A obra que se defenda. Eu me lembro de que, no lançamento de Histórias do Desencontro, da Lygia Fagundes Telles, o Wilson Martins fez uma crítica sobre alguns problemas que ele via em alguns contos, como uns aspectos lexicais, por exemplo. Anos depois, ao serem republicados esses textos, nenhum dos problemas apontados por Wilson Martins estava presente. Lygia certamente leu a crítica, olhou para a própria obra e percebeu nela os problemas citados na crítica. Depois, na reescrita, respondeu a Wilson Martins do melhor modo. Isso em 1958, quando ela completava vinte anos de carreira, já tendo publicado três livros de contos (um deles, premiado pela Academia Brasileira de Letras) e um romance de muito sucesso de público e de crítica (Ciranda de Pedra). Sempre me lembro disso, para/por admirar a Lygia e para/por sempre aprender com ela. Amei seu vídeo, Yuri. Amei tudo. Beijo.
Cara, é por isso que admiro autores como o falecido Cormac McCarthy. O cara escrevia pra caraio e foda-se o resto. Não dava entrevistas, não explicava nada. O problema é quando o escritor quer ter a palavra como se fosse um arauto ou iluminado.
@@jeffersonjorge5626 Admiro escritores que não dão a miníma para holofotes, pois falam através seus livros. Autores como Thomas Pynchon irão ter sempre meu respeito.
@@alexandredamiaoitalianiita2102 Tema não faz mágica. Um tema não faz um livro ser bom, nem índole do escritor faz um livro bom. O que tem de reaça que escreve bem não está escrito.
O livro "Mestres antigos" do Thomas Bernhard é um primor em demonstrar que nada deve ser objeto de devoção. Toda crítica, ainda que incisiva e que não descamba para ofensas pessoais, deve ser respeitada. É preciso entender que todos nós temos pé de barro.
A pior consequência dessa história toda é que a crítica brasileira, que infelizmente já tem um viés excessivamente laudatório, só vai reforçar essa característica e se autocensurar quando se deparar com livros que possam gerar situações parecidas.
ปีที่แล้ว +105
Esse vídeo é muito bom pois é feito por um crítico, booktuber e ESCRITOR (apesar de você não ter citado ou usado isso no vídeo, mas acho importante lembrar). Valeu, camarada.
Conclusão que tirei desse vídeo, que preguiça do Itamar, que preguiça de um crítico não poder mais ser um crítico verdadeiramente, ninguém aguenta mais esses cancelamentos desnecessários.
Itamar chamou uma crítica negra de racista por ter criticado Torto Arado há um tempo atrás. Ela escreveu posteriormente um texto extremamente pertinente comentando o ataque do Itamar. Escancara o óbvio, que é o fato de não importar a cor da pele da pessoa que faz a crítica, o problema é critica-lo, um pecado terrível. Se até uma crítica de pele negra é acusada de ser racista por ter cometido o sacrilégio de ter críticas à sua obra, então realmente nenhuma crítica pode ser tecida.
, gratidão pela partilha! O texto da Fabiana Moraes, com a narrativa da sua avó me impactou: www.intercept.com.br/2021/02/23/reflexao-minha-avo-torto-arado-lingua-apunhalada-itamar-vieira-junior/
Ainda não consegui ver seu vídeo, mas só pra avisar que o meu (da semana passada) foi exatamente sobre isso, então só discordo da sua descrição aqui de que ninguém do nicho está falando sobre isso, porque estamos hehe
Foram logo chamar o Torto Arado de clássico instantâneo - é natural que o Itamar, depois de requentar seus contos pra reforçar o caixa da editora (afinal, sustentar a posicao capitalista da editora é tão importante quanto usar a editora para publicar livros q ataquem o capitalismo, não é mesmo?), esperasse q vcs dissessem que o novo livro é superior a Grande Sertão: Veredas, por exemplo, ou que ele, Itamar, é superior a Euclides da Cunha, Rachel de Queiroz ou João Ubaldo. Que bom que há gente como vc e Ligia, colocando as coisas no devido lugar.
Só pra lembrar que o Grande sertão se passa no sudeste e tirando o João Ubaldo todos os outros são brancos. Você já sabe onde isso vai parar, né? Os méritos desses livros são outros, e você sabe que seu argumento só faz reforçar esses méritos. Eles vão voltar, cada vez mais barulhentos, e vão criar um mundo de faz de conta cada vez maior
Talvez falte lembrarmos de clássicos que não são tratados como clássicos. Maria Carolina de Jesus fez um trabalho imenso para a literatura. Mas sim, é preciso tomar cuidado.
Só o tempo diz o que é clássico, esse escritor jamais estará entre os grandes literatura brasileira. É somente mais um que quer ganha a vida com lacração.
@@oscaralencar2576 não fosse o fato de ele estar escrevendo "pra galera" (refiro-me à temática), muito dificilmente ele seria mais que um best-seller de um só livro.
Proibido não gostar e, pior, dizer que não gostou. Cansativo. Extenuante. Eu não gostei de Torto Arado. Não sou professora de Crítica Literaria, não sou relevante. Mas sou leitora e consumidora; não vou comprar o próximo livro dele.
Passo a passo de como fazer uma crítica literária nos dias atuais: 1. Você é da mesma identidade do autor ou autora da obra? Sim; então faça a crítica. Não; então não faça a crítica, e se for fazer, faça apenas elogios. Fundo do poço. (Contém ironia)
Na verdade nem se for da mesma raça ou gênero do autor você fazer uma critica, veja o caso do Stefano Volp, o critico Luiz Mauricio Azevedo (também negro) ENCERROU a carreira depois do episódio. Ou seja, se não for positiva, você vai ser cancelado. Ponto. Não existe critica, existe divulgação.
