Goste-se ou não, é bom ver a RTP a apostar em formatos diferentes do habitual. O Pôr do Sol foi uma verdadeira lufada de ar fresco na TV portuguesa e esperemos que isto tenha expandido os horizontes dos diretores de conteúdo dos canais nacionais.
Essencialmente é isso. Já há muito tempo que não via uma série portuguesa a ser tão falada e tão citada por pessoas tão diferentes e com gostos tão díspares. Isso é excelente. E que venham mais que consigam fazer isso.
Adoro humor que me apanhe despercebido. Bem colocado no tempo perfeito com uma resolução inesperada. Adoro aquele humor natural que não tenta ser humor, simplesmente o é. Ontem vi um filme com estes dois momentos bem definidos, "Com A Casa Às Costas". Como exemplo, temos um pai que tenta fazer tudo para agradar a família, mas por mais que tente tudo dá para o torto. No meio duma grande confusão, o pai faz um telefonema e ao fim anuncia à família "boas notícias!" e nesse momento a filha pergunta com o ar mais neutro do mundo "sou adotada?". Foi uma piada incrivelmente bem colocada e inesperada, mas o melhor é que o filme não parou para nos rirmos, como muitos fazem; logo a seguir o pai responde "bem colocada... mas não..." e procede a dar a boa notícia. Agiu com naturalidade a uma deixa do guião inesperada no momento certo. Outro exemplo, foi uma cena de humor sem qualquer diálogo. Depois duma discussão, o pai conduz a caravana com a mulher a ouvir música com fones e a cantar (mal) alto. Os três estão visivelmente incomodados mas ninguém diz nada. O filho mais novo coloca os seus fones e começa a cantar rap (mal) alto. A filha mais velha coloca também os seus fones e começa a cantar rock (mal) alto. Mas o pai está a conduzir, sem fones, a engolir as suas raivas e a tentar focar-se na sua função ao mesmo tempo preso a ela. Isto é puro humor natural e inesperado e humor físico (e verdade seja dita, foram os dois melhores momentos deste filme). Isto tudo em resposta ao ensaio sobre humor com que nos presenteaste. Adoro humor, mas são poucos os que me conseguem fazer rir, porque na paródia já estou à espera que algo seja fora do normal, já estamos à espera da frase fora do sítio, do contexto deturpado. Se já é natural para mim, não me apanhou despercebido, então já não me faz rir, mas antes sorrir ou soltar uma expiração forte e curta pelo nariz. Mas já ouvi falar tanto desta "novédia" (fui eu que inventei, direitos sff), que qualquer dia espreito com mais atenção. O início não me prendeu mas agora mostraste a cena do senhor a cortar lenha dentro de casa e senti vontade de explorar o que tem para dar.
Verdade, concordo com o teu ponto de vista e esse é um dos maiores problemas das paródias (e dos filmes que se assumem como uma comédia, de um modo geral). Mas sou fã de um bom gag visual e de um humor surreal (com a tal postura impassível, que o Leslie Nielsen do Aeroplano! dominava na perfeição). Neste caso, esta série é uma metralhadora de piadas. Já sabes para o que vais e claro, nem tudo funciona. Mas fez-me rir e surpreendeu-me a naturalidade com que trabalhou o nonsense. Para além de tudo o resto que disse no vídeo, claro :) Não deves deixar escapar. E é pequenina também. 16 episódios de 30 minutos vêem-se que é uma maravilha.
Adorei a série, deu-me esperança para o futuro do humor em Portugal. Sugeriram "a casa das flores" para quem gostou desta, mas desconheço. Bom vídeo, como sempre 😎
Eu vejo semelhanças interessantes com os Simpsons. As piadas são ditas de forma muito séria, como se se tratasse de algo natural, não há laugh track, e o ritmo é bastante rápida, por vezes temos várias piadas por minuto sendo que algumas passam de forma despercebida.
Houveram episódios muito bons e há referências que vão ficar. Acrescento momentos hilariantes como a cena da banda Jesus Quisto a interpretar "Beavers in Loves" (quantos de nós já não brincamos com este tipo de inglês macarrónico?), os choros intensos da Gabriela Barros com a dose certa de intensidade, drama e humor (que actriz, não conhecia) bem como discussões pai/filho do Diogo Amaral e Manuel Cavaco e tantos outros. Enfim, uma grande lufada de ar fresco na produção nacional e a prova que talento não falta, basta arriscar e dar tempo para idealizar e conceber um produto. Mais uma vez parabéns pelo canal, não me canso de o recomendar a amigos!
