TÃĢo angustiante quanto se reconhecer neste poema ÃĐ se dar conta que nÃĢo tem ninguÃĐm com quem eu possa compartilhar, tanto o poema, quanto o sentimento.
Imagino o que se passou na mente de Fernando Pessoa ao produzir essa obra genuÃna, a subjetividade filosÃģfica potencializa os sentidos metafÃsicos, amplificando sua perspectiva e genialidade ao indefinido.
NÃĢo importa as diversas maneiras em que esse texto for editado ou compreendido no youtube, toda vez que eu ouvir esse poema, estarei aqui para dar LIKE. ParabÃĐns pelo som e imagens apocalÃpticas.
Insistentemente, tortuosamente profundo, ÃĐ frio, ÃĐ triste e ÃĐ, tambÃĐm, esplÊndido. Acho que nÃĢo hÃĄ nem mais palavras pra acrescentar... Obra-prima!
14 pessoas COM CERTEZA nÃĢo entenderam. Lindo demais! Poema inacreditÃĄvel de Fernando Pessoa numa interpretaçÃĢo impecÃĄvel e imortal de Abujamra. Nosso querido e falecido Abu.
NÃĢo sou nada. Nunca serei nada. NÃĢo posso querer ser nada. à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhÃĩes do mundo que ninguÃĐm sabe quem ÃĐ (E se soubessem quem ÃĐ, o que saberiam?), Dais para o mistÃĐrio de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessÃvel a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistÃĐrio das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lÚcido, como se estivesse para morrer, E nÃĢo tivesse mais irmandade com as coisas SenÃĢo uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo à Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensaçÃĢo de que tudo ÃĐ sonho, como coisa real por dentro. Falhei em tudo. Como nÃĢo fiz propÃģsito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa. Fui atÃĐ ao campo com grandes propÃģsitos. Mas lÃĄ encontrei sÃģ ervas e ÃĄrvores, E quando havia gente era igual à outra. Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar? Que sei eu do que serei, eu que nÃĢo sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E hÃĄ tantos que pensam ser a mesma coisa que nÃĢo pode haver tantos! GÊnio? Neste momento Cem mil cÃĐrebros se concebem em sonho gÊnios como eu, E a histÃģria nÃĢo marcarÃĄ, quem sabe?, nem um, Nem haverÃĄ senÃĢo estrume de tantas conquistas futuras. NÃĢo, nÃĢo creio em mim. Em todos os manicÃīmios hÃĄ doidos malucos com tantas certezas! Eu, que nÃĢo tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? NÃĢo, nem em mim... Em quantas mansardas e nÃĢo-mansardas do mundo NÃĢo estÃĢo nesta hora gÊnios-para-si-mesmos sonhando? Quantas aspiraçÃĩes altas e nobres e lÚcidas - Sim, verdadeiramente altas e nobres e lÚcidas -, E quem sabe se realizÃĄveis, Nunca verÃĢo a luz do sol real nem acharÃĢo ouvidos de gente? O mundo ÃĐ para quem nasce para o conquistar E nÃĢo para quem sonha que pode conquistÃĄ-lo, ainda que tenha razÃĢo. Tenho sonhado mais que o que NapoleÃĢo fez. Tenho apertado ao peito hipotÃĐtico mais humanidades do que Cristo, Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que nÃĢo more nela; Serei sempre o que nÃĢo nasceu para isso; Serei sempre sÃģ o que tinha qualidades; Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pÃĐ de uma parede sem porta, E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. Crer em mim? NÃĢo, nem em nada. Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo, E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou nÃĢo venha. Escravos cardÃacos das estrelas, Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama; Mas acordamos e ele ÃĐ opaco, Levantamo-nos e ele ÃĐ alheio, SaÃmos de casa e ele ÃĐ a terra inteira, Mais o sistema solar e a Via LÃĄctea e o Indefinido. (Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que nÃĢo hÃĄ mais metafÃsica no mundo senÃĢo chocolates. Olha que as religiÃĩes todas nÃĢo ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que ÃĐ de folha de estanho, Deito tudo para o chÃĢo, como tenho deitado a vida.) Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei A caligrafia rÃĄpida destes versos, PÃģrtico partido para o ImpossÃvel. Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lÃĄgrimas, Nobre ao menos no gesto largo com que atiro A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas, E fico em casa sem camisa. (Tu que consolas, que nÃĢo existes e por isso consolas, Ou deusa grega, concebida como estÃĄtua que fosse viva, Ou patrÃcia romana, impossivelmente nobre e nefasta, Ou princesa de trovadores, gentilÃssima e colorida, Ou marquesa do sÃĐculo dezoito, decotada e longÃnqua, Ou cocote cÃĐlebre do tempo dos nossos pais, Ou nÃĢo sei quÊ moderno - nÃĢo concebo bem o quÊ - Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! Meu coraçÃĢo ÃĐ um balde despejado. Como os que invocam espÃritos invocam espÃritos invoco A mim mesmo e nÃĢo encontro nada. Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, Vejo os cÃĢes que tambÃĐm existem, E tudo isto me pesa como uma condenaçÃĢo ao degredo, E tudo isto ÃĐ estrangeiro, como tudo.) Vivi, estudei, amei e atÃĐ cri, E hoje nÃĢo hÃĄ mendigo que eu nÃĢo inveje sÃģ por nÃĢo ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque ÃĐ possÃvel fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo E que ÃĐ rabo para aquÃĐm do lagarto remexidamente Fiz de mim o que nÃĢo soube E o que podia fazer de mim nÃĢo o fiz. O dominÃģ que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem nÃĢo era e nÃĢo desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a mÃĄscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, JÃĄ tinha envelhecido. Estava bÊbado, jÃĄ nÃĢo sabia vestir o dominÃģ que nÃĢo tinha tirado. Deitei fora a mÃĄscara e dormi no vestiÃĄrio Como um cÃĢo tolerado pela gerÊncia Por ser inofensivo E vou escrever esta histÃģria para provar que sou sublime. EssÊncia musical dos meus versos inÚteis, Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse, E nÃĢo ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, Calcando aos pÃĐs a consciÊncia de estar existindo, Como um tapete em que um bÊbado tropeça Ou um capacho que os ciganos roubaram e nÃĢo valia nada. Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada E com o desconforto da alma mal-entendendo. Ele morrerÃĄ e eu morrerei. Ele deixarÃĄ a tabuleta, eu deixarei os versos. A certa altura morrerÃĄ a tabuleta tambÃĐm, os versos tambÃĐm. Depois de certa altura morrerÃĄ a rua onde esteve a tabuleta, E a lÃngua em que foram escritos os versos. MorrerÃĄ depois o planeta girante em que tudo isto se deu. Em outros satÃĐlites de outros sistemas qualquer coisa como gente ContinuarÃĄ fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tÃĢo inÚtil como a outra, Sempre o impossÃvel tÃĢo estÚpido como o real, Sempre o mistÃĐrio do fundo tÃĢo certo como o sono de mistÃĐrio da superfÃcie, Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?) E a realidade plausÃvel cai de repente em cima de mim. Semiergo-me enÃĐrgico, convencido, humano, E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrÃĄrio. Acendo um cigarro ao pensar em escrevÊ-los E saboreio no cigarro a libertaçÃĢo de todos os pensamentos. Sigo o fumo como uma rota prÃģpria, E gozo, num momento sensitivo e competente, A libertaçÃĢo de todas as especulaçÃĩes E a consciÊncia de que a metafÃsica ÃĐ uma consequÊncia de estar mal disposto. Depois deito-me para trÃĄs na cadeira E continuo fumando. Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando. (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira Talvez fosse feliz.) Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela. O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). Ah, conheço-o; ÃĐ o Esteves sem metafÃsica. (O Dono da Tabacaria chegou à porta.) Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus Ãģ Esteves!, e o universo Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu
Uma das partes que mais me toca ÃĐ esse trecho: "Fui atÃĐ ao campo com grandes propÃģsitos. Mas lÃĄ encontrei sÃģ ervas e ÃĄrvores, E quando havia gente era igual à outra. " Isso ÃĐ de partir o coraçÃĢo. Realmente vivemos em uma sociedade de poetas mortos.
MagnÃficos, Pessoa e Abu!!! Que maravilha, o LIVRO DO DESASSOSSEGO ÃĐ um dos meus de cabeceira. Os poemas de Pessoa sÃĢo como uma sessÃĢo de terapia, nos pÃĩe a repensar, repensar, repensar...
a existÊncia e sua poesia!!! Fenomenal, ao ouvir sinto que ÃĐ um poema que nÃĢo foi feito para ser apenas compreendido e interpretado, mas sentido, experimentado!!!
