas opiniões e inclusive seu comentário me fez lembrar de um livro que li a muito tempo, acredito que você vai gostar e compartilhar das opiniões do autor, as reflexões que ele faz no livro vão bem na linha desse seu comentário acho que você vai gostar muito da leitura, fica aí de recomendação: O que é arte? - Leon Tolstoi
@@Biancaaaaaaaaaagsgs Mas Bianca, ninguém falou que é errado ler apenas livros hypados. Cada um faz o q quer. O que está sendo discutido é a anti-intelectualidade que pode se gerar a partir de leituras viciadas (no sentido de se só fazer um tipo de leitura). E eu concordo: tudo pode ser debatido com profundidade. Qd ao autora do vídeo diz que tem livros mais intelectuais que outros, eu veja ali certa dificuldade de se separar o livro enquanto objeto da leitura enquanto instrumento. Você pode tirar leituras críticas e intelectuais de quase qualquer obra. O problema é que existe uma dificuldade desses bookstan, booktok e etc de produzir leituras críticas. Há um processo de anti-intelectualização que, ao meu ver, gera essa estagnação onde as pessoas não procuram + por outras leituras (por uma diversidade de leituras). E veja, não há problema em gostar mais de um tipo de livro em específico; o problema está em só ler esse tipo de livro e pior, de lê-lo mal, de não conseguir elaborar leituras interessantes e intelectuais sobre ele. Essa ideia de "essa arte é melhor do que aquela" me parece estar ligado a um complexo de intelectualidade que a galera leitora tem. Se associa o livro a um objeto intelectual, sendo que na verdade é possível (e mt comum) ler uma obra e não fazer exercício intelectual nenhum nesta leitura. Literatura é uma mídia como qualquer outra, ela não é mais ou menos intelectual que cinema ou desenho ou quadrinho. A questão não está só nos livros, está também (e sobretudo) na leitura que as pessoas fazem deles. Eu lembro q no ensino médio eu tinha amigos q faziam faculdade e q tavam falando de um livro chamado "crítica da razão pura". Eu, com meus 16 anos, tentei ler esse livro. Na leitura eu não fazia esforço para entendê-lo, interpretá-lo. Eu não pensava no livro que lia, eu só lia ele pra poder falar que li. Isso que fiz no passado foi uma leitura não-intelectual. Ler por ler. E há diversas outras possibilidades de leituras não-intelectuais. Agora, a questão é: tem problema fazer leituras não-intelectuais? E a minha resposta é que não. Td bem ler do jeito que você preferir. Mas a questão é justamente essa: há um apagamento da possibilidade de leituras intelectuais na internet. Não se pensa no que lê. Não se quer pensar. A maioria de booktube que vejo chamam os vídeos de "críticas", sendo que de crítica não tem nada. Acham que crítica é opinião. E eis a raiz do problema: chamar de crítica o que não é crítica, chamar de intelectual o que não é intelectual (dessa forma se apaga a possibilidade de crítica de verdade, de intelectualidade de verdade, nos levando até um não-intelectualismo tacanho). Então, não é uma questão de se colocar em um pedestal e sim de alertar e debater o que tem acontecido com a comunidade leitora na internet.
Tatiany, concordo com você em partes. Vou dizer com base no meu ciclo social jovem, a maioria das pessoas que eu conheço leem romance capa fofa problemáticos ou hot e isso me deixa extremanente preocupada. O problema não é ser simples, mas o que tem nessas obras. Isso pelas noções deturpadas de relacionamento que elas criam, eu acho terrível como esses livros que normalizam comportamentos nocivos e mesmo assim são panfletados como um belo enemies to lovers ou um hot pesado e por isso ta tudo bem. Acho muito importante infleunciadores como você falarem sobre isso e trazerem uma reflexão nesses assuntos :) ps: Sou super a favor de livros mais leves, adoro ler para sair de ressaca literária
entendo seu ponto, mas isso tá aí desde que o mundo é mundo, né? tá nas milhares de séries no streaming, tá nos canais do youtube (normalizando inclusive influenciadores BIZARROS que só falam merda), nas novelas, nos games, na internet. O livro não é mais especial pra ser o único lugar/mercado onde isso não existe, sabe? As obras literárias fazem parte da sociedade e também vão, por consequência, espelhar seus lados mais sombrios e negativos... Por isso acho que nosso trabalho, junto com pais e professores é tão importante: a partir desse contato, a gente pega na mãozinha e leva pra outro lugar
@@Valerumlivro realmente, acho q isso acaba me assustando por eu n ver mtas séries nem filmes. Acho q é muito de equilíbrio e de instruir como você disse, agora o ruim é que essas comunidades (de ambas as mídias não só de livros) são muito fechadinhas, o cenário ideal seria q a gente pudesse ter críticas saudáveis sem puxar para um elitismo e nem para uma banalização desses problemas. Enfim, adoro teu conteúdo, te conheci pela cabine literária e parabéns pelo trabalho. (Essa conta não é minha principal)
acho mutio complicado transformar uma discussão de um comportamento coletivo a um ataque pessoal. não é sobre não poder ler livros mais simples, não é sobre pessoa x ser mais intelectual do que pessoa y. é sobre consumo, é sobre como o capitalismo se apropria e esvazia pautas. não pode aprofundar papo nenhum que já surge o argumento "ah, mas EU gosto" "ah, mas aí é dar moral pra extrema direita" se for assim a gente não chega a lugar nenhum, não critica nada nunca. é inacreditável que LEITORES se recusem a refletir, que afastem discussões, tratem como se fosse guerrinha de ego. inacreditável mesmo
Praticamente criticar algum livro no tiktok virou crime. Se você fala qualquer coisa mesmo sendo respeitoso sem atacar as pessoas já te mandam o clássico "não gosta não lê", isso quando ainda são educados geralmente já te mandam calar a boca direto.
Não consegui ver esse vídeo como uma resposta ao outro pq para mim, vc concorda com tudo o q foi dito, mas não concorda com o fato q foi dito (?). Isso de apontar produtos de consumo de massa (e não só literatura) sempre vai ser perigoso, pq pode cair num discurso elitista (e a própria moça do vídeo pontua isso). Mas usar esse motivo para dizer que não se pode falar o fato: que as pessoas estão se alienando com conteúdo de massa que frita o cérebro e alimentando um mercado gigante q não tá disposto a se abrir para outros horizontes... Como isso vai mudar, se não falarmos? Partir do pressuposto de que as pessoas "não aguentam" ou não podem ouvir a verdade é, também, prepotente e elitista. A gente tem q colocar a conversa na mesa e debater.
Taty, neste lugar, sabe uma coisa que me intriga? Por que a gente só cobra (com esse tipo de afinco) esse lugar de "alta produção", "clássico", "coisas intelectuais", da literatura? Eu não vejo a galera obcecada em só consumir cinema clássico, ou por só ouvir música clássica. Parece que a mídia escrita (livros, especificamente) tem essa responsabilidade de ser sempre a coisa intelectualoide, enquanto outros tipos têm mais liberdade para existirem. Para mim, o problema é justamente esse: enquanto a gente não lidar com livros da mesma forma que lidamos com mídia audiovisual, ou seja, algo que pode ser para pensar muito, ou para relaxar muito, vamos seguir com esse tipo de discussão. O que você acha disso?
Talvez isso exista no seu meio. No meu universo paralelo o “policiamento” é geral. Música no máximo o rock dos anos 1970. Algumas concessões para poucas coisas dos anos 80, 90. No geral só música erudita e todas as variantes do jazz. MPB apenas os consagrados de sempre. Quando o assunto é cinema, Hollywood até é citada mas com muita, muiiiiiiiiiita cautela e pouquíssimos eleitos. Netflix ninguém nunca ouviu falar.
me fez pensar. faz sentido na minha opinião. Leitor usualmente gosta de parecer intelectual mesmo, mesmo que não esteja lendo algo complexo, parece que o ato de pegar um livro o separa das grandes massas. Acho triste somente. Atitude que hipsters cultivam nas músicas e filmes, a sensação de "ser diferente" ou autoridade em algo "desconhecido".
Isso muda quando passamos a consumir conteúdo pelos motivos certos. Primeiro tem que haver a consciência. Quando se é muito jovem é difícil ter essa consciência. A gente não vê um bom filme ou lê um bom livro porque é bom, mas sim porque quem admiramos (professor, amigo culto, um artista que admiramos) falou bem de tal livro ou filme. Ou seja, quando criamos nossa personalidade, quando só os verdadeiramente capazes de julgar o que gostamos, quando assistimos ou lemos algo porque de fato queremos ou porque aquilo vai agregar à nossa vida, só a partir daí é que saberemos escolher o que ler ou assistir. Mas no iniciozinho, tem que seguir alguém ou listas mesmo. Ali pelos 20 e poucos, assisti uns 300 filmes italianos e franceses, a maioria filme cabeça. Vi cada filme francês chatão , mesmo que geralmente bom que não é pra testar (e aumentar) a paciência Os filmes italianos em geral divertidissimos, não importando o gênero ou a época. Em relação a livros estou engatinhando ainda, mas além de continuar com os clássicos das literaturas lusófona, francofona, anglofona e hispanofona, vou continuar com meus romances policiais, por exemplo. Se eu gosto, por que deixaria de lê-los?
Taty, também sou uma leitora de clássicos, mas abro espaço para livros "mais leves" como Daisy Jones & The Six de vez em quando. Faço minhas as suas palavras. Adorei!
oi taty! vejo muita verdade no que você falou, acho que estamos falando a mesma coisa, mas de formas diferentes hehehe jamais condenaria a leitura por entretenimento, afinal, como eu disse, ler é arte, é sentimento. eu mesma leio muitos livros leves. mas, o meu problema é realmente o consumo passivo, em que não há discussão verdadeira. é sobre ler o que quiser, desde que se possa ter opinião critica sobre o assunto. não é sobre preciosismo e elitismo e sindromes de superioridade (embora eu reconheça que muitas pessoas usaram das minhas falas pra esse fim, mesmo que eu tenha sido o mais clara possível kkkkkk). acho esse debate muito importante porque ele sempre começa e termina no sistema que cansa o trabalhador e usa desse cansaço para continuar oprimindo a população :) gostei muito do seu vídeo, quero mais debates assim!
vou falar minha perspectiva, concordo com vc, porém confesso que essa cultura dos livros em massa, sem profundidade, resumidos a duas, três palavras (tipo “enemies to lovers” ou “friends to lovers” e por aí vai) tem me afastado um pouco de buscar novos livros, muitas vezes não porque o assunto é raso, mas o próprio livro é raso, você não se conecta com os personagens, eles são só uma caixinha e mais nada, a história é totalmente previsível, pra mim o que me atrai em livros é justamente aquele livro que o resumo não é suficiente pra explicar toda a história e o quão incrível ela é
Gostei MUITO do seu vídeo. E concordo 100% As pessoas esquecem que, como tudo, há a moda. Quando eu era adolescente, a moda era história com vampiro ou zumbi. Como diria belchior: "Você não sente nem vê Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo Que uma nova mudança em breve vai acontecer E o que há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo E precisamos todos rejuvenescer"
Eu gosto muito da sua linha de pensamento, cada pessoa tem seu tempo e suas experiências agregadas que vão influenciar diretamente o que elas consomem.
Vi o vídeo dela e gostei. Concordo contigo em certos pontos. Mas acho que o que ela quis dizer é o que vc falou no fim do vídeo, enquanto nós leitores de clássicos nacionais e etc estamos abrindo espaço para os livros de capa colorida bombados e/ou "leves", eles nao querem abrir espaço para os clássicos ou algo "cabeçudo" Estar numa turma de calouros de letras com a maioria esmagadora praticamente a turma inteira (dos novinhos aos 30+) que so estao consumindo livros de ceo e capa colorida foi meio triste. Reclamaram dos contos por "nao entender", debates rasos e sempre repetindo q a escola não é espaço para esse tipo de literatura. Do meio do semestre pro fim o professor ja meio q ficou sem saber oq fazer p engajar os alunos Lemos contos de clarice, Caio f., cotazar, evaristo etc.. depois Sherlock homes e Camões
eu entendo o ponto, mas de novo, as obras literárias fazem parte da sociedade e também vão, por consequência, espelhar seus lados mais sombrios e negativos... O problema tá muito mais em baixo, é a internet, é o que a gente consome e propaga, quem a gente deixa famoso... Concordo que estamos lendo as mesmas coisas e que tem um monte de coisa negativa sendo propagada, mas por isso que o criador de conteúdo (e aí nessa parte eu concordo com o vídeo original) precisa ajudar a dar a mãozinha pra explicar e levar pra outras leituras
Por curiosidade, em qual instituição você estuda? Eu sou licenciando em Letras em um Instituto Federal, a nossa classe é bem mista, mas a grande maioria tem menos de 25 anos, e embora não sejamos leitores de clássicos, mesmo que já tenhamos lidos alguns em nossa trajetória, mesmo que achemos alguma obra abordada em aula chata, não deixamos de ler ou estudar porque entendemos a sua importância histórica e gostamos de debater sobre elas. Na minha instituição, entendemos que não tem essa de gostarmos ou não de algo, nós vamos estudar e pronto. Não há nenhum problema em gostar dos livros atuais, inclusive, tem muita coisa boa e interessante saindo atualmente e que são melhores que muitos clássicos. Por exemplo, “O Pintassilgo”, de Donna Tart, o livro é ótimo e merece muito ser lido por várias pessoas. Na questão da escola, é preciso mesclar o antigo com o novo, tem que abordar obras atuais que realmente sejam relevantes e moldar um caminho que facilite a leitura de clássicos, você apenas enfiar goela abaixo um livro antigo, nem sempre é palatável ou prazeroso de ler. Eu tive que ler O Primo Basílio no segundo ano do ensino médio, foi uma experiência tão ruim, que não esqueci até hoje. Eu não tinha maturidade literária para ler aquela obra naquele momento. Mas a sua sala em questão parece ser bem mimada e não entendeu ainda que eles estão em um curso superior e que as coisas não são do jeito que eles querem. Entrar em um curso de letras é saber que vc vai estudar os clássicos antigos e, talvez, alguns modernos, e não Collen Hoover.
@@Valerumlivro eu concordo, culpar o produtor de conteúdo é muito raso. O problema é muito mais sobre a nossa estrutura social e econômica. No final os booktubers e tikbookers produzem o que vai dar view porque é o que paga conta
Quando eu vi o vídeo da menina eu concordei totalmente com ela, mas isso pq eu entendi o que ela queria dizer. Porém, concordo com você que o discurso dela de maneira mal interpretada é perigosíssimo, principalmente pq dependendo a pessoa pode parar de ler pq acha que a leitura só é válida quando é livro clássico. Mas, ainda sou obrigado a concordar que dependendo dos livros, ler 50 livros ou 2 dá na mesma pq eles são praticamente iguais, os booktubers e afins deveriam incentivar a leitura de livros diferentes a partir desses
Percebi que tenho em casa uma antibiblioteca, tenho muuuuitos livros que ainda não li e a maioria não são livros muito falados, tenho sim alguns famosos que me interessam muito e estou ansioso pra ler. Mesmo que eu queira ler os famosinhos eu simplesmente amo entrar numa livraria e sair com um livro que eu nunca ouvi falar mas comprei pq a sinopse me interessou, pra mim essa é uma parte essencial da minha leitura, ler livros pq o contato com eles me trouxe o interesse. Òtimo vídeo tati.
Excelente fala! Estive em sala de aula por 34 anos e concordo, leve à leitura possível no momento, a sementinha está plantada! Vi meninos começarem com O diário de um banana, Harry Potter e se tornar aficcionado por Conan Doyle e amando Rubem Fonseca, anos depois! Obrigada pela coragem!
É uma questão geral, não só para o mercado literário, os algoritmos tendem a ditar o que a gente consome e cria bolhas cada vez mais fechadas que se retroalimentam. Então de fato parece que a gente consome as mesmas coisas, porque o algoritmo o nos indica as mesmas coisas o converte para o mesmo assunto.
"Condenação do lugar da leitura". Grata demais por você levantar essa questão, Taty! Concordo plenamente com você! Ver alguém ter esse pensamento é difícil...esse negócio de alta literatura x baixa literatura me enoja profundamente! Toda leitura vai te ensinar algo, sempre! Amei o vídeo, ganhou uma inscrita e admiradora. Obrigada 😊
Primeiro contato com você que eu tenho e já te achei super lúcida! Hoje saiu um vídeo aqui no youtube sobre um tema muitooooo parecido com este do seu vídeo e que bom que o yt me indicou o seu vídeo logo em seguida porque já estava até um pouco borocoxô (quando terminei de ver o outro vídeo estava até desesperançosa com o tipo de pessoas que estamos a ter por aqui no BR)
A gente tem mto essa discussão sobre cinema, mas (não sei se diferente da literatura) a mão do mercado pesa DEMAIS. Inclusive existem pessoas que até separam o cinema de uma forma tão elitista que acaba se desvinculando de uma classe que ela mesma faz parte. Acredito que o acesso aqui é sempre o tópico mais importante
eu assinava um site, não era nem plataforma pq nao tinha app, esse site tinham filmes longa, custas e docs. e o nome era filme filme. fazendo alusão a quando a gente quer dizer que algo é de verdade e a gente fala 2x. "era filme filme mesmo". só tinha filme "estrangeiro", pq parece que filme estadunidense não é filme estrangeiro rs. tinha filme frances, iraniano, suíço, marroquino. era um catálogo curto e limitado. mas as pessoas que comentavam se sentiam a alta cultura do universo.