Eu curti bues esta "novela" . Fico á espera da 2a temporada. Mas acho também que um dos pontos fortes disto além das piadas ( umas boas outras forçadas) é o elenco de luxo...e onão ser "normal" ver esses atores a fazer este tipo de serie
Um bom vídeo, mas tenho de discordar quanto à ideia que a série adota os elementos formais das novelas. Tirando nas transições de cena, o Pôr do Sol não se parece em nada como uma telenovela, e essa é aliás a maior crítica que tenho: uma dependência excessiva no humor do texto, no diálogo puro e duro, que em contrapartida não aproveita o potencial humorístico dos elementos formais e tão «fordistas» das novelas. E atenção, gostei imenso da série, e espero que haja uma segunda temporada. Acho é que podia ter sido ainda mais original e disruptiva, e nesse aspeto ficou um pouco aquém desse potencial. É um passo na direção certa, mas podia ter sido um salto.
Concordo em parte, sobretudo em relação aos elementos estéticos. Formalmente (estruturalmente no papel) são produtos semelhantes mas esteticamente são bastante diferentes. Pôr do Sol utiliza cenários reais e iluminação dinâmica. É uma fotografia bastante mais interessante do que a fotografia de estúdio usada pelas novelas. E claro, há coisas que não funcionam e concordo com o excesso de diálogos. Senti falta dos gags visuais das paródias que fui referindo ao longo do vídeo. Precisaria, provavelmente, de um orçamento um pouco maior. É uma boa paródia caseirinha que com o apoio certo tem muito por onde crescer.
Discordo completamente. O pôr do sol não está bem escrito e não é uma paródia inteligente. è mais que óbvio que os escritores simplesmente tentaram enfiar á força o máximo de piadas que conseguissem sem se questionarem se era melhor para a narrativa ou não. Uma boa comédia tem que ter algo mais para além das piadas, caso contrário é puramente superficial. Sem as piadas (quem 95% nem são grande coisa) esta série não tem nada. Não tem personagens nem enredo fortes. Só gozam com os clichês das novelas sem analisar o porquê de eles acontecerem. Os outros exemplos de paródia que descreveu são realmente bons: se as piadas fossem retiradas seriam ainda assim filmes sólidos e as piadas não se limitam a sem puramente graçolas umas atrás das outras; são piadas inteligentes e claramente os seus escritores pensaram muito no modo de como as implementar de forma a melhorar a história. Suspeito vivamente que esta série só é celebrada porque é fora do normal da televisão portuguesa: só para quem está mais habituado a ver novelas todos os dias esta novela é uma lufada de ar fresco. Para quem está mais habituado a ver outros tipos de media, de outros países ou na internet, esta série é banal e já foi feita de forma muito melhor há já muito tempo. Para quem gosta: ótimo. Desfrutem. Mas por favor não digam que está bem escrita, porque não está. O script parece um primeiro rascunho que quer fazer paródia de alguma coisa, mas não sabe bem a quê e portanto tenta fazer paródia de tudo, transformando a história numa grande salganhada confusa. Muito provavelmente daqui a uns meses ninguém mais fala dela, enquanto as paródias verdadeiramente boas ainda são lembradas após estes anos todos. Termino assim o meu testamento.
Goste-se ou não, é bom ver a RTP a apostar em formatos diferentes do habitual. O Pôr do Sol foi uma verdadeira lufada de ar fresco na TV portuguesa e esperemos que isto tenha expandido os horizontes dos diretores de conteúdo dos canais nacionais.
Essencialmente é isso. Já há muito tempo que não via uma série portuguesa a ser tão falada e tão citada por pessoas tão diferentes e com gostos tão díspares. Isso é excelente. E que venham mais que consigam fazer isso.
Espero que o Pôr do Sol, seja um exemplo a ser seguido por outros canais ou até serviço de streaming
É verdade. E lá acabei por falar do Pôr do Sol, como me tinhas perguntado no último vídeo. :)
@@CineblogPt Se calhar é hora da opto apostar em series de humor de melhor qualidade do que em preforma lesbica com a carolina torres
E obrigado por ouvir o meu pedido amigo
Fazia todo o sentido. :)
Adoro humor que me apanhe despercebido. Bem colocado no tempo perfeito com uma resolução inesperada. Adoro aquele humor natural que não tenta ser humor, simplesmente o é.
