Comecei o curso de letras esee ano, o primeiro texto da matéria de literatura é justamente esse! Achei seu vídeo e sua explicação deixou muito mais claro o assunto, se tenho algo que te digo, é que sua didática é excelente, quem dera tivesse vídeo para todas as matérias rs
Querida Isadora, a sua aula serviu-me com os estudos literários que venho me dedicando há algum tempo, - a despeito de ser uma exposição introdutória sobre o assunto. Escrevo-lhe, agradeço-lhe e enfatizo a singular didática que possuis. Beijocas! :)
Oi, Eve! Por alguma razão me escapou seu comentário, que só agora estou vendo. A dificuldade de conceituar a literatura vem do fato de que o que é compreendido como "literário" muda de acordo com o tempo e com os valores de cada sociedade. Um exemplo: para nós, hoje, as histórias do rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda são literárias e ficcionais, mas nem sempre foram consideradas assim. Em livros antigos sobre a história da origem dos reis da Inglaterra, a legitimação da linhagem que ocupava o trono vinha da suposta descendência do "verdadeiro" rei, que seria Arthur. Nesse caso, a obra seria histórica, não literária (ou seja, é uma questão da forma como o leitor se coloca diante da obra, e essa forma muda). Pra ficarmos com um exemplo banal, mas que ajuda a entender. Outra dificuldade é que não existe um único traço distintivo que defina o "literário", já que a literatura pode ser tanto oral como escrita, em prosa ou em verso, baseada ou não em pessoas e eventos reais, além de contar com uma infinidade de gêneros e modelos possíveis que pouco ou nada têm em comum (se houvesse, seria possível dizer que isso é o "literário" nessas obras). Em linhas gerais, são essas algumas das dificuldades. 😉
Olá, Isadora! Gostei muito da aula, mas não compreendi de que forma os formalistas queriam definir não a literatura, mas a literaturidade. Poderia explicar?
Oi, Sami! Obrigada pela pergunta. A ideia é que os formalistas acreditavam que havia algo no próprio texto, a literariedade, que seria a "essência" do texto literário. Para eles, a literariedade tinha a ver com uma forma de usar a língua que se distaciasse da linguagem cotidiana e que fosse capaz de causar o que eles chamam de "estranhamento". Por isso eles enfatizaram muito os aspectos linguísticos do texto, mais que as intenções artísticas dos autores, o contexto de recepção ou os conteúdos que os textos traziam. Terry Eagleton, trazendo a ideia de que o que é ou não literário depende de uma convenção, não compartilha a visão dos formalistas, pois para ele a literatura não tem uma "essência". Espero que tenha ajudado! Um abraço
E sobre a Biografia, Isa? Outra questão: Em que ano o Freud ganhou o Nobel de Literatura? Eu desconhecia essa informação. Interessante! Boa aula. Parabéns.
Oi, Dirce! Obrigada pelas perguntas. ☺️ A biografia é um caso complexo, já que até hoje costuma ser classificada como "não ficção", e frequentemente é tratada como gênero do meio jornalístico (como se não fosse literatura). Claro que há biografias que têm tratamento literário e que jogam com as convenções do gênero, desmontando a ideia de que o campo biográfico é um campo "menor", mas ainda hoje o espaço da biografia como literatura é contestado. Se tiver interesse, posso indicar algumas leituras sobre isso. Quando ao Nobel de Literatura do Freud, preciso me corrigir (deixei a errata na descrição do vídeo): ele foi indicado ao prêmio (em 1936), mas não ganhou. O que ele ganhou foi o Prêmio Goethe de Literatura, em 1930. Abraço!