Tive uma professora que dizia que o adolescente que pega harry potter, espontaneamente não pega machado, e que por isso os clássicos são obrigatórios no colégio. Entendo o raciocínio, mas não concordo completamente, pelos mesmos motivos que você falou sobre o vídeo citado. Acredito que a “literatura de entretenimento” é uma porta de entrada na leitura e em discussões diversas e infinitas, sim.
É engraçado isso, eu li clássicos no ensino médio mesmo depois de já ter lido HP e outros livros jovens. E li por espontânea vontade porque na minha escola nunca existiu leitura obrigatória, eu adorava as aulas de literatura. Minha professora era maravilhosa. Às vezes só acho que professores são preguiçosos para inovar as aulas e fazer os alunos se interessarem por aquilo. Claro, pessoas são diferentes, mas eu sempre achei e continuarei achando que o importante é ler, não importa o quê. Hoje leio tudo, leio pra viver mil vidas
Sou prof de literatura e posso afirmar que eu faço de tudo pra aula ser atrativa e pra que incentive os alunos a lerem os clássicos, porém os resultados não dependem apenas do esforço do professor. A leitura tem sido deixada de lado pelo celular, e por sala, consigo converter uns 4 ou 5 no máximo. O restante afirma "não ter entendido nada", o que invariavelmente significa que não tentaram sequer passar da primeira página. Quando algum conto machadiano vira foco pra algum trabalho, buscam incessantemente por resumos, vídeos com review, análise por IA, etc. Gastam mais tempo procurando e seguindo um atalho do que gastariam simplesmente lendo o conto por conta própria. Estamos em uma era bem complicada
Amei o seu vídeo. Amei os outros dois vídeos falando sobre isso (o gringo e o nacional). Foi otimo ver todos os pontos vista. Acho valido quando vejo nas bookredes "leia o que te faz feliz", mas é importante acrescentar também "e também leia o que te faz crescer"
Estava debatendo ontem sobre isso com uma leitora voraz, eu já não me considero tanto. Hoje fiz uma sequência de status no WhatsApp sobre esse assunto apresentando exatamente nossas visões divergentes e como realmente é bom pular fora da bolha. Tinha a minha antes e isso me limitava muito até sobre o que escrever e me relacionar. Vídeo interessante e necessário. Realmente, a pessoa ler já é muito coisa. Eu não gostava, não tinha paciência, não queria nem saber. Mas fui convencida e, por exemplos próximos, hoje lido com isso, sou revisora e tô sempre lendo assuntos diversos, tentando sair da minha bolha.
Acho que todo livro é um livro de entretenimento, se eu pego um livro clássico de um autor russo com mil páginas ou uma fantasia da moda eu o faço pelo mesmo motivo: me entreter!!! Concordo com você, eu iniciei minha vida de leitora lendo fanfic e crepúsculo e hoje sigo na leitura de títulos que seriam supostamente intelectuais e "cabeça", acho que faz parte consumir cois
Taty, te admiro muito e sempre acho suas colocações muito pertinentes. Mas achei seu posicionamento aqui um pouco desonesto. Fui assistir o vídeo da outra criadora e ela não propõe a condenação da leitura leve, ela até fala que tem é o que ela mais lê; mas ela diz que até esses livros deveriam ser lidos com um ar mais crítico. No seu vídeo você fala que Evelyn Hugo foi importante para visibilizar vivências bissexuais, e é justamente aí que pega o ponto da menina: ler com esse olhar de criticidade para ver a importância dessa representação. Em nenhum momento eu achei ela elitista ou prepotente, ela sugere que as leituras sejam equilibradas, tanto de coisas leves quanto de coisas densas. E quando você diz que esses livros mais bobos são porta de entrada para outras leituras, é justamente outro argumento que ela usa, ela diz que seria interessante que as pessoas começassem de algum lugar e expandissem para outros tipos de histórias depois. Do jeito que você falou, parece que o vídeo original carrega um tom pejorativo de acusação (ela é bem incisiva em vários momentos, admito), mas penso que seja uma forma de puxar orelha para sugerir uma nova visão para a literatura. Não sei se você chegou até o final do vídeo dela, mas ela traz todas essas ponderações que te incomodaram ao longo da discussão dela. Talvez seja o momento de debater sem esse tom tão acusatório! Achei interessante o tema ter sido trazido para discussão, pode gerar muitos frutos dentro da comunidade leitora!
@@thainacreditavel Achei bem estranho também, não sei se ela ficou pessoalmente incomodada e isso atrapalhou a análise. Fiquei muito “ué” também kkkkkkkkk
Antes de mais nada, muito me incomoda a colocação de desonestidade, sendo que deixo o vídeo da criadora de conteúdo na descrição e o tempo todo repito que não é um ataque, mas uma resposta. Em segundo lugar, assisti ao vídeo mais de uma vez e sigo identificando várias problemáticas (algumas levantei e respondi nesse vídeo, outras deixei pra lá porque achei absolutamente fora do contexto). Toda a minha opinião e interpretação do vídeo é colocada nesse meu vídeo resposta. Inclusive o ponto absurdo em que ela diz que deveríamos ler todos os livros que possuímos. Agora, uma coisa que não falo (porque só percebi depois) e acabei entrando nesse mesmo tom (erroneamente, inclusive falei sobre isso no meu instagram) é: Essa ideia absurda de que a literatura precisa ter uma moral, um conselho, uma ajuda, uma utilidade. Não precisa ser útil, não precisa nada, inclusive. A gente tá tão acostumado com esse sistema que acaba querendo tirar produtividade de tudo (e é uma coisa que venho falando com muita frequência por aqui, do meu lugar enquanto criadora de conteúdo e assumindo a culpa também). Também recomendo o vídeo do Alec (umbookaholic) que teve uma interpretação muito parecida comigo e foi além: questionando esse lugar de: todos estão lendo a mesma coisa e falando sobre os mesmos livros (todos quem?).
Muito boa sua reflexão, Tati! Eu já fui essa pessoa que classificava livros como literatura "que serve" e "que não serve", mas com o passar do tempo fui abrindo minha cabeça e parando com esse pensamento. O importante é o pessoal ler, e à medida que se lê, vão se abrindo novas vontades e novos gostos literários.
4 หลายเดือนก่อน +2
Concordo com alguns dos seus argumentos. Só acho meio utopico que booktubers, booktoks, bookstagrans, etc, faça o aprofundamento dos temas sensíveis. Os mais conhecidos, os mais populares, estão muito confortáveis com suas publis e demais contratos. Estão cada vez mais personalistas e refratários a um pensamento crítico mais profundo. Obrigado pelo vídeo, abraços.
Concordo contigo, Tati! Me permita só, respeitosamente, claro, fazer uma pontuação sobre uma parte da fala que traz um ponto sobre o qual eu, particularmente, fico me questionando... Acho também um pouco complicado também entender o livro de entretenimento, ou comercial, como degrau, como escada para o clássico, para o mais complexo, para o teórico... Enfim. Ou seja, me questiono sobre o "leia esse" mas "porque DEPOIS você vai poder ler esse aqui, mais complexo, mais profundo". Bom, se acontecer, maravilha, celebremos cada vez mais, porque não há nada de negativo nisso. Mas às vezes a pessoa não precisa ou simplesmente não quer esse "depois", com outros livros mais complexos, sabe? Às vezes a pessoa opta por buscar esse desenvolvimento e aprofundamento de forma mais aprofundada por outros meios, sei lá, documentários, podcasts de pessoas da área de interesse... E deixa a literatura para ser seu momento leve do dia. Por que não? Ou de repente uma pessoa, para usar o exemplo do vídeo, plenamente esclarecida sobre bissexualidade, uma própria pessoa bissexual, não quer ler debates críticos sobre o que ela conhece e provavelmente vive todos os dias, ela só quer ler uma história envolvente na qual ela se sente representada, como em Evelyn Hugo. É possível... Não que nada disso seja desprovido de criticidade nem ajude no desenvolvimento das pessoas. Como você disse, é sempre uma possibilidade de gerar um debate. E também reforço que concordo contigo que será maravilhoso se nós, como leitores, pudermos nos desenvolver cada vez mais através da leitura, nos tornando cada vez mais humanos, empáticos, críticos, atuantes. Só quero dizer que talvez alguém não queira intencionalmente usar a leitura pra esse lugar. O livro de entretenimento pode ser um caminho para outros, mas ele não precisa ser, sabe? Não sei se estou viajando demais hahaha sinta-se à vontade para discordar e ampliarmos esses e outros debates Obrigada pelo vídeo e por proporcionar uma reflexão e um debate sempre muito prolífico
Meu Deus, você falou exatamente o que eu pensei! Tem gente que simplesmente NÃO QUER e qual o problema? É como outro comentário que li, não vejo essa cobrança em relação a música, ninguém fica querendo obrigar ninguém a ouvir só música clássica, a ver apenas filmes cult. E eu acho uma soberba tão grande dizer que todo livro popular é raso , ou não tão bem escrito, etc. Quem é a régua para isso? Muito livro clássico dá mais "trabalho de ler" não pela forma de abordagem da história ou devido aos temas, mas por ter sido escrito em outra época e com uma linguagem (lembrando que a língua é viva e esta sempre mudando) que não se usa mais, inclusive o formato da escrita que privilegiava uma linguagem mais rebuscada e com palavras que hoje estão em desuso. Muito livro clássico apresenta temas diferentes porque na época em que foram escritos a realidade era diferente, os problemas eram outros. Muito livro contemporâneo passa a impressão de ser mais fácil de ler, porque para quem tá no presente é mais fácil entender a realidade na qual está inserido e a linguagem que você tá usando no seu dia a dia. Isso não faz o livro ser menos. E se você for olhar ainda mais a história, sempre houve pessoas que se colocam em um pedestal e dizem que livro A é bom é culto e tudo mais enquanto taxa os demais livros de ruins, rasos. E isso sempre tá associado a o que é popular, será uma mera coincidência? Não tô dizendo que todo livro popular é bom, mas , como a pessoa falou no vídeo, muitos clássicos já foram considerados ruins. E pode ter certeza que independentemente da época, tinha livros espetaculares e ruins sendo escritos.
Acho esse ponto bem pertinente. Leitura, músicas, filmes, jogos, não são uma escada de dificuldade em busca de erudição. Embora muitos acreditem que haja uma "evolução"instrínseca ao consumo de alguma mídia, sou totalmente contra isso. Mas concordo sim, que um maior repertório te possibilita uma comunicação mais interessante entre outros indivíduos que tenham esse mesmo repertório. Agora, sair julgando tudo e todos por lerem algo "inferior" já automaticamente rotula uma existência de uma mídia superior e inferior. Também vejo esse sistema de castas que é gerado, entre eruditos e iniciantes na leitura como algo problemático. Muitas vezes só quero me entreter mesmo, assim como um bom brasileiro que vai assistir novela, filme, futebol, depois de um dia árduo de trabalho. Ao meu ver quando alguém quer que você leia Guerra e Paz nas únicas 2 horas livres que você tem no dia depois de um dia de total cansaço não sabe nem o que é um dia de trabalho árduo... Filósofos, doutores de bancada que dão 2 aulas por dia e passam o tempo restante lendo ou pesquisando sendo pagos por isso.
você tem TODA razão 👏🏻 depois que eu gravei o vídeo pra outra rede, uma pessoa fez um comentário muito parecido e eu me dei conta que é isso mesmo (o que é engraçado porque tenho falado muito sobre esse lugar de considerar a literatura mais do que ela deveria ou tem obrigação de ser, por eu ter transformado minha leitura em trabalho, etc. etc.). Isso mereceria uma parte 2!!! kkkkk
Arrasouuuuu. Também fui vítima de abuso e violência doméstica e fiquei impressionado com o tanto de gente falando sobre o assunto devido ao livro da Colleen Roover. É problemático? É, mas tem relevância.
Acho que outro ponto a ser levado em consideração,quando o assunto é a popularização de livros meio “trash”, é o contexto socioeconômico/cultural, como também a rotina de uma parcela do público que consome esses tipos de livros ( e aqui eu faço uma autocrítica kkkkkk): muitas vezes ,as pessoas consomem esses livros realmente com a intenção de não pensar, de ler algo que não as faça raciocinar muito, porque o dia a dia desses indivíduos já é muito exaustivo física e psicologicamente. Vocês acham que alguém que trabalha clt, pega umas 3h de transporte e ainda cuidar da casa, ou então uma estudante que lê uma cacetada de conteúdo acadêmico no final do dia vai querer ler um clássico russo ou um livro que na primeira página já vai saber a história inteira? Não estou dizendo que a discursão sobre o monte de livro bomba que estão sendo divulgados como obras da literatura contemporânea ( aka dark romance cheio de abuso kkkkk) não seja válida, até pq não é todo mundo que consome esses livro que tem a rotina que eu falei. Mas acredito que existam várias camadas do porque as pessoas estarem lendo tanta besteira ultimamente.
Muito bom você trazer esse assunto aqui. Eu parei de acompanhar vários booktubers justamente porque estava muito chato ver todo mundo falando da mesma coisa, fazendo resenhas dos mesmo livros. Tudo igual, tudo mais do mesmo. Gosto da diversidade, gosto de ver booktubers que trazem coisas que eu nunca li e se não fosse a divulgação ali, nunca saberia que existia. No começo da bookrede isso era mais fluído, tinha mais gente falando de livros e estilos completamente diferentes. E o que mais me irritou nesses últimos anos foi essa coisa de ter que fazer o que o algoritmo determina. Isso tonou a book rede (salvo alguns poucos que se mantém autênticos) um lugar chato e cansativo. Concordo quando você diz que livros mais populares não são melhores e nem piores, e não cabe esse juízo de valor se é intelectual ou não. Mas, ao mesmo tempo essa bolha repetitiva que está virando as bookredes é totalmente desestimulante. Como disse no início a solução para mim foi parar de seguir um monte de gente e hoje dedico meu precioso tempo aos influenciadores que optam pela diversidade e sem medo de desagradar algoritmo. E o melhor dessa solução , foi descobrir um monte de gente que produz conteúdos riquíssimos e nem são tão conhecidos, talvez por isso seus compartilhamentos parecem, ao menos para mim, mais acolhedores, mais autênticos.
O seu vídeo me fez lembrar de um trecho logo no início do livro Angústia, do Graciliano Ramos: “Os livros idiotas animam a gente. Se não fossem eles, nem sei quem se atreveria a começar.” Ele falava sobre escrever, mas com leitura é um pouco assim também. Não se passa a admirar Machado de Assis ao ler o Dom Casmurro no colégio se este for o primeiro livro adulto com que nos encontramos. A gente aprende a apreciar o texto do Machado depois de ter milhagem em coisas menos sofisticadas. Óbvio que há aqueles que despertam novos para o prazer dos livros, gente que cedo se impõe desafios de leitura progressivamente mais complexos, porém, o grosso de nós, ao menos no Brasil, vêm de lares em que pouco ou nada se lê. No meu tempo de colégio não havia celular nem Netflix, e só pegavam a Globo, a Band, e o SBT lá em casa, contudo a gente desperdiçava horas vendo os filmes dublados da tevê ao invés de ler um livro, qualquer que fosse. Quando comecei a ler, comecei com cacalhada, títulos que me daria vergonha admitir hoje.
Amei seu video, muito obrigado pelo seu trabalho. Eu acompanhava o cabine literária ele seu video me foi recomendado pelo TH-cam, o que me deixou muito feliz em reve-la. Eu quero um dia me tornar booktuber tanto pra conhecer pessoas com quem conversar, quanto pra me desenvolver como pessoa, acredito que a leitura é uma oportunidade de adquirir conhecimentos como uma conversa com um amigo que pode esperar seu ritmo pra ser cada vez mais uma versão melhor de nos mesmos
Gostaria de agradecer profundamente por ser uma das pessoas que se preocupa em inspirar os outros, especialmente nós, leitores. No primeiro vídeo dessa discussão, senti uma forte impressão de que nós, leitores de entretenimento, éramos tratados como menos 'intelectuais'. O vídeo foi bastante elitista, e foi decepcionante perceber como a youtuber do canal Read With Anna nos classificou de forma tão severa, quase como se fôssemos incapazes de evoluir. Acredito que a leitura, independentemente de ser mais leve ou profunda, tem seu valor e pode ser o ponto de partida para muitos. Fico grata por você não ter desistido de nós, por nos incentivar a explorar mais, sem impor uma mudança abrupta ou desmerecer nossos gostos. Sua abordagem foi muito mais empática e inclusiva, e isso faz toda a diferença. Obrigada por nos guiar com inspiração e respeito, sem nos fazer sentir que nossas escolhas de leitura são inferiores.
Nossa, incrível reflexão Taty. Numa palavra também pensei em resumir isso a elitismo puro. Negando a realidade de muitas pessoas que podem ter dificuldade de ler determinadas literaturas clássicas.
