Glossário da política: patrimonialismo | Podcast #27
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- เผยแพร่เมื่อ 16 ก.ย. 2024
- Episódio publicado originalmente no dia 29.03.2018
O tucano Fernando Henrique Cardoso diz que o patrimonialismo integra a matriz brasileira. Para o petista Fernando Haddad, o patrimonialismo é a antítese da República. Mas o que é patrimonialismo? Como ele se concretiza? Quais as saídas? É o tema deste podcast.
Trilha: “Movido a vapor”, “Tarde londrina”, “Vagabundo iluminado” e “2012”.
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#Podcast #Política #Explicação
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Max Weber quando explicou a dominação tradicional separou o feudalismo do patrimonialismo.
O feudalismo seria um tipo de dominação tracional no qual existe uma fragmentação de poder (o rei e seus barões) e o patrimonialismo seria caracteristico dos grandes impérios no qual havia muita concentração de poder nas mãos do soberano (Império Persa, Otomano, Chinês, Rússia Czarista, etc). Weber tratou isto tudo como tipos ideais. Faoro aplicou a tipologia de Weber na sua análise da história de Portugal e do Brasil. Segundo Faoro em virtude do processo de Reconquista na Península Ibérica o que ocorreu em Portugal e Espanha não foi feudalismo, como nas outras nações da Europa Ocidental, mas patrimonialismo, pois desde cedo foi necessário a centralização de poder nas mãos de "El-Rey" pois este também era um chefe militar na luta contra os muçulmanos. Esse excesso de centralização estaria na origem da confusão entre o público e o privado que caracteriza o patrimonialismo, não havendo uma linha clara que separe os bens do Estado dos bens do soberano. Faoro vai mais além e diz que como a nobreza portuguesa era desprovida de um poder de segundo escalão, digamos assim, dependendo de prebendas e sinecuras do rei, acabou entrando para o Estado para servir em cargos civis, repetindo as práticas patrimonialistas do soberano em menor escala.
A burguesia mercantil portuguesa, especialmente após a expulsão dos judeus, também passou a enxergar em contratos com o Estado a mina de ouro a ser pilhada. Esse estado de coisas seria transplantado ao Brasil na colonização, sendo que no Brasil devido ao isolamento e a distância da metrópole, os grandes fazendeiros e donatários eram ainda mais apegados ao poder pessoal.
Com a vinda da Corte em 1808 e depois com a independencia em 1822, ficou claro as autoridades que os grandes senhores não iriam abrir mão de seu poder pessoal desmedido em troca de respeitar as leis gerais do Reino Unido/Império...o Governo Central teve de oferecer algo em troca as elites regionais para manter a legitimidade do Governo Central. A barganha teria sido feita com instrumentos patrimonialistas (nomeações, nepotismo, emprego de parentes na máquina pública, títulos de nobreza...).
Eu acho que Faoro força a barra ao dizer que tudo veio para cá de Caravelas...Não é bem o Estado que é patrimonialista, mas a relação da sociedade com o Estado que é pautada no patrimonialismo. Nem sempre isso redunda em corrupção,mas numa espécie de cultura de privilégios na qual cada grupo social acha legítimo ter uma regra especial de tratamento na legislação e que a conta dessa regra especial seja paga pela coletividade.
Excelente edição.
Excelente conteúdo.
Saudades dos podcasts do nexo.
Excelente!
Aff que bobagem é essa de música em algo que visa informar, passar uma idéia? Quando o cara falou vamos falar sobre tal ao som da banda sei lá o que pensei, o que? Que absurdo é esse agora se fosse pra ouvir música ia no Deezer. Não dá pra prestar atenção no que está sendo dito com essa música irritante ao fundo que bosta inovaram demais ficou ridículo esse formato