O vídeo ajudou demais a dar um panorama desses capítulos! Quanto às discussões teológicas, eu amei! O que tenho pra acrescentar é que o Serenus faz uma definição de liberdade diferente do que a teologia protestante propõe. Enquanto ele diz que "a liberdade é liberdade de pecar" (pág 121), a teologia diz o contrário, que liberdade é poder não pecar. Partimos do pressuposto que todo homem está em uma condição de devedor com Deus e é pecador por herança, ou seja, desde que nasce. Aqueles que ainda não foram alcançados pela graça de Deus são escravos do pecado (Romanos 6.6,7) e, portanto, não conseguem não pecar. Os que se tornaram cristãos foram chamados para a liberdade (Gálatas 5.1), ou seja, agora eles podem escolher não pecar! Caso seja do seu interesse, recomendo dar uma lida nos capítulos de Romanos 6 e Gálatas 5! Espero ter ajudado um pouco :)
Ana, MUITO obrigada pela contribuição! Vou até fixar seu comentário aqui porque acho que vai ser de grande ajuda para outros. Muito obrigada pela indicação de leitura dos capítulos! Certamente irei procurar por eles.
Paloma, acho que não é casual que Th. Mann tenha imaginado Adrian Leverkühn como descendente de uma família de agricultores (em alemão: Bauer) e artesães; que ele tenha se mudado para viver com seu Tio Nikolaus, lutier (Em alemão: Geigenbauer) . Também gostei de sua lembrança do lutier (Geigenbauer) Stradivarius. Isso tem inúmeras conexões com o espírito alemão (Deutscher Geist). Em primeiro lugar, desde a Idade Média, as corporações de ofício sempre foram fortíssimas na Alemanha. Desde os tanoeiros até os ferreiros, os aprendizes se esforçavam para serem aceitos nas guildas. Uma paródia sublime desse espírito alemão da busca de perfeição em um ofício está, por exemplo, na Ópera "Os Mestres Cantores de Nuremberga", de Richard Wagner. Ao descender de camponeses agricultores e artífices, Th. Mann pontua em Adrian uma síntese do telúrico (cultivo da terra) com o artístico (artesanato). O último aspecto é acirrado por ele conviver com seu tio lutier. Isso já antecipa que Adrian que será um "craftsman" da harmonia e do artesanato sonoro (embora ele - como bom hermético - oculte isso dos outros). Bach era o "marceneiro" supremo da música. A cidade bávara de Mittenwald é também conhecida por ser uma das oficinas mais exímias na produção de violinos e cellos e instrumentos de cordas. Uma cidade de vários Stradivarius. Por fim, esses violinos artesanais estão todos associados à ideia do Demoníaco. Como eles podem soar tão maravilhosos?! Venderam seus artífices a alma ao Diabo para produzir o instrumento perfeito? E também não é acaso que os grandes virtuoses do violino , como Bocherini, Paganini e Sarasate, estejam sempre associados a pactos com o Além tal o fascínio arrebatador que exerciam quando tocavam. Em suma, há vários elementos inconscientes que subjazem à fermentação de uma figura-síntese como Adrian Leverkühn.
Quanto a alguns comentários sobre a indiferença de Adrian em não demonstrar seu interesse pela música ser devido, talvez, à sua tentativa de não expôr demais o que se passa em seu íntimo, em sua essência, foi a mesma linha de raciocínio que tive. Pra mim isso que ele tanto tenta “disfarçar” seria o seu sentimento de “Grandeza”. Na pág. 94, ele diz: “Diga-me, que é que pensas da grandeza? Acho que causa certo incômodo enfrentá-la cara a cara. É uma prova de coragem. Será que podemos aguentar seu olhar? Não o aguentamos, não, permanecemos presos nele.” Adrian não consegue demonstrar seus sentimentos de grandiosidade e vai usar a música para expressar/libertar esses sentimentos sem que ninguém o julgue. E continua: “Uma demonstração de máxima energia, [...] no claro éter. Onde em todo o universo, haverá coisa igual?”. Ou seja, algo magnífico e grandioso. Na pág. 94 quando ele fala abertamente sobre música (na verdade, ele começa falando sobre uma partitura e consequentemente falando de música em si), ele acaba expondo mais do que ele acha que deveria, e também acaba chegando ao ponto de se comover ao falar sobre isso: “Tudo isso é muito nobre, muito magnânimo, [...] tão magistral que me faltam palavras.” “Assim falava ele. [...] me parecia indizivelmente comovente; comovente porque ele mesmo percebia naquilo o elemento febril e o desaprovava.” Pág. 95. Tenho para mim que a música representa o ápice da grandeza para Adrian, tanto que ele abandona a Teologia pela mesma, já que a música seria: “quase a definição de Deus!” Pág. 94 (Existe algo maior que isso?). Talvez Adrian percebeu que só a música o levaria mais próximo do que ele realmente ambicionava, a grandeza. (E não era justo isso o que buscava o Terceiro Reich?). “...acolhendo afluentes vindos de vários lados, até romper em estrepitoso triunfo, no genuíno triunfo, no triunfo ‘em si’.” (Pág.95) ------ Agora outro ponto que, particularmente, me chamou atenção foi na pág.94, quando ele ainda fala sobre música, ele diz: “No mínimo é dúbia. Com isso, quero apenas dizer que nos faz duvidar.” E na pág. 60 quando ele diz: “Sabes o que acho? Que a música é ambiguidade organizada como sistema.” Isso me lembrou muito da discussão a cerca de música em A Montanha Mágica (que começa na pág. 133 da edição da cia das letras). Quero destacar a frase de Settembrini: “A música [...] A arte é moral na medida em que desperta... Mas que sucede, quando ela faz o contrário? [...] Também disso a música é capaz; sabe perfeitamente agir como ópio. Uma influência diabólica, meus senhores! O ópio é uma obra do diabo... [...] Há na música um elemento perigoso, senhores. Insisto no fato de sua natureza ambígua. Não exagero ao declarar que ela é politicamente suspeita.” (Pág. 135) E ele diz, ainda: “Supomos que a música tome uma atitude de magnanimidade. Bem, nesse caso, ela inflamará os nossos sentimentos.” [...] A música é inestimável como meio supremo de produzir entusiasmo, como força que faz avançar e subir, mas só para pessoas cujos espíritos já estejam preparados para seus feitos.” (Pág. 134) Enfim, pode parecer confuso, não sei se consegui expressar o que eu queria, mas estamos só no começo e muitas impressões podem mudar, rs, entretanto, essas foram algumas das que tive, até o momento, e que fizeram sentido pra mim. Sobre o formato do vídeo, coincidentemente eu também fui fazendo anotações dos temas e principais pontos abordados em cada capítulo e, para minha surpresa, Paloma surge no vídeo fazendo o mesmo, falando sobre cada capítulo, e enriquecendo o que eu já tinha anotado e com um bônus no final do vídeo, rs. Fiquei muito feliz com esse formato! Estou adorando tudo, Paloma! 😘
Júlia da Silva Bruhns, mãe de Thomas Mann, nasceu em Paraty em 1851, mas seu pai era um alemão nortenho, que tinha negócios agrícolas no Brasil, e sua mãe era mestiça de português e índio. Ela passou a infância em Paraty e retornou para Lübeck (cidade alemã quase fronteiriça com a Dinamarca), e nunca mais retornou para o Brasil. Thomas Mann - apesar de sua frieza sentimental com seus próprios filhos - dizia amá-la e conta que ela tinha dom de contar estórias. Thomas Mann resgata um pouco de suas origens no romance inacabado "As Confissões do Impostor Felix Krull". Por fim, há um lindo (mas infelizmente desconhecido) romance de João Silvério Trevisan, "Ana em Veneza", em que Júlia da Silva Bruhns e o grande compositor brasileiro Alberto Nepomuceno são personagens, a estória se passando em Paraty, Berlim e Veneza. Te recomendo: sei que você adoraria ler.
