Vejo um equívoco conceitual quanto aos termos Problem Solver e Theory Builder, em ambos os casos estamos trabalhando com matemática de fronteira. Problem Solver é o pesquisador que irá resolver problemas (demonstrar teoremas, hipóteses, conjecturas, etc.) de teorias de vanguarda e muitas vezes até apresentar avanços conceituais e teóricos.
O Problem Solver não tem relação em resolver problemas de olimpíadas, essa fase já passou! Theory Builder; É o pesquisador que normalmente, vai criar novas áreas, novos fundamentos e alicerçar novas teorias, mas muitas vezes não são capazes de resolver problemas fundamentais/estruturais das áreas criadas. Por exemplo: a conjectura de Poincaré (cuja solução foi apresentada pelo Grigori Perelman que aos 15 anos foi ouro perfeito na IMO) Não vejo, ou melhor, o mundo matemático não reconhece o Hugo Luiz Mariano como um Theory Builder não temos área ou subárea criada pelo mesmo, ele é um matemático que trabalha em áreas que estruturam a linguagem matemática (Álgebra, Lógica e Teoria das Categorias) mas nessas áreas ele fez publicações resolvendo problemas, não estruturando e criando novas áreas. Obs: O Daniel Victor Tausk não foi ouro!! (bronze) e também é um Problem Solver Obs²: Você anda valorizando muito o nível de abstração necessário para estudar teoria das categorias, é apenas uma linguagem usada na representação de entes, objetos e conceitos matemáticos, popularizada inclusive em livros para físicos e cientistas da computação. Temos áreas que necessitam bem mais do fator abstração na matemática, física ou computação. Nota: Quanto à importância das olimpíadas, aconselho pesquisar a relação entre medalhistas da IMO e Medalhistas Fields, Medalhistas da IMO e ingressos nos melhores cursos de exatas das melhores universidades do mundo. Acho que você desconhece a preparação para IMO, pois não faz sentido achar que o aluno que vai estudar mais matemática que um aluno regular, não tenha vantagem no estudo de tópicos mais avançados. O aluno IMO está familiarizado com demonstrações, novos tópicos e ferramentas matemáticas nas áreas de Álgebra, Teoria dos Números, Geometria Euclidiana e Combinatória. Normalmente, nossos membros da equipe IMO fazem disciplinas de mestrado no IMPA, Análise na Reta, Álgebra Linear, Teoria dos Números e Álgebra Abstrata. Parabéns pelo canal e sucesso sempre!! abraços!
Salve, man! Valeu por compartilhar sua opinião! 😀 Primeiro, gostaria de repetir o que respondi em outro comentário: como destaquei no início do vídeo, essa forma de categorizar matemáticos é simplista, uma visão bem maniqueísta do mundo. Mas, como as pessoas gostam de rótulos kkk, achei interessante compartilhar a fala do Gugu. Além disso, serve como um convite para o pessoal discutir melhor nos comentários - o que pode até ajudar cada um a se analisar e se entender melhor. Essas classificações, claro, não são 100% precisas, mas apenas uma ideia de arquétipos. Por exemplo, eu classificaria Isaac Newton como Problem Solver, mesmo tendo "construído" o cálculo. Já Alan Turing, eu colocaria como Theory Builder, apesar de ele ter construído uma máquina durante a 2ª Guerra. Segundo, minha interpretação de Problem Solver é: alguém que se sente movido pelo desafio de resolver problemas difíceis, seja em olimpíadas ou na pesquisa, independentemente de sua abordagem ser mais purista ou não. Além disso, incluo nesse "termo guarda-chuva" aqueles que se interessam mais por áreas tradicionais e historicamente ligadas à aplicação. É, inclusive, dessa galera que costumam vir os preconceitos contra quem