Para auxiliar na compreensão do vídeo, é importante ter em mente que aqui não se trata de coisas como relativismo, negacionismo científico, "terra plana", ou semelhantes. Hegel está descrevendo a experiência que a consciência ingênua faz sobre si mesma, e um dos principais pontos é perceber que aquele conhecimento que parecia imediato é, na verdade, mediado.
Penso que a nossa realidade é sempre mediada porque o mundo assim como nós é objeto e nos usamos de modo necessario como meio para o conhecimento do objeto. O proprio tempo espaço sao meios que nos condicionam a mediaticidade da realidade. Esss realidade nossa tambem é mediata porque é uma relaçao de coisas desnecessarios, realidade lmediata so seria possivel a partir de um sujeito puro cuja existencia nao implica meio
Gosto muito do seu canal tem conteúdo interessante que vai muito além do "mero" tema político. Mais eu sou anti-comunista ferrenho embora não tenha nenhum apreço pelo capitalismo. Ambos sistemas fracassaram na minha opinião é foram altamente prejudiciais,ambos porduziram ditaduras,ambos são incapazes de solucionar os problemas sócias de fato, ambos criaram discriminação de minorias(veja a eugenia em países liberais ou o pseudo conceito de "inimigos do povo"de Stalin) Ambos destruíram modelos de sociedade tradicionais de forma intensa. Ao ponto em que eu defendo muito mais um modelo cooperativista ou distrubutista,e até mesmo! o modelo anarquista de socialismo(veja as comunidades anarquista pelo mundo) Entendo que devemos pensar de fato um modelo de sociedade alternativa ao liberalismo,mais não acho que o socialismo seja a via correta.
Boa ressalva, muitas pessoas podem usar esse vídeo como argumento para relativismos e negacionismos como tu bem dissestes. É importante lembrar que apesar de todas essas possibilidades de desconstrução de expressões como essa e das nossas percepções sobre o mundo sensível etc., quando usamos essa e outras expressões que, certamente também podem sofrer maiores escrutínios, estamos apelando ao senso comum daquilo que podemos chamar de "nossa realidade compartilhada". Isso significa que, apesar de cada pessoa, provavelmente enxergar uma tonalidade única de vermelho, todas ainda são capazes de reconhecer a cor vermelha (exceto daltônicos, mas estes não são a média das pessoas), ou seja, operamos no dia a dia, num espectro comum de sensibilidade, e por mais difusas que sejam as bordas desse espectro, seu meio é de conhecimento comum e objetivo.
Interessante aplicação de Hegel. Como físico, encaro o Hegel como o filosofo da relatividade e da noção primária de campo de interação e força, e sinto que as metáforas dos conceitos da física se encaixam de maneira muito impressionante com a filosofia Hegel. O que me faz estudar mais sobre Hegel. O Pessoal do IELA está fazendo uma leitura/curso da Fenomenologia do Espirito que está bem interessante e bem instrutivo. Valeu pelo teus videos, sempre muito bons.
Recomendo as aulas, disponíveis algumas no YTB, do professor Eduardo Chagas. Professorzinho pelo qual me apaixonei logo de primeira. Adorável suas aulas.
Eu ainda não comecei a ler Hegel, embora já tenha comprado uma cópia física da Fenomenologia do Espírito. Algo que me chamou muito a atenção, nas exposições que já tive sobre o seu pensamente é justamente isso que você aponta. Eu, como físico também, identifico várias coisas na suas ideias que parecem muito presentes, às vezes até escancaradas, na física. Teu comentário me deixou ainda mais animado pra começar a ler.
@@vbmendrot1 Eu li uma vez que a filosofia de Hegel encontra uma barreira na mecânica quântica. Não sei se é 100% verdade, já que a lógica dialética me parece útil para tratar os fenômenos que deram fim ao determinismo newtoniano, mas, mesmo que seja verdade, para a mecânica clássica e para a relatividade parece ser muito útil.
Boa postagem, obrigado, quase meia noite na Alemanha, ai, agora, quando da postagem, valeu. Realmente belo moletom, porque não uma loja com artigos ligados a filosofia, etc and alll..
Que aula formidável! Agora posso começar a ler Hegel (tá na lista de leitura, que só aumenta rs) tendo uma base sintetizada. Brigadão, Professor Glauber.
Muito obrigado por este vídeo, professor. Aprendi com você a importância de Hegel para o marxismo, e sou muito grato por isto, me ajudou muito a entender o marxismo. Gostei da blusa, aliás.
Bem interessante! Sou da linguística, conhecia uma abordagem semelhante sobre os deíticos via teoria da enunciação de Benveniste... Não sabia que Hegel havia tratado das mesmas questões.
Interessante foi a coincidência, Glauber, porque eu pensei exatamente no exemplo do homicídio, antes de vc chegar nessa parte, e fiz exatamente o raciocínio que vc fez acerca desse exemplo. Hehehe...Vc realmente é um ótimo professor! E talvez correndo o risco de extrapolar, a conclusão que eu tive depois do seu vídeo foi a seguinte: o "fato" em si ou NUNCA importa, pois, em última análise filosófica, sequer o fato em si existe, e o que importa são sempre as implicações a partir das possíveis interpretações que são dadas a ele (o fato), pra falar num contexto mais social, histórico, político; ou, numa perspectiva científica, os fatos nunca nos estão realmente acessíveis de forma imediata, já que os fatos em si sempre estão aqui, acontecendo debaixo dos nossos narizes, mas sequer estamos vendo, entendendo ou tendo consciência deles. Se a gente fosse dar exemplos do campo da física, da biologia, da química, a gnt não iria mais parar de escrever. Hehehe... Mas vou dar um bem simples só pra não passar em branco: a luz. A luz é um fato, mas entender a natureza da luz, tudo que ela é capaz de fazer por nós e tudo que já somos capazes de fazer com ela ("trocentas" tecnologias), após entendermos sua natureza, é algo extravagante e nada nada imediato, tendo provocado inclusive debates entre grandes físicos, tais como Newton e Huygens, e séculos de estudos e construção de aparatos para se chegar ao entendimento e a descrição mais atual da luz, tais como as equações de Maxwell do eletromagnetismo, dado que a luz é onda eletromagnética, mas também se comporta como partícula, como restou evidenciado nos estudos de Albert Einstein acerca do efeito fotoelétrico, cuja importância lhe rendeu o prêmio Nobel de Física, em 1905.
Parece que toda a compreensão que Hegel tinha da realidade sensível está subordinada à compreensão que ele tinha, ou que ele queria impor, da passagem do tempo e da história, uma compreensão que aparentemente surgia de dentro da estrutura da língua alemã. De toda a maneira eu continuo achando que contra fatos não há argumentos e de que o contrário é produto do desejo de destruir a compreensão que temos do Mundo para colocar o inferno do relativismo no seu lugar.
Show de aula, Professor, valeu mesmo. Uma sugestão: Acho que seria interessante uma aula explicando o salto epistemológico de Marx do hegelianismo para o materialismo.
3 ปีที่แล้ว
Valeu Pela a Aula, Boa Introdução ao Livro Fenomenologia Do Espírito.
Professor, sobre o que comentou dos exemplos, gosto muito do uso deles. Penso que serve muito bem pro intuito do canal, que é de dar uma introdução aos temas. Ajuda a fixar, e mesmo que como simplificação, com certeza vai me ajudar na compreensão mais profunda quando for pros textos originais. Valeu!
Gostaria da sua analise sobre método intuitivo Bergsoniano ou até mesmo uma analise critica do livro Bergsonimo de Deleuze, visto que vai ajudar muita gente que não sabe nada de filosofia a saber separar os métodos de se fazer arte, ciência e filosofia.
Meu caro, essa fotografia na sua parede com uma placa escrito “Philosophenweg” por acaso foi tirada em Heidelberg? Se sim, eu fui nesse mesmo lugar, que é fantástico!
Bom dia. Fale-nos da situação do Afganistão referente especificamente ao "bombardeiro" que estamos assistindo sobre a retirada da população que colaborou com os paises ocidentais e como a midia apresenta um discurso unico sobre a situação. De repente, todos passaram a se preocupar com o destino das mulheres afgãs mas nenhuma palavras sobre a situação das mulheres indigenas da America, da Africa e da Asia. abraços.
Eu uso mto isso p/ debater contra o sistema religioso😉... essa alienação massiva! Voltaire é o meu predileto! Maquiavél mora no meu coração O conhecimento é ativo construtivo interacionista.. como como Piaget descreveu a epistemologia genética! Tbém concordo com Wallon o conhecimento é afetivo! Só qdo o ser humano é afetado que ele aprende.! A neurociencia já prova isso! A questão empática é um dos fatores mais importante no conhecimento e na memorização do mesmo!
Um exemplo mais comum de "contra fatos não há argumentos" são o uso de estatísticas. Sendo que estatísticas não foram feitas para apresentar verdades, mas para fortalecer um argumento, e que dependendo de como são usadas podem distorcer ou atenuar a realidade, podendo até esconder más intenções.