Caramba...Que lindo ser capaz de descrever e comentar o livro desta forma, e ainda nos brindar com seu talento musical: Vida longa ao seu talento nato, e ao seu canal!!!!👏🏼🙏🏼📚❤️
Há um ano você realizava a leitura coletiva de Dr Fausto, considerando o registro de postagem do vídeo. Estou lendo o livro agora, JUL/22, e agradeço muitíssimo por cada vídeo disponibilizado. Está me ajudando muito no entendimento dessa leitura, para mim, complexa e difícil, mas Thomas Mann não é fácil, mas é bom. ✨🙏🏼✨📖✨🎹✨ Em tempo, fora de tempo, seu vídeo é excelente, não há como ser breve nos comentários dessa obra. ✨💖✨
Fiquei tão feliz com esse comentário! MUITO bom saber que os vídeos permanecem sendo úteis mesmo tanto tempo após o fim da leitura conjunta! Obrigada por deixar esse comentário aqui 💜
@@PalomaLima Pesquisando no TH-cam sobre minha desafiante leitura, acabei descobrindo o seu canal. Realmente agradeço pelos vídeos sobre Dr Fausto, estava quase abandonando a obra quando você salvou minha leitura. Retornei ao Cap XVI e vou reler conforme a sequência dos seus vídeos. Até os próximos vídeos do Dr Fausto e, claro, das postagens mais recentes. Vou ficar de 👀 no seu canal.
O Cap III foi o que vendeu o livro pra mim. Adoro o assunto. Se ele tivesse colocado o VIII antes do III, capaz de eu ter desistido. De qualquer forma, Thomas Mann parece um Leonardo da Vinci: entende de tudo. É biólogo, é filósofo, é teólogo, é músico. É escritor. Incrível. Mas o melhor capítulo foi o XIII. Imaginei o Carl Sagan lendo esse capítulo. Ele deve ter adorado também. O Cap XIV também é muito bom. Demorei para perceber o quanto o nome Deutschlin se parece com Deutschland, e talvez tivesse alguma metalinguagem aí, pois a personagem parece estar sintetizando o embrião que viria a ser o pensamento nazista. Ao rejeitar o nacionalismo e o socialismo, ele parece querer uma "terceira via", que futuramente se chamaria nacional-socialismo. Fiquei me perguntando se essa nomenclatura seguiu a tradição científica presente em nomes como eletromagnetismo, partícula-onda e espaço-tempo, querendo significar que não são nem uma coisa nem outra (nem eletricidade, nem magnetismo; nem partícula nem onda; nem espaço nem tempo; nem nacionalismo nem socialismo), mas um outro "algo", novo. E achei que Deutschlin concorda com Chaves: "Se você é jovem ainda, amanhã velho será, a menos que o coração sustente a juventude que nunca morrerá". E aquilo de pegar palavras e pô-las a serviço de seu pensamento, me lembrou Humpty Dumpty em Alice Através do Espelho: "as palavras significam o que eu quero que elas signifiquem". Ou o fato da Alemanha Oriental ter se chamado República Democrática Alemã.
Agora você me fez sonhar ao imaginar o Sagan lendo o capítulo XIII! E SIM! Também tive a impressão de ter "algo a mais" no nome do Deutschlin, e agora penso partilhar da sua ideia!
Só consegui assistir ao vídeo agora e: que bom! além de ter sido agraciada com seus comentários e explicações, ainda pude ler os comentários super enriquecedores do pessoal. Gosto muito da ideia da playlist. Eu queria só comentar um ponto, sobre o capítulo XIV. Serenus mostra que Adrian expõe seu pensamento logo no início da conversa com os membros da confraria Winfried e depois fica calado, só observando. O mais interessante, é no final, que ele conclui que Adrian estava mais alheio à conversa que o próprio Serenus , que nem membro da Winfried era. O que expressa o abismo entre Adrian e tudo que o cerca, que já se mostrava quando Serenus diz que Adrian só o chamava pelo sobrenome e se abstinha de chamar os colegas com o informal tu. Isso tudo está na conclusão do capítulo XIV como se fosse uma sentença sobre o futuro de Adrian, ao dizer "um abismo fatal entre essa juventude cheia de altas aspirações e a existência dele, as diferenças entre as curvas do porvir de pessoas de uma boa e até excelente média, cujo destino seria abandonarem em breve o estado dispersivo e tateante de estudante para se encaminharem à rotina burguesa, e, de outro lado um homem estigmatizado por um signo invisível, fadado a jamais se afastar da senda do espírito da problematicidade [...] cujas inibições em face do uso dos tratamentos "tu" ou "vocês" ou "nós" faziam com que eu e provavelmente também os outros percebêssemos que também ele se dava conta de tal dissimilitude." Aí fiquei pensando: essa dissimilitude é uma virtude ou um defeito em Adrian? Serenus vê essa qualidade como virtude ou defeito? E, ainda, isso seria resultado da personalidade de Adrian ou da de Serenus que enlevou Adrian a esse pedestal? Pedestal positivo (virtude) ou negativo (defeito). E outra, o quanto de Serenus revela de si ao descrever Adrian, faria da narrativa também uma autobiografia? (de Serenus, vamo deixar Mann de banda hehehe). Porque toda a narrativa é baseada em impressões e impressões do coitado do Serenus em relação a Adrian. O "ponto" ficou enorme kkkkk.
Playlist sim, por favor. O formato por capítulos tá ótimo. Meu Deus, que alivio não ser a única a ter a sensação de que não tá pegando tudo, e que vai ter que reler com certeza. | Será que o Adrian não demonstra desinteresse pela música por achar que se expõe demais através dela? Fiquei com isso na cabeça.. | Adorei a explicação do piano, tava lendo em um estado de transe essas partes, sem entender nadica kkkkkkkkkkkkk maravilhoso e sim, deu pra entender bem melhor mostrando no piano.
Certamente não somos as únicas a sentir que estamos pegando tudo - suspeito que a única pessoa que sinta que compreendeu tudo foi o próprio Thomas Mann hahahahah
eu senti uma enorme afinidade e semelhança entre o narrador (pq essa é minha primeira obra dele) de Thomas Mann e de Machado, que também conversa com o leitor e ainda o chama de desatento.
Paloma, só hoje consegui ler a primeira parte e só então assistir o vídeo. Atrasei-me, mas isso não acontecerá mais, fiquei to-tal-men-te arrebatada pelo livro. Aliás, amei o capítulo 8. Concordo, quem já leu A Montanha Mágica (um dos meus 5 livros favoritos da vida) sabia o que esperar. E que vídeo foi esse? Obrigada por nos acompanhar e orientar nessa viagem por uma obra-prima. E sim, certamente vou ter que reler, pois é impossível pegar tudo em uma única leitura, meu exemplar já está cheio de post-its. Agora vou lá assistir à Sonata para piano em dó menor. Beijos, ótima semana!
Oi, Denise! E nem se preocupe quanto ao atraso: os vídeos ficarão por aqui enquanto o TH-cam existir, rs, justamente para que cada um leia no seu tempo, caso sinta que é necessário. Uma ótima semana a você, também! Aliás, dia desses fizeram um comentário no meu vídeo sobre "Da Alemanha" e vi um comentário seu, dizendo que descobriu o meu canal através daquele vídeo! Fiquei feliz em saber, porque não lembrava disso, rs
@@PalomaLima, sim, o "Da Alemanha" já está na minha lista de compras há tempo, e eu estava em busca de mais opiniões sobre a obra. Gostei tanto do teu vídeo, que passei, na hora, a seguir aqui e no insta. 📚❤️
O vídeo ficou ótimo!!! O formato de comentar capitulo por capítulo ajudou bastante. Muito obrigada por se dar tanto trabalho para nos ajudar nessa leitura. O livro é fantástico e com sua ajuda melhor ainda :-)
Paloma do céu, que vídeo maravilhoso foi esse?! Tô amando a leitura conjunta S2. Parabéns pelo esforço e pela saga pra lançar esse vídeo hahaha. Já ansioso pelo próximo.