trabalha com fundamentos da matemática e que não enxergam com bons olhos matemáticos com viés de lógico e filósofo na matemática. Terceiro, o termo Theory Builder (e isso é uma visão pessoal, minha definição kkk - os outros podem discordar!) considero para matemáticos cujo prazer não vem do desafio em si de resolver problemas difíceis, seja em olimpíadas ou na pesquisa, mas sim da apreciação estética das estruturas matemáticas e das construções teóricas. Não importa se ele desenvolve ou não uma nova área. Se aparecer um problema "cabeludo" no caminho, ele tenta resolver para seguir em frente, mas o prazer não está na "batalha" de resolver o problema em si, e sim na paisagem que se revela depois que o problema é superado. Nesse "guarda-chuva", incluo todos que se interessam mais por novas teorias sem aplicações imediatas, construções puramente abstratas ou até aquelas consideradas "filosóficas demais" para terem utilidade prática algum dia. Quarto, dada estas "definições", classifiquei o IME-USP como Theory Builder, por oferecer espaço para fundamentos da matemática, teoria das categorias e outras áreas que você dificilmente encontrará no IMPA. Quinto, sobre as olimpíadas, como mencionei em outro vídeo, concordo que quem participa delas chega mais preparado para a graduação. No entanto, discordo de quem acredita que elas são indispensáveis para ter sucesso na graduação ou na pós-graduação, ou que sejam o melhor espaço para todo e qualquer jovem que gosta de matemática. Como o Tausk comentou, os problemas apresentados em olimpíadas não eram exatamente aquilo que ele gostava de estudar. Além disso, há pessoas que não se sentem atraídas pelo aspecto competitivo, já que sua relação com a matemática não está relacionada a ganhar competições.
@@antoniovitor643 Qual porcentagem dos medalhistas fields ganharam IMO? Qual porcentagem dos doutores em matemática ganharam IMO? Se responder essas duas perguntas verá que ganhadores da IMO tem uma vantagem absurda em comparação com um matemático que não ganhou a IMO. Particularmente vantagem em ganhar a medalha Fieds. Claro, estatisticamente falando.
@@linecker94 Em uma rápida pesquisa eu vi que 12 dos 64 ganhadores da MF participaram da IMO, isso é significativo. Acho as olímpiadas legais e importantes mas isso não apetece a todos e nem por isso seram matemáticos ruins. O "sucesso" na matemática como muitas coisas na vida depende de toda uma conjuntura de fatores a IMO pode indicar que alguem pode ser um bom matemático mas não é garantia "sucesso", a vida é muito complicada.
Nunca gostei da "resposta" pura, sempre busco o motivo e me questiono a respeito, a resposta e solução é algo bom, mas é maravilhoso saber o processo, buscar novas formas de ver um problema, isso é tão presente no meu modo de enxergar o mundo que na área de computação a minha preferência é analise e teoria de algoritmos, não quero saber é assim que se "resolve" , quero saber de onde vem essa resolução e pq ela soluciona o problema em questão, quais as restrições e limitações desse modo de solução.
Muito obrigado por este vídeo incrível! Tenho uma pergunta rápida: Eu tenho uma carteira SafePal com USDT e tenho a frase-semente. (alarm fetch churn bridge exercise tape speak race clerk couch crater letter). Qual é a melhor maneira de enviá-los para Binance?
Uma provocação: Será que alguém que compreende melhor os fundamentos se torna melhor em resolver problemas difíceis ? Eu adoro uma boa “ viagem na maionese “ rsrs Mas não sei em qual grupo me encaixaria. Aproveitando para elogiar o excelente vídeo .
