Emissora Nacional - Comunicação ao País por António de Oliveira Salazar (7 de Fevereiro de 1942)

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  • เผยแพร่เมื่อ 15 พ.ย. 2022
  • Esta gravação data de 7 de Fevereiro de 1942, foi efectuada pelos Serviços Técnicos da Emissora Nacional, no Estúdio B, na Rua do Quelhas, em Lisboa, e pertence ao Arquivo Sonoro da Radiodifusão Portuguesa.
    Aqui, escutamos aquele que é considerado como o momento mais importante de António de Oliveira Salazar na rádio portuguesa, o Discurso da Reeleição do Chefe do Estado, um discurso que em quase nada se referiu á eleição propriamente dita, mas começa precisamente com a retórica da condenação da democracia e da liberdade eleitoral, em mais uma eleição fraudulenta, onde Carmona saiu triunfal, e onde Salazar reforçou a defesa da política financeira do Estado Novo.
    Como é sabido, num País onde impera uma ditadura como a do Estado Novo, as eleições estavam viciadas á partida, pois só havia um partido único, e o voto era somente permitido aos homens que tivessem a 4ª classe, e os analfabetos em Portugal eram mais de 70 por cento da população, ás mulheres solteiras que ganhassem o rendimento mínimo ou trabalhassem na função pública, com autorização escrita da entidade patronal, e era um número bastante reduzido, as mulheres casadas com autorização escrita do marido, e as viúvas tinham de ser chefes de família, ou seja, cabeça de casal.
    Além disso, quem trabalhava como criado de servir, não podia votar sem a autorização do patrão, e por norma, os patrões votavam por eles, graças a uma coisa chamada “certificado de voto”, um documento que autorizava uma pessoa a votar duas vezes, uma em seu nome e outra em nome da pessoa que não podia votar. Muitas vezes, alguns “eleitores” utilizavam “certificados de voto” em que votavam em nome duma pessoa que já tinha morrido, e nos cadernos eleitorais, residiam nomes de “eleitores” que já tinham morrido, e como não “votavam”, os chefes das mesas de voto assinalavam os cadernos como se tivessem votado na mesma.
    Com a abertura eleitoral de 1945, cada vez que concorria a oposição democrática, os fiscais da Legião Portuguesa espiavam os movimentos de quem votava na oposição, instruiam os chefes da mesa de voto a anotar os nomes dos que tinham votado na oposição, em cadernos que eram prontamente entregues pela PIDE ao próprio Salazar, que emitia logo mandados de captura, enoxerações ou exílios em massa contra eles.
    A Igreja enviava também para as mesas de voto várias freiras e vários cidadãos em camiões e autocarros, todos eles instruídos para votar na União Nacional. Resultado: já era sabido quem ganhava as eleições, e assim foi durante todo o regime fascista do Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1975, quando se instalou o sufrágio universal directo em Portugal.

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