Sou dos EUA, e comecei a estudar o Portuguese há dois anos e meio, incluindo as canções. Descobri essa joia uns meses depois de começar a estudar, e, além de me ajudar a aprender a língua, me apaixonei por essa letra incrível. A troca de palavras no final da frase de cada versão é genial. Esse vídeo me ajudou bastante a entender os significados mais sutis que eu estava perdendo antes.
Dude!!!! Your Portuguese is perfect!!!! Only two years and a half??? Parabéns!!!!👏👏👏 un dia desses, a gente come uma feijoada!!!😋😉😘Escuta uns sambas, e toma umas caipirinhas.....🍹!!!
Quantos comentários fantásticos, quantas interpretações diferentes e, pra mim, cada uma delas faz sentido. Não é só o Chico que é um gênio não, vocês também são ❤
Interessante sua análise. Eu sempre imaginei que a letra fosse sobre suicídio. O primeiro eu sempre entendi como sendo a visão em que se conversa com a realidade vista na percepção do personagem principal. Ele se despede da mulher como se fosse a última do mundo, mas deixando subentendido como se fosse a última vez. Ele se sente parte de um sistema que não o valoriza e o trata como máquina e, com isso, ele escolhe fazer tudo muito intensamente para se despedir da vida. E, no final, ele morre e, só a morte perde a estação para ser vista de forma realista, pois, tudo que ele fez foi atrapalhar o tráfego. Na segunda versão, me parece a versão realista de quem estava próximo. Um homem errante, adúltero, bêbado, mas como fruto daquele sistema. Atrapalha o público, ou seja, as pessoas que por ali estavam. Na terceira parte, eu vejo como a percepção de fora, alguém que só vê alguém deprimido funcionando no automático. No verso "amou daquela vez como se fosse máquina" não me soa como sendo uma máquina de amor, mas uns máquina sem sentimentos. Beijou a mulher como se fosse lógico. Porque, embora ele já não sentisse mais nada, era o esperado que ele fizesse. No fim, ele já não era nada, não sentia nada, já tinha se entregado, era indiferente para e aos outros e a si mesmo. Morre como um pacote bêbado, já que foi tudo a que foi reduzido. E, no fim, foi uma morte incoveniente, já que ele já não servia para mais nada e ainda escolheu o sábado para morrer. Não sei se ficou muito claro o que eu quis dizer porque só fui escrevendo, mas acho que o contexto seria mais ou menos esse.
Escutei essa música pela primeira vez a alguns minutos, tive exatamente a mesma impressão que você em todos os detalhes, fui atrás de alguma análise de letra e me deparei com esse seu comentário incrível, brigadão!
Eu vejo a música como a história de 3 pessoas diferentes, como se o sistema fosse eles irem trabalhar e que independente de como eles vivem a vida no fim eles vão morrer e vão só estar atrapalhando. O primeiro seria alguém que vive o padrão do q o sistema pede. O segundo é um que foi corrompido mas segue o que tem q seguir. O terceiro é alguém que já desistiu, que leva no automático. Pode se até pensar que é uma analogia com a história dos 3 porquinhos, mas que no final o lobo consegue derrubar todas as casas independente do que seja feita a construção.
Faz muito sentido pricipalmente pq tem a parte" como se fosse o próximo e pq o 1 atrapalha o trânsito = caiu na rua O 2 atrapalha o passeio público = caiu na calçada O 3 atrapalha o sábado = no meio das pessoas O 1 e 2 dão ideia de dia de semana, o último de fim de semana
Eu entendo que a exploração (capitalista) é tema que transpassa a letra praticamente toda por exemplo "Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe" parece um pouco com o espírito de "Deus lhe pague"....ou seja, comer feijão com arroz parece ser um grande privilégio (que esse personagem não merece)...o álcool funciona como um alento para encarar um cotidiano tão difícil que é o trabalho na construção civil, muitos trabalhadores bebem até mesmos para suportar a fome e o cansaço. De acordo com alguns especialistas o esforço físico de o trabalhador da construção civil realiza diariamente é semelhante a de atletas profissionais, porém sua alimentação, descanso...não se assemelha a dos atletas profissionais! Essa letra é magnifica!! Valeu Juscelino!! Sempre trazendo muitas questões para o debate!!
