Eu consideraria interessante rever as premissas que um exame deve preencher antes de ser considerado para rastreamento em pessoas assintomáticas: Para que um exame seja recomendado para rastreamento em pessoas saudáveis, ele deve atender a vários critérios rigorosos. Esses requisitos garantem que o exame seja eficaz, seguro e beneficie a população-alvo. Aqui estão os principais critérios: 1. **Alta Sensibilidade e Especificidade**: - **Sensibilidade**: O exame deve ser capaz de identificar corretamente a maioria das pessoas que têm a doença (poucos falsos negativos). - **Especificidade**: Deve identificar corretamente as pessoas que não têm a doença (poucos falsos positivos). 2. **Benefício claro**: - O exame deve demonstrar que a detecção precoce da doença melhora os desfechos, como a mortalidade e a qualidade de vida. Em outras palavras, encontrar a doença antes dos sintomas aparecerem deve resultar em tratamento mais eficaz. 3. **Risco mínimo**: - O exame deve ser seguro, com riscos mínimos para o paciente. Isso inclui considerar os potenciais efeitos adversos do próprio exame e das investigações subsequentes. 4. **Acessibilidade e Custo-Benefício**: - O exame deve ser economicamente viável, com custo acessível para a população e os sistemas de saúde. Além disso, o exame deve estar amplamente disponível e ser fácil de administrar. 5. **Aceitabilidade**: - As pessoas devem estar dispostas a realizar o exame, e ele deve ser fácil de executar, sem causar desconforto excessivo. 6. **Existência de Tratamento Eficaz**: - Deve haver um tratamento ou intervenção eficaz disponível para aqueles que são diagnosticados com a doença através do rastreamento. Não faz sentido identificar uma condição se não há uma forma eficaz de tratá-la. 7. **Carga da Doença**: - A condição a ser rastreada deve ser suficientemente prevalente e grave, representando uma carga significativa em termos de saúde pública. O rastreamento deve ser justificado pelo impacto da doença na população. 8. **Recomendações Baseadas em Evidências**: - O exame deve ser apoiado por diretrizes baseadas em evidências de organizações de saúde reconhecidas, que revisam periodicamente a eficácia e a necessidade do rastreamento. Esses critérios ajudam a garantir que os programas de rastreamento ofereçam mais benefícios do que riscos, proporcionando uma intervenção precoce que realmente faça diferença na saúde de uma população. ===================== Não consegui entender muito bem o objetivo desse estudo principalmente no que concerne aos itens 2, 6 e 7. Acredito que a Dra Débora deveria esmiuçar mais esses pontos nas futuras apresentações desse estudo. Parabéns pela iniciativa.
Obrigada pelo seu comentário e pelas considerações relevantes sobre os critérios de exames para rastreamento. Gostaria de esclarecer que os estudos de TC realizados pelo nosso grupo não tiveram a intenção de servir como um método de rastreamento para estenose de válvula aórtica em pessoas assintomáticas. O foco da nossa pesquisa é uma análise de oportunidade específica, validando um algoritmo de IA para avaliação de calcificação na válvula aórtica em contextos onde a realização de TC já tenha uma indicação clínica. Nosso objetivo é aprimorar a precisão e a eficiência na identificação de calcificações em exames já realizados, contribuindo para uma melhor compreensão dos casos em que há indicação clínica. Itens como custo-benefício, impacto populacional e intervenções clínicas não são o foco principal deste estudo no momento. Agradeço pela sugestão de explorar mais esses pontos em apresentações futuras, pois certamente são tópicos importantes para contextualizar a aplicabilidade dos resultados. Mais uma vez, obrigada pelo feedback e por acompanhar nosso trabalho.
Obrigadob você pela gentil resposta, Débora. Torcerei pelo seu estudo. 😘
Eu consideraria interessante rever as premissas que um exame deve preencher antes de ser considerado para rastreamento em pessoas assintomáticas:
Para que um exame seja recomendado para rastreamento em pessoas saudáveis, ele deve atender a vários critérios rigorosos. Esses requisitos garantem que o exame seja eficaz, seguro e beneficie a população-alvo. Aqui estão os principais critérios:
1. **Alta Sensibilidade e Especificidade**:
- **Sensibilidade**: O exame deve ser capaz de identificar corretamente a maioria das pessoas que têm a doença (poucos falsos negativos).
- **Especificidade**: Deve identificar corretamente as pessoas que não têm a doença (poucos falsos positivos).
2. **Benefício claro**:
- O exame deve demonstrar que a detecção precoce da doença melhora os desfechos, como a mortalidade e a qualidade de vida. Em outras palavras, encontrar a doença antes dos sintomas aparecerem deve resultar em tratamento mais eficaz.
3. **Risco mínimo**:
- O exame deve ser seguro, com riscos mínimos para o paciente. Isso inclui considerar os potenciais efeitos adversos do próprio exame e das investigações subsequentes.
4. **Acessibilidade e Custo-Benefício**:
- O exame deve ser economicamente viável, com custo acessível para a população e os sistemas de saúde. Além disso, o exame deve estar amplamente disponível e ser fácil de administrar.
5. **Aceitabilidade**:
- As pessoas devem estar dispostas a realizar o exame, e ele deve ser fácil de executar, sem causar desconforto excessivo.
6. **Existência de Tratamento Eficaz**:
- Deve haver um tratamento ou intervenção eficaz disponível para aqueles que são diagnosticados com a doença através do rastreamento. Não faz sentido identificar uma condição se não há uma forma eficaz de tratá-la.
7. **Carga da Doença**:
- A condição a ser rastreada deve ser suficientemente prevalente e grave, representando uma carga significativa em termos de saúde pública. O rastreamento deve ser justificado pelo impacto da doença na população.
8. **Recomendações Baseadas em Evidências**:
- O exame deve ser apoiado por diretrizes baseadas em evidências de organizações de saúde reconhecidas, que revisam periodicamente a eficácia e a necessidade do rastreamento.
Esses critérios ajudam a garantir que os programas de rastreamento ofereçam mais benefícios do que riscos, proporcionando uma intervenção precoce que realmente faça diferença na saúde de uma população.
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Não consegui entender muito bem o objetivo desse estudo principalmente no que concerne aos itens 2, 6 e 7.
Acredito que a Dra Débora deveria esmiuçar mais esses pontos nas futuras apresentações desse estudo.
Parabéns pela iniciativa.
Obrigada pelo seu comentário e pelas considerações relevantes sobre os critérios de exames para rastreamento. Gostaria de esclarecer que os estudos de TC realizados pelo nosso grupo não tiveram a intenção de servir como um método de rastreamento para estenose de válvula aórtica em pessoas assintomáticas. O foco da nossa pesquisa é uma análise de oportunidade específica, validando um algoritmo de IA para avaliação de calcificação na válvula aórtica em contextos onde a realização de TC já tenha uma indicação clínica.
Nosso objetivo é aprimorar a precisão e a eficiência na identificação de calcificações em exames já realizados, contribuindo para uma melhor compreensão dos casos em que há indicação clínica. Itens como custo-benefício, impacto populacional e intervenções clínicas não são o foco principal deste estudo no momento. Agradeço pela sugestão de explorar mais esses pontos em apresentações futuras, pois certamente são tópicos importantes para contextualizar a aplicabilidade dos resultados. Mais uma vez, obrigada pelo feedback e por acompanhar nosso trabalho.