Sobre crônicas, fiz um curso de escrita literária e me descobri neste estilo e tenho algumas escritas que um dia pretendo publicar. Também li um do grande Ubaldo Ribeiro e fiquei fascinado. Sobre essa temática, tem que relevar o consagrado lugar de morada da crônica, os jornais impressos, que vários já se extinguiram e os que estão de pé, reduziram absurdamente o número de páginas desprestigiando o espaço da Literatura.
Com certeza, Andre, temos que levar isso em consideração, sim. E uma crônica bem feita é uma crônica bem feita. O Ubaldo é um dos meus maestros, um gigante da crônica também, a meu ver. E se um dia for se autopublicar, aproveito pra dizer que também produzimos projetos de quem desejar lançar seu próprio livro. Abraço,
O que penso há tempos, especialmente dando aula nos anos iniciais, é que a crônica foi um fenômeno do século XX. Ela foi preparada no século XIX, mas ganhou mesmo a cara que ainda reproduzimos na velhice do Machado e, finalmente, nos herdeiros dessa forma no meio do século XX. Quando falo do contexto, da tecnologia do jornal, da forma como a crônica era consumida, de como era um caminho para os escritores que hoje são famosos como romancistas, parece sempre que estou descrevendo um mundo antigo e alienígena para os meus alunos. Acho que ela sobrevive como tantas outras formas meio abandonadas, como ainda temos elegias e odes, escritas por fãs, mas a realização dela e portanto a produção de livros que realmente a vendam me parece delimitada por essas questões, por ser uma forma de outro tempo.
Perfeito, Leo. Gostei demais do teu comentário. E é necessário que ela ainda seja mostrada, porque, querendo ou não, pode ser um excelente ponto de partida pra termos ótimos autores e autoras no futuro, por ser um texto mais curto e que dá muita liberdade.
Nossa, nunca pensei que a impressão sob demanda funciona assim. Gostei da explicação. 😊 Quanto às crônicas, acredito que a reunião em livro seja algo meio paradoxal, já que o fundamento do gênero é sua relação com o agora. A crônica através do tempo talvez tenha outra função e outro público, como você bem falou.
Acho que a crônica como texto escrito realmente tende ao anonimato, mas a crônica-essência, como forma de refletir sobre a vida, tem ganhado muito espaço nas novas mídias através de vídeos curtos e podcasts. Não é o desaparecimento da crônica, é a escrita perdendo espaço.
É por aí, Daniel. Mas não sei se a escrita perde o espaço, pois há os outros gêneros em si, né. Mas de certa forma, entendo o que tu disse. A escrita perde espaço mesmo, porque se temos menos gente escrevendo crônicas, é um espaço que se perde. Muito bom.
As cronicas do Nelson Rodrigues me impactam muito, adoro óbvio ululante. Joao Ubaldo tinha um baita domínio dela tambem, né? Tenho curtido bem as do Fuks. Li o Marco Severo, mas não cronicas ainda. Nem da Ana. Vou procurar
A crônica é um gênero efêmero. Típico de jornal e revista. Livro de crônica é seleção do que poderia ganhar algum fôlego além do dia-a-dia. Isso já tira o texto do seu objetivo. Da sua natureza. Esse é o ponto. Com o declínio dos jornais e revistas impressas, a internet seria a plataforma substituta ideal e, de novo, jamais o livro. Livro de crônica é um contrassenso pelo motivo que citei. É preciso conhecer o que é o gênero crônica.
Eu entendo, mas não acho contrassenso, se não fosse os livros do Ubaldo não teria encontrado ele por exemplo. Tudo bem que era outra época, mas não acho que seja contrassenso, acho que demarca uma época, resguarda um momento, a internet por mais que falem bem, ela pode um dia se acabar e os livros não, eles podem ficar.
A natureza da crônica não é o livro, mas uma publicação periódica. Você discorda disso?! Rsrsrs! Isso é básico meu irmão. Eu conheci Ubaldo, que é essencialmente um romancista, pelos seus livros principais, os romances, Viva o povo brasileiro, por exemplo. Lia o Ubaldo cronista nos jornais da época.
Penso que as crônicas hoje em dia são "faladas", nesses vídeos de TH-cam, como os do canal Antídoto. Penso, para além disso, que o próprio "veículo textual" esteja se acabando. A minha geração prefere as imagens às palavras.
Ah, não acho que esteja se acabando não. Acho difícil se acabar, talvez, um dia, quem sabe, diminua bastante, mas não acho que estamos próximos. Quanto a serem faladas, já bi gente fazendo crônica falada, talvez pegue. 😄
Sobre crônicas, fiz um curso de escrita literária e me descobri neste estilo e tenho algumas escritas que um dia pretendo publicar. Também li um do grande Ubaldo Ribeiro e fiquei fascinado. Sobre essa temática, tem que relevar o consagrado lugar de morada da crônica, os jornais impressos, que vários já se extinguiram e os que estão de pé, reduziram absurdamente o número de páginas desprestigiando o espaço da Literatura.