Depende do que você considere como verdade. A estatística oferece relações entre cenários complexos e muitas vezes incompletos. Ela não é um discurso sobre o mundo, mas em certo nível epistemológico ela é capaz de fornecer seu tipo único de verdade: implicações causais entre fenômenos - não diferente da matemática ou da física (resguardas suas diferenças) - como migração populacional, politicas públicas e macroecocomicas etc. Se você disser que essas ciências não são capazes de enunciar verdades sobre o mundo, estará arranjando problemas com 90% da comunidade científica.
@@paulohenrique4809 A ciência tem o seu papel e não é criando conceitos! O conceito de verdade não diz respeito as coisas em si, mas a linguagem. Sendo assim, estatística é uma linguagem usada para interpretar outra linguagem (ciência), isto é, estatística é uma metodologia matemática usada em apoio à premissas científicas.
@@joaovcitor4133 "A linguagem não paira autônoma e autoreferenciada" explique essa frase. E, além disso, o que é juízo e fato... e em que filósofo você se baseando para falar isso?
@@vocetemrazao2239 ! "O conceito de verdade não diz respeito as coisas em si, mas a linguagem" Em resposta a essa frase. Quer dizer que a linguagem não refere-se a si mesma, mas tem como referência o próprio mundo. "E, além disso, o que é juízo e fato... e em que filósofo você se baseando para falar isso?" Na definição clássica aristotélica é uma afirmação ou negação que predica um determinado sujeito. Ex: árvores são autótrofas, meu cachorro é preto, humanos são primatas, Belo Horizonte é a capital de Minas, Marte é habitado por homenzinhos verdes, e assim por diante. O juízo enunciado é uma proposição. Uma preposição é um considerado um tipo de frase, uma frase assertória (afirma e nega ou nega algo). Isso porque nem toda frase afirma uma verdade, como o exemplo de frases imperativas, interrrogativas ou expresssivas. Os juízos e seus correlatos (proposições, crenças, alguns diriam representações) são dotados de "valor de verdade", o que quer dizer que podem ser verdadeiras ou falsas. O juízo é chamado em lógica de "portador d verdade", é aquilo que o sujeito elabora. Fato é aquilo que é real, quase sempre uma relação entre coisas ou um atributo das coisas, e que são expressados pelos sujeito na forma de juízos e seus correlatos. Os mesmos exemplos que servem pro juízo servem pros fatos. Fatos são chamados de gerador de verdade, é aquilo a que o sujeito refere-se. Sobretudo, Aristóteles, né? Lógica clássica já, mas teve amplo desenvolvimento na tradição ocidental. Essa teoria da verdade chama-se correspondendista em oposição a coerentista, pragmática, deflacionária. Se bem que a deflacionária que a deflacionária e a correspondentista podem diferir por detalhe. Há quem diga que Aristótelis era, na verdade, um deflacionário. Deflacionários afirmam que a verdade não é uma propriedade substancial a ser descoberta, ou acreditam que é uma redundância (dizer que o livro está sobre a mesa é redundante porque o "é verdade" é eliminável, basta dizer que está sobre a mesa) e tem os minimalistas que acreditam que ela não é redundante, mas ao invés de uma propriedade substancial é meramente uma propriedade lógica.
Odeio Hegel, porque não estou entendendo fenomenologia do espírito e olha que estou quase terminando o livro. Mas também amo Hegel, pela sua genialidade.
Só consegui entender Hegel, quando mergulhei nas filosofias orientais. Taoismo, hermetismo, budismo, etc.. Existe ensinamento milenares que ja falavam sobre isso dentro de alguns ensinamentos orientais e ate religiosos e misticos.
Acredito que a proposição: "Agora é noite", está incompleta, pois falta um referencial, por exemplo: "aqui". Pois a mera proposição "Agora é noite", nunca deixa de ser uma verdade, pois sempre é noite, em algum lugar. Sempre é dia, em algum lugar. De modo que as declarações "AGORA é noite e Agora é dia", sem um referencial, torna as duas verdadeiras, pois não são contraditórias. Em relação ao "aqui" da árvore e o "aqui" da casa, novamente o aqui não existe sem referencial, pois como posso afirmar "AQUI" sem um ali ou acolá como base referencial para determinar o aqui? Logo, o aqui exige por força de sua natureza, um referencial. É como a figura do 6 onde observadores em ambas extremidades cada qual dirá que é 6 e o outro 9. Nenhum estará errado pois na ausência de um referencial distintivo da subjetividade, ou seja, um referencial objetivo, nenhum estará errado. Mas surgindo da invisibilidade o 7 do lado do algarismo, e a verdade objetiva se impõe. O eu é sempre o mesmo, mas a percepção de mundo do eu se altera em face dos referenciais. João matou Carlos e deve ser preso? Bem...quem disse que ele deve ser preso? Uma lei? Ora, sem lei não há crime e ninguém deve ser preso por matar. Animais não são presos por matar outros. Assim, a lei pressupõe um legislador, o qual deve também saber fazer distinção entre as variantes que determinam a legitimidade da prisão. Exemplo: "João tropeçou e na sua queda esbarrou em Carlos que caiu nos trilhos do trem que o matou". Neste caso, ele deve ser preso? Não foi nem em legitima defesa e nem por ódio, mas acidentalmente. Assim, a lei deve vir de uma fonte que estabelece critérios ou juízos e ela é O REFERENCIAL a partir do qual se pode estabelecer a verdade e validade de uma sentença. O "eu acho" do inicio da sua frase em João...já mostra que sem uma referencial, vira mera subjetividade.
acho q uma boa forma de expressar isso é com gelo,agua,vapor tendo gelo eu ñ tenho agua ainda q agua vire gelo(ou ate vapor se for gelo seco),e basicamente acho q o q foi apresentado mostra q é necessario ser mais criterioso na hora de dar um julgamento,um fato é um evento a parte q emerge de algo q esta por tras sendo q esse algo pode vir de um acumulo ou de um excesso excepcional q resulta em uma ação/evento ou seja em o fato do fulano q mata, matou em legitima defesa(excepcional) ou pq ja vinha a muito tempo sendo mal tratado ao ponto de ter chegado ao limite do q suporta isso mostra q a muito mais por tras do evento,concordo com o hegel o fato é a menor das verdades,serve como ponto de partida ñ como ponto de chegada
2 ปีที่แล้ว +1
O problema é que se vc usar esses argumentos racionais em um debate com uma pessoa que usa o argumento de que "contra fatos não há argumentos" não vai adiantar absolutamente nada. Será jogar perolas aos porcos
Caraca deu tempo de postar no aniversário de Hegel, 10 minutos antes de virar meia-noite, quanto à Hegel vale a questão da evolução histórica, em termos sociais, mas acho difícil de acreditar que a historia está em evolução...., sou mais Camus, e o absurdismo, e a questão da esperança, até então somos apenas homens.. Sei lá se isto tudo valerá amanhã... , a vantagem da psicanálise e da sabedoria, é que podemos dar sentido as nossas vidas dia a dia como no mito de Sisifo. Procurar ser feliz mesmo na desventura, como Nietzschel..
Que não temos acesso imediato ao real é algo relativamente trivial. Que a cognição passa pelo nosso aparato sensorial, cognitivo e conceitual, e por conseguinte por construções sociais (dado que o aparato conceitual é socialmente construído) é de mero bom senso.. Sabe-se disso desde a antiguidade (talvez menos a parte das construções sociais), vide os problemas postos pelos céticos e cirenaicos, por exemplo. Na era moderna, idem. Mesmo Locke, que num espantalho, poderia ser considerado um defensor dessa teoria "passiva", postulava a existência de propriedades primárias (próprias das coisas como extensão e volume) e propriedades secundárias (próprias de nossas percepções, como sons, cores e cheiros), o que indica que estava perfeitamente ciente que há diferença entre o que aparece e o que é em si. Mas parece igualmente plausível que haja um mundo independente da cognição, ao qual ela se refere, e também parece plausível que alguma coisa desse mundo saibamos, ao ponto de podermos experessar alguns fatos: que a capital da França é Paris, que Jupter é o maior planeta do sistema solar, e que a gravidade terrestre exerce força sobre meu corpo são alguns exemplos de fatos, que não exigem, pra ser reconhecidos, uma teoria gnosiológica ingênua que identifica absolutamente aparência e real. E cabe, é claro, perguntar: quais exatamente seriam os argumentos contra os fatos citados acima? Sobre o exemplo do Hegel, a única coisa que prova é a trivialidade de que as proposições que fazemos sobre os estados do mundo não são absolutas no tempo, ou numa linguagem menos pretenciosa que... as coisas mudam! E a implicação de que o "agora" não é concreto depende da definição que se dá de concreto. Se se define concreto como o que não é eterno, o que perece, então é verdade, mas em compensação não é das coisas mais reveladoras e abaladores como sugere o tom. Qualquer um sabe disso, e tá na contramão do sentido mais usual. Quando eu digo que meu nome é abstrato e meu corpo é concreto não quero dizer que meu nome perecerá, enquanto meu corpo durará indefinidamente, mas simplesmente que meu corpo tem existência tangível e meu nome não. E sobre verdade, é o mesmo. Em uma defnição contemporânea de verdade ser absoluta no tempo e no espaço não é uma condição sine qua non para a verdade de uma proposição. Para que a proposição "o gato está sobre a calçada" seja verdadeira não é preciso que ele passe a eternidade nela, basta que ele esteja lá quando me referir. "A gente começa a perceber que o fato ao qual o nosso debatador se refere não é tão fato asssim, porque ele está mediado por aqui e um agora". Desde de que se use um conceito usual de fato, simplesmente não segue quê. O Brasil ganhou 5 copas do mundo no espaço-tempo (jura?!), logo isso "não é tão fato assim"? O fato de os fatos que constituem o mundo ocorrerem num tempo e espaço determinado não só não é objeção para sua factualidade, como são justamente a condição sine qua non para que o sejam. Me parece que o problema real da afirmação não é bem a chamada "certeza sensível", nem muito menos que os fatos estejam num aqui e agora dentre muitos. Os fatos apontados por ela são verificáveis por definição e tendem a ser consensuais. Geralmente a frase cabe pra esse tipo de fato. O problema começa, de fato, quando temos opiniões, elaborações teóricas, avalições, sobre o mundo que não são objetivamente verificáveis e que não tendem ao consenso. Se um teimoso argumentasse em favor da tese de que São Paulo não é a cidade mais populosa do país teríamos toda a razão em lhes dizer de que contra tal fato não há argumento. Se um outro teimoso nos dissesse que São Paulo é a melhor cidade do país, e dissesse que contra tal "fato" não há argumento aí sim teríamos um problema. Não porque não há fatos, ou porque os fatos referidos não estão pairando fora do espaço e do tempo, mas tão simplesmente porque o interlocutor confunde sua avaliação com um fato.