A respeito do livro o Cap. que aborda sobre a inquisição e como o homem pode trabalhar as palavras ao seu favor, pra mim ficou evidenciada a preocupação do autor em levantar esse debate sobre a diferença de sexos, porque independente do erro o peso e a responsabilidade acaba recaindo sobre a mulher e os exemplos que ele usa retratam isso muito bem. Outro ponto é sobre o Cap. XIV, o que mais gostei até agora, com as discussões político-econômico-religiosas, os diferentes pontos de vista e a forma como um dos estudantes procura evidenciar a Alemanha com superioridade frente aos demais países já traz uma menção do que viria a acontecer no futuro com a ascensão do 3 Reich e o apoio de pessoas que tinham esse mesmo pensamento. Esse é um livro que sem duvidas terei que reler no futuro para aprimorar a compreensão.
Mônica, concordo muito! Eu tinha até falado um pouco sobre essa questão feminina no vídeo, mas tive que regravar metade e, quando regravei, acabei esquecendo de falar algumas coisas, como essa =(
Essa mulher é muito perfeita mesmo! Não poderia ter escolhido LC melhor para ter contato com esse livro. Fica o meu agradecimento pelo seu empenho em tornar o nosso entendimento melhor com a explicação sobre a parte de teoria musical 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾. Amei de verdade a descrição. Poderia ser uma parte da leitura a ser “ignorada” por não ter conhecimento sobre esses termos técnicos, mas com essa explicação o entendimento e a compreensão ficam certamente melhores ❤️😘.
Me aventurando nessa obra maravilhosa há poucos dias e esse vídeo foi de um enriquecimento ímpar! Achei o apoio perfeito pra essa leitura que já é uma das melhores da minha vida e com certeza voltarei para os próximos conforme ela avançar. Um abraço e parabéns pelo conteúdo, Paloma!
Palomaaa, muito obrigada pela explicação no piano, estava muito perdida. Depois desse vídeo a minha vontade é de ler novamente os 14 capítulos hahaha. A leitura foi bem difícil no início, mas agora o livro está me prendendo. E sobre a semelhança com a Lila, concordo muito!!
Muito feliz em saber que o vídeo ajudou, Jéssica! E Mann é assim. No início dá trabalho, depois continua dando trabalho, mas a gente se acostuma hahahahah
Parabéns pelo vídeo! Tirou muitas dúvidas que fiquei na leitura. Quanto a semelhança com a Lila, também achei! Hahaha, pensei que era porque estou lendo a tetralogia junto. Ansiosa pelo próximo vídeo. 🖤
Ótimo vídeo! Ajudou muito, principalmente em relação ao entendimento musical. Gostei bastante da ideia de montar uma playlist! Enquanto lia o livro vi diversos vídeos sobre a obra .Gostei das aulas do Professor Munir, apesar de discordar totalmente de seu posicionamento político. Foram importantes para entender diversos pontos da obra e do autor. Tem em podcast com o nome do livro ( José Munir Nasser). Pode ajudar quem estiver interessado! Mais uma vez obrigada por este seu tempo e dedicação!
Amei o vídeo! A explicação da parte musical mostrando o piano ajudou muito. Os comentários por capítulo também foram bastante didáticos e esclarecedores. Enfim, já sou tua fã! Parabéns pelo trabalho!
Obrigada Paloma !! Nossa estou ainda mais animada !! Vendo seu vídeo pude ver que interagi bem com o livro . E aprendi com você coisas que não sabia .. !! Agora voltando para a leitura . 💛
Parabéns pelo vídeo e obrigada pelas explicações!!!! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻 O livro, já cheio de conteúdo, ficou muito mais rico com vc 🥰🥰🥰 Adorei a forma como comentou, por capítulos! Top demais!! 👏🏻👏🏻👏🏻
O livro está sendo realmente desafiador, especialmente para quem não conhece praticamente nada de música clássica... mas este vídeo acendeu uma verdadeira luz sobre o livro, muito obrigado Paloma 😉 Adendos: 1) ❤ as explicações ao piano; 2) playlist no Spotify por favor; 3) sei q é trabalhoso mas se for possível gravar um vídeo de acompanhamento por semana (em abril) será de muuita ajuda.
Oi, Atila! Não sei se consigo gravar um vídeo por semana porque já tenho dois vídeos por semana no canal, além desse =( mas, se tiver algum "respiro", farei!
Ahhh o vídeo mais esperado!! Presentee!! Que leitura Paloma, é lindo, complexo, o modo como ele descreve a infância, o conhecimento e a personalidade de Adrian é simplesmente perfeito!! Estou amando!
paloma ainda bem que você comentou sobre esse sentimento do serenus com o adrian ser meio confuso, porque eu tava com medo de falar que senti meu gaydar apitar para as coisas que ele falava do adrian, e me acharem louca por isso hahahaha, e eu amei o video ficou muito completinho, ajuda demais na hora de acompanhar a leitura conjunta
Muito obrigada! O vídeo foi esclarecedor, principalmente a parte da teoria musical. Aquele capítulo é muito difícil para não iniciados! O comentário está atrasado porque a leitura também está...
Sou apaixonada por música clássica.Encantada com a escrita e a inteligência de Thomas Mann. Só tenho a agradecer a dica e o convite para essa leitura.🤍
@@PalomaLima só pra acrescentar, que não estou reclamado desse viu?? É que a gente adora ver você falando!! Se pudesse, um vídeo todo dia seria muito bom!!!! Kkkkkk
Que delícia de vídeo Paloma! Estava quase desistindo do livro e voltei correndo p ele.Continue nesse formato capítulo por capítulo que foi mto incentivador.
Paloma você é muito especial... estava decepcionada comigo por que precisava ficar relendo toda hora por dificuldade de entender. Mas seu vídeo ajudou demais! E a explicação no piano foi muita generosidade da sua parte. Obrigada por tanto🥰 a propósito minha filha de 9 anos pediu para Saber o modelo do piano e se ocupa muito espaço. Obrigada mais uma vez🥰🌷🍀🏆🎹
Claudia, não fique decepcionada! Eu reli muitas coisas, também, e penso que muitos o fizeram. Feliz demais que o vídeo ajudo! Seguimos =) e o modelo do meu piano foi descontinuado, até onde sei - é bem antigo. É um Yamaha P-105. No quesito piano digital, os da Yamaha são os meus preferidos.
Paloma estava ansiosa pelo seu vídeo! Nunca participei de uma leitura conjunta e é meu primeiro Thomas Mann. Achei os primeiros capítulos um pouco cansativo porque eu não entendo nadinha de música, mas fiquei impressionada com a erudição do autor. Estou apaixonada 💗 OBS. Por sua culpa e somente sua Stefan Zweig virou minha atual obsessão.
Oi, Angela! Feliiiz que sua primeira leitura conjunta está sendo esta! E super entendo a impressão sobre os primeiros capítulos. São cansativos, mesmo, mas acho que recompensam muito o esforço que empreendemos na leitura =) e somos duas obcecadas por Zweig, então! Rs
Não assisti o vídeo ainda mas tô aqui pra dizer que o capítulo xiii é das coisas mais incríveis do livro até agora. Professor Schleppfuss meu ídolo. Estou relendo o livro e não lembrava dele. Haha
Foi o meu predileto também. A descrição do Schleppfuss me fez gargalhar. Sem contar a piadinha que o narrador fez quanto ao número 13 no capítulo seguinte.
Até uns tempos atrás gostava muito de vários tipos de música, hoje só consigo gostar de Alceu Valença, Zé Ramalho, Red hot chili peppers e Paco de Lucia. Admiro quem ama música clássica, perto disso consigo gostar do Nicolas Krassik que mistura violino e instrumentos nordestinos um deles é a rabeca.
O professor de piano do compositor Adrian Leverkühn - o excêntrico Wendell Kretzschmar - é provavelmente baseado em uma pessoa real. Hermann Kretschmar, nascido na Saxônia em 1848, musicólogo e escritor e considerado fundador da Hermenêutica na música. O real Kretzschmar foi, aliás, um dos professores do compositor Robert Schumann, que, aliás, compôs uma monumental cantata sinfônico-coral sobre o Fausto de Goethe e que teve destino similar ao de Adrian Leverkühn (isto é, genialidade e loucura).