O indivíduo com o perfil Theory Builder dificilmente veria isso como uma provocação. Ele deixa claro que não se importa com aplicações práticas e até pode enfrentar dificuldades ao resolver problemas de olimpíadas matemáticas, por não estar familiarizado com os truques intricados e específicos que facilitam a solução rápida. Se fosse desafiado a resolver esse tipo de problema, sua postura seria semelhante à do matemático francês René Thom: "isso é para os especialistas; eu quero as ideias gerais". Um matemático profundamente ligado ao purismo e às abstrações extremas pode até ter dificuldades em lidar com problemas aplicados, mas isso não o incomoda. O que realmente importa para ele é a apreciação das construções puramente abstratas. Por outro lado, o matemático com perfil Problem Solver tende a ter mais dificuldades com níveis elevados de abstração. Ele pode desmerecer a Teoria das Categorias, chamando-a de uma ferramenta excessivamente complicada, e, em alguns casos, até afirmar que ela "nem é mais matemática" - talvez por estar além do limite do que consegue abstrair. Muitos também classificam trabalhos nos Fundamentos da Matemática como filosofia. No entanto, acredito que essas críticas decorrem, em grande parte, de uma falta de compreensão sobre o assunto. Cada um desses perfis possui seus pontos fortes e fracos, mas, no fim das contas, eles se complementam. Como bem disse Gugu, o ideal seria que ambos os perfis colaborassem entre si, em vez de se dividirem em disputas infantis sobre quem é mais matemático, ou qual estilo de matemática é a melhor.
Resumindo, a questão não é sobre quem está mais apto a resolver problemas difíceis, mas sobre os interesses distintos entre os dois perfis. Ambos enfrentam problemas complexos, mas de naturezas diferentes. O Problem Solver é aquele que encontra diversão em resolver problemas de matemática no sentido prático, enxergando-a como uma ferramenta. Para ele, a matemática muitas vezes se assemelha a um campeonato, onde o desafio está em superar obstáculos concretos e acumular conquistas. Resolver listas de exercícios difíceis é, para esse perfil, uma fonte de prazer e realização. Além disso, essa classificação também pode abranger pessoas que, mesmo seguindo uma abordagem mais purista, preferem se conectar a áreas da matemática ligadas a questões concretas ou aplicações no mundo real. Já o Theory Builder tem uma motivação bem diferente: seu interesse está em construir e apreciar as estruturas matemáticas por si mesmas. Ele não se preocupa tanto com aplicações práticas, usos no mundo real ou com a utilidade de uma teoria como ferramenta para outras áreas. Para este perfil, resolver listas de exercícios difíceis não é o objetivo final, mas apenas um meio de verificar se entendeu as ideias gerais. Assim que isso acontece, ele segue em frente, movido por uma apreciação quase estética da teoria, sem a necessidade de se exibir ou vangloriar conquistas como "olha o exercício difícil que consegui resolver deste livro, ou prova X e Y".
@@matematicaHobby aproveitando que aqui estão dois bons conhecedores da geometria, me digam por favor sobre qual seria um livro de geometria que abordou algum tipo de geometria da energia, no sentido de que é demonstrando como a energia amplia suas interações através da geometria e vice-versa
Agora, como mencionei no vídeo, há muitos problemas em categorizar pessoas dessa forma, pois é uma visão simplista e maniqueísta do mundo. Por exemplo, alguém poderia classificar Isaac Newton como um *Problem Solver*, devido à sua preocupação em resolver problemas concretos da física. No entanto, ele teve que construir uma teoria matemática. Por outro lado, Alan Turing poderia ser visto como um *Theory Builder*, por lidar com questões que envolvem fundamentos da matemática, quase filosóficas. Ainda assim, ele aplicou sua teoria de maneira prática durante a Segunda Guerra Mundial, ao criar uma máquina de calcular.
@@matematicaHobby Sim ! Eu concordo e era justamente esse o ponto que eu queria abordar , que vários cientistas brilhantes aparentavam ter ambos os perfis , como os que você citou.
Sempre fui alguém com um perfil mais voltado pro theory builder, entretanto, não sei quais livros envolvendo essa área eu posso começar, achas que o livro "um convite a matemática" ou o "how to prove it" são uma boa pra iniciar?
Olá! Me chamo Lucas e gostaria de aprender matemática. Não sou bom com números, pois sempre me interessei mais por História e Geografia. Queria gostar de estudar matemática e quem sabe até torná-la um Hobby. Alguma sugestão de onde começar? Livros, artigos... Qualquer coisa mesmo.