@@FilosofiaVermelha A proposição que o vídeo se propõe a refutar é que contra fatos não há argumentos, o que implica o oposto: que contra fatos há argumetos. Daí a pergunta retórica.
Ou seja, temos a seguinte conclusão: Ao analisar uma situação, não se limite a superficialidade dos fatos, observe sempre o contexto destes, mas, claro, sempre evitando o relativismo e o negacionismo.
O agora, na sua inequívoca concretude de apontar para o imediato sobre o qual os interlocutores precisam concordar, para se tornar abstrato, precisa perder necessariamente a concretude e, por conseguinte, a imediatez que legitimava a sua incontrovérsia. O exemplo de Hegel não é bom. Podemos anotar, sim, a verdade sobre um determinado instante durante o qual o respectivo enunciado funcionava como verdade. Mas pretender que a verdade transcenda a duração temporal para o qual aquele juízo era válido é confundir a perenidade do papel com a relatividade das asserções ou, o que dá no mesmo, com a impossibilidade da prerrogativa fática ante o mundo dos argumentos.
Esse pensamento tem algo a ver com aquela imagem em q duas pessoas estão em lados opostos de um número no chão, onde pra um parece o 6 e pro outro parece o 9? Ou seja, os dois podem estar certos ou errados, dependendo do contexto. Ou viajei muito?
É contra esse epistemologismo de Kant e Hegel (assim como da tradição desde Parmênides) que o Lukács velho se insurgirá na premissa de que o ser não é episteme (por meio do duplo ponto de vista: ontológico e epistemológico), de que a coisa em si não é ciência ou conhecimento, muito menos ela pode ser reduzida a isso, como já dizia Marx do objeto permanecer autônomo enquanto o pensamento realiza sua atividade especulativa. O que põe novamente o adversário imaginário na jogada.
''Epistemologismo'' é o modo ou forma de encarar o real como ciência, posição que surge explicitamente com Platão, sendo que a ciência é uma apreensão do real, uma reprodução, inclusive a ciência pode errar, o erro é possível porque a apreensão é um reflexo aproximado ou distanciado, tando é possível o erro que a tradição desde Parmênides encarou a ''verdade'' como adequação em vez de coisa em si mesma, Hegel por exemplo encara a ''verdade'' como construção científica. A coisa em si ou a realidade exterior é uma espécie de não-ser na filosofia clássica (ou metafísica clássica), por isso o ataque de Marx a Hegel nos ''Manuscritos eco....'' e nos ''Fundamentos'' onde diz que ''[...] Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento, que concentra em si mesmo, se aprofunda em si mesmo e se movimenta por si mesmo, enquanto que o método que consiste em elevar-se do abstrato ao concreto é para o pensamento precisamente a maneira de se apropriar do concreto, de o produzir como concreto espiritual. Mas este não é de modo algum o processo de gênese do próprio concreto [...] Antes como depois, o objeto real conserva a sua independência fora do espírito, e isso durante o tempo em que o espírito tiver uma atividade meramente especulativa, meramente teórica'' (Marx)
@@Filosofiamaterialista Bom, ficou claro então que o conteúdo deste vídeo não tem nada a ver com este tal "epistemologismo", seja lá o que isso for. Por que Lukács diria que a coisa em si não é nem ciência, nem conhecimento, se nem o próprio Kant disse isso? A coisa em si é um conceito limítrofe, e só. Quanto a Platão, a episteme é contraposta à doxa, e ambas possuem o mesmo objeto, que é a realidade (seja sensível ou não). Acho muito discutível esta leitura de que a episteme é o próprio real, e não um discurso ou prática para conhecê-lo. Se o real é a própria episteme, como se chama o processo para conhecê-la? Fica um vazio aí.
@@FilosofiaVermelha Na realidade é um enunciado clássico na filosofia desde a divisão da noése e da frénese ja presente no pensamento de Parmênides ... τὸ γὰρ αὐτὸ νοεῖν ἐστίν τε καὶ εἶναι. Esse enunciado pressuposto trás sérios problemas que põe relevantes questões de modo problemática, questões como realidade, verdade, conhecimento, etc. O Lukács viu isso de modo claro nos seus escritos maduros, e Marx já sabia disso.
Tenho uma dúvida: como, então, fazemos para sair dessa "relatividade" frente aos fatos? Tipo, isso não abre um caminho para discursos que negam a ciência (como os antivax e etc) ? Hegel chega a dar alguma "saída" para isso? Obrigado pelo vídeo!!!
é um problema que basicamente moldou o modo como fazemos ciência, então todas as etapas de um método científico (peer review, reprodutibilidade, etc.), foram pensadas justamente para fornecer as afirmações mais epistemicamente justificadas sobre determinado objeto.
glauber, boa noite, fiquei com uma dúvida técnica. ao dar o exemplo de joão que matou pedro, você pede para que imaginemos que "de fato" joão matou pedro. como esse "de fato" do exemplo se diferencia do "de fato" presente no tema do vídeo? ou, como nós não caímos numa relativização completa da realidade sensível?
Este "de fato" é só uma expressão para "na verdade", "na realidade", etc. Acho que ficou meio confuso mesmo, teria sido melhor outra expressão, mas a desvantagem de vídeo é que não dá pra alterar mais :)
Eu cheguei a interpretar esses aquis e agoras de forma da área de exatas, o aqui como um ponto tridimensional e o agora é a data e horário atual. E o não aqui são os outros pontos tridimensionais que não estão considerados. Seria algo assim ou to falando abrobrinha?
Esse relativismo existe em todas as áreas. Sou professor de Fisiologia (não Filosofia..rsrs) e o que sabemos é que qualquer estímulo que recebemos é processado em nosso cérebro e percebido conscientemente alguns milisegundos após o início do processo, em outras palavras, estamos percebendo sempre o passado, nunca o agora!!!!!. E quando percebemos, o estímulo pode já não estar mais presente. Apenas um exemplo simples de como percebemos o mundo sob a óptica da neurofisiologia.
A validade da expressão dependerá também do contexto. No campo da ciência, um fato incontroverso não pode ser objeto de argumentos contrários a sua ocorrência. Da mesma forma, no âmbito jurídico: o risco de se abstrair a análise dos fatos demonstrados, dando azo a subjetividade, gera decisões judiciais ao estilo Sérgio Moro, cuja máxima é: "não é necessária a demonstração dos fatos, basta a minha convicção de que ele existe". Creio, portanto, que Hegel tratou de fatos numa perspectiva mais complexa, de modo que a expressão "Contra fatos não há argumentos" trata de situações óbvias do cotidiano prático e diante de demonstrações consolidadas. Estas, que ainda hoje são objeto de questionamentos dos ANTICIÊNCIA e AntiConhecimento. Um ilustre exemplo é o Terraplanismo. Nesse ponto, nem Hegel sugeriria qualquer abstração para alentar argumentos obscuros, posto que seria no mínimo ridículo. Em relação ao "aqui" e ao "agora", Schopenhauer sugere: "Agora, é verdade que, por meio desse acidente, se constitui o mundo inteiro em tempo e espaço, quer dizer, o mundo como representação, já que este não tem, absolutamente, uma tal existência fora da cognição - mas cuja essência íntima, em contrapartida, aquilo que existe em si, também é completamente independente de uma tal existência".
Um dos objetivos de Hegel neste capítulo é mostrar que não há conhecimento imediato, mas que a mediação está presente mesmo quando achamos que não. Isso não deve ser confunfido com uma total relativização de qualquer assunto, como se fossem razoáveis os argumentos pela terra plana ou os de Sérgio Moro. Não é isso o que Hegel pretende neste capítulo.
@@BetoOliveira_machuta Isso mesmo, Beto. Se a filosofia e sua filha, a ciência, não questionassem o que parece óbvio, como seria possível duvidar de que não é o sol que se move, mas sim a terra? Abraços!
