Os santos são mais livres do que nós? - Perguntas e Respostas #15

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  • เผยแพร่เมื่อ 23 ก.ย. 2024
  • Perguntas e Respostas, 15º vídeo, com o prof. Luiz Gonzaga de Carvalho Neto.
    www.icls.com.br/
    Pergunta completa: "O senhor disse uma vez que os santos são os mais livres dos homens. Em que sentido os santos são os mais livres de todos os homens? A primeira impressão é a contrária, que a condição necessária para a santidade é a supressão dos próprios desejos e a modulação dos desejos a partir do modelo de Jesus Cristo. Portanto, nesse sentido, a santidade seria a negação da própria liberdade, tendo em vista um fim maior do que ela e que compensa infinitamente a sua negação."
    • Os santos são mais liv...

ความคิดเห็น • 27

  • @erikamelo8421
    @erikamelo8421 8 ปีที่แล้ว +37

    Quando fazemos apenas que gostamos, a única coisa que conseguimos é sermos escravos das nossas próprias vontades.

  • @Yann2417
    @Yann2417 4 ปีที่แล้ว +12

    Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
    João 8:36

  • @CanalDoAldrin
    @CanalDoAldrin 3 ปีที่แล้ว +16

    Transcrição:
    Pergunta: Em que sentido os santos são os mais livres dos homens? A primeira impressão é a contrária, que a condição necessária para a santidade é a supressão dos próprios desejos e a modulação dos desejos a partir do modelo de Jesus Cristo. Portanto, nesse sentido, a santidade seria a negação da própria liberdade tendo em vista um fim maior do que ela e que compensa sua negação.
    Se Jesus Cristo fosse um modelo ou uma medida extrínseca ao ser humano, é evidente que a conformação a esse modelo teria algum elemento de violação da liberdade humana ou diminuição dela. Mas, o Verbo divino é o próprio modelo segundo o qual é feito o ser humano. Uma coisa é mais perfeita na medida em que ela é mais adequada ao seu modelo. Ou seja, a própria liberdade humana é uma participação da liberdade criativa divina. Quanto mais o homem, que é a imagem, se assemelha ao modelo, mais ele é livre, pois a liberdade é um elemento intrínseco do modelo, e o homem é livre porque ele é feito à imagem desse modelo.
    Daí a frase de Santo Agostinho, segundo a qual Jesus Cristo é mais eu do que eu mesmo. Se você for procurando em seu interior, chega uma hora em que você chega a uma pura interioridade da alma, e lá você encontra o Verbo divino. Não encontra eu ou você, mas encontra Jesus Cristo.
    Pode parecer acidentalmente que ao agir deste jeito e não daquele porque Jesus Cristo falou, o modelo aparece como um ente externo e uma medida extrínseca. Parece que se deve moldar o comportamento deste indivíduo segundo o daquele outro indivíduo. Mas na verdade você não está moldando seu comportamento em razão das diferenças de individualidade, mas em razão do fato daquele ser justamente, primeiro, o verbo divino, o modelo supremo a partir do qual são moldados os homens. Quando Deus criou o homem, Deus pensou assim: "se eu fosse fazer uma coisa que nasce, cresce, vive e morre, mas que fosse semelhante a mim". É como se a gente fosse pintar um quadro que lembra uma pessoa. O quadro tem duas dimensões e não se mexe. Daí temos de pensar "se essa pessoa aqui, que eu conheço, com esse temperamento, com essa aparência, se ela tivesse duas dimensões e fosse imóvel, como eu a representaria?". Foi mais ou menos isso que Deus pensou quando fez o homem: Se eu fosse mortal, se eu tivesse uma vida orgânica, como eu apareceria? Este é o homem. Uma coisa que é feita segundo um modelo, é tão mais perfeita quanto ela se assemelha ao modelo.
    E ainda há um acréscimo: além de ser o Verbo divino, ou seja, esse modelo intrínseco, Jesus Cristo ainda assumiu a natureza humana e aparece como um ser humano. Já que a semelhança entre o homem e o Verbo divino é de natureza puramente espiritual e difícil de captar pelo homem, então ele aparece não somente como modelo mas também como alguém que é perfeitamente semelhante ou conforme a esse modelo.
    Então há duas razões para imitar Jesus Cristo e essas duas razões são causa de liberdade, e não o contrário.
