"Se a gente for olhar aqui na sala, acho que a gente tem um bom desenho disso" Uiii! E se a gente for olhar na lista de vídeos e na lista de professores e ministradores de cursos da Casa do Saber (vide site) -, acho que a gente TAMBÉM tem um bom desenho disso. Os poucos pensadores negros aqui do feed estão falando da questão racial. Será mesmo que não há bons professores, sociólogos, filósofos, matemáticos etc. negros que possam trazer contribuições e debates relevantes para a Casa do Saber? Até onde não estamos contribuindo com as opressões que dizemos lutar contra? Ficam os questionamentos, senhores dirigentes da Casa do Saber.
Já havia notado essa hegemonia branca na casa do saber! A maioria dos palestrantes homens e brancos. Depois diz que nossa sociedade não é polarizada! Não e racista! Claro que é!
Cicero Nogueira casa do saber é uma associação de brancos classe média alta pra cima . Gente altamente preparada para manipular qualquer ideia . São pessoas que vivem num mundo a parte . Num planeta particular. Mas há espaço pra todos . Até para manipuladores bem intencionados.
Parabéns à Professora Jaqueline que é extremamente clara e coerente na sua explanação. Parabéns à Casa do Saber por dar espaço e visibilidade à questão racial, tão negligenciada em nosso país.
Posta mais! Amei o termo invisibilidade negra e sim, ele existe! Acredito que temos que falar mais sobre isso, se de fato queremos um país melhor e mais justo. Obrigada pelo vídeo
Pois é Fernanda Moreira, mas se formos realista com toda a situação, sabemos que para mudar este quadro, depende de como iremos educar nossas crianças de hoje em diante, pois só aplicando desde da infância, é que poderá mudar algo.
Pode se notar que as pessoas mais velhas tem conceitos de uma vida da qual aprenderam, e não querem mudar, por assim, se acharem que a geração de hoje é que estão todas erradas. Mais uma vez, eu bato na mesma tecla, a mudança, está na educação desde a infância, para um êxito melhor, para um mundo e uma estrutura cultural e de uma vida com mais decência.
Por vezes,estudamos mais sobre a segunda guerra ou holocausto nas aulas de história do que sobre a escravidão que ocorreu no Brasil. Parece tem vezes que foi algo normal que aconteceu e ponto.
skinny legend É, quando estudei sobre, sempre me pareceu algo espinhoso demais, ou melhor, falar do que ocorreu próximo doi mais que falar da morte de milhares que ocorreu do outro lado do oceano.
Escravidão negro é um tema bastante dominante na História do Brasil. O sofrimento dos judeus é apenas estudado numa parte especifica da História escolar, fora disso, nada se fala sobre. O que estudamos sobre Segunda Guerra não é nem 10% do que ela realmente é. e, irônicamente, estudamos mais sobre a situação dos negros no Brasil do que dos Índios. E esses, por sua vez, só tem uma duas paginas no livro de História e pronto, ninguém fala mais nada. As pessoas sabem mais sobre a situação dos negros do que dos brancos. E tu ve pela quantidade de brasileiros que sabem como funcionou a escravidão negra no Brasil, mas acham que Índios nunca foram escravizados
Eu estudei relativamente pouco sobre a segunda guerra no ensino médio e fundamental e foi muito falado a respeito da escravidão negra e do negro na sociedade atual, não só em história, mas também em geografia e até mesmo literatura através de textos literários que falam justamente sobre isso. Não sei que lugar você cursou, mas temas relacionados à figura negra são muito mais recorrentes em vestibulares no Brasil que a segunda guerra, ainda mais quando se trata de algo específico desse período como o holocausto.
Sim, estes temas são importantes, todavia isto ocorre porque nosso currículo escolar brasileiro é eurocêntrico e isto gerou epistêmico para as populações negras e indígenas aqui.
Ótimo vídeo, Jaqueline! Muito interessante a Casa do Saber falar sobre esse tema exatamente nesse momento em que estou estudando sobre isso. A negligencia sobre a escravidão no Brasil é algo que ocorre desde a formação do Brasil como colônia, não sendo privilégio dessa "modernidade". Uma pena a quantidade de má interpretação do que você diz, basta ler os comentários para perceber que as pessoas não têm noção nenhuma sobre isso, vários comentários exaltados e discursos sem fundamentos. Recomendo a leitura para quem quiser se aprofundar mais sobre o assunto de Joaquim Nabuco "O Abolicionismo", apesar de algumas contradições do autor ele tem como cerne de sua análise a escravidão no Brasil e sua herança na formação social brasileira. Abraços
Bom dia, Jaqueline. Quando se fala de lugares de poder desprovidos de negros, vamos lembrar dos meios jurídicos! Muito importante isso. Parte relevante da desigualdade é reflexo da distribuição desigual de justiça. Obrigado por nos falar sempre com propriedade e clareza!
Tive o privilégio de ser aluno da Professora Jaqueline Conceição numa aula master da Fundação Dom Cabral e tivemos um dia incrível de extensos aprendizados. ELA É DEMAIS!
Ser Negro no Brasil: A escravidão como elemento civilizatório. Jaqueline Conceição. Ângela Davis costuma dizer que negro é uma invenção da modernidade para justificar a escravidão no mundo. Do ponto de vista prático, o que separa o indivíduo negro do indivíduo branco? Duas questões centrais: as construções sociais que giram em torno de ser negro; e a condição de vida que indivíduo negro vive não só no Brasil como em vários lugares do mundo. Mas se a gente for citar especificamente o Brasil, sob o aspecto do que é ser negro, é importante pensar na forma que se deu a construção dessa identidade em nosso país. Primeiro, com a vinda dos africanos para cá trazidos através da escravidão. Segundo, do mal estar histórico que é a escravidão em nosso país, porque não se discute a escravidão como deveria se discutir, para entender de fato a origem dos negros que vieram, qual a contribuição concreta que os negros trouxeram. Há estimativas que dizem que há mais de dois milhões de corpos negros mortos nas costas brasileiras, jogados do navio ou que se suicidaram. Isto é um número muito alto. Essas questões não se há espaço para discussão, para debate em nosso país. Nem dentro da academia e nem fora, se fala muito superficialmente sobre a escravidão. Se pensa muito sobre a questão econômica do período pós-escravidão, e como se deu essa transição. Se fala muito de dados históricos evidentes, que não se pode negar. São memórias como, por exemplo, cidades como Salvador, ou como Ouro Preto, que são museus ao céu aberto que trazem essa narrativa. Mas não se discute, qual o impacto na formação da consciência de uma nação a questão do negro e do branco num país marcado por uma divisão racial, aonde o modo de ser e estar no mundo é organizado pelo controle de um grupo sobre a vida de forma plena e total de um outro grupo. Esse lugar aonde o indivíduo negro foi colocado, e que colocou ele em um não-lugar reflete muito sobre como a forma que as questões raciais se dão em nosso país. Um dos aspectos importantes é o processo de miscigenação que é uma política deliberada. Não é ao acaso que pessoas brancas e pessoas negras se misturaram. Tem um processo que a gente chama de limpeza racial, que é o clareamento da pele, e com isso o clareamento de costumes, ou o esquecimento de costumes, modos e tradições que marcam um lugar. Se você for na casa de pessoas italianas, elas vão ter orgulho em dizer a sua origem. Ah, mas eu sou de Parma, se come tal queijo, se come tal massa, se corta carne de tal jeito, se fala de tal maneira. Se você for na casa