Vandana Shiva - As mulheres e a construção do novo mundo
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- เผยแพร่เมื่อ 8 ก.ย. 2024
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Vandana Shiva, Ph.D. em filosofia e ativista pelo meio ambiente indiana, explica a diferença entre o poder masculino e o feminino. De acordo com Vandana, "no que se refere à vida, as mulheres são experts" e isso se dá porque as mulheres, ao longo da história, foram encarregadas das tarefas que a sustentam. Assim, as mulheres são a ponte para um futuro que precisa aprender a se reconectar com a vida. Conferencista do Fronteiras do Pensamento 2012.
Fronteiras do Pensamento | Produção Telos Cultural | Produção Audiovisual Okna Produções | Documentário Por um Fio | Direção Saturnino Rocha | Direção de Produção Gina O'Donnell | Edição Marcel Kunzler | Tradução Marina Waquil e Francesco Settineri
Temos que lutar pela vida!!👏🏻👏🏻👏🏻
Maravilhoso video uma ótima reflexão 👏👏
Certíssima.🙏🙏🙏🙏
A MISOGINIA, DA GRÉCIA ANTIGA AOS NOSSOS DIAS
A primeira divisão social do trabalho ocorreu entre homens e mulheres. Os homens caçavam e protegiam as hordas e as mulheres catavam e cuidavam das crias. Foi assim durante séculos até que elas descobriram que as sementes brotavam ... e assim passaram a semear e a transformar a natureza em cultura. Nessa pré-história, da matrinhagem, as crias sabiam quem era a sua mãe mas
nem sempre quem era o pai... A mulher tinha o poder natural de gerar a vida e por isso era respeitada pelo grupo. Ela legislava...
A família monogâmica só será formada quando tem início a apropriação das terras pela comunidade e a instituição de um poder capaz de intermediar os conflitos. Surge assim o poder masculino, o patriarcado, a família e o Estado.
Em Atenas, as mulheres pertenciam ao óikos, a casa, ao privado, o mesmo local dos escravos e dos animais. Os homens eram cidadãos, seu lugar era o público, a Ágora, a praça onde ocorria a Democracia, a disputa pela palavra, o governo dos demócratas. Essa divisão social do trabalho, na Grécia antiga, é a nossa herança ocidental republicana e marcará as relações entre homens e mulheres durante muitos séculos.
Não pretendo esgotar o assunto nesse texto, obviamente... quero apenas passar a visão de como a mulher foi sendo rebaixada pelo homem, acabando por ser completamente dominada e objeto de troca simbólica. Sim. O ego masculino, para conseguir estruturar-se, precisou enfraquecer o papel natural da mãe, transformando-a em valor de troca. Houve um tempo em que as mulheres eram trocadas como um bem simbólico e assim as genes se enriqueciam; economia das trocas simbólicas....
Mas, nem sempre fomos objeto de troca com algum valor. Na Idade Média, existiram "milícias" que caçavam mulheres, consideradas hereges, "bruxas"; mulheres vistas pela Igreja como enviadas do demônio, porque conheciam o poder curativo das ervas e detinham o poder de dar à luz os seres; eram parteiras... Sim. Éramos denunciadas, caçadas, condenadas e queimadas vivas. Foram milhares, durante a Inquisão e antes... e depois, desacreditadas pela Medicina. Até hoje, discriminadas, perseguidas, odiadas... por aqueles que nutrem o ódio (do grego, Misos) pelas mulheres (gr. Gina).
O que significa a Misonigia ?
Essa questão, numa abordagem psicológica, refere-se a algo residual, talvez a uma passagem mal resolvida nas provas edipianas. Mas certamente remonta aos tempos míticos, da formação da psiqué masculina, na sua luta para livrar-se da matrilinhagem e constituir seu próprio ego, sua capacidade de simbolizar a realidade sem o apelo mágico e imediato da imagem materna. E assim, a cada sujeito que nasce, essa luta recomeça...
Longo desenvolvimento da persona patriarcal, necessária à instituição da linguagem humana mas historicamente insuficiente para a constituição do verdadeiro self da humanidade.
A misoginia é uma exacerbação do patriarcado. Um elemento na manifestação de uma psicose: a paranóia. Uma perversão.
A misoginia é uma realidade, que precisamos considerar, fazer observar, iluminar. Porque ela está introjetada, faz parte do imaginário pessoal e do inconsciente coletivo da formação social patriarcal. No Brasil, mais enfatizada pelas relações escravocratas, ainda recentes, onde as mulheres negras e índias sempre foram abusadas.
Algo antropológico e que necessita de uma psicanálise...
Quando afirmamos que o feminismo é transversal à luta de classe, estamos dizendo que é a superação do machismo e é uma dupla negação: dos dois pés do tripé que sustenta as relações de dominação capitalistas - autoritarismo e machismo.
O terceiro pé da ideologia capitalista, o efeito de isolamento, só pode ser superado com a reunião da psiquê masculina ao dinamismo da mulher, essa energia nutriente e receptiva, que nunca se esgota.
Aceitar a presença do feminino em nossas vidas é a certeza de superação daquilo que nos isola uns dos outros: a indiferença, o orgulho, o egoismo, o ódio, a aversão, a competição, o mito do herói, a brutalidade da dominação.
Reavaliar o ritual da Dominatrix, compreender quem somos, animais simbólicos feitos de equanimidade, amor, compaixão e empatia/alegria...
e reconhecer a nossa verdadeira humanidade. A superação dialética da misoginia é a tarefa primordial... dessa transição socializante.
Ela é um ser doce. :)
Por que a edição dos vídeos no próprio canal do Fronteiras do Pensamento corta parte da fala reduzindo o raciocínio desenvolvido sobre o tema? No filme essa parte da fala de Vendana sobre a construção do mundo e as mulheres começa com uma crítica à construção do pensamento científico a partir da teoria de Bacon. Desnecessária e prejudicial tais edições, que, aliás, não ocorreram apenas nesse vídeo. Por que não disponibilizar o documentário como um todo, ao invés de vídeos curtos e, pior ainda, cortados?!
talvez para facilitar para os que não aguentam muita informação contextualizada... conformatizados pela globo
Boa tarde! Vendo hoje essa preciosidade. Lendo o seu relato, pergunto: Onde encontro a versão completa. Obrigada.
Com certeza ela tem razão. Mas o lobby atrás de exportação de commodities é muito forte. Tão forte que, no RS, após eliminar 480 leis protetoras do meio ambiente, ninguém reclamou com o autor. O governador. Uma vergonha que não se falar das águas de jusantes que, com o fim das matas ciliares ,erodiu-as e sedimentou a Lagoa dos Patos (profundidade média 1,40m !!) que "afogou" os rios (todos são tributários dela e do lago Guaiba) causando as enchentes. As comportas de PA são uma parte mas porque se teme quem desflorestou os pampas ? Medo de um complexo poderoso. E a natureza cada vez mais agredida. E exportamos água. A "Água Virtual"!