Ansiosa estava por esse vídeo! Os capítulos iniciais não estavam me prendendo ao livro, mas agora estou gostando da leitura e entendendo melhor toda exposição inicial e a construção do personagem principal.
Senti falta daquele trecho que o Adrian fica meio que flertando com aquele “líder autoritário” da história da aldeiazinha através de brincadeiras, o Serenus fica assustado... eu pensei que talvez fosse já abrindo espaço pra metáfora da Alemanha e o Hitler/Adrian e o diabo. Confesso que pausei a leitura depois da primeira meta :( as digressões tavam pesadas demais e eu tava num momento de cansaço mental grande pra ficar pesquisando, principalmente nos capítulos que ele pesa a mão na teoria musical e música clássica, que já não sei quase nada. Mas vou tentar retomar aos poucos! Excelente vídeo 🎉
Paloma, (1) Quanto à região geográfica da infância e da juventude de Adrian Leverkühn: a cidade de Kaiserssachen é fictícia, mas a região não é. Ele nasce em Weissfels, uma aldeia próxima a Meserburg, junto ao rio Saale, na Saxônia (Sachsen-Anhalt). Depois vai estudar em Naumburg (acho que Teologia). A Saxônia e Baixa Saxônia representam muito o espírito da Velha Alemanha, o que é coerente com o maneirismo arcaizante de Thomas Mann no Doktor Faustus, e é também terra musicalmente rica. Em Halle, uma jóia da arquitetura barrôca alemã, e muito próxima à aldeia de Weissfels, nasceu Georg Friedrich Händel (o compositor de "O Messias"). Além disso, Meserburg não fica distante de Leipizig, cidade natal de Felix Bartholdy Mendelssohn e Clara Schumann, além de ter sido a principal moradia artística de Johann Sebastian Bach. Originários da Saxônia são dois outros gigantes da música alemã: Richard Wagner, de Leipzig, e Robert Schumann, de Zwickau (pequena e tediosa cidade romântica).; (2) Quanto ao modelo para a personagem fictícia de Adrian Leverkühn, Thomas Mann se inspirou certamente em três vidas: (a) Robert Schumann, da Saxônia, que é conhecido por ter falecido aos 46 anos internado no Sanatório de Endenich em estado de demência, vítima da sífilis terciária (Franz Schubert, outro grande compositor austríaco, também morreu bem jovem por causa da sífilis provavelmente); (b) Nietzsche, porque provavelmente também enlouqueceu ( e tinha as tais dores de cabeça ) por causa do efeito da sífilis em seu sistema nervoso; e (c) Arnold Schönberg - o pai da Segunda Escola de Viena na música, inventor do dodecafonismo - porque o estilo musical de Adrian Leverkühn é exatamente o do próprio Schönberg. Este último, contemporâneo de Thomas Mann, não deixou de relatar que Thomas Mann se apropriou indebitamente de suas ideas musicais ao criar o Doktor Faustus. Uma espécie de plágio altamente sofisticado!
Sim! A região não é mesmo, mas queria saber se havia tido um "modelo", como Lübeck foi em "Os Buddenbrook". E ainda não falei do Schönberg por aqui porque ainda não chegamos na parte que o Adrian efetivamente revoluciona a música - quando chegarmos lá, certamente falarei =) e, pelo que pesquisei, o Schönberg estava completamente ciente do que Thomas Mann estava fazendo - o próprio Mann coloca uma nota dizendo que a técnica de Adrian foi inspirada em Schönberg. Penso não configurar plágio, não. Adorno e Schönberg foram essenciais para a construção de "Doutor Fausto".
@@PalomaLima (1) Sim, embora não tenha uma cidade modelar para Kaiserssachen, ela tem todos os elementos da atmosfera das cidades históricas da Saxônia. Creio que Th. Mann empreende um grande esforço em sintetizar a cultura intelectual alemã desde a glória de Bach até a ruína completa da Alemanha. (2) Sim, o termo "plágio" é forte demais, mas como amo parte da música de Arnold Schoenberg li alhures umas queixas dele a respeito de Thomas Mann ter se apropriado e abusado de seu legado. Estava provavelmente resmungando rabugentamente. haha. Aliás, outro aspecto de similaridade entre Schoenberg e Leverkühn: os dez primeiros opus de Schoenberg abrigam música neoromântica (Noite Transfigurada, Pelleas e Melisande e as Canções de Gurre), antes do ponto de inflexão irreversível para a música disruptiva. A mesma metamorfose acontece com Adrian. Acho esse aspecto digno de nota. Quanto a Adorno, nunca tive nem terei paciência de ler nada dele. Tentei ler a biografia que ele escreveu de Gustav Mahler: uma exercício de puro tédio técnico construído sobre uma obra que inspira êxtase. Em que pese Adorno ser um analista difícil de ler, sei da importância dele para denúncia do fascismo. Aliás, acabei de pesquisar e vi que Thomas Mann usou-o como modelo para o Mefisto com quem Adrian faz o pacto. Lembrei do diálogo mantém com o Mefisto e vou relê-lo. Eu considero a melhor parte do romance. Antecipo que você vai querer ler o diálogo do pacto umas 10 vezes. haha
Dos cerca de mil violinos que Stradivari fabricou, cerca de 500 ainda existem no mundo. Famosos por sua qualidade, podem chegar a ser vendidos por vários milhões de dólares. Um deles, o Lady Blunt, de 1721, foi vendido em Londres por 11 milhões de euros em 2011 num leilão em prol das vítimas do tsunami no Japão.
Por que parece hater? Eu sorrio muito, mesmo =) e não acho que tenha nada de ruim nisso - fora o fato de que tenho mais rugas do que deveria, de tanto sorrir, rs
th-cam.com/video/Z4AEXRtDEEY/w-d-xo.html Esse vídeo fala sobre O Pensador, de Rodin, e me lembrou o Cap. VIII, quando ele fala que Rodin foi um dos primeiros a esculpir uma pessoa qualquer, em vez de um personagem bíblico ou heroico, se distanciando assim do terreno litúrgico, se tornando arte pela arte; e quando ele fala que Rodin usou as peças inacabadas de Michelangelo para se inspirar e deixar suas obras com aspecto de inacabado, como que voltando ao elementar, redescobrindo a arte e criando algo novo.
Eu tive muito a impressão que o pobre Sereno tem a necessidade de se colocar dentro da história de Adrian. O primeiro capítulo e todas as desculpas que ele vai dando ao longo dos demais, acredito que vem pra isso, para justificá-lo de estar fazendo uma biografia fora do comum, onde o biógrafo é quase (ou deseja ser) tão importante quanto o biografado. Por isso, o Serenus é um narrador/biógrafo nada confiável, ele conta a história a partir da perspectiva e dos sentimentos dele em relação a Adrian. Acho muito interessante pensar sobre esse narrador.
Paloma, Serenus Zeitblum é uma espécie de Alter Ego de Thomas Mann. Ele representa o intelectual erudito, mas apartado da vida, algo hesitante e digressivo demais. A extrema erudição de Serenus torna o Doutor Fausto um romance prolixo e digressivo demais, embora seja monumental e profundo. Por causa dele, Thomas Mann recebeu o epiteto (injusto) de " Langweiliger Philosoph" (filósofo chato). Mas a crítica de prolixidade a Thomas Mann é válida. O próprio Stefan Zweig - cuja Autobiografia você resenhou - admirava Thomas Mann, mas tinha um projeto pessoal de editar uma versão curta da Montanha Mágica, na tentativa de levar Thomas Mann a mais leitores. Eu sou de opinião que o próprio Doutor Fausto merecia "uma versão editada". Há vários parágrafos ou mesmo páginas que poderiam ser cortados sem prejuízo para a grandeza da obra.
