Não bastasse a polêmica que "A Mulher Rei" por si só suscita ao omitir os fatos mais cruéis da vida no Daomé, eu criei outra, ao apontar que no território britânico propriamente dito a escravidão era ilegal (pelo menos desde o século 11 ou por aí, embora outras formas de servitude continuassem a existir). Deixei de frisar, e obviamente deveria ter frisado, que a Inglaterra lucrou de forma exorbitante tanto com o tráfico de pessoas escravizadas como com a mão-de-obra escravizada em seus territórios coloniais. O veto ao tráfico por navios de bandeira britânica e a implantação do bloqueio naval aos navios traficantes de todas as nacionalidades a partir de 1808, porém, foram um primeiro passo importante, ainda que nitidamente insuficiente -- o que se aplica também à abolição da escravidão nas colônias britânicas a partir de 1833. A decisão de 1807, implantada a partir de 1808, se deu, sim, por motivos econômicos, mas também em razão de um forte movimento abolicionista liderado pelo parlamentar William Wilberforce e que congregou vários setores da sociedade que viam na escravização o que ela é -- uma prática criminosa sob qualquer caracterização, e uma abominação ética, moral e humanitária. Menciono Wilberforce e os que se juntaram a ele porque acho importante lembrar que, no meio de tantas outras forças em jogo, algumas pessoas, ao menos, agem movidas pela consciência.
Belo comentário, Isabela! É sempre fundamental historicizar essas questões. Mas é importante lembrar que, desde que a Inglaterra começou a participar do tráfico atlântico de escravizados, passou a haver, sim, pessoas escravizadas em solo inglês (propriamente dito), sobretudo nas casas metropolitanas de proprietários de plantations no Caribe. A proibição definitiva em solo inglês só veio em 1772, antecedendo em pouco mais de 60 anos a proibição em todo o império britânico. Essa parte da história geralmente é negligenciada pelas narrativas oficiais.
A Inglaterra fez pressão para terminar o tráfico de escravos, não porque ela era "boazinha", mas sim porque ela já tinha passado pela revolução industrial e estava de olho em novos consumidores. Com a libertação dos escravos, estas pessoas se tornariam trabalhadores assalariados e consumidores das mercadorias industrializadas.
Na verdade, dentro da sociedade inglesa a escravidão não era mais bem vista. Esse argumento que vc falou, na minha opinião, é passar paninho pra Portugal... botar na mesma linha, quando na verdade, um foi protagonista do tráfico negreiro, cruzou o atlântico e fez a escravidão mais massiva, longeva e cruel da história. A diferença em relação a ESCRAVIDÃO entre os dois começa aí. É lógico que para Inglaterra seria ainda mais lucrativo se os escravos passassem a ter poder de consumo, mas também já lucrava muito com a escravidão além de ter indenizado os donos dos escravos ingleses...O que faz da abolição não ser meramente uma decisão econômica, foi muito discutido a natureza da escravidão até a sua abolição. Mas essa de : " ah, a inglaterra não é boazinha, esse troço de ABOLIÇÃO foi uma invenção somente para o benefício dos ingleses" . Eu fico me perguntando, que personagem histórico falaria algo parecido naquela época hein? Um inglês, um colono Português, um senhor de escravos ou um escravo?
Sim, até porque, com a substituição da mão de obra escrava por maquinário você começa a necessitar de trabalhadores capacitados em técnicas para operar essas máquinas, então não valia mais tanto a pena manter os escravos e esse sistema já estava para acabar mesmo. Além disso, como a Isabela disse no comentário, havia um movimento abolicionista forte, mas é importante parar de tentar forçar um protagonismo de brancos em tudo quanto é lugar. Houve sim uma participação importante de brancos nos movimentos abolicionistas, mas os principais organizadores desde os primórdios foram negros, e, obviamente, também eram eles que colocavam mais pressão.
@@jeremias8889 👍 esse seu pensamento é o que justifica reivindicações antirracistas no ensino de História. Vc literalmente meteu um "Negros?" ao falar de LUTA CONTRA ESCRAVIDÃO.... Esse é o ensino brasileiro
Eu assisti esse filme no sábado e fiquei EMBASBACADA. A produção de arte, toda construção da vila, tudo é lindo. As lutas minha nossa perfeitas. Eu realmente fiquei impressionada. Foi muito bom saber sobre essas mulheres incríveis que lutaram tão bravamente. Que se façam mais filmes assim pq eu amei demais! Obs: pq os filmes de Hollywood n contratam brasileiros pra fazer os papéis de brasileiros? Essa coisa nunca vou entender. Quando tem atores brasileiros em filmes botam pra interpretar hispânicos. Eu ein. Único ponto ruim pra mim.
@@emersonpaliuco4777 oh gênio, o sistema econômico era a escravidão, não dava pra vender Jequiti quando se vendia gente. A diferença dos negros para os brancos na escravidão foi a demonização e tentativa de Eugenia do povo escravizado pelo branco. Vai estudar e deixa de ser raso. Inclusive demonização e Eugenia que perdura até os dias atuais.
Isabela sempre servindo entreterimento e informação. Simplesmente sou apaixonado por suas críticas. Deixando claro que ainda vou assistir o filme! Mas uma coisa que eu suponho é que, conhecendo os outros trabalhos da Viola, talvez a opção de tratar o local com com certo "romantismo" em sua ambientação e trama seja exatamente uma escolha consciente realizada para de fato conseguir alcançar outros públicos (pessoas brancas), e instrumentalizar essas pessoas em um pedaço da história africana e despertar, não só interesse, mas também fagulhas de empatia. A ficção sempre se usou desse artifício ao retratar a Europa e os EUA, e, como ela (Viola), acredito que é necessário fazer essas concessões num universo temático ainda incipiente para que em momentos futuros possamos traçar panorâmas mais crus, sem no entanto continuar caindo no lugar comum de uma África pobre e estereotipada, como sempre foi retratada pelas vozes eurocêntricas. Talvez o que a Isabela queria fosse "vanguarda demais" para o grande público geral norteamericano majoritariamente branco.
A sede que eu tô nesse filme não é brincadeira, eu preciso ver ele semana passada. 😭 "Eu falei um pouco com a Viola Davis..." , diz a Kinga com a maior naturalidade 😂.
Ah, Isabela, que lindo! Como sempre, sua crítica-abordagem sobre os filmes são um personagem a parte. O seu ceticismo no final deste video foi muito encantador, além de sua elegância ao clássificar o filme como "convencional" e não um certo clichê. Adoro você!
Isabela, suas análises sobre os filmes são sempre ótimas mas dar a entender que a Inglaterra é isenta do período da escravidão, é negar os enormes benefícios que eles obtiveram ao participar ativamente no tráfico negreiro nos séculos 17 e 18, peça fundamental para alavancar a economia britânica devido aos enormes lucros que obtiveram com o tráfico de escravizados. Não dá!
A crítica está muito boa e pertinente, mas não entendi o ponto de ressaltar que a Inglaterra nunca teve escravidão, pode nunca ter tido no território da Gran Bretanha, mas ainda sim participou ativamente do tráfico de escravos e lucrou muito com isso: "'A economia escravocrata britânica era imensa e extremamente complexa. Embora não seja possível fornecer uma cifra exata de quanto dinheiro britânico esteve vinculado aos lucros da escravidão, é claro que a economia se beneficiou enormemente da exploração do trabalho escravo africano no Caribe', disse à DW Ryan Hanley, historiador da Universidade de Exeter." Ainda sobre britânicos e escravidão, cabe dizer que a Inglaterra mantinha regimes de produção análogos à escravidão em suas colônias até meados do século 20 e que o principal motivador da Inglaterra tornar criminosa otráfico de escravos não foi um imperativo moral, mas sim uma liderança no processo de produção industrial.
É bem curioso um filme que transpira representatividade por todos os póros não tenha achado um brasileiro (ou pelo menos português, talvez um latino, sei la, qlqr coisa) e precisaram escalar o sobrinho do Ralph Fiennes pro papel. Isso serve pra nos ensinar que imperialismo é sempre imperialismo, mesmo que travestido de progressismo social
@Bruno Caruso ué, a gente não era colônia espanhola? Foram até os espanhóis que mataram as girafas da Amazônia e trocaram a capital do Rio de Janeiro para Buenos Aires. Pode confiar, americano manja de história e geopolítica internacional.
A apropriação das agendas de representantividade respondem cada vez mais a um apelo comercial. Como disse a Isabela, o valor agregado pelo apelo emotivo dos temas tratados traz um polimento cool e faz descer produções que são mais do mesmo.
Amei o filme, sai chorando do cinema. No início achei um pouco chato, mas comecei a gostar depois da primeira batalha e o filme prendeu minha atenção ate o fim. No mundo racista que vivemos um filme desse nível é um grande marco no cinema .
Eu também senti o filme com uma vibe mais Marvel que orgânica / crua. É como se fosse um blockbuster com uma história mais rica e centrada. De qualquer forma, eu adorei!