Eu tinha muita dificuldade com leitura, sempre preferi lê mangás, por conta disso resolvi entrar num clube de leitura, e através do clube consegui ter um hábito de leitura e lá nos líamos muitos livros diferentes e mesmo não gostando de alguns, aprendi muitas coisas que nem imaginava
eu me considero um leitor (também) de clássicos. leio uma farofinha as vezes pq participo do clube de leitura do paulo ratz. mas é raro eu ler algo do clube. esse mês estamos lendo as meninas da lygia e como o grupo é formado majoritariamente por jovens e rola votação pra escolha do livro, quase todo mês é uma farofa. aí eu não participo tanto. mas esse mês é algo mais cabeça e está nitida a dificuldade das pessoas de conseguir ler um livro tão denso que mistura narração e primeira com terceira e fluxo de conciencia com falas não pontuadas. tem gente desistindo mas eu tô insistindo que continuem. quando se lê esses livros de tiktok é tudo mamão com açucar e entregue de bandeja. eu tinha visto o video da menina antes de ver o seu e acho que vc não entendeu muito o que ela quis dizer. acho que um bom leitor precisa se desafiar a ler coisas mais hard, mais truncada. meu objetivo é conseguir ler um livro em versos, tipo odisseia e divina comédia. até hj me lembro do extase que foi concluir o som e a fúria, os miseráveis, crime e castigo, memórias póstumas, oblomov. ler só esse tipo de literatura rasa pode até levar a algum pensamento crítico mas muito limitado.
Super concordo com vc Taty. E tbm penso que essa coisa de pensar vai muito de pessoa pra pessoa e do momento que estamos vivendo. Eu mesma às vezes não quero pensar em nada, quero ler só pra me divertir. E algumas vezes eu quero ler e pensar sobre e posso fazer isso com Machado de Assis ou Collen Hoover, não faz diferença. O importante é que eu esteja disposta a isso né.. adoro suas reflexões 😊.
Está insuportável usar a internet, por que para qualquer mídia quando alguém escreve uma crítica (que faz sentido na maioria das vezes) VEM ALGUÉM FALAR "militante descansa" "mimimi" "é só ficção" "vai cudar da sua vida" "deixa as pessoas serem felizes" meu deus que ódio. Eu não entendo esse movimento de ser proibido ter senso crítico E PENSAR sobre o que está sendo passado, a resposta nem é sobre os argumentos usados é apenas contra QUESTIONAMENTO. Estou vendo isso em todo canto, sobre séries, filmes, desenhos, artistas, comportamentos TUDO. Eu não aguento mais.
Trabalhei em uma livraria uns dez anos atrás, todas pessoas começava com best seller, após isso as próprias pessoas cansava e pedia um livro clássico. Tem que sair de dentro da pessoa a vontade de navegar outros mares outras águas. Vamos ter paciência para com o próximos, não somos melhores ou piores por ler um livro clássico, apenas temos bagagens distintas e podemos fazer pontes um com o outro para aprendemos, afinal a vida é uma escola. O saber é para encantar o outro e não para humilhar.
Percebo que livros tem nuances, mais leves e mais profundos, ambos têm seus momentos e apreciação ou talvez funções?Quando chego do trabalho cansada não estou com a mente para algo profundo então pego um livro tem a pegada mais leve. Essa minha estratégia e com isso me empolgo mais para ler também livros mais profundos quando que não seja após voltar do trabalho. Foi assim que comecei deixar por assim dizer meu vício no streaming. Mas em parte também deixei de saber qual livro do momento, e ler um livro passou ser mais aventura mas sem romantizar porque o momento atual de fato tem o outro lado da face e entendo bem a colocação do vídeo.
Oi! Concordo muito contigo. Lá por 2017 foi muito interessante para nós, independentes, esse tipo de vídeo. Porém, depois as grandes editoras descobriram as bookredes e colocaram muita grana aqui, inviabilizando a descoberta da gente, pois não temos como investir 2000,00 em cada leitor das redes, sabendo que a maioria dos autores independentes não vai ter esse retorno em vendas (ficamos com 10% do preço capa)... Enfim. Faz parte! Baita pensamento.
Você não deixa de ter razão, salvo alguns poucos criadores de conteúdo sobre livros, estamos sim, envolvidos dentro de uma bolha de pessoas lendo as mesmas coisas. Não podemos esquecer que por traz disso estão as editoras mantendo esta máquina massiva de produção de conteúdo. Tem muita gente sendo bancada de certa forma pelas editoras. A Amazon também firma parcerias para que isso aconteça. Não condeno, afinal, todos queremos e precisamos ser valorizados naquilo que fazemos, mas me preocupa a perda de identidade.
Oi Tati, concordo com seu ponto; sempre que penso muito nesse assunto concluo que a leitura funciona como um processo que você vai construindo e aprimorando ao longo da vida. Eu não comecei, e imagino que muita gente não começou, lendo um Dostoiévski ou um Balzac, a gente começa, geralmente, com uma coisinha boba mesmo, e daquela coisinha boba você vai descobrindo outras coisas até chegar na maturidade de leitura necessária pra encarar um autor mais complexo. Sou leitora assídua há mais de 10 anos, formada em psicologia, acostumada a ler Freud e Lacan diariamente, e mesmo assim ainda tenho medo de encarar certos calhamaços, imagina as gerações mais jovens que estão entrando na leitura agora, via tiktok Penso que não adianta querer que adolescentes que vivem dia e noite no tiktok comecem de um lugar de leitura que demora anos pra gente criar coragem e referencial pra pegar na mão, que comecem pela colleen hoover, pelos livros que viraram séries de fantasia, o caminho pra coisas mais complexas começa do básico, é por aí mesmo que deve ser
eu acredito que ultimamente muuuuuuita gente tem lido a mesma coisa, exatamente isso que você disse! não são livros necessariamente ruins, mas tudo é muito repetido, acredito que as pessoas se fecham em um só nicho e não saem daquilo, todo mundo já viu alguém lendo CoHo ou livros de romance com capa gráfica, eu era muito assim, só lia mais do mesmo, o típico "enemies to lovers" "grumpy vs sunshine" ou títulos semelhantes. mas pelo menos estão lendo! acredito eu, que ler qualquer tema, desde romance água com açúcar ou um clássico, a literatura vence.
Eu vi o vídeo que vc respondeu! Concordo plenamente contigo!! Eu entendi a crítica da menina, mas achei rasa, muitas vezes ela critica o consumidor e esquece todo o contexto de que no captalismo tudo tende a uma homogeneização, pra seguir uma receita de bolo pra gerar mais lucro. Além disso ela esquece que vc querer uma leitura simplesmente pra fugir um pouco do sufoco do dia a dia é super válido e esse discurso de que "ain hj em dia a gente não pensa mais, a gente não lê livros cabeça" só abre espaço pra um discurso perigosíssimo de o que é arte e o que não é, como vc mesma falou. Além disso em todas as épocas a gente tem livro que tem os temas predominantes e o que são mais diferentes. Cabe a nós, leitores e consumidores, escolhermos o que nos mais agrada e eu não tenho nada a ver com a decisão de leitura alheia.
Estou lendo Jane Austen, Orgulho e preconceito, pela primeira vez aos 28 anos. A primeira coisa que eu notei foi a quantidade de livros pop que beberam nessa fonte, que seguem o mesmíssimo roteiro mas, ambientando para a contemporaneidade. Uma vez um amigo meu ficou chocado que ele não poderia mais dizer que não gostava de Shakespeare porque eu contei pra ele que o filme 10 coisas que eu odeio em você foi baseado em A megera domada. Tudo isso para dizer que a pedância da comunidade leitora "cult" é muito burra, fechada em si mesma, engessada. E a comunidade pop só precisa de um empurrãozinho pra perceber que esse elitismo atrelado à leitura de clássicos é um construto social que pode ser derrubado. Concordo com todo o vídeo, parabéns pelo conteúdo 💖💖
Taty, concordo demais com vc. E acho isso muito culpa do algoritmo das redes também. Quando todo mundo nas bookredes fala sobre um livro, os leitores vão pesquisar sempre por esse livro e isso cria a pressão pros outros produtores também falarem daquele livro, porque "como assim vc não leu esse??". Nesse ponto, acredito mais em um algoritmo ditador de padrões do que nessa discussão (que também me deixa nervosa) sobre clássicos x leitura "de entretenimento".
Ultimamente nas próprias universidades os alunos tem dificuldade em elaborar textos, em responder as questões sem usar tópicos, por isso a leitura é extremamente necessária, e é importante começar de algum lugar, muito raramente uma pessoa vai querer continuar lendo se ela for tentar ler um livro muito denso e com linguagem mais rebuscada, ela não vai entender, vai ser frustrar e vai deixar de lado.
Nossa, gostei muito da sua fala! Iniciei a minha vida de leitora por meio dos clássicos na escola, mas não conseguia alcança e entender porque não fazia parte da minha realidade de vida. Por sorte ganhei um livro que, na época, era considerado livro de gente "sem cultura" e amei voltar a ler. Depois fui lendo outro e outro livro e assim me dei ao luxo de ler um clássico e acabou sendo um dos meus preferidos. Só leiam! A curiosidade e o interesse fazem o resto do trabalho.
Uma das coisas mais doidas é que muitos clássicos hoje eram livros de entretenimento no passado, muitos vistos como "literatura menor". Amei o vídeo, Tati!
Muito interessante essa discussão sobre a cultura estar passando por um período de extrema leveza A Netflix soltou um comunicado informando que tá investindo em roteiros mais simples porque percebeu que roteiros mais densos não despertam mais interesse e que muitas vezes as pessoas assistem os filmes/séries apenas como uma segunda tela Não vejo como mudar isso em pouco tempo O cérebro fritou e ninguém percebeu
Eu achei muito coerente seu pensamento. Eu sempre digo que é melhor você ler um livro de entretenimento do que nunca começar a ler. É assim que eu incentivo muitas primas minhas a começar a ler um romance de sessão da tarde e depois procurar algo mais clássico no futuro, elas terem a liberdade de escolher o que elas realmente gostam. Eu passei a ler na faculdade porque eu tinha minha bolsa de pesquisa que me dava o luxo de comprar um livro aleatório de vez em quando, o que na época de escola eu só tinha clássicos superdifíceis, pesados para ler e que não me despertava vontade nenhuma. Hoje, depois de ler muito livro considerados "rasos", consigo ler um clássico e discutir assuntos mais profundos, mas também posso ler um livro viral que vai está tudo bem. Uma coisa não deve desmerecer a outra.
💐Oi Taty, me recomendaram seu vídeo e percebi que pensamos parecido quanto a esse tema. Sua proposta de discussão desse tema é primorosa. É fato que existe um abismo entre leitores de certos tipos de livros e amantes de livros populares. Antes de ter hábito de leitura, percebia também esse abismo de quem lia livros "considerados cult" ou clássicos e quem não lia. A reflexão é boa para pensarmos por que autores populares são demonizados e odiados por uma parte específica de leitores? Como alguém que passou a gostar de ler por livros de entretenimento, passei pelos diversos abismos. Percebi que somos levadas inevitavelmente para uma crítica maior a certos livros na medida que vamos acumulando mais repertório. Mas o que me apavora (porque não queria ficar nessa posição de arrogância) é ir na direção de afirmar esse olhar distante de certos gêneros somente porque estou sendo colocando na minha experiência a comparação com a leitura dos clássicos, quando na verdade é bem mais interessante se deslocar para aquele tipo de livro e o que ele é capaz de oferecer. Enfim, termino pra não ficar textão (já ficando rs). Abraço!
Que vídeo necessário! Sempre que me perguntarem sobre se ler "qualquer" livro é interessante, mandarei esse vídeo kk Eu sou uma leitora e amante dos clássicos, mas entendo a importância de se ler outros livros também. Seja qual for o gênero, cada leitura oferece uma nova oportunidade de aprendizado e enriquecimento. No final das contas, o que realmente importa é o prazer e o benefício pessoal que se extrai da leitura. Cada leitor vive essa experiência literária de uma maneira única e válida.
Oi, Taty. Achei a discussão que você levantou interessante pela verdade do seu discurso consigo mesma; ficaram nítidos o incômodo e seu posicionamento. E concordo, mas em partes. Tão concordo que um "livro de booktuber" abrirá as portas da livraria a um leitor iniciante quão discordo que o "cansaço" de uma rotina pesada afastará o leitor de "leituras cabeçudas", pensando nestas como o refúgio daquela rotina, desde que nela se encontre prazer e significado, basilares para o que acredito ser a coluna dorsal da leitura, de clássicos ou contemporâneos: o interesse do leitor. Não se pode negar que nosso tempo ensina a massa algumas máximas, como "não há tempo a perder", "prazer está naquilo que não se precisa pensar", "estudar resume-se à prática, logo, à utilidade", como, por exemplo, cresci ouvindo que não precisava estudar matemática porque não havia aplicação direta no dia a dia. E por aí vai. Em suma, somos influenciados a não pensar, não estudar porque "o prazer" afasta-se desses lugares e aproxima-se do ócio infértil. O ócio é necessário e o defendo como qualidade de vida, mas dentro de seus próprios limites. O que se prega é ócio pelo ócio como estilo de vida aplicado ao prazer, e nisso está incluído ler livros "que não precisamos pensar; rasos, lisos". E caímos facilmente nesta ideia porque, no fim das contas, estamos, sim, cansados e desesperados pelo ócio. O que quero dizer é o famoso "leia o que tu queres", mas consciente quanto ao tempo que não voltará e daquele que ainda virá. Posso ler "Odisseia" de Homero numa tradução mais leve e fluida simultaneamente à leitura de "O médico e o monstro" do Stevenson, tão criticado e rebaixado como escritor de segunda linha por seus contemporâneos. Posso pegar um "Avesso da pele", que tanto tem sofrido ataques, e lê-lo com a mesma ênfase que dou a Homero, talvez dando até a mesma importância porque o tema não era uma questão no tempo de Homero, mas é (e muito!) no nosso. O que mais deprecio nos influenciadores de livros é a própria depreciação que atribuem aos livros, aos gostos alheios e levo, sim, pro pessoal, porque é, afinal, uma opinião pessoal de alguém que, apesar de estar na nossa tela, existe no mundo real, onde, com absoluta certeza, se dividíssemos o mesmo espaço físico, seria alguém de quem eu me afastaria; por isto o unfollow sem dó, seja o influenciador "do tamanho" que for. Essa caixa de texto é pequena para o quanto, sobre o tema que levantou, há pra se dizer, mas é bacana trocarmos sobre ele, afinal, acabamos aprendendo mais sobre nós mesmos.
Pra mim todo livro q n eh didático é um livro de entretenimento, msm q seja um clássico e que seja estudado na escola, ele é de entretenimento. Diferente de uma gramática ou de um livro didático sobre literatura.
Não é o que se lê, mas como se lê. Quando se medita sobre o que lê e se extrai algo para você a leitura já valeu a pena, o leitura cumpriu o seu papel. O mesmo funciona para filmes, séries e etc. Se você não consegue fazer uma reflexão sobre o que você está consumindo isso sim e anti-intelectualidade.
uma vez eu escutei algum criador de conteúdo literário falando que todo mundo é influenciador. em algum momento da nossa vida a gente vai influenciar outra pessoa a fazer alguma coisa. e eu sou muito feliz de ter influenciado duas pessoas do meu convívio a voltar a ler. em todos os momentos que eu tinha disponível no meu trabalho eu estava com um livro aberto e aquilo foi gerando nessas pessoas também vontade de ler, pois era uma troca muito legal cada um falando da leitura que estava fazendo (era como se estivéssemos falando da vida alheia, só que de pessoas inexistentes na maioria das vezes). hoje em dia, essas pessoas também já conseguiram influenciar outras a retomar o hábito ou mesmo adquirí-lo. agora imagina condenar a leitura de uma pessoa que perdeu esse hábito há anos?! imagina xoxar alguém que está lendo um livro inteiro pela primeira vez?! não tem como.
Eu acho importante introduzir a leitura na rotina principalmente do jovem e com o tempo, naturalmente o leitor e a leitura evoluem. Eu mesma comecei com romances considerados bobos na minha adolescência e depois de um certo tempo meu cérebro pediu mais profundidade e hoje leio de tudo um pouco, mas amo leituras complexas.
Tem uma lista de livros mais recomendados feito a alguns anos atrás e que o público que escolheu foi, professores universitários de todo o mundo, intelectuais, escritores e etc...., o interessante dessa lista que a maioria são livros que vem desde a Ilíada até a "cem anos de solidão" e por isso achei uma das melhores, como meu objetivo é ler os 50 mais, recomendo caso tenha interesse no video do canal "Benjamin McEvoy" tituto do video " The Top 50 Greatest book of All the Time", fica aí a sugestão para reflexão, detalhe estou no livro 34 " O vermelho e o negro" de STENDHAL, boa sorte
Essa é uma discussão que eu reparo em várias formas de produção para consumo, e é sempre a mesma crítica superficial que recai sobre o consumidor e o produto, mas sempre faz uma vista grossa gigantesca para toda lógica de mercado que tem o poder de influenciar e gerar demanda pelos "enlatados" que ela produz. E no final das contas vira basicamente uma crítica individualizante, sendo que os indivíduos são apenas parte de uma estrutura maior de consumo. Dai vem os "eruditos" querem criticar o leitor de romances "água com açúcar" e afastarem estes da possibilidade de um dia ler um clássico.