Muito integrante o vídeo de vocês. Pragmático e corajoso, o que não me surpreende, pois essas são características que poucos nesse meio aplicam como vocês. Sempre se corre o risco de ser "cancelado" ao falar deste assunto, da mesma forma, não faltam oportunidades para ignorar as injustiças, os preconceitos, e as discriminações desse campo que é a literatura, práticas que muitas vezes estão travestidas de crítica. Não é o caso! Assim como a pintura, a música, a performance; a arte de escrever literatura ganha o poder com a crítica. Poder de criar possibilidades, alteridades possíveis e por fim uma sociedade diferente. Ótimo o trabalho da Lígia, precisamos mais desse verdadeiro olhar crítico para a arte. Quanto ao Itamar, você já disse tudo Yuri, deixou o ofício de artista para esvaziar símbolos que muitos lutam para dar significado. Talvez o problema também esteja no jornal, ou em nós... não sei. O que eu sei é que vocês são foda! Parabéns.
Sua análise da mercantilização de pautas sociais é fantástica. Inclusive, é um debate que está fervendo no tuíster. É muito difícil se dedicar profundamente à literatura no que tange a esse tema, mas ao ter contato anedótico com casos como esse da Lígia é fácil tomar uma tendência favorável a realmente acreditar que o mercado cooptou completamente esses debates. Lembro que pensei parecido no caso Monark. Ele mereceu, etc, etc, etc, mas ninguém (definitvamente, ninguém) acredita que banco x ou multinacional y realmente tirou ele porque é contra o que ele pensa, hahaha. É óbvio que os números e replies contam muito mais. Fico pensando no desfecho disso. Pra mim só corrobora com o florescimento do racismo velado, racismo de nicho. A ideia permanece no ar, etérea por representação, mas concretamente massiva.
Talento, sensibilidade, energia para levar a cabo um projeto criativo quando tantos ainda mais aquinhoados desistem ou falham, a administração pessoal de uma carreira. A consagração do sucesso abrindo oportunidades, deslumbramento. Bota um ego gigante na equação e você tem como resultado uma atitude dessas. Não sei qual é a idade dele, e demora a aprender a dialogar com os nossos críticos e pesar a validade de seus argumentos lucidamente. Mas quando a gente é novo e as coisas dão certo talvez cedo demais fica difícil para o ser humano escapar da soberba. Agora, que essa postura dele é muito perigosa, certamente é.
Acabei de me inscrever no seu canal por causa desse vídeo. Nao conhecia seu canal. Recebi recomendação do TH-cam e gostei muito de ouvir alguem discutir literatura pela literatura, pela qualidade em si. Hoje em dia, infelizmente, parece que somos obrigados a gostar de um livro apenas pelo tema dele ou pela cor ou gênero da pessoa que escreve.
Lógica do mercado: se o livro falar sobre racismo, feminismo, causas indígenas ou causas LGBT tem maior chance de vender. O que não significa que o livro é bom ou ruim. Mas as pessoas tem medo de se posicionar negativamente quando esses temas estão envolvidos, mesmo que seja pra falar de forma técnica sobre a qualidade do livro. Como se falar que não gostou de um livro que aborda o racismo tornasse a pessoa racista. Isso só empobrece o discurso e as pessoas vão ficando cada vez mais alienadas dentro das suas bolhas ideologicas. Ótimo e esclarecedor seu posicionamento.
Parabéns, Yuri! Todo crítico literário (e vc é um crítico competentíssimo) precisa ter coragem para trazer essas questões para debate, se posicionando e vc o fez. Como sempre corajoso e competente, crítica literária é lugar de debate de ideias, de livros, sem amarras, nem ameaças. Como bem pontuou com ênfase acerca da importância e urgência do tema do qual o livro trata, no entanto, se tem problemas técnicos deve ser objeto de trabalho da crítica e esperamos que os autores, em respeito aos leitores, devolvam defesas técnicas (se acharem necessário fazer, o que se prescinde, já que o livro, quando publicado, está pronto e acabado e deve falar por si).
Ótimo vídeo Yuri! E tenho que dizer que é muito necessário. Fiquei surpreso ao saber dessa polêmica, li a crítica da Lígia quando saiu e apesar de não ter lido Salvar Fogo ainda, logo entendi que deveria ser pertinente pelo o que já vi no Torto Arado. É uma crítica válida, e além disso, o mesmo editor que Itamar acusa é o que deu baaaastante espaço pra obra. No site da 451 tem matéria com entrevista, podcast e mais um monte de coisa sobre esse livro. Baixo demais levar a crítica pra esse lado e é um verdadeiro desserviço pra qualquer luta antiracista. Eu admiro muito a crítica séria, sem torcida. Da mesma maneira que li Torto Arado e gostei muito. Depois li a crítica do Lucas e achei muito boa também, totalmente pertinente, só serviu para expandir meu entendimento da obra. Mesquinho demais essa polêmica ai, deu até preguiça de ler Salvar Fogo...
Penso que a crítica da professora Lígia, transcende o objeto e serve como um alerta para toda a crítica nacional e o mercado editorial. A ideia de rótulos é necessária para o meio editorial, a criação de tags, o fomento ou "turbilhões" sociais sobre determinado produto, tudo isso agrega valor, gera engajamento e mais grana. O próprio livro do Itamar, se nutre da treta criada ao entorno dele, tudo que é sólido se desmancha. Mas, o que não serve para o marcado é descartado. A impressão que é se eu não escrever uma literatura com uma temática a qual o mercado está engajando (turbilhão social), eu sou descartado. Há sensores girando, fiscalizando se estou lendo/escrevendo de forma descolonial, lendo mulheres, lendo autores negros (como eu), lendo pautas LGBTetc, lendo literatura nacional, não-lendo-autores brancos. E pra finalizar, Itamar ainda me lembra que se eu não fosse negro, não poderia criaticar seu livro. Ou seja, o mercado editorial brasileiro já é pequeno, fica minúsculo com tantos sensores, alguns inúteis. Ainda é literatura e arte de que estamos falando? (lembra a professora Lígia) ou é apenas mercado, didatismo, pastorismo falso e moralismo?