Isso não faz sentido. 🤔 Se eu entendi direito, o que é ou não literário depende de se é ou não pragmático, e, depende também de como o leitor vai "enchergar" a obra. Esse conceito não me agrada, porque é muito confuso, ambíguo e subjetivo. ☹️
Eu acho que vc não entendeu muito bem. A crítica aos formalistas é pq eles defendiam que o que definia literatura era a forma, a estrutura do texto em si, e essa forma precisaria ser "literária" o que pressupunha uma escrita que fosse distinta da linguagem coloquial, por exemplo. Mas vc tem, principalmente na contemporaneidade, escritores que optam por uma escrita que remete a linguagem coloquial, a como as pessoas falam no cotidiano, para dar um aspecto realista à obra e nem por isso deixa de ser literatura. Para os formalistas, o que estes escritores fazem não seria literatura. Mas para Eagleton é preciso levar em conta outros fatores para além do texto em si na identificação do que é ou não literatura, tais como a intenção do autor, a recepção do texto pelo leitor, entre outros. Então não é ambíguo propriamente, o que Eagleton diz é que não há uma característica a priori que defina o que é literatura. A literatura não tem uma essência, ela depende de um contexto histórico, social, etc.
Comecei o curso de letras esee ano, o primeiro texto da matéria de literatura é justamente esse! Achei seu vídeo e sua explicação deixou muito mais claro o assunto, se tenho algo que te digo, é que sua didática é excelente, quem dera tivesse vídeo para todas as matérias rs
Que bom que o vídeo ajudou, Erick! Fico feliz! Obrigada pelo retorno :)
Incrível sua didática e sua habilidade para articular ideias e palavras, além da serenidade da fala. Parabéns!
Muito obrigada, Cledison! 😊❤
Entrei com o intuito de aprender e saí satisfeito, mas apaixonado.
Hahahahaha 😸
Explicação maravilhosa 👏🏿👏🏿👏🏿❤️❤️❤️
Obrigada, Amanda! ❤😊
mulher você é luz. Cá estou eu, em pleno carnaval maratonando seus vídeos.
Que maravilha, William! Fico muito feliz! ☺️
Você me ajudou muito com essa aula. Estou tão feliz
Que bom, Camile! Fico feliz em saber 🧡
Maravilhosa a aula ❤tirou muitas dúvidas
Muito obrigada, Ariadine ❣️
Querida Isadora, a sua aula serviu-me com os estudos literários que venho me dedicando há algum tempo, - a despeito de ser uma exposição introdutória sobre o assunto. Escrevo-lhe, agradeço-lhe e enfatizo a singular didática que possuis. Beijocas! :)
Luiza, que alegria receber sua mensagem! Obrigada pelo carinho e pela delicadeza das palavras ❤️
Isadora Cê me salvou com esse vídeo kkkkk vídeo maravilhoso ❤️
Hahahaha, que ótimo, Alessandra! Fico feliz que gostou 😃
Obrigadão.
perfeito dms, esclarecedor
Obrigada, Mateus! ☺️
Amei!
Fico feliz que você tenha gostado, Paula! ❤
Que aula maravilhosa ... Obrigada.
Obrigada, Rayane! ☺️
Bacana, Isadora.
Obrigada, Ernâni!
Qual seria a razão da dificuldade de conceituar a literatura?
Oi, Eve! Por alguma razão me escapou seu comentário, que só agora estou vendo. A dificuldade de conceituar a literatura vem do fato de que o que é compreendido como "literário" muda de acordo com o tempo e com os valores de cada sociedade. Um exemplo: para nós, hoje, as histórias do rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda são literárias e ficcionais, mas nem sempre foram consideradas assim. Em livros antigos sobre a história da origem dos reis da Inglaterra, a legitimação da linhagem que ocupava o trono vinha da suposta descendência do "verdadeiro" rei, que seria Arthur. Nesse caso, a obra seria histórica, não literária (ou seja, é uma questão da forma como o leitor se coloca diante da obra, e essa forma muda). Pra ficarmos com um exemplo banal, mas que ajuda a entender. Outra dificuldade é que não existe um único traço distintivo que defina o "literário", já que a literatura pode ser tanto oral como escrita, em prosa ou em verso, baseada ou não em pessoas e eventos reais, além de contar com uma infinidade de gêneros e modelos possíveis que pouco ou nada têm em comum (se houvesse, seria possível dizer que isso é o "literário" nessas obras). Em linhas gerais, são essas algumas das dificuldades. 😉
Olá, Isadora!