de pessoas da Espanha, elas vão ter orgulho de dizer de onde ela são. Eu sou de tal cidade. Se você for na casa de pessoas japonesas os costumes que se vivia no Japão de hierarquia familiar, de hábito alimentar, se mantém intacto. Agora se você visitar a casa de uma família afro-brasileira, ou de descendência africana, que a família veio para cá no processo da escravidão não se sabe quais são os costumes. Qual é a origem? Eu sou uma mulher negra que não sei de qual local da África minha família veio. E isso me foi historicamente negado, porque nunca houve uma preocupação em organizar e nos dar acesso a esta informação. Isso não é uma coisa irrelevante, isso tem a ver com identidade. Tem a ver com o local de fala e com um lugar no mundo. Se eu sei de onde eu venho eu sei para aonde eu posso ir. Se eu não sei de onde eu venho, para onde é que eu vou? Qualquer coisa me serve. Este é o processo de miscigenação, foi isso que ele causou, aliado a noção de supremacia branca e europeia, de que a cultura europeia é superior que as outras culturas do mundo. E não foi à toa, inclusive, que foram os europeus que foram convidados para vir para cá, num processo pós-abolição para ocupar os postos de trabalho. Havia um processo, uma construção, para que isso desse conta. E esse local de invisibilidade, esse local de mal estar, de “não se fala”, “não se diz”, que é também um hábito brasileiro, um hábito cultural nosso, vai cada vez mais colocando não só a memória africana, mas o local, o lugar onde que este indivíduo africano da diáspora descendente tem que ocupar. Cada vez mais um local invisível, cada vez mais um local de menos fala. Ao mesmo tempo que hoje pelos processos naturais das tensões na vida da modernidade há cada vez mais um redesenho dessas relações, mesmo que de uma forma muito ainda superficial, há uma representatividade maior nos meios de comunicação, há uma representatividade maior na cultura, porém nos espaços importantes de decisão de construção como a política, como as universidades, como os cursos universitários que projetam e produzem o conhecimento de forma mais impactada na sociedade os indivíduos negros ainda não conseguem ter acesso. Isso tem a ver com esse processo histórico desse desenho. Por que o local, o espaço que esses indivíduos ocupam não permite que eles possam transitar para outros espaços. Nem todo pobre é negro, mas a maioria dos negros são pobres e isso tem muito a ver com o desenho de política pública na área da ciência social, na saúde, na educação, que pode garantir uma qualidade de vida a curto, médio e longo prazo desse indivíduo, para que ele possa se desenvolver de forma cada vez mais plena. O que a gente vê, no entanto, é cada vez mais políticas que vão impactando de maneira negativa a vida da população negra. E isso vai desde a reforma tributária, por que vai impactar diretamente no processo de arrecadação, então quem tem menos vai ter cada vez menos, até a política da previdência social por que é o trabalhador na sua grande maioria negro que não vai ter condições de investir numa previdência social privada, vai precarizar cada vez mais a condição de vida dele. Então, a dinâmica do ser negro no Brasil ela passa por um processo de silenciamento desde a primeira vez que o primeiro negro pisou aqui, mas também de resistência pois qualquer coisa que você pensar em termos de cultura brasileira tem a influência africana. Os hábitos alimentares, os hábitos de banho, nosso gosto por música, nosso gosto por dança, nossos hábitos de lazer, são todos hábitos que a gente encontra na forma de organização dos povos africanos antes do período da colonização. Então a gente traz essa memória, e é uma resistência que ela não é, ao mesmo tempo dita, ela não é valorizada mas ela tá colocada. O hábito de sentar em roda, o hábito de ouvir como forma de aprendizagem, são hábitos que são trazidos, neste processo de colonização forçada, pelos africanos. A principal característica, a principal dificuldade de ser negro hoje no país é justamente essa invisibilidade. Aonde nós somos colocados, o tempo todo, a todo momento. E essa invisibilidade também se dá por uma exposição excessiva. É como se fosse assim: vocês estão reclamando do quê, olha quantas atrizes negras têm hoje! Mas a juventude negra continua morrendo sem acesso à escolarização, sem acesso ao mercado de trabalho, sem acesso à universidade. Então são duas faces que o capitalismo trabalha muito bem, com as duas ao mesmo tempo, e que também tem a ver com esse processo. Vamos pensar que na época da escravidão uma cidade como São Paulo, para cada cinco habitantes quatro eram negros e um era branco. E se a gente for pensar em termos populacional do nosso país hoje cinquenta e dois por cento da população é negra, se autodeclara negra. Então, num país aonde a maioria é de pessoas negras é assustador a gente pensar que nos principais espaços não há a maioria de pessoas negras. Se a gente for olhar aqui na sala (de entrevista com jornalistas) a gente tem um bom desenho disso, que é o retrato desse lugar do ser negro. Eu tenho dificuldade da gente poder dizer: Eu acho que este debate está em aberto e que tem que ser feito, e que o tempo todo a gente tem que se perguntar de fato, inclusive para pessoas brancas, o que é ser negro? Por que boa parte das referências sobre ser negro para nós negros foi passado por pessoas brancas. De falas locais, costumes, por uma questão de a gente não saber a nossa origem. Ao mesmo tempo há um processo de resistência, de criar uma identidade negra, mas que é um campo em disputa, e que precisa ser pensado não só pela Sociologia, não só pelo Serviço Social, não só pela Educação, mas pela Filosofia, pela Economia, pelas Ciências Políticas de uma forma a construir mesmo essa identidade e esse lugar num país miscigenado, que é o nosso país. E por um país que as tensões raciais elas acontecem dentro dos presídios, dentro das favelas, e que precisam sair desse espaço e que a gente possa repensar esse lugar aonde o indivíduo negro foi colocado historicamente, e que precisa ser revisto mesmo. Para que o nosso país possa entender inclusive a sua própria identidade, acho que tem a ver com o grande projeto de nação que a gente começou lá no começo do século passado e até hoje ainda não conseguiu ainda encontrar esse caminho. Não dá para negar. Não dá para silenciar cinquenta e quatro por cento da população. Entrevista transcrita do TH-cam, canal Casa do Saber. Publicado em 26 de Abril de 2018.
Parabéns, Professora Jaqueline!!! Como Professora de História, procuro me informar cada vez mais sobre esse assunto para poder levá-lo de forma clara para meus alunos.
Parabéns pelo vídeo e pela iniciativa de tentar mais um meio de avançar nesse debate. Tristeza é ler os comentários e perceber quão necessário é uma comunicação explícita e não-violenta com algumas pessoas que só são capazes de enxergar através de suas projeções e frustrações pessoais (é assim que eu enxergo quem diz que insistir no tema racismo é coitadismo, porque na maioria dos casos, eu vejo e sinto que a pessoa é quem está projetando seus próprios coitadismos e vitimizações em nós, pessoas negras com pautas REAIS e preocupações REAIS com os nossos iguais). Espero que esse debate seja cada vez mais fomentado, e que, de alguma forma, possamos ABRIR NOSSA ESCUTA e ENXERGAR DE FATO o outro e suas questões, pra poder construir uma sociedade não só com igualdade racial, mas com empatia e consciência. Mais uma vez, parabéns pelo vídeo e obrigada por compartilhar saberes tão preciosos!