Vídeo maravilhoso e extremamente necessário. Fica mais uma vez a confirmação que tanto a crítica a literária está sendo sufocada e também o sentido figurado sendo morto a golpes de machado
Fofocas que edificam ❤, bom ponto a ser levantado Yuriii, um dos meus profs de literatura tinha um posicionamento parecido sobre isso, em como as pessoas personalizam as obras às vezes, mas o que realmente importa é o que deixaram né ✌️
Gostei muito de Torto Arado, li bem antes de explodir e indiquei para muitas pessoas. Itamar é um vencedor, além de prêmios literários ganhou o mercado editorial em um país que lê pouco. Porém lhe falta a humildade do vencedor. Fiquei triste pelo artigo dele. A crítica literária funciona como um zagueiro tomando a bola limpamente de Vinny Jr. e não como um racista o chamando de macaco.
O mais engraçado é que um HOMEM soteropolitano, ou seja, da capital, estoura fazendo um livro sobre MULHERES sertanejas, lugar que ele visitou com o olhar de DOUTOR em geografia e vem me falar de lugar de fala. Uma piada. O típico homem que não aceita crítica. Fico imaginando o inferno que não deve ser ser editor desse cara.
Me admira o mercado literário brasileiro como um todo abrindo as pernas para esse tipo de autor/influenciador cancelador que so tem ego e nenhum conteúdo. seguimos fortes aqui
Kkkkkk o maluco tem um ego frágil do cacete. Imagine ele no mercado literário americano do século passado, com aqueles críticos vorazes prontos para destruir um escritor recém aclamado como ele...
Comparar uma critica literária desfavorável com o racismo que o vini jr sofreu é algo muito cretino e desonesto, primeiro que o itamar é um homem negro de pele clara e cabelo liso ele não sofre racismo como um negro retinto como o vini jr, o cara tá surtado.
Muito bom esse video, boa sua fala e principalmente, bom o raciocínio. Desde o início desse desnecessário imbróglio eu penso nisso: então eu, mulher branca, não posso mais não gostar de uma obra de uma pessoa negra? Sou anti-racista total, mas isso aqui pouco importa. Aqui é preciso dizer que o que IVJ está plantando é uma discórdia equivocada.Faz lembrar programas da Rede Globo onde só os elogios são permitidos, lambeção recíproca, se alguém ousar sair do script, cabeças rolam, como aliás rolam até por menos. O que Ligia Diniz falou acerca do livro Salvar o fogo apenas aponta observações para posterior aprimoramento, crítica bem fundamentada que como disse você, não foi escrita de improviso. Ali tem bom senso, expertise e elegância. Coisa que pelo jeito Itamar desconhece ou finge desconhecer, tragado que foi pelo 'mercado' ou infectado pela mosca da vaidade. Itamar, bem feias essas atitudes umbigocentradas, despidas de qualquer reflexão, que pena, você se apequenando por muito pouco. Igor, parabéns pela clareza e coragem!!!!! 💪💪💪🩷
Acompanhei a discussão e admiro sua coragem. Eu, confesso, tenho me calado, me silenciado. Evito falar de determinadas obras, de puxar alguns assuntos. Me sinto covarde. E não deixa de ser mesmo uma covardia.
O cara escreveu um bom livro, que por acaso teve altas vendas e grande público, e por isso já se acha o novo Graciliano Ramos. Menos, meu caro, muito menos. Falta humildade e senso de realidade ao Itamar que, repito, é um escritor promissor (Torto Arado é um bom livro, ainda que longe de genial). O debate da literatura brasileira contemporânea simplesmente incorporou, ao que parece, o mal do qual padece a sociedade atual: ataque da opinião dissonante, sem se ater ao conteúdo, mas apenas ao autor da crítica. Triste, muito triste.
O fato de alguém rotular o outro de racista, fascista, elitista etc., não torna o livro bom ou ruim. Infelizmente, esqueceram de tratar a obra de ficção como um estrutura em si. Hoje tratam a obra de ficção como documento de protesto, reflexo psicológico, classista, racial ou fruto da situação histórica.
Eu tinha uma opinião contrária sobre essa treta, mas você trouxe um lado que eu não tinha pensado, essa questão econômica, neoliberal. Você está certo, algumas causas de justiça social estão realmente sendo cooptadas, o Mark Fischer fala disso.
Na minha humilde posição de leitora creio que todo escritor que só aceita a bajulação da crítica literária, se esconde no discurso identitário e ainda por cima faz uma acusação pública FALSA de CRIME só merece um tratamento: não ser lido.
1- o Itamar é chato (cheguei nessa conclusão vendo entrevistas dele, principalmente, o roda viva) 2- alguém um dia deveria dizer pra ele que torto arado é absurdamente incrível porque é fruto de um mega estudo, né - sempre achei muito improvável que ele seja um gênio, é torto arado que é genial 3- toma cuidado com esse cara, yuri, senão pode vir um: "o youtuber branco defendendo crítica branca escolhida por editor branco..."
@@lucasrinaldi9909 ah, não, eu gostei mesmo, de verdade... acho muito bom, mas ele não faz outro igual, nem próximo, e alguém tinha que dizer isso pra ele!
Isso é verdade, tanto é que Torto Arado é quase uma transcrição em literatura da monografia dele, ele mesmo já admitiu apesar de não creditar nem a monografia, nem as pessoas que inspiraram. Mas nem sempre a mesma fórmula de sucesso funciona duas vezes, achei torto arado ótimo, ele? Um chato de galocha, não tô ansiosa pra ler o próximo livro, acompanhei a treta no twitter e foi horroroso a forma como ele se colocou diante da Lígia. Outra coisa interessante de se pontuar é que quando a crítica é feita por homem dificilmente ele fala algo publicamente. E que o novo romance não só requenta a fórmula do primeiro romance, como se encosta no próprio, já que tem personagens que reaparecem. Entendo quando ele diz que Torto Arado chegou onde muitos não chegaram e que as universidades não podem esperar sempre novos Prousts, afinal ele já era, passou o tempo. Mas não ter vergonha de vincular racismo a uma crítica válida e ainda por cima elogiar Paulo Coelho é demais....
