Não tem como não cair em um schopenhauerianismo-machadiano ao lembrar que o professor Monir, com tanta coisa para nós ensinar, faleceu tão cedo. Deus o tenha em bom lugar.
A análise do professor Monir é fantástica. O pessimismo de Machado lembra-nos o do autor do Eclesiastes. Vanitas vanitatem, et omnia vanitas. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade e vento que passa. A autoria do livro bíblico é atribuída ao Rei Salomão, cujas riquezas, conquistas, glórias e sabedoria eram incomparáveis. Mas, apesar de sobejarem em muito as glórias dos outros reis e homens, elas jamais lhe preenchiam a alma. Tudo era esforço vão para alcançar o vento, tal qual a busca dos homens pela felicidade e glória tecidas frouxamente como retalhos na visão de Brás Cubas. Os séculos iam passando, cada qual com suas luzes e sombras, e os homens, simples ou não, não caminhavam senão em direção à morte. A natureza, uma espécie de mãe terra que dá a vida para depois devorá-la, mostrava o espetáculo da vida humana, com sua brevidade e seu destino inescapável: "fraqueza da humana sorte, que quanto da vida passa, está recitando a morte", nas palavras de Camões. Aliás, falando em Camões, a mesma sensação sentimos ao ler as palavras do velho do Restelo em Os Lusíadas. Camões trabalha bem com o contraste natural, com esta tensão da vida humana: encontramos sentido nas conquistas e realizações, mas elas são, ao final, quimeras e sonhos vãos que nos levam ao túmulo. O livro do Eclesiastes propõe uma resposta para essa tensão: a busca pela felicidade terrena não é senão uma busca por Deus e a realização eterna. Por isso o autor encerra o livro com a conclusão: teme a Deus. É a mesma resposta de São João: o mundo passa, mas o que faz a vontade de Deus, vive eternamente. Stat crux dum volvitur orbis (A cruz permanece enquanto gira o mundo).
Machado, salvo engano, esteve uma única vez aqui em MG. Para além, somente viajou para Petrópolis. Nabuco sempre lastimou o fato de o amigo nunca tê-lo visitado no exterior. Pena que o Monir não tenha analisado outras obras do Machado. Perdemos nós. É a vida.
Que pena que não foi possível escreve o livro juntamente com o Olavo de Carvalho! Que Deus o tenha professor. Tenho a certeza de que o sr. compreendeu que a sua vida, como ensina no final da aula, transcende a vida biológica.
muitos livros que li eu logo depois assisto as aulas do professor.
Obrigador Professor Monir. ❤
Não tem como não cair em um schopenhauerianismo-machadiano ao lembrar que o professor Monir, com tanta coisa para nós ensinar, faleceu tão cedo.
Deus o tenha em bom lugar.
Aula maravilhosa!
Foi uma aula fabulosa!!!Prof Monir, que honra ouvi-lo.Deus o tenha em bom lugar.🙏🏼🙏🏼
Professor Monir e Machado de Assis... que combinação maravilhosa !!!
A análise do professor Monir é fantástica. O pessimismo de Machado lembra-nos o do autor do Eclesiastes. Vanitas vanitatem, et omnia vanitas. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade e vento que passa.
A autoria do livro bíblico é atribuída ao Rei Salomão, cujas riquezas, conquistas, glórias e sabedoria eram incomparáveis. Mas, apesar de sobejarem em muito as glórias dos outros reis e homens, elas jamais lhe preenchiam a alma. Tudo era esforço vão para alcançar o vento, tal qual a busca dos homens pela felicidade e glória tecidas frouxamente como retalhos na visão de Brás Cubas. Os séculos iam passando, cada qual com suas luzes e sombras, e os homens, simples ou não, não caminhavam senão em direção à morte. A natureza, uma espécie de mãe terra que dá a vida para depois devorá-la, mostrava o espetáculo da vida humana, com sua brevidade e seu destino inescapável: "fraqueza da humana sorte, que quanto da vida passa, está recitando a morte", nas palavras de Camões.
Aliás, falando em Camões, a mesma sensação sentimos ao ler as palavras do velho do Restelo em Os Lusíadas. Camões trabalha bem com o contraste natural, com esta tensão da vida humana: encontramos sentido nas conquistas e realizações, mas elas são, ao final, quimeras e sonhos vãos que nos levam ao túmulo.
O livro do Eclesiastes propõe uma resposta para essa tensão: a busca pela felicidade terrena não é senão uma busca por Deus e a realização eterna. Por isso o autor encerra o livro com a conclusão: teme a Deus. É a mesma resposta de São João: o mundo passa, mas o que faz a vontade de Deus, vive eternamente.
Stat crux dum volvitur orbis (A cruz permanece enquanto gira o mundo).
Interpretação maravilhosa! Que Deus o tenha, professor Monir. 😢😢
A tristeza de saber que o livro do professor José Monir Nasser com o saudoso Olavo de Carvalho nunca saiu é muito grande...
Machado, salvo engano, esteve uma única vez aqui em MG. Para além, somente viajou para Petrópolis. Nabuco sempre lastimou o fato de o amigo nunca tê-lo visitado no exterior. Pena que o Monir não tenha analisado outras obras do Machado. Perdemos nós. É a vida.
39:20 Fim do resumo e começo da análise
Muito obrigado!
Brabo
👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Que pena que não foi possível escreve o livro juntamente com o Olavo de Carvalho! Que Deus o tenha professor. Tenho a certeza de que o sr. compreendeu que a sua vida, como ensina no final da aula, transcende a vida biológica.
Dublagem perfeita
Ne fais rien
1:07
Apodrecimento sistemático