Não, há fatos que permanecem no tempo e permite cognição e discurso sobre eles sem alteração: a cozinha está à direita de quem entra no meu ap, Joe Biden é o presidente dos EUA, o tabuleiro de xadrez é composto por 64 casas...
@@valdir.a.guimaraes1168 Há pequenas modificações na cozinha que não alteram sua identidade (ela continua sendo minha cozinha), mas sobretudo o fato de estar disposta direita de quem entra permanece. O mundo muda em alguma medida sempre, mas também há no mundo permanência. Mesmo Hegel noutros lugares reconhece isso.
@@joaovcitor4133 Meu caro, a verdade em si e por si nada representa; o fato ou o objeto da análise ganha relevo e importância na medida da capacidade, ou inteligência, de percepção de cada um; de todo modo, tente imaginar sua casa por inteiro e detalhadamente; não creio que irá conseguir; perde sentido o que chamas de identificação, sobra no máximo, se sobrar, a localização.
@@valdir.a.guimaraes1168 "A verdade em si e por si nada representa" Discordo, verdade é um conceito que define uma relação de de correspondência entre juízo e fato. "o fato ou oobjeto da análise ganha relevo e importância na medida da capacidade, ou inteligência, de percepção de cada um; de todo modo, tente imaginar sua casa por inteiro e detalhadamente" É, importância só pode existir pra um ser consciente como nós, a partir de nossa intencionalidade. Não sei é o que isso tem a ver com que falamos. "de todo modo, tente imaginar sua casa por inteiro e detalhadamente; não creio que irá conseguir; perde sentido o que chamas de identificação, sobra no máximo, se sobrar, a localização" Posso imaginar sua planta inteira, com a disposição de cada um dos cômodos, ou vários detalhes em cada um deles. Obviamente não exauro minha casa em cada um dos seus detalhes, mas e daí? O que isso tem a ver com a parmanência e a identidade da minha casa? O que discutimos está mais no campo da ontologia que da fenomenologia. Quanto a perder o sentido o sentido o que disse sobre identidade, simplesmente não segue. Poderia não só não conseguir fazer o que propôs, como ficar em coma, que a cozinha conservaria uma identidade consigo mesma.
Pois é, mas quando se trata de negacionismo científico, eu tendo a concordar que contra fatos não há argumentos. Não que verdades científicas sejam absolutas, mas não se refuta verdade cientifica com opinião.
Realidade, fato, relato. Corpo físico é real , espirito aparentemente não é físico, porém, se manifesta e produz mais que o corpo. O corpo perpetua a espécie, a mente tenta explicar o inexplicavel e tem capacidade para nos auto enganar. Exemplo ditadura burguesa é ruim de doer, ditadura proletária é ótima e desejável. Espírito produto de a evolução da matéria? Ou será algo diferente? O que vemos pode ser ou não ser, somos e não somos. Todo fato é e não é. Geralmente actuamos como cegos, esta influenciado pelo que acredito ou quero ver.
No seu exemplo, "João matou Carlos", não poderia ser dito que há uma espécie de juízo hermenêutico embutido nesse enunciado? De tal modo que não se pode dizer que isso seria um fato? O fato na verdade seria, nesse exemplo, a morte de Carlos, ou "Carlos morreu", mas se a morte teve João ou não como agente é produto de uma interpretação e avaliação a ser feita, condicionadas às evidências a partir das quais se poderia ou não inferir que quem matou Carlos tenha sido João. Isso tanto é verdade que você exemplificou antepondo a expressão "eu acho que", sinalizando o entranhamento subjetivo nessa frase. Ou seja, não poderíamos, ainda, dizer que, mesmo nesse seu exemplo, persiste a existência do fato "contra o qual não há argumentos", ou a ocorrência objetiva de um evento cuja verdade não se pode pôr em questão, e o que se pensa sobre esse fato, o que é, agora sim, passível de ser discutido, bastando somente a devida discriminação de um e de outro? Em síntese, acho que o que pode ter me incomodado seja a falta de resposta para o que pode ser tomado como ponto de partida, porque a própria expressão "contra fatos não há argumentos" é em verdade um contrassenso, posto que é óbvio que um fato não pode ser o alvo crítico de um argumento, mas somente uma tese, ou um outro argumento, que se ergue justamente sobre esse fato; nunca o fato em si. Enfim, não estaria Hegel, portanto, representando uma espécie de relativismo radical? PS: Agora que vi seu comentário esclarecendo que não se trata de Relativismo, kkkkk, prevendo essa minha interpretação. Mas vou deixar o comentário caso suscite alguma resposta sua pertinente a respeito do tema. Valheu!
@@FilosofiaVermelha se não usamos a tecnologia de percepção da realidade de espaço e tempo, em relação aos objetos matemáticos, como percebemos? A matemática está para além do espaço e do tempo? (São dúvidas de verdade; nada de desafio...)
@@PabloGarcia-lx6ti Não são sensorialmente percebidos, são entendidos, inteligidos. Você não vê o número 2 propriamente, você aprende a reconnhecer os padrões nas coisas. Isto é, você entende que 2 aviões, pássaros, lesmas, computadores, e etc, apesar de suas diferenças qualitativas entre si, compartilham a mesma quantidade. Os números mais baixos, até 3, são intuitivos pra nós, pelo que sei a grande maior parte das culturass usa de 1 a 3 e depois vira vários. Os números maiores, porvavelmente surgiram de nescessidades relacionadas à civilização, e provalmente os ainda maiores (tipo 1.000.000.000.000) , que não temos nenhuma experiência surgiram de formulações aritméticas mais teóricas e abstratas, provavelmente pela operação com números menores, como potência de 10.
Para auxiliar na compreensão do vídeo, é importante ter em mente que aqui não se trata de coisas como relativismo, negacionismo científico, "terra plana", ou semelhantes. Hegel está descrevendo a experiência que a consciência ingênua faz sobre si mesma, e um dos principais pontos é perceber que aquele conhecimento que parecia imediato é, na verdade, mediado.
Penso que a nossa realidade é sempre mediada porque o mundo assim como nós é objeto e nos usamos de modo necessario como meio para o conhecimento do objeto. O proprio tempo espaço sao meios que nos condicionam a mediaticidade da realidade. Esss realidade nossa tambem é mediata porque é uma relaçao de coisas desnecessarios, realidade lmediata so seria possivel a partir de um sujeito puro cuja existencia nao implica meio
Eh um pouco o que Heráclito de Éfeso disse sobre n se banhar duas vezes em um mesmo rio.
Gosto muito do seu canal tem conteúdo interessante que vai muito além do "mero" tema político.
Mais eu sou anti-comunista ferrenho embora não tenha nenhum apreço pelo capitalismo.
Ambos sistemas fracassaram na minha opinião é foram altamente prejudiciais,ambos porduziram ditaduras,ambos são incapazes de solucionar os problemas sócias de fato, ambos criaram discriminação de minorias(veja a eugenia em países liberais ou o pseudo conceito de "inimigos do povo"de Stalin) Ambos destruíram modelos de sociedade tradicionais de forma intensa.
Ao ponto em que eu defendo muito mais um modelo cooperativista ou distrubutista,e até mesmo! o modelo anarquista de socialismo(veja as comunidades anarquista pelo mundo)
Entendo que devemos pensar de fato um modelo de sociedade alternativa ao liberalismo,mais não acho que o socialismo seja a via correta.
Acho inclusive que ambos são falsas dicotomias em certa medida
Boa ressalva, muitas pessoas podem usar esse vídeo como argumento para relativismos e negacionismos como tu bem dissestes. É importante lembrar que apesar de todas essas possibilidades de desconstrução de expressões como essa e das nossas percepções sobre o mundo sensível etc., quando usamos essa e outras expressões que, certamente também podem sofrer maiores escrutínios, estamos apelando ao senso comum daquilo que podemos chamar de "nossa realidade compartilhada". Isso significa que, apesar de cada pessoa, provavelmente enxergar uma tonalidade única de vermelho, todas ainda são capazes de reconhecer a cor vermelha (exceto daltônicos, mas estes não são a média das pessoas), ou seja, operamos no dia a dia, num espectro comum de sensibilidade, e por mais difusas que sejam as bordas desse espectro, seu meio é de conhecimento comum e objetivo.
Interessante aplicação de Hegel. Como físico, encaro o Hegel como o filosofo da relatividade e da noção primária de campo de interação e força, e sinto que as metáforas dos conceitos da física se encaixam de maneira muito impressionante com a filosofia Hegel. O que me faz estudar mais sobre Hegel. O Pessoal do IELA está fazendo uma leitura/curso da Fenomenologia do Espirito que está bem interessante e bem instrutivo. Valeu pelo teus videos, sempre muito bons.
Recomendo as aulas, disponíveis algumas no YTB, do professor Eduardo Chagas. Professorzinho pelo qual me apaixonei logo de primeira. Adorável suas aulas.
Eu ainda não comecei a ler Hegel, embora já tenha comprado uma cópia física da Fenomenologia do Espírito. Algo que me chamou muito a atenção, nas exposições que já tive sobre o seu pensamente é justamente isso que você aponta. Eu, como físico também, identifico várias coisas na suas ideias que parecem muito presentes, às vezes até escancaradas, na física. Teu comentário me deixou ainda mais animado pra começar a ler.