Você, meu caro, já cometeu esse tipo de su1$$idio algumas vezes. Você é um dos poucos que tem culhões pra dizer o que precisa ser dito e segura a bronca depois. Por isso tem meu respeito!
Eu vim aqui só pra ver a quantidade de views que ele ia receber hahahahha espero que entrar nesse debate traga um dinheirinho junto com o caixão, vc merece. É um debate importante de ter mesmo.
Eu não li a crítica, mas li o livro. É irregular. Começa bem e descamba da metade para o fim. Aliás, o mesmo priblema de Torto Arado. São bons livros, mas não são perfeitos.
Não é sem motivo que a crítica literária brasileira séria respira por aparelhos. Eu sou da opinião que espaço de críticas e reviews é um espaço para leitores e não para autores. Inclusive tem vários exemplos nos EUA de autores reclamando de reviews negativos no goodreads e ai passaram a ser bombardeados por review de 1 estrela. Ficou chateado com review negativo reclama com os amigos no wpp, chora as pitangas em privado. Ele usou um tiro de canhão pra refutar um arranhão.
É aquilo: encheram demais a bola do autor, agora ele se acha o suprassumo do pensamento. Não é. Só pelo chilique do Itamar já tirou o pouco de vontade que eu tinha de ler um livro dele.
Na hora dos elogios, a cor da pele não tem peso nenhum, não significa nada; o elogio pode vir de qualquer "lugar de fala". A branquitude só vira mácula quando o alvo da crítica não gosta do que foi escrito.
Eu li o Torto Arado e não gostei. Até hoje me sinto ate meio mal de falar isso, porque as pessoas colocam certas coisas como intocáveis. O debate sobre literatura perde muito com esse tipo de pensamento.
A questão é que o Itamar virou estrelão, o sucesso de Torto Arado lhe subiu a cabeça. Se o cidadão não aguenta crítica, o problema nao está na crítica...
Pois eu acho que Itamar pisou feio na bola. Ja pensou se ele descobre que eu nao gostei do livro dele?! Ele vai dizer que é por causa da cor da pele dele. Ligia Diniz está de parabens pelo profissionalismo.
Esse escritor tá num devaneio "full" se achado o novo Guimarães Rosa (jamais será), isso me lembra a música " Um conto do sábio chinês" do Raul Seixas.
Cirúrgico. Ainda bem que li "Torto arado" antes da fama. E já não tinha gostado. Pra quem já leu "A cor púrpura", por exemplo, a gente percebe elementos chupados descaradamente. Além de alguns problemas de narrativa mesmo. Isso eu já havia comentado no meu grupo de leitura com o pessoal da especialização em Literatura, ainda que tenha achado interessante a quebra de narrador na terceira parte do livro. Dá pra perceber claramente que Itamar coloca num caldeirão toda uma miscelânea de temas engajados e sem a preocupação de se aprofundar ou desenvolver personagens e desdobramentos, whatever.
A obra que se defenda.
Eu me lembro de que, no lançamento de Histórias do Desencontro, da Lygia Fagundes Telles, o Wilson Martins fez uma crítica sobre alguns problemas que ele via em alguns contos, como uns aspectos lexicais, por exemplo.
Anos depois, ao serem republicados esses textos, nenhum dos problemas apontados por Wilson Martins estava presente.
Lygia certamente leu a crítica, olhou para a própria obra e percebeu nela os problemas citados na crítica. Depois, na reescrita, respondeu a Wilson Martins do melhor modo.
Isso em 1958, quando ela completava vinte anos de carreira, já tendo publicado três livros de contos (um deles, premiado pela Academia Brasileira de Letras) e um romance de muito sucesso de público e de crítica (Ciranda de Pedra).
Sempre me lembro disso, para/por admirar a Lygia e para/por sempre aprender com ela.
Amei seu vídeo, Yuri. Amei tudo.
Beijo.
❤
Cara, é por isso que admiro autores como o falecido Cormac McCarthy. O cara escrevia pra caraio e foda-se o resto. Não dava entrevistas, não explicava nada. O problema é quando o escritor quer ter a palavra como se fosse um arauto ou iluminado.
@@jeffersonjorge5626 Admiro escritores que não dão a miníma para holofotes, pois falam através seus livros. Autores como Thomas Pynchon irão ter sempre meu respeito.
@niltonresende4967 Excelente comentário!
Obrigada pela leitura cuidadosa da controvérsia toda!
Li sua matéria, achei ótima! E respeitosa com o autor. Parabéns e força pelos ataques q deve está sofrendo.
Sempre gosto de lembrar de uma frase sua nessas tretas literárias, Yuri: "Prefiro livro bom do que livro necessário."
O Itamar mandou muito mal. Ele levou a crítica pro lado pessoal.
Acho esse pensamento péssimo
Um livro bom é um livro necessário
@@alexandredamiaoitalianiita2102 Tema não faz mágica. Um tema não faz um livro ser bom, nem índole do escritor faz um livro bom. O que tem de reaça que escreve bem não está escrito.
O livro "Mestres antigos" do Thomas Bernhard é um primor em demonstrar que nada deve ser objeto de devoção. Toda crítica, ainda que incisiva e que não descamba para ofensas pessoais, deve ser respeitada. É preciso entender que todos nós temos pé de barro.
O problema do Itamar nessa treta não é de raça, é de ego.
Excelente comentário... acertou na mosca!
A pior consequência dessa história toda é que a crítica brasileira, que infelizmente já tem um viés excessivamente laudatório, só vai reforçar essa característica e se autocensurar quando se deparar com livros que possam gerar situações parecidas.
Esse vídeo é muito bom pois é feito por um crítico, booktuber e ESCRITOR (apesar de você não ter citado ou usado isso no vídeo, mas acho importante lembrar). Valeu, camarada.