Olá! Recentemente terminei de estudar o livro texto "Os números imaginários também são reais". Poderia me recomendar alguns livros textos? Gosto muito de estudar, além do conteúdo, das histórias por trás daquele conhecimento. Abraço!
Existem, mas a vasta maioria quer fazer pós na Unicamp, ou IME-USP, ou IMPA, dado que são as instituições mais bem classificadas e com maior produção acadêmica. Não sou eu que cria as regras do jogo kkk... é assim, tu manja como é.
@@matematicaHobby nao eh porque manje que concorde. Tem muita gente do ICMC USP que foi fazer doutorado na UFSCar e os matematicos da UFSCar dos que conheco nao gostam disso, de as pessoas irem pelo nome. So te avisando pq vc vai fazer UFSC, tem que valorizar mais o local que vc ira fazer parte, eles que no fim que vao te ajudar mais, nao eh Unicamp, IMPA e nem USP.
Concordo contigo, não mencionei nada sobre as demais mais pela minha ignorância sobre elas e seus pesquisadores. Acredito que quando estiver na UFSC irei conhecê-los mais e naturalmente começarão a aparecer vídeo sobre eles.
O problema é que no Brasil os livros de resolver problemas são muito caros. A gente até gostaria de ser um resolvedor de problemas mas financeiramente não dá!
Bom dia. Rapaz, acho que eu me identifio muitos com essas discusões, por que em toda a minha trajetoria de estudante da mátematica, por tras de cada definição, de cada enunciado que aprendia, sempre me estigou a pergunta, qual a interpretação que eu dou para isso? como posso entender isso de uma forma intuitiva? O que significam essas coisas aqui? E acho que todo meu gosto pela matemática e todo o sucesso que sempre tive nas minha vida estudantil, se deve a essa curiosidade, a esse querer descobrir, descortinar esse mundo formal da matematica com essas perguntas. Particularmente admiro e gosto das duas vertentes, embora me considere um intuicionista por natureza. Assite esse video aqui do professor Ledo Vaccaro Machado. Muito interessenate th-cam.com/video/FkJz4XWsigs/w-d-xo.htmlsi=R9OMZuMJZEC71KjD
Cara, achei sua explicação um pouco equivocada. Existem problem solvers e theory builders em todas as areas, inclusive as areas que você considera "de filosofar". A pessoa que discernir se P =!= NP sera um um problem solver, mas isso nao é um problema (de teoria de computação) cuja resposta vai ter implicações importantíssimas em toda a matematica e logica. Do mesmo jeito, as areas que voce citou como de problem solvers, só o são por que já são mais bem estabelecidas. Probabilidade so é uma area de pesquisa pelo trabalho do Kolmogorov no inicio do século 20 em criar as bases da teoria axiomatica da probabilidade. A comparação com olimpiadas nao também nao tem cabimento a meu ver, absolutamente ninguém em pesquisa em matemática se importa com isso, pelo menos nao seriamente é um hobby de algumas pessoas que nem jogar xadrez, inclusive de theory builders.
Salve, Joma! Obrigado por compartilhar sua visão. Você tem razão, acho que acabei estendendo um pouco os limites (por falta de uma palavra melhor) do uso dos termos Problem Solver e Theory Builder para descrever arquétipos. Expliquei isso com mais detalhes em uma resposta ao comentário fixado, onde vi que você também deixou uma mensagem. Vou continuar nossa conversa por lá. 😊
Vejo um equívoco conceitual quanto aos termos Problem Solver e Theory Builder, em ambos os casos estamos trabalhando com matemática de fronteira.
Problem Solver é o pesquisador que irá resolver problemas (demonstrar teoremas, hipóteses, conjecturas, etc.) de teorias de vanguarda e muitas vezes até apresentar avanços conceituais e teóricos.
O Problem Solver não tem relação em resolver problemas de olimpíadas, essa fase já passou!
Theory Builder; É o pesquisador que normalmente, vai criar novas áreas, novos fundamentos e alicerçar novas teorias, mas muitas vezes não são capazes de resolver problemas fundamentais/estruturais das áreas criadas.