Muito interessante ver outros físicos que acompanham o canal. Realmente, como também físico, acredito que você fez um excelente ponto.
Quantos físicos aqui! Ainda não sou (estou fazendo o bacharelado) mas concordo com tudo o que disseram.
@@vbmendrot1 Eu li uma vez que a filosofia de Hegel encontra uma barreira na mecânica quântica. Não sei se é 100% verdade, já que a lógica dialética me parece útil para tratar os fenômenos que deram fim ao determinismo newtoniano, mas, mesmo que seja verdade, para a mecânica clássica e para a relatividade parece ser muito útil.
É fantastico a forma como se aborda e esclarecesse os temas filosoficos ..
Prá variar, excelente. Uma explicação que não vi na faculdade e que facilita a difícil compreensão de Hegel. Parabéns Glauber
Boa postagem, obrigado, quase meia noite na Alemanha, ai, agora, quando da postagem, valeu.
Realmente belo moletom, porque não uma loja com artigos ligados a filosofia, etc and alll..
Muito bom, Glauber. Traz mais vídeos do Hegel!
Que aula formidável! Agora posso começar a ler Hegel (tá na lista de leitura, que só aumenta rs) tendo uma base sintetizada. Brigadão, Professor Glauber.
Contra argumentos, não há fatos...
Minhas expectativas com base em Hegel❤
Muito obrigado por este vídeo, professor. Aprendi com você a importância de Hegel para o marxismo, e sou muito grato por isto, me ajudou muito a entender o marxismo. Gostei da blusa, aliás.
Tudo que sei (o pouco) sobre marxismo aprendi aqui nesse canal
Exatamente. Brigadis
Espero que haja mais vídeos sobre Hegel! Gostei muito deste!!
Parabéns pela blusa camarada!
Valeu, camarada! ✊🏼✊🏼✊🏼
Um canal imprescindível! Parabéns sempre ao professor Glauber e aos participantes!
Todo vídeo seu é uma alegria a mais na nossa vida 👏🏻👏🏻👏🏻 obrigado professor! 🙏🏻🙏🏻
Seus vídeos são aulas, nos acrescenta muito! Obrigada!
Bela análise
Freud com certeza se identificou muito com esse pensamento de Hegel . Somos EUs diferentes.⚘
Estou sempre visitando o canal, revendo pastagens, adoro seus vídeos , curtos porém com excelentes conteúdos .
Muito bom.
Muito bom vídeo. O espaço-tempo e ângulo no qual observamos algo, pode influenciar muito a nossa percepção da realidade.
Acompanhei o vídeo com o livro da Editora Vozes em mãos. Neste, a contagem é em parágrafos e ñ em linhas.
Bem interessante! Sou da linguística, conhecia uma abordagem semelhante sobre os deíticos via teoria da enunciação de Benveniste... Não sabia que Hegel havia tratado das mesmas questões.
Cara, muito bom o vídeo! simples, direto e desmistificador!
Interessante foi a coincidência, Glauber, porque eu pensei exatamente no exemplo do homicídio, antes de vc chegar nessa parte, e fiz exatamente o raciocínio que vc fez acerca desse exemplo. Hehehe...Vc realmente é um ótimo professor!
E talvez correndo o risco de extrapolar, a conclusão que eu tive depois do seu vídeo foi a seguinte: o "fato" em si ou NUNCA importa, pois, em última análise filosófica, sequer o fato em si existe, e o que importa são sempre as implicações a partir das possíveis interpretações que são dadas a ele (o fato), pra falar num contexto mais social, histórico, político; ou, numa perspectiva científica, os fatos nunca nos estão realmente acessíveis de forma imediata, já que os fatos em si sempre estão aqui, acontecendo debaixo dos nossos narizes, mas sequer estamos vendo, entendendo ou tendo consciência deles. Se a gente fosse dar exemplos do campo da física, da biologia, da química, a gnt não iria mais parar de escrever. Hehehe...
Mas vou dar um bem simples só pra não passar em branco: a luz.
A luz é um fato, mas entender a natureza da luz, tudo que ela é capaz de fazer por nós e tudo que já somos capazes de fazer com ela ("trocentas" tecnologias), após entendermos sua natureza, é algo extravagante e nada nada imediato, tendo provocado inclusive debates entre grandes físicos, tais como Newton e Huygens, e séculos de estudos e construção de aparatos para se chegar ao entendimento e a descrição mais atual da luz, tais como as equações de Maxwell do eletromagnetismo, dado que a luz é onda eletromagnética, mas também se comporta como partícula, como restou evidenciado nos estudos de Albert Einstein acerca do efeito fotoelétrico, cuja importância lhe rendeu o prêmio Nobel de Física, em 1905.
Excelente vídeo professor, estou fazendo o seu curso e vc tem uma ótima didática pra tratar dos assuntos da filosofia, parabéns pelo trabalho.
Muito obrigado, Mike! Grande abraço! ✊🏼✊🏼✊🏼
Parece que toda a compreensão que Hegel tinha da realidade sensível está subordinada à compreensão que ele tinha, ou que ele queria impor, da passagem do tempo e da história, uma compreensão que aparentemente surgia de dentro da estrutura da língua alemã. De toda a maneira eu continuo achando que contra fatos não há argumentos e de que o contrário é produto do desejo de destruir a compreensão que temos do Mundo para colocar o inferno do relativismo no seu lugar.
De acordo
Um dos melhores vídeos do teu canal.
O fato é a vdd e exato, nada e nem argumento pode contrariar isso.
Ótima explicação, camarada!
Em Kant também noto essa estranheza, mas consegui desvendar de certa forma e, em particular, uma descoberta belíssima.
Show de aula, Professor, valeu mesmo.
Uma sugestão: Acho que seria interessante uma aula explicando o salto epistemológico de Marx do hegelianismo para o materialismo.
Valeu Pela a Aula, Boa Introdução ao Livro Fenomenologia Do Espírito.
Socialismo não funciona
Excepcional!! muito bom!!
Professor, sobre o que comentou dos exemplos, gosto muito do uso deles. Penso que serve muito bem pro intuito do canal, que é de dar uma introdução aos temas. Ajuda a fixar, e mesmo que como simplificação, com certeza vai me ajudar na compreensão mais profunda quando for pros textos originais. Valeu!
Obrigado, Glauber! Ajudou muito. Seu canal é foda.
MARX..UM GENIO..
Marx é um fracasso total............
Gostaria da sua analise sobre método intuitivo Bergsoniano ou até mesmo uma analise critica do livro Bergsonimo de Deleuze, visto que vai ajudar muita gente que não sabe nada de filosofia a saber separar os métodos de se fazer arte, ciência e filosofia.
Excelente aula! O seu alemão é muito bom. Quando eu crescer quero ser igual a você! Forte abraço!
Esse canal é mt topp
Glauber, qual a contribuição da fenomenologia do Husserl para o debate? A volta às coisas mesmas, a volta ao real, ou seja, a experiência do mundo.
Meu caro, essa fotografia na sua parede com uma placa escrito “Philosophenweg” por acaso foi tirada em Heidelberg? Se sim, eu fui nesse mesmo lugar, que é fantástico!
Não sei se faz parte da sua linha de pesquisa ou se você leu Sloterdijk, mas queria saber o que este filosofo quis dizer com: "Dasein ist Design".
Bom dia. Fale-nos da situação do Afganistão referente especificamente ao "bombardeiro" que estamos assistindo sobre a retirada da população que colaborou com os paises ocidentais e como a midia apresenta um discurso unico sobre a situação. De repente, todos passaram a se preocupar com o destino das mulheres afgãs mas nenhuma palavras sobre a situação das mulheres indigenas da America, da Africa e da Asia. abraços.
Ele costuma se embasar profundamente pra falar dos assuntos.
Muito interessante
Eu uso mto isso p/ debater contra o sistema religioso😉... essa alienação massiva!
Voltaire é o meu predileto!
Maquiavél mora no meu coração
O conhecimento é ativo construtivo interacionista.. como como Piaget descreveu a epistemologia genética!
Tbém concordo com Wallon o conhecimento é afetivo! Só qdo o ser humano é afetado que ele aprende.! A neurociencia já prova isso! A questão empática é um dos fatores mais importante no conhecimento e na memorização do mesmo!
Excelente aula.
Um exemplo mais comum de "contra fatos não há argumentos" são o uso de estatísticas. Sendo que estatísticas não foram feitas para apresentar verdades, mas para fortalecer um argumento, e que dependendo de como são usadas podem distorcer ou atenuar a realidade, podendo até esconder más intenções.
Depende do que você considere como verdade. A estatística oferece relações entre cenários complexos e muitas vezes incompletos. Ela não é um discurso sobre o mundo, mas em certo nível epistemológico ela é capaz de fornecer seu tipo único de verdade: implicações causais entre fenômenos - não diferente da matemática ou da física (resguardas suas diferenças) - como migração populacional, politicas públicas e macroecocomicas etc. Se você disser que essas ciências não são capazes de enunciar verdades sobre o mundo, estará arranjando problemas com 90% da comunidade científica.