Meu pai morreu na construção aos 45 anos de idade exatamente como Chico Buarque diz... Depende como vemos a música, e como ela nos afeta... Todos nós construtores de algo e que somos descuidados pelo sistema... Assim uma pessoa que trabalha de domingo a domingo para criar os filhos, como meu pai, não tem direito a férias, e se quiser tirar um mês para uma viagem na Itapemirim para ver os que deixou no nordeste do Brasil, até porque a grande maioria das pessoas que trabalham na Construção civil como pedreiro ( Também vemos a música Pedro pedreiro.), não conseguiram ser alfabetizadas na infância e sofreram muito a exploração infantil, não podendo estudar em tempo correto, normalmente já vem de famílias de analfabetos, e seus filhos crescem construindo como eles... Artistas também constroem suas músicas obedecendo a uma gramática, obedecendo a uma mágica que é a música pronta, em ambos os casos trabalhadores da Construção... Se bem analisarmos a classe trabalhadora, todos passam pelo mesmo processo e vivem a todo tempo o perigoso tempo de cair da construção atrapalhando o tráfego ( no caso do meu pai nem atrapalhou porque morreu em um lugar onde não era com tanto trânsito como é o personagem dessa música...). O próprio Chico no tempo de seu exílio também estava atrapalhando o tráfego ( Ditadura), quando compôs suas músicas de protesto ao sistema repressor, o regime ditatorial em que vivia, por isso foi excluído... Pedreiro sempre foi uma profissão que quando o trabalhador tem que exercer o ofício por conta própria não tem nenhuma ajuda governamental em caso de morte, os sindicatos da construção civil não prevê nada para o empreiteiro que não se submeter as grandes empresas, construtoras, mas que constroem as casas de todas as classes sociais, sendo que tem que construir uma maneira de cuidar do pouco que ganha em uma construção, antigamente uma poupança, hoje em dia nem isso tem porque não tem uma correção do dinheiro que ganha... Essa música ao meu ver tem a ver com a construção civil e a construção de todas profissões para classe pobre, que nunca consegue sair do feijão com arroz e quando o come é um banquete como se fosse um príncipe... Quando também o Chico Buarque retorna ao Brasil e pode viver fora do exílio tem a possibilidade de se sentir um príncipe e beijar seus filhos e ir ao trabalho... Chico por uma análise do ponto de vista psicológico em todas suas músicas está sempre falando em construções, quando faz a música Vai passar, novamente toca no paralelepípedo que tem uma construção pedra por pedra, ou seja novamente um desenho mágico, novamente uma construção e coloca novamente uma comparação do sistema louco capitalista a que todos somos submetidos como também ao sistema que ele viveu desde as suas primeiras canções... Chico tem que ter foco, o pedreiro tem que ter foco, o carnaval tem que ter foco... O samba popular, tem ancestrais e até hoje é uma mesmice, até hoje a música é atual representando cada tijolo que somos cada um de nós que moldamos uma sociedade como uma construção e que poderemos morrer e não seremos vistos como não são vistos os pedreiros e os seus filhos quando morre o pai de família e ficam sofrendo em um mundo onde tudo se desconstrói... Sei que tudo é interessante e tudo é lindo, difícil e cruel nessa música... Ao mesmo tempo que é atual é daquela época, que tinha que ser dita e que ninguém disse antes... A carácteristica da música de protesto é muito difícil... O pedreiro já não protesta, morre sem direito ao exílio... Essa música é extremamente forte, leva a diversos pensamentos dentro desse processo de construção de uma sociedade capitalista, e desmistifica tudo e todos....
Eu sempre imaginei a música como se fosse suicídio. Suicídio de um homem que vivia pra trabalhar, mas que sentia uma tristeza que a música não explica a origem. Então a música mostra a visão de quem compadece do sujeito e de quem só está preocupado com seu próprio trabalho e divertimento.
Achei fantástica a análise, pois trouxe uma reflexão de como muito da interpretação vai da experiência de vida de quem ouve: eu tive que interpretar essa música aos 12 anos na escola, e pra mim não se fez evidente na época o sarcasmo: a segunda e terceira partes pareciam mais com o que se passava na cabeça do personagem durante os segundos finais de sua agonia, com a confusão e mistura das ideias, bem naquela ideia de que "se vê a vida passar diante dos olhos, quando PRÓXIMO da morte". Inclusive, achava que esse enigmático "PRÓXIMO" remetia à sensação de que o personagem pressente seu fim. Em suma, ainda que seja cantada em terceira pessoa, interpretei na ocasião como se fosse do ponto de vista dele e que o narrador estava imparcial. Agora, por outro lado, estando eu mais velho, também me faz bastante sentido a interpretação do narrador com parcialidade, seja para bem dizer no começo, seja para mal dizer na sequência... Por essa interpretação, eu diria que "Amou daquela vez como se fosse máquina, beijou sua mulher como se fosse lógico, ..." talvez seja a parte que melhor represente a realidade da história, nem ao céu, nem ao inferno, porque estes dois versos me deram a impressão de serem atos automáticos, repetitivos, sempre iguais, algo meio conformista, de que não mudaria e que o personagem já estivesse fadado a repetir mecanicamente por toda sua vida.
Eu tenho 66 anos e eu me lembro muito bem quando eu comprei o LP Construção no final de 1971. Eu nunca ouvi uma letra brasileira tão fantástica quanto Construção.
Vi uma outra análise interessante dessa música q sugeria que a primeira parte é a versão da família, a segunda a versão do patrão e a terceira a versão da imprensa. Funciona
Gostei da análise, vai de encontro do q sempre interpretei. Sempre entendi essa letra como um acidente de trabalho na primeira versão e sucídio na segunda. Em ambas o sentido é o mesmo, o trabalhador como uma mera peça na engrenagem do sistema. Ao meu ver a terceira versão apenas reforça essa idéia, trocando os sentidos, ou a falta deles. Mas com a mensagem final, que independente da causa da morte, a sociedade segue seu rumo, desprezando o coletivo, valorizando o individualismo, nos tornando indiferentes ao sofrimento alheio. Considero essa música uma obra prima. Salve Chico.
17:39 Só uma correção: O filho prodtogo da Bíblia não significa importante. Pródigo é aquele que gasta dinheiro facilmente. Foi o que o rapaz da parábola fez antes de voltar pa casa arrependido. Talvez a canção quisesse mostrar que o trabalhador via os filhos como fonte de desperdício. Mas é só a minha opinião, que ninguém pediu.
Essa eu aguardei, melhor música do Chico. Acho mais interessante que os desfechos das estrofes, o sentido dos "como se fosse", que na primeira história é uma ênfase, na segunda é só um desdém
Muito topp o vídeo, de verdade msm!! E faz sim uma análise da letra "Deus Lhe Pague" do Chico Buarque também, aproveita o embalo, vai ser Muito legall!!
A letra é infinitamente mais complexa que isso. Foram 3 visões diferentes da desgraça. Vista pelos militares. Vista pela sociedade. Vista pelo poder financeiro. Pelo menos o Chico Buarque nunca afirmou ou negou isso. Ele deixou as 3 incógnitas que na época eram muito bem percebidas. Uma análise em 2021 é totalmente diferente da visão no final de 1971, início de 1972. Isso é fruto somente da mente de um gênio.