👏👏👏👏👏👏👏👏 esse é um assunto que eu não falo pois tenho um filho que defende de unhas e dentes a cor dele é fantástico ❤️ o modo que fala e faz eu sou apaixonada por ele 😍
Maravilha. Há que se falar e falar. Aqui no Rio conheci uma casa na Gamboa que durante uma obra descobriram 3 mil restos mortais. Nas cidades que recebiam navios negreiros constumavam-se abrir grandes valões para descartar os corpos dos humanos recém chegados.... Iguais a esse buraco haviam milhares perdidos por toda costa. O transporte era tão cruel e torturante que a grande maioria das pessoas que não morriam durante a viagem, morriam até uma semana depois do fundeamento do navio... Não podemos deixar essa historia ser esquecida....
Li muitos comentários e fico triste com a postura de alguns brasileiros e também com a falta de habilidade em compreender o que foi dito. Distoa para outros assuntos.. e o pior entram em crítica antes mesmo de problematizar o que foi dito. Triste
Infelizmente é exatamente a postura de muitos brasileiros, não lê e se lê não entende,a mesma coisa acontece com o ouvir. É sim uma inabilidade de compreensão e falta mesmo de conhecer.Todo mundo opina baseado em apenas experiências pessoais,sem qualquer outro critério.Triste!Um monte de ignorantes que não querem aprender porque acha que o que sabem já é suficiente!😔
Ouvimos história ,ouvimos memória genética ,ouvimos o lado pessoal falar ,ouvimos o grito do negro afim de um ambiente ,um mundo melhor pra se viver ,e ainda temos aqui a diferença de ideias o que é maravilhoso pro nosso crescimento . Obrigado pela grande oportunidade !
Valorizo a representatividade! E que sirva para a Casa do Saber ter um balanço do conteúdo humano que acompanha o canal. Acho bacana moderar comentários ofensivos porque senão o saber fica depois do poder 😉 Mas sensacional Silvio Almeida, Jaqueline, enfim, muito grata e isso que muda a realidade do racismo nesse país. Axé e continuem enegrecendo as questões meuzamô 😘
Parabéns à professora Jaqueline Conceição pelas colocações realizadas e por fazê-las com tanta qualidade. São de extrema importância num país que negligencia a sua história e formação sócio-cultural. No que se refere à miscigenação, surgiu-me uma dúvida, entretanto. É óbvio que foi um processo consciente e institucionalizado a fim de não só "clarear" a população, como o de manter o indivíduo negro à margem, impedindo por exemplo a formação de uma classe proletária ou burguesa de matriz africana, no período posterior à abolição, mantendo a população negra sempre em condição subalterna. Mas as consequências do processo de miscigenação são sempre negativas? Fiquei com essa impressão após assistir ao vídeo. A despeito da ideia de democracia racial oriunda desse processo, que é de fato uma falácia, visto que não há democracia racial alguma, já que negros e indígenas continuam à parte dos centros de poder, a consequência da mistura entre os povos nativos, africanos, europeus, e posteriormente asiáticos para a nossa cultura, também tem aspectos sócio-culturais positivos. A exemplo da linguagem, música, comida, entre outros, que nos confere uma identidade única no mundo, ou seria esta uma visão romântica? Abraço!
Que mulher foda!!! Adorei conhecer, e que triste realidade! Precisamos aprender mais e discutir mais, pois esse é o caminho para se combater e diminuir o preconceito e a injustiça.
Como vc conseguiu se sobressair dos outros negro e conquistar um lugar na sociedade.estar em uma situacao diguina ..? Vc e exemplo de conquista para eles..
Verdade quanto mais eu leio, me deslumbra tanta informações, pois até a poucas horas, meus entendimentos a respeito era pobre do saber, falando a verdade pouco me interessava a este assunto, obrigada professora Jaqueline por abrir meus olhos, que até então eram cegos.
Ótima explanação! Acredito que a discussão sobre escravidão realmente tenha uma divulgação pequena, no entanto, a problematização (para além do viés econômico) sobre o assunto no campo da História no que toca a seu impacto socio-cultural na sociedade brasileira no âmbito ecadêmico tem sido evidente. Cito aqui três historiadores que pensam esse impacto: Hebe Mattos, Sidney Chalhoub, Keila Grinberg. Fora as teses de mestrado e doutorado produzidas por novos pesquisadores.Vale a pena conferir. Compreendo que há um longo caminho ainda a ser percorrido.
Excelente fala demostrando que há de fato um tema não só silenciado mas estigmatizado nas frações de nossa sociedade. Uma pergunta que podemos fazer é, apesar da pedagoga ter notado a discrepância naquela sala à dois anos atrás será que tal panorama foi alterado ou a casa do saber se traduz somente ao saber dito por pessoas que se assemelham ao conteúdo europeizado?
Bom Dia Sra. Jaqueline Conceição e leitores desse excelente canal. Gostaria de tecer alguns comentários sobre o vídeo, se eu ainda puder. Em parte concordo com os fundamentos da sua fala, bem colocada e ajustada, porém... Como pode ser negado o local de origem de onde você veio, se a própria escravidão não começa com os europeus, mas com os próprios africanos? È uma cobrança por uma identidade negra que não tem como ser feita por pessoas de um outro país que receberam esses homens e mulheres negros e negras oriundos da escravidão. A cobrança é direcionada para quem ? Quem poderia responder essa pergunta? Esse discurso só propõe uma divisão, entre negros e brancos, ricos e pobres, aumentando a tensão social e os extremismos. Outra coisa, como pode inferir sobre economia, trazendo questionamentos sobre reforma tributária e reforma da previdência, sem ao menos, refletir sobre a necessidade da efetivação das mesmas?? toda história tem dois lados. Essa só tem um ? Essas medidas citadas também não impactam na vida da mulher branca e do homem branco? E os indígenas e amarelos pobres? As reformas não se efetivaram pela vontade de um Rei soberano. Foram discutidas e implementadas diante de necessidades encontradas dessa sociedade, pelos representantes que ela escolheu. Sobre "Resistência". Não acho que seja essa a palavra mais adequada, pois são óbvias as influências culturais da dos povos africanos no Brasil. O que se deve pensar é sobre a valorização dessa cultura e não apoiar projetos midiáticos que visam tão somente pautar seus direcionamentos na questão da "sexualizaçaõ" do corpo negro, que na memória de mídia, fica relegado uma mulher negra dançando pelada no carnaval. Onde estão vocês para tecer críticas pesadas a essa forma de abordagem do corpo negro? Nuca vi. A palavra resistência mais uma vez só traz a ideia de "nós contra eles", e sabemos que independente do pensamento ideológico que temos, não é isso que determina os rumos das políticas públicas afirmativas, para a mitigação das desigualdades sociais. Essa identidade étnica que você tanto questiona é transformada em um ideal a parte do que é real, é mais uma utopia do que considerar a realidade, pois desconsidera que a globalização produz uma tendência de unificação de culturas e ideologias, resultando num processo de apropriação cultural do outro, que não só a cultura negra está imersa, mas todas a culturas do mundo, em que se pese o quão são exaltadas / valorizadas em cada estado / país. Infelizmente, para a minha tristeza, vários pensadores modernos, excepcionais em suas áreas de conhecimento, sujeitam-se aos discursos políticos partidários para aproveitar-se do lugar social de destaque, para se promover pessoalmente e abandonam ideologicamente os preceitos e posicionamentos que os fizeram ganhar notoriedade intelectual.