Conclusão que tirei desse vídeo, que preguiça do Itamar, que preguiça de um crítico não poder mais ser um crítico verdadeiramente, ninguém aguenta mais esses cancelamentos desnecessários.
Itamar chamou uma crítica negra de racista por ter criticado Torto Arado há um tempo atrás. Ela escreveu posteriormente um texto extremamente pertinente comentando o ataque do Itamar. Escancara o óbvio, que é o fato de não importar a cor da pele da pessoa que faz a crítica, o problema é critica-lo, um pecado terrível. Se até uma crítica de pele negra é acusada de ser racista por ter cometido o sacrilégio de ter críticas à sua obra, então realmente nenhuma crítica pode ser tecida.
Vixe, não sabia disso! Caiu ainda mais no meu conceito. Zero vontade de ler esse livro agora!
Eu também, zero vontade de ler esse novo livro.
Você tem o link dessa informação compartilhada aqui no seu comentário? Achei muito interessante e gostaria de ler mais a respeito.
@@receiver1974 A crítica se chama "Fabiana Moraes" e tem uma matéria sobre no The Intercept. Também há um texto sobre na revista "Quatro cinco um".
, gratidão pela partilha! O texto da Fabiana Moraes, com a narrativa da sua avó me impactou: www.intercept.com.br/2021/02/23/reflexao-minha-avo-torto-arado-lingua-apunhalada-itamar-vieira-junior/
Ainda não consegui ver seu vídeo, mas só pra avisar que o meu (da semana passada) foi exatamente sobre isso, então só discordo da sua descrição aqui de que ninguém do nicho está falando sobre isso, porque estamos hehe
Fora isso, ótimas suas colocações, além de mega detalhado e explicativo, dentro de um contexto político importante.
Foram logo chamar o Torto Arado de clássico instantâneo - é natural que o Itamar, depois de requentar seus contos pra reforçar o caixa da editora (afinal, sustentar a posicao capitalista da editora é tão importante quanto usar a editora para publicar livros q ataquem o capitalismo, não é mesmo?), esperasse q vcs dissessem que o novo livro é superior a Grande Sertão: Veredas, por exemplo, ou que ele, Itamar, é superior a Euclides da Cunha, Rachel de Queiroz ou João Ubaldo. Que bom que há gente como vc e Ligia, colocando as coisas no devido lugar.
Só pra lembrar que o Grande sertão se passa no sudeste e tirando o João Ubaldo todos os outros são brancos. Você já sabe onde isso vai parar, né? Os méritos desses livros são outros, e você sabe que seu argumento só faz reforçar esses méritos. Eles vão voltar, cada vez mais barulhentos, e vão criar um mundo de faz de conta cada vez maior
Talvez falte lembrarmos de clássicos que não são tratados como clássicos. Maria Carolina de Jesus fez um trabalho imenso para a literatura. Mas sim, é preciso tomar cuidado.
Só o tempo diz o que é clássico, esse escritor jamais estará entre os grandes literatura brasileira. É somente mais um que quer ganha a vida com lacração.
@@oscaralencar2576 não fosse o fato de ele estar escrevendo "pra galera" (refiro-me à temática), muito dificilmente ele seria mais que um best-seller de um só livro.
@@davimaia9055 vc está certinho 👍
Esse é provavelmente o melhor vídeo do Livrada! de todos os tempos
Proibido não gostar e, pior, dizer que não gostou. Cansativo. Extenuante. Eu não gostei de Torto Arado. Não sou professora de Crítica Literaria, não sou relevante. Mas sou leitora e consumidora; não vou comprar o próximo livro dele.
Parabenizo Ligia Diniz pela crítica técnica, coerente e respeitosa.
Lamento a posição tomada por Itamar.
Concordo com vc
Passo a passo de como fazer uma crítica literária nos dias atuais:
1. Você é da mesma identidade do autor ou autora da obra?
Sim; então faça a crítica.
Não; então não faça a crítica, e se for fazer, faça apenas elogios.
Fundo do poço.
(Contém ironia)
Na verdade nem se for da mesma raça ou gênero do autor você fazer uma critica, veja o caso do Stefano Volp, o critico Luiz Mauricio Azevedo (também negro) ENCERROU a carreira depois do episódio. Ou seja, se não for positiva, você vai ser cancelado. Ponto. Não existe critica, existe divulgação.
O nome disso é vaidade. O Itamar é um bom escritor, mas, foi picado pelo mosquito maléfico da vaidade. Uma pena😢
Abordou muito bem o assunto. Parabéns Yuri.
Muito integrante o vídeo de vocês. Pragmático e corajoso, o que não me surpreende, pois essas são características que poucos nesse meio aplicam como vocês. Sempre se corre o risco de ser "cancelado" ao falar deste assunto, da mesma forma, não faltam oportunidades para ignorar as injustiças, os preconceitos, e as discriminações desse campo que é a literatura, práticas que muitas vezes estão travestidas de crítica. Não é o caso! Assim como a pintura, a música, a performance; a arte de escrever literatura ganha o poder com a crítica. Poder de criar possibilidades, alteridades possíveis e por fim uma sociedade diferente. Ótimo o trabalho da Lígia, precisamos mais desse verdadeiro olhar crítico para a arte. Quanto ao Itamar, você já disse tudo Yuri, deixou o ofício de artista para esvaziar símbolos que muitos lutam para dar significado. Talvez o problema também esteja no jornal, ou em nós... não sei. O que eu sei é que vocês são foda! Parabéns.
Sua análise da mercantilização de pautas sociais é fantástica. Inclusive, é um debate que está fervendo no tuíster. É muito difícil se dedicar profundamente à literatura no que tange a esse tema, mas ao ter contato anedótico com casos como esse da Lígia é fácil tomar uma tendência favorável a realmente acreditar que o mercado cooptou completamente esses debates.