Excelente trabalho, como sempre, Juscelino!! Parabéns!!! E, Deus Lhe Pague, p favor!!! A idéia do telefone sem fio é ótima!! O personagem é desconstruído a cada versão de a história... No início, um homem de bem, bom pai, bom esposo, funcionário exemplar... Na segunda estrofe, o clássico: "trabalhador, pena que bebe"... Ou "um pedreiro de mão cheia, mas..." Ótimo funcionário, mas em casa, com a família, não tão bom assim... E, na última estrofe, nem bom pai ou marido e tampouco funcionário!! Praticamente, apenas um corpo que cai!!! Quanto ao "próximo", entendo mesmo que seja um enaltecimento de si mesmo, combinando com as outras características do personagem na estrofe!! O próximo é melhor q o anterior. Pelo menos é no q acreditamos e desejamos!! Chegou a minha vez!!! Sou o cara!!!... Enfim... E a primeira parte me soa como um suicídio planejado!! Ele se despede sistematicamente de todos e tudo!!!... E também podemos pensar em 3 pessoas diferentes, como bem disse @gabrielDB... Ou tantos outros que perdem suas vidas, diariamente, ou em tantas histórias diferentes e parecidas, ao mesmo tempo!!!Grande música, grande letra, grande história!!!! Chico, né!!! Fazer o que?!?...
Esse " bebeu e gargalhou como se fosse o próximo" na minha interpretação, ele bebeu e gargalhou como se nunca fosse fazer isso novamente, como estivesse se despedindo dessa vida, como soubesse que seria o próximo a morrer.
Pode ser que seja dois personagens com caráter diferentes mas que para os outros estão atrapalhando mesmo morto. Ou pode ser que não primeira versão é a verdadeira da vida do trabalhador e a segunda é o julgamento de alguém que estava sendo atrapalhando ali na hora que ele tava no chão
Maravilha a sua interpretação da letra, há vinte anos na TV cultura o professor Pascale fez um comentário sobre essa letra e uma canção do Gilberto Gil "vamos fugir". Parabéns
pra mim, ficou a impressão que ele "dançou e gargalhou como se fosse o próximo", pq ele ria e dançava como se fosse morrer logo, como se não houvesse amanhã
Descobri essa música um dia desses e achei tão inteligente e genial como que um conjunto de estrofes repetidas se alterando apenas a última palavra de cada verso tanto dão uma ideia completamente diferente de cada parte como passam uma mensagem como um todo que tive que procurar alguma análise pra ver o que dá pra cavar de interpretação dessa música. Eu adorei seu canal, espero que continue.
Assistir a sua análise da música domingo no parque pois teria que fazer um texto com o gênero de reportagem fiz e tirei nota máxima perfeitas suas analises
Gosto. Muito das músicas de Chico Buarque. Letras bem feitas e as vezes profunda. Na década de 70 eu estava o ensino fundamental, que era o ginasial. O professor levava as letras das músicas do Chico Buarque. Eu lembro que levou a música Carolina do Chico. Passamos 2 aulas em dias diferentes para terminar a interpretação. Na época achei difícil mesmo com a ajuda do professor. Achei ótimo na época pq i Chico estava bombando
Sei que não tem nada a ver com o Boca de Ouro, mas me fez lembrar daquela série A Maldição da Residência Hill, onde cada evento, a cada episódio, é contado sob o ponto de vista de cada personagem em perspectivas diferentes. Então você assiste ao mesmo contexto, à mesma ambientação, mas com ângulos e visões diferentes, de acordo com o personagem em questão.
Eu vejo como se na verdade cada uma das 3 partes da música são 3 personagens diferentes, é só que a vida deles é muito parecida. Só muda os adjetivos, mas os 3 são a mesma coisa pra "máquina". Então na segunda parte, quando ele diz "como se fosse o próximo" é porque realmente incontáveis pessoas passaram por exatamente a mesma coisa. Só muda os adjetivos de cada um, mas eles fazem a mesma coisa, trabalham do mesmo jeito, são insignificantes do mesmo jeito.
Caroline Polachek, principalmente a música billions, é em inglês mas vale a pena mesmo que vc não saiba ver a tradução (ps: no site Genius tem umas interpretações da comunidade bem legais, nem sempre elas são boas mas são legais de ver e discutir)
A segunda parte revela muito a Questão da demonização do operário pelas empresas, pra culpar o funcionário pelo acidente e não as má condições de trabalho, "Deus lhe pague"
Escutando sua análise de "Construção" me lembrei da também genial música do Chico Buarque "Teresinha". Em Teresinha ele também divide a música em três partes, o ruim, o bom (de que tão bom se converte em ruim) e o mediocre.
A minha visão sobre a ultima parte é que o trabalhador estava trabalhando em um dia anormal (no sábado), o que o deixa cansado por não ter um dia de descanso durante toda a semana e a cabeça dele ja ta muito confusa o que da a letra uma versão mais difusa
Olá Juscelino!! Parabéns por suas interpretações!! A canção que gostaria de compreender do Chico Buarque é "Uma canção desnaturada". Se um dia puder interpretar seria ótimo. Abraços!
Gosto muito das músicas do chico.e gostei muito dessa interpretação.e gosto muito de ver as pessoas elogiando essa música.porque pra mim.tem mais um detalhe.fazer um composição musical nada mais é do que fazer uma construção poética.mais ele é super valorizado por isso.e um pedreiro que nesse caso também faz uma construção que parece fácil.não tem o mesmo valor que ele Chico.
A interpretação que tive dessa música foi que a primeira parte era como se fosse a visão que o próprio construtor tem de si mesmo, enquanto a segunda parte era como ele realmente era, ser humano quebrado, e na terceira parte pra mim era como se a própria música também se "quebrasse", perdendo totalmente seu sentido, e é lindo como tudo mudou e passou uma mensagem incrível vom apenas a alteração da última palavra de cada verso.
Muito bom o vídeo. Me permita discordar da segunda parte. Não acho que a ideia era fazer um novo juízo do operário, mas demonstrar como a realidade se impunha a ele. Tudo que ele tentou viver, ou viveu de fato, é atrapalhado pelo cotidiano, ainda que em alguns aspectos ele continuasse conseguindo sobreviver, como nos momentos que ele ainda é um príncipe. Os substantivos são trocados de posição, o ritmo acelera, e ele passa a ser ainda mais mal visto por quem passa. Na terceira parte, a realidade se impõe completamente, tudo fica confuso e acelerado, ele não consegue dar o sentido que queria pra vida e morre.