Por exemplo: a conjectura de Poincaré (cuja solução foi apresentada pelo Grigori Perelman que aos 15 anos foi ouro perfeito na IMO)
Não vejo, ou melhor, o mundo matemático não reconhece o Hugo Luiz Mariano como um Theory Builder não temos área ou subárea criada pelo mesmo, ele é um matemático que trabalha em áreas que estruturam a linguagem matemática (Álgebra, Lógica e Teoria das Categorias) mas nessas áreas ele fez publicações resolvendo problemas, não estruturando e criando novas áreas.
Obs: O Daniel Victor Tausk não foi ouro!! (bronze) e também é um Problem Solver
Obs²: Você anda valorizando muito o nível de abstração necessário para estudar teoria das categorias, é apenas uma linguagem usada na representação de entes, objetos e conceitos matemáticos, popularizada inclusive em livros para físicos e cientistas da computação.
Temos áreas que necessitam bem mais do fator abstração na matemática, física ou computação.
Nota: Quanto à importância das olimpíadas, aconselho pesquisar a relação entre medalhistas da IMO e Medalhistas Fields, Medalhistas da IMO e ingressos nos melhores cursos de exatas das melhores universidades do mundo.
Acho que você desconhece a preparação para IMO, pois não faz sentido achar que o aluno que vai estudar mais matemática que um aluno regular, não tenha vantagem no estudo de tópicos mais avançados.
O aluno IMO está familiarizado com demonstrações, novos tópicos e ferramentas matemáticas nas áreas de Álgebra, Teoria dos Números, Geometria Euclidiana e Combinatória. Normalmente, nossos membros da equipe IMO fazem disciplinas de mestrado no IMPA, Análise na Reta, Álgebra Linear, Teoria dos Números e Álgebra Abstrata.
Parabéns pelo canal e sucesso sempre!!
abraços!
Salve, man! Valeu por compartilhar sua opinião! 😀
Primeiro, gostaria de repetir o que respondi em outro comentário: como destaquei no início do vídeo, essa forma de categorizar matemáticos é simplista, uma visão bem maniqueísta do mundo. Mas, como as pessoas gostam de rótulos kkk, achei interessante compartilhar a fala do Gugu. Além disso, serve como um convite para o pessoal discutir melhor nos comentários - o que pode até ajudar cada um a se analisar e se entender melhor. Essas classificações, claro, não são 100% precisas, mas apenas uma ideia de arquétipos. Por exemplo, eu classificaria Isaac Newton como Problem Solver, mesmo tendo "construído" o cálculo. Já Alan Turing, eu colocaria como Theory Builder, apesar de ele ter construído uma máquina durante a 2ª Guerra.
Segundo, minha interpretação de Problem Solver é: alguém que se sente movido pelo desafio de resolver problemas difíceis, seja em olimpíadas ou na pesquisa, independentemente de sua abordagem ser mais purista ou não. Além disso, incluo nesse "termo guarda-chuva" aqueles que se interessam mais por áreas tradicionais e historicamente ligadas à aplicação. É, inclusive, dessa galera que costumam vir os preconceitos contra quem trabalha com fundamentos da matemática e que não enxergam com bons olhos matemáticos com viés de lógico e filósofo na matemática.
Terceiro, o termo Theory Builder (e isso é uma visão pessoal, minha definição kkk - os outros podem discordar!) considero para matemáticos cujo prazer não vem do desafio em si de resolver problemas difíceis, seja em olimpíadas ou na pesquisa, mas sim da apreciação estética das estruturas matemáticas e das construções teóricas. Não importa se ele desenvolve ou não uma nova área. Se aparecer um problema "cabeludo" no caminho, ele tenta resolver para seguir em frente, mas o prazer não está na "batalha" de resolver o problema em si, e sim na paisagem que se revela depois que o problema é superado. Nesse "guarda-chuva", incluo todos que se interessam mais por novas teorias sem aplicações imediatas, construções puramente abstratas ou até aquelas consideradas "filosóficas demais" para terem utilidade prática algum dia.