Estive conversando com uns amigos que vieram da África, e estão indignados com a forma como foi retratado a história, alegam que desvirtuaram a realidade do que realmente foi esse período, alegando que nesse período esses que são retratados como heróis no filme eram os principais escravizadores e ditadores do período, e nesse período elas (eles, pois haviam também homens nessa unidade militar) eram os que negociavam os negros de aldeias rivais como escravos, e matavam os idosos e crianças, deixando apenas homens que estavam em condições de serem negociados como escravos, pelo menos esse foi o relato que ouvi e li a respeito, não estou inventando, isso está registrado pelos próprios historiadores africanos.
O filme é mentiroso. O Rei Guezô foi um dos maiores escravistas da África. Daomé vivia do trafico de escravos para a América. Podiam ter feito um roteiro que respeitasse a história real.
eu já sabia q era bem distante dos fatos mas eu acho q o ponto era trazer uma realidade alternativa a partir da nossa história. acho q o erro foi tentar trazer reinos reais ao invés de trazer um reino africano fictício e contando a mesma história
@@victorgalva23 no Trailer desde o começo fala: baseado em uma história real. Em um dos trailers. Da uma olhada na crítica do Dalenogare, ele fala sobre isso, que não tem nada a ver com a história!
Aos historiadores aqui, me confirmem porque eu fiquei confusa, na Inglaterra não teve escravidão mesmo? É uma pergunta real, porque eu conhecia outra história, por isso peço ajuda dos historiadores. - Agora, as pessoas que estão falando que a gente está enaltecendo um reino escravagista e não sei mais o que (obviamente que eu sou contra enaltecer esse sistema, ok?), mas, galera, vamos lá, a escravidão no Continente Africano era bem diferente da escravidão europeia, não era por cor, e tem um comentário aqui da Luiza Rios que explica melhor, desce ai que vocês acham. - E para a galera que tá falando que não sei o que, que revisionismo histórico não é legal, e que a história não condiz com a verdadeira, eu deixo um questionamento: a gente faz essas mesmas perguntas para os zilhões de filmes sobre as histórias de reis, rainhas e povos brancos? É bom a gente tomar cuidado de não ficar falando isso e sem querer reproduzir racismo, porque é um filme de protagonistas pretas, de força do povo preto, e a gente sabe que é muito fácil criticar pessoas negras. Então bora fazer uma análise do nosso olhar.
A Inglaterra que encabeçou o movimento anti escravagista do século 19. Tanto que gerou a expressão "pra inglês ver" porque o Brasil tinha relação com a Inglaterra e eles estavam promovendo o fim da escravidão. A Inglaterra, assim como Portugal, Espanha e etc viviam das colônias e dos e dos bens retirados delas, que tinham sim escravos.
O argumento de que os negros escravizam negros é estúpido. Porque isso acontece desde sempre mas o fenômeno da escravidão "moderna" ocorreu exclusivamente pela colonização e expansão marítima da Europa. Que comprou e tráfico milhões de pessoas para a América. Eles são responsáveis por isso, e por todos os malefícios que os descendentes dessas pessoas vivem até hoje.
Como vc perguntou, vou tentar responder: Na inglaterra própria desde a formação do Reino da Inglaterra unificado por Willian o conquistador(acho que em portugues é guilherme), não houve mais escravidão como uma instituição. No entanto, a inglaterra participou sim do comercio de escravos e possuia escravidão em suas colonias(como os EUA), isso só foi mudado posteriormente com o desenvolvimento da revolução industrial e a adoção da postura anti-escravagista( escravo não compra produto, vai contra a logica capitalista desenvolvida pela inglaterra ne epoca). Agora sobre a escravidão do Daomé/Dahomey esse argumento de que a escravidão africana era diferente, não é muito valido não, pois no final esses escravos que advinham de guerras, muitas vezes tinham origem em guerras causadas só para adquirir mais escravos, pois o comércio destes teria se tornado "essencial" para a riqueza das elites dos reinos africanos que participavam desse comércio, como é o caso do Daomé/Dahomey. Por fim, revisionismo histórico, no sentido de mudar a história para se adequar a uma narrativa especifica é sempre perigoso e problematico, não importa se é praticado por filmes retratando europeus, africanos, asiaticos ou etc... Ele deslegitima toda a função da história moderna e a transforma num produto onde o consumidor "escolhe" a realidade que lhe convem, dando origens a coisas como o "Brasil Paralelo", por isso ele sempre deve ser boicotado e criticado, seja em Brave Heart, 300 ou Mulher-Rei. Espero ter ajudado.
@@joaoferreira3007 muito obrigada por somar, João. Concordo sobre a questão do revisionismo, não quis dizer que ele não é perigosos ou problemático, porque é. Apenas coloquei a questão racial aqui, sabe? Pra gente pensar se a gente faz esses mesmo questionamentos quando não são produções estreladas e que contam histórias de pessoas negras, sabe?
@@milenageovana9769 eu entendo, e a verdade é que a maioria não o faz mesmo, muitos nem se importam com a ciencia da história até verem algo que vai contra seus gostos. Eu sempre fui chato com isso pois sempre gostei muito de história e hoje sou um historiador, minha denuncia ao revisionismo é feita para ele em todos os contextos.
O filme é mentiroso. O Rei Guezô foi um dos maiores escravistas da África. Daomé vivia do trafico de escravos para a América. Podiam ter feito um roteiro que respeitasse a história real.
Levantem os pés pq o pano tá passando! Chegamos ao ponto de tentar justificar o tão conhecido "baseado em fatos reais" em "ah, mas não é um documentário!
Revisionismo histórico é perigoso. De forma alguma devemos consumir acriticamente qualquer obra q o faz. Infelizmente, a grande maioria das pessoas toma como verdade toda ficção q assiste/lê.
eu já sabia q era bem distante dos fatos mas eu acho q o ponto era trazer uma realidade alternativa a partir da nossa história. acho q o erro foi tentar trazer reinos reais ao invés de trazer reinos africanos fictícios, porém contando a mesma história
Sinto que onde A Mulher Rei se distância da história é justamente onde nós gostaria de reescrever. Essa foi a minha sensação, ok houve a escravidão e foi assim que a gente acabou com ela. E existia algum lugar de dignidade para mulheres pretas nesse mundo.
O filme é mentiroso. O Rei Guezô foi um dos maiores escravistas da África. Daomé vivia do trafico de escravos para a América. Podiam ter feito um roteiro que respeitasse a história real.
@@victorgalva23 acabou por conta dos ingleses, não o pessoal do do Daome, tanto que os ingleses tiveram que fazer uma guerra para eles pararem de traficar escravos
Acho que a ideia principal foi romantizar, e como a Viola disse: mostra como essas meninas faziam tanto pelo reino e não eram valorizadas. Eu fui ver sabendo que era uma história ficcionada e não de fato real. Falar "fatos reais" vende mais, porém, poucos leem as letras miúdas rsrs. Coração Valente tb foi vendido como uma historia real. O que mais me interessa em filme como esse ( e qualquer outro do mesmo estilo ) é a cinematografia. Para saber a história real eu sento e leio um livro ou vejo um documentário. Aliás, coisa q muitos estão fazendo agora, dado o burburinho sobre esse filme.
Eu acredito que assim como Pantera Negra abriu as portas pra Mulher Rei, aqui dar continuidade e com certeza irá gerar novos trabalhos desse calibre com até uma certa ousadia que ficar no convencional. Eu adorei o filme
O filme é mentiroso. O Rei Guezô foi um dos maiores escravistas da África. Daomé vivia do trafico de escravos para a América. Podiam ter feito um roteiro que respeitasse a história real.
2:04 por intermediação do humanista William Wilbforce no Paramento Ingles. Essa História joga uma luz sobre o que ocorria na sociedade africana em relação ao mundo em transformação do extrativismo para a industrialização por parte das potências da época.
Achei a resenha certeira como sempre. Ao meu ver deram uma romantizada com essa questão do "spa" e com o drama envolvendo a menina, o enredo ficou com aquela cara de receita de novela sim mas é um bom filme sem dúvida .
Aquele discurso do rei no final em defesa do fim da escravidão achei lacrador, desconheço que tenha dito isso e só pararam a escravidão porque o reino acabou no colonialismo europeu. Li que o Daomé enviou até dois diplomatas para o Brasil. Seria interessante o Brasil explorar essa história, acredito que deve ter muitos detalhes interessantes desse vínculo histórico.
Francisco Félix de Souza recebeu o título de Xaxá, o "irmão" do rei de Daomé. Ainda existe o rei de Daomé, hoje, no Benin, como um título mais simbólico do que político. E ainda hoje os descendentes de Francisco Félix de Souza recebem o título de Xaxá.