    Não existe liberdade sem conhecimento da verdade. A gente tem na nossa vida muito pouco conhecimento dos efeitos últimos das nossas ações sobre a nossa própria alma, mas muito pouco. A gente calcula, por exemplo, eu estou dando essa aula aqui, o pessoal vai achar interessante, vai pagar um dinheirinho, etc, e no dia do juízo? Os efeitos disso aí sobre a minha alma continuarão até o dia do meu juízo, e quais serão esses efeitos? Eu não tenho a menor ideia. Isso quer dizer que a minha liberdade humana se dá até o ponto em que eu posso antecipar consequências das minhas ações. Ora, as ações de Jesus Cristo são ações que você pode garantir que têm efeito benéfico para a alma de Jesus Cristo, considerando-o como homem. Como todos os homens são mais ou menos semelhantes uns aos outros, você sabe que se você repetir aquelas ações e procurar conformar-se exteriormente e interiormente a elas, é procurar também obter efeitos análogos para você no dia do juízo. Causas análogas têm consequências análogas. Isso é numa tremenda ampliação da sua liberdade. Como quando ele fala: "Quando fordes orar, fazei assim: Pai Nosso, que estais no céu..." Ora, na maior parte do tempo, eu não sei o que pedir a Deus. Eu peço as coisas que me parecem que terão um efeito benéfico, mas e o efeito em última análise? E o efeito último dessas coisas que eu estou pedindo, vai ser bom ou mau? Eu não sei. Isso significa que o meu grau de liberdade ao fazer esses pedidos é bem pequeno, mas quando eu digo "Pai Nosso que estais no céus, santificado seja o vosso nome", eu sei que o efeito benéfico dessa intenção alcança até o juízo final. Eu sei que a consumação desse pedido terá um efeito benéfico para mim de hoje para sempre. Agora e sempre eu só tenho uma coisa para oferecer. Dentro desse modelo, você tem uma garantia de liberdade que é incomparável com qualquer outro tipo de garantia que você pode oferecer. Ora, como o santo é o sujeito que chegou maximamente a essa intimidade ou união com Jesus Cristo e conformação com Ele, é evidente que eles são os mais livres de todos os homens.
    A questão é toda essa. Jesus Cristo não é uma medida externa, mas ele aparece como uma medida externa para facilitar, para dar mais um meio de acesso a uma medida intrínseca, que é a medida do homem. O homem é livre, porque Deus é livre, e o ele é uma imagem de Deus, uma imagem vivente de Deus. Assim como quando você representa num quadro uma pessoa bela, o quadro é belo e o quadro manifesta a qualidade da beleza, mas não como a pessoa. A nossa liberdade não é senão uma participação da liberdade divina. Quando a gente desvia desse modelo, você tem 99% de chance de estar, aí sim, perdendo sua liberdade.
    O intelecto humano é da mesma essência que todo e qualquer intelecto (num sentido específico, não no sentido tomista). O princípio eficiente de todos os intelectos é um só: o intelecto divino. E quando uma coisa tem um único princípio eficiente, um único sentido, ela é análoga ao seu princípio eficiente. Por exemplo, se tem uma coisa que tem como se efeito característico aquecer, e uma outra coisa cuja natureza característica é ser aquecida, essa coisa que é aquecida, quando é aquecida, por sua natureza aquece outras coisas. A inteligência humana é assim em relação à inteligência divina. Ou seja, a inteligência divina é o próprio modelo mesmo da inteligência humana que é a sua coisa mais característica, que o define como homem.
    O princípio teórico é simples, mas há também um exemplo prático. Se você observar a vida dos santos, você vai ver que é exatamente nas situações em que eles se atém mais literalmente a seguir o modelo de Jesus Cristo, que eles alcançam o máximo de liberdade e os efeitos são maximamente de acordo com a intenção deles. O santo não pode imitar literalmente a biografia de Jesus Cristo, ele não pode nascer no estábulo, ele não pode criar a mesma circunstância. Então, o exemplo deve ser modulado pela circunstância, e às vezes a circunstância da vida dele oferece uma situação em que ele pode fazer exatamente igual, e esses são os momentos do ápice de liberdade deles.
    Então não é uma renúncia à liberdade tendo em vista outra coisa. É uma renúncia à aparência de liberdade, que é você fazer o que você gosta. Como se fizesse de conta que ao fazer o que eu gosto minha ação não tem efeitos que eu ignoro. Nesse círculo em que não existe nenhum efeito que é ignorado, é claro que quando eu faço o que eu gosto eu sou totalmente livre, mas em tudo o que eu faço existem inúmeros feitos (muitas vezes os principais efeitos) que eu ignoro e desconheço. Então é evidente que isso é brincar de liberdade dentro do pátio da escola. A liberdade que o santo adquire é incalculavelmente maior do que essa. Um santo adquire uma liberdade tal em que se você matá-lo, você não o está privando de sua liberdade. Se você o matar agora, ele sabe exatamente o que vai acontecer com ele, e isso é liberdade. Quando que a gente tem essa liberdade? Nunca.

    • @joaolucascruz9127
      @joaolucascruz9127 3 หลายเดือนก่อน +1

      Ótima transcrição

    • @CanalDoAldrin
      @CanalDoAldrin 3 หลายเดือนก่อน

      @@joaolucascruz9127 🙏🙏

  • @alvesjohann
    @alvesjohann 3 ปีที่แล้ว +4

    São Justino, o Filósofo, logo antes de receber o martírio, quando perguntado por seu algoz se achava que ao morrer entraria no Céu e seria recompensado por Deus respondeu:
    "Não acho, sei."