Gostei! As vezes a gente se pega julgando sim. Mas esquece que qualquer história liga a chavinha de ignição da imaginação do cerébro, de construir imagens, rostos, cenários....além de criar um interesse ou alerta pra determinado assunto,e pode ser a porta de entrada pra outros e mais outros livros!
Eu entendi o seu ponto, mas também acho que é importante filtrar o que se consome, até pq no vídeo ela levanta o ponto do consumismo exacerbado em relação a nichos específicos, e desinteresse por livros que não se encaixam exclusivamente naquela troupe que você gosta. Isso não só impossibilita o leitor de se descobrir na literatura como também impossibilita trabalhos muito bons de ganharem relevância, ao que não se encaixam no que se vende na atualidade. Ler é fundamental e importante, mas quando se adquire conhecimento apenas de uma fonte, ele se torna rígido e velho. Sim, não é errado ler de nenhuma bolha literária específica, e também nem todo mundo quer ler com um mesmo objetivo. O seu vídeo é uma mensagem muito boa pra quem acha que a literatura tem que ser exclusivamente intelectual e erudita e o vídeo dela é bom pra quem não tem critério nenhum sobre o próprio consumo. O ponto é que ser leitor, esteticamente, pra muita gente hoje em dia é mais confortável do que ler, e isso foi levantado nos dois vídeos de formas diferentes.
Acho que o grande exercício que os livros propõe é o de imaginação e de abstração, além de criar o habito de leitura. Ninguém começa com um Saramago da vida.
Seus vídeos são sempre ótimos. Sou estudante de ciências sociais e minha carga de leitura obrigatória passa as 150 páginas por semana. É muito difícil ler fora disso e, nesses momentos, só quero que meu cérebro descanse.
Recentemente comecei a consumir livros do Stephen King e agora criei uma paixão por livros clássicos. Acredito que esse problema da bookredes é que a galera não quer ler de fato, só "leem" pra entrar nos grupos sociais as quais pertencem.
Concordo com você. Eu tenho lido muito, adoro clássicos cabeçudos, já sou uma senhora, mas tenho aprofundado pensamentos e reflexões com as comédias românticas de Emily Henri, por exemplo. Não vejo nenhum problema em ler livros populares. Não gosto de dividir nenhuma arte entre boa e ruim. Não que não exista livro ruim, mas não podemos ser levianos, porque essas coisas são fluidas. Ruim é ler só um tipo de obra, sempre os mesmos países, os mesmos autores, os mesmos gêneros... Cada pessoa é única, livros se comunicam de formas diferentes com diferentes pessoas, em diferentes momentos.
Vi seu post sobre a bienal, infelizmente nao irei, se alguma das suas mesas surgir o assunto creio que seria bem legal. Obrigada por trazer seu ponto de vista e ser sincera, boa bienal pra vc taty, espero algum dia te conhecer ♡
Esse é um tema muito relevante que você tocou sendo produtora de conteúdo do tema. Toda unanimidade é burra e perigosa. Por isso é muito complicado rotular o que é leitura de qualidade ou não. Eu acho, eu, minha opinião! Em um país como o Brasil a onde se tem um baixo índice de pessoas que leem. Quando um pessoa se interessa por algo, seja lá o que for ou em que nível de profundidade do tema. Temos que ficar felizes e incentivar a esse leitor. E não rotular ele de pessoas que lê livros rasos etc… Eu sempre li de tudo gibis, aqueles romances de banca de jornal (Sabrina, Juliana etc…😂), Umberto Eco, Dostojewsk, Paulo Coelho, Schopenhauer, Machado de Assis, John Green etc…só me recusei por princípios morais de ler os tais 50 tons de cinza „para mim não passa“. Tudo o que eu li, estou lendo e lerei não é para as pessoas verem que eu leio, que eu sou „intelectual“. Eu leio para mim, para o meu conhecimento, divertimento, crescimento e trabalhar diariamente respeito e empatia para com os outros. Eu acho que você se posicionou muito bem em observar os problemas e perigos dessas falas. Vamos ler não importa „o que“ vamos ler e motivar as pessoas a lerem.
Às vezes me pego nesse discurso, mas aí lembro que comecei lendo Crepúsculo e Stephen King na adolescência e hj só leio clássicos praticamente. Meu gosto foi refinando com o passar dos anos e com a experiência de leitura. Há pessoas que precisam ter um primeiro contato com a literatura mais fácil que fará com que elas se conectem. Quem não teve pais que incentivaram a leitura é mais difícil de criar o hábito e o gosto. E existem pessoas que vão ficar só no raso msm, pq isso faz parte de quem elas são, e está tudo bem.
Eu achei muito interessante a discussão que você propôs, mas eu acho, minha opinião, que tem uma coisa que a maioria das pessoas não leva em conta. Se você não está estudando aquele livro, qualquer um é entretenimento e isso, ao meu ver, inclui os clássicos. Claro que, quando a gente vai ler determinado livro se tem expectativas diferentes, mas eles não deixam de ser entretenimento. Eu já fui aquela leitora que lia sempre livros com mesmo enredo, foi aí que eu comecei. Hoje eu tento sempre diversificar.
Importantíssimo lembrar isso, não importa se você está lendo o livro mais cabeçudo do mundo, se não está estudando este livro então ele é entretenimento como qualquer outro e o objetivo central do entretenimento é que você se entretenha né kkkkkk, então é sempre importante levar em consideração o objetivo do leitor, pode ser estudo, entretenimento, ou vontade de se desafiar com uma leitura diferente do habitual, não faz sentido impor limites na leitura das pessoas sendo que na maioria das vezes não sabemos sequer qual o objetivo dela com essa leitura. O melhor a se fazer é simplesmente encorajar a leitura e o desenvolvimento do senso crítico e como a própria Tatiany disse, levar recomendações de livros que possam ser interessantes para aquele leitor.
E como se "estudo" um livro ?
@@The.Perfect.Harmony Darei a bíblia como exemplo. Ela é um livro para ser estudado, e como se faz isso? Fazendo anotações, reflexões e tentando entender o livro. Mas também tem outros. Por exemplo, quando a professora pede para lermos um livro e depois escrever sobre a mensagem dele, grande parte dos livros não tem uma mensagem tão explicita, então, fazer anotações, interpretar e refletir sobre o que você tá lendo, você está estudando um livro
@@redmoongames6366 sim, mas vc tem razão, mas vc estudo todos os livros literarios que vc lê ? acho que não. Estudar um livro é só para quem trabalha com literatura ou quando se estuda para um vestibular ou prova de ensino médio. Se for só para conhecer a obra, a gente lê e no máximo vê uns video sobre a obra e o autor.
cara simmm, eu fiz um video (canal @strawbchoco) sobre a diferença que a gente faz ao olhar um classico e um livro contemporaneo de entretenimento
que é exatamente essa forma de ver como algo culto e para ser estudado, mas que tambem eh entretenimento e nao precisa estar nessas caixinhas
Sou professora e não canso de repetir: é melhor ler bula de remédio do que não ler nada. A leitura não só possibilita aumentar a discussão sobre determinados assuntos mas, entre outras coisas, estimula o raciocínio e aumenta o vocabulário, aspectos extremamente deficitários entre meus alunos atualmente. Essa realidade me faz ser uma entusiasta do trabalho dos booktubers que, neste cenário em que as redes sociais se tornaram uma realidade permanente, conseguem sensibilizar e atingir indivíduos que, de outra forma, não encontrariam estímulo para se dedicar à leitura. Atividade que, pode ser sim, tão prazeirosa quanto necessária. Parabéns Taty, por abordar o assunto de forma tão lúcida!
Sou formada em pedagogia e tenho a mesma percepção! Há alguns anos, confesso que eu tinha muito preconceito com livros de youtubers (na época, Kefera, Felipe Figueiredo...). Minha primas menores amavam! Contudo, paulatinamente, ambas foram se interessando por mais e mais livros. Hoje, uma prima com 21 anos e outra com 16 anos, você vai na casa delas e encontra uma grande prateleira numa parede cheia de livros diversos: literatura clássica, terror, comédia, romance, best-sellers, mangás... Direto trocamos ideias sobre livros e sempre elas carregam um na bolsa, para lerem em suas pausas do trabalho ou da escola. Ambas leem muito e tudo começou com um livro de youtuber.
Hoje não julgo mais. Tanto booktubers, quanto booktokers ou bookgramers, incentivam demais crianças e adolescentes a lerem cada vez mais. Vide a Bienal do Livro deste ano (2024), cujo público bateu o recorde. E grande parte dos que vi, publico jovem, mega empolgados em cada vez mais leitura.
Discordo. Porque assim como os bons livros podem nos tornar mais inteligentes, os livros ruins podem também, nos tornar completos idiotas. Acredito que tem coisa é melhor não saber.
concordo até certo ponto, Olavo de carvalho por exemplo é muito complicado acho que é melhor a pessoa assistir uma novela kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
@@franciscoalexandrearaujode4755 Citar o Olavo é ótimo, porque isso nos mostra que a leitura, por si só, não quer dizer absolutamente nada. Ler não muda a vida de ninguém, isso é papo furado. O objeto (livro) não tem poder nenhum sobre a pessoa, tudo depende da relação que a pessoa estabelece com o objeto. Não depende apenas do objeto em si. Vejamos: o Olavo era um leitor voraz de clássicos (da literatura, das humanidades, da filosofia etc.), mas interpretava o que lia de uma forma bastante problemática. Ou seja, a leitura constante não mudou o Olavo (assim como não muda os seus seguidores, que tbm são leitores de clássicos). Isso tudo me lembra a velha discussão, do século XIX, da relação entre sujeito e objeto. Às vezes, me parece que os leitores de literatura glamourizam demais a leitura, como se ela, por si só, fosse transformadora. Isso não é verdade.
estava vendo esse video no ônibus e, no momento em que a tati fala sobre a dificuldade de incentivar uma pessoa a ler depois de horas trabalhando, vi um senhor, vendedor de banca de jornal, sentado e lendo a biblioteca da meia-noite. deu um quentinho no coração ver isso ao mesmo tempo que ouvia a tati. 🥲
“Só leio hot e sou tão intelectual quanto quem lê Tostoi sim”
Uma coisa é reconhecer que livros inferiores podem servir de catapulta para melhores leituras. Agora outra, é achar que alta literatura é algo que só existe na mente burguesa. Se tudo é bom, nada é bom.
A só come besteira a vida inteira e acha que tem uma vida tão saudável quanto quem tem uma boa alimentação… vai nessa.
Depois do seu comentário, nem precisei comentar. Parabéns.
Não dá pra entender como livros clássicos sejam sinônimos de intelectualidade, veja, eu amo ler clássicos br e russos, e pra mim é inacreditável que livros tão bem escritos tenham menos popularidade que esses livros pops de hj.
Não tem nada de difícil de entender os livros. E são ótimos dramas, novelas etc
@@formigamusicfactory6614 intelectualidade não é sinônimo do livro ser difícil. É sobre entender como aquele livro conseguiu exprimir em uma história aspectos intrínsecos e atemporais da realidade humana, mesmo que escritos ha décadas.
Intelectualidade não é ler clássicos. Ta cheio de gente que le e tem a mentalidade de uma porta. E nem quer dizer que livro contemporâneo via de regra é ruim. Agora achar que hot é tão literatura quanto outros, ai é atestado de sapo cururu sim.
@@BarbacenaParaoMundo olha eu leio os clássicos pela trama e depois eu dou uma dissecada nos reviews na internet e vejo as questões históricas.
Claro que não sou burro e percebo muitas coisas. Mas tem coisas que me passam despercebidos porque tem mt coisa cultural de época/historico/geografico/filosófico que eu não sei mesmo e ta td certo.
Pra mim clássicos são melhores por serem mais bem amarrados, os personagens são bem construídos, não tem mt exagero aos detalhes, mas tbm não é vago.
Além que são questões que são até hoje debatidos de formas diferentes.
Livros Hot seriam livros em alta?
@@formigamusicfactory6614 que benção não saber o que são “hots” hahahaha
São livros pornograficos e só. Supostamente românticos. Muitos desses livros jovens, como Collen Hoover e esses de fadinha contem esses elementos.
A realidade é que pessoalmente nunca li com o objetivo de ser intelectual, nunca busquei nos livros um status quo que muito booktuber e doutor de universidade almeja. A leitura tem que ser prazerosa e alcançar os objetivos do leitor. Hoje leio para me atualizar profissionalmente e vez ou outra leio um romance (independente de ser um clássico inesquecível ou um pastiche de baixa qualidade).
De forma que acredito que os objetivos da pessoa sobre sua própria leitura é o que realmente importa. Se o leitor quer uma erudição literária, poder discutir sobre o sexo dos anjos com seus pares, ele que se limite ao seu mundo. Querendo ou não somos socialmente influenciados em nossas leituras, o grupo "dita"muito do que você "escolhe"ler. Na real, é muita recomendação da sua bolha literária, seja o seu clube do livro, seus parceiros doutores na academia, seu trabalho, amigos, ou o que você segue nas redes sociais. É inegável o aspecto social, mas acredito que melhorei muito da minha vida quando me desatei desses nós e comecei a ler o que quero, com base nas minhas questões pessoais. Viver para ler e responder os gostos e questões e bandeiras pessoais dos outros não é vida, é escravidão.
Achei o vídeo ótimo! Porém, gostaria de fazer alguns apontamentos para tentar ajudar a aprofundar um pouco mais esse debate extremamente necessário e dialogar com o comentário acima.
Acho que, inicialmente, deveríamos nos voltar ao discurso que tínhamos uns anos atrás, como você citou no vídeo, em que houve o "boom" de livros de youtubers e isso foi visto como negativo por uns e positivo por outros; acho que para poder 'julgar' se isso foi positivo ou negativo, poderíamos olhar para os números da pesquisa 'Retratos da leitura no Brasil'. Dei uma olhadinha rápida para poder fazer o comentário e, pelo que vi, não houve um crescimento significativo no número de leitores ou de leituras realizadas durante ou após o 'boom' de livros de entretenimento do booktube, o que me faz pensar que, o argumento que esse tipo de livro é uma 'porta de entrada' e não deve ser 'criticado' talvez não se sustente. Aqui, no entanto, eu não estou tentando dar uma resposta categórica mas levantar um questionamento se estamos caminhando para o caminho certo.
Agora especificamente em relação ao comentário do colega acima, gostaria de destacar dois trechos específicos.
O primeiro: "leitura tem que ser prazerosa e alcançar os objetivos do leitor" acho que aqui as coisas se tornam mais complicadas, porque ao dizer o que a leitura tem que ser algo x ou alcançar objetivo y, você básicamente mata a literatura. A literatura deixa de ser arte para ser um objeto com fim pré-estabelecido, o que eu acho que nem preciso discorrer mais para que vocês entendam em que ponto vai chegar.
O segundo trecho é "uma erudição literária, poder discutir sobre o sexo dos anjos com seus pares, ele que se limite ao seu mundo", erudição por erudição é algo vazio que realmente não se traduz em mudanças significativas materialmente falando, porém, quando estamos falando sobre anti-intelectualidade eu acho que dar esse salto para uma erudição vazia é exatamente o que não devemos fazer. Como a colega @NataliaVicente-x7k comentou, acho que de certa forma a Taty foi um pouquinho desonesta, pois no vídeo original a moça deixa bem claro que não está condenando uma leitura considerada leve ou de entretenimento, mas está apontando para uma leitura que seja realizada de modo mais crítico. Acho que no final das contas, sempre será sobre a formação de um leitor e da capacidade crítica que ele vai ter ao ter contato com certas obras, um leitor despreparado pode pegar um livro de Machado de Assis e odiar simplesmente por não estar preparado, enquanto um leitor crítico pode gostar ou odiar dependendo da construção do seu gosto (que também não é individual, mas isso é outro papo), mas ele saberá explicitar os motivos de ter gostado ou não da leitura, enquanto o leitor despreparado, acrítico, etc., simplesmente não vai gostar pela lacuna que existe na sua formação como leitor. O que a moça criticou fortemente no vídeo dela foi exatamente essa postura relaxada e acrítica dos leitores que consumem as bookredes, e acho que ela tem um ponto na crítica dela. Os leitores procuram os livros de acordo com seus "gostos" e se alimentam acriticamente dessa literatura, o ponto, portanto, não é a literatura em si, mas os leitores e o que eles fazem com o conteúdo que eles lêem.
@@im.muller Sim, isso mesmo, a "culpa" é dos leitores e não dos grupos sociais, redes sociais e booktubers. Acredito que enquanto a pesssoa não se achar como leitor/leitora e compreender o que o faz gostar de ler, ela será sempre dependente da aprovação dos outros para realizar o que faz. Isso vale para qualquer tipo de arte ou produto de consumo. Vejo as pessoas se preocupando mais em agradar aos outros, ou seu público, do que realmente curtindo sua leitura com base nos seus objetivos e desejos pessoais. E não adianta vir depois culpar os booktubers, ou grupos de leitura se o problema é uma problema pessoal de auto promoção online.