Ai, Boscov, por isso você é a melhor! Eu acompanho outros críticos - e não coincidentemente são homens - e é incrível como a sensibilidade é diferente. Você tem a cautela, a objetividade e a narrativa de uma pessoa empática e muito experiente. Até agora, você pareceu ser a única a entender que o filme não é um documentário, mas sim, um filme baseado nas agojies e o simbolismos disso. Não é sobre detalhar o reino de Dahomey, mas sobre exaltar mulheres e a força da união feminina. E concordo com o seu final: apesar de cair nas amarras hollywodyanas, creio que era essa a forma de fazer funcionar e popularizar o filme. No fim das contas, acho que essa produção se propõe a atingir as massas, especialmente a comunidade negra. E conseguiu. Eu só imagino o quanto de meninas - de todas as cores e tamanhos - vão brilhar os olhos assistindo a esse filme! Obrigado pelo vídeo. Novamente, você se prova a maior crítica de cinema no Brasil (e, pra mim, no mundo hehe).
exatamente, pra mim era claramente ficcional e qm sabe o mínimo de história saberia de cara q n é. agora eu n sei se qm fez o filme vendeu como baseado em fatos, ai sim vira problema
Acho que, quanto ao quesito de deixar o próprio Reino de Daomé, tanto quanto as Agojies, algo fantasioso funcionou bem. A ideia não era tratar de um documentário, por si só, mas muito mais de trazer um pouco mais de representatividade negra e de demonstrar que sim: na nossa história também tivemos personagens e batalhas épicas. Quando se fazem produções retratando histórias e mitos europeus, por exemplo, sempre há esse forte identitarismo pelas sagas do velho continente. E foi justamente nessa tecla que a Mulher Rei buscou tratar, de trazer uma identificação para nós com as sagas do continente africano.
É indiscutível o trabalho das atrizes e a atuação. Muita coisa no filme não foi relatada de forma real, mas acredito que a mensagem ultrapassa as possíveis falhas. As mulheres que mudaram seus destinos, que lutaram contra a cultura opressiva imposta pelo homem, pela própria família. O que me deixou triste foi não ver a representatividade negra na plateia aqui na minha cidade. Inclusive o ingresso estava na promoção por R$10,00, o incentivo à cultura. A mensagem de que todos somos humanos, independente da cor da pele, do país e que sim a luta é constante e sempre, foi muito bem passada no filme.
muita gente comentando sem ter visto o filme: Daomé é mostrado como um povo que comercializava escravizados, inclusive o início do filme mostra justamente as guerreiras fazendo prisioneiros pra vender...
O filme é legal, mas embora não seja um documentário, ele usa ao máximo sua licença poética ao passar a errônea impressão de que elas são heroínas, quando na verdade dizimavam tribos de forma muito brutal na captura de escravos, e inclusive aceitavam bem a ideia de escravizar pessoas já que um dos benefícios de ser uma Agojie era poder ter seus próprios escravos, benefício esse que elas usufruíam. Outro ponto é que havia uma certa quantidade de homens entre elas nos combates, portanto não agiam sem auxílio masculino, inclusive tem fotos desses soldados junto das guerreiras.
Cara isso não é um documentário! Vc assiste à outras produções de Hollywood? Com brancos? Indo pra guerra, por exemplo? Reclama do mesmo jeito? Ou vc acha que são todos feitos com fidelidade histórica? E que só tem gente indo lutar pra tornar o “mundo melhor” e não simplesmente pq tem sede de sangue? Que não tem covardia, traição, xenofobia, estupro, suborno, etc. etc.? Que países não vão pra guerra pura e simplesmente por interesse político e econômico?
@@claudiadnz554 Se sua resposta for para o que eu escrevi, você parece estar distorcendo o que comuniquei. É obvio que filmes com "brancos" também não serão 100% corretos, porém se mudarem fatos históricos, é obvio que reclamarei também, só que normalmente não mudam, nos filmes sobre europeus em época de colonização, com exceção do(a) protagonista que é "diferentão e evoluído", o resto sempre são retratados como ambiciosos, tratam outras culturas de forma preconceituosa além é claro de escravizarem pessoas, isso não é mudado, então não tenho oq reclamar sobre eles nesse sentido. Já nesse filme aí da Mulher Rei, ele mudou praticamente toda a história para fazer as vilãs parecerem heroínas. É como se em um filme de vikings estes fossem retratados como pacifistas, um ou dois personagens querendo paz até passaria, mas mais que isso não dá.
Gente Não entendo o por quê da indignação das pessoas pois inverter a realidade a história é o que sempre fizeram...foi assim com zumbi dos palmeiras.....marigjela che Guevara.. entre tantos Viu assistir pois amooo vaiolat....ela é fera.
Inglaterra nunca teve escravos, mas donos de escravos teve muito né. Inclusive lembra em 2020 o pessoal derrubando estátuas de escravagistas em Bristol?
A sheila atim fez participação pequena, mas super importante, em doutor estranho no multiverso da loucura. Como Sara Wolfe, a que sacrificou para destruir o Darkhold pra impedir que a Wanda roube o poder da América.
REINO ESCRAVAGISTA onde USAVAM MULHERES PARA PROTEGE-LO, essa é real historia q o filme omite, legal de filme assim que ele querem colocar tudo foda e bonito e tal, mas sem fazer critica kkkkkk vamos mostrar só o bonitinho o cool da historia, que é mulher negra sendo guerreira kkkkkkkkkkkkkk janela de overton.
Bem, pude prever algumas coisas lá e cá e senti falta dum aprofundamento daquele contexto histórico para ficar um pouco menos romantizado, se assim posso dizer. Mas enfim, com certeza vale a pena ver e pensar sobre os fatos que o filme pincela ou descortina.
Comparando com a verdadeira história, eu achei que deram uma romantizada na história, é como você explicou, teria sido melhor se tivessem seguido a risca a verdadeira história.
É um filme extremamente necessário, mas contaminado com a estética de filmes de super heróis. Não fez jus à grandiosidade da história real. Em tela, tudo parecia menor, além do fato que faltou explorar mais a ameaça do antagonista. Filme importante que perdeu a chance de se tornar um marco do cinema e está condenado ao esquecimento.
@@victorgalva23 existe uma máxima que diz que o herói é tão grandioso quanto a ameaça do vilão. O vilão teve destaque quase nulo e as guerreiras já começaram o filme mostrando que eram as fodonas. A cidade parecia um pequeno vilarejo e as guerreiras pareciam ser umas 100, no máximo.
@@horizontehostil668 sim, nessa questão de poder e grandeza dos reinos, me pareceu bem simples. n sei se teve problema de orçamento. esperava maior grandiosidade, mas tirando a confusão histórica, gostei bastante do filme
Bravo. Parabéns pela honestidade intelectual. A meia hora final do filme é ridícula. Eu não sou especialista em História da África, mas não acreditei que o tráfico de escravos tivesse sido abolido naquele reino por volta de 1830
A estética de filme de super-herói é tão absurda que só fã da Marvel para ver. Ótimo para dar bilheteria, broxante para quem quer ver algo interessante.
Me perdoem se estou violando (sem trocadilho) este espaço com outra sugestão. Não possuo TV desde 2019 e, portanto, assisti no TH-cam a entrevista completa que a Viola Davis deu ao jornalista Pedro Bial. É bastante interessante e esclarecedora. Fica aqui a minha sugestão.
Já conhecia a história das guerreiras, e de como era mais um castigo do que uma honra servir. Se vc não fosse uma boa filha, seria mandada para lá. SE desde o inicio tivesse deixando claro esse fato, não teria tanto alarde.
infelizmente nao vou ver, nao curto a ideia de filme baseado em fatos reais aonde o que é mostrado nem chega perto da verdade, tipo assistir a serie de aneis do poder.Mas claro respeito seu trabalho como critica e normal ter opinioes diferentes sobre uma obra.
Assisti recentemente e vim vê a crítica da Isabela. A atuação do quarteto de atrizes realmente me chamou a atenção. A Viola dispensa comentários né.. enfim, eu achei um toque meio 'atualizado' demais na história do filme como um todo, oq se encaixa muito com as fórmulas de filmes protagonizados por mulheres hoje em dia (a qual não sou muito fã). Apesar disso, os conflitos e cenas de ação pra mim foi o ponto alto do filme. Eu realmente gostei, achei crível e com uma montagem muito boa. Tbm gostei dos aspectos culturais representados, do figurino às danças. Esses foram os melhores pontos do filme pra mim.
Uma ressalta este filme está sendo cancelado em países africanos, pelo fato do filme tratar essa tribo como heroínas, guerreiras que lutavam pela paz. Entretanto na África está tribo era conhecida por vender africanos para os ditos "brancos" daquela época, não existe relato heroico desta tribo de mulheres. Este filme tem uma capacidade muito forte de enganar quem assiste dando a falsa impressão histórica de que ali haviam mulheres justas. Quando o próprio povo africano repudia os atos das mesmas. Mas hoje em dia parece que virou moda disfarçar o mal com a roupa do bem... se valer dinheiro tá tudo certo kk. Lembrando que essa opinião é baseada em história LIVROS e críticas do povo africano...
A produção é LINDA o CENÁRIO é LINDO, mas a HISTÓRIA É FALSA. Quem discordar só ir estudar sobre as mesmas, e verão que não estou inventando argumentos.