Excelente vídeo, mas o que mais me deixa na dúvida é a questão do pardo ou até mesmo do branco que tem a descendência também de povos africanos. Quase não é comentado sobre isso e o que se faz com essa galera de fato. Se alguém puder me explicar fico agradecido. E novamente excelente vídeo.
sou formado em historia e bacharel em direito, no meu trabalho de conclusão de curso tratei dos direitos dos negros do ordenamento jurídico brasileiro internacional
Igualdade na educação,do fundamental ao superior , agora com relação a identidade temos uma miscigenação na cultura como exemplo o samba paulistano com percussão afro e sotaque Veneto ,Bela Vista querida.Mario de Andrade disse pra pegar o que é bom concordo com o mulato e tenho grande admiração pelos japoneses que reverenciam seus antepassados e não deixam de pensar no futuro é a relação mais interessante entre passado e futuro da humanidade.Vamos juntos conquistar direitos e ingressar no afro futurismo ligado a tudo e toda informação para nos igualar e incluir.
Parabéns a casa do saber, pois a questão do negro na sociedade brasileira precisa ser discutida de forma mais contundente. Quem é negro entende, perfeitamente, como é difícil ser negro em um país que há "democracia racial".
Realmente eu percebo bem pouco da parte da nossa história, dos nossos costumes, de influência afro. E acredito que seja por falta de terem mais espaço pra falar. É falta de identidade e representatividade a maioria da população ser negra e a maioria dos políticos serem brancos?
A maioria da população é parda... sobre a identidade é preciso falar a respeito, buscar informações, chegar as fontes, pesquisar os lugares e costumes. Infelizmente isso foi negado, e tem realmente que ser reparado
Ótimos palavras e reflexões! Só não entendi a afirmação da quantidade de corpos negros encontrados na costa do Brasil (2milhões) serem do tamanho de SP. Alguém pode explicar?
Nessa madrugada navegando vi uns posts que me fizeram ter interesse para intender de maneira mais plena se tenho razão ou não em dizer que deveria ter direitos iguais sobre cotas dentre outros por ser descendente de italianos. Mas mudei minha maneira de pensar, muita coisa que não sabia passei a saber. Desde a seita KKK dos EUA aos 4 cantos do mundo. Creio que devemos nos interessar mais sobre nossas relações e respeitar as diferenças para termos nossas próprias conclusões. E todos somos merecedores de respeito e justiça. Fazendo jus à nossa história. 😉
Tiago Bianchi excelente colocação, porém trabalho com recrutamento e seleção, alguns gestores deixam claro que não querem entrevistar negros (independente da formação), mas não se opõe a entrevistar italianos, japoneses, etc... Lamentável!
Sempre quis saber, não através de estudos, mas em uma roda com meus ancestrais, de onde viemos antes de sermos "brasileiros", viagem no túnel do tempo.
Casa do Saber traz discurso muito interessante sobre resumo ao conceito das zonas de desenvolvimento dos desafios do preconceito e respeito ao negro. Ao mesmo tempo traz outros pontos de temas culturais do País, comparando com países de primeiro mundo o Brasil está distante com relação em se investir cultura em humanos. Desenvolver essa forma de linguagem por meio de interações e das trocas de experiências vividas. Não basta, portanto, avaliar desempenho desses indivíduos pessoal.
Verdade Cícero Nogueira, e isto podemos ver em todas áreas trabalhistas, são contado nós dedos os trabalhadores negros, e pior ainda, se for em cargos auto, é de cortar o coração quando temos conciencia que isto não existiria se desde do princípio fossemos educados com igualdades de racial.
Tem uma série de acertos no vídeo, há coisas relevantes a serem debatidas etc, no entanto, algumas coisas me chamaram a atenção pelo lado negativo: sobre Miscigenação, parece-me estranho o ponto de vista que ela é feita por uma questão de limpeza racial, não faz o menor sentido unir-se alguém dessa forma com o desejo de limpar a sua raça. Sobre a reforma da previdência, do jeito que foi proposto é péssimo, ela tem problemas e é preciso rever. Sobre a reforma tributária , eu ainda vou entender esse fetiche de altas cargas tributárias, por burocracia, o Brasil precisa de reforma tributária, tanto para deixar a cobrança de impostos mais justa e mais simples. Concordo com 50% do vídeo
Se 52% da população são negros ou afrodescendentes porque alguns políticos derrotados dizem que somos minoria??? Sou de descendência mameluca e luto por um lugar de respeito em nossa sociedade, assim no o excelentíssimo senhor Joaquim Barbosa.
Pardo não é sinônimo de Afrodescendente, Norte, Centro-oeste e alguns estados do Nordeste são mais indígenas do que africanos, mesmo no Sul houve influência mais nativa.
Fala pertinente! Essa questão do histórico é dolorosa, não temos referências, viemos do continente Africano, mas de onde exatamente? Não tenho essa referência.
Ótima abordagem de um assunto. Porque ninguém fala sobre as mortes de judeus!!? Eles foram perseguidos e mortos mas ninguém defende nem julgam os nazistas.
"Se a gente for olhar aqui na sala, acho que a gente tem um bom desenho disso" Uiii!
E se a gente for olhar na lista de vídeos e na lista de professores e ministradores de cursos da Casa do Saber (vide site) -, acho que a gente TAMBÉM tem um bom desenho disso.
Os poucos pensadores negros aqui do feed estão falando da questão racial. Será mesmo que não há bons professores, sociólogos, filósofos, matemáticos etc. negros que possam trazer contribuições e debates relevantes para a Casa do Saber?
Até onde não estamos contribuindo com as opressões que dizemos lutar contra?
Ficam os questionamentos, senhores dirigentes da Casa do Saber.
Já havia notado essa hegemonia branca na casa do saber! A maioria dos palestrantes homens e brancos. Depois diz que nossa sociedade não é polarizada! Não e racista! Claro que é!
Cicero Nogueira casa do saber é uma associação de brancos classe média alta pra cima . Gente altamente preparada para manipular qualquer ideia . São pessoas que vivem num mundo a parte . Num planeta particular. Mas há espaço pra todos . Até para manipuladores bem intencionados.
Muito pertinente!
Negros e negras, indígenas e outros são sempre invisibilizados, ainda, infelizmente.
Parabéns à Professora Jaqueline que é extremamente clara e coerente na sua explanação. Parabéns à Casa do Saber por dar espaço e visibilidade à questão racial, tão negligenciada em nosso país.
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Posta mais! Amei o termo invisibilidade negra e sim, ele existe! Acredito que temos que falar mais sobre isso, se de fato queremos um país melhor e mais justo. Obrigada pelo vídeo
Pois é Fernanda Moreira, mas se formos realista com toda a situação, sabemos que para mudar este quadro, depende de como iremos educar nossas crianças de hoje em diante, pois só aplicando desde da infância, é que poderá mudar algo.
Pode se notar que as pessoas mais velhas tem conceitos de uma vida da qual aprenderam, e não querem mudar, por assim, se acharem que a geração de hoje é que estão todas erradas.
Mais uma vez, eu bato na mesma tecla, a mudança, está na educação desde a infância, para um êxito melhor, para um mundo e uma estrutura cultural e de uma vida com mais decência.
Parabéns à Professora que é extremamente clara e coerente na sua explanação. Foi gratificante .