Sempre que começo a ouvir declamaçÃĩes durante o perÃodo do trabalho, eu assisto a declamaçÃĢo de Tabacaria com Abujamra ai, ouço outros, ai volto a Tabacaria e outro e Tabacaria e assim segue sucessivamente... Ele deu tanta vida a Tabacaria, do Ãlvaro que eu me sinto no dilema de estar defronte a Tabacaria. Acredito eu, ter visto a todos vÃdeos postados dessa declamaçÃĢo. Obrigado Saudoso Abujamra por ter declamado-o por completo antes que nos deixasse.
Houve um jornalista cultural de um jornal francÊs (Libaration) que nÃĢo teve problema em afirmar que foi o texto mais bem escrito que jÃĄ havia lido!!!
Acho que pela primeira vez na vida senti orgulho de ser brasileiro. SÃģ tendo nascido nessa desgraça de paÃs, para ter o entendimento necessÃĄrio do portuguÊs brasileiro, para poder contemplar essa obra de arte em toda sua plenitude. E que interpretaçÃĢo primorosa do Abujamra.
"NÃĢo sou nada...nunca serei nada...e tantos sonhos...! Falhei em tudo! ". Grande Fernando Pessoa, conhecedor da alma humana. Grande Abujamra. Todo meu respeito! Consagro a mim o meu desprezo...invoco a mim e nÃĢo vejo nada. Tudo q tenho ÃĐ CANSAÃO ! Outro poema maravilhoso! Bravo!!!! Fernando Pessoa, para sempre! Obrigada !
Fernando Pessoa declamado assim ÃĐ impossÃvel deixar de ouvir atÃĐ o fim. Eu me sinto humilde para tecer qualquer comentÃĄrio: apenas aprecio a genialidade.
Rafael P. Maia chegara um ponto em q ela desaparecerÃĄ junto com a rua, a tabacaria e o mundo onde isso ocorreu. Eu morrerei vc morrerÃĄ... "Ah fÚtil sombra chamada gente. Tu nÃĢo fazes falta nenhuma" (essa ÃĐ de outro poema excepcional do Pessoa q da uma surra em vc mesmo...)
"Escravos cardÃacos das estrelas, Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama, Mas acordamos ele ÃĐ opaco, Levantamo-nos e ele ÃĐ alheio, SaÃmos de casa e ele ÃĐ a terra inteira, Mais o sistema solar e a via lÃĄctea e o indefinido..." Simplesmente magnÃfico!!!
Essa poema ÃĐ a Única coisa que me acalma. Sempre que eu tenho crises de ansiedade, ou que me sinto mal, eu volto pra esse poema; a interpretaçÃĢo de Abujamra dessa obra prima ÃĐ a Única coisa que sempre me toca de jeitos diferentes e em partes diferentes do poema, sempre por mim quem estÃĄ lÃĄ nÃĢo ÃĐ minha mÃĢe, meus amigos, ou o resto da famÃlia, mas sim, Fernando Pessoa
"serei sempre sÃģ o que tinha qualidades, que esperou que abrissem a porta ao pÃĐ de uma parede sem portas" trÃĄgico... mais reflete tantas realidades...
sempre fui de ver o outro link desse vÃdeo, sem mÚsica de fundo. Mesmo amando mÚsica mais que tudo na vida, me peguei surpreso pela diferença enorme que fez na sensaçÃĢo transmitida, o fato de ter mÚsica de fundo.
(...) " Conheceram-me logo por quem nÃĢo era e nÃĢo desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a mÃĄscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, JÃĄ tinha envelhecido." (...)
Toda vez que nÃĢo estou muito bem, eu ouço esse poema, e todas as vezes ÃĐ como se a minha vida toda passa-se por mim e de fundo Abujamrra declamando de forma magistral.
Este ÃĐ um dos mais belos poemas que jÃĄ li. Fernando Pessoa, talvez o maior poeta da nossa era, tÃĢo eloquentemente recitado por Abujamra! Bravo! " Tenho em mim todos os sonhos do mundo"
Resposta à Tabacaria Olho pela janela e vejo o mesmo cenÃĄrio, Mas hoje a luz parece ter outro sabor. Se antes me perdia em sonhos e imaginÃĄrio, Agora abraço o simples, encontro-me no amor. A tabacaria ainda estÃĄ lÃĄ, intacta, Com sua porta aberta para a rua movimentada. Mas jÃĄ nÃĢo me perco na angÚstia que me ataca, Aceito a vida como ÃĐ, serena ou atribulada. Se tudo foi em vÃĢo, se nada fez sentido, Que seja assim, nÃĢo busco mais razÃĢo. Encontro paz no instante vivido, No pulsar discreto do meu prÃģprio coraçÃĢo. NÃĢo sou mais fragmento, sou inteiro, Parte deste mundo que continua a girar. Deixo para trÃĄs o peso do meu devaneio, E caminho adiante, disposto a aceitar.