@@mongelua1384 Vou ressaltar, a crítica é africana... Povos africanos... eu não nasci na África kk, mas se a história condiz com o descontentamento dos PRÓPRIOS africanos então, sim estão corretos. Ainda assim digo, vale apenas ir ver o filme pois está lindo, porém a HISTÓRIA É FALSA, e Mentirosa.
eu já sabia q era bem distante dos fatos mas eu acho q o ponto era trazer uma realidade alternativa a partir da nossa história. acho q o erro foi tentar trazer reinos reais ao invés de trazer reinos africanos fictícios, porém contando a mesma história
O Quão fiel à história este filme deve ser certamente é discutível. No entanto, acredito que haja uma certa hipocrisia por parte de "certos públicos" que afirmem que o filme é ruim simplesmente porque não é historicamente preciso. Pra começo de história, querer cobrar à essa altura a qualidade de um filme de ação histórico apenas pela sua fidelidade já é bastante insípido do meu ponto de vista, digo isso dada a quantidade de obras da mesma laia, só que protagonizadas por caucasianos, que como retratos históricos são até mais questionáveis do que The Woman King. E nem é preciso citar os filmes despirocados do Tarantino a lá Bastardos Inglórios e Era Uma Vez em Hollywood; pegue qualquer Coração Valente ou Gladiador da vida e você verá que esses são argumentos completamente supérfluos.
Meu amigo, os "history buffs" reclamam desses filmes até hoje - quiser um exemplo mais recente, pega o filme The King, que também tomou várias críticas por suas caneladas históricas. Eu mesmo, prefiro as obras do Cornwell, que são bem mais acuradas e fazem uso de licença poética com mais parcimônia. No mais, os filmes do Tarantino já estabelecem desde o inicio a expectativa de quê são mais _história alternativa_ do que _históricos_ - ninguém vai sair do cinema achando que Hitler foi morto em um cinema por soldados americanos, mas tenho medo de que saia gente achando que Dahomey tinha o "moral high ground" quando a realidade é bem mais complexa.
Vc, como sempre, muito criteriosa. Parabéns e obrigada! Tenho insistido c várias pessoas q é importante ter a clareza de q o filme n é um doc. , portanto n pode ser visto como tal. Acredito q o convencional (concordo c vc) tenha sido a opção p chegar ao grande público, afinal de contas , é difícil competir c um herói já consolidado da DC e/ou da Marvel. Sorri c o "spa", c o dente..., mas nada disso estragou minha experiência. Vale a pena! p.s.: a Inglaterra , apesar de n incentivar a escravidão na metrópole, lucrou imensamente c o tráfico e permitiu a escravidão nas colônias.
Em tempos de Lilian Schuartz fazendo uma crítica desmedida ao último filme de Beyoncé sobre o afrofuturismo, pesando a mão num racismo que a própria Lilia negava em si, passei a assitir receoso críticas de pessoas brancas a filmes sobre pessoas e cultura negras. Mas Isabela é muito respeitosa! Suas críticas são contundentes, e não tem um caráter impositivo, fechado. Ela inclusive coloca sua critica com o risco de cometer equívocos. E deixa a própria Viola explicar seus motivos foi muito digno. Obrigado!
@@marcelooliveirasoares3430 você não entendeu meu comentário. Leia de novo. Não foi sobre não comentar sobre produções de pessoas de outra cor, mas sobre não ser desrespeitoso sobre produções de pessoas de outras culturas.
Excelente análise, mas acredito que para atrair um público maior, a opção por um filme de linguagem convencional tenha sido uma excelente opção. Não exija demais, Isabela.
Eu sabia que eu não poderia ser a única que se incomodou com esse filme somente nos pontos "convencionais" que você nomeou, a revelação, o romance proibido.. tudo isso me fez ficar meio "ah já esperava" na história, mas fora isso é realmente maravilhoso... Quem sabe a gente esteja errada e era de fato necessário.
Apesar de toda a importância de se ter um filme com mulheres negras, africanas, protagonistas que se pautam pela força e coragem, existem inúmeros problemas de montagem e facilitações de roteiro e perdas de oportunidades pelas escolhas de direção feitas em não nos fazer mergulhar no caldeirão cultural daquele povo. Isso não invalida a importância do filme existir e sua capacidade de envolver afetivamente quem o assiste, mas me entristeceu saber que oportunidades foram perdidas por conta de escolhas técnicas não bem executadas.
" A Inglaterra, que nunca teve escravidão..." Alguém poderia me explicar essa parte? Porque eu entendi que ela afirmou que : Na Inglaterra NUNCA houve escravidão...
Não bastasse a polêmica que "A Mulher Rei" por si só suscita ao omitir os fatos mais cruéis da vida no Daomé, eu criei outra, ao apontar que no território britânico propriamente dito a escravidão era ilegal (pelo menos desde o século 11 ou por aí, embora outras formas de servitude continuassem a existir). Deixei de frisar, e obviamente deveria ter frisado, que a Inglaterra lucrou de forma exorbitante tanto com o tráfico de pessoas escravizadas como com a mão-de-obra escravizada em seus territórios coloniais. O veto ao tráfico por navios de bandeira britânica e a implantação do bloqueio naval aos navios traficantes de todas as nacionalidades a partir de 1808, porém, foram um primeiro passo importante, ainda que nitidamente insuficiente -- o que se aplica também à abolição da escravidão nas colônias britânicas a partir de 1833. A decisão de 1807, implantada a partir de 1808, se deu, sim, por motivos econômicos, mas também em razão de um forte movimento abolicionista liderado pelo parlamentar William Wilberforce e que congregou vários setores da sociedade que viam na escravização o que ela é -- uma prática criminosa sob qualquer caracterização, e uma abominação ética, moral e humanitária. Menciono Wilberforce e os que se juntaram a ele porque acho importante lembrar que, no meio de tantas outras forças em jogo, algumas pessoas, ao menos, agem movidas pela consciência.
Belo comentário, Isabela! É sempre fundamental historicizar essas questões. Mas é importante lembrar que, desde que a Inglaterra começou a participar do tráfico atlântico de escravizados, passou a haver, sim, pessoas escravizadas em solo inglês (propriamente dito), sobretudo nas casas metropolitanas de proprietários de plantations no Caribe. A proibição definitiva em solo inglês só veio em 1772, antecedendo em pouco mais de 60 anos a proibição em todo o império britânico. Essa parte da história geralmente é negligenciada pelas narrativas oficiais.
Continue nos prestigiando com seu trabalho primoroso ❤
Gostei desse seu comentário, contextualizando sua fala. Muito importante.
Infelizmente algumas pessoas tem predisposição para causar confusão, distorcendo o conteúdo.
Ótimo comentário.
Isabela, muito obrigada por deixa a Viola Davis explicar o por que dela fazer esse filme. Muito obrigada mesmo ❤
@@gioviecelli Toma um Rivotril
@@gioviecelli e quem é você mesmo pra dizer quando uma mulher preta está distorcendo e militando?
@@AlehGea kkkkk é cada textão
@@gioviecelli O filme é um sucesso. Vcs haters não cansam de passar vergonha
Acho muito legal o que você faz, você explica a história do filme mas sem dar muitos spoilers e isso me faz querer correr pro cinema pra assistir
mas ela deu varios spoilers. kkkkkkkk
??? Todo mundo faz isso vcs agem como se ela fosse a única 🤣🤣
@@leandrosousa3004 abafa kkkkkk
@@enzobuso5933 é a única que eu assisto kkkkk
Se chama SINOPSE, todo crítica faz isso...
Nossa eu tava vivendo pra vê essa crítica, Isabela mas que profissional, mas que competência, mas que CRITÉRIO!!
A Inglaterra fez pressão para terminar o tráfico de escravos, não porque ela era "boazinha", mas sim porque ela já tinha passado pela revolução industrial e estava de olho em novos consumidores. Com a libertação dos escravos, estas pessoas se tornariam trabalhadores assalariados e consumidores das mercadorias industrializadas.
Na verdade, dentro da sociedade inglesa a escravidão não era mais bem vista. Esse argumento que vc falou, na minha opinião, é passar paninho pra Portugal... botar na mesma linha, quando na verdade, um foi protagonista do tráfico negreiro, cruzou o atlântico e fez a escravidão mais massiva, longeva e cruel da história. A diferença em relação a ESCRAVIDÃO entre os dois começa aí. É lógico que para Inglaterra seria ainda mais lucrativo se os escravos passassem a ter poder de consumo, mas também já lucrava muito com a escravidão além de ter indenizado os donos dos escravos ingleses...O que faz da abolição não ser meramente uma decisão econômica, foi muito discutido a natureza da escravidão até a sua abolição. Mas essa de : " ah, a inglaterra não é boazinha, esse troço de ABOLIÇÃO foi uma invenção somente para o benefício dos ingleses" . Eu fico me perguntando, que personagem histórico falaria algo parecido naquela época hein? Um inglês, um colono Português, um senhor de escravos ou um escravo?
Sim, até porque, com a substituição da mão de obra escrava por maquinário você começa a necessitar de trabalhadores capacitados em técnicas para operar essas máquinas, então não valia mais tanto a pena manter os escravos e esse sistema já estava para acabar mesmo.
Além disso, como a Isabela disse no comentário, havia um movimento abolicionista forte, mas é importante parar de tentar forçar um protagonismo de brancos em tudo quanto é lugar. Houve sim uma participação importante de brancos nos movimentos abolicionistas, mas os principais organizadores desde os primórdios foram negros, e, obviamente, também eram eles que colocavam mais pressão.