Que vídeo bacana!! Sou Psicóloga, vou dar uma palestra sobre o ser negro na contemporaneidades, os desafios e possibilidades. Amei assistir o vídeo!!
Obrigada e parabéns e este grande tema Jaqueline Conceição 👏👏🇦🇴🇦🇴🇦🇴🇦🇴🇦🇴
Exposição clara, sucinta e de extrema relevância. Parabéns!!!
Inteligente , culta e linda .
Por vezes,estudamos mais sobre a segunda guerra ou holocausto nas aulas de história do que sobre a escravidão que ocorreu no Brasil. Parece tem vezes que foi algo normal que aconteceu e ponto.
skinny legend É, quando estudei sobre, sempre me pareceu algo espinhoso demais, ou melhor, falar do que ocorreu próximo doi mais que falar da morte de milhares que ocorreu do outro lado do oceano.
Escravidão negro é um tema bastante dominante na História do Brasil.
O sofrimento dos judeus é apenas estudado numa parte especifica da História escolar, fora disso, nada se fala sobre. O que estudamos sobre Segunda Guerra não é nem 10% do que ela realmente é.
e, irônicamente, estudamos mais sobre a situação dos negros no Brasil do que dos Índios. E esses, por sua vez, só tem uma duas paginas no livro de História e pronto, ninguém fala mais nada. As pessoas sabem mais sobre a situação dos negros do que dos brancos. E tu ve pela quantidade de brasileiros que sabem como funcionou a escravidão negra no Brasil, mas acham que Índios nunca foram escravizados
Eu estudei relativamente pouco sobre a segunda guerra no ensino médio e fundamental e foi muito falado a respeito da escravidão negra e do negro na sociedade atual, não só em história, mas também em geografia e até mesmo literatura através de textos literários que falam justamente sobre isso. Não sei que lugar você cursou, mas temas relacionados à figura negra são muito mais recorrentes em vestibulares no Brasil que a segunda guerra, ainda mais quando se trata de algo específico desse período como o holocausto.
Sim, estes temas são importantes, todavia isto ocorre porque nosso currículo escolar brasileiro é eurocêntrico e isto gerou epistêmico para as populações negras e indígenas aqui.
Eu concordo plenamente contigo!!
Valeu muito obrigado, GILENO FERREIRA Cardoso Salvador Bahia.
Que dicção perfeitaaaaaa, obrigada pela sua mensagem é um assunto extremamente importante!!!
Cara, a casa do saber é incrível, acrescenta muito ao meu senso crítico.
Ótimo vídeo, Jaqueline! Muito interessante a Casa do Saber falar sobre esse tema exatamente nesse momento em que estou estudando sobre isso. A negligencia sobre a escravidão no Brasil é algo que ocorre desde a formação do Brasil como colônia, não sendo privilégio dessa "modernidade". Uma pena a quantidade de má interpretação do que você diz, basta ler os comentários para perceber que as pessoas não têm noção nenhuma sobre isso, vários comentários exaltados e discursos sem fundamentos. Recomendo a leitura para quem quiser se aprofundar mais sobre o assunto de Joaquim Nabuco "O Abolicionismo", apesar de algumas contradições do autor ele tem como cerne de sua análise a escravidão no Brasil e sua herança na formação social brasileira.
Abraços
Bom dia, Jaqueline. Quando se fala de lugares de poder desprovidos de negros, vamos lembrar dos meios jurídicos! Muito importante isso. Parte relevante da desigualdade é reflexo da distribuição desigual de justiça. Obrigado por nos falar sempre com propriedade e clareza!
Tive o privilégio de ser aluno da Professora Jaqueline Conceição numa aula master da Fundação Dom Cabral e tivemos um dia incrível de extensos aprendizados. ELA É DEMAIS!
Esse vídeo foi uma soco no estômago. A pedrada que todo brasileiro precisa tomar.
Ser Negro no Brasil: A escravidão como elemento civilizatório.
Jaqueline Conceição.
Ângela Davis costuma dizer que negro é uma invenção da modernidade para justificar a escravidão no mundo. Do ponto de vista prático, o que separa o indivíduo negro do indivíduo branco? Duas questões centrais: as construções sociais que giram em torno de ser negro; e a condição de vida que indivíduo negro vive não só no Brasil como em vários lugares do mundo. Mas se a gente for citar especificamente o Brasil, sob o aspecto do que é ser negro, é importante pensar na forma que se deu a construção dessa identidade em nosso país. Primeiro, com a vinda dos africanos para cá trazidos através da escravidão. Segundo, do mal estar histórico que é a escravidão em nosso país, porque não se discute a escravidão como deveria se discutir, para entender de fato a origem dos negros que vieram, qual a contribuição concreta que os negros trouxeram. Há estimativas que dizem que há mais de dois milhões de corpos negros mortos nas costas brasileiras, jogados do navio ou que se suicidaram. Isto é um número muito alto. Essas questões não se há espaço para discussão, para debate em nosso país. Nem dentro da academia e nem fora, se fala muito superficialmente sobre a escravidão. Se pensa muito sobre a questão econômica do período pós-escravidão, e como se deu essa transição. Se fala muito de dados históricos evidentes, que não se pode negar. São memórias como, por exemplo, cidades como Salvador, ou como Ouro Preto, que são museus ao céu aberto que trazem essa narrativa. Mas não se discute, qual o impacto na formação da consciência de uma nação a questão do negro e do branco num país marcado por uma divisão racial, aonde o modo de ser e estar no mundo é organizado pelo controle de um grupo sobre a vida de forma plena e total de um outro grupo. Esse lugar aonde o indivíduo negro foi colocado, e que colocou ele em um não-lugar reflete muito sobre como a forma que as questões raciais se dão em nosso país. Um dos aspectos importantes é o processo de miscigenação que é uma política deliberada. Não é ao acaso que pessoas brancas e pessoas negras se misturaram. Tem um processo que a gente chama de limpeza racial, que é o clareamento da pele, e com isso o clareamento de costumes, ou o esquecimento de costumes, modos e tradições que marcam um lugar. Se você for na casa de pessoas italianas, elas vão ter orgulho em dizer a sua origem. Ah, mas eu sou de Parma, se come tal queijo, se come tal massa, se corta carne de tal jeito, se fala de tal maneira. Se você for na casa de pessoas da Espanha, elas vão ter orgulho de dizer de onde ela são. Eu sou de tal cidade. Se você for na casa de pessoas japonesas os costumes que se vivia no Japão de hierarquia familiar, de hábito alimentar, se mantém intacto. Agora se você visitar a casa de uma família afro-brasileira, ou de descendência africana, que a família veio para cá no processo da escravidão não se sabe quais são os costumes. Qual é a origem? Eu sou uma mulher negra que não sei de qual local da África minha família veio. E isso me foi historicamente negado, porque nunca houve uma preocupação em organizar e nos dar acesso a esta informação. Isso não é uma coisa irrelevante, isso tem a ver com identidade. Tem a ver com o local de fala e com um lugar no mundo. Se eu sei de onde eu venho eu sei para aonde eu posso ir. Se eu não sei de onde eu venho, para onde é que eu vou? Qualquer coisa me serve. Este é o processo de miscigenação, foi isso que ele causou, aliado a noção de supremacia branca e europeia, de que a cultura europeia é superior que as outras culturas do mundo. E não foi à toa, inclusive, que foram os europeus que foram convidados para vir para cá, num processo pós-abolição para ocupar os postos de trabalho. Havia um processo, uma construção, para que isso desse conta. E esse local de