Debatemos na Faculdade (cadeira Filosofia), que a 1ª parte visão Família, 2ª parte visão Empresa e 3ª parte visão Família. Gosto muito de suas analises. Abraço.
Incrível e é isto! Pensei numa coisa, mas não sei se seria possível, tem uma música da Olívia Byington que caberia uma análise também que é Luz do Tango. Eu amo demais, mas aí tem que ver se seria viável
Ótima análise. Parabéns pelo trabalho do canal. Sou fã. Na minha interpretação ele não fala da mesma personagem. Acho que as versões servem para demonstrar que, não importa como esse trabalhador seja - perfeito ou mediano ou cheio de defeitos, um bêbado que faz o trabalho de modo desleixado - nada disso importa, pois ele sempre terá um desfecho que culmina numa morte boba, a serviço do capital e quando perde sua vida efetivamente, é só um estorvo para a sociedade. Acredito que o mesmo recurso fora usado no curta-metragem estadunidense “Dois estranhos”. Aqui o foco era não a pobreza, mas o racismo das instituições com o negro, a ponto de não importar o que este negro faça, ele sempre estará em conflito com a polícia e sempre será morto. Na música de Chico a temática é com a pobreza e com a desigualdade social que remontam às origens do Brasil. Inclusive, com fortes ligações com a personagem central do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Lá como aqui os Severinos sempre morrem como se fossem apenas uma coisa, seja de morte morrida ou de morte matada. Seja no sertão, seja na zona da mata. Sejam agricultores, sejam industriários.
Na verdade quando fala atrapalhando o sábado ele tá dizendo que a morte do cara, mais uma vez foi só um atrapalho no dia de descanso de alguém, porque ele estava no meio da rua atrapalhando o trafego
Na segunda narrativa a palavra a palavra próximo, assim como pródigo, tem um aspecto bíblico. Ele dança e gargalha como se ele fosse amado, já que o mandamento de Jesus é "Ame o próximo"
Amo suas análises. Gostaria muito que você falasse sobre A COMPANHEIRA do LUIZ TATIT, pois só eu aqui do meu pedaço acho que no começo ele gosta, depois ela é meio STALKER. Obrigada.
Essa época acontecia muitas mortes na construção civil. Coincidiu com o volume de dinheiro do FMI empregado na construção civil, que nao havia respaldo legal que responsabilizassem as mortes. Seria o primeiro pesonagem um pedreiro, o segundo um engenheiro e o terceiro um empreiteiro? Acredito nessa alternativa. O Chico Buarque, no meu entendimento, descreveu 3 castas de pessoas com interesses e condutas pessoais diferentes em seus cotidianos. Mas, os 3 morrem, ficando ilesos os investidores que não assumem riscos de vida ao construir o empreendimento imobiliário.
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Sou dos EUA, e comecei a estudar o Portuguese há dois anos e meio, incluindo as canções. Descobri essa joia uns meses depois de começar a estudar, e, além de me ajudar a aprender a língua, me apaixonei por essa letra incrível. A troca de palavras no final da frase de cada versão é genial. Esse vídeo me ajudou bastante a entender os significados mais sutis que eu estava perdendo antes.
Dude!!!! Your Portuguese is perfect!!!! Only two years and a half??? Parabéns!!!!👏👏👏 un dia desses, a gente come uma feijoada!!!😋😉😘Escuta uns sambas, e toma umas caipirinhas.....🍹!!!
@@aliciamesa5382 joga um futs
@@orobsuuu Que que é isso???🤔
@@aliciamesa5382 futebol
@@orobsuuu Ahhh....e porque?
Quantos comentários fantásticos, quantas interpretações diferentes e, pra mim, cada uma delas faz sentido. Não é só o Chico que é um gênio não, vocês também são ❤
Interessante sua análise. Eu sempre imaginei que a letra fosse sobre suicídio. O primeiro eu sempre entendi como sendo a visão em que se conversa com a realidade vista na percepção do personagem principal. Ele se despede da mulher como se fosse a última do mundo, mas deixando subentendido como se fosse a última vez. Ele se sente parte de um sistema que não o valoriza e o trata como máquina e, com isso, ele escolhe fazer tudo muito intensamente para se despedir da vida. E, no final, ele morre e, só a morte perde a estação para ser vista de forma realista, pois, tudo que ele fez foi atrapalhar o tráfego. Na segunda versão, me parece a versão realista de quem estava próximo. Um homem errante, adúltero, bêbado, mas como fruto daquele sistema. Atrapalha o público, ou seja, as pessoas que por ali estavam. Na terceira parte, eu vejo como a percepção de fora, alguém que só vê alguém deprimido funcionando no automático. No verso "amou daquela vez como se fosse máquina" não me soa como sendo uma máquina de amor, mas uns máquina sem sentimentos. Beijou a mulher como se fosse lógico. Porque, embora ele já não sentisse mais nada, era o esperado que ele fizesse. No fim, ele já não era nada, não sentia nada, já tinha se entregado, era indiferente para e aos outros e a si mesmo. Morre como um pacote bêbado, já que foi tudo a que foi reduzido. E, no fim, foi uma morte incoveniente, já que ele já não servia para mais nada e ainda escolheu o sábado para morrer.
Não sei se ficou muito claro o que eu quis dizer porque só fui escrevendo, mas acho que o contexto seria mais ou menos esse.
Simm!! Exatamente o que eu imaginei
Eu sempre entendi como se fosse um acidente de trabalho
Sua análise fez todo sentido pra mim.
Escutei essa música pela primeira vez a alguns minutos, tive exatamente a mesma impressão que você em todos os detalhes, fui atrás de alguma análise de letra e me deparei com esse seu comentário incrível, brigadão!