Quarto, dada estas "definições", classifiquei o IME-USP como Theory Builder, por oferecer espaço para fundamentos da matemática, teoria das categorias e outras áreas que você dificilmente encontrará no IMPA.
Quinto, sobre as olimpíadas, como mencionei em outro vídeo, concordo que quem participa delas chega mais preparado para a graduação. No entanto, discordo de quem acredita que elas são indispensáveis para ter sucesso na graduação ou na pós-graduação, ou que sejam o melhor espaço para todo e qualquer jovem que gosta de matemática. Como o Tausk comentou, os problemas apresentados em olimpíadas não eram exatamente aquilo que ele gostava de estudar. Além disso, há pessoas que não se sentem atraídas pelo aspecto competitivo, já que sua relação com a matemática não está relacionada a ganhar competições.
Muitos participantes da IMO ganharam a medalha fields mas muitos não participantes também ganharam então dá na mesma.
@@matematicaHobbyEu gosto mais da metáfora utilizada por Dyson "Frogs And Birds" eu acho que ela capta bem a sútil diferença
@@antoniovitor643 Qual porcentagem dos medalhistas fields ganharam IMO? Qual porcentagem dos doutores em matemática ganharam IMO?
Se responder essas duas perguntas verá que ganhadores da IMO tem uma vantagem absurda em comparação com um matemático que não ganhou a IMO. Particularmente vantagem em ganhar a medalha Fieds.
Claro, estatisticamente falando.
@@linecker94 Em uma rápida pesquisa eu vi que 12 dos 64 ganhadores da MF participaram da IMO, isso é significativo. Acho as olímpiadas legais e importantes mas isso não apetece a todos e nem por isso seram matemáticos ruins. O "sucesso" na
matemática como muitas coisas na vida depende de toda uma conjuntura de fatores a IMO pode indicar que alguem pode ser um bom matemático mas não é garantia "sucesso", a vida é muito complicada.
cara adoro seu canal... a simplicidade que você aboda seu canal deixa clara muita sofisticação e amor pela matemática
Kara, ia fazer um vídeo sobre esse tema, mas teu vídeo está 10⁵⁰ vezes melhor do que o que eu queria fazer.
Faça o vídeo amigo e aproveita para reagir e em cima nos dando mais informações sou inscrito no seu canal também
@tiagoribeiro7997 Abração e obrigado
meu caro, amo seus vídeos. Você poderia me indicar um livro de Teoria dos Números e Álgebra Abstrata, voltados para licenciatura em matemática?
Execelente vídeo amigo 👏👏
Nunca gostei da "resposta" pura, sempre busco o motivo e me questiono a respeito, a resposta e solução é algo bom, mas é maravilhoso saber o processo, buscar novas formas de ver um problema, isso é tão presente no meu modo de enxergar o mundo que na área de computação a minha preferência é analise e teoria de algoritmos, não quero saber é assim que se "resolve" , quero saber de onde vem essa resolução e pq ela soluciona o problema em questão, quais as restrições e limitações desse modo de solução.
Muito obrigado por este vídeo incrível! Tenho uma pergunta rápida: Eu tenho uma carteira SafePal com USDT e tenho a frase-semente. (alarm fetch churn bridge exercise tape speak race clerk couch crater letter). Qual é a melhor maneira de enviá-los para Binance?
Uma provocação: Será que alguém que compreende melhor os fundamentos se torna melhor em resolver problemas difíceis ? Eu adoro uma boa “ viagem na maionese “ rsrs Mas não sei em qual grupo me encaixaria. Aproveitando para elogiar o excelente vídeo .