invisibilidade, esse local de mal estar, de “não se fala”, “não se diz”, que é também um hábito brasileiro, um hábito cultural nosso, vai cada vez mais colocando não só a memória africana, mas o local, o lugar onde que este indivíduo africano da diáspora descendente tem que ocupar. Cada vez mais um local invisível, cada vez mais um local de menos fala. Ao mesmo tempo que hoje pelos processos naturais das tensões na vida da modernidade há cada vez mais um redesenho dessas relações, mesmo que de uma forma muito ainda superficial, há uma representatividade maior nos meios de comunicação, há uma representatividade maior na cultura, porém nos espaços importantes de decisão de construção como a política, como as universidades, como os cursos universitários que projetam e produzem o conhecimento de forma mais impactada na sociedade os indivíduos negros ainda não conseguem ter acesso. Isso tem a ver com esse processo histórico desse desenho. Por que o local, o espaço que esses indivíduos ocupam não permite que eles possam transitar para outros espaços. Nem todo pobre é negro, mas a maioria dos negros são pobres e isso tem muito a ver com o desenho de política pública na área da ciência social, na saúde, na educação, que pode garantir uma qualidade de vida a curto, médio e longo prazo desse indivíduo, para que ele possa se desenvolver de forma cada vez mais plena. O que a gente vê, no entanto, é cada vez mais políticas que vão impactando de maneira negativa a vida da população negra. E isso vai desde a reforma tributária, por que vai impactar diretamente no processo de arrecadação, então quem tem menos vai ter cada vez menos, até a política da previdência social por que é o trabalhador na sua grande maioria negro que não vai ter condições de investir numa previdência social privada, vai precarizar cada vez mais a condição de vida dele. Então, a dinâmica do ser negro no Brasil ela passa por um processo de silenciamento desde a primeira vez que o primeiro negro pisou aqui, mas também de resistência pois qualquer coisa que você pensar em termos de cultura brasileira tem a influência africana. Os hábitos alimentares, os hábitos de banho, nosso gosto por música, nosso gosto por dança, nossos hábitos de lazer, são todos hábitos que a gente encontra na forma de organização dos povos africanos antes do período da colonização. Então a gente traz essa memória, e é uma resistência que ela não é, ao mesmo tempo dita, ela não é valorizada mas ela tá colocada. O hábito de sentar em roda, o hábito de ouvir como forma de aprendizagem, são hábitos que são trazidos, neste processo de colonização forçada, pelos africanos. A principal característica, a principal dificuldade de ser negro hoje no país é justamente essa invisibilidade. Aonde nós somos colocados, o tempo todo, a todo momento. E essa invisibilidade também se dá por uma exposição excessiva. É como se fosse assim: vocês estão reclamando do quê, olha quantas atrizes negras têm hoje! Mas a juventude negra continua morrendo sem acesso à escolarização, sem acesso ao mercado de trabalho, sem acesso à universidade. Então são duas faces que o capitalismo trabalha muito bem, com as duas ao mesmo tempo, e que também tem a ver com esse processo. Vamos pensar que na época da escravidão uma cidade como São Paulo, para cada cinco habitantes quatro eram negros e um era branco. E se a gente for pensar em termos populacional do nosso país hoje cinquenta e dois por cento da população é negra, se autodeclara negra. Então, num país aonde a maioria é de pessoas negras é assustador a gente pensar que nos principais espaços não há a maioria de pessoas negras. Se a gente for olhar aqui na sala (de entrevista com jornalistas) a gente tem um bom desenho disso, que é o retrato desse lugar do ser negro. Eu tenho dificuldade da gente poder dizer: Eu acho que este debate está em aberto e que tem que ser feito, e que o tempo todo a gente tem que se perguntar de fato, inclusive para pessoas brancas, o que é ser negro? Por que boa parte das referências sobre ser negro para nós negros foi passado por pessoas brancas. De falas locais, costumes, por uma questão de a gente não saber a nossa origem. Ao mesmo tempo há um processo de resistência, de criar uma identidade negra, mas que é um campo em disputa, e que precisa ser pensado não só pela Sociologia, não só pelo Serviço Social, não só pela Educação, mas pela Filosofia, pela Economia, pelas Ciências Políticas de uma forma a construir mesmo essa identidade e esse lugar num país miscigenado, que é o nosso país. E por um país que as tensões raciais elas acontecem dentro dos presídios, dentro das favelas, e que precisam sair desse espaço e que a gente possa repensar esse lugar aonde o indivíduo negro foi colocado historicamente, e que precisa ser revisto mesmo. Para que o nosso país possa entender inclusive a sua própria identidade, acho que tem a ver com o grande projeto de nação que a gente começou lá no começo do século passado e até hoje ainda não conseguiu ainda encontrar esse caminho. Não dá para negar. Não dá para silenciar cinquenta e quatro por cento da população.
Entrevista transcrita do TH-cam, canal Casa do Saber. Publicado em 26 de Abril de 2018.
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Parabéns, Professora Jaqueline!!!
Como Professora de História, procuro me informar cada vez mais sobre esse assunto para poder levá-lo de forma clara para meus alunos.
As reflexões de Jaqueline Conceição são muito boas. Sua fala, dialogo flui de forma consistente e crítica reflexiva.
Parabéns pelo vídeo e pela iniciativa de tentar mais um meio de avançar nesse debate. Tristeza é ler os comentários e perceber quão necessário é uma comunicação explícita e não-violenta com algumas pessoas que só são capazes de enxergar através de suas projeções e frustrações pessoais (é assim que eu enxergo quem diz que insistir no tema racismo é coitadismo, porque na maioria dos casos, eu vejo e sinto que a pessoa é quem está projetando seus próprios coitadismos e vitimizações em nós, pessoas negras com pautas REAIS e preocupações REAIS com os nossos iguais). Espero que esse debate seja cada vez mais fomentado, e que, de alguma forma, possamos ABRIR NOSSA ESCUTA e ENXERGAR DE FATO o outro e suas questões, pra poder construir uma sociedade não só com igualdade racial, mas com empatia e consciência.
Mais uma vez, parabéns pelo vídeo e obrigada por compartilhar saberes tão preciosos!
👏👏👏👏👏👏👏👏 esse é um assunto que eu não falo pois tenho um filho que defende de unhas e dentes a cor dele é fantástico ❤️ o modo que fala e faz eu sou apaixonada por ele 😍
Como sempre,. maravilhosa!
Até que enfim uma palestrante negra na Casa do Saber!
Incrível. Conseguiu suscitar maravilhosamente essa discussão que é tão vasta e complexa. MAIS VÍDEOS, POR FAVOR!
Adorei! Super abriu a minha mente pra enxergar de outras formas o que estou lutando pra aprender!!
Maravilha. Há que se falar e falar.
Aqui no Rio conheci uma casa na Gamboa que durante uma obra descobriram 3 mil restos mortais.
Nas cidades que recebiam navios negreiros constumavam-se abrir grandes valões para descartar os corpos dos humanos recém chegados....
Iguais a esse buraco haviam milhares perdidos por toda costa.
O transporte era tão cruel e torturante que a grande maioria das pessoas que não morriam durante a viagem, morriam até uma semana depois do fundeamento do navio...
Não podemos deixar essa historia ser esquecida....
Nicolau Fernando concordo.