@@MrLeleloco que legal que você compartilha dessa interpretação. Procurei algumas análises e não achei ninguém que entendesse também desta forma.
Eu vejo a música como a história de 3 pessoas diferentes, como se o sistema fosse eles irem trabalhar e que independente de como eles vivem a vida no fim eles vão morrer e vão só estar atrapalhando.
O primeiro seria alguém que vive o padrão do q o sistema pede.
O segundo é um que foi corrompido mas segue o que tem q seguir.
O terceiro é alguém que já desistiu, que leva no automático.
Pode se até pensar que é uma analogia com a história dos 3 porquinhos, mas que no final o lobo consegue derrubar todas as casas independente do que seja feita a construção.
Menino, eu pensei o mesmo! 😮
não mesmo, é só a vida do pião, que morre e ainda traz a empresa prejuízo
Faz muito sentido pricipalmente pq tem a parte" como se fosse o próximo e pq o 1 atrapalha o trânsito = caiu na rua
O 2 atrapalha o passeio público = caiu na calçada
O 3 atrapalha o sábado = no meio das pessoas
O 1 e 2 dão ideia de dia de semana, o último de fim de semana
Eu entendo que a exploração (capitalista) é tema que transpassa a letra praticamente toda por exemplo "Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe" parece um pouco com o espírito de "Deus lhe pague"....ou seja, comer feijão com arroz parece ser um grande privilégio (que esse personagem não merece)...o álcool funciona como um alento para encarar um cotidiano tão difícil que é o trabalho na construção civil, muitos trabalhadores bebem até mesmos para suportar a fome e o cansaço. De acordo com alguns especialistas o esforço físico de o trabalhador da construção civil realiza diariamente é semelhante a de atletas profissionais, porém sua alimentação, descanso...não se assemelha a dos atletas profissionais! Essa letra é magnifica!!
Valeu Juscelino!! Sempre trazendo muitas questões para o debate!!
Meu pai morreu na construção aos 45 anos de idade exatamente como Chico Buarque diz... Depende como vemos a música, e como ela nos afeta... Todos nós construtores de algo e que somos descuidados pelo sistema... Assim uma pessoa que trabalha de domingo a domingo para criar os filhos, como meu pai, não tem direito a férias, e se quiser tirar um mês para uma viagem na Itapemirim para ver os que deixou no nordeste do Brasil, até porque a grande maioria das pessoas que trabalham na Construção civil como pedreiro ( Também vemos a música Pedro pedreiro.), não conseguiram ser alfabetizadas na infância e sofreram muito a exploração infantil, não podendo estudar em tempo correto, normalmente já vem de famílias de analfabetos, e seus filhos crescem construindo como eles... Artistas também constroem suas músicas obedecendo a uma gramática, obedecendo a uma mágica que é a música pronta, em ambos os casos trabalhadores da Construção... Se bem analisarmos a classe trabalhadora, todos passam pelo mesmo processo e vivem a todo tempo o perigoso tempo de cair da construção atrapalhando o tráfego ( no caso do meu pai nem atrapalhou porque morreu em um lugar onde não era com tanto trânsito como é o personagem dessa música...). O próprio Chico no tempo de seu exílio também estava atrapalhando o tráfego ( Ditadura), quando compôs suas músicas de protesto ao sistema repressor, o regime ditatorial em que vivia, por isso foi excluído... Pedreiro sempre foi uma profissão que quando o trabalhador tem que exercer o ofício por conta própria não tem nenhuma ajuda governamental em caso de morte, os sindicatos da construção civil não prevê nada para o empreiteiro que não se submeter as grandes empresas, construtoras, mas que constroem as casas de todas as classes sociais, sendo que tem que construir uma maneira de cuidar do pouco que ganha em uma construção, antigamente uma poupança, hoje em dia nem isso tem porque não tem uma correção do dinheiro que ganha... Essa música ao meu ver tem a ver com a construção civil e a construção de todas profissões para classe pobre, que nunca consegue sair do feijão com arroz e quando o come é um banquete como se fosse um príncipe... Quando também o Chico Buarque retorna ao Brasil e pode viver fora do exílio tem a possibilidade de se sentir um príncipe e beijar seus filhos e ir ao trabalho... Chico por uma análise do ponto de vista psicológico em todas suas músicas está sempre falando em construções, quando faz a música Vai passar, novamente toca no paralelepípedo que tem uma construção pedra por pedra, ou seja novamente um desenho mágico, novamente uma construção e coloca novamente uma comparação do sistema louco capitalista a que todos somos submetidos como também ao sistema que ele viveu desde as suas primeiras canções... Chico tem que ter foco, o pedreiro tem que ter foco, o carnaval tem que ter foco... O samba popular, tem ancestrais e até hoje é uma mesmice, até hoje a música é atual representando cada tijolo que somos cada um de nós que moldamos uma sociedade como uma construção e que poderemos morrer e não seremos vistos como não são vistos os pedreiros e os seus filhos quando morre o pai de família e ficam sofrendo em um mundo onde tudo se desconstrói... Sei que tudo é interessante e tudo é lindo, difícil e cruel nessa música... Ao mesmo tempo que é atual é daquela época, que tinha que ser dita e que ninguém disse antes... A carácteristica da música de protesto é muito difícil... O pedreiro já não protesta, morre sem direito ao exílio... Essa música é extremamente forte, leva a diversos pensamentos dentro desse processo de construção de uma sociedade capitalista, e desmistifica tudo e todos....
@@roselenefelipe3788 Seu comentário é fascinante.
Eu sempre imaginei a música como se fosse suicídio. Suicídio de um homem que vivia pra trabalhar, mas que sentia uma tristeza que a música não explica a origem. Então a música mostra a visão de quem compadece do sujeito e de quem só está preocupado com seu próprio trabalho e divertimento.