Que tolice, ex-escravos não era potencial consumidores da industria
@@neferpitoudabahia4668 Negros? na Inglaterra mesmo não, essa ideia veio desde a revolução francesa
@@jeremias8889 👍 esse seu pensamento é o que justifica reivindicações antirracistas no ensino de História. Vc literalmente meteu um "Negros?" ao falar de LUTA CONTRA ESCRAVIDÃO.... Esse é o ensino brasileiro
Eu assisti esse filme no sábado e fiquei EMBASBACADA. A produção de arte, toda construção da vila, tudo é lindo. As lutas minha nossa perfeitas. Eu realmente fiquei impressionada. Foi muito bom saber sobre essas mulheres incríveis que lutaram tão bravamente. Que se façam mais filmes assim pq eu amei demais!
Obs: pq os filmes de Hollywood n contratam brasileiros pra fazer os papéis de brasileiros? Essa coisa nunca vou entender. Quando tem atores brasileiros em filmes botam pra interpretar hispânicos. Eu ein. Único ponto ruim pra mim.
Concordo com vc!
pq americano não sabe geografia, pra eles é tudo a mesma coisa 🤡
@@MsWinxmusa sim kkkk
Lutavam bravamente para escravizar os vizinhos e vender aos europeus. Realmente muito nobre.
@@emersonpaliuco4777 oh gênio, o sistema econômico era a escravidão, não dava pra vender Jequiti quando se vendia gente. A diferença dos negros para os brancos na escravidão foi a demonização e tentativa de Eugenia do povo escravizado pelo branco. Vai estudar e deixa de ser raso. Inclusive demonização e Eugenia que perdura até os dias atuais.
Isabela sempre servindo entreterimento e informação. Simplesmente sou apaixonado por suas críticas. Deixando claro que ainda vou assistir o filme! Mas uma coisa que eu suponho é que, conhecendo os outros trabalhos da Viola, talvez a opção de tratar o local com com certo "romantismo" em sua ambientação e trama seja exatamente uma escolha consciente realizada para de fato conseguir alcançar outros públicos (pessoas brancas), e instrumentalizar essas pessoas em um pedaço da história africana e despertar, não só interesse, mas também fagulhas de empatia. A ficção sempre se usou desse artifício ao retratar a Europa e os EUA, e, como ela (Viola), acredito que é necessário fazer essas concessões num universo temático ainda incipiente para que em momentos futuros possamos traçar panorâmas mais crus, sem no entanto continuar caindo no lugar comum de uma África pobre e estereotipada, como sempre foi retratada pelas vozes eurocêntricas. Talvez o que a Isabela queria fosse "vanguarda demais" para o grande público geral norteamericano majoritariamente branco.
Exatamente
Você foi cirúrgico neste comentário ❤
concordo em grau e número!
Concordo plenamente!
Concordo! E buscar as fontes de fato históricas e ver, definitivamente, o horror que ainda é alimentado hoje pelo colonialismo europeu.
A sede que eu tô nesse filme não é brincadeira, eu preciso ver ele semana passada. 😭
"Eu falei um pouco com a Viola Davis..." , diz a Kinga com a maior naturalidade 😂.
Acho que minha pressão iria cair no pé se visse a Viola Davis assim tão de pertinho!!!
Eu não consigo imaginar a honra que deve ter sido entrevistar Viola Davis, um grande prazer assistir!!
Verdade. Com certeza será um um trabalho que marcará a vida dela
Ah, Isabela, que lindo! Como sempre, sua crítica-abordagem sobre os filmes são um personagem a parte. O seu ceticismo no final deste video foi muito encantador, além de sua elegância ao clássificar o filme como "convencional" e não um certo clichê. Adoro você!
Isabela, suas análises sobre os filmes são sempre ótimas mas dar a entender que a Inglaterra é isenta do período da escravidão, é negar os enormes benefícios que eles obtiveram ao participar ativamente no tráfico negreiro nos séculos 17 e 18, peça fundamental para alavancar a economia britânica devido aos enormes lucros que obtiveram com o tráfico de escravizados. Não dá!
É sobre! Pode não ter havido escravidão na Inglaterra, mas, houve em várias de suas colônias.
Ela não deu a entender isso.
A crítica está muito boa e pertinente, mas não entendi o ponto de ressaltar que a Inglaterra nunca teve escravidão, pode nunca ter tido no território da Gran Bretanha, mas ainda sim participou ativamente do tráfico de escravos e lucrou muito com isso:
"'A economia escravocrata britânica era imensa e extremamente complexa. Embora não seja possível fornecer uma cifra exata de quanto dinheiro britânico esteve vinculado aos lucros da escravidão, é claro que a economia se beneficiou enormemente da exploração do trabalho escravo africano no Caribe', disse à DW Ryan Hanley, historiador da Universidade de Exeter."
Ainda sobre britânicos e escravidão, cabe dizer que a Inglaterra mantinha regimes de produção análogos à escravidão em suas colônias até meados do século 20 e que o principal motivador da Inglaterra tornar criminosa otráfico de escravos não foi um imperativo moral, mas sim uma liderança no processo de produção industrial.
Para alguém dizer que na Inglaterra nunca houve escravidão é porque está pessoa nunca leu a Constituição das Carolinas de John Locke.
É bem curioso um filme que transpira representatividade por todos os póros não tenha achado um brasileiro (ou pelo menos português, talvez um latino, sei la, qlqr coisa) e precisaram escalar o sobrinho do Ralph Fiennes pro papel. Isso serve pra nos ensinar que imperialismo é sempre imperialismo, mesmo que travestido de progressismo social
Inclusividade para "inglês ver"
@Bruno Caruso ué, a gente não era colônia espanhola? Foram até os espanhóis que mataram as girafas da Amazônia e trocaram a capital do Rio de Janeiro para Buenos Aires. Pode confiar, americano manja de história e geopolítica internacional.
Podia ter escalado o Rodrigo Santoro.
A apropriação das agendas de representantividade respondem cada vez mais a um apelo comercial. Como disse a Isabela, o valor agregado pelo apelo emotivo dos temas tratados traz um polimento cool e faz descer produções que são mais do mesmo.
@@Jose_P_dro mandou bem 👏
Amei o filme, sai chorando do cinema. No início achei um pouco chato, mas comecei a gostar depois da primeira batalha e o filme prendeu minha atenção ate o fim. No mundo racista que vivemos um filme desse nível é um grande marco no cinema .
"A Inglaterra nunca teve escravidão" Dentro de seu próprio território porque nas colônias...
Um filme que está distorcendo um acontecimento histórico e se autointitulando baseado em fatos reais. Vergonha!
o filme ta se intitulando como fato msm?
Ser baseado não quer dizer que seja documental, fidedigno. A Boscov já apontou as partes ficcionais. Descansa, militante da casa grande.
Isa, terminou de assistir "Dahmer"? Não tenho vontade nem de comentar sobre esse filme.
A Inglaterra nunca teve escravo no território dela!!! Que fique claro.
Eu também senti o filme com uma vibe mais Marvel que orgânica / crua. É como se fosse um blockbuster com uma história mais rica e centrada. De qualquer forma, eu adorei!
Estive conversando com uns amigos que vieram da África, e estão indignados com a forma como foi retratado a história, alegam que desvirtuaram a realidade do que realmente foi esse período, alegando que nesse período esses que são retratados como heróis no filme eram os principais escravizadores e ditadores do período, e nesse período elas (eles, pois haviam também homens nessa unidade militar) eram os que negociavam os negros de aldeias rivais como escravos, e matavam os idosos e crianças, deixando apenas homens que estavam em condições de serem negociados como escravos, pelo menos esse foi o relato que ouvi e li a respeito, não estou inventando, isso está registrado pelos próprios historiadores africanos.
O filme é mentiroso. O Rei Guezô foi um dos maiores escravistas da África. Daomé vivia do trafico de escravos para a América. Podiam ter feito um roteiro que respeitasse a história real.
eu já sabia q era bem distante dos fatos mas eu acho q o ponto era trazer uma realidade alternativa a partir da nossa história. acho q o erro foi tentar trazer reinos reais ao invés de trazer um reino africano fictício e contando a mesma história
O erro foi falar: baseado em fatos reais e depois modificar toda a história 😞
@@amandataiscopetti1042 mas foi baseado em fatos mesmo ou tao dizendo isso? desde qnd o filme começou eu ja tinha imaginado q era irreal
@@victorgalva23 no Trailer desde o começo fala: baseado em uma história real. Em um dos trailers. Da uma olhada na crítica do Dalenogare, ele fala sobre isso, que não tem nada a ver com a história!
Aos historiadores aqui, me confirmem porque eu fiquei confusa, na Inglaterra não teve escravidão mesmo? É uma pergunta real, porque eu conhecia outra história, por isso peço ajuda dos historiadores.
- Agora, as pessoas que estão falando que a gente está enaltecendo um reino escravagista e não sei mais o que (obviamente que eu sou contra enaltecer esse sistema, ok?), mas, galera, vamos lá, a escravidão no Continente Africano era bem diferente da escravidão europeia, não era por cor, e tem um comentário aqui da Luiza Rios que explica melhor, desce ai que vocês acham.