Uma questão: será que Adrian não mostrava sua propensão para a música devido ao fato desta área demonstrar algo sobre si mesmo? O narrador o descreve como tímido quanto a demonstrações de seu íntimo, tanto que narra como Adrian ficava ruborizado, com o olhar febril que desviava tentando esconder-se. Acho que na música Adrian simplesmente desnudava-se. Enfim, delírios kkk
Fico pensando, Paloma, como você virá a conciliar em sua mente e em sua vida tanta erudição adquirida na juventude com a sua formação mais pragmática em ciências econômicas. Não que haja uma inconciliabilidade fundamental entre elas! Igualmente, graduar-se em ciências econômicas não é um destino limitante. Não também que ciências econômicas não contemplem uma gama de erudição lida, a exemplo da infinita literatura da História do Pensamento Econômico (A. Smith, D. Ricardo, Marx , Schumpeter etc e mais dezenas de economistas eruditos laureados com prêmios nobel). Mas profetizo que você está "condenada" a uma cisão de personalidade! Como Fausto diz na peça de Goethe: "Zwei Seelen wohnen in meiner Brust": duas almas moram no peito. Haverá então a Paloma leitora apaixonada dos grandes espíritos das artes e das filosofias naturais, e a Paloma "economista e pragmática". Essas duas almas se digladiarão muito ainda. Haha. Ainda assim... Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Mundos diversos, e mesmo opostos, cabem no universo de uma mente alargada ao extremo pela leitura.
O vídeo ajudou demais a dar um panorama desses capítulos! Quanto às discussões teológicas, eu amei! O que tenho pra acrescentar é que o Serenus faz uma definição de liberdade diferente do que a teologia protestante propõe. Enquanto ele diz que "a liberdade é liberdade de pecar" (pág 121), a teologia diz o contrário, que liberdade é poder não pecar. Partimos do pressuposto que todo homem está em uma condição de devedor com Deus e é pecador por herança, ou seja, desde que nasce. Aqueles que ainda não foram alcançados pela graça de Deus são escravos do pecado (Romanos 6.6,7) e, portanto, não conseguem não pecar. Os que se tornaram cristãos foram chamados para a liberdade (Gálatas 5.1), ou seja, agora eles podem escolher não pecar! Caso seja do seu interesse, recomendo dar uma lida nos capítulos de Romanos 6 e Gálatas 5! Espero ter ajudado um pouco :)
Ana, MUITO obrigada pela contribuição! Vou até fixar seu comentário aqui porque acho que vai ser de grande ajuda para outros. Muito obrigada pela indicação de leitura dos capítulos! Certamente irei procurar por eles.
@@PalomaLima Às ordens! Estou a disposição pra ajudar com mais questões teológicas que surgirem hahah
Paloma, acho que não é casual que Th. Mann tenha imaginado Adrian Leverkühn como descendente de uma família de agricultores (em alemão: Bauer) e artesães; que ele tenha se mudado para viver com seu Tio Nikolaus, lutier (Em alemão: Geigenbauer) . Também gostei de sua lembrança do lutier (Geigenbauer) Stradivarius. Isso tem inúmeras conexões com o espírito alemão (Deutscher Geist). Em primeiro lugar, desde a Idade Média, as corporações de ofício sempre foram fortíssimas na Alemanha. Desde os tanoeiros até os ferreiros, os aprendizes se esforçavam para serem aceitos nas guildas. Uma paródia sublime desse espírito alemão da busca de perfeição em um ofício está, por exemplo, na Ópera "Os Mestres Cantores de Nuremberga", de Richard Wagner. Ao descender de camponeses agricultores e artífices, Th. Mann pontua em Adrian uma síntese do telúrico (cultivo da terra) com o artístico (artesanato). O último aspecto é acirrado por ele conviver com seu tio lutier. Isso já antecipa que Adrian que será um "craftsman" da harmonia e do artesanato sonoro (embora ele - como bom hermético - oculte isso dos outros). Bach era o "marceneiro" supremo da música. A cidade bávara de Mittenwald é também conhecida por ser uma das oficinas mais exímias na produção de violinos e cellos e instrumentos de cordas. Uma cidade de vários Stradivarius. Por fim, esses violinos artesanais estão todos associados à ideia do Demoníaco. Como eles podem soar tão maravilhosos?! Venderam seus artífices a alma ao Diabo para produzir o instrumento perfeito? E também não é acaso que os grandes virtuoses do violino , como Bocherini, Paganini e Sarasate, estejam sempre associados a pactos com o Além tal o fascínio arrebatador que exerciam quando tocavam. Em suma, há vários elementos inconscientes que subjazem à fermentação de uma figura-síntese como Adrian Leverkühn.
Quanto a alguns comentários sobre a indiferença de Adrian em não demonstrar seu interesse pela música ser devido, talvez, à sua tentativa de não expôr demais o que se passa em seu íntimo, em sua essência, foi a mesma linha de raciocínio que tive.
Pra mim isso que ele tanto tenta “disfarçar” seria o seu sentimento de “Grandeza”.
Na pág. 94, ele diz:
“Diga-me, que é que pensas da grandeza? Acho que causa certo incômodo enfrentá-la cara a cara. É uma prova de coragem. Será que podemos aguentar seu olhar? Não o aguentamos, não, permanecemos presos nele.”
Adrian não consegue demonstrar seus sentimentos de grandiosidade e vai usar a música para expressar/libertar esses sentimentos sem que ninguém o julgue. E continua:
“Uma demonstração de máxima energia, [...] no claro éter. Onde em todo o universo, haverá coisa igual?”. Ou seja, algo magnífico e grandioso.
Na pág. 94 quando ele fala abertamente sobre música (na verdade, ele começa falando sobre uma partitura e consequentemente falando de música em si), ele acaba expondo mais do que ele acha que deveria, e também acaba chegando ao ponto de se comover ao falar sobre isso:
“Tudo isso é muito nobre, muito magnânimo, [...] tão magistral que me faltam palavras.”
“Assim falava ele. [...] me parecia indizivelmente comovente; comovente porque ele mesmo percebia naquilo o elemento febril e o desaprovava.” Pág. 95.
Tenho para mim que a música representa o ápice da grandeza para Adrian, tanto que ele abandona a Teologia pela mesma, já que a música seria:
“quase a definição de Deus!” Pág. 94 (Existe algo maior que isso?).
Talvez Adrian percebeu que só a música o levaria mais próximo do que ele realmente ambicionava, a grandeza. (E não era justo isso o que buscava o Terceiro Reich?).
“...acolhendo afluentes vindos de vários lados, até romper em estrepitoso triunfo, no genuíno triunfo, no triunfo ‘em si’.” (Pág.95)
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Agora outro ponto que, particularmente, me chamou atenção foi na pág.94, quando ele ainda fala sobre música, ele diz:
“No mínimo é dúbia. Com isso, quero apenas dizer que nos faz duvidar.”
E na pág. 60 quando ele diz:
“Sabes o que acho? Que a música é ambiguidade organizada como sistema.”
Isso me lembrou muito da discussão a cerca de música em A Montanha Mágica (que começa na pág. 133 da edição da cia das letras). Quero destacar a frase de Settembrini:
“A música [...] A arte é moral na medida em que desperta... Mas que sucede, quando ela faz o contrário? [...] Também disso a música é capaz; sabe perfeitamente agir como ópio. Uma influência diabólica, meus senhores! O ópio é uma obra do diabo... [...] Há na música um elemento perigoso, senhores. Insisto no fato de sua natureza ambígua. Não exagero ao declarar que ela é politicamente suspeita.” (Pág. 135)
E ele diz, ainda:
“Supomos que a música tome uma atitude de magnanimidade. Bem, nesse caso, ela inflamará os nossos sentimentos.” [...] A música é inestimável como meio supremo de produzir entusiasmo, como força que faz avançar e subir, mas só para pessoas cujos espíritos já estejam preparados para seus feitos.” (Pág. 134)
Enfim, pode parecer confuso, não sei se consegui expressar o que eu queria, mas estamos só no começo e muitas impressões podem mudar, rs, entretanto, essas foram algumas das que tive, até o momento, e que fizeram sentido pra mim.