Achei fantástica a análise, pois trouxe uma reflexão de como muito da interpretação vai da experiência de vida de quem ouve: eu tive que interpretar essa música aos 12 anos na escola, e pra mim não se fez evidente na época o sarcasmo: a segunda e terceira partes pareciam mais com o que se passava na cabeça do personagem durante os segundos finais de sua agonia, com a confusão e mistura das ideias, bem naquela ideia de que "se vê a vida passar diante dos olhos, quando PRÓXIMO da morte". Inclusive, achava que esse enigmático "PRÓXIMO" remetia à sensação de que o personagem pressente seu fim. Em suma, ainda que seja cantada em terceira pessoa, interpretei na ocasião como se fosse do ponto de vista dele e que o narrador estava imparcial.
Agora, por outro lado, estando eu mais velho, também me faz bastante sentido a interpretação do narrador com parcialidade, seja para bem dizer no começo, seja para mal dizer na sequência... Por essa interpretação, eu diria que "Amou daquela vez como se fosse máquina, beijou sua mulher como se fosse lógico, ..." talvez seja a parte que melhor represente a realidade da história, nem ao céu, nem ao inferno, porque estes dois versos me deram a impressão de serem atos automáticos, repetitivos, sempre iguais, algo meio conformista, de que não mudaria e que o personagem já estivesse fadado a repetir mecanicamente por toda sua vida.
maravilhoso!
Essa música retrata a precarização do trabalhador brasileiro devido os golpes, ,pelos EUA
A gente que é da construção tem dias que se sente de um jeito ou do outro, mas sempre atento a não ser o próximo a atrapalhar o trafego.
Eu tenho 66 anos e eu me lembro muito bem quando eu comprei o LP Construção no final de 1971.
Eu nunca ouvi uma letra brasileira tão fantástica quanto Construção.
Até hoje é de arrepiar
Ótima análise. Traga mais análises das músicas do Chico Buarque, gosto bastante das suas interpretações.
Vi uma outra análise interessante dessa música q sugeria que a primeira parte é a versão da família, a segunda a versão do patrão e a terceira a versão da imprensa. Funciona
"Amou daquela vez como se fosse máquina. Beijou sua mulher como se fosse lógico" Vivia a vida no automático.
Chico Buarque é arte pura. É verdade e poesia em todas palavras, vírgulas e melodias!✨❤️
Gostei da análise, vai de encontro do q sempre interpretei. Sempre entendi essa letra como um acidente de trabalho na primeira versão e sucídio na segunda. Em ambas o sentido é o mesmo, o trabalhador como uma mera peça na engrenagem do sistema. Ao meu ver a terceira versão apenas reforça essa idéia, trocando os sentidos, ou a falta deles. Mas com a mensagem final, que independente da causa da morte, a sociedade segue seu rumo, desprezando o coletivo, valorizando o individualismo, nos tornando indiferentes ao sofrimento alheio. Considero essa música uma obra prima. Salve Chico.
17:39 Só uma correção:
O filho prodtogo da Bíblia não significa importante. Pródigo é aquele que gasta dinheiro facilmente. Foi o que o rapaz da parábola fez antes de voltar pa casa arrependido.
Talvez a canção quisesse mostrar que o trabalhador via os filhos como fonte de desperdício.
Mas é só a minha opinião, que ninguém pediu.
Essa eu aguardei, melhor música do Chico.
Acho mais interessante que os desfechos das estrofes, o sentido dos "como se fosse", que na primeira história é uma ênfase, na segunda é só um desdém
É tipo político brasileiro no pré e pós eleições :)
Muito topp o vídeo, de verdade msm!! E faz sim uma análise da letra "Deus Lhe Pague" do Chico Buarque também, aproveita o embalo, vai ser Muito legall!!
eu amo as suas analises de musicas, vc explica de uma forma que fica muito claro para mim, obrigada
Sim faz avaliação de deus lhe pague ! Amo essa suas forma de ver as musicas...
Ainda me lembro do dia em que meu pai me apresentou essa música, me fazendo perceber a troca das últimas palavras. Simplesmente genial.!
Parabéns pelo trabalho. Deus lhe pague
Ameize essa sua interpretação LINDONA valeu meu parceirinho iluminado. Como sóis incrível!
Acho que esse "próximo" é aquela noção de alguém que estava numa "fila", e comemora ao chegar sua vez.
A letra é infinitamente mais complexa que isso.
Foram 3 visões diferentes da desgraça.
Vista pelos militares.
Vista pela sociedade.
Vista pelo poder financeiro.
Pelo menos o Chico Buarque nunca afirmou ou negou isso.
Ele deixou as 3 incógnitas que na época eram muito bem percebidas.
Uma análise em 2021 é totalmente diferente da visão no final de 1971, início de 1972.
Isso é fruto somente da mente de um gênio.
Essa música me emociona muito.
Juscelino, eu acho que você interpretou muito bem, parabéns
Fantástico , parabéns...um servente de pedreiro cai do prédio.e simplesmente e só mais morto ....
Uma peça q logo é substituída ...
Excelente trabalho, como sempre, Juscelino!! Parabéns!!! E, Deus Lhe Pague, p favor!!! A idéia do telefone sem fio é ótima!! O personagem é desconstruído a cada versão de a história... No início, um homem de bem, bom pai, bom esposo, funcionário exemplar... Na segunda estrofe, o clássico: "trabalhador, pena que bebe"... Ou "um pedreiro de mão cheia, mas..." Ótimo funcionário, mas em casa, com a família, não tão bom assim... E, na última estrofe, nem bom pai ou marido e tampouco funcionário!! Praticamente, apenas um corpo que cai!!! Quanto ao "próximo", entendo mesmo que seja um enaltecimento de si mesmo, combinando com as outras características do personagem na estrofe!! O próximo é melhor q o anterior. Pelo menos é no q acreditamos e desejamos!! Chegou a minha vez!!! Sou o cara!!!... Enfim... E a primeira parte me soa como um suicídio planejado!! Ele se despede sistematicamente de todos e tudo!!!... E também podemos pensar em 3 pessoas diferentes, como bem disse @gabrielDB... Ou tantos outros que perdem suas vidas, diariamente, ou em tantas histórias diferentes e parecidas, ao mesmo tempo!!!Grande música, grande letra, grande história!!!! Chico, né!!! Fazer o que?!?...