- E para a galera que tá falando que não sei o que, que revisionismo histórico não é legal, e que a história não condiz com a verdadeira, eu deixo um questionamento: a gente faz essas mesmas perguntas para os zilhões de filmes sobre as histórias de reis, rainhas e povos brancos? É bom a gente tomar cuidado de não ficar falando isso e sem querer reproduzir racismo, porque é um filme de protagonistas pretas, de força do povo preto, e a gente sabe que é muito fácil criticar pessoas negras. Então bora fazer uma análise do nosso olhar.
A Inglaterra que encabeçou o movimento anti escravagista do século 19. Tanto que gerou a expressão "pra inglês ver" porque o Brasil tinha relação com a Inglaterra e eles estavam promovendo o fim da escravidão. A Inglaterra, assim como Portugal, Espanha e etc viviam das colônias e dos e dos bens retirados delas, que tinham sim escravos.
O argumento de que os negros escravizam negros é estúpido. Porque isso acontece desde sempre mas o fenômeno da escravidão "moderna" ocorreu exclusivamente pela colonização e expansão marítima da Europa. Que comprou e tráfico milhões de pessoas para a América. Eles são responsáveis por isso, e por todos os malefícios que os descendentes dessas pessoas vivem até hoje.
Como vc perguntou, vou tentar responder: Na inglaterra própria desde a formação do Reino da Inglaterra unificado por Willian o conquistador(acho que em portugues é guilherme), não houve mais escravidão como uma instituição. No entanto, a inglaterra participou sim do comercio de escravos e possuia escravidão em suas colonias(como os EUA), isso só foi mudado posteriormente com o desenvolvimento da revolução industrial e a adoção da postura anti-escravagista( escravo não compra produto, vai contra a logica capitalista desenvolvida pela inglaterra ne epoca).
Agora sobre a escravidão do Daomé/Dahomey esse argumento de que a escravidão africana era diferente, não é muito valido não, pois no final esses escravos que advinham de guerras, muitas vezes tinham origem em guerras causadas só para adquirir mais escravos, pois o comércio destes teria se tornado "essencial" para a riqueza das elites dos reinos africanos que participavam desse comércio, como é o caso do Daomé/Dahomey.
Por fim, revisionismo histórico, no sentido de mudar a história para se adequar a uma narrativa especifica é sempre perigoso e problematico, não importa se é praticado por filmes retratando europeus, africanos, asiaticos ou etc... Ele deslegitima toda a função da história moderna e a transforma num produto onde o consumidor "escolhe" a realidade que lhe convem, dando origens a coisas como o "Brasil Paralelo", por isso ele sempre deve ser boicotado e criticado, seja em Brave Heart, 300 ou Mulher-Rei.
Espero ter ajudado.
@@joaoferreira3007 muito obrigada por somar, João. Concordo sobre a questão do revisionismo, não quis dizer que ele não é perigosos ou problemático, porque é. Apenas coloquei a questão racial aqui, sabe? Pra gente pensar se a gente faz esses mesmo questionamentos quando não são produções estreladas e que contam histórias de pessoas negras, sabe?
@@milenageovana9769 eu entendo, e a verdade é que a maioria não o faz mesmo, muitos nem se importam com a ciencia da história até verem algo que vai contra seus gostos. Eu sempre fui chato com isso pois sempre gostei muito de história e hoje sou um historiador, minha denuncia ao revisionismo é feita para ele em todos os contextos.
Parece que o empoderamento saiu pela culatra.
O filme é mentiroso. O Rei Guezô foi um dos maiores escravistas da África. Daomé vivia do trafico de escravos para a América. Podiam ter feito um roteiro que respeitasse a história real.
N entendi o q a Viola Davis quis dizer qndo diz q "eram garotas de pele preta indesejadas"?... Tinha garotas brancas por lá?
Excelente resenha, como sempre. Mal posso esperar pra ouvir a Isabela falar sobre Dahmer.
1:52 Nunca teve escravidão na Inglaterra, pq nos países que eles colonizaram, dominaram e fizeram genocídios (no plural) a escravidão foi lei
Sim, sim, por isso a única colônia britânica com número significativo de negros é os EUA.....
Mommy fala de "Dahmer". 🩸🩸🥩🥩
Ver a Viola Davis atuando é sempre a maravilha, mas esse filme me parece aqueles baseados(bem de longe) em fatos reais.
Eu adorei mulher rei, falaram tão mal do filme,mas foi sensacional.
Foi maravilhoso
Levantem os pés pq o pano tá passando! Chegamos ao ponto de tentar justificar o tão conhecido "baseado em fatos reais" em "ah, mas não é um documentário!
Adorei a caracterização e a simbologia do azeite de dendê, tão importante na nossa culinária e cultura
Revisionismo histórico é perigoso. De forma alguma devemos consumir acriticamente qualquer obra q o faz. Infelizmente, a grande maioria das pessoas toma como verdade toda ficção q assiste/lê.
Pois é. Isso é assustador. Assim com a histeria e idolatria de algumas pessoas nos comentários.
eu já sabia q era bem distante dos fatos mas eu acho q o ponto era trazer uma realidade alternativa a partir da nossa história. acho q o erro foi tentar trazer reinos reais ao invés de trazer reinos africanos fictícios, porém contando a mesma história
Isa, você já gravou a resenha de "Dahmer"?????
Sinto que onde A Mulher Rei se distância da história é justamente onde nós gostaria de reescrever. Essa foi a minha sensação, ok houve a escravidão e foi assim que a gente acabou com ela. E existia algum lugar de dignidade para mulheres pretas nesse mundo.
O filme é mentiroso. O Rei Guezô foi um dos maiores escravistas da África. Daomé vivia do trafico de escravos para a América. Podiam ter feito um roteiro que respeitasse a história real.
exato
@@cristinebertoncini9729 qm disse isso?? tirou de onde? ela disse q o filme retrata uma realidade em q a escravidão acabou
@@victorgalva23 acabou por conta dos ingleses, não o pessoal do do Daome, tanto que os ingleses tiveram que fazer uma guerra para eles pararem de traficar escravos
@@cristinebertoncini9729 isso é óbvio, q parte do distanciar da história n foi entendido?
Acho que a ideia principal foi romantizar, e como a Viola disse: mostra como essas meninas faziam tanto pelo reino e não eram valorizadas. Eu fui ver sabendo que era uma história ficcionada e não de fato real. Falar "fatos reais" vende mais, porém, poucos leem as letras miúdas rsrs. Coração Valente tb foi vendido como uma historia real. O que mais me interessa em filme como esse ( e qualquer outro do mesmo estilo ) é a cinematografia. Para saber a história real eu sento e leio um livro ou vejo um documentário. Aliás, coisa q muitos estão fazendo agora, dado o burburinho sobre esse filme.
Bravo!!!!
Então eu posso fazer uma história com os naz1s5a sendo os bonzinho
@@luzroxa6167 já devia ter feito, tá esperando o que?
"a Inglaterra nunca teve escravidão" meu pai.... 🤦
Eu acredito que assim como Pantera Negra abriu as portas pra Mulher Rei, aqui dar continuidade e com certeza irá gerar novos trabalhos desse calibre com até uma certa ousadia que ficar no convencional. Eu adorei o filme
O filme é mentiroso. O Rei Guezô foi um dos maiores escravistas da África. Daomé vivia do trafico de escravos para a América. Podiam ter feito um roteiro que respeitasse a história real.
Mas que Review espetacular! Teve olhos brilhando de emoção, teve Viola Davis, teve " brasileiro" teve crítica real. Mas que critério, hein?!
@@arthurreis263 Mas, é baseado!!!! Ser “baseado” não implica em ser “documental”. Cadê seu dicionário, amor?
Resenha de "Dahmer" iria parar a internet.
2:04 por intermediação do humanista William Wilbforce no Paramento Ingles. Essa História joga uma luz sobre o que ocorria na sociedade africana em relação ao mundo em transformação do extrativismo para a industrialização por parte das potências da época.
Atualmente é meu filme preferido, amei DEMAIS, amei tua avaliação sobre o ele, grande abraço querida
bosvy queremos review de game of thrones! aproveita o engajamento de hotd e faz um video dando sua opniao sobre queremos muito
Achei a resenha certeira como sempre. Ao meu ver deram uma romantizada com essa questão do "spa" e com o drama envolvendo a menina, o enredo ficou com aquela cara de receita de novela sim mas é um bom filme sem dúvida .
Nunca houve escravidão na Inglaterra ? acho que essa informação esta errada. Excelente revisão, ansioso para assistir ao filme.
Aquele discurso do rei no final em defesa do fim da escravidão achei lacrador, desconheço que tenha dito isso e só pararam a escravidão porque o reino acabou no colonialismo europeu.
Li que o Daomé enviou até dois diplomatas para o Brasil.
Seria interessante o Brasil explorar essa história, acredito que deve ter muitos detalhes interessantes desse vínculo histórico.
Francisco Félix de Souza recebeu o título de Xaxá, o "irmão" do rei de Daomé. Ainda existe o rei de Daomé, hoje, no Benin, como um título mais simbólico do que político. E ainda hoje os descendentes de Francisco Félix de Souza recebem o título de Xaxá.
Cadê "Dahmer"???????