Lembro que pensei parecido no caso Monark. Ele mereceu, etc, etc, etc, mas ninguém (definitvamente, ninguém) acredita que banco x ou multinacional y realmente tirou ele porque é contra o que ele pensa, hahaha. É óbvio que os números e replies contam muito mais. Fico pensando no desfecho disso. Pra mim só corrobora com o florescimento do racismo velado, racismo de nicho. A ideia permanece no ar, etérea por representação, mas concretamente massiva.
Talento, sensibilidade, energia para levar a cabo um projeto criativo quando tantos ainda mais aquinhoados desistem ou falham, a administração pessoal de uma carreira. A consagração do sucesso abrindo oportunidades, deslumbramento. Bota um ego gigante na equação e você tem como resultado uma atitude dessas. Não sei qual é a idade dele, e demora a aprender a dialogar com os nossos críticos e pesar a validade de seus argumentos lucidamente. Mas quando a gente é novo e as coisas dão certo talvez cedo demais fica difícil para o ser humano escapar da soberba. Agora, que essa postura dele é muito perigosa, certamente é.
Acabei de me inscrever no seu canal por causa desse vídeo. Nao conhecia seu canal. Recebi recomendação do TH-cam e gostei muito de ouvir alguem discutir literatura pela literatura, pela qualidade em si. Hoje em dia, infelizmente, parece que somos obrigados a gostar de um livro apenas pelo tema dele ou pela cor ou gênero da pessoa que escreve.
Eu tava por fora do auê, legal descobrir por aqui. Eu só queria registrar que ainda não existe coisa mais cafona que escritor rebatendo crítica rsrs
Cafona e infantil! É tipo assim: Se meu livro trata de questões raciais, quem o critica negativamente é racista". Ah, me poupe
Lógica do mercado: se o livro falar sobre racismo, feminismo, causas indígenas ou causas LGBT tem maior chance de vender. O que não significa que o livro é bom ou ruim. Mas as pessoas tem medo de se posicionar negativamente quando esses temas estão envolvidos, mesmo que seja pra falar de forma técnica sobre a qualidade do livro. Como se falar que não gostou de um livro que aborda o racismo tornasse a pessoa racista. Isso só empobrece o discurso e as pessoas vão ficando cada vez mais alienadas dentro das suas bolhas ideologicas.
Ótimo e esclarecedor seu posicionamento.
Parabéns pela coragem, Yuri. Autor ter ego frágil desse jeito já me dá uma preguiça imensa com a obra.
Valeu!
Se seguir essa lógica, alguém poderá dizer que o autor tentou silenciar a crítica por que ela é mulher..? É uma pergunta... Abraço !
Parabéns pela coragem de não cair no discurso raso e maniqueísta que predomina atualmente.
Parabéns, Yuri! Todo crítico literário (e vc é um crítico competentíssimo) precisa ter coragem para trazer essas questões para debate, se posicionando e vc o fez. Como sempre corajoso e competente, crítica literária é lugar de debate de ideias, de livros, sem amarras, nem ameaças. Como bem pontuou com ênfase acerca da importância e urgência do tema do qual o livro trata, no entanto, se tem problemas técnicos deve ser objeto de trabalho da crítica e esperamos que os autores, em respeito aos leitores, devolvam defesas técnicas (se acharem necessário fazer, o que se prescinde, já que o livro, quando publicado, está pronto e acabado e deve falar por si).
Perfeito o seu comentário. Você é sensacional.
Ótimo vídeo Yuri! E tenho que dizer que é muito necessário.
Fiquei surpreso ao saber dessa polêmica, li a crítica da Lígia quando saiu e apesar de não ter lido Salvar Fogo ainda, logo entendi que deveria ser pertinente pelo o que já vi no Torto Arado. É uma crítica válida, e além disso, o mesmo editor que Itamar acusa é o que deu baaaastante espaço pra obra. No site da 451 tem matéria com entrevista, podcast e mais um monte de coisa sobre esse livro.
Baixo demais levar a crítica pra esse lado e é um verdadeiro desserviço pra qualquer luta antiracista. Eu admiro muito a crítica séria, sem torcida.
Da mesma maneira que li Torto Arado e gostei muito. Depois li a crítica do Lucas e achei muito boa também, totalmente pertinente, só serviu para expandir meu entendimento da obra.
Mesquinho demais essa polêmica ai, deu até preguiça de ler Salvar Fogo...
Penso que a crítica da professora Lígia, transcende o objeto e serve como um alerta para toda a crítica nacional e o mercado editorial. A ideia de rótulos é necessária para o meio editorial, a criação de tags, o fomento ou "turbilhões" sociais sobre determinado produto, tudo isso agrega valor, gera engajamento e mais grana. O próprio livro do Itamar, se nutre da treta criada ao entorno dele, tudo que é sólido se desmancha. Mas, o que não serve para o marcado é descartado. A impressão que é se eu não escrever uma literatura com uma temática a qual o mercado está engajando (turbilhão social), eu sou descartado. Há sensores girando, fiscalizando se estou lendo/escrevendo de forma descolonial, lendo mulheres, lendo autores negros (como eu), lendo pautas LGBTetc, lendo literatura nacional, não-lendo-autores brancos. E pra finalizar, Itamar ainda me lembra que se eu não fosse negro, não poderia criaticar seu livro. Ou seja, o mercado editorial brasileiro já é pequeno, fica minúsculo com tantos sensores, alguns inúteis. Ainda é literatura e arte de que estamos falando? (lembra a professora Lígia) ou é apenas mercado, didatismo, pastorismo falso e moralismo?
Você ja tinha todo meu respeito. Agora tem mais ainda. Obrigada!
Obrigado pela lucidez na análise dessa discussão.
Cirúrgico demais, Yuri. Parabéns pelo didatismo e equilíbrio que tratou o tema.