@@paulohenrique4809 A ciência tem o seu papel e não é criando conceitos! O conceito de verdade não diz respeito as coisas em si, mas a linguagem. Sendo assim, estatística é uma linguagem usada para interpretar outra linguagem (ciência), isto é, estatística é uma metodologia matemática usada em apoio à premissas científicas.
@@vocetemrazao2239 A verdade existe como uma relação entre juízos e fatos. A linguagem não paira autonônoma e autoreferenciada.
@@joaovcitor4133 "A linguagem não paira autônoma e autoreferenciada" explique essa frase. E, além disso, o que é juízo e fato... e em que filósofo você se baseando para falar isso?
@@vocetemrazao2239 ! "O conceito de verdade não diz respeito as coisas em si, mas a linguagem"
Em resposta a essa frase. Quer dizer que a linguagem não refere-se a si mesma, mas tem como referência o próprio mundo.
"E, além disso, o que é juízo e fato... e em que filósofo você se baseando para falar isso?"
Na definição clássica aristotélica é uma afirmação ou negação que predica um determinado sujeito. Ex: árvores são autótrofas, meu cachorro é preto, humanos são primatas, Belo Horizonte é a capital de Minas, Marte é habitado por homenzinhos verdes, e assim por diante. O juízo enunciado é uma proposição. Uma preposição é um considerado um tipo de frase, uma frase assertória (afirma e nega ou nega algo). Isso porque nem toda frase afirma uma verdade, como o exemplo de frases imperativas, interrrogativas ou expresssivas. Os juízos e seus correlatos (proposições, crenças, alguns diriam representações) são dotados de "valor de verdade", o que quer dizer que podem ser verdadeiras ou falsas. O juízo é chamado em lógica de "portador d verdade", é aquilo que o sujeito elabora.
Fato é aquilo que é real, quase sempre uma relação entre coisas ou um atributo das coisas, e que são expressados pelos sujeito na forma de juízos e seus correlatos. Os mesmos exemplos que servem pro juízo servem pros fatos. Fatos são chamados de gerador de verdade, é aquilo a que o sujeito refere-se.
Sobretudo, Aristóteles, né? Lógica clássica já, mas teve amplo desenvolvimento na tradição ocidental. Essa teoria da verdade chama-se correspondendista em oposição a coerentista, pragmática, deflacionária. Se bem que a deflacionária que a deflacionária e a correspondentista podem diferir por detalhe. Há quem diga que Aristótelis era, na verdade, um deflacionário. Deflacionários afirmam que a verdade não é uma propriedade substancial a ser descoberta, ou acreditam que é uma redundância (dizer que o livro está sobre a mesa é redundante porque o "é verdade" é eliminável, basta dizer que está sobre a mesa) e tem os minimalistas que acreditam que ela não é redundante, mas ao invés de uma propriedade substancial é meramente uma propriedade lógica.
Sensacional, obrigado pela aula.
Linda camisa.
Muito esclarecedor
Muito bom, professor.
Para ler Hegel é bom (ou necessário), ler ou ter um bom conhecimento de Kant antes?
Odeio Hegel, porque não estou entendendo fenomenologia do espírito e olha que estou quase terminando o livro. Mas também amo Hegel, pela sua genialidade.
Só consegui entender Hegel, quando mergulhei nas filosofias orientais. Taoismo, hermetismo, budismo, etc.. Existe ensinamento milenares que ja falavam sobre isso dentro de alguns ensinamentos orientais e ate religiosos e misticos.
@@kakesss9126 , eu entendo muito pouco sobre filosofia oriental.
@@kakesss9126 realmente, eu só consegui compreender dialética hegeliana pois já tinha conhecimento sobre Advaita Vedanta
FALEI , PROVEI ( MANDEI LOCALIZAÇÕES, QUEM HACKEIA É HACKEADO ) E PROVO 🐀
Acredito que a proposição: "Agora é noite", está incompleta, pois falta um referencial, por exemplo: "aqui". Pois a mera proposição "Agora é noite", nunca deixa de ser uma verdade, pois sempre é noite, em algum lugar. Sempre é dia, em algum lugar. De modo que as declarações "AGORA é noite e Agora é dia", sem um referencial, torna as duas verdadeiras, pois não são contraditórias.
Em relação ao "aqui" da árvore e o "aqui" da casa, novamente o aqui não existe sem referencial, pois como posso afirmar "AQUI" sem um ali ou acolá como base referencial para determinar o aqui? Logo, o aqui exige por força de sua natureza, um referencial. É como a figura do 6 onde observadores em ambas extremidades cada qual dirá que é 6 e o outro 9. Nenhum estará errado pois na ausência de um referencial distintivo da subjetividade, ou seja, um referencial objetivo, nenhum estará errado. Mas surgindo da invisibilidade o 7 do lado do algarismo, e a verdade objetiva se impõe.
O eu é sempre o mesmo, mas a percepção de mundo do eu se altera em face dos referenciais.
João matou Carlos e deve ser preso? Bem...quem disse que ele deve ser preso? Uma lei? Ora, sem lei não há crime e ninguém deve ser preso por matar. Animais não são presos por matar outros. Assim, a lei pressupõe um legislador, o qual deve também saber fazer distinção entre as variantes que determinam a legitimidade da prisão. Exemplo: "João tropeçou e na sua queda esbarrou em Carlos que caiu nos trilhos do trem que o matou". Neste caso, ele deve ser preso? Não foi nem em legitima defesa e nem por ódio, mas acidentalmente. Assim, a lei deve vir de uma fonte que estabelece critérios ou juízos e ela é O REFERENCIAL a partir do qual se pode estabelecer a verdade e validade de uma sentença. O "eu acho" do inicio da sua frase em João...já mostra que sem uma referencial, vira mera subjetividade.
Vídeo muito bom. Poderia fazer isso com as outras duas consciências subsequentes; a Percepção e o Entendimento
acho q uma boa forma de expressar isso é com gelo,agua,vapor tendo gelo eu ñ tenho agua ainda q agua vire gelo(ou ate vapor se for gelo seco),e basicamente acho q o q foi apresentado mostra q é necessario ser mais criterioso na hora de dar um julgamento,um fato é um evento a parte q emerge de algo q esta por tras sendo q esse algo pode vir de um acumulo ou de um excesso excepcional q resulta em uma ação/evento ou seja em o fato do fulano q mata, matou em legitima defesa(excepcional) ou pq ja vinha a muito tempo sendo mal tratado ao ponto de ter chegado ao limite do q suporta
isso mostra q a muito mais por tras do evento,concordo com o hegel o fato é a menor das verdades,serve como ponto de partida ñ como ponto de chegada
O problema é que se vc usar esses argumentos racionais em um debate com uma pessoa que usa o argumento de que "contra fatos não há argumentos" não vai adiantar absolutamente nada. Será jogar perolas aos porcos
Tem umas pessoas que preciso mandar esse vídeo...
Muito bom camarada 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻. E onde compro uma blusa dessa?
Valeu, camarada! Achei esta blusa pela www.amazon.de ✊🏼✊🏼✊🏼
Caraca deu tempo de postar no aniversário de Hegel, 10 minutos antes de virar meia-noite, quanto à Hegel vale a questão da evolução histórica, em termos sociais, mas acho difícil de acreditar que a historia está em evolução...., sou mais Camus, e o absurdismo, e a questão da esperança, até então somos apenas homens.. Sei lá se isto tudo valerá amanhã... , a vantagem da psicanálise e da sabedoria, é que podemos dar sentido as nossas vidas dia a dia como no mito de Sisifo. Procurar ser feliz mesmo na desventura, como Nietzschel..
❤️
E o que seria o conhecimento concreto pra Hegel? Como atingiria?
Nossa, agora animei pra começar a ler a fenomenologia
Esse é o melhor professor sobre hegel do youtube...
Muito bom!
Valeu!
Que não temos acesso imediato ao real é algo relativamente trivial. Que a cognição passa pelo nosso aparato sensorial, cognitivo e conceitual, e por conseguinte por construções sociais (dado que o aparato conceitual é socialmente construído) é de mero bom senso.. Sabe-se disso desde a antiguidade (talvez menos a parte das construções sociais), vide os problemas postos pelos céticos e cirenaicos, por exemplo. Na era moderna, idem. Mesmo Locke, que num espantalho, poderia ser considerado um defensor dessa teoria "passiva", postulava a existência de propriedades primárias (próprias das coisas como extensão e volume) e propriedades secundárias (próprias de nossas percepções, como sons, cores e cheiros), o que indica que estava perfeitamente ciente que há diferença entre o que aparece e o que é em si. Mas parece igualmente plausível que haja um mundo independente da cognição, ao qual ela se refere, e também parece plausível que alguma coisa desse mundo saibamos, ao ponto de podermos experessar alguns fatos: que a capital da França é Paris, que Jupter é o maior planeta do sistema solar, e que a gravidade terrestre exerce força sobre meu corpo são alguns exemplos de fatos, que não exigem, pra ser reconhecidos, uma teoria gnosiológica ingênua que identifica absolutamente aparência e real. E cabe, é claro, perguntar: quais exatamente seriam os argumentos contra os fatos citados acima?