Com certeza, Andre, temos que levar isso em consideração, sim. E uma crônica bem feita é uma crônica bem feita. O Ubaldo é um dos meus maestros, um gigante da crônica também, a meu ver. E se um dia for se autopublicar, aproveito pra dizer que também produzimos projetos de quem desejar lançar seu próprio livro. Abraço,
O que penso há tempos, especialmente dando aula nos anos iniciais, é que a crônica foi um fenômeno do século XX. Ela foi preparada no século XIX, mas ganhou mesmo a cara que ainda reproduzimos na velhice do Machado e, finalmente, nos herdeiros dessa forma no meio do século XX. Quando falo do contexto, da tecnologia do jornal, da forma como a crônica era consumida, de como era um caminho para os escritores que hoje são famosos como romancistas, parece sempre que estou descrevendo um mundo antigo e alienígena para os meus alunos. Acho que ela sobrevive como tantas outras formas meio abandonadas, como ainda temos elegias e odes, escritas por fãs, mas a realização dela e portanto a produção de livros que realmente a vendam me parece delimitada por essas questões, por ser uma forma de outro tempo.
Perfeito, Leo. Gostei demais do teu comentário. E é necessário que ela ainda seja mostrada, porque, querendo ou não, pode ser um excelente ponto de partida pra termos ótimos autores e autoras no futuro, por ser um texto mais curto e que dá muita liberdade.
Nossa, nunca pensei que a impressão sob demanda funciona assim. Gostei da explicação. 😊 Quanto às crônicas, acredito que a reunião em livro seja algo meio paradoxal, já que o fundamento do gênero é sua relação com o agora. A crônica através do tempo talvez tenha outra função e outro público, como você bem falou.
Exato. Vamo junto, Eduardo!
Acho que a crônica como texto escrito realmente tende ao anonimato, mas a crônica-essência, como forma de refletir sobre a vida, tem ganhado muito espaço nas novas mídias através de vídeos curtos e podcasts. Não é o desaparecimento da crônica, é a escrita perdendo espaço.
É por aí, Daniel. Mas não sei se a escrita perde o espaço, pois há os outros gêneros em si, né. Mas de certa forma, entendo o que tu disse. A escrita perde espaço mesmo, porque se temos menos gente escrevendo crônicas, é um espaço que se perde. Muito bom.
As cronicas do Nelson Rodrigues me impactam muito, adoro óbvio ululante. Joao Ubaldo tinha um baita domínio dela tambem, né? Tenho curtido bem as do Fuks. Li o Marco Severo, mas não cronicas ainda. Nem da Ana. Vou procurar
Procura, acho que tu vai gostar. :)
A crônica é um gênero efêmero. Típico de jornal e revista. Livro de crônica é seleção do que poderia ganhar algum fôlego além do dia-a-dia. Isso já tira o texto do seu objetivo. Da sua natureza. Esse é o ponto. Com o declínio dos jornais e revistas impressas, a internet seria a plataforma substituta ideal e, de novo, jamais o livro. Livro de crônica é um contrassenso pelo motivo que citei. É preciso conhecer o que é o gênero crônica.
Eu entendo, mas não acho contrassenso, se não fosse os livros do Ubaldo não teria encontrado ele por exemplo. Tudo bem que era outra época, mas não acho que seja contrassenso, acho que demarca uma época, resguarda um momento, a internet por mais que falem bem, ela pode um dia se acabar e os livros não, eles podem ficar.
A natureza da crônica não é o livro, mas uma publicação periódica. Você discorda disso?! Rsrsrs! Isso é básico meu irmão. Eu conheci Ubaldo, que é essencialmente um romancista, pelos seus livros principais, os romances, Viva o povo brasileiro, por exemplo. Lia o Ubaldo cronista nos jornais da época.
Acho que você precisa estudar o que, oficialmente, constitui cada gênero. Para não passar vergonha.
@@andreferrer1815 pra não passar vergonha? Valeu, ó sábio literário. Continua aí.
@@LiteraturaBrEditorial No mínimo, tem que saber o que é crônica para falar de crônica.
Penso que as crônicas hoje em dia são "faladas", nesses vídeos de TH-cam, como os do canal Antídoto. Penso, para além disso, que o próprio "veículo textual" esteja se acabando. A minha geração prefere as imagens às palavras.
Ah, não acho que esteja se acabando não. Acho difícil se acabar, talvez, um dia, quem sabe, diminua bastante, mas não acho que estamos próximos. Quanto a serem faladas, já bi gente fazendo crônica falada, talvez pegue. 😄
@@LiteraturaBrEditorial Pois é, eu prefiro o texto mesmo, me esqueço até do mundo ao redor 😂