Mas ainda acredito que, se a leitura por lazer não for prazerosa, ou que não responda os objetivos do leitor ela não tem o porque de existir. Quem lê por prazer algo que não gosta? Só mesmo se quiser uma validação dos outros, ou fizer isso por trabalho... mas daí já não é mais prazer.
E sobre essa "definição": do que seria leitura, estou certo que cada um tem sua perspectiva. A minha é um pouco utilitarista (alcançar os objetivos do leitor) e fenomenológica (ser prazerosa ao leitor). A sua pode ser em relação a liberdade, e outros podem pensar na intelectualidade ou na formação cultural ou artística. Cada um terá sua perspectiva a respeito disso. Ao meu ver uma leitura que deixa de me entreter e ser prazerosa ou não responde a dúvidas pessoais sobre a natureza da realidade automaticamente não é algo que busco.
@@kriativs7374 Acho que divergimos em alguns pontos e tá tudo bem, como eu disse, não comentei com objetivo de dar uma resposta categórica e definitiva, mas para engajar nesse tema que acho muito importante. Dito isto, vou adicionar mais alguns questionamentos.
1- Você não acha que quando "culpa" especificamente os leitores você deixa de ir a fundo no problema? Digo isso porque você parte de uma culpa individual, como se o indivíduo lesse apenas por "prazer"/para certo "objetivo" (entendi que você deu um exemplo que, obviamente, tem você como ponto de referência) ou para ser "aceito", ou seja, buscando aprovação de terceiros, correto? No entando, como seres sociais, a "culpa" de um um problema social dificilmente vem de algo que está no plano do indivíduo, é como culpar a população pobre por ser pobre, ou culpar a população com baixa escolaridade de ser "burra". Ao meu ver não faz muito sentido, enfim.
2 - A "definição" da leitura pode ser algo pessoal mesmo, por isso que eu não me referi especificamente ao termo "leitura", mas ao termo "literatura". A literatura é uma arte você concordando ou não, sua definição pessoal não altera o que algo é ou deixa de ser. No entanto, entra aquele outro debate, sobre "alta" x "baixa" literatura, que eu nem abordei no meu comentário porque acho que mereceria um debate separado (assim como a questão do gosto ser algo individual ou não, que também deixei de lado pelo mesmo motivo). Dito isso, minha questão é: Vamos supor que as pessoas partam do seu pressuposto e encontrem o nicho do que ela "gosta" e do que alcança seus "objetivos", a literatura como arte, estaria condenada a suprir essa demanda, correto? Visto que o sistema vigente é o capitalismo e ele já impõe demandas de "gostos específicos" e "objetivos", se todos leitores partissem do seu pressuposto a literatura morreria de vez, concorda?
3 - Você pode achar que eu estou sendo taxativo ou algo do tipo, mas creio que toda leitura de alguma forma "responde a dúvidas pessoais sobre a natureza da realidade", então o que, pra você, seria uma leitura que não responde isso? (essa última foi só uma curiosidade)
@@im.muller 1 - Bom, eu penso que se a pessoa não consegue nem sustentar suas vontades, desejos e ideias ela não pode estar encapsulada em uma rede social, pois ela será escrava da vontade dos outros. Nesse sentido acredito que tudo parte da individualidade primeiramente e só depois o aspecto social. Não há como alguém saber o que gosta se só segue lista fabricada por outros na internet. Não há como viver de aceitação social sem desenvolver uma identidade pessoal e suas percepções pessoais. Senão vira tudo massificação e o sujeito vira um seguidor de outros, repetidor da opinião alheia, e não um consumidor do que importa a si mesmo.
2 - Bom, eu não encaro muito o aspecto artístico da literatura, mas é só um viés meu. Como disse antes e em outros lugaes da internet, hoje leio 70% focado em melhorias educacionais e profissionais raramente vejo o livro como objeto artístico. Me divirto com uma boa história mas não fico julgando o potencial artístico das obras porque isso pouco me interessa. Embora eu saiba que na visão de outros, a arte na leitura é o fator mais importante.
3 - Como dissse, na minha visão, leio para responder a minhas questões, sociais, históricas, filosóficas e de conhecimento da natureza. Sou Biólogo, Geólogo, Geógrafo e Professor. Leio com base na minha realidade e busco responder dúvidas do meu cotidiano para desempenhar boas aulas a meus alunos. Sim, pode soar totalmente utilitarista, ler 70% de não ficção, mas é a forma que eu me aproprio da leitura. Já tentei um viés artístico no passado mas as discussões literárias são muito relativistas e sem fundamento na minha opinião, variam muito de indivíduo a indivíduo e através do tempo, não são concretas. De qualquer forma, ainda me sobram 30% das leituras para boas histórias, mas não me apego a autores, correntes literárias ou recomendações online. Leio de tudo, se não gosto abandono, o que novamente reflete minha perspectiva de que quando leio para entretenimento não tenho vergonha em abandonar leituras se elas não me satisfazem (ler por prazer e não por outro smotivos). No restante do tempo leio para o trabalho "para solucionar questões pessoais na área de ciências naturais ou filosofia" ou "para usar de exemplos de conteúdo em aulas".
@@kriativs7374 1 - Complicado hein... Sugiro um Marx, acho que resolveria algumas questões.
2 - Entendi.
3 - Já que disse que além das ciências naturais você também lê filosofia eu sugiro um Foucault talvez até um Deleuze, mas acho que o Foucault basta.
Enfim, obrigado pelas respostas :)
4:44 mas acho q esse é o problema q a moça apontou no vídeo dela. O problema não é ler livros de entretenimento (no vídeo a moça diz q lê essa literatura, que gosta disso), mas sim SÓ ler esses livros. A gente se prende a essa literatura onde o debate começa, e aí não avançamos para outras coisas. É como se só lêssemos a introdução e não seguíssemos para as próximas páginas. Se prende a uma só experiência. É uma maneira muito conservadora de se envolver com a arte.
Agora, o que me decepcionou um pouco nesse seu vídeo, Tatiany, é essa ideia de q o vídeo da moça trouxe um discurso perigoso. Desde qd a gente se tornou um grupo tão amedrontado e frágil, assim? A gente tá tão na defensiva que não podemos ter certos tipos de debates pq pode "alimentar a extremar direita". Que coisa triste não se poder debater arte. Gostei do vídeo da moça SOBRETUDO pq foi um vídeo difícil e um vídeo que alimenta um debate que acho que a gente que TEM que ter. Um debate não só sobre se "existe uma arte melhor que a outra", mas tbm sobre "pq tem uma galera que só tá lendo esse tipo de livro e não ta indo pra outros tipos de livro".
ótimos pontos Maycon!
O vídeo que ela está citando é o da read with Anna?
@@AnaVii9 Isso, ela deixou o link na descrição
Comentário pertinente!
O discurso é perigoso não por não poder ser debatido e sim pq ele tira justamente a opção do debate. Quando você diz que é errado ler apenas os livros hypados e que você não consegue aprofundar um debate a partir disso, você mesmo está tirando a opção do debate. Literalmente qualquer coisa pode ser debatida com um grande nível de profundidade, tudo vai depender do leitor, do seu senso crítico e do quanto ele está disposto a mergulhar nisso. Debater algo não é sobre fazer juízo de valor, não existe isso de "essa arte é melhor do que aquela", você pode dizer que a técnica de um artista é melhor do que a do outro e isso é claro se eles estiverem fazendo o mesmo tipo de arte (entende como é complexo?), portanto frágil mesmo é quem se coloca num pedestal e se propõe a decidir se arte X é melhor que arte Y, pois essa pessoa sim não está deixando espaço para que um debate ocorra e para que sejam analisados contexto, objetivo e tantas outras coisas que precisam ser analisadas quando debatemos arte. Quem é o artista, qual o objetivo da obra, o que levou ele a retratar a abra desta forma, com quem ele esperava se comunicar com essa obra, será que eu faço parte do público com o qual ele se comunica, será que isso que não fez sentido pra mim faz sentido pra outra pessoa? De qualquer forma entendo e respeito suas opiniões e inclusive seu comentário me fez lembrar de um livro que li a muito tempo, acredito que você vai gostar e compartilhar das opiniões do autor, as reflexões que ele faz no livro vão bem na linha desse seu comentário acho que você vai gostar muito da leitura, fica aí de recomendação: O que é arte? - Leon Tolstoi
@@Biancaaaaaaaaaagsgs Mas Bianca, ninguém falou que é errado ler apenas livros hypados. Cada um faz o q quer. O que está sendo discutido é a anti-intelectualidade que pode se gerar a partir de leituras viciadas (no sentido de se só fazer um tipo de leitura).
E eu concordo: tudo pode ser debatido com profundidade. Qd ao autora do vídeo diz que tem livros mais intelectuais que outros, eu veja ali certa dificuldade de se separar o livro enquanto objeto da leitura enquanto instrumento. Você pode tirar leituras críticas e intelectuais de quase qualquer obra.
O problema é que existe uma dificuldade desses bookstan, booktok e etc de produzir leituras críticas. Há um processo de anti-intelectualização que, ao meu ver, gera essa estagnação onde as pessoas não procuram + por outras leituras (por uma diversidade de leituras). E veja, não há problema em gostar mais de um tipo de livro em específico; o problema está em só ler esse tipo de livro e pior, de lê-lo mal, de não conseguir elaborar leituras interessantes e intelectuais sobre ele.
Essa ideia de "essa arte é melhor do que aquela" me parece estar ligado a um complexo de intelectualidade que a galera leitora tem. Se associa o livro a um objeto intelectual, sendo que na verdade é possível (e mt comum) ler uma obra e não fazer exercício intelectual nenhum nesta leitura. Literatura é uma mídia como qualquer outra, ela não é mais ou menos intelectual que cinema ou desenho ou quadrinho. A questão não está só nos livros, está também (e sobretudo) na leitura que as pessoas fazem deles.
Eu lembro q no ensino médio eu tinha amigos q faziam faculdade e q tavam falando de um livro chamado "crítica da razão pura". Eu, com meus 16 anos, tentei ler esse livro. Na leitura eu não fazia esforço para entendê-lo, interpretá-lo. Eu não pensava no livro que lia, eu só lia ele pra poder falar que li. Isso que fiz no passado foi uma leitura não-intelectual. Ler por ler. E há diversas outras possibilidades de leituras não-intelectuais.
Agora, a questão é: tem problema fazer leituras não-intelectuais? E a minha resposta é que não. Td bem ler do jeito que você preferir. Mas a questão é justamente essa: há um apagamento da possibilidade de leituras intelectuais na internet. Não se pensa no que lê. Não se quer pensar. A maioria de booktube que vejo chamam os vídeos de "críticas", sendo que de crítica não tem nada. Acham que crítica é opinião. E eis a raiz do problema: chamar de crítica o que não é crítica, chamar de intelectual o que não é intelectual (dessa forma se apaga a possibilidade de crítica de verdade, de intelectualidade de verdade, nos levando até um não-intelectualismo tacanho).
Então, não é uma questão de se colocar em um pedestal e sim de alertar e debater o que tem acontecido com a comunidade leitora na internet.
Tatiany, concordo com você em partes. Vou dizer com base no meu ciclo social jovem, a maioria das pessoas que eu conheço leem romance capa fofa problemáticos ou hot e isso me deixa extremanente preocupada. O problema não é ser simples, mas o que tem nessas obras. Isso pelas noções deturpadas de relacionamento que elas criam, eu acho terrível como esses livros que normalizam comportamentos nocivos e mesmo assim são panfletados como um belo enemies to lovers ou um hot pesado e por isso ta tudo bem. Acho muito importante infleunciadores como você falarem sobre isso e trazerem uma reflexão nesses assuntos :) ps: Sou super a favor de livros mais leves, adoro ler para sair de ressaca literária
entendo seu ponto, mas isso tá aí desde que o mundo é mundo, né? tá nas milhares de séries no streaming, tá nos canais do youtube (normalizando inclusive influenciadores BIZARROS que só falam merda), nas novelas, nos games, na internet. O livro não é mais especial pra ser o único lugar/mercado onde isso não existe, sabe? As obras literárias fazem parte da sociedade e também vão, por consequência, espelhar seus lados mais sombrios e negativos... Por isso acho que nosso trabalho, junto com pais e professores é tão importante: a partir desse contato, a gente pega na mãozinha e leva pra outro lugar
@@Valerumlivro realmente, acho q isso acaba me assustando por eu n ver mtas séries nem filmes. Acho q é muito de equilíbrio e de instruir como você disse, agora o ruim é que essas comunidades (de ambas as mídias não só de livros) são muito fechadinhas, o cenário ideal seria q a gente pudesse ter críticas saudáveis sem puxar para um elitismo e nem para uma banalização desses problemas. Enfim, adoro teu conteúdo, te conheci pela cabine literária e parabéns pelo trabalho. (Essa conta não é minha principal)
acho mutio complicado transformar uma discussão de um comportamento coletivo a um ataque pessoal. não é sobre não poder ler livros mais simples, não é sobre pessoa x ser mais intelectual do que pessoa y. é sobre consumo, é sobre como o capitalismo se apropria e esvazia pautas. não pode aprofundar papo nenhum que já surge o argumento "ah, mas EU gosto" "ah, mas aí é dar moral pra extrema direita" se for assim a gente não chega a lugar nenhum, não critica nada nunca. é inacreditável que LEITORES se recusem a refletir, que afastem discussões, tratem como se fosse guerrinha de ego. inacreditável mesmo
Praticamente criticar algum livro no tiktok virou crime. Se você fala qualquer coisa mesmo sendo respeitoso sem atacar as pessoas já te mandam o clássico "não gosta não lê", isso quando ainda são educados geralmente já te mandam calar a boca direto.
Concordo plenamente
As duas opiniões são válidas, acho que o equilíbrio entre elas seria perfeito
Não consegui ver esse vídeo como uma resposta ao outro pq para mim, vc concorda com tudo o q foi dito, mas não concorda com o fato q foi dito (?). Isso de apontar produtos de consumo de massa (e não só literatura) sempre vai ser perigoso, pq pode cair num discurso elitista (e a própria moça do vídeo pontua isso). Mas usar esse motivo para dizer que não se pode falar o fato: que as pessoas estão se alienando com conteúdo de massa que frita o cérebro e alimentando um mercado gigante q não tá disposto a se abrir para outros horizontes... Como isso vai mudar, se não falarmos? Partir do pressuposto de que as pessoas "não aguentam" ou não podem ouvir a verdade é, também, prepotente e elitista. A gente tem q colocar a conversa na mesa e debater.
Taty, neste lugar, sabe uma coisa que me intriga? Por que a gente só cobra (com esse tipo de afinco) esse lugar de "alta produção", "clássico", "coisas intelectuais", da literatura? Eu não vejo a galera obcecada em só consumir cinema clássico, ou por só ouvir música clássica. Parece que a mídia escrita (livros, especificamente) tem essa responsabilidade de ser sempre a coisa intelectualoide, enquanto outros tipos têm mais liberdade para existirem. Para mim, o problema é justamente esse: enquanto a gente não lidar com livros da mesma forma que lidamos com mídia audiovisual, ou seja, algo que pode ser para pensar muito, ou para relaxar muito, vamos seguir com esse tipo de discussão. O que você acha disso?
Excelente ponto!
Talvez isso exista no seu meio. No meu universo paralelo o “policiamento” é geral. Música no máximo o rock dos anos 1970. Algumas concessões para poucas coisas dos anos 80, 90. No geral só música erudita e todas as variantes do jazz. MPB apenas os consagrados de sempre. Quando o assunto é cinema, Hollywood até é citada mas com muita, muiiiiiiiiiita cautela e pouquíssimos eleitos. Netflix ninguém nunca ouviu falar.
me fez pensar. faz sentido na minha opinião. Leitor usualmente gosta de parecer intelectual mesmo, mesmo que não esteja lendo algo complexo, parece que o ato de pegar um livro o separa das grandes massas. Acho triste somente. Atitude que hipsters cultivam nas músicas e filmes, a sensação de "ser diferente" ou autoridade em algo "desconhecido".
Isso muda quando passamos a consumir conteúdo pelos motivos certos. Primeiro tem que haver a consciência. Quando se é muito jovem é difícil ter essa consciência. A gente não vê um bom filme ou lê um bom livro porque é bom, mas sim porque quem admiramos (professor, amigo culto, um artista que admiramos) falou bem de tal livro ou filme. Ou seja, quando criamos nossa personalidade, quando só os verdadeiramente capazes de julgar o que gostamos, quando assistimos ou lemos algo porque de fato queremos ou porque aquilo vai agregar à nossa vida, só a partir daí é que saberemos escolher o que ler ou assistir. Mas no iniciozinho, tem que seguir alguém ou listas mesmo.