Sobre o exemplo do Hegel, a única coisa que prova é a trivialidade de que as proposições que fazemos sobre os estados do mundo não são absolutas no tempo, ou numa linguagem menos pretenciosa que... as coisas mudam! E a implicação de que o "agora" não é concreto depende da definição que se dá de concreto. Se se define concreto como o que não é eterno, o que perece, então é verdade, mas em compensação não é das coisas mais reveladoras e abaladores como sugere o tom. Qualquer um sabe disso, e tá na contramão do sentido mais usual. Quando eu digo que meu nome é abstrato e meu corpo é concreto não quero dizer que meu nome perecerá, enquanto meu corpo durará indefinidamente, mas simplesmente que meu corpo tem existência tangível e meu nome não. E sobre verdade, é o mesmo. Em uma defnição contemporânea de verdade ser absoluta no tempo e no espaço não é uma condição sine qua non para a verdade de uma proposição. Para que a proposição "o gato está sobre a calçada" seja verdadeira não é preciso que ele passe a eternidade nela, basta que ele esteja lá quando me referir.
"A gente começa a perceber que o fato ao qual o nosso debatador se refere não é tão fato asssim, porque ele está mediado por aqui e um agora". Desde de que se use um conceito usual de fato, simplesmente não segue quê. O Brasil ganhou 5 copas do mundo no espaço-tempo (jura?!), logo isso "não é tão fato assim"? O fato de os fatos que constituem o mundo ocorrerem num tempo e espaço determinado não só não é objeção para sua factualidade, como são justamente a condição sine qua non para que o sejam.
Me parece que o problema real da afirmação não é bem a chamada "certeza sensível", nem muito menos que os fatos estejam num aqui e agora dentre muitos. Os fatos apontados por ela são verificáveis por definição e tendem a ser consensuais. Geralmente a frase cabe pra esse tipo de fato. O problema começa, de fato, quando temos opiniões, elaborações teóricas, avalições, sobre o mundo que não são objetivamente verificáveis e que não tendem ao consenso. Se um teimoso argumentasse em favor da tese de que São Paulo não é a cidade mais populosa do país teríamos toda a razão em lhes dizer de que contra tal fato não há argumento. Se um outro teimoso nos dissesse que São Paulo é a melhor cidade do país, e dissesse que contra tal "fato" não há argumento aí sim teríamos um problema. Não porque não há fatos, ou porque os fatos referidos não estão pairando fora do espaço e do tempo, mas tão simplesmente porque o interlocutor confunde sua avaliação com um fato.
Marque no vídeo o momento em que eu falei que é sensato argumentar contra qualquer proposição.
@@FilosofiaVermelha A proposição que o vídeo se propõe a refutar é que contra fatos não há argumentos, o que implica o oposto: que contra fatos há argumetos. Daí a pergunta retórica.
Joao Victor Mitadas
Por isso que quando começo a ler Hegel desisto nas primeiras páginas kkkk
Ou seja, temos a seguinte conclusão: Ao analisar uma situação, não se limite a superficialidade dos fatos, observe sempre o contexto destes, mas, claro, sempre evitando o relativismo e o negacionismo.
Glauber pq Hegel não gostava de exemplos na filosofia? Obrigado pela aula
Feliz aniversário 🎊🎉💐🤙
Valeu, Corinto!! ✊🏼✊🏼✊🏼
@@FilosofiaVermelha falou 🤞
Que vídeo!!
Resumo: o universal no particular. 😅
O agora, na sua inequívoca concretude de apontar para o imediato sobre o qual os interlocutores precisam concordar, para se tornar abstrato, precisa perder necessariamente a concretude e, por conseguinte, a imediatez que legitimava a sua incontrovérsia. O exemplo de Hegel não é bom. Podemos anotar, sim, a verdade sobre um determinado instante durante o qual o respectivo enunciado funcionava como verdade. Mas pretender que a verdade transcenda a duração temporal para o qual aquele juízo era válido é confundir a perenidade do papel com a relatividade das asserções ou, o que dá no mesmo, com a impossibilidade da prerrogativa fática ante o mundo dos argumentos.
Filosoficamente pra todos os fatos há um argumento.
Sensacional. To querendo ler a fenomenologia do espírito mas ainda não tive coragem. Kkkk
Esse pensamento tem algo a ver com aquela imagem em q duas pessoas estão em lados opostos de um número no chão, onde pra um parece o 6 e pro outro parece o 9? Ou seja, os dois podem estar certos ou errados, dependendo do contexto. Ou viajei muito?
Olá 😁
É contra esse epistemologismo de Kant e Hegel (assim como da tradição desde Parmênides) que o Lukács velho se insurgirá na premissa de que o ser não é episteme (por meio do duplo ponto de vista: ontológico e epistemológico), de que a coisa em si não é ciência ou conhecimento, muito menos ela pode ser reduzida a isso, como já dizia Marx do objeto permanecer autônomo enquanto o pensamento realiza sua atividade especulativa. O que põe novamente o adversário imaginário na jogada.
Não sei o que é "epistemologismo", e nem o que a coisa em si tem a ver com Hegel ou com este vídeo.
''Epistemologismo'' é o modo ou forma de encarar o real como ciência, posição que surge explicitamente com Platão, sendo que a ciência é uma apreensão do real, uma reprodução, inclusive a ciência pode errar, o erro é possível porque a apreensão é um reflexo aproximado ou distanciado, tando é possível o erro que a tradição desde Parmênides encarou a ''verdade'' como adequação em vez de coisa em si mesma, Hegel por exemplo encara a ''verdade'' como construção científica. A coisa em si ou a realidade exterior é uma espécie de não-ser na filosofia clássica (ou metafísica clássica), por isso o ataque de Marx a Hegel nos ''Manuscritos eco....'' e nos ''Fundamentos'' onde diz que ''[...] Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento, que concentra em si mesmo, se aprofunda em si mesmo e se movimenta por si mesmo, enquanto que o método que consiste em elevar-se do abstrato ao concreto é para o pensamento precisamente a maneira de se apropriar do concreto, de o produzir como concreto espiritual. Mas este não é de modo algum o processo de gênese do próprio concreto [...] Antes como depois, o objeto real conserva a sua independência fora do espírito, e isso durante o tempo em que o espírito tiver uma atividade meramente especulativa, meramente teórica'' (Marx)
@@Filosofiamaterialista Bom, ficou claro então que o conteúdo deste vídeo não tem nada a ver com este tal "epistemologismo", seja lá o que isso for. Por que Lukács diria que a coisa em si não é nem ciência, nem conhecimento, se nem o próprio Kant disse isso? A coisa em si é um conceito limítrofe, e só. Quanto a Platão, a episteme é contraposta à doxa, e ambas possuem o mesmo objeto, que é a realidade (seja sensível ou não). Acho muito discutível esta leitura de que a episteme é o próprio real, e não um discurso ou prática para conhecê-lo. Se o real é a própria episteme, como se chama o processo para conhecê-la? Fica um vazio aí.
@@FilosofiaVermelha Na realidade é um enunciado clássico na filosofia desde a divisão da noése e da frénese ja presente no pensamento de Parmênides ... τὸ γὰρ αὐτὸ νοεῖν ἐστίν τε καὶ εἶναι. Esse enunciado pressuposto trás sérios problemas que põe relevantes questões de modo problemática, questões como realidade, verdade, conhecimento, etc. O Lukács viu isso de modo claro nos seus escritos maduros, e Marx já sabia disso.
@@Filosofiamaterialista Parece que estamos falando de coisas diferentes. O que isso tem a ver com a certeza sensível (discutida no vídeo)?
Tenho uma dúvida: como, então, fazemos para sair dessa "relatividade" frente aos fatos? Tipo, isso não abre um caminho para discursos que negam a ciência (como os antivax e etc) ? Hegel chega a dar alguma "saída" para isso? Obrigado pelo vídeo!!!
é um problema que basicamente moldou o modo como fazemos ciência, então todas as etapas de um método científico (peer review, reprodutibilidade, etc.), foram pensadas justamente para fornecer as afirmações mais epistemicamente justificadas sobre determinado objeto.
Ixee cara, dessa vez eu entendi foi nada !
Mas valeu pelo vídeo, abraços aí.
glauber, boa noite, fiquei com uma dúvida técnica. ao dar o exemplo de joão que matou pedro, você pede para que imaginemos que "de fato" joão matou pedro. como esse "de fato" do exemplo se diferencia do "de fato" presente no tema do vídeo? ou, como nós não caímos numa relativização completa da realidade sensível?
Este "de fato" é só uma expressão para "na verdade", "na realidade", etc. Acho que ficou meio confuso mesmo, teria sido melhor outra expressão, mas a desvantagem de vídeo é que não dá pra alterar mais :)
Eu cheguei a interpretar esses aquis e agoras de forma da área de exatas, o aqui como um ponto tridimensional e o agora é a data e horário atual. E o não aqui são os outros pontos tridimensionais que não estão considerados. Seria algo assim ou to falando abrobrinha?
É literalmente isso, só que dito noutra terminologia.
Esse relativismo existe em todas as áreas. Sou professor de Fisiologia (não Filosofia..rsrs) e o que sabemos é que qualquer estímulo que recebemos é processado em nosso cérebro e percebido conscientemente alguns milisegundos após o início do processo, em outras palavras, estamos percebendo sempre o passado, nunca o agora!!!!!. E quando percebemos, o estímulo pode já não estar mais presente. Apenas um exemplo simples de como percebemos o mundo sob a óptica da neurofisiologia.