O melhor para dar vida ao que hÃĄ de mais magnÃfico. Me faz sentir saudade de quem tem qualidade em minha vida. NÃĢo desconsiderando alguns, mas preciso!
O poema mais extraordinÃĄrio que a mente humana foi capaz de conceber.
Impressionante...
GÊnio
Concordo
Concordo
TÃĢo angustiante quanto se reconhecer neste poema ÃĐ se dar conta que nÃĢo tem ninguÃĐm com quem eu possa compartilhar, tanto o poema, quanto o sentimento.
Sempre hÃĄ. Perdido em algum lugar.
Lembre-se ... a metafÃsica ÃĐ uma conciencia de se estar mau disposto.
AlÃĐm disso, ÃĐ possÃvel fazer a realidade de tudo isso sem nada disso.
à melhor para essas pessoas que nÃĢo o faça, o entendimento desse poema leva a muitas coisas mas nunca a felicidade.
VocÊ nÃĢo estÃĄ sÃģ.
Coma chocolate! Coma chocolate!ðLEIA .TUDO PASSA. ð
Esse ÃĐ de longe ,longe,longe,longe, muito longe, mas muito longe mesmo o melhor programa jÃĄ produzido na televisÃĢo brasileira.
assistia todos , reassisti todos .... uma aula , COM ABUJAMRA , CLARO!
Admito! Eis um fato.
Quando a TV respirava.
Imagino o que se passou na mente de Fernando Pessoa ao produzir essa obra genuÃna, a subjetividade filosÃģfica potencializa os sentidos metafÃsicos, amplificando sua perspectiva e genialidade ao indefinido.
IndescritÃvel! Quanta falta fazem os dois, o poeta e o intÃĐrprete! MagnÃfico!
Saudades!!
Alan Carlos Silveira P
NÃĢo importa as diversas maneiras em que esse texto for editado ou compreendido no youtube, toda vez que eu ouvir esse poema, estarei aqui para dar LIKE.
ParabÃĐns pelo som e imagens apocalÃpticas.
Insistentemente, tortuosamente profundo, ÃĐ frio, ÃĐ triste e ÃĐ, tambÃĐm, esplÊndido.
Acho que nÃĢo hÃĄ nem mais palavras pra acrescentar...
Obra-prima!
Esse poema ÃĐ quase como uma cura! e na voz do grandioso Abujamra... ÃĐ um presente da natureza! saudades dessa oratÃģria...
Eduardo duque perfeito
Esse ÃĐ o maior poema da lÃngua portuguesa , nÃģs vaz ir a realidade ,com um soco no estÃīmago. Como toda a grande arte Vaz.
14 pessoas COM CERTEZA nÃĢo entenderam.
Lindo demais! Poema inacreditÃĄvel de Fernando Pessoa numa interpretaçÃĢo impecÃĄvel e imortal de Abujamra. Nosso querido e falecido Abu.
NÃĢo sou nada.
Nunca serei nada.
NÃĢo posso querer ser nada.
à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhÃĩes do mundo que ninguÃĐm sabe quem ÃĐ
(E se soubessem quem ÃĐ, o que saberiam?),
Dais para o mistÃĐrio de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessÃvel a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistÃĐrio das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lÚcido, como se estivesse para morrer,
E nÃĢo tivesse mais irmandade com as coisas
SenÃĢo uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
à Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensaçÃĢo de que tudo ÃĐ sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como nÃĢo fiz propÃģsito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui atÃĐ ao campo com grandes propÃģsitos.
Mas lÃĄ encontrei sÃģ ervas e ÃĄrvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que nÃĢo sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E hÃĄ tantos que pensam ser a mesma coisa que nÃĢo pode haver tantos!
GÊnio? Neste momento
Cem mil cÃĐrebros se concebem em sonho gÊnios como eu,
E a histÃģria nÃĢo marcarÃĄ, quem sabe?, nem um,
Nem haverÃĄ senÃĢo estrume de tantas conquistas futuras.
NÃĢo, nÃĢo creio em mim.
Em todos os manicÃīmios hÃĄ doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que nÃĢo tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
NÃĢo, nem em mim...