Sobre o formato do vídeo, coincidentemente eu também fui fazendo anotações dos temas e principais pontos abordados em cada capítulo e, para minha surpresa, Paloma surge no vídeo fazendo o mesmo, falando sobre cada capítulo, e enriquecendo o que eu já tinha anotado e com um bônus no final do vídeo, rs. Fiquei muito feliz com esse formato! Estou adorando tudo, Paloma! 😘
Júlia da Silva Bruhns, mãe de Thomas Mann, nasceu em Paraty em 1851, mas seu pai era um alemão nortenho, que tinha negócios agrícolas no Brasil, e sua mãe era mestiça de português e índio. Ela passou a infância em Paraty e retornou para Lübeck (cidade alemã quase fronteiriça com a Dinamarca), e nunca mais retornou para o Brasil. Thomas Mann - apesar de sua frieza sentimental com seus próprios filhos - dizia amá-la e conta que ela tinha dom de contar estórias. Thomas Mann resgata um pouco de suas origens no romance inacabado "As Confissões do Impostor Felix Krull". Por fim, há um lindo (mas infelizmente desconhecido) romance de João Silvério Trevisan, "Ana em Veneza", em que Júlia da Silva Bruhns e o grande compositor brasileiro Alberto Nepomuceno são personagens, a estória se passando em Paraty, Berlim e Veneza. Te recomendo: sei que você adoraria ler.
Caramba...Que lindo ser capaz de descrever e comentar o livro desta forma, e ainda nos brindar com seu talento musical: Vida longa ao seu talento nato, e ao seu canal!!!!👏🏼🙏🏼📚❤️
Há um ano você realizava a leitura coletiva de Dr Fausto, considerando o registro de postagem do vídeo. Estou lendo o livro agora, JUL/22, e agradeço muitíssimo por cada vídeo disponibilizado. Está me ajudando muito no entendimento dessa leitura, para mim, complexa e difícil, mas Thomas Mann não é fácil, mas é bom.
✨🙏🏼✨📖✨🎹✨
Em tempo, fora de tempo, seu vídeo é excelente, não há como ser breve nos comentários dessa obra. ✨💖✨
Fiquei tão feliz com esse comentário! MUITO bom saber que os vídeos permanecem sendo úteis mesmo tanto tempo após o fim da leitura conjunta! Obrigada por deixar esse comentário aqui 💜
@@PalomaLima Pesquisando no TH-cam sobre minha desafiante leitura, acabei descobrindo o seu canal. Realmente agradeço pelos vídeos sobre Dr Fausto, estava quase abandonando a obra quando você salvou minha leitura. Retornei ao Cap XVI e vou reler conforme a sequência dos seus vídeos.
Até os próximos vídeos do Dr Fausto e, claro, das postagens mais recentes.
Vou ficar de 👀 no seu canal.
A ideia da playlist é muito boa
Ganhei o livro agora no natal de 2022! Comecei a lêr mas se não fosse essa serie de videos eu teria desistido!🥲! Obrigada Paloma!!!🥰
O Cap III foi o que vendeu o livro pra mim. Adoro o assunto. Se ele tivesse colocado o VIII antes do III, capaz de eu ter desistido. De qualquer forma, Thomas Mann parece um Leonardo da Vinci: entende de tudo. É biólogo, é filósofo, é teólogo, é músico. É escritor. Incrível.
Mas o melhor capítulo foi o XIII. Imaginei o Carl Sagan lendo esse capítulo. Ele deve ter adorado também.
O Cap XIV também é muito bom. Demorei para perceber o quanto o nome Deutschlin se parece com Deutschland, e talvez tivesse alguma metalinguagem aí, pois a personagem parece estar sintetizando o embrião que viria a ser o pensamento nazista. Ao rejeitar o nacionalismo e o socialismo, ele parece querer uma "terceira via", que futuramente se chamaria nacional-socialismo. Fiquei me perguntando se essa nomenclatura seguiu a tradição científica presente em nomes como eletromagnetismo, partícula-onda e espaço-tempo, querendo significar que não são nem uma coisa nem outra (nem eletricidade, nem magnetismo; nem partícula nem onda; nem espaço nem tempo; nem nacionalismo nem socialismo), mas um outro "algo", novo.
E achei que Deutschlin concorda com Chaves: "Se você é jovem ainda, amanhã velho será, a menos que o coração sustente a juventude que nunca morrerá".
E aquilo de pegar palavras e pô-las a serviço de seu pensamento, me lembrou Humpty Dumpty em Alice Através do Espelho: "as palavras significam o que eu quero que elas signifiquem". Ou o fato da Alemanha Oriental ter se chamado República Democrática Alemã.
Agora você me fez sonhar ao imaginar o Sagan lendo o capítulo XIII! E SIM! Também tive a impressão de ter "algo a mais" no nome do Deutschlin, e agora penso partilhar da sua ideia!
Só consegui assistir ao vídeo agora e: que bom! além de ter sido agraciada com seus comentários e explicações, ainda pude ler os comentários super enriquecedores do pessoal.
Gosto muito da ideia da playlist.
Eu queria só comentar um ponto, sobre o capítulo XIV. Serenus mostra que Adrian expõe seu pensamento logo no início da conversa com os membros da confraria Winfried e depois fica calado, só observando. O mais interessante, é no final, que ele conclui que Adrian estava mais alheio à conversa que o próprio Serenus , que nem membro da Winfried era. O que expressa o abismo entre Adrian e tudo que o cerca, que já se mostrava quando Serenus diz que Adrian só o chamava pelo sobrenome e se abstinha de chamar os colegas com o informal tu.
Isso tudo está na conclusão do capítulo XIV como se fosse uma sentença sobre o futuro de Adrian, ao dizer "um abismo fatal entre essa juventude cheia de altas aspirações e a existência dele, as diferenças entre as curvas do porvir de pessoas de uma boa e até excelente média, cujo destino seria abandonarem em breve o estado dispersivo e tateante de estudante para se encaminharem à rotina burguesa, e, de outro lado um homem estigmatizado por um signo invisível, fadado a jamais se afastar da senda do espírito da problematicidade [...] cujas inibições em face do uso dos tratamentos "tu" ou "vocês" ou "nós" faziam com que eu e provavelmente também os outros percebêssemos que também ele se dava conta de tal dissimilitude."
Aí fiquei pensando: essa dissimilitude é uma virtude ou um defeito em Adrian? Serenus vê essa qualidade como virtude ou defeito? E, ainda, isso seria resultado da personalidade de Adrian ou da de Serenus que enlevou Adrian a esse pedestal? Pedestal positivo (virtude) ou negativo (defeito). E outra, o quanto de Serenus revela de si ao descrever Adrian, faria da narrativa também uma autobiografia? (de Serenus, vamo deixar Mann de banda hehehe). Porque toda a narrativa é baseada em impressões e impressões do coitado do Serenus em relação a Adrian.
O "ponto" ficou enorme kkkkk.
Adoro vídeo longa-metragem, são ótimos para lavar a louça. Mann é muito maravilhoso!
Hahahahahaha também sou dessas! Ver vídeos enquanto lavo louças é
Bem assim....kkkk
Hahahah sim!!!!!
Playlist sim, por favor. O formato por capítulos tá ótimo. Meu Deus, que alivio não ser a única a ter a sensação de que não tá pegando tudo, e que vai ter que reler com certeza. | Será que o Adrian não demonstra desinteresse pela música por achar que se expõe demais através dela? Fiquei com isso na cabeça.. | Adorei a explicação do piano, tava lendo em um estado de transe essas partes, sem entender nadica kkkkkkkkkkkkk maravilhoso e sim, deu pra entender bem melhor mostrando no piano.
Certamente não somos as únicas a sentir que estamos pegando tudo - suspeito que a única pessoa que sinta que compreendeu tudo foi o próprio Thomas Mann hahahahah
eu senti uma enorme afinidade e semelhança entre o narrador (pq essa é minha primeira obra dele) de Thomas Mann e de Machado, que também conversa com o leitor e ainda o chama de desatento.