Joia
Quero ver Kant e Hegel debaterem se uma onça é uma onça estando defronte de uma. 🐆
Sim, é só um comentário fútil.
A interpretação muda quando o eu porta um fuzil de assalto.
A validade da expressão dependerá também do contexto. No campo da ciência, um fato incontroverso não pode ser objeto de argumentos contrários a sua ocorrência.
Da mesma forma, no âmbito jurídico: o risco de se abstrair a análise dos fatos demonstrados, dando azo a subjetividade, gera decisões judiciais ao estilo Sérgio Moro, cuja máxima é: "não é necessária a demonstração dos fatos, basta a minha convicção de que ele existe".
Creio, portanto, que Hegel tratou de fatos numa perspectiva mais complexa, de modo que a expressão "Contra fatos não há argumentos" trata de situações óbvias do cotidiano prático e diante de demonstrações consolidadas. Estas, que ainda hoje são objeto de questionamentos dos ANTICIÊNCIA e AntiConhecimento. Um ilustre exemplo é o Terraplanismo. Nesse ponto, nem Hegel sugeriria qualquer abstração para alentar argumentos obscuros, posto que seria no mínimo ridículo.
Em relação ao "aqui" e ao "agora", Schopenhauer sugere: "Agora, é verdade que, por meio desse acidente, se constitui o mundo inteiro em tempo e espaço, quer dizer, o mundo como representação, já que este não tem, absolutamente, uma tal existência fora da cognição - mas cuja essência íntima, em contrapartida, aquilo que existe em si, também é completamente independente de uma tal existência".
Um dos objetivos de Hegel neste capítulo é mostrar que não há conhecimento imediato, mas que a mediação está presente mesmo quando achamos que não. Isso não deve ser confunfido com uma total relativização de qualquer assunto, como se fossem razoáveis os argumentos pela terra plana ou os de Sérgio Moro. Não é isso o que Hegel pretende neste capítulo.
@@FilosofiaVermelha Lembremos o maior de todos os filósofos, Sócrates (quiçá Platão): "nossos sentidos nos enganam".
Abraços, professor!
@@BetoOliveira_machuta Isso mesmo, Beto. Se a filosofia e sua filha, a ciência, não questionassem o que parece óbvio, como seria possível duvidar de que não é o sol que se move, mas sim a terra? Abraços!
@@userll5288 Vc é um analfabeto funcional, rapaz. Recomponha-se!
a morte não é um exemplo ?
contra fatos não há argumentos, ficou sem argumento a partiu para ameaçar sksksk
Todo fato é pretérito e não é possível levá-lo adiante integralmente.
Não, há fatos que permanecem no tempo e permite cognição e discurso sobre eles sem alteração: a cozinha está à direita de quem entra no meu ap, Joe Biden é o presidente dos EUA, o tabuleiro de xadrez é composto por 64 casas...
A cozinha não será mais exatamente a mesma.
@@valdir.a.guimaraes1168 Há pequenas modificações na cozinha que não alteram sua identidade (ela continua sendo minha cozinha), mas sobretudo o fato de estar disposta direita de quem entra permanece. O mundo muda em alguma medida sempre, mas também há no mundo permanência. Mesmo Hegel noutros lugares reconhece isso.
@@joaovcitor4133 Meu caro, a verdade em si e por si nada representa; o fato ou o objeto da análise ganha relevo e importância na medida da capacidade, ou inteligência, de percepção de cada um; de todo modo, tente imaginar sua casa por inteiro e detalhadamente; não creio que irá conseguir; perde sentido o que chamas de identificação, sobra no máximo, se sobrar, a localização.
@@valdir.a.guimaraes1168 "A verdade em si e por si nada representa"
Discordo, verdade é um conceito que define uma relação de de correspondência entre juízo e fato.
"o fato ou oobjeto da análise ganha relevo e importância na medida da capacidade, ou inteligência, de percepção de cada um; de todo modo, tente imaginar sua casa por inteiro e detalhadamente"
É, importância só pode existir pra um ser consciente como nós, a partir de nossa intencionalidade. Não sei é o que isso tem a ver com que falamos.
"de todo modo, tente imaginar sua casa por inteiro e detalhadamente; não creio que irá conseguir; perde sentido o que chamas de identificação, sobra no máximo, se sobrar, a localização"
Posso imaginar sua planta inteira, com a disposição de cada um dos cômodos, ou vários detalhes em cada um deles. Obviamente não exauro minha casa em cada um dos seus detalhes, mas e daí? O que isso tem a ver com a parmanência e a identidade da minha casa? O que discutimos está mais no campo da ontologia que da fenomenologia. Quanto a perder o sentido o sentido o que disse sobre identidade, simplesmente não segue. Poderia não só não conseguir fazer o que propôs, como ficar em coma, que a cozinha conservaria uma identidade consigo mesma.
✊🏽
Pois é, mas quando se trata de negacionismo científico, eu tendo a concordar que contra fatos não há argumentos.
Não que verdades científicas sejam absolutas, mas não se refuta verdade cientifica com opinião.
Me sinto meio tímido diante da erudição do professor. Fala alemão sem sotaque. Temas difíceis
Realidade, fato, relato. Corpo físico é real , espirito aparentemente não é físico, porém, se manifesta e produz mais que o corpo. O corpo perpetua a espécie, a mente tenta explicar o inexplicavel e tem capacidade para nos auto enganar. Exemplo ditadura burguesa é ruim de doer, ditadura proletária é ótima e desejável. Espírito produto de a evolução da matéria? Ou será algo diferente? O que vemos pode ser ou não ser, somos e não somos. Todo fato é e não é. Geralmente actuamos como cegos, esta influenciado pelo que acredito ou quero ver.
Sera que ele gravou no dia seguinte mesmo? Eis a questão.
Cadé a musiquinha de suspense de introduçao a Filosofia Vermelha? Poxa!
Qual música? Tem uma de introdução e uma de encerramento, estão ambas aí :)
se a caneta esta acabando a tinta e vai para de fornecer a trinta não é uma verdade
Excele
boa argumentação mas somente reforçou o fato nao o argumento de que Hegel é um charlatao com estas analises filosoficas em cima de platitudes
No seu exemplo, "João matou Carlos", não poderia ser dito que há uma espécie de juízo hermenêutico embutido nesse enunciado? De tal modo que não se pode dizer que isso seria um fato?
O fato na verdade seria, nesse exemplo, a morte de Carlos, ou "Carlos morreu", mas se a morte teve João ou não como agente é produto de uma interpretação e avaliação a ser feita, condicionadas às evidências a partir das quais se poderia ou não inferir que quem matou Carlos tenha sido João. Isso tanto é verdade que você exemplificou antepondo a expressão "eu acho que", sinalizando o entranhamento subjetivo nessa frase. Ou seja, não poderíamos, ainda, dizer que, mesmo nesse seu exemplo, persiste a existência do fato "contra o qual não há argumentos", ou a ocorrência objetiva de um evento cuja verdade não se pode pôr em questão, e o que se pensa sobre esse fato, o que é, agora sim, passível de ser discutido, bastando somente a devida discriminação de um e de outro?
Em síntese, acho que o que pode ter me incomodado seja a falta de resposta para o que pode ser tomado como ponto de partida, porque a própria expressão "contra fatos não há argumentos" é em verdade um contrassenso, posto que é óbvio que um fato não pode ser o alvo crítico de um argumento, mas somente uma tese, ou um outro argumento, que se ergue justamente sobre esse fato; nunca o fato em si. Enfim, não estaria Hegel, portanto, representando uma espécie de relativismo radical?
PS: Agora que vi seu comentário esclarecendo que não se trata de Relativismo, kkkkk, prevendo essa minha interpretação. Mas vou deixar o comentário caso suscite alguma resposta sua pertinente a respeito do tema. Valheu!
Moleton bonito.
como é aplicado esse raciocinio na matematica ?
2 x 2 = 4
Matemática é uma criação
@@leontriggered9316 Eu tenho consciência disso, mas ainda não entendi como a explicação dele se relaciona com a matemática.
Esta situação não trata de objetos matemáticos, pois eles não são percebidos no tempo e no espaço.
@@FilosofiaVermelha se não usamos a tecnologia de percepção da realidade de espaço e tempo, em relação aos objetos matemáticos, como percebemos? A matemática está para além do espaço e do tempo?
(São dúvidas de verdade; nada de desafio...)
@@PabloGarcia-lx6ti Não são sensorialmente percebidos, são entendidos, inteligidos. Você não vê o número 2 propriamente, você aprende a reconnhecer os padrões nas coisas. Isto é, você entende que 2 aviões, pássaros, lesmas, computadores, e etc, apesar de suas diferenças qualitativas entre si, compartilham a mesma quantidade. Os números mais baixos, até 3, são intuitivos pra nós, pelo que sei a grande maior parte das culturass usa de 1 a 3 e depois vira vários. Os números maiores, porvavelmente surgiram de nescessidades relacionadas à civilização, e provalmente os ainda maiores (tipo 1.000.000.000.000) , que não temos nenhuma experiência surgiram de formulações aritméticas mais teóricas e abstratas, provavelmente pela operação com números menores, como potência de 10.