Li muitos comentários e fico triste com a postura de alguns brasileiros e também com a falta de habilidade em compreender o que foi dito. Distoa para outros assuntos.. e o pior entram em crítica antes mesmo de problematizar o que foi dito.
Triste
Infelizmente é exatamente a postura de muitos brasileiros, não lê e se lê não entende,a mesma coisa acontece com o ouvir. É sim uma inabilidade de compreensão e falta mesmo de conhecer.Todo mundo opina baseado em apenas experiências pessoais,sem qualquer outro critério.Triste!Um monte de ignorantes que não querem aprender porque acha que o que sabem já é suficiente!😔
Um espaço de fala de altíssima relevância. Obrigado por vocês existirem!
Ouvimos história ,ouvimos memória genética ,ouvimos o lado pessoal falar ,ouvimos o grito do negro afim de um ambiente ,um mundo melhor pra se viver ,e ainda temos aqui a diferença de ideias o que é maravilhoso pro nosso crescimento .
Obrigado pela grande oportunidade !
Perfeitissima
Valorizo a representatividade!
E que sirva para a Casa do Saber ter um balanço do conteúdo humano que acompanha o canal.
Acho bacana moderar comentários ofensivos porque senão o saber fica depois do poder 😉
Mas sensacional Silvio Almeida, Jaqueline, enfim, muito grata e isso que muda a realidade do racismo nesse país.
Axé e continuem enegrecendo as questões meuzamô 😘
Parabéns à professora Jaqueline Conceição pelas colocações realizadas e por fazê-las com tanta qualidade. São de extrema importância num país que negligencia a sua história e formação sócio-cultural. No que se refere à miscigenação, surgiu-me uma dúvida, entretanto. É óbvio que foi um processo consciente e institucionalizado a fim de não só "clarear" a população, como o de manter o indivíduo negro à margem, impedindo por exemplo a formação de uma classe proletária ou burguesa de matriz africana, no período posterior à abolição, mantendo a população negra sempre em condição subalterna. Mas as consequências do processo de miscigenação são sempre negativas? Fiquei com essa impressão após assistir ao vídeo. A despeito da ideia de democracia racial oriunda desse processo, que é de fato uma falácia, visto que não há democracia racial alguma, já que negros e indígenas continuam à parte dos centros de poder, a consequência da mistura entre os povos nativos, africanos, europeus, e posteriormente asiáticos para a nossa cultura, também tem aspectos sócio-culturais positivos. A exemplo da linguagem, música, comida, entre outros, que nos confere uma identidade única no mundo, ou seria esta uma visão romântica? Abraço!
Maravilhosa, professora! ( Augusto Eletricista )
Jaqueline, você é maravilhosa
Que mulher foda!!! Adorei conhecer, e que triste realidade! Precisamos aprender mais e discutir mais, pois esse é o caminho para se combater e diminuir o preconceito e a injustiça.
Como vc conseguiu se sobressair dos outros negro e conquistar um lugar na sociedade.estar em uma situacao diguina ..? Vc e exemplo de conquista para eles..
Parabéns! Você é ótima!!!!
Eu sou criança e sou negra e respeito minha raça
Verdade quanto mais eu leio, me deslumbra tanta informações, pois até a poucas horas, meus entendimentos a respeito era pobre do saber, falando a verdade pouco me interessava a este assunto, obrigada professora Jaqueline por abrir meus olhos, que até então eram cegos.
Excelente explanação!Precisamos estudar,refletir e falar mais sobre o assunto, parabéns!
Amei a didática da Jaqueline e o seu tom de fala!
Ótima explanação! Acredito que a discussão sobre escravidão realmente tenha uma divulgação pequena, no entanto, a problematização (para além do viés econômico) sobre o assunto no campo da História no que toca a seu impacto socio-cultural na sociedade brasileira no âmbito ecadêmico tem sido evidente. Cito aqui três historiadores que pensam esse impacto: Hebe Mattos, Sidney Chalhoub, Keila Grinberg. Fora as teses de mestrado e doutorado produzidas por novos pesquisadores.Vale a pena conferir. Compreendo que há um longo caminho ainda a ser percorrido.
Excelente fala demostrando que há de fato um tema não só silenciado mas estigmatizado nas frações de nossa sociedade. Uma pergunta que podemos fazer é, apesar da pedagoga ter notado a discrepância naquela sala à dois anos atrás será que tal panorama foi alterado ou a casa do saber se traduz somente ao saber dito por pessoas que se assemelham ao conteúdo europeizado?
Jaqueline perfeita a sua colocação. Precisamos abrir o debate!!
Que tudo! Amei o que ela fala.
Infelizmente, acho que nós Negros nunca seremos reparados. Temos que encontrar a nossa história garimpando informações.
Bom Dia Sra. Jaqueline Conceição e leitores desse excelente canal.
Gostaria de tecer alguns comentários sobre o vídeo, se eu ainda puder.
Em parte concordo com os fundamentos da sua fala, bem colocada e ajustada, porém...
Como pode ser negado o local de origem de onde você veio, se a própria escravidão não começa com os europeus, mas com os próprios africanos?
È uma cobrança por uma identidade negra que não tem como ser feita por pessoas de um outro país que receberam esses homens e mulheres negros e negras oriundos da escravidão.
A cobrança é direcionada para quem ? Quem poderia responder essa pergunta? Esse discurso só propõe uma divisão, entre negros e brancos, ricos e pobres, aumentando a tensão social e os extremismos.
Outra coisa, como pode inferir sobre economia, trazendo questionamentos sobre reforma tributária e reforma da previdência, sem ao menos, refletir sobre a necessidade da efetivação das mesmas?? toda história tem dois lados. Essa só tem um ?
Essas medidas citadas também não impactam na vida da mulher branca e do homem branco? E os indígenas e amarelos pobres?
As reformas não se efetivaram pela vontade de um Rei soberano. Foram discutidas e implementadas diante de necessidades encontradas dessa sociedade, pelos representantes que ela escolheu.
Sobre "Resistência".
Não acho que seja essa a palavra mais adequada, pois são óbvias as influências culturais da dos povos africanos no Brasil. O que se deve pensar é sobre a valorização dessa cultura e não apoiar projetos midiáticos que visam tão somente pautar seus direcionamentos na questão da "sexualizaçaõ" do corpo negro, que na memória de mídia, fica relegado uma mulher negra dançando pelada no carnaval. Onde estão vocês para tecer críticas pesadas a essa forma de abordagem do corpo negro? Nuca vi.
A palavra resistência mais uma vez só traz a ideia de "nós contra eles", e sabemos que independente do pensamento ideológico que temos, não é isso que determina os rumos das políticas públicas afirmativas, para a mitigação das desigualdades sociais.
Essa identidade étnica que você tanto questiona é transformada em um ideal a parte do que é real, é mais uma utopia do que considerar a realidade, pois desconsidera que a globalização produz uma tendência de unificação de culturas e ideologias, resultando num processo de apropriação cultural do outro, que não só a cultura negra está imersa, mas todas a culturas do mundo, em que se pese o quão são exaltadas / valorizadas em cada estado / país.
Infelizmente, para a minha tristeza, vários pensadores modernos, excepcionais em suas áreas de conhecimento, sujeitam-se aos discursos políticos partidários para aproveitar-se do lugar social de destaque, para se promover pessoalmente e abandonam ideologicamente os preceitos e posicionamentos que os fizeram ganhar notoriedade intelectual.