Ah, Paloma...como não amar seus vídeos? Temos até aula de piano 🎹 💗
Paloma, só hoje consegui ler a primeira parte e só então assistir o vídeo. Atrasei-me, mas isso não acontecerá mais, fiquei to-tal-men-te arrebatada pelo livro. Aliás, amei o capítulo 8. Concordo, quem já leu A Montanha Mágica (um dos meus 5 livros favoritos da vida) sabia o que esperar. E que vídeo foi esse? Obrigada por nos acompanhar e orientar nessa viagem por uma obra-prima. E sim, certamente vou ter que reler, pois é impossível pegar tudo em uma única leitura, meu exemplar já está cheio de post-its. Agora vou lá assistir à Sonata para piano em dó menor. Beijos, ótima semana!
Oi, Denise! E nem se preocupe quanto ao atraso: os vídeos ficarão por aqui enquanto o TH-cam existir, rs, justamente para que cada um leia no seu tempo, caso sinta que é necessário.
Uma ótima semana a você, também! Aliás, dia desses fizeram um comentário no meu vídeo sobre "Da Alemanha" e vi um comentário seu, dizendo que descobriu o meu canal através daquele vídeo! Fiquei feliz em saber, porque não lembrava disso, rs
@@PalomaLima, sim, o "Da Alemanha" já está na minha lista de compras há tempo, e eu estava em busca de mais opiniões sobre a obra. Gostei tanto do teu vídeo, que passei, na hora, a seguir aqui e no insta. 📚❤️
O vídeo ficou ótimo!!! O formato de comentar capitulo por capítulo ajudou bastante. Muito obrigada por se dar tanto trabalho para nos ajudar nessa leitura. O livro é fantástico e com sua ajuda melhor ainda :-)
Cynthia, eu quem agradeço a vocês por embarcarem nessa leitura comigo, de verdade!
Paloma do céu, que vídeo maravilhoso foi esse?! Tô amando a leitura conjunta S2. Parabéns pelo esforço e pela saga pra lançar esse vídeo hahaha. Já ansioso pelo próximo.
Muito obrigada, Moisés! O reconhecimento de vocês faz todo perrengue valer a pena, rs
A respeito do livro o Cap. que aborda sobre a inquisição e como o homem pode trabalhar as palavras ao seu favor, pra mim ficou evidenciada a preocupação do autor em levantar esse debate sobre a diferença de sexos, porque independente do erro o peso e a responsabilidade acaba recaindo sobre a mulher e os exemplos que ele usa retratam isso muito bem. Outro ponto é sobre o Cap. XIV, o que mais gostei até agora, com as discussões político-econômico-religiosas, os diferentes pontos de vista e a forma como um dos estudantes procura evidenciar a Alemanha com superioridade frente aos demais países já traz uma menção do que viria a acontecer no futuro com a ascensão do 3 Reich e o apoio de pessoas que tinham esse mesmo pensamento. Esse é um livro que sem duvidas terei que reler no futuro para aprimorar a compreensão.
Mônica, concordo muito! Eu tinha até falado um pouco sobre essa questão feminina no vídeo, mas tive que regravar metade e, quando regravei, acabei esquecendo de falar algumas coisas, como essa =(
Essa mulher é muito perfeita mesmo! Não poderia ter escolhido LC melhor para ter contato com esse livro. Fica o meu agradecimento pelo seu empenho em tornar o nosso entendimento melhor com a explicação sobre a parte de teoria musical 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾. Amei de verdade a descrição. Poderia ser uma parte da leitura a ser “ignorada” por não ter conhecimento sobre esses termos técnicos, mas com essa explicação o entendimento e a compreensão ficam certamente melhores ❤️😘.
Ai, meu coração com esse comentário! MUITO feliz mesmo que foi de grande ajuda!
Que aula maravilhosa ,outro nível de resenha 💖
Me aventurando nessa obra maravilhosa há poucos dias e esse vídeo foi de um enriquecimento ímpar! Achei o apoio perfeito pra essa leitura que já é uma das melhores da minha vida e com certeza voltarei para os próximos conforme ela avançar. Um abraço e parabéns pelo conteúdo, Paloma!
Palomaaa, muito obrigada pela explicação no piano, estava muito perdida. Depois desse vídeo a minha vontade é de ler novamente os 14 capítulos hahaha. A leitura foi bem difícil no início, mas agora o livro está me prendendo. E sobre a semelhança com a Lila, concordo muito!!
Muito feliz em saber que o vídeo ajudou, Jéssica! E Mann é assim. No início dá trabalho, depois continua dando trabalho, mas a gente se acostuma hahahahah
Muito bom vídeo livro difícil vamos em frente obrigada 😘😘😘
Parabéns pelo vídeo! Tirou muitas dúvidas que fiquei na leitura. Quanto a semelhança com a Lila, também achei! Hahaha, pensei que era porque estou lendo a tetralogia junto. Ansiosa pelo próximo vídeo. 🖤
Ótimo vídeo! Ajudou muito, principalmente em relação ao entendimento musical. Gostei bastante da ideia de montar uma playlist! Enquanto lia o livro vi diversos vídeos sobre a obra .Gostei das aulas do Professor Munir, apesar de discordar totalmente de seu posicionamento político. Foram importantes para entender diversos pontos da obra e do autor. Tem em podcast com o nome do livro ( José Munir Nasser). Pode ajudar quem estiver interessado! Mais uma vez obrigada por este seu tempo e dedicação!
Oi, Adriana! Irei pesquisar por esse podcast! Muito obrigada pela dica =)
Eu gosto muito desse tipo de vídeo. Suas impressões sobre a leitura dão vontade de ler mais do autor.
Paloma, o esmero q vc colocou neste video é digno de prêmio... vc foi magistral...sério... parabéns... esse vídeo vai ser muito reconhecido...
Amei o vídeo! A explicação da parte musical mostrando o piano ajudou muito. Os comentários por capítulo também foram bastante didáticos e esclarecedores. Enfim, já sou tua fã! Parabéns pelo trabalho!
Ai, que linda!!! Muito obrigada, Josiani! Feliz em ter ajudado =D
Já estou amando tua leitura coletiva. Infelizmente, ñ a estou fazendo, mas me deu uma grande vontade de acompanhá-la.
Adorei o formato capítulo a capítulo! As explicações de piano ajudaram muito! 👏🏻👏🏻👏🏻
Ah, que bom, Érica! Feliz demais que ajudou =)
Obrigada Paloma !! Nossa estou ainda mais animada !! Vendo seu vídeo pude ver que interagi bem com o livro . E aprendi com você coisas que não sabia .. !! Agora voltando para a leitura . 💛
Parabéns pelo vídeo e obrigada pelas explicações!!!! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
O livro, já cheio de conteúdo, ficou muito mais rico com vc 🥰🥰🥰
Adorei a forma como comentou, por capítulos! Top demais!! 👏🏻👏🏻👏🏻
Muito obrigada, Maria!
O livro está sendo realmente desafiador, especialmente para quem não conhece praticamente nada de música clássica... mas este vídeo acendeu uma verdadeira luz sobre o livro, muito obrigado Paloma 😉
Adendos:
1) ❤ as explicações ao piano;
2) playlist no Spotify por favor;
3) sei q é trabalhoso mas se for possível gravar um vídeo de acompanhamento por semana (em abril) será de muuita ajuda.
Oi, Atila! Não sei se consigo gravar um vídeo por semana porque já tenho dois vídeos por semana no canal, além desse =( mas, se tiver algum "respiro", farei!
Gostei muito da explanação por capítulos. Ajudou bastante nesse primeiro contato com o autor.
Feliz em saber, Adriana! =D
Ahhh o vídeo mais esperado!! Presentee!! Que leitura Paloma, é lindo, complexo, o modo como ele descreve a infância, o conhecimento e a personalidade de Adrian é simplesmente perfeito!! Estou amando!
Outra coisa que notei, parece que você está ao lado do narrador enquanto ele desenha todo quadro ao seu redor com palavras.