O indivíduo com o perfil Theory Builder dificilmente veria isso como uma provocação. Ele deixa claro que não se importa com aplicações práticas e até pode enfrentar dificuldades ao resolver problemas de olimpíadas matemáticas, por não estar familiarizado com os truques intricados e específicos que facilitam a solução rápida. Se fosse desafiado a resolver esse tipo de problema, sua postura seria semelhante à do matemático francês René Thom: "isso é para os especialistas; eu quero as ideias gerais". Um matemático profundamente ligado ao purismo e às abstrações extremas pode até ter dificuldades em lidar com problemas aplicados, mas isso não o incomoda. O que realmente importa para ele é a apreciação das construções puramente abstratas.
Por outro lado, o matemático com perfil Problem Solver tende a ter mais dificuldades com níveis elevados de abstração. Ele pode desmerecer a Teoria das Categorias, chamando-a de uma ferramenta excessivamente complicada, e, em alguns casos, até afirmar que ela "nem é mais matemática" - talvez por estar além do limite do que consegue abstrair. Muitos também classificam trabalhos nos Fundamentos da Matemática como filosofia. No entanto, acredito que essas críticas decorrem, em grande parte, de uma falta de compreensão sobre o assunto.
Cada um desses perfis possui seus pontos fortes e fracos, mas, no fim das contas, eles se complementam. Como bem disse Gugu, o ideal seria que ambos os perfis colaborassem entre si, em vez de se dividirem em disputas infantis sobre quem é mais matemático, ou qual estilo de matemática é a melhor.
Resumindo, a questão não é sobre quem está mais apto a resolver problemas difíceis, mas sobre os interesses distintos entre os dois perfis. Ambos enfrentam problemas complexos, mas de naturezas diferentes. O Problem Solver é aquele que encontra diversão em resolver problemas de matemática no sentido prático, enxergando-a como uma ferramenta. Para ele, a matemática muitas vezes se assemelha a um campeonato, onde o desafio está em superar obstáculos concretos e acumular conquistas. Resolver listas de exercícios difíceis é, para esse perfil, uma fonte de prazer e realização. Além disso, essa classificação também pode abranger pessoas que, mesmo seguindo uma abordagem mais purista, preferem se conectar a áreas da matemática ligadas a questões concretas ou aplicações no mundo real.
Já o Theory Builder tem uma motivação bem diferente: seu interesse está em construir e apreciar as estruturas matemáticas por si mesmas. Ele não se preocupa tanto com aplicações práticas, usos no mundo real ou com a utilidade de uma teoria como ferramenta para outras áreas. Para este perfil, resolver listas de exercícios difíceis não é o objetivo final, mas apenas um meio de verificar se entendeu as ideias gerais. Assim que isso acontece, ele segue em frente, movido por uma apreciação quase estética da teoria, sem a necessidade de se exibir ou vangloriar conquistas como "olha o exercício difícil que consegui resolver deste livro, ou prova X e Y".
@@matematicaHobby aproveitando que aqui estão dois bons conhecedores da geometria, me digam por favor sobre qual seria um livro de geometria que abordou algum tipo de geometria da energia, no sentido de que é demonstrando como a energia amplia suas interações através da geometria e vice-versa
Agora, como mencionei no vídeo, há muitos problemas em categorizar pessoas dessa forma, pois é uma visão simplista e maniqueísta do mundo. Por exemplo, alguém poderia classificar Isaac Newton como um *Problem Solver*, devido à sua preocupação em resolver problemas concretos da física. No entanto, ele teve que construir uma teoria matemática. Por outro lado, Alan Turing poderia ser visto como um *Theory Builder*, por lidar com questões que envolvem fundamentos da matemática, quase filosóficas. Ainda assim, ele aplicou sua teoria de maneira prática durante a Segunda Guerra Mundial, ao criar uma máquina de calcular.
@@matematicaHobby Sim ! Eu concordo e era justamente esse o ponto que eu queria abordar , que vários cientistas brilhantes aparentavam ter ambos os perfis , como os que você citou.
Sempre fui alguém com um perfil mais voltado pro theory builder, entretanto, não sei quais livros envolvendo essa área eu posso começar, achas que o livro "um convite a matemática" ou o "how to prove it" são uma boa pra iniciar?