Ontem vi um filme com estes dois momentos bem definidos, "Com A Casa Às Costas". Como exemplo, temos um pai que tenta fazer tudo para agradar a família, mas por mais que tente tudo dá para o torto. No meio duma grande confusão, o pai faz um telefonema e ao fim anuncia à família "boas notícias!" e nesse momento a filha pergunta com o ar mais neutro do mundo "sou adotada?". Foi uma piada incrivelmente bem colocada e inesperada, mas o melhor é que o filme não parou para nos rirmos, como muitos fazem; logo a seguir o pai responde "bem colocada... mas não..." e procede a dar a boa notícia. Agiu com naturalidade a uma deixa do guião inesperada no momento certo. Outro exemplo, foi uma cena de humor sem qualquer diálogo. Depois duma discussão, o pai conduz a caravana com a mulher a ouvir música com fones e a cantar (mal) alto. Os três estão visivelmente incomodados mas ninguém diz nada. O filho mais novo coloca os seus fones e começa a cantar rap (mal) alto. A filha mais velha coloca também os seus fones e começa a cantar rock (mal) alto. Mas o pai está a conduzir, sem fones, a engolir as suas raivas e a tentar focar-se na sua função ao mesmo tempo preso a ela. Isto é puro humor natural e inesperado e humor físico (e verdade seja dita, foram os dois melhores momentos deste filme).
Isto tudo em resposta ao ensaio sobre humor com que nos presenteaste. Adoro humor, mas são poucos os que me conseguem fazer rir, porque na paródia já estou à espera que algo seja fora do normal, já estamos à espera da frase fora do sítio, do contexto deturpado. Se já é natural para mim, não me apanhou despercebido, então já não me faz rir, mas antes sorrir ou soltar uma expiração forte e curta pelo nariz. Mas já ouvi falar tanto desta "novédia" (fui eu que inventei, direitos sff), que qualquer dia espreito com mais atenção. O início não me prendeu mas agora mostraste a cena do senhor a cortar lenha dentro de casa e senti vontade de explorar o que tem para dar.
Verdade, concordo com o teu ponto de vista e esse é um dos maiores problemas das paródias (e dos filmes que se assumem como uma comédia, de um modo geral). Mas sou fã de um bom gag visual e de um humor surreal (com a tal postura impassível, que o Leslie Nielsen do Aeroplano! dominava na perfeição). Neste caso, esta série é uma metralhadora de piadas. Já sabes para o que vais e claro, nem tudo funciona. Mas fez-me rir e surpreendeu-me a naturalidade com que trabalhou o nonsense. Para além de tudo o resto que disse no vídeo, claro :) Não deves deixar escapar. E é pequenina também. 16 episódios de 30 minutos vêem-se que é uma maravilha.
Grande!!
Melhor canal Português
Muito obrigado, melhor comentador Português! ;)
@@CineblogPt hahahah fofo 🤯
Mais um excelente vídeo, parabéns!
Por do Sol passou-me ao lado mas já muita gente me falou nisso e agora este vídeo é o empurrão q faltava 😇
Olá Reinaldo! Muito obrigado, como sempre :) Um abraço.
Adorei a série, deu-me esperança para o futuro do humor em Portugal. Sugeriram "a casa das flores" para quem gostou desta, mas desconheço. Bom vídeo, como sempre 😎
Muito obrigado! Também não conhecia A Casa das Flores, mas numa pesquisa rápida vejo que está na Netflix. Pode ser que dê uma vista de olhos. :)
Eu vejo semelhanças interessantes com os Simpsons. As piadas são ditas de forma muito séria, como se se tratasse de algo natural, não há laugh track, e o ritmo é bastante rápida, por vezes temos várias piadas por minuto sendo que algumas passam de forma despercebida.
Verdade. A animação, sobretudo a animação mais "irreverente" (Simpsons, Family Guy, Bob's Burguer) é terreno fértil para esse tipo de dinâmica.