Ai, Boscov, por isso você é a melhor! Eu acompanho outros críticos - e não coincidentemente são homens - e é incrível como a sensibilidade é diferente. Você tem a cautela, a objetividade e a narrativa de uma pessoa empática e muito experiente. Até agora, você pareceu ser a única a entender que o filme não é um documentário, mas sim, um filme baseado nas agojies e o simbolismos disso. Não é sobre detalhar o reino de Dahomey, mas sobre exaltar mulheres e a força da união feminina. E concordo com o seu final: apesar de cair nas amarras hollywodyanas, creio que era essa a forma de fazer funcionar e popularizar o filme. No fim das contas, acho que essa produção se propõe a atingir as massas, especialmente a comunidade negra. E conseguiu. Eu só imagino o quanto de meninas - de todas as cores e tamanhos - vão brilhar os olhos assistindo a esse filme! Obrigado pelo vídeo. Novamente, você se prova a maior crítica de cinema no Brasil (e, pra mim, no mundo hehe).
Conseguiu atingir msm as massas, conseguindo até promover uma # de boicote ao filme fora do nosso país!!!
exatamente, pra mim era claramente ficcional e qm sabe o mínimo de história saberia de cara q n é. agora eu n sei se qm fez o filme vendeu como baseado em fatos, ai sim vira problema
@@victorgalva23 Sim, se vendeu como baseado em fatos reais, por isso muita gente tá criticando.
@@victorgalva23 No trailer umas das primeiras coisas que aparece é em letras GARRAFAIS
BASEADO EM UMA PODEROSA HISTÓRIA REAL!!!
@@igorwerly6836 eu n tinha visto o trailer ate agr
Viola Davis disse que não ver o filme é não apoiar a causa, etc. Ela com certeza já ignora o preço do ingresso, se tornou mais uma rica de Hollywood.
Mas ingresso é caro aqui no Brasil, lá não é
Viajou pq ingresso de cinema nos EUA é bem mais acessível que no Brasil.
a nossa dificuldade de acesso à cultura é consequencia de que?
Acho que, quanto ao quesito de deixar o próprio Reino de Daomé, tanto quanto as Agojies, algo fantasioso funcionou bem. A ideia não era tratar de um documentário, por si só, mas muito mais de trazer um pouco mais de representatividade negra e de demonstrar que sim: na nossa história também tivemos personagens e batalhas épicas.
Quando se fazem produções retratando histórias e mitos europeus, por exemplo, sempre há esse forte identitarismo pelas sagas do velho continente. E foi justamente nessa tecla que a Mulher Rei buscou tratar, de trazer uma identificação para nós com as sagas do continente africano.
Desde How To Get Away with murder sempre fui apaixonado por essa mulher.
É indiscutível o trabalho das atrizes e a atuação. Muita coisa no filme não foi relatada de forma real, mas acredito que a mensagem ultrapassa as possíveis falhas. As mulheres que mudaram seus destinos, que lutaram contra a cultura opressiva imposta pelo homem, pela própria família. O que me deixou triste foi não ver a representatividade negra na plateia aqui na minha cidade. Inclusive o ingresso estava na promoção por R$10,00, o incentivo à cultura. A mensagem de que todos somos humanos, independente da cor da pele, do país e que sim a luta é constante e sempre, foi muito bem passada no filme.
muita gente comentando sem ter visto o filme: Daomé é mostrado como um povo que comercializava escravizados, inclusive o início do filme mostra justamente as guerreiras fazendo prisioneiros pra vender...
Concordo com vc sobre a adição do romance e do plot da viola com a principal. Se pra alguém serviu, que bom, mas pra mim foi broxante.
O filme é legal, mas embora não seja um documentário, ele usa ao máximo sua licença poética ao passar a errônea impressão de que elas são heroínas, quando na verdade dizimavam tribos de forma muito brutal na captura de escravos, e inclusive aceitavam bem a ideia de escravizar pessoas já que um dos benefícios de ser uma Agojie era poder ter seus próprios escravos, benefício esse que elas usufruíam. Outro ponto é que havia uma certa quantidade de homens entre elas nos combates, portanto não agiam sem auxílio masculino, inclusive tem fotos desses soldados junto das guerreiras.
Ou seja, uma verdadeira falsificação histórica vendida como um filme "empoderador".
Cara isso não é um documentário!
Vc assiste à outras produções de Hollywood? Com brancos? Indo pra guerra, por exemplo? Reclama do mesmo jeito? Ou vc acha que são todos feitos com fidelidade histórica? E que só tem gente indo lutar pra tornar o “mundo melhor” e não simplesmente pq tem sede de sangue? Que não tem covardia, traição, xenofobia, estupro, suborno, etc. etc.? Que países não vão pra guerra pura e simplesmente por interesse político e econômico?
@@claudiadnz554 Se sua resposta for para o que eu escrevi, você parece estar distorcendo o que comuniquei. É obvio que filmes com "brancos" também não serão 100% corretos, porém se mudarem fatos históricos, é obvio que reclamarei também, só que normalmente não mudam, nos filmes sobre europeus em época de colonização, com exceção do(a) protagonista que é "diferentão e evoluído", o resto sempre são retratados como ambiciosos, tratam outras culturas de forma preconceituosa além é claro de escravizarem pessoas, isso não é mudado, então não tenho oq reclamar sobre eles nesse sentido. Já nesse filme aí da Mulher Rei, ele mudou praticamente toda a história para fazer as vilãs parecerem heroínas. É como se em um filme de vikings estes fossem retratados como pacifistas, um ou dois personagens querendo paz até passaria, mas mais que isso não dá.
Gente
Não entendo o por quê da indignação das pessoas pois inverter a realidade a história é o que sempre fizeram...foi assim com zumbi dos palmeiras.....marigjela che Guevara.. entre tantos
Viu assistir pois amooo vaiolat....ela é fera.
Isabela faz um de #DontWorryDarling por favorrrrrrrr!
Inglaterra nunca teve escravos, mas donos de escravos teve muito né. Inclusive lembra em 2020 o pessoal derrubando estátuas de escravagistas em Bristol?
A sheila atim fez participação pequena, mas super importante, em doutor estranho no multiverso da loucura. Como Sara Wolfe, a que sacrificou para destruir o Darkhold pra impedir que a Wanda roube o poder da América.
Não me cativou. Apesar da incrível Viola, acredito que a Michelle Yeoh, conquistará uma coleção de estatuetas nas premiações.
Entende tudo e ainda é humilde dizendo no final que talvez a visão dela que esteja errada. Ícone!
REINO ESCRAVAGISTA onde USAVAM MULHERES PARA PROTEGE-LO, essa é real historia q o filme omite, legal de filme assim que ele querem colocar tudo foda e bonito e tal, mas sem fazer critica kkkkkk vamos mostrar só o bonitinho o cool da historia, que é mulher negra sendo guerreira kkkkkkkkkkkkkk janela de overton.
Bem, pude prever algumas coisas lá e cá e senti falta dum aprofundamento daquele contexto histórico para ficar um pouco menos romantizado, se assim posso dizer. Mas enfim, com certeza vale a pena ver e pensar sobre os fatos que o filme pincela ou descortina.
Isabela faça da crítica de blonde da Netflix por gentileza.
E "Dahmer"? Estou vivendo por essa resenha.
Comparando com a verdadeira história, eu achei que deram uma romantizada na história, é como você explicou, teria sido melhor se tivessem seguido a risca a verdadeira história.
Inglaterra nunca teve escravidão? Oi?!!!
É um filme extremamente necessário, mas contaminado com a estética de filmes de super heróis. Não fez jus à grandiosidade da história real. Em tela, tudo parecia menor, além do fato que faltou explorar mais a ameaça do antagonista. Filme importante que perdeu a chance de se tornar um marco do cinema e está condenado ao esquecimento.
concordo c a parte de parecer menor
@@victorgalva23 existe uma máxima que diz que o herói é tão grandioso quanto a ameaça do vilão. O vilão teve destaque quase nulo e as guerreiras já começaram o filme mostrando que eram as fodonas. A cidade parecia um pequeno vilarejo e as guerreiras pareciam ser umas 100, no máximo.
@@horizontehostil668 sim, nessa questão de poder e grandeza dos reinos, me pareceu bem simples. n sei se teve problema de orçamento. esperava maior grandiosidade, mas tirando a confusão histórica, gostei bastante do filme
Sim, gostei muito do filme, mas não pude deixar de notar que a produção visou bem mais a bilheteria que a oportunidade de fazer algo épico, memorável.
Bela, queria te pedir um favor... Você poderia fazer uma Review de Marte Um? É um ótimo filme brasileiro!
Eles não entendem que esse filme é o mesmo que fala que os nazitas não fizeram o genocídio...
Vale dizer que esse filme é sobre a importância de saber que pessoas negras também sabem construir narrativas, e com liberdade poética.
Bravo. Parabéns pela honestidade intelectual. A meia hora final do filme é ridícula. Eu não sou especialista em História da África, mas não acreditei que o tráfico de escravos tivesse sido abolido naquele reino por volta de 1830
A estética de filme de super-herói é tão absurda que só fã da Marvel para ver. Ótimo para dar bilheteria, broxante para quem quer ver algo interessante.