Gostei muito da aula, mas não compreendi de que forma os formalistas queriam definir não a literatura, mas a literaturidade. Poderia explicar?
Oi, Sami! Obrigada pela pergunta. A ideia é que os formalistas acreditavam que havia algo no próprio texto, a literariedade, que seria a "essência" do texto literário. Para eles, a literariedade tinha a ver com uma forma de usar a língua que se distaciasse da linguagem cotidiana e que fosse capaz de causar o que eles chamam de "estranhamento". Por isso eles enfatizaram muito os aspectos linguísticos do texto, mais que as intenções artísticas dos autores, o contexto de recepção ou os conteúdos que os textos traziam. Terry Eagleton, trazendo a ideia de que o que é ou não literário depende de uma convenção, não compartilha a visão dos formalistas, pois para ele a literatura não tem uma "essência". Espero que tenha ajudado! Um abraço
@@isadoraurbano Que ótima explicação, Isadora! Compreendi o conteúdo graças ao seu vídeo. Obrigada pela atenção!!! ❤
E sobre a Biografia, Isa?
Outra questão: Em que ano o Freud ganhou o Nobel de Literatura? Eu desconhecia essa informação. Interessante!
Boa aula. Parabéns.
Oi, Dirce! Obrigada pelas perguntas. ☺️
A biografia é um caso complexo, já que até hoje costuma ser classificada como "não ficção", e frequentemente é tratada como gênero do meio jornalístico (como se não fosse literatura). Claro que há biografias que têm tratamento literário e que jogam com as convenções do gênero, desmontando a ideia de que o campo biográfico é um campo "menor", mas ainda hoje o espaço da biografia como literatura é contestado. Se tiver interesse, posso indicar algumas leituras sobre isso.
Quando ao Nobel de Literatura do Freud, preciso me corrigir (deixei a errata na descrição do vídeo): ele foi indicado ao prêmio (em 1936), mas não ganhou. O que ele ganhou foi o Prêmio Goethe de Literatura, em 1930.
Abraço!
Muito bom ! ❤️
Obrigada, Alesson! ☺️
Oi Isadora, tem mais de um mês que estou presa neste texto e não sai nada
É um texto complexo mesmo, Adriana! Espero que o vídeo tenha ajudado a esclarecer pelo menos alguns aspectos dele. 😉
Adoreiiii
Que bom, Euquenia! ♥ Me deixa muito feliz!
O Diário de Ann Frank, se encaixa como literatura testemunhal.
Isso não faz sentido. 🤔 Se eu entendi direito, o que é ou não literário depende de se é ou não pragmático, e, depende também de como o leitor vai "enchergar" a obra. Esse conceito não me agrada, porque é muito confuso, ambíguo e subjetivo. ☹️
Eu acho que vc não entendeu muito bem. A crítica aos formalistas é pq eles defendiam que o que definia literatura era a forma, a estrutura do texto em si, e essa forma precisaria ser "literária" o que pressupunha uma escrita que fosse distinta da linguagem coloquial, por exemplo. Mas vc tem, principalmente na contemporaneidade, escritores que optam por uma escrita que remete a linguagem coloquial, a como as pessoas falam no cotidiano, para dar um aspecto realista à obra e nem por isso deixa de ser literatura. Para os formalistas, o que estes escritores fazem não seria literatura. Mas para Eagleton é preciso levar em conta outros fatores para além do texto em si na identificação do que é ou não literatura, tais como a intenção do autor, a recepção do texto pelo leitor, entre outros. Então não é ambíguo propriamente, o que Eagleton diz é que não há uma característica a priori que defina o que é literatura. A literatura não tem uma essência, ela depende de um contexto histórico, social, etc.