Ali pelos 20 e poucos, assisti uns 300 filmes italianos e franceses, a maioria filme cabeça. Vi cada filme francês chatão , mesmo que geralmente bom que não é pra testar (e aumentar) a paciência Os filmes italianos em geral divertidissimos, não importando o gênero ou a época. Em relação a livros estou engatinhando ainda, mas além de continuar com os clássicos das literaturas lusófona, francofona, anglofona e hispanofona, vou continuar com meus romances policiais, por exemplo. Se eu gosto, por que deixaria de lê-los?
@@brazeuro4627 Que interessante. Qual é o seu meio?
Monetização ( Redes) + Amazon = cultura de massa. E o livro? Ah qualquer um é bom e vira best sellers.
Concordo contigo.
qualquer um não né kkkk os autores nacionais que lutem
Taty, também sou uma leitora de clássicos, mas abro espaço para livros "mais leves" como Daisy Jones & The Six de vez em quando. Faço minhas as suas palavras. Adorei!
oi taty! vejo muita verdade no que você falou, acho que estamos falando a mesma coisa, mas de formas diferentes hehehe
jamais condenaria a leitura por entretenimento, afinal, como eu disse, ler é arte, é sentimento. eu mesma leio muitos livros leves. mas, o meu problema é realmente o consumo passivo, em que não há discussão verdadeira. é sobre ler o que quiser, desde que se possa ter opinião critica sobre o assunto. não é sobre preciosismo e elitismo e sindromes de superioridade (embora eu reconheça que muitas pessoas usaram das minhas falas pra esse fim, mesmo que eu tenha sido o mais clara possível kkkkkk).
acho esse debate muito importante porque ele sempre começa e termina no sistema que cansa o trabalhador e usa desse cansaço para continuar oprimindo a população :)
gostei muito do seu vídeo, quero mais debates assim!
vou falar minha perspectiva, concordo com vc, porém confesso que essa cultura dos livros em massa, sem profundidade, resumidos a duas, três palavras (tipo “enemies to lovers” ou “friends to lovers” e por aí vai) tem me afastado um pouco de buscar novos livros, muitas vezes não porque o assunto é raso, mas o próprio livro é raso, você não se conecta com os personagens, eles são só uma caixinha e mais nada, a história é totalmente previsível, pra mim o que me atrai em livros é justamente aquele livro que o resumo não é suficiente pra explicar toda a história e o quão incrível ela é
Gostei MUITO do seu vídeo. E concordo 100%
As pessoas esquecem que, como tudo, há a moda. Quando eu era adolescente, a moda era história com vampiro ou zumbi. Como diria belchior:
"Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
E o que há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer"
Eu gosto muito da sua linha de pensamento, cada pessoa tem seu tempo e suas experiências agregadas que vão influenciar diretamente o que elas consomem.
Vi o vídeo dela e gostei. Concordo contigo em certos pontos.
Mas acho que o que ela quis dizer é o que vc falou no fim do vídeo, enquanto nós leitores de clássicos nacionais e etc estamos abrindo espaço para os livros de capa colorida bombados e/ou "leves", eles nao querem abrir espaço para os clássicos ou algo "cabeçudo"
Estar numa turma de calouros de letras com a maioria esmagadora praticamente a turma inteira (dos novinhos aos 30+) que so estao consumindo livros de ceo e capa colorida foi meio triste. Reclamaram dos contos por "nao entender", debates rasos e sempre repetindo q a escola não é espaço para esse tipo de literatura. Do meio do semestre pro fim o professor ja meio q ficou sem saber oq fazer p engajar os alunos
Lemos contos de clarice, Caio f., cotazar, evaristo etc.. depois Sherlock homes e Camões
eu entendo o ponto, mas de novo, as obras literárias fazem parte da sociedade e também vão, por consequência, espelhar seus lados mais sombrios e negativos... O problema tá muito mais em baixo, é a internet, é o que a gente consome e propaga, quem a gente deixa famoso... Concordo que estamos lendo as mesmas coisas e que tem um monte de coisa negativa sendo propagada, mas por isso que o criador de conteúdo (e aí nessa parte eu concordo com o vídeo original) precisa ajudar a dar a mãozinha pra explicar e levar pra outras leituras
@@Valerumlivro obrigada pela resposta. Assisti ao vídeo novamente e estou levando o debate aos meus amigos. A questão está aí mesmo.
Por curiosidade, em qual instituição você estuda?
Eu sou licenciando em Letras em um Instituto Federal, a nossa classe é bem mista, mas a grande maioria tem menos de 25 anos, e embora não sejamos leitores de clássicos, mesmo que já tenhamos lidos alguns em nossa trajetória, mesmo que achemos alguma obra abordada em aula chata, não deixamos de ler ou estudar porque entendemos a sua importância histórica e gostamos de debater sobre elas.
Na minha instituição, entendemos que não tem essa de gostarmos ou não de algo, nós vamos estudar e pronto.
Não há nenhum problema em gostar dos livros atuais, inclusive, tem muita coisa boa e interessante saindo atualmente e que são melhores que muitos clássicos. Por exemplo, “O Pintassilgo”, de Donna Tart, o livro é ótimo e merece muito ser lido por várias pessoas.
Na questão da escola, é preciso mesclar o antigo com o novo, tem que abordar obras atuais que realmente sejam relevantes e moldar um caminho que facilite a leitura de clássicos, você apenas enfiar goela abaixo um livro antigo, nem sempre é palatável ou prazeroso de ler.
Eu tive que ler O Primo Basílio no segundo ano do ensino médio, foi uma experiência tão ruim, que não esqueci até hoje. Eu não tinha maturidade literária para ler aquela obra naquele momento.
Mas a sua sala em questão parece ser bem mimada e não entendeu ainda que eles estão em um curso superior e que as coisas não são do jeito que eles querem.
Entrar em um curso de letras é saber que vc vai estudar os clássicos antigos e, talvez, alguns modernos, e não Collen Hoover.
@@thiagosilvanascimento8029Que comentário perfeito.
@@Valerumlivro eu concordo, culpar o produtor de conteúdo é muito raso. O problema é muito mais sobre a nossa estrutura social e econômica. No final os booktubers e tikbookers produzem o que vai dar view porque é o que paga conta
Quando eu vi o vídeo da menina eu concordei totalmente com ela, mas isso pq eu entendi o que ela queria dizer. Porém, concordo com você que o discurso dela de maneira mal interpretada é perigosíssimo, principalmente pq dependendo a pessoa pode parar de ler pq acha que a leitura só é válida quando é livro clássico. Mas, ainda sou obrigado a concordar que dependendo dos livros, ler 50 livros ou 2 dá na mesma pq eles são praticamente iguais, os booktubers e afins deveriam incentivar a leitura de livros diferentes a partir desses
Percebi que tenho em casa uma antibiblioteca, tenho muuuuitos livros que ainda não li e a maioria não são livros muito falados, tenho sim alguns famosos que me interessam muito e estou ansioso pra ler. Mesmo que eu queira ler os famosinhos eu simplesmente amo entrar numa livraria e sair com um livro que eu nunca ouvi falar mas comprei pq a sinopse me interessou, pra mim essa é uma parte essencial da minha leitura, ler livros pq o contato com eles me trouxe o interesse. Òtimo vídeo tati.
Também adoro clássicos.
Excelente fala! Estive em sala de aula por 34 anos e concordo, leve à leitura possível no momento, a sementinha está plantada! Vi meninos começarem com O diário de um banana, Harry Potter e se tornar aficcionado por Conan Doyle e amando Rubem Fonseca, anos depois! Obrigada pela coragem!
É uma questão geral, não só para o mercado literário, os algoritmos tendem a ditar o que a gente consome e cria bolhas cada vez mais fechadas que se retroalimentam. Então de fato parece que a gente consome as mesmas coisas, porque o algoritmo o nos indica as mesmas coisas o converte para o mesmo assunto.
"Condenação do lugar da leitura". Grata demais por você levantar essa questão, Taty! Concordo plenamente com você! Ver alguém ter esse pensamento é difícil...esse negócio de alta literatura x baixa literatura me enoja profundamente! Toda leitura vai te ensinar algo, sempre! Amei o vídeo, ganhou uma inscrita e admiradora. Obrigada 😊
Primeiro contato com você que eu tenho e já te achei super lúcida! Hoje saiu um vídeo aqui no youtube sobre um tema muitooooo parecido com este do seu vídeo e que bom que o yt me indicou o seu vídeo logo em seguida porque já estava até um pouco borocoxô (quando terminei de ver o outro vídeo estava até desesperançosa com o tipo de pessoas que estamos a ter por aqui no BR)
A gente tem mto essa discussão sobre cinema, mas (não sei se diferente da literatura) a mão do mercado pesa DEMAIS. Inclusive existem pessoas que até separam o cinema de uma forma tão elitista que acaba se desvinculando de uma classe que ela mesma faz parte. Acredito que o acesso aqui é sempre o tópico mais importante
eu assinava um site, não era nem plataforma pq nao tinha app, esse site tinham filmes longa, custas e docs. e o nome era filme filme. fazendo alusão a quando a gente quer dizer que algo é de verdade e a gente fala 2x. "era filme filme mesmo". só tinha filme "estrangeiro", pq parece que filme estadunidense não é filme estrangeiro rs. tinha filme frances, iraniano, suíço, marroquino. era um catálogo curto e limitado. mas as pessoas que comentavam se sentiam a alta cultura do universo.
Tive uma professora que dizia que o adolescente que pega harry potter, espontaneamente não pega machado, e que por isso os clássicos são obrigatórios no colégio. Entendo o raciocínio, mas não concordo completamente, pelos mesmos motivos que você falou sobre o vídeo citado. Acredito que a “literatura de entretenimento” é uma porta de entrada na leitura e em discussões diversas e infinitas, sim.
É engraçado isso, eu li clássicos no ensino médio mesmo depois de já ter lido HP e outros livros jovens. E li por espontânea vontade porque na minha escola nunca existiu leitura obrigatória, eu adorava as aulas de literatura. Minha professora era maravilhosa. Às vezes só acho que professores são preguiçosos para inovar as aulas e fazer os alunos se interessarem por aquilo. Claro, pessoas são diferentes, mas eu sempre achei e continuarei achando que o importante é ler, não importa o quê. Hoje leio tudo, leio pra viver mil vidas
Sou prof de literatura e posso afirmar que eu faço de tudo pra aula ser atrativa e pra que incentive os alunos a lerem os clássicos, porém os resultados não dependem apenas do esforço do professor. A leitura tem sido deixada de lado pelo celular, e por sala, consigo converter uns 4 ou 5 no máximo. O restante afirma "não ter entendido nada", o que invariavelmente significa que não tentaram sequer passar da primeira página. Quando algum conto machadiano vira foco pra algum trabalho, buscam incessantemente por resumos, vídeos com review, análise por IA, etc. Gastam mais tempo procurando e seguindo um atalho do que gastariam simplesmente lendo o conto por conta própria. Estamos em uma era bem complicada
Amei o seu vídeo. Amei os outros dois vídeos falando sobre isso (o gringo e o nacional). Foi otimo ver todos os pontos vista. Acho valido quando vejo nas bookredes "leia o que te faz feliz", mas é importante acrescentar também "e também leia o que te faz crescer"
Estava debatendo ontem sobre isso com uma leitora voraz, eu já não me considero tanto.
Hoje fiz uma sequência de status no WhatsApp sobre esse assunto apresentando exatamente nossas visões divergentes e como realmente é bom pular fora da bolha.
Tinha a minha antes e isso me limitava muito até sobre o que escrever e me relacionar.
Vídeo interessante e necessário. Realmente, a pessoa ler já é muito coisa.
Eu não gostava, não tinha paciência, não queria nem saber.
Mas fui convencida e, por exemplos próximos, hoje lido com isso, sou revisora e tô sempre lendo assuntos diversos, tentando sair da minha bolha.
Acho que todo livro é um livro de entretenimento, se eu pego um livro clássico de um autor russo com mil páginas ou uma fantasia da moda eu o faço pelo mesmo motivo: me entreter!!! Concordo com você, eu iniciei minha vida de leitora lendo fanfic e crepúsculo e hoje sigo na leitura de títulos que seriam supostamente intelectuais e "cabeça", acho que faz parte consumir cois
Taty, te admiro muito e sempre acho suas colocações muito pertinentes. Mas achei seu posicionamento aqui um pouco desonesto. Fui assistir o vídeo da outra criadora e ela não propõe a condenação da leitura leve, ela até fala que tem é o que ela mais lê; mas ela diz que até esses livros deveriam ser lidos com um ar mais crítico. No seu vídeo você fala que Evelyn Hugo foi importante para visibilizar vivências bissexuais, e é justamente aí que pega o ponto da menina: ler com esse olhar de criticidade para ver a importância dessa representação. Em nenhum momento eu achei ela elitista ou prepotente, ela sugere que as leituras sejam equilibradas, tanto de coisas leves quanto de coisas densas. E quando você diz que esses livros mais bobos são porta de entrada para outras leituras, é justamente outro argumento que ela usa, ela diz que seria interessante que as pessoas começassem de algum lugar e expandissem para outros tipos de histórias depois.
Do jeito que você falou, parece que o vídeo original carrega um tom pejorativo de acusação (ela é bem incisiva em vários momentos, admito), mas penso que seja uma forma de puxar orelha para sugerir uma nova visão para a literatura. Não sei se você chegou até o final do vídeo dela, mas ela traz todas essas ponderações que te incomodaram ao longo da discussão dela. Talvez seja o momento de debater sem esse tom tão acusatório! Achei interessante o tema ter sido trazido para discussão, pode gerar muitos frutos dentro da comunidade leitora!
Também percebi isso. Acabei assistindo vídeo da Taty antes e quando fui ver o vídeo que gerou a resposta fiquei "ué?"
@@thainacreditavel Achei bem estranho também, não sei se ela ficou pessoalmente incomodada e isso atrapalhou a análise. Fiquei muito “ué” também kkkkkkkkk
Qual é o outro video a que ela está respondendo?
Exatamente! Ou ela foi desonesta ou não teve capacidade de interpretar a proposta do vídeo.
Antes de mais nada, muito me incomoda a colocação de desonestidade, sendo que deixo o vídeo da criadora de conteúdo na descrição e o tempo todo repito que não é um ataque, mas uma resposta.
Em segundo lugar, assisti ao vídeo mais de uma vez e sigo identificando várias problemáticas (algumas levantei e respondi nesse vídeo, outras deixei pra lá porque achei absolutamente fora do contexto). Toda a minha opinião e interpretação do vídeo é colocada nesse meu vídeo resposta. Inclusive o ponto absurdo em que ela diz que deveríamos ler todos os livros que possuímos.
Agora, uma coisa que não falo (porque só percebi depois) e acabei entrando nesse mesmo tom (erroneamente, inclusive falei sobre isso no meu instagram) é: Essa ideia absurda de que a literatura precisa ter uma moral, um conselho, uma ajuda, uma utilidade. Não precisa ser útil, não precisa nada, inclusive. A gente tá tão acostumado com esse sistema que acaba querendo tirar produtividade de tudo (e é uma coisa que venho falando com muita frequência por aqui, do meu lugar enquanto criadora de conteúdo e assumindo a culpa também).
Também recomendo o vídeo do Alec (umbookaholic) que teve uma interpretação muito parecida comigo e foi além: questionando esse lugar de: todos estão lendo a mesma coisa e falando sobre os mesmos livros (todos quem?).
Muito boa sua reflexão, Tati! Eu já fui essa pessoa que classificava livros como literatura "que serve" e "que não serve", mas com o passar do tempo fui abrindo minha cabeça e parando com esse pensamento. O importante é o pessoal ler, e à medida que se lê, vão se abrindo novas vontades e novos gostos literários.
Concordo com alguns dos seus argumentos. Só acho meio utopico que booktubers, booktoks, bookstagrans, etc, faça o aprofundamento dos temas sensíveis. Os mais conhecidos, os mais populares, estão muito confortáveis com suas publis e demais contratos. Estão cada vez mais personalistas e refratários a um pensamento crítico mais profundo. Obrigado pelo vídeo, abraços.
Concordo contigo, Tati!
Me permita só, respeitosamente, claro, fazer uma pontuação sobre uma parte da fala que traz um ponto sobre o qual eu, particularmente, fico me questionando...
Acho também um pouco complicado também entender o livro de entretenimento, ou comercial, como degrau, como escada para o clássico, para o mais complexo, para o teórico... Enfim. Ou seja, me questiono sobre o "leia esse" mas "porque DEPOIS você vai poder ler esse aqui, mais complexo, mais profundo".
Bom, se acontecer, maravilha, celebremos cada vez mais, porque não há nada de negativo nisso. Mas às vezes a pessoa não precisa ou simplesmente não quer esse "depois", com outros livros mais complexos, sabe? Às vezes a pessoa opta por buscar esse desenvolvimento e aprofundamento de forma mais aprofundada por outros meios, sei lá, documentários, podcasts de pessoas da área de interesse... E deixa a literatura para ser seu momento leve do dia. Por que não?
Ou de repente uma pessoa, para usar o exemplo do vídeo, plenamente esclarecida sobre bissexualidade, uma própria pessoa bissexual, não quer ler debates críticos sobre o que ela conhece e provavelmente vive todos os dias, ela só quer ler uma história envolvente na qual ela se sente representada, como em Evelyn Hugo. É possível...