Excelente vídeo, mas o que mais me deixa na dúvida é a questão do pardo ou até mesmo do branco que tem a descendência também de povos africanos. Quase não é comentado sobre isso e o que se faz com essa galera de fato. Se alguém puder me explicar fico agradecido. E novamente excelente vídeo.
sou formado em historia e bacharel em direito, no meu trabalho de conclusão de curso tratei dos direitos dos negros do ordenamento jurídico brasileiro internacional
Sensacional, uma bela abordagem sobre um tema tão complexo. É triste ver que o preconceito começa aqui, nos comentários.
Incrível ter o tema debatido no canal... Por mais vídeos assim 👏👏
FABULOSA!
Excelente e esclarecedor e concordo plenamente com esse vídeo.
Que exposição maravilhosa! Parabéns!!!
Igualdade na educação,do fundamental ao superior , agora com relação a identidade temos uma miscigenação na cultura como exemplo o samba paulistano com percussão afro e sotaque Veneto ,Bela Vista querida.Mario de Andrade disse pra pegar o que é bom concordo com o mulato e tenho grande admiração pelos japoneses que reverenciam seus antepassados e não deixam de pensar no futuro é a relação mais interessante entre passado e futuro da humanidade.Vamos juntos conquistar direitos e ingressar no afro futurismo ligado a tudo e toda informação para nos igualar e incluir.
Achei absolutamente procedente sua fala!Grat!
Que síntese realista e importante.
Gostei que questionou a própria equipe do canal.
Parabéns a casa do saber, pois a questão do negro na sociedade brasileira precisa ser discutida de forma mais contundente. Quem é negro entende, perfeitamente, como é difícil ser negro em um país que há "democracia racial".
Que aula, sensacional!
Queria que essa mulher fosse minha mãe. ❤️
Realmente eu percebo bem pouco da parte da nossa história, dos nossos costumes, de influência afro. E acredito que seja por falta de terem mais espaço pra falar. É falta de identidade e representatividade a maioria da população ser negra e a maioria dos políticos serem brancos?
DeJean Gomes Acho natural
Enquanto a politica, isso não diz nada, democractia esta pra isso ...
além de serem brancos, não sabem representar!
A maioria da população é parda... sobre a identidade é preciso falar a respeito, buscar informações, chegar as fontes, pesquisar os lugares e costumes. Infelizmente isso foi negado, e tem realmente que ser reparado
Rodrigo Sartori Jarouche exato! mais de 50% da população brasileira é parda!
Perfeita!
Ótimos palavras e reflexões! Só não entendi a afirmação da quantidade de corpos negros encontrados na costa do Brasil (2milhões) serem do tamanho de SP. Alguém pode explicar?
perfeita análise
ameii cada pedaço
Excelente.
Que tema necessário.
Mais sobre o tema, por favor
Vídeo maravilhoso!
Nessa madrugada navegando vi uns posts que me fizeram ter interesse para intender de maneira mais plena se tenho razão ou não em dizer que deveria ter direitos iguais sobre cotas dentre outros por ser descendente de italianos. Mas mudei minha maneira de pensar, muita coisa que não sabia passei a saber. Desde a seita KKK dos EUA aos 4 cantos do mundo. Creio que devemos nos interessar mais sobre nossas relações e respeitar as diferenças para termos nossas próprias conclusões. E todos somos merecedores de respeito e justiça. Fazendo jus à nossa história.
😉
Tiago Bianchi excelente colocação, porém trabalho com recrutamento e seleção, alguns gestores deixam claro que não querem entrevistar negros (independente da formação), mas não se opõe a entrevistar italianos, japoneses, etc... Lamentável!
Renata Carvalho é uma vergonha que isso ocorra, além de estarem correndo risco de serem autuados como diz no código penal brasileiro.
Renata Carvalho sim, Renata. Por isso que pedem currículos com fotos!!
Bastante esclarecedor. Muito bom!!!
Parabéns pelo ótimo vídeo
Sempre quis saber, não através de estudos, mas em uma roda com meus ancestrais, de onde viemos antes de sermos "brasileiros", viagem no túnel do tempo.
Casa do Saber traz discurso muito interessante sobre resumo ao conceito das zonas de desenvolvimento dos desafios do preconceito e respeito ao negro. Ao mesmo tempo traz outros pontos de temas culturais do País, comparando com países de primeiro mundo o Brasil está distante com relação em se investir cultura em humanos. Desenvolver essa forma de linguagem por meio de interações e das trocas de experiências vividas. Não basta, portanto, avaliar desempenho desses indivíduos pessoal.
Adorei!!!!
Que aula 👏🏽
Verdade Cícero Nogueira, e isto podemos ver em todas áreas trabalhistas, são contado nós dedos os trabalhadores negros, e pior ainda, se for em cargos auto, é de cortar o coração quando temos conciencia que isto não existiria se desde do princípio fossemos educados com igualdades de racial.
Tem uma série de acertos no vídeo, há coisas relevantes a serem debatidas etc, no entanto, algumas coisas me chamaram a atenção pelo lado negativo: sobre
Miscigenação, parece-me estranho o ponto de vista que ela é feita por uma questão de limpeza racial, não faz o menor sentido unir-se alguém dessa forma com o desejo de limpar a sua raça. Sobre a reforma da previdência, do jeito que foi proposto é péssimo, ela tem problemas e é preciso rever. Sobre a reforma tributária , eu ainda vou entender esse fetiche de altas cargas tributárias, por burocracia, o Brasil precisa de reforma tributária, tanto para deixar a cobrança de impostos mais justa e mais simples. Concordo com 50% do vídeo
Vai ler um pouco sobre eugenia
Lá vem o branco dar opinião sem ninguém pedir.
@@Brocoteito eu iria falar sobre isso.
Conteúdo maravilhoso! Parabénss
Parabéns 👏👏 muito esclaredor!
Se 52% da população são negros ou afrodescendentes porque alguns políticos derrotados dizem que somos minoria??? Sou de descendência mameluca e luto por um lugar de respeito em nossa sociedade, assim no o excelentíssimo senhor Joaquim Barbosa.
A maioria são pardos. Depois os brancos, depois os negros.
Pardo não é sinônimo de Afrodescendente, Norte, Centro-oeste e alguns estados do Nordeste são mais indígenas do que africanos, mesmo no Sul houve influência mais nativa.
@@luescorpion2965 Exatamente ! Eu sou cabocla do sul da Bahia - Ilhéus, aonde possui a maior comunidade indígena do estado !
Deus a tenha em bom lugar minha princesa Isabel
Perfeito, parabéns!!!!
Quem veio através da escola
Meus parabéns...
Obrigado professora!!!
Excelente vídeo muito objetivo .👍😄
Assim como as ideologias se combatem com as ideologias com o racismo combate-se com pratica e alteração de uma conjuntura educacional sistemática...
Ótima abordagem
Perfeita!
Brilhante!
Gostei , obrigado !
Fala pertinente!
Essa questão do histórico é dolorosa, não temos referências, viemos do continente Africano, mas de onde exatamente? Não tenho essa referência.
Excelente explanaçao!!!!
Ótima abordagem de um assunto. Porque ninguém fala sobre as mortes de judeus!!? Eles foram perseguidos e mortos mas ninguém defende nem julgam os nazistas.
O cristianismo tem grande contribuição no processo de escravidão...
Obrigada
Excelente!