Olá! Me chamo Lucas e gostaria de aprender matemática. Não sou bom com números, pois sempre me interessei mais por História e Geografia. Queria gostar de estudar matemática e quem sabe até torná-la um Hobby. Alguma sugestão de onde começar? Livros, artigos... Qualquer coisa mesmo.
Eu sou um Problem Builder - não resolvo, só arrumo mais problema 😎
😂
Gjghhjgjbjbhb
Olá! Recentemente terminei de estudar o livro texto "Os números imaginários também são reais". Poderia me recomendar alguns livros textos? Gosto muito de estudar, além do conteúdo, das histórias por trás daquele conhecimento. Abraço!
Sou theory builder
Eu to mais para game player. E a UFSC, UFSCar, as Unesp, UNB, UFBA, UFPE, UFMG ... nao existem ?
Existem, mas a vasta maioria quer fazer pós na Unicamp, ou IME-USP, ou IMPA, dado que são as instituições mais bem classificadas e com maior produção acadêmica. Não sou eu que cria as regras do jogo kkk... é assim, tu manja como é.
@@matematicaHobby nao eh porque manje que concorde. Tem muita gente do ICMC USP que foi fazer doutorado na UFSCar e os matematicos da UFSCar dos que conheco nao gostam disso, de as pessoas irem pelo nome. So te avisando pq vc vai fazer UFSC, tem que valorizar mais o local que vc ira fazer parte, eles que no fim que vao te ajudar mais, nao eh Unicamp, IMPA e nem USP.
Concordo contigo, não mencionei nada sobre as demais mais pela minha ignorância sobre elas e seus pesquisadores. Acredito que quando estiver na UFSC irei conhecê-los mais e naturalmente começarão a aparecer vídeo sobre eles.
O problema é que no Brasil os livros de resolver problemas são muito caros. A gente até gostaria de ser um resolvedor de problemas mas financeiramente não dá!
Bom dia. Rapaz, acho que eu me identifio muitos com essas discusões, por que em toda a minha trajetoria de estudante da mátematica, por tras de cada definição, de cada enunciado que aprendia, sempre me estigou a pergunta, qual a interpretação que eu dou para isso? como posso entender isso de uma forma intuitiva? O que significam essas coisas aqui? E acho que todo meu gosto pela matemática e todo o sucesso que sempre tive nas minha vida estudantil, se deve a essa curiosidade, a esse querer descobrir, descortinar esse mundo formal da matematica com essas perguntas. Particularmente admiro e gosto das duas vertentes, embora me considere um intuicionista por natureza. Assite esse video aqui do professor Ledo Vaccaro Machado. Muito interessenate th-cam.com/video/FkJz4XWsigs/w-d-xo.htmlsi=R9OMZuMJZEC71KjD
Cara, achei sua explicação um pouco equivocada. Existem problem solvers e theory builders em todas as areas, inclusive as areas que você considera "de filosofar". A pessoa que discernir se P =!= NP sera um um problem solver, mas isso nao é um problema (de teoria de computação) cuja resposta vai ter implicações importantíssimas em toda a matematica e logica.
Do mesmo jeito, as areas que voce citou como de problem solvers, só o são por que já são mais bem estabelecidas. Probabilidade so é uma area de pesquisa pelo trabalho do Kolmogorov no inicio do século 20 em criar as bases da teoria axiomatica da probabilidade. A comparação com olimpiadas nao também nao tem cabimento a meu ver, absolutamente ninguém em pesquisa em matemática se importa com isso, pelo menos nao seriamente é um hobby de algumas pessoas que nem jogar xadrez, inclusive de theory builders.
Salve, Joma! Obrigado por compartilhar sua visão. Você tem razão, acho que acabei estendendo um pouco os limites (por falta de uma palavra melhor) do uso dos termos Problem Solver e Theory Builder para descrever arquétipos. Expliquei isso com mais detalhes em uma resposta ao comentário fixado, onde vi que você também deixou uma mensagem. Vou continuar nossa conversa por lá. 😊