Não que nada disso seja desprovido de criticidade nem ajude no desenvolvimento das pessoas. Como você disse, é sempre uma possibilidade de gerar um debate. E também reforço que concordo contigo que será maravilhoso se nós, como leitores, pudermos nos desenvolver cada vez mais através da leitura, nos tornando cada vez mais humanos, empáticos, críticos, atuantes.
Só quero dizer que talvez alguém não queira intencionalmente usar a leitura pra esse lugar. O livro de entretenimento pode ser um caminho para outros, mas ele não precisa ser, sabe?
Não sei se estou viajando demais hahaha sinta-se à vontade para discordar e ampliarmos esses e outros debates
Obrigada pelo vídeo e por proporcionar uma reflexão e um debate sempre muito prolífico
Meu Deus, você falou exatamente o que eu pensei! Tem gente que simplesmente NÃO QUER e qual o problema?
É como outro comentário que li, não vejo essa cobrança em relação a música, ninguém fica querendo obrigar ninguém a ouvir só música clássica, a ver apenas filmes cult. E eu acho uma soberba tão grande dizer que todo livro popular é raso , ou não tão bem escrito, etc. Quem é a régua para isso?
Muito livro clássico dá mais "trabalho de ler" não pela forma de abordagem da história ou devido aos temas, mas por ter sido escrito em outra época e com uma linguagem (lembrando que a língua é viva e esta sempre mudando) que não se usa mais, inclusive o formato da escrita que privilegiava uma linguagem mais rebuscada e com palavras que hoje estão em desuso.
Muito livro clássico apresenta temas diferentes porque na época em que foram escritos a realidade era diferente, os problemas eram outros. Muito livro contemporâneo passa a impressão de ser mais fácil de ler, porque para quem tá no presente é mais fácil entender a realidade na qual está inserido e a linguagem que você tá usando no seu dia a dia. Isso não faz o livro ser menos.
E se você for olhar ainda mais a história, sempre houve pessoas que se colocam em um pedestal e dizem que livro A é bom é culto e tudo mais enquanto taxa os demais livros de ruins, rasos. E isso sempre tá associado a o que é popular, será uma mera coincidência?
Não tô dizendo que todo livro popular é bom, mas , como a pessoa falou no vídeo, muitos clássicos já foram considerados ruins. E pode ter certeza que independentemente da época, tinha livros espetaculares e ruins sendo escritos.
Acho esse ponto bem pertinente. Leitura, músicas, filmes, jogos, não são uma escada de dificuldade em busca de erudição. Embora muitos acreditem que haja uma "evolução"instrínseca ao consumo de alguma mídia, sou totalmente contra isso.
Mas concordo sim, que um maior repertório te possibilita uma comunicação mais interessante entre outros indivíduos que tenham esse mesmo repertório. Agora, sair julgando tudo e todos por lerem algo "inferior" já automaticamente rotula uma existência de uma mídia superior e inferior.
Também vejo esse sistema de castas que é gerado, entre eruditos e iniciantes na leitura como algo problemático. Muitas vezes só quero me entreter mesmo, assim como um bom brasileiro que vai assistir novela, filme, futebol, depois de um dia árduo de trabalho. Ao meu ver quando alguém quer que você leia Guerra e Paz nas únicas 2 horas livres que você tem no dia depois de um dia de total cansaço não sabe nem o que é um dia de trabalho árduo... Filósofos, doutores de bancada que dão 2 aulas por dia e passam o tempo restante lendo ou pesquisando sendo pagos por isso.
você tem TODA razão 👏🏻 depois que eu gravei o vídeo pra outra rede, uma pessoa fez um comentário muito parecido e eu me dei conta que é isso mesmo (o que é engraçado porque tenho falado muito sobre esse lugar de considerar a literatura mais do que ela deveria ou tem obrigação de ser, por eu ter transformado minha leitura em trabalho, etc. etc.). Isso mereceria uma parte 2!!! kkkkk
Arrasouuuuu. Também fui vítima de abuso e violência doméstica e fiquei impressionado com o tanto de gente falando sobre o assunto devido ao livro da Colleen Roover. É problemático? É, mas tem relevância.
Acho que outro ponto a ser levado em consideração,quando o assunto é a popularização de livros meio “trash”, é o contexto socioeconômico/cultural, como também a rotina de uma parcela do público que consome esses tipos de livros ( e aqui eu faço uma autocrítica kkkkkk): muitas vezes ,as pessoas consomem esses livros realmente com a intenção de não pensar, de ler algo que não as faça raciocinar muito, porque o dia a dia desses indivíduos já é muito exaustivo física e psicologicamente. Vocês acham que alguém que trabalha clt, pega umas 3h de transporte e ainda cuidar da casa, ou então uma estudante que lê uma cacetada de conteúdo acadêmico no final do dia vai querer ler um clássico russo ou um livro que na primeira página já vai saber a história inteira?
Não estou dizendo que a discursão sobre o monte de livro bomba que estão sendo divulgados como obras da literatura contemporânea ( aka dark romance cheio de abuso kkkkk) não seja válida, até pq não é todo mundo que consome esses livro que tem a rotina que eu falei. Mas acredito que existam várias camadas do porque as pessoas estarem lendo tanta besteira ultimamente.
O problema não é ler besteira. É ler besteira achando que é literatura de alta qualidade
@@marta_2022 isso é vdd. As vezes leio besteira, mas tenho plena consciência que é besteira. Concordo que ter essa noção é importante
Muito bom você trazer esse assunto aqui. Eu parei de acompanhar vários booktubers justamente porque estava muito chato ver todo mundo falando da mesma coisa, fazendo resenhas dos mesmo livros. Tudo igual, tudo mais do mesmo. Gosto da diversidade, gosto de ver booktubers que trazem coisas que eu nunca li e se não fosse a divulgação ali, nunca saberia que existia. No começo da bookrede isso era mais fluído, tinha mais gente falando de livros e estilos completamente diferentes. E o que mais me irritou nesses últimos anos foi essa coisa de ter que fazer o que o algoritmo determina. Isso tonou a book rede (salvo alguns poucos que se mantém autênticos) um lugar chato e cansativo. Concordo quando você diz que livros mais populares não são melhores e nem piores, e não cabe esse juízo de valor se é intelectual ou não. Mas, ao mesmo tempo essa bolha repetitiva que está virando as bookredes é totalmente desestimulante. Como disse no início a solução para mim foi parar de seguir um monte de gente e hoje dedico meu precioso tempo aos influenciadores que optam pela diversidade e sem medo de desagradar algoritmo. E o melhor dessa solução , foi descobrir um monte de gente que produz conteúdos riquíssimos e nem são tão conhecidos, talvez por isso seus compartilhamentos parecem, ao menos para mim, mais acolhedores, mais autênticos.
Gostei muito do vídeo, o assunto é bem pertinente e foi bem abordado. Além disso, sua voz me lembra a Lilia Schwarcz falando.
No Brasil em 2 dias um vídeo com a temática livros ter alcançado 7 mil visualizações é algo bem positivo né? Me impressionou, continua sempre Tati
o importante é ler, qualquer que seja a leitura sempre nos trasz conhecimento
Vc é maravilhosa! Excelente sua fala. Antigamente eu te acompanhava, depois me perdi de ti. Que bom que te achei❤❤ achei. ❤❤
ebaaa! bem-vinda de volta!!
Exatamente. Aí que entra o papel importantíssimo dos mediadores.
O seu vídeo me fez lembrar de um trecho logo no início do livro Angústia, do Graciliano Ramos:
“Os livros idiotas animam a gente. Se não fossem eles, nem sei quem se atreveria a começar.”
Ele falava sobre escrever, mas com leitura é um pouco assim também. Não se passa a admirar Machado de Assis ao ler o Dom Casmurro no colégio se este for o primeiro livro adulto com que nos encontramos. A gente aprende a apreciar o texto do Machado depois de ter milhagem em coisas menos sofisticadas.
Óbvio que há aqueles que despertam novos para o prazer dos livros, gente que cedo se impõe desafios de leitura progressivamente mais complexos, porém, o grosso de nós, ao menos no Brasil, vêm de lares em que pouco ou nada se lê.
No meu tempo de colégio não havia celular nem Netflix, e só pegavam a Globo, a Band, e o SBT lá em casa, contudo a gente desperdiçava horas vendo os filmes dublados da tevê ao invés de ler um livro, qualquer que fosse.
Quando comecei a ler, comecei com cacalhada, títulos que me daria vergonha admitir hoje.
Livros mais leve e que nem aula de alongamento de vez em quando é bom relaxar
Obrigado, TH-cam pela recomendação! Nossa que discussão essencial!
feliz que tenha gostado, Thiago! Espero que continue por aqui e goste de outros vídeos meus!
Amei seu video, muito obrigado pelo seu trabalho.
Eu acompanhava o cabine literária ele seu video me foi recomendado pelo TH-cam, o que me deixou muito feliz em reve-la.
Eu quero um dia me tornar booktuber tanto pra conhecer pessoas com quem conversar, quanto pra me desenvolver como pessoa, acredito que a leitura é uma oportunidade de adquirir conhecimentos como uma conversa com um amigo que pode esperar seu ritmo pra ser cada vez mais uma versão melhor de nos mesmos
fico mais de 5 anos sem ver esse canal e quando retorno me deparo com a camarada va ler um livro.
Que feliz supresa ❤❤❤❤❤❤
Gostaria de agradecer profundamente por ser uma das pessoas que se preocupa em inspirar os outros, especialmente nós, leitores. No primeiro vídeo dessa discussão, senti uma forte impressão de que nós, leitores de entretenimento, éramos tratados como menos 'intelectuais'. O vídeo foi bastante elitista, e foi decepcionante perceber como a youtuber do canal Read With Anna nos classificou de forma tão severa, quase como se fôssemos incapazes de evoluir. Acredito que a leitura, independentemente de ser mais leve ou profunda, tem seu valor e pode ser o ponto de partida para muitos. Fico grata por você não ter desistido de nós, por nos incentivar a explorar mais, sem impor uma mudança abrupta ou desmerecer nossos gostos. Sua abordagem foi muito mais empática e inclusiva, e isso faz toda a diferença. Obrigada por nos guiar com inspiração e respeito, sem nos fazer sentir que nossas escolhas de leitura são inferiores.
Nossa, incrível reflexão Taty. Numa palavra também pensei em resumir isso a elitismo puro. Negando a realidade de muitas pessoas que podem ter dificuldade de ler determinadas literaturas clássicas.
Eu tinha muita dificuldade com leitura, sempre preferi lê mangás, por conta disso resolvi entrar num clube de leitura, e através do clube consegui ter um hábito de leitura e lá nos líamos muitos livros diferentes e mesmo não gostando de alguns, aprendi muitas coisas que nem imaginava
eu me considero um leitor (também) de clássicos. leio uma farofinha as vezes pq participo do clube de leitura do paulo ratz. mas é raro eu ler algo do clube. esse mês estamos lendo as meninas da lygia e como o grupo é formado majoritariamente por jovens e rola votação pra escolha do livro, quase todo mês é uma farofa. aí eu não participo tanto. mas esse mês é algo mais cabeça e está nitida a dificuldade das pessoas de conseguir ler um livro tão denso que mistura narração e primeira com terceira e fluxo de conciencia com falas não pontuadas. tem gente desistindo mas eu tô insistindo que continuem. quando se lê esses livros de tiktok é tudo mamão com açucar e entregue de bandeja.
eu tinha visto o video da menina antes de ver o seu e acho que vc não entendeu muito o que ela quis dizer.
acho que um bom leitor precisa se desafiar a ler coisas mais hard, mais truncada. meu objetivo é conseguir ler um livro em versos, tipo odisseia e divina comédia. até hj me lembro do extase que foi concluir o som e a fúria, os miseráveis, crime e castigo, memórias póstumas, oblomov.
ler só esse tipo de literatura rasa pode até levar a algum pensamento crítico mas muito limitado.
Adorei o vídeo e as problematizações todas! Devidamente inscrita agora!
eba, seja bem-vinda e espero que goste dos outros vídeos!
Taty,vendo seu vídeo! Me fez lembrar do canal da Lilica, que também falou bem deste assunto! Quando comentou sobre o livro, é
É assim que acaba!
Obrigada por este vídeo! Lucidez pura!❤
Super concordo com vc Taty. E tbm penso que essa coisa de pensar vai muito de pessoa pra pessoa e do momento que estamos vivendo. Eu mesma às vezes não quero pensar em nada, quero ler só pra me divertir. E algumas vezes eu quero ler e pensar sobre e posso fazer isso com Machado de Assis ou Collen Hoover, não faz diferença. O importante é que eu esteja disposta a isso né.. adoro suas reflexões 😊.
Está insuportável usar a internet, por que para qualquer mídia quando alguém escreve uma crítica (que faz sentido na maioria das vezes) VEM ALGUÉM FALAR "militante descansa" "mimimi" "é só ficção" "vai cudar da sua vida" "deixa as pessoas serem felizes" meu deus que ódio. Eu não entendo esse movimento de ser proibido ter senso crítico E PENSAR sobre o que está sendo passado, a resposta nem é sobre os argumentos usados é apenas contra QUESTIONAMENTO. Estou vendo isso em todo canto, sobre séries, filmes, desenhos, artistas, comportamentos TUDO. Eu não aguento mais.
Trabalhei em uma livraria uns dez anos atrás, todas pessoas começava com best seller, após isso as próprias pessoas cansava e pedia um livro clássico. Tem que sair de dentro da pessoa a vontade de navegar outros mares outras águas. Vamos ter paciência para com o próximos, não somos melhores ou piores por ler um livro clássico, apenas temos bagagens distintas e podemos fazer pontes um com o outro para aprendemos, afinal a vida é uma escola. O saber é para encantar o outro e não para humilhar.
Percebo que livros tem nuances, mais leves e mais profundos, ambos têm seus momentos e apreciação ou talvez funções?Quando chego do trabalho cansada não estou com a mente para algo profundo então pego um livro tem a pegada mais leve. Essa minha estratégia e com isso me empolgo mais para ler também livros mais profundos quando que não seja após voltar do trabalho. Foi assim que comecei deixar por assim dizer meu vício no streaming. Mas em parte também deixei de saber qual livro do momento, e ler um livro passou ser mais aventura mas sem romantizar porque o momento atual de fato tem o outro lado da face e entendo bem a colocação do vídeo.
Super concordo, o importante e ler! Com o tempo pegamos gosto e vamos refinando nossa leitura.
Oi! Concordo muito contigo. Lá por 2017 foi muito interessante para nós, independentes, esse tipo de vídeo. Porém, depois as grandes editoras descobriram as bookredes e colocaram muita grana aqui, inviabilizando a descoberta da gente, pois não temos como investir 2000,00 em cada leitor das redes, sabendo que a maioria dos autores independentes não vai ter esse retorno em vendas (ficamos com 10% do preço capa)... Enfim. Faz parte! Baita pensamento.
Você não deixa de ter razão, salvo alguns poucos criadores de conteúdo sobre livros, estamos sim, envolvidos dentro de uma bolha de pessoas lendo as mesmas coisas. Não podemos esquecer que por traz disso estão as editoras mantendo esta máquina massiva de produção de conteúdo. Tem muita gente sendo bancada de certa forma pelas editoras. A Amazon também firma parcerias para que isso aconteça. Não condeno, afinal, todos queremos e precisamos ser valorizados naquilo que fazemos, mas me preocupa a perda de identidade.
Oi Tati, concordo com seu ponto; sempre que penso muito nesse assunto concluo que a leitura funciona como um processo que você vai construindo e aprimorando ao longo da vida. Eu não comecei, e imagino que muita gente não começou, lendo um Dostoiévski ou um Balzac, a gente começa, geralmente, com uma coisinha boba mesmo, e daquela coisinha boba você vai descobrindo outras coisas até chegar na maturidade de leitura necessária pra encarar um autor mais complexo. Sou leitora assídua há mais de 10 anos, formada em psicologia, acostumada a ler Freud e Lacan diariamente, e mesmo assim ainda tenho medo de encarar certos calhamaços, imagina as gerações mais jovens que estão entrando na leitura agora, via tiktok
Penso que não adianta querer que adolescentes que vivem dia e noite no tiktok comecem de um lugar de leitura que demora anos pra gente criar coragem e referencial pra pegar na mão, que comecem pela colleen hoover, pelos livros que viraram séries de fantasia, o caminho pra coisas mais complexas começa do básico, é por aí mesmo que deve ser
eu acredito que ultimamente muuuuuuita gente tem lido a mesma coisa, exatamente isso que você disse! não são livros necessariamente ruins, mas tudo é muito repetido, acredito que as pessoas se fecham em um só nicho e não saem daquilo, todo mundo já viu alguém lendo CoHo ou livros de romance com capa gráfica, eu era muito assim, só lia mais do mesmo, o típico "enemies to lovers" "grumpy vs sunshine" ou títulos semelhantes. mas pelo menos estão lendo! acredito eu, que ler qualquer tema, desde romance água com açúcar ou um clássico, a literatura vence.
Fazia tempo que não revisitava seu canal e é incrível como você nunca me decepciona!
ebaaa, bem-vinda de volta!