Vídeo maravilhoso e extremamente necessário. Fica mais uma vez a confirmação que tanto a crítica a literária está sendo sufocada e também o sentido figurado sendo morto a golpes de machado
Fofocas que edificam ❤, bom ponto a ser levantado Yuriii, um dos meus profs de literatura tinha um posicionamento parecido sobre isso, em como as pessoas personalizam as obras às vezes, mas o que realmente importa é o que deixaram né ✌️
Salve . boa tarde . Vejo em suas palavras sensatez e equilíbrio . Parabéns .
Baita vídeo!
Gostei muito de Torto Arado, li bem antes de explodir e indiquei para muitas pessoas. Itamar é um vencedor, além de prêmios literários ganhou o mercado editorial em um país que lê pouco. Porém lhe falta a humildade do vencedor. Fiquei triste pelo artigo dele. A crítica literária funciona como um zagueiro tomando a bola limpamente de Vinny Jr. e não como um racista o chamando de macaco.
O mais engraçado é que um HOMEM soteropolitano, ou seja, da capital, estoura fazendo um livro sobre MULHERES sertanejas, lugar que ele visitou com o olhar de DOUTOR em geografia e vem me falar de lugar de fala. Uma piada. O típico homem que não aceita crítica. Fico imaginando o inferno que não deve ser ser editor desse cara.
parabéns pela crítica construtiva. aprimora o debate.
Me admira o mercado literário brasileiro como um todo abrindo as pernas para esse tipo de autor/influenciador cancelador que so tem ego e nenhum conteúdo.
seguimos fortes aqui
Parabéns por falar o que muita gente pensa e não tem coragem de dizer! 👏👏👏
Ótima colocação! 👏👏👏
Kkkkkk o maluco tem um ego frágil do cacete. Imagine ele no mercado literário americano do século passado, com aqueles críticos vorazes prontos para destruir um escritor recém aclamado como ele...
Parabéns pela análise!
Parabéns pelo vídeo e pelos argumentos apresentados
Excelente análise!
Comparar uma critica literária desfavorável com o racismo que o vini jr sofreu é algo muito cretino e desonesto, primeiro que o itamar é um homem negro de pele clara e cabelo liso ele não sofre racismo como um negro retinto como o vini jr, o cara tá surtado.
Amei o vídeo.
Muito bom esse video, boa sua fala e principalmente, bom o raciocínio. Desde o início desse desnecessário imbróglio eu penso nisso: então eu, mulher branca, não posso mais não gostar de uma obra de uma pessoa negra? Sou anti-racista total, mas isso aqui pouco importa. Aqui é preciso dizer que o que IVJ está plantando é uma discórdia equivocada.Faz lembrar programas da Rede Globo onde só os elogios são permitidos, lambeção recíproca, se alguém ousar sair do script, cabeças rolam, como aliás rolam até por menos. O que Ligia Diniz falou acerca do livro Salvar o fogo apenas aponta observações para posterior aprimoramento, crítica bem fundamentada que como disse você, não foi escrita de improviso. Ali tem bom senso, expertise e elegância. Coisa que pelo jeito Itamar desconhece ou finge desconhecer, tragado que foi pelo 'mercado' ou infectado pela mosca da vaidade. Itamar, bem feias essas atitudes umbigocentradas, despidas de qualquer reflexão, que pena, você se apequenando por muito pouco.
Igor, parabéns pela clareza e coragem!!!!! 💪💪💪🩷
Acompanhei a discussão e admiro sua coragem. Eu, confesso, tenho me calado, me silenciado. Evito falar de determinadas obras, de puxar alguns assuntos. Me sinto covarde. E não deixa de ser mesmo uma covardia.
Não se autocensure. É exatamente o que as pessoas querem.
O cara escreveu um bom livro, que por acaso teve altas vendas e grande público, e por isso já se acha o novo Graciliano Ramos. Menos, meu caro, muito menos. Falta humildade e senso de realidade ao Itamar que, repito, é um escritor promissor (Torto Arado é um bom livro, ainda que longe de genial). O debate da literatura brasileira contemporânea simplesmente incorporou, ao que parece, o mal do qual padece a sociedade atual: ataque da opinião dissonante, sem se ater ao conteúdo, mas apenas ao autor da crítica. Triste, muito triste.
Comentário perfeito!!
Tive uma breve vontade de ler Torto Arado por causa de todo o hype, essa vontade acabou de ir embora.
Nada demais o livro, não perde mt coisa
Tenho a leve impressão que não estamos perdendo em nada!!
Também!
Muito boa a análise, Yuri. A reação do autor foi desproporcional ao conteúdo da crítica. Ah, e gostei de "Tordo Arado" e quero ler "Salvar o fogo".
Muito boa leitura da situação! Parabéns!
O fato de alguém rotular o outro de racista, fascista, elitista etc., não torna o livro bom ou ruim. Infelizmente, esqueceram de tratar a obra de ficção como um estrutura em si. Hoje tratam a obra de ficção como documento de protesto, reflexo psicológico, classista, racial ou fruto da situação histórica.
Bah, que bom que tu fez esse vídeo. Ufa.
Muito bom!
Perfeito o seu comentário. Que flores você prefere? 😅
Eu tinha uma opinião contrária sobre essa treta, mas você trouxe um lado que eu não tinha pensado, essa questão econômica, neoliberal. Você está certo, algumas causas de justiça social estão realmente sendo cooptadas, o Mark Fischer fala disso.
Excelente
Na minha humilde posição de leitora creio que todo escritor que só aceita a bajulação da crítica literária, se esconde no discurso identitário e ainda por cima faz uma acusação pública FALSA de CRIME só merece um tratamento: não ser lido.
Muito bom! Seu canal acaba de ganhar mais um inscrito!
Muito bom.
Parabéns 👏👏
1- o Itamar é chato (cheguei nessa conclusão vendo entrevistas dele, principalmente, o roda viva)
2- alguém um dia deveria dizer pra ele que torto arado é absurdamente incrível porque é fruto de um mega estudo, né - sempre achei muito improvável que ele seja um gênio, é torto arado que é genial
3- toma cuidado com esse cara, yuri, senão pode vir um: "o youtuber branco defendendo crítica branca escolhida por editor branco..."