Que análise top! Show de bola..
Nessa música não cabe nenhum tipo de brincadeira.. Meus parabéns.
Esse " bebeu e gargalhou como se fosse o próximo" na minha interpretação, ele bebeu e gargalhou como se nunca fosse fazer isso novamente, como estivesse se despedindo dessa vida, como soubesse que seria o próximo a morrer.
Pode ser que seja dois personagens com caráter diferentes mas que para os outros estão atrapalhando mesmo morto. Ou pode ser que não primeira versão é a verdadeira da vida do trabalhador e a segunda é o julgamento de alguém que estava sendo atrapalhando ali na hora que ele tava no chão
Maravilha a sua interpretação da letra, há vinte anos na TV cultura o professor Pascale fez um comentário sobre essa letra e uma canção do Gilberto Gil "vamos fugir". Parabéns
Genial essa música! Esse homem é magistral.
pra mim, ficou a impressão que ele "dançou e gargalhou como se fosse o próximo", pq ele ria e dançava como se fosse morrer logo, como se não houvesse amanhã
Muito bom sua lógica de raciocínio e explicação me ajudou muito .
Deus lhe pague 👍🏼👍🏼👍🏼👍🏼👍🏼👍🏼
muito bom, você é muito didático e inteligente. obrigado por compartilhar conosco sua análise, abraços!
Descobri essa música um dia desses e achei tão inteligente e genial como que um conjunto de estrofes repetidas se alterando apenas a última palavra de cada verso tanto dão uma ideia completamente diferente de cada parte como passam uma mensagem como um todo que tive que procurar alguma análise pra ver o que dá pra cavar de interpretação dessa música. Eu adorei seu canal, espero que continue.
Amou daquela vez como se fosse máquina" , máquina no sentido d ser apenas máquina msm, sem sentimentos, assim q eu traduzi
Amo as análises do seu canal 💜
Essa música é linda e nos faz pensar e refletir.
gostei muito. não fazia nem ideia do que foi retratado. nunca me toquei sobre o final dos versos em proparóxitonas.
Entre as toda que gosto, como ele disse "não sou cantor, só letrista" embora acho o contrário ( compõea a letra e tb a musica), essa que amo, amo ❤
Juscelino, amo suas interpretações de letras. Faz a interpretação de A Massa - Raimundo Sodré
Meus parabéns pelo canal.
Assistir a sua análise da música domingo no parque pois teria que fazer um texto com o gênero de reportagem fiz e tirei nota máxima perfeitas suas analises
Gosto. Muito das músicas de Chico Buarque. Letras bem feitas e as vezes profunda. Na década de 70 eu estava o ensino fundamental, que era o ginasial. O professor levava as letras das músicas do Chico Buarque. Eu lembro que levou a música Carolina do Chico. Passamos 2 aulas em dias diferentes para terminar a interpretação. Na época achei difícil mesmo com a ajuda do professor. Achei ótimo na época pq i Chico estava bombando
Muito legal que vocês usaram essa versão ao vivo da música, pra mim é dispara o melhor arranjo que essa música já teve
Amigo parabéns ..contrução !
Eu estava ansioso por essa analise , muito obrigado
Sei que não tem nada a ver com o Boca de Ouro, mas me fez lembrar daquela série A Maldição da Residência Hill, onde cada evento, a cada episódio, é contado sob o ponto de vista de cada personagem em perspectivas diferentes. Então você assiste ao mesmo contexto, à mesma ambientação, mas com ângulos e visões diferentes, de acordo com o personagem em questão.
Eu vejo como se na verdade cada uma das 3 partes da música são 3 personagens diferentes, é só que a vida deles é muito parecida. Só muda os adjetivos, mas os 3 são a mesma coisa pra "máquina". Então na segunda parte, quando ele diz "como se fosse o próximo" é porque realmente incontáveis pessoas passaram por exatamente a mesma coisa. Só muda os adjetivos de cada um, mas eles fazem a mesma coisa, trabalham do mesmo jeito, são insignificantes do mesmo jeito.
Parabéns pelo vídeo
essa obra, essa análise, são conteúdos que bem subjetivamente retrata, o natureza dos brasileiros.
Sem mais palavras.
Que genial! Alguém conhece um cantor tão genial nas letras como o Chico era nos dias atuais?
Caroline Polachek, principalmente a música billions, é em inglês mas vale a pena mesmo que vc não saiba ver a tradução (ps: no site Genius tem umas interpretações da comunidade bem legais, nem sempre elas são boas mas são legais de ver e discutir)
Vc é muito bom cara.
Excelente análise, Juscelino
A segunda parte revela muito a Questão da demonização do operário pelas empresas, pra culpar o funcionário pelo acidente e não as má condições de trabalho, "Deus lhe pague"
Adoro este canal!
Que bom que voltou. Se puder, faça a análise da letra de "Corsário", de João Bosco e Aldir Blanc. Abraço !
Escutando sua análise de "Construção" me lembrei da também genial música do Chico Buarque "Teresinha". Em Teresinha ele também divide a música em três partes, o ruim, o bom (de que tão bom se converte em ruim) e o mediocre.
A minha visão sobre a ultima parte é que o trabalhador estava trabalhando em um dia anormal (no sábado), o que o deixa cansado por não ter um dia de descanso durante toda a semana e a cabeça dele ja ta muito confusa
o que da a letra uma versão mais difusa
Muito bom!