Eu vi o vídeo que vc respondeu! Concordo plenamente contigo!! Eu entendi a crítica da menina, mas achei rasa, muitas vezes ela critica o consumidor e esquece todo o contexto de que no captalismo tudo tende a uma homogeneização, pra seguir uma receita de bolo pra gerar mais lucro. Além disso ela esquece que vc querer uma leitura simplesmente pra fugir um pouco do sufoco do dia a dia é super válido e esse discurso de que "ain hj em dia a gente não pensa mais, a gente não lê livros cabeça" só abre espaço pra um discurso perigosíssimo de o que é arte e o que não é, como vc mesma falou. Além disso em todas as épocas a gente tem livro que tem os temas predominantes e o que são mais diferentes. Cabe a nós, leitores e consumidores, escolhermos o que nos mais agrada e eu não tenho nada a ver com a decisão de leitura alheia.
Coleçãozinha Darkside colorida pra enfeitar quarto.
Amei o seu vídeo e concordei com você em todos os aspectos.
Estou lendo Jane Austen, Orgulho e preconceito, pela primeira vez aos 28 anos. A primeira coisa que eu notei foi a quantidade de livros pop que beberam nessa fonte, que seguem o mesmíssimo roteiro mas, ambientando para a contemporaneidade. Uma vez um amigo meu ficou chocado que ele não poderia mais dizer que não gostava de Shakespeare porque eu contei pra ele que o filme 10 coisas que eu odeio em você foi baseado em A megera domada.
Tudo isso para dizer que a pedância da comunidade leitora "cult" é muito burra, fechada em si mesma, engessada. E a comunidade pop só precisa de um empurrãozinho pra perceber que esse elitismo atrelado à leitura de clássicos é um construto social que pode ser derrubado.
Concordo com todo o vídeo, parabéns pelo conteúdo 💖💖
Taty, concordo demais com vc. E acho isso muito culpa do algoritmo das redes também. Quando todo mundo nas bookredes fala sobre um livro, os leitores vão pesquisar sempre por esse livro e isso cria a pressão pros outros produtores também falarem daquele livro, porque "como assim vc não leu esse??". Nesse ponto, acredito mais em um algoritmo ditador de padrões do que nessa discussão (que também me deixa nervosa) sobre clássicos x leitura "de entretenimento".
(e eu odeio a impressão errada que se criou sem motivo sobre livros "de entretenimento". Odeio quando acham que só o que é DIFÍCIL é valioso)
eu mesma caio muito nesse ponto: O de ler pra não me sentir "fora" do que tá todo mundo falando, sabe?
Ultimamente nas próprias universidades os alunos tem dificuldade em elaborar textos, em responder as questões sem usar tópicos, por isso a leitura é extremamente necessária, e é importante começar de algum lugar, muito raramente uma pessoa vai querer continuar lendo se ela for tentar ler um livro muito denso e com linguagem mais rebuscada, ela não vai entender, vai ser frustrar e vai deixar de lado.
Nossa, gostei muito da sua fala! Iniciei a minha vida de leitora por meio dos clássicos na escola, mas não conseguia alcança e entender porque não fazia parte da minha realidade de vida. Por sorte ganhei um livro que, na época, era considerado livro de gente "sem cultura" e amei voltar a ler. Depois fui lendo outro e outro livro e assim me dei ao luxo de ler um clássico e acabou sendo um dos meus preferidos. Só leiam! A curiosidade e o interesse fazem o resto do trabalho.
Pra entrar num rio tem que começar pela margem, que é onde a água é mais rasinha
Vídeo simplesmente maravilhoso! 🧡
Uma das coisas mais doidas é que muitos clássicos hoje eram livros de entretenimento no passado, muitos vistos como "literatura menor". Amei o vídeo, Tati!
Muito interessante essa discussão sobre a cultura estar passando por um período de extrema leveza A Netflix soltou um comunicado informando que tá investindo em roteiros mais simples porque percebeu que roteiros mais densos não despertam mais interesse e que muitas vezes as pessoas assistem os filmes/séries apenas como uma segunda tela
Não vejo como mudar isso em pouco tempo O cérebro fritou e ninguém percebeu
Eu achei muito coerente seu pensamento. Eu sempre digo que é melhor você ler um livro de entretenimento do que nunca começar a ler. É assim que eu incentivo muitas primas minhas a começar a ler um romance de sessão da tarde e depois procurar algo mais clássico no futuro, elas terem a liberdade de escolher o que elas realmente gostam. Eu passei a ler na faculdade porque eu tinha minha bolsa de pesquisa que me dava o luxo de comprar um livro aleatório de vez em quando, o que na época de escola eu só tinha clássicos superdifíceis, pesados para ler e que não me despertava vontade nenhuma. Hoje, depois de ler muito livro considerados "rasos", consigo ler um clássico e discutir assuntos mais profundos, mas também posso ler um livro viral que vai está tudo bem.
Uma coisa não deve desmerecer a outra.
💐Oi Taty, me recomendaram seu vídeo e percebi que pensamos parecido quanto a esse tema. Sua proposta de discussão desse tema é primorosa.
É fato que existe um abismo entre leitores de certos tipos de livros e amantes de livros populares. Antes de ter hábito de leitura, percebia também esse abismo de quem lia livros "considerados cult" ou clássicos e quem não lia.
A reflexão é boa para pensarmos por que autores populares são demonizados e odiados por uma parte específica de leitores?
Como alguém que passou a gostar de ler por livros de entretenimento, passei pelos diversos abismos. Percebi que somos levadas inevitavelmente para uma crítica maior a certos livros na medida que vamos acumulando mais repertório. Mas o que me apavora (porque não queria ficar nessa posição de arrogância) é ir na direção de afirmar esse olhar distante de certos gêneros somente porque estou sendo colocando na minha experiência a comparação com a leitura dos clássicos, quando na verdade é bem mais interessante se deslocar para aquele tipo de livro e o que ele é capaz de oferecer.
Enfim, termino pra não ficar textão (já ficando rs). Abraço!
Que vídeo necessário! Sempre que me perguntarem sobre se ler "qualquer" livro é interessante, mandarei esse vídeo kk Eu sou uma leitora e amante dos clássicos, mas entendo a importância de se ler outros livros também. Seja qual for o gênero, cada leitura oferece uma nova oportunidade de aprendizado e enriquecimento. No final das contas, o que realmente importa é o prazer e o benefício pessoal que se extrai da leitura. Cada leitor vive essa experiência literária de uma maneira única e válida.
Oi, Taty. Achei a discussão que você levantou interessante pela verdade do seu discurso consigo mesma; ficaram nítidos o incômodo e seu posicionamento.
E concordo, mas em partes.
Tão concordo que um "livro de booktuber" abrirá as portas da livraria a um leitor iniciante quão discordo que o "cansaço" de uma rotina pesada afastará o leitor de "leituras cabeçudas", pensando nestas como o refúgio daquela rotina, desde que nela se encontre prazer e significado, basilares para o que acredito ser a coluna dorsal da leitura, de clássicos ou contemporâneos: o interesse do leitor.
Não se pode negar que nosso tempo ensina a massa algumas máximas, como "não há tempo a perder", "prazer está naquilo que não se precisa pensar", "estudar resume-se à prática, logo, à utilidade", como, por exemplo, cresci ouvindo que não precisava estudar matemática porque não havia aplicação direta no dia a dia. E por aí vai. Em suma, somos influenciados a não pensar, não estudar porque "o prazer" afasta-se desses lugares e aproxima-se do ócio infértil.
O ócio é necessário e o defendo como qualidade de vida, mas dentro de seus próprios limites. O que se prega é ócio pelo ócio como estilo de vida aplicado ao prazer, e nisso está incluído ler livros "que não precisamos pensar; rasos, lisos". E caímos facilmente nesta ideia porque, no fim das contas, estamos, sim, cansados e desesperados pelo ócio.
O que quero dizer é o famoso "leia o que tu queres", mas consciente quanto ao tempo que não voltará e daquele que ainda virá. Posso ler "Odisseia" de Homero numa tradução mais leve e fluida simultaneamente à leitura de "O médico e o monstro" do Stevenson, tão criticado e rebaixado como escritor de segunda linha por seus contemporâneos. Posso pegar um "Avesso da pele", que tanto tem sofrido ataques, e lê-lo com a mesma ênfase que dou a Homero, talvez dando até a mesma importância porque o tema não era uma questão no tempo de Homero, mas é (e muito!) no nosso.
O que mais deprecio nos influenciadores de livros é a própria depreciação que atribuem aos livros, aos gostos alheios e levo, sim, pro pessoal, porque é, afinal, uma opinião pessoal de alguém que, apesar de estar na nossa tela, existe no mundo real, onde, com absoluta certeza, se dividíssemos o mesmo espaço físico, seria alguém de quem eu me afastaria; por isto o unfollow sem dó, seja o influenciador "do tamanho" que for.
Essa caixa de texto é pequena para o quanto, sobre o tema que levantou, há pra se dizer, mas é bacana trocarmos sobre ele, afinal, acabamos aprendendo mais sobre nós mesmos.
Pra mim todo livro q n eh didático é um livro de entretenimento, msm q seja um clássico e que seja estudado na escola, ele é de entretenimento. Diferente de uma gramática ou de um livro didático sobre literatura.
Mulher!! Cheguei aqui aleatoriamente, mas nunca vi tanta lucidez em um vídeo. Parabéns pela coragem❤
Não é o que se lê, mas como se lê. Quando se medita sobre o que lê e se extrai algo para você a leitura já valeu a pena, o leitura cumpriu o seu papel.
O mesmo funciona para filmes, séries e etc. Se você não consegue fazer uma reflexão sobre o que você está consumindo isso sim e anti-intelectualidade.
o embate desse video me lembrou o video mais recente do normose sobre o narcisismo das pequenas diferenças :)
amei esse video! trouxe pontos q eu realmente não tinha parado pra pensar...
Para refletir leiam também Os Sete minutos de Irving Wallace e A filha do silêncio de Morris West
uma vez eu escutei algum criador de conteúdo literário falando que todo mundo é influenciador. em algum momento da nossa vida a gente vai influenciar outra pessoa a fazer alguma coisa. e eu sou muito feliz de ter influenciado duas pessoas do meu convívio a voltar a ler. em todos os momentos que eu tinha disponível no meu trabalho eu estava com um livro aberto e aquilo foi gerando nessas pessoas também vontade de ler, pois era uma troca muito legal cada um falando da leitura que estava fazendo (era como se estivéssemos falando da vida alheia, só que de pessoas inexistentes na maioria das vezes). hoje em dia, essas pessoas também já conseguiram influenciar outras a retomar o hábito ou mesmo adquirí-lo. agora imagina condenar a leitura de uma pessoa que perdeu esse hábito há anos?! imagina xoxar alguém que está lendo um livro inteiro pela primeira vez?! não tem como.
Eu acho importante introduzir a leitura na rotina principalmente do jovem e com o tempo, naturalmente o leitor e a leitura evoluem. Eu mesma comecei com romances considerados bobos na minha adolescência e depois de um certo tempo meu cérebro pediu mais profundidade e hoje leio de tudo um pouco, mas amo leituras complexas.
Tem uma lista de livros mais recomendados feito a alguns anos atrás e que o público que escolheu foi, professores universitários de todo o mundo, intelectuais, escritores e etc...., o interessante dessa lista que a maioria são livros que vem desde a Ilíada até a "cem anos de solidão" e por isso achei uma das melhores, como meu objetivo é ler os 50 mais, recomendo caso tenha interesse no video do canal "Benjamin McEvoy" tituto do video " The Top 50 Greatest book of All the Time", fica aí a sugestão para reflexão, detalhe estou no livro 34 " O vermelho e o negro" de STENDHAL, boa sorte
video mais que necessario, Taty vc é foda
Essa é uma discussão que eu reparo em várias formas de produção para consumo, e é sempre a mesma crítica superficial que recai sobre o consumidor e o produto, mas sempre faz uma vista grossa gigantesca para toda lógica de mercado que tem o poder de influenciar e gerar demanda pelos "enlatados" que ela produz.
E no final das contas vira basicamente uma crítica individualizante, sendo que os indivíduos são apenas parte de uma estrutura maior de consumo. Dai vem os "eruditos" querem criticar o leitor de romances "água com açúcar" e afastarem estes da possibilidade de um dia ler um clássico.
Gostei! As vezes a gente se pega julgando sim. Mas esquece que qualquer história liga a chavinha de ignição da imaginação do cerébro, de construir imagens, rostos, cenários....além de criar um interesse ou alerta pra determinado assunto,e pode ser a porta de entrada pra outros e mais outros livros!
Eu entendi o seu ponto, mas também acho que é importante filtrar o que se consome, até pq no vídeo ela levanta o ponto do consumismo exacerbado em relação a nichos específicos, e desinteresse por livros que não se encaixam exclusivamente naquela troupe que você gosta. Isso não só impossibilita o leitor de se descobrir na literatura como também impossibilita trabalhos muito bons de ganharem relevância, ao que não se encaixam no que se vende na atualidade. Ler é fundamental e importante, mas quando se adquire conhecimento apenas de uma fonte, ele se torna rígido e velho. Sim, não é errado ler de nenhuma bolha literária específica, e também nem todo mundo quer ler com um mesmo objetivo. O seu vídeo é uma mensagem muito boa pra quem acha que a literatura tem que ser exclusivamente intelectual e erudita e o vídeo dela é bom pra quem não tem critério nenhum sobre o próprio consumo. O ponto é que ser leitor, esteticamente, pra muita gente hoje em dia é mais confortável do que ler, e isso foi levantado nos dois vídeos de formas diferentes.
Acho que o grande exercício que os livros propõe é o de imaginação e de abstração, além de criar o habito de leitura. Ninguém começa com um Saramago da vida.
Seus vídeos são sempre ótimos. Sou estudante de ciências sociais e minha carga de leitura obrigatória passa as 150 páginas por semana. É muito difícil ler fora disso e, nesses momentos, só quero que meu cérebro descanse.
Esse vídeo é necessário!
Recentemente comecei a consumir livros do Stephen King e agora criei uma paixão por livros clássicos. Acredito que esse problema da bookredes é que a galera não quer ler de fato, só "leem" pra entrar nos grupos sociais as quais pertencem.
Concordo com você. Eu tenho lido muito, adoro clássicos cabeçudos, já sou uma senhora, mas tenho aprofundado pensamentos e reflexões com as comédias românticas de Emily Henri, por exemplo. Não vejo nenhum problema em ler livros populares. Não gosto de dividir nenhuma arte entre boa e ruim. Não que não exista livro ruim, mas não podemos ser levianos, porque essas coisas são fluidas. Ruim é ler só um tipo de obra, sempre os mesmos países, os mesmos autores, os mesmos gêneros... Cada pessoa é única, livros se comunicam de formas diferentes com diferentes pessoas, em diferentes momentos.
Eu aprendi a ser leitura por conta própria, minha família nenhum era de ler assim, talvez tenha sido da internet que eu tenha começado realmente
nao sei pq o algoritmo me indicou isso mas amei
Vi seu post sobre a bienal, infelizmente nao irei, se alguma das suas mesas surgir o assunto creio que seria bem legal. Obrigada por trazer seu ponto de vista e ser sincera, boa bienal pra vc taty, espero algum dia te conhecer ♡
ahh que pena!! Espero que a gente tenha outras oportunidades!! Pode ter certeza que levarei isso pras mesas sim! bj
Esse é um tema muito relevante que você tocou sendo produtora de conteúdo do tema. Toda unanimidade é burra e perigosa. Por isso é muito complicado rotular o que é leitura de qualidade ou não. Eu acho, eu, minha opinião! Em um país como o Brasil a onde se tem um baixo índice de pessoas que leem. Quando um pessoa se interessa por algo, seja lá o que for ou em que nível de profundidade do tema. Temos que ficar felizes e incentivar a esse leitor. E não rotular ele de pessoas que lê livros rasos etc… Eu sempre li de tudo gibis, aqueles romances de banca de jornal (Sabrina, Juliana etc…😂), Umberto Eco, Dostojewsk, Paulo Coelho, Schopenhauer, Machado de Assis, John Green etc…só me recusei por princípios morais de ler os tais 50 tons de cinza „para mim não passa“. Tudo o que eu li, estou lendo e lerei não é para as pessoas verem que eu leio, que eu sou „intelectual“. Eu leio para mim, para o meu conhecimento, divertimento, crescimento e trabalhar diariamente respeito e empatia para com os outros. Eu acho que você se posicionou muito bem em observar os problemas e perigos dessas falas. Vamos ler não importa „o que“ vamos ler e motivar as pessoas a lerem.
Às vezes me pego nesse discurso, mas aí lembro que comecei lendo Crepúsculo e Stephen King na adolescência e hj só leio clássicos praticamente. Meu gosto foi refinando com o passar dos anos e com a experiência de leitura. Há pessoas que precisam ter um primeiro contato com a literatura mais fácil que fará com que elas se conectem. Quem não teve pais que incentivaram a leitura é mais difícil de criar o hábito e o gosto. E existem pessoas que vão ficar só no raso msm, pq isso faz parte de quem elas são, e está tudo bem.