Em quantas mansardas e nÃĢo-mansardas do mundo
NÃĢo estÃĢo nesta hora gÊnios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspiraçÃĩes altas e nobres e lÚcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lÚcidas -,
E quem sabe se realizÃĄveis,
Nunca verÃĢo a luz do sol real nem acharÃĢo ouvidos de gente?
O mundo ÃĐ para quem nasce para o conquistar
E nÃĢo para quem sonha que pode conquistÃĄ-lo, ainda que tenha razÃĢo.
Tenho sonhado mais que o que NapoleÃĢo fez.
Tenho apertado ao peito hipotÃĐtico mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que nÃĢo more nela;
Serei sempre o que nÃĢo nasceu para isso;
Serei sempre sÃģ o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pÃĐ de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? NÃĢo, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou nÃĢo venha.
Escravos cardÃacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele ÃĐ opaco,
Levantamo-nos e ele ÃĐ alheio,
SaÃmos de casa e ele ÃĐ a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via LÃĄctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que nÃĢo hÃĄ mais metafÃsica no mundo senÃĢo chocolates.
Olha que as religiÃĩes todas nÃĢo ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que ÃĐ de folha de estanho,
Deito tudo para o chÃĢo, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rÃĄpida destes versos,
PÃģrtico partido para o ImpossÃvel.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lÃĄgrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que nÃĢo existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estÃĄtua que fosse viva,
Ou patrÃcia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilÃssima e colorida,
Ou marquesa do sÃĐculo dezoito, decotada e longÃnqua,
Ou cocote cÃĐlebre do tempo dos nossos pais,
Ou nÃĢo sei quÊ moderno - nÃĢo concebo bem o quÊ -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coraçÃĢo ÃĐ um balde despejado.
Como os que invocam espÃritos invocam espÃritos invoco
A mim mesmo e nÃĢo encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cÃĢes que tambÃĐm existem,
E tudo isto me pesa como uma condenaçÃĢo ao degredo,
E tudo isto ÃĐ estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e atÃĐ cri,
E hoje nÃĢo hÃĄ mendigo que eu nÃĢo inveje sÃģ por nÃĢo ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque ÃĐ possÃvel fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que ÃĐ rabo para aquÃĐm do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que nÃĢo soube
E o que podia fazer de mim nÃĢo o fiz.
O dominÃģ que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem nÃĢo era e nÃĢo desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a mÃĄscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
JÃĄ tinha envelhecido.
Estava bÊbado, jÃĄ nÃĢo sabia vestir o dominÃģ que nÃĢo tinha tirado.
Deitei fora a mÃĄscara e dormi no vestiÃĄrio
Como um cÃĢo tolerado pela gerÊncia
Por ser inofensivo
E vou escrever esta histÃģria para provar que sou sublime.
EssÊncia musical dos meus versos inÚteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E nÃĢo ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pÃĐs a consciÊncia de estar existindo,
Como um tapete em que um bÊbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e nÃĢo valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerÃĄ e eu morrerei.
Ele deixarÃĄ a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerÃĄ a tabuleta tambÃĐm, os versos tambÃĐm.
Depois de certa altura morrerÃĄ a rua onde esteve a tabuleta,
E a lÃngua em que foram escritos os versos.
MorrerÃĄ depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satÃĐlites de outros sistemas qualquer coisa como gente
ContinuarÃĄ fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tÃĢo inÚtil como a outra,
Sempre o impossÃvel tÃĢo estÚpido como o real,
Sempre o mistÃĐrio do fundo tÃĢo certo como o sono de mistÃĐrio da superfÃcie,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausÃvel cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enÃĐrgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrÃĄrio.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevÊ-los
E saboreio no cigarro a libertaçÃĢo de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota prÃģpria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertaçÃĢo de todas as especulaçÃĩes
E a consciÊncia de que a metafÃsica ÃĐ uma consequÊncia de estar mal disposto.
Depois deito-me para trÃĄs na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; ÃĐ o Esteves sem metafÃsica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus Ãģ Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu
Genial
Impressionante...
Obrigada por postar
GratidÃĢo
Uma das partes que mais me toca ÃĐ esse trecho:
"Fui atÃĐ ao campo com grandes propÃģsitos.
Mas lÃĄ encontrei sÃģ ervas e ÃĄrvores,
E quando havia gente era igual à outra. "
Isso ÃĐ de partir o coraçÃĢo. Realmente vivemos em uma sociedade de poetas mortos.
Mortos... todos mortos... eles... eu... vocÊ... nÃģs... todos... todos mortos...
@@WalneySP SOMOS UM CADÃVER ADIADO , PESSOA.
"Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade"
MagnÃficos, Pessoa e Abu!!! Que maravilha, o LIVRO DO DESASSOSSEGO ÃĐ um dos meus de cabeceira. Os poemas de Pessoa sÃĢo como uma sessÃĢo de terapia, nos pÃĩe a repensar, repensar, repensar...
Ah AbÚ! Ah, Pessoa. GratidÃĢo ao universo por tamanha beleza
Faz uma falta imensa...
muita
gratidÃĢo
a existÊncia e sua poesia!!! Fenomenal, ao ouvir sinto que ÃĐ um poema que nÃĢo foi feito para ser apenas compreendido e interpretado, mas sentido, experimentado!!!
Marjorie Vieira Esse cala fundo na alma de qualquer humano. Ã um poema intemporal, magnÃfico. Atinge vc de uma sÃģ vez sem rodeios.
Sempre que começo a ouvir declamaçÃĩes durante o perÃodo do trabalho, eu assisto a declamaçÃĢo de Tabacaria com Abujamra ai, ouço outros, ai volto a Tabacaria e outro e Tabacaria e assim segue sucessivamente... Ele deu tanta vida a Tabacaria, do Ãlvaro que eu me sinto no dilema de estar defronte a Tabacaria. Acredito eu, ter visto a todos vÃdeos postados dessa declamaçÃĢo. Obrigado Saudoso Abujamra por ter declamado-o por completo antes que nos deixasse.
Que lucidez a dele..
Que lucidez a dele..
Que lucidez a dele..
Henrique silva
Incrivelmente , jÃĄ me senti varias vezes e ainda sinto , tambÃĐm .... de fronte a tabacaria !!!!
ComentÃĄrio excelente
Houve um jornalista cultural de um jornal francÊs (Libaration) que nÃĢo teve problema em afirmar que foi o texto mais bem escrito que jÃĄ havia lido!!!
Que a natureza te guarde! E que sua imagem, voz e trajetÃģria seja eternamente lembrada! Grande vÃdeo amigo! Fez minha alma se arrepiar
Acho que pela primeira vez na vida senti orgulho de ser brasileiro. SÃģ tendo nascido nessa desgraça de paÃs, para ter o entendimento necessÃĄrio do portuguÊs brasileiro, para poder contemplar essa obra de arte em toda sua plenitude. E que interpretaçÃĢo primorosa do Abujamra.
SÃģ que quem escreveu esse poema foi um portuguÊs. Pode voltar a ter vergonha de ser brasileiro kkkk
" Como quem pensou e achou e esqueceu" sou eu!
"NÃĢo sou nada...nunca serei nada...e tantos sonhos...! Falhei em tudo! ". Grande Fernando Pessoa, conhecedor da alma humana. Grande Abujamra. Todo meu respeito! Consagro a mim o meu desprezo...invoco a mim e nÃĢo vejo nada. Tudo q tenho ÃĐ CANSAÃO ! Outro poema maravilhoso! Bravo!!!! Fernando Pessoa, para sempre! Obrigada !
Como eu amo esse poema. Dois mestres Hans Zimmermann e AntÃīnio Abujamra. JÃĄ esse vÃdeo mais de 50 vezes
Quee ISSO!!
Outra dimensÃĢo...
Sou da TERRA...âĨïļ
ððð" COME PEQUENA SUJA...
Fernando Pessoa ÃĐ o Rei da Poesia. Essa ele fez pra mim!
Se Fernando Pessoa pudesse ouvir Abujamra declamando seu poema, entenderia na hora que o escreveu para Abujamra o declamar.
Bravoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooð!
Fernando Pessoa declamado assim ÃĐ impossÃvel deixar de ouvir atÃĐ o fim. Eu me sinto humilde para tecer qualquer comentÃĄrio: apenas aprecio a genialidade.
Simplesmente maravilhoso , refletir em um turbilhÃĢo de sentimentos!!
o melhor de todos os tempos... amo
SÃģ consigo chorar ao ouvir..
Ana Beatriz a janela ainda existe numa rua esquecida de Lisboa...
Ana Beatriz mas o dono da tabacaria sorri (entendedores entenderam).
Rafael P. Maia chegara um ponto em q ela desaparecerÃĄ junto com a rua, a tabacaria e o mundo onde isso ocorreu. Eu morrerei vc morrerÃĄ... "Ah fÚtil sombra chamada gente. Tu nÃĢo fazes falta nenhuma" (essa ÃĐ de outro poema excepcional do Pessoa q da uma surra em vc mesmo...)