Analisa também a música Astronauta, de Os Nonatos
Que conhecia, vi esse filme essa semana. Tem no TH-cam
uma das letras mais fabulosas do mestre chico
Olá Juscelino!! Parabéns por suas interpretações!! A canção que gostaria de compreender do Chico Buarque é "Uma canção desnaturada". Se um dia puder interpretar seria ótimo. Abraços!
Sim, quero Deus lhe pague!!!
Você é ótimo tinha esquecido essa questão de métricas
Eu tive um interesse de analisar essa música há muitos anos atrás.
Sensacional, obrigado pela análise, Chico Buarque é genial, pena que nosso povo não tem estrutura cultural para reconhecê-lo como tal.
Sensacional
Boa
Ótima análise! Parabéns.
Gosto muito das músicas do chico.e gostei muito dessa interpretação.e gosto muito de ver as pessoas elogiando essa música.porque pra mim.tem mais um detalhe.fazer um composição musical nada mais é do que fazer uma construção poética.mais ele é super valorizado por isso.e um pedreiro que nesse caso também faz uma construção que parece fácil.não tem o mesmo valor que ele Chico.
Finalmente vc fez essa análise detalhada, obrigado
A interpretação que tive dessa música foi que a primeira parte era como se fosse a visão que o próprio construtor tem de si mesmo, enquanto a segunda parte era como ele realmente era, ser humano quebrado, e na terceira parte pra mim era como se a própria música também se "quebrasse", perdendo totalmente seu sentido, e é lindo como tudo mudou e passou uma mensagem incrível vom apenas a alteração da última palavra de cada verso.
Ele caiu ou ele pulou? Até porque ele tb misturou cimento com lágrimas. Porque ele chorava ? Porque ele de certa forma ele se despede da família?
Ele chora por ser trabalhador brasileiro e nada mais, e se despede simplesmente porque está saindo para o trabalho
Muito bom o vídeo. Me permita discordar da segunda parte. Não acho que a ideia era fazer um novo juízo do operário, mas demonstrar como a realidade se impunha a ele. Tudo que ele tentou viver, ou viveu de fato, é atrapalhado pelo cotidiano, ainda que em alguns aspectos ele continuasse conseguindo sobreviver, como nos momentos que ele ainda é um príncipe. Os substantivos são trocados de posição, o ritmo acelera, e ele passa a ser ainda mais mal visto por quem passa. Na terceira parte, a realidade se impõe completamente, tudo fica confuso e acelerado, ele não consegue dar o sentido que queria pra vida e morre.
Eu tô fascinada por essa letra!!!
Debatemos na Faculdade (cadeira Filosofia), que a 1ª parte visão Família, 2ª parte visão Empresa e 3ª parte visão Família.
Gosto muito de suas analises.
Abraço.
gostaria muito de ver também a música cachaça mecânica de erasmo carlos sendo analisada
Incrível e é isto!
Pensei numa coisa, mas não sei se seria possível, tem uma música da Olívia Byington que caberia uma análise também que é Luz do Tango. Eu amo demais, mas aí tem que ver se seria viável
Aquele filme o Ultimo Duelo do Ridler Scott também usa esse mesmo recurso de contar a mesma historia de 3 perspectivas diferentes.
Você é o melhor
genial.
Ótima análise. Parabéns pelo trabalho do canal. Sou fã.
Na minha interpretação ele não fala da mesma personagem.
Acho que as versões servem para demonstrar que, não importa como esse trabalhador seja - perfeito ou mediano ou cheio de defeitos, um bêbado que faz o trabalho de modo desleixado - nada disso importa, pois ele sempre terá um desfecho que culmina numa morte boba, a serviço do capital e quando perde sua vida efetivamente, é só um estorvo para a sociedade.
Acredito que o mesmo recurso fora usado no curta-metragem estadunidense “Dois estranhos”. Aqui o foco era não a pobreza, mas o racismo das instituições com o negro, a ponto de não importar o que este negro faça, ele sempre estará em conflito com a polícia e sempre será morto.
Na música de Chico a temática é com a pobreza e com a desigualdade social que remontam às origens do Brasil. Inclusive, com fortes ligações com a personagem central do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Lá como aqui os Severinos sempre morrem como se fossem apenas uma coisa, seja de morte morrida ou de morte matada. Seja no sertão, seja na zona da mata. Sejam agricultores, sejam industriários.
Na verdade quando fala atrapalhando o sábado ele tá dizendo que a morte do cara, mais uma vez foi só um atrapalho no dia de descanso de alguém, porque ele estava no meio da rua atrapalhando o trafego
Cara teu trabalho é muito massa vei enche esse canal de vídeo que nos divulgamos
Muito Bom...!!
Por favor, faz de Deus lhe pague também ❤️
Genial! Faz análise de Deus lhe pague.
Eu jurava que a música era sobre um trabalhador exausto da vida e pulou da construção
Perfeito!!!!
Na segunda narrativa a palavra a palavra próximo, assim como pródigo, tem um aspecto bíblico. Ele dança e gargalha como se ele fosse amado, já que o mandamento de Jesus é "Ame o próximo"
Amo suas análises.
Gostaria muito que você falasse sobre A COMPANHEIRA do LUIZ TATIT, pois só eu aqui do meu pedaço acho que no começo ele gosta, depois ela é meio STALKER.
Obrigada.
Finalmente, a música mais incrível da galáxia
Essa época acontecia muitas mortes na construção civil. Coincidiu com o volume de dinheiro do FMI empregado na construção civil, que nao havia respaldo legal que responsabilizassem as mortes. Seria o primeiro pesonagem um pedreiro, o segundo um engenheiro e o terceiro um empreiteiro? Acredito nessa alternativa. O Chico Buarque, no meu entendimento, descreveu 3 castas de pessoas com interesses e condutas pessoais diferentes em seus cotidianos. Mas, os 3 morrem, ficando ilesos os investidores que não assumem riscos de vida ao construir o empreendimento imobiliário.
Sempre pensei que eram 3 pessoas diferentes kkkkk
Mdss faz tempo q tava desejando essa análise