Me perdoem se estou violando (sem trocadilho) este espaço com outra sugestão. Não possuo TV desde 2019 e, portanto, assisti no TH-cam a entrevista completa que a Viola Davis deu ao jornalista Pedro Bial. É bastante interessante e esclarecedora. Fica aqui a minha sugestão.
Já conhecia a história das guerreiras, e de como era mais um castigo do que uma honra servir. Se vc não fosse uma boa filha, seria mandada para lá. SE desde o inicio tivesse deixando claro esse fato, não teria tanto alarde.
Imaginem um filme que mostre soldados nazistas como heróis. Pois é, não dá para inverter a realidade e ainda querer aplausos e passada de pano.
infelizmente nao vou ver, nao curto a ideia de filme baseado em fatos reais aonde o que é mostrado nem chega perto da verdade, tipo assistir a serie de aneis do poder.Mas claro respeito seu trabalho como critica e normal ter opinioes diferentes sobre uma obra.
Eu amei demais esse filme e concordo que tem muitos cliches. Mas mesmo assim foi um filme bem impactante pra mim. Por mais historias assim
Fala de “Dahmer”. Tenta assistir mais rápido Isa, acabei de ler seu post no Twitter. Nossa, estou ansiosa.
Assisti recentemente e vim vê a crítica da Isabela. A atuação do quarteto de atrizes realmente me chamou a atenção. A Viola dispensa comentários né.. enfim, eu achei um toque meio 'atualizado' demais na história do filme como um todo, oq se encaixa muito com as fórmulas de filmes protagonizados por mulheres hoje em dia (a qual não sou muito fã). Apesar disso, os conflitos e cenas de ação pra mim foi o ponto alto do filme. Eu realmente gostei, achei crível e com uma montagem muito boa. Tbm gostei dos aspectos culturais representados, do figurino às danças. Esses foram os melhores pontos do filme pra mim.
Uma ressalta este filme está sendo cancelado em países africanos, pelo fato do filme tratar essa tribo como heroínas, guerreiras que lutavam pela paz.
Entretanto na África está tribo era conhecida por vender africanos para os ditos "brancos" daquela época, não existe relato heroico desta tribo de mulheres.
Este filme tem uma capacidade muito forte de enganar quem assiste dando a falsa impressão histórica de que ali haviam mulheres justas.
Quando o próprio povo africano repudia os atos das mesmas.
Mas hoje em dia parece que virou moda disfarçar o mal com a roupa do bem... se valer dinheiro tá tudo certo kk.
Lembrando que essa opinião é baseada em história LIVROS e críticas do povo africano...
A produção é LINDA o CENÁRIO é LINDO, mas a HISTÓRIA É FALSA. Quem discordar só ir estudar sobre as mesmas, e verão que não estou inventando argumentos.
@@mongelua1384 Vou ressaltar, a crítica é africana... Povos africanos... eu não nasci na África kk, mas se a história condiz com o descontentamento dos PRÓPRIOS africanos então, sim estão corretos.
Ainda assim digo, vale apenas ir ver o filme pois está lindo, porém a HISTÓRIA É FALSA, e Mentirosa.
Sim ! A história é falsa e o boicote está em peso pelos próprios negros. Mas, vou assistir, estou curiosa kkk
eu já sabia q era bem distante dos fatos mas eu acho q o ponto era trazer uma realidade alternativa a partir da nossa história. acho q o erro foi tentar trazer reinos reais ao invés de trazer reinos africanos fictícios, porém contando a mesma história
@@victorgalva23 Siim ! Exato.
Filme de fantasia, já que não tem fidelidade histórica.
existiu um exercito so de mulheres em daome. alias toda africa negra existiam mulheres k chefiaram exercitos
oii as legendas do video pararam de funcionar em determinado momento
Esse filme é muito especial, principalmente para o meu povo negro, é uma energia que só a gente sente, n sei explicar
Viola Davis é maravilhosa. Assisti ao filme duas vezes no cinema e ainda to indignada de não ter sido indicado aos prêmios principais do Oscar :/
Se o cinema continuar nessa pegada o próximo filme vai ser: Hitler o salvador dos judeus...
Essa abordagem convencional que voce diz é importante pro filme nao parecer um documentario ou um filme qualquer da marvel tipo morbius.
Fiquei até com vontade de ver, mas depois de algumas declarações da Viola Davis eu desanimei...
Quais ? Conta! 😮
A voz da Viola é linda demais.
Isabela, analisa "Where the Crawdads Sing" (Um lugar bem longe daqui)!!
O Quão fiel à história este filme deve ser certamente é discutível. No entanto, acredito que haja uma certa hipocrisia por parte de "certos públicos" que afirmem que o filme é ruim simplesmente porque não é historicamente preciso. Pra começo de história, querer cobrar à essa altura a qualidade de um filme de ação histórico apenas pela sua fidelidade já é bastante insípido do meu ponto de vista, digo isso dada a quantidade de obras da mesma laia, só que protagonizadas por caucasianos, que como retratos históricos são até mais questionáveis do que The Woman King. E nem é preciso citar os filmes despirocados do Tarantino a lá Bastardos Inglórios e Era Uma Vez em Hollywood; pegue qualquer Coração Valente ou Gladiador da vida e você verá que esses são argumentos completamente supérfluos.
Meu amigo, os "history buffs" reclamam desses filmes até hoje - quiser um exemplo mais recente, pega o filme The King, que também tomou várias críticas por suas caneladas históricas. Eu mesmo, prefiro as obras do Cornwell, que são bem mais acuradas e fazem uso de licença poética com mais parcimônia. No mais, os filmes do Tarantino já estabelecem desde o inicio a expectativa de quê são mais _história alternativa_ do que _históricos_ - ninguém vai sair do cinema achando que Hitler foi morto em um cinema por soldados americanos, mas tenho medo de que saia gente achando que Dahomey tinha o "moral high ground" quando a realidade é bem mais complexa.
procura saber. o filme foi ou é boicotado nos EUA pelos negros por retratar assassinas vendedoras de escravo como heroinas
Concordo! Arrasou!!
Alguem avisa a Boskov que toda agua na região Subsaariana é aquecida
Eu entendi tudo errado? Como assim a Inglaterra nunca foi adepta de escravidão?
Faltou um Werner Herzog na direção. Me lembrei do Cobra Verde em alguns momentos.
Vc, como sempre, muito criteriosa. Parabéns e obrigada! Tenho insistido c várias pessoas q é importante ter a clareza de q o filme n é um doc. , portanto n pode ser visto como tal. Acredito q o convencional (concordo c vc) tenha sido a opção p chegar ao grande público, afinal de contas , é difícil competir c um herói já consolidado da DC e/ou da Marvel. Sorri c o "spa", c o dente..., mas nada disso estragou minha experiência. Vale a pena!
p.s.: a Inglaterra , apesar de n incentivar a escravidão na metrópole, lucrou imensamente c o tráfico e permitiu a escravidão nas colônias.
Estava procurando um comentário sobre a escravidão na Inglaterra pq achei que eu estava louca
Isa, quando teremos "Dahmer"?
Em tempos de Lilian Schuartz fazendo uma crítica desmedida ao último filme de Beyoncé sobre o afrofuturismo, pesando a mão num racismo que a própria Lilia negava em si, passei a assitir receoso críticas de pessoas brancas a filmes sobre pessoas e cultura negras. Mas Isabela é muito respeitosa! Suas críticas são contundentes, e não tem um caráter impositivo, fechado. Ela inclusive coloca sua critica com o risco de cometer equívocos. E deixa a própria Viola explicar seus motivos foi muito digno. Obrigado!
Concordo em gênero número e grau!
Por esse prisma ridículo negros não podem criticar brancos e produções de brancos.
@@emourars Por ser um cretino.
@@marcelooliveirasoares3430 você não entendeu meu comentário. Leia de novo. Não foi sobre não comentar sobre produções de pessoas de outra cor, mas sobre não ser desrespeitoso sobre produções de pessoas de outras culturas.
Excelente análise, mas acredito que para atrair um público maior, a opção por um filme de linguagem convencional tenha sido uma excelente opção. Não exija demais, Isabela.
Eu sabia que eu não poderia ser a única que se incomodou com esse filme somente nos pontos "convencionais" que você nomeou, a revelação, o romance proibido.. tudo isso me fez ficar meio "ah já esperava" na história, mas fora isso é realmente maravilhoso... Quem sabe a gente esteja errada e era de fato necessário.
Apesar de toda a importância de se ter um filme com mulheres negras, africanas, protagonistas que se pautam pela força e coragem, existem inúmeros problemas de montagem e facilitações de roteiro e perdas de oportunidades pelas escolhas de direção feitas em não nos fazer mergulhar no caldeirão cultural daquele povo. Isso não invalida a importância do filme existir e sua capacidade de envolver afetivamente quem o assiste, mas me entristeceu saber que oportunidades foram perdidas por conta de escolhas técnicas não bem executadas.
" A Inglaterra, que nunca teve escravidão..."
Alguém poderia me explicar essa parte? Porque eu entendi que ela afirmou que :
Na Inglaterra NUNCA houve escravidão...