Enquanto puder, fumarei, e verei atento a fumaça seguindo o seu curso sem rumo
Continue chorando, a sensibilidade ÃĐ sublime! AliÃĄs Abujamra sempre perguntava para entrevistados se eles choravam.
Um dos momentos mais grandiosos da televisÃĢo brasileira. InterpretaçÃĢo majestosa e digna do poema. Abujamra faz falta.
Toda vez q assisto esse poema o arrepio ÃĐ diferente
Que lindo poema!
InterpretaçÃĢo maravilhosa!
2 gÊnios, Fernando Pessoa e Abujamra.
"Escravos cardÃacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama,
Mas acordamos ele ÃĐ opaco,
Levantamo-nos e ele ÃĐ alheio,
SaÃmos de casa e ele ÃĐ a terra inteira,
Mais o sistema solar e a via lÃĄctea e o indefinido..."
Simplesmente magnÃfico!!!
O poema ÃĐ incrÃvel. O vÃdeo com as imagens e a trilha de Inception ficou sensacional! Obrigado e parabÃĐns, Marcus!
GratidÃĢo, GratidÃĢo, GratidÃĢo aos dois magnÃficos homens!!!
mds.. como eu amo isso! O fato de me jogar na cara minha insignificÃĒncia. .. e o que dizer dessa interpretaçÃĢo?
JÃĄ ouvi umas 100 vezes ESTE poema, quando quero me humanizar .
Essa poema ÃĐ a Única coisa que me acalma. Sempre que eu tenho crises de ansiedade, ou que me sinto mal, eu volto pra esse poema; a interpretaçÃĢo de Abujamra dessa obra prima ÃĐ a Única coisa que sempre me toca de jeitos diferentes e em partes diferentes do poema, sempre por mim quem estÃĄ lÃĄ nÃĢo ÃĐ minha mÃĢe, meus amigos, ou o resto da famÃlia, mas sim, Fernando Pessoa
Maravilhoso Abu, quanta saudade
Um dos maiores poetas portugueses, sem dÚvida!
HÃĄ tantas interpretaçÃĩes neste poema que deixam qualquer um perplexo!
"serei sempre sÃģ o que tinha qualidades, que esperou que abrissem a porta ao pÃĐ de uma parede sem portas"
trÃĄgico... mais reflete tantas realidades...
sempre fui de ver o outro link desse vÃdeo, sem mÚsica de fundo. Mesmo amando mÚsica mais que tudo na vida, me peguei surpreso pela diferença enorme que fez na sensaçÃĢo transmitida, o fato de ter mÚsica de fundo.
estupendo ! Maravilhoso casamento do poeta e o interprete. Maravilhoso
Viva Fernando Pessoa 130 anos.
(...) " Conheceram-me logo por quem nÃĢo era e nÃĢo desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a mÃĄscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
JÃĄ tinha envelhecido." (...)
Altamente iluminador ,inspirador ,emocional! GratidÃĢo AbÚ
NÃĢo importa quantas vezes assista, sempre me levarÃĄ Ã s lÃĄgrimas. MagnÃfico.
Que poema fantÃĄstico, tal como a interpretaçÃĢo. incrÃvel
GÊnio... NÃĢo me canso de ler e de ouvir essa coisa linda!!!!!!
Tiago Rodrigo Pessoa fica mais contemporÃĒneo com o tempo, mais urgente por minuto que passa.
Nossa que lindo! Genial! Muito bem construido esse poema!
Saudades do Abujamra!!! Grande personalidade!
Toda vez que nÃĢo estou muito bem, eu ouço esse poema, e todas as vezes ÃĐ como se a minha vida toda passa-se por mim e de fundo Abujamrra declamando de forma magistral.
NÃĢo hÃĄ palavras , para descrever âĶâĪâĪâĪâĪ
Sorte a nossa ter alguem magnifico como Abujanra pra dar vida a essa obra prima.
Um poema para a vida...
De vez em quando volto aqui e escuto mais uma vez para lembrar...
Muito tocante, podemos contar com essa verdade...
Abujamras, Pessoas, artes, mentes abertas, tudo, tudo num sÃģ.âĪ
GENTE! QUE LINDO ESSE POEMA !MUITO OBRIGADA ð
maravilhosa edicao,musica de fundo e a voz da Abujamra
Emocionante!
Excelente voz para um grandioso poema!