Torto Arado é um livrinho vêm mequetrefe, na verdade. Como o autor, um publicista que não pode ser chamado de escritor.
@@lucasrinaldi9909 ah, não, eu gostei mesmo, de verdade... acho muito bom, mas ele não faz outro igual, nem próximo, e alguém tinha que dizer isso pra ele!
Isso é verdade, tanto é que Torto Arado é quase uma transcrição em literatura da monografia dele, ele mesmo já admitiu apesar de não creditar nem a monografia, nem as pessoas que inspiraram. Mas nem sempre a mesma fórmula de sucesso funciona duas vezes, achei torto arado ótimo, ele? Um chato de galocha, não tô ansiosa pra ler o próximo livro, acompanhei a treta no twitter e foi horroroso a forma como ele se colocou diante da Lígia. Outra coisa interessante de se pontuar é que quando a crítica é feita por homem dificilmente ele fala algo publicamente. E que o novo romance não só requenta a fórmula do primeiro romance, como se encosta no próprio, já que tem personagens que reaparecem. Entendo quando ele diz que Torto Arado chegou onde muitos não chegaram e que as universidades não podem esperar sempre novos Prousts, afinal ele já era, passou o tempo. Mas não ter vergonha de vincular racismo a uma crítica válida e ainda por cima elogiar Paulo Coelho é demais....
@@gabrielapacheco3570ele elogiou Paulo Coelho?
Muito bom, Yuri.
Parabéns pela coragem de se posicionar!
É isso! Sem mais!
Nada melhor do que fabricar uma polêmica e bombar o lançamento.
Você, meu caro, já cometeu esse tipo de su1$$idio algumas vezes. Você é um dos poucos que tem culhões pra dizer o que precisa ser dito e segura a bronca depois. Por isso tem meu respeito!
Vamos velar seu corpo, Yuri, não se preocupe
Concordo com você em gênero, número e grau.
Eu vim aqui só pra ver a quantidade de views que ele ia receber hahahahha espero que entrar nesse debate traga um dinheirinho junto com o caixão, vc merece. É um debate importante de ter mesmo.
Eu não li a crítica, mas li o livro. É irregular. Começa bem e descamba da metade para o fim. Aliás, o mesmo priblema de Torto Arado. São bons livros, mas não são perfeitos.
uma coisa que nunca entendi foi a ovação (quase) unânime em torno do "Torto arado"...
Típico do meio literário brasileiro, um país que não se pode ter crítica literaria, é o fim da literatura...
Yuri, vídeo excelente e corajoso.
Ótimo vídeo
Não é sem motivo que a crítica literária brasileira séria respira por aparelhos. Eu sou da opinião que espaço de críticas e reviews é um espaço para leitores e não para autores. Inclusive tem vários exemplos nos EUA de autores reclamando de reviews negativos no goodreads e ai passaram a ser bombardeados por review de 1 estrela. Ficou chateado com review negativo reclama com os amigos no wpp, chora as pitangas em privado. Ele usou um tiro de canhão pra refutar um arranhão.
É aquilo: encheram demais a bola do autor, agora ele se acha o suprassumo do pensamento. Não é.
Só pelo chilique do Itamar já tirou o pouco de vontade que eu tinha de ler um livro dele.
Na hora dos elogios, a cor da pele não tem peso nenhum, não significa nada; o elogio pode vir de qualquer "lugar de fala". A branquitude só vira mácula quando o alvo da crítica não gosta do que foi escrito.
Vixe, Itamar viajou..
Eu li o Torto Arado e não gostei. Até hoje me sinto ate meio mal de falar isso, porque as pessoas colocam certas coisas como intocáveis. O debate sobre literatura perde muito com esse tipo de pensamento.
Perfeita análise, meu caro.
Que vídeo foda.
A questão é que o Itamar virou estrelão, o sucesso de Torto Arado lhe subiu a cabeça. Se o cidadão não aguenta crítica, o problema nao está na crítica...
A Folha deveria dar o direito de resposta para a autora da crítica.
o espaço para resposta foi oferecido, mas preferi não me manifestar. meu papel é falar sobre literatura, não sobre racismo. :)
boa análise!
Gosto do livro que li do Itamar, sou simpática a ele, muito. Você tem toda razão.
Pois eu acho que Itamar pisou feio na bola. Ja pensou se ele descobre que eu nao gostei do livro dele?! Ele vai dizer que é por causa da cor da pele dele. Ligia Diniz está de parabens pelo profissionalismo.
Parabes cara!!!
Esse escritor tá num devaneio "full" se achado o novo Guimarães Rosa (jamais será), isso me lembra a música " Um conto do sábio chinês" do Raul Seixas.
Acusação infundada de racismo é crime. Lígia deveria meter um processo.
Rapaz,como diz o meme, "aqui tem coragem" rs. Mas prepara o estoque de Dorflex porque vai precisar se esse vídeo cair no conhecimento do fã clube rs.
Resenha do Serjão Berranteiro!
Certeiro Yuri!!!!
Massa!
Cirúrgico. Ainda bem que li "Torto arado" antes da fama. E já não tinha gostado. Pra quem já leu "A cor púrpura", por exemplo, a gente percebe elementos chupados descaradamente. Além de alguns problemas de narrativa mesmo. Isso eu já havia comentado no meu grupo de leitura com o pessoal da especialização em Literatura, ainda que tenha achado interessante a quebra de narrador na terceira parte do livro. Dá pra perceber claramente que Itamar coloca num caldeirão toda uma miscelânea de temas engajados e sem a preocupação de se aprofundar ou desenvolver personagens e desdobramentos, whatever.
Concordo muito com esse vídeo.
Ah gente, Itamar se perdeu total nesta treta, que lamentável!
Pois e. Eu por exemplo, nao gostei do livro dele, e isso nao tem nada a ver com cor de pele.