Houveram episódios muito bons e há referências que vão ficar. Acrescento momentos hilariantes como a cena da banda Jesus Quisto a interpretar "Beavers in Loves" (quantos de nós já não brincamos com este tipo de inglês macarrónico?), os choros intensos da Gabriela Barros com a dose certa de intensidade, drama e humor (que actriz, não conhecia) bem como discussões pai/filho do Diogo Amaral e Manuel Cavaco e tantos outros. Enfim, uma grande lufada de ar fresco na produção nacional e a prova que talento não falta, basta arriscar e dar tempo para idealizar e conceber um produto. Mais uma vez parabéns pelo canal, não me canso de o recomendar a amigos!
"O Nosso Senhor do Coisinho não julga, mas manda bocas"
Muito obrigado pelo apoio! É um boost de motivação para quem anda pelo TH-cam. :)
Eu que não gosto nada de novelas mas esta tive que ver todos os episódios, e só tenho pena que pra já não haja mais!
Para o ano, talvez. Pode ser que se torne num ritual de verão. :)
👏👏👏
Eu curti bues esta "novela" . Fico á espera da 2a temporada.
Mas acho também que um dos pontos fortes disto além das piadas ( umas boas outras forçadas) é o elenco de luxo...e onão ser "normal" ver esses atores a fazer este tipo de serie
Estou já a contar com isso no próximo agosto. Nem aceito outro desfecho. :)
concordo
Mas alguém aqui pensa que as telenovelas são a forma mais brejeira de fazer internamento e um desperdício do potencial dos nossos actores?
Um bom vídeo, mas tenho de discordar quanto à ideia que a série adota os elementos formais das novelas. Tirando nas transições de cena, o Pôr do Sol não se parece em nada como uma telenovela, e essa é aliás a maior crítica que tenho: uma dependência excessiva no humor do texto, no diálogo puro e duro, que em contrapartida não aproveita o potencial humorístico dos elementos formais e tão «fordistas» das novelas. E atenção, gostei imenso da série, e espero que haja uma segunda temporada. Acho é que podia ter sido ainda mais original e disruptiva, e nesse aspeto ficou um pouco aquém desse potencial. É um passo na direção certa, mas podia ter sido um salto.
Concordo em parte, sobretudo em relação aos elementos estéticos. Formalmente (estruturalmente no papel) são produtos semelhantes mas esteticamente são bastante diferentes. Pôr do Sol utiliza cenários reais e iluminação dinâmica. É uma fotografia bastante mais interessante do que a fotografia de estúdio usada pelas novelas. E claro, há coisas que não funcionam e concordo com o excesso de diálogos. Senti falta dos gags visuais das paródias que fui referindo ao longo do vídeo. Precisaria, provavelmente, de um orçamento um pouco maior. É uma boa paródia caseirinha que com o apoio certo tem muito por onde crescer.
Discordo completamente. O pôr do sol não está bem escrito e não é uma paródia inteligente. è mais que óbvio que os escritores simplesmente tentaram enfiar á força o máximo de piadas que conseguissem sem se questionarem se era melhor para a narrativa ou não. Uma boa comédia tem que ter algo mais para além das piadas, caso contrário é puramente superficial. Sem as piadas (quem 95% nem são grande coisa) esta série não tem nada. Não tem personagens nem enredo fortes. Só gozam com os clichês das novelas sem analisar o porquê de eles acontecerem. Os outros exemplos de paródia que descreveu são realmente bons: se as piadas fossem retiradas seriam ainda assim filmes sólidos e as piadas não se limitam a sem puramente graçolas umas atrás das outras; são piadas inteligentes e claramente os seus escritores pensaram muito no modo de como as implementar de forma a melhorar a história.
Suspeito vivamente que esta série só é celebrada porque é fora do normal da televisão portuguesa: só para quem está mais habituado a ver novelas todos os dias esta novela é uma lufada de ar fresco. Para quem está mais habituado a ver outros tipos de media, de outros países ou na internet, esta série é banal e já foi feita de forma muito melhor há já muito tempo.
Para quem gosta: ótimo. Desfrutem. Mas por favor não digam que está bem escrita, porque não está. O script parece um primeiro rascunho que quer fazer paródia de alguma coisa, mas não sabe bem a quê e portanto tenta fazer paródia de tudo, transformando a história numa grande salganhada confusa.
Muito provavelmente daqui a uns meses ninguém mais fala dela, enquanto as paródias verdadeiramente boas ainda são lembradas após estes anos todos.
Termino assim o meu testamento.
Testamento esse que é muito bem vindo. A discussão assim é mais estimulante.