Os anos passam e eu escuto esse vÃdeo com a mesma intensidade. Eu me sinto muito feliz por ter conhecido isto _
Me identifiquei de modo extremo, acho que. Sei o que passou na mente do autor, francamente parece que me conhecia a muito tempo.
Um poema extraordinÃĄrio.
Esse poema de Ãlvaro de Campos com essa interpretaçÃĢo do Abujamra ÃĐ coisa de outro mundo!
Nada menos do que uma obra prima!
Este ÃĐ um dos mais belos poemas que jÃĄ li. Fernando Pessoa, talvez o maior poeta da nossa era, tÃĢo eloquentemente recitado por Abujamra! Bravo!
" Tenho em mim todos os sonhos do mundo"
Poetas do Mundo gente me add em grupo de literatura e fernando pessoa
Eu sempre choro ouvindo.. ððâĪ
Poema mais verdadeiro que jÃĄ foi escrito...
NÃĢo me canso de ouvi-lo.
ImpossÃvel nÃĢo se arubiar com essa obra de arte âĪ
AbÚ foi um espelho de tudo que eu devo tentar ser e tudo que eu posso ser ( obrigado )
Isso ÃĐ de uma intensidade inexplicÃĄvel
AntÃīnio Abujamra. Saudades.
Fico chateado, por nÃĢo reconhecerem que eu fui responsÃĄvel por pelo menos 100Mil de views desse vÃdeo.
Mentira!
Fui eu! ð
Oxe, fui eu!
05/10/2024 00:34
Resposta à Tabacaria
Olho pela janela e vejo o mesmo cenÃĄrio,
Mas hoje a luz parece ter outro sabor.
Se antes me perdia em sonhos e imaginÃĄrio,
Agora abraço o simples, encontro-me no amor.
A tabacaria ainda estÃĄ lÃĄ, intacta,
Com sua porta aberta para a rua movimentada.
Mas jÃĄ nÃĢo me perco na angÚstia que me ataca,
Aceito a vida como ÃĐ, serena ou atribulada.
Se tudo foi em vÃĢo, se nada fez sentido,
Que seja assim, nÃĢo busco mais razÃĢo.
Encontro paz no instante vivido,
No pulsar discreto do meu prÃģprio coraçÃĢo.
NÃĢo sou mais fragmento, sou inteiro,
Parte deste mundo que continua a girar.
Deixo para trÃĄs o peso do meu devaneio,
E caminho adiante, disposto a aceitar.
Simplesmente sensacional!
SÃģ eu que choro quando leio/escuto esse poema?
Raquel BG Eu tambem.
AndrÃĐ
Eu choro ÃĐ fico de luto uns 3 dias ainda, mas como vale a pena.
EU PRECISAVA DE OUVIR ESSE MEU VELHO AMIGO ESQUECIDO Hà TANTOS FAZERES E QUERERES.... Eu precisava dessa reconecçÃĢo
Com o meu eu metafÃsico
Saudades, Saudades, Saudades Eternas!!
OBRIGADA POR COMPARTILHAR CONHECIMENTO literÃĄrio âĪ
O melhor para dar vida ao que hÃĄ de mais magnÃfico. Me faz sentir saudade de quem tem qualidade em minha vida. NÃĢo desconsiderando alguns, mas preciso!
Nunca haverÃĄ outro Abujamra!
GratidÃĢo. NÃĢo deixem esse vÃdeo morrer.
esse vÃdeo eh um patrimonio cultural
NÃĢo dÃĄ nem para comentar, tamanha grandeza!!!
esse poema dÃģi na alma da gente ... serÃĄ que sÃģ eu sinto isso?!
Abujamra vocÊ em pessoa emocionante imortal.
Meravilioso!!!!
Que angÚstia nao ter a voz, o tom e a presença de Abujamra. ð
"Come chocolates pequena ,Come chocolates!
Olha que nÃĢo hÃĄ mais metafÃsica no mundo senÃĢo chocolates."
Uma interpretaçÃĢo antolÃģgica!
as imagens secundÃĄrias sÃĢo do filme koyaanisqatsi - Uma vida fora de equilÃbrio, que ÃĐ um verdadeiro poema em audiovisual, recomendadÃssimo!!!
FERNANDO PESSOA, MAGO DAS LETRAS!!!
JÃĄ leram Poema ele Linha Reta? Ã um tapa enorme na cara!
Que obra de arte, amigos!
MÃGICO! EMOÃÃO INDESCRITÃVEL!
Emocionante !!!! ððððð
Muito.. Muito bom