  • @jeanbg12
    @jeanbg12 9 ปีที่แล้ว +5

    Também tem o fato de como somos manchados pelo pecado original, temos uma propensão ao pecado, o fato de você repudir essa propensão, algo que está em você, é um sinal de liberdade tremenda. Para quem quiser uma explicação mais teológica, ao invés de filosófica, pode procurar um vídeo do Pe.Paulo Ricardo, em que ele cita esse tema da liberdade!

  • @marttini7
    @marttini7 7 ปีที่แล้ว +2

    A pergunta do sujeito teve uma visão muito materialista de liberdade... pra ele a liberdade é apenas para os prazeres, e não para algo transcendente.... a verdadeira liberdade é conhecer as causas últimas das ações e todo o caminho que será traçado... porque caso contrário, se faria algo que era ignorado ou desconhecido - até mesmo algo que não se goste. Excelente!

  • @CarlosHenrique-bz3sl
    @CarlosHenrique-bz3sl ปีที่แล้ว +1

    Sensacional! Obrigado professor.

  • @vanessaputrick
    @vanessaputrick 3 ปีที่แล้ว +1

    Jesus Cristo é mais eu do que eu mesmo.

  • @well_sa
    @well_sa หลายเดือนก่อน

    🔥❤️

  • @marcosrodrigues6835
    @marcosrodrigues6835 2 ปีที่แล้ว

    Muito boa explicação!! Obrigado! Deus continue te abençoando

  • @historiaculturaespiritualidade
    @historiaculturaespiritualidade 2 ปีที่แล้ว +2

    É justamente o contrário do que o rapaz propôs, quem obedece ás suas paixôes desordenadas, maus hábitos e impulsos obsessivos, quem faz o que lhe der na telha, quem obedece ao egocentrismo jamais é livre, mas escravo. O santo, o homem inspirado por Deus, não é condicionado pelas paixôes, desejos obsessivos, apegos, maus hábitos e pensamentos recorrentes, logo é livre para eleger o que fazer. Um exemplo prático: o homem que se libertou do vício do cigarro é livre para sair de casa ou não num dia frio e chuvoso, já o dependente deste vício não é livre, pela vontade de fumar vai ter de se arrumar, pegar o guarda chuvas e sair na chuva, não é livre para ficar em casa, mas um marionete escravo de suas paixôes. Quase não há livre arbítrio em alguém dominado pelas paixôes, condicionado pela mesma mentalidade, apegos, hábitos e impulsos recorrentes. Só quando somos livres das paixôes e que podemos exercer o livre arbítrio de fato, por isso o santo é mais livre.
    As pessoas estão presas a estes padrões obsessivos compulsivos, sempre à mesma maneira de pensar, aos mesmos hábitos e desejos semelhantes, nao mudam, se convivemos com estas algum tempo já sabemos como irão reagir ante tal situação. Só o auto-conhecimento, o arrependimento e o esforço em anular tais impulsos ("suprimir") é que lhe faz livre. No Budismo e no Vedanta esta repetição de reações emocionais, mentalidade, hábitos, desejos, é a roda do samsara, e sair disto é a verdadeira liberdade, moksha ou nirvana (a extinção das delusões do falso ego).

  • @LuizEduardo-zt8qq
    @LuizEduardo-zt8qq 7 ปีที่แล้ว +1

    Seria liberdade mesmo na medida onde eu posso olhar tudo aquilo que me oprime, como os desejos, e tomar uma decisão racional, como a imitação de Jesus Cristo, que possui potências humanas?

  • @jbezerra__
    @jbezerra__ 9 ปีที่แล้ว +9

    Será que o Olavo de Carvalho jovem era assim? Eles falam muito semelhantemente.
    Deve ser dahora ter pai...

  • @victorleandro2455
    @victorleandro2455 ปีที่แล้ว

    reflexao maravilhosa

  • @vanessaputrick
    @vanessaputrick 3 ปีที่แล้ว

    Intelecto divino.

  • @robertosmera
    @robertosmera 5 ปีที่แล้ว +1

    Aula maravilhosa.

  • @ThiagoSantos-hg6lv
    @ThiagoSantos-hg6lv 2 ปีที่แล้ว

    Magistral

  • @julianaparente6843
    @julianaparente6843 4 ปีที่แล้ว

    Espetacular!!!!!

  • @israelfonsecadacosta2842
    @israelfonsecadacosta2842 8 ปีที่แล้ว

    Gugu, gostei muito da explicação. Parabéns!

  • @paulamartins8265
    @paulamartins8265 5 ปีที่แล้ว

    Que vídeo!

  • @peritolegista
    @peritolegista 9 ปีที่แล้ว +1

    show

  • @carlferreira909
    @carlferreira909 3 ปีที่แล้ว

    ❤️

  • @vanessaputrick
    @vanessaputrick 3 ปีที่แล้ว

    E feito benéfico agora e sempre

  • @augustaregina1841
    @augustaregina1841 9 ปีที่แล้ว +1

    Não temos essa liberdade dos santos... mas, sem dúvida, devemos almejá-la, não?

    • @joaolucascruz9127
      @joaolucascruz9127 3 หลายเดือนก่อน

      Somos feitos para a santidade