Sim! Os narradores do Mann são fantásticos - os meus preferidos, dentre os de todos os autores que já li.
Adorei a explicação no piano, já que eu não tinha noção sobre partituras, notas. Parabéns pelo vídeo!
Ótima leitura, mas cansativa e exigente!!!👏👏👏Tomas Man está orgulhoso dos comentários de Paloma!! Conhece muito!👏👏👏
Hahahaahah generosidade sua achar que ele estaria orgulhoso, Sirlei!
saiuuu o video mais esperado (por mim) do ano haha eu to amando esse livro, mas confesso que metade eu não to entendendo kkkk
Hahahahahahah te entendo, Tiago! Como eu disse no vídeo: certamente é um livro que demanda releituras.
Oba!!! Programinha de sábado a noite❤❤
A explicação ao piano deu a luz que faltava. Adorei 👏👏👏
Muito feliz em saber, Duth!
paloma ainda bem que você comentou sobre esse sentimento do serenus com o adrian ser meio confuso, porque eu tava com medo de falar que senti meu gaydar apitar para as coisas que ele falava do adrian, e me acharem louca por isso hahahaha, e eu amei o video ficou muito completinho, ajuda demais na hora de acompanhar a leitura conjunta
Muito obrigada! O vídeo foi esclarecedor, principalmente a parte da teoria musical. Aquele capítulo é muito difícil para não iniciados! O comentário está atrasado porque a leitura também está...
Sou apaixonada por música clássica.Encantada com a escrita e a inteligência de Thomas Mann. Só tenho a agradecer a dica e o convite para essa leitura.🤍
Eu que agradeço a vocês por estarem comigo nesta!
Sou a favor da playlist!!
Minha sugestão era fazer mais vídeos menores pra gente acompanhar a cada meta!!
Karen, não sei se consigo fazer vídeos menores por causa da rotina corrida que tenho, mas tentarei!
@@PalomaLima só pra acrescentar, que não estou reclamado desse viu?? É que a gente adora ver você falando!! Se pudesse, um vídeo todo dia seria muito bom!!!! Kkkkkk
Que delícia de vídeo Paloma! Estava quase desistindo do livro e voltei correndo p ele.Continue nesse formato capítulo por capítulo que foi mto incentivador.
Ai, que DEMAIS! Muito feliz com esse comentário, Elaine! E continuarei com o formato, então =)
Paloma você é muito especial... estava decepcionada comigo por que precisava ficar relendo toda hora por dificuldade de entender. Mas seu vídeo ajudou demais! E a explicação no piano foi muita generosidade da sua parte. Obrigada por tanto🥰 a propósito minha filha de 9 anos pediu para Saber o modelo do piano e se ocupa muito espaço. Obrigada mais uma vez🥰🌷🍀🏆🎹
Claudia, não fique decepcionada! Eu reli muitas coisas, também, e penso que muitos o fizeram. Feliz demais que o vídeo ajudo! Seguimos =) e o modelo do meu piano foi descontinuado, até onde sei - é bem antigo. É um Yamaha P-105. No quesito piano digital, os da Yamaha são os meus preferidos.
Mulher! Eu zapeando pela a Amazon sendo tentada a comprar os Livros de Thomas Man e agora vc aparece nesse momento! KAKAKAKAKAKAKAKAKAKA Amei!
Acho que é um sinal, Marly! hahahah
Nossa, que legal, com direito a aula de teoria musical hehe parabéns!!
Muito obrigada, Márcio! =)
Nem tô participando da LC mas não consigo ignorar notificação de Paloma é isso hahahahah
PERFEITA
Paloma estava ansiosa pelo seu vídeo! Nunca participei de uma leitura conjunta e é meu primeiro Thomas Mann. Achei os primeiros capítulos um pouco cansativo porque eu não entendo nadinha de música, mas fiquei impressionada com a erudição do autor. Estou apaixonada 💗
OBS. Por sua culpa e somente sua Stefan Zweig virou minha atual obsessão.
Oi, Angela! Feliiiz que sua primeira leitura conjunta está sendo esta! E super entendo a impressão sobre os primeiros capítulos. São cansativos, mesmo, mas acho que recompensam muito o esforço que empreendemos na leitura =) e somos duas obcecadas por Zweig, então! Rs
Estou amando a leitura. Vídeo maravilhoso para aprofundar a leitura! Obrigada Paloma!
Por nada, Dani! Feliz em ajudar
Vídeo maravilhoso, realmente sou sua fã. Se puder, fala um pouco no próximo sobre polifonia, contraponto e vozes no piano.
Erika, querida, muito obrigada! E anotado! No próximo, falarei sobre esses conceitos =)
@@PalomaLima obrigada!
Não assisti o vídeo ainda mas tô aqui pra dizer que o capítulo xiii é das coisas mais incríveis do livro até agora. Professor Schleppfuss meu ídolo. Estou relendo o livro e não lembrava dele. Haha
Foi o meu predileto também. A descrição do Schleppfuss me fez gargalhar. Sem contar a piadinha que o narrador fez quanto ao número 13 no capítulo seguinte.
Até uns tempos atrás gostava muito de vários tipos de música, hoje só consigo gostar de Alceu Valença, Zé Ramalho, Red hot chili peppers e Paco de Lucia. Admiro quem ama música clássica, perto disso consigo gostar do Nicolas Krassik que mistura violino e instrumentos nordestinos um deles é a rabeca.
Ebaaaaaaa! Ansiosa estava por esse vídeo 😍
O professor de piano do compositor Adrian Leverkühn - o excêntrico Wendell Kretzschmar - é provavelmente baseado em uma pessoa real. Hermann Kretschmar, nascido na Saxônia em 1848, musicólogo e escritor e considerado fundador da Hermenêutica na música. O real Kretzschmar foi, aliás, um dos professores do compositor Robert Schumann, que, aliás, compôs uma monumental cantata sinfônico-coral sobre o Fausto de Goethe e que teve destino similar ao de Adrian Leverkühn (isto é, genialidade e loucura).
amooooooo muito
Ansiosa estava por esse vídeo! Os capítulos iniciais não estavam me prendendo ao livro, mas agora estou gostando da leitura e entendendo melhor toda exposição inicial e a construção do personagem principal.
Amo como o narrador conversa com o leitor e parece que ele até antecipa os meus pensamentos. O início é muito descritivo mesmo.
😂😂😂 achei que só eu tinha achado o capítulo dedicado ao pai um tédio!!!! E enorme!!! 🙈
Senti falta daquele trecho que o Adrian fica meio que flertando com aquele “líder autoritário” da história da aldeiazinha através de brincadeiras, o Serenus fica assustado... eu pensei que talvez fosse já abrindo espaço pra metáfora da Alemanha e o Hitler/Adrian e o diabo.
Confesso que pausei a leitura depois da primeira meta :( as digressões tavam pesadas demais e eu tava num momento de cansaço mental grande pra ficar pesquisando, principalmente nos capítulos que ele pesa a mão na teoria musical e música clássica, que já não sei quase nada. Mas vou tentar retomar aos poucos!
Excelente vídeo 🎉
Leia no seu tempo, João! Os vídeos ficaram salvos por aqui =)
perfeitaaaaaaaa
Morri de amor com esses comentários
Gente!!!! Acho que vou ter que reler, após esse vídeo! 😬🙈
Paloma, (1) Quanto à região geográfica da infância e da juventude de Adrian Leverkühn: a cidade de Kaiserssachen é fictícia, mas a região não é. Ele nasce em Weissfels, uma aldeia próxima a Meserburg, junto ao rio Saale, na Saxônia (Sachsen-Anhalt). Depois vai estudar em Naumburg (acho que Teologia). A Saxônia e Baixa Saxônia representam muito o espírito da Velha Alemanha, o que é coerente com o maneirismo arcaizante de Thomas Mann no Doktor Faustus, e é também terra musicalmente rica. Em Halle, uma jóia da arquitetura barrôca alemã, e muito próxima à aldeia de Weissfels, nasceu Georg Friedrich Händel (o compositor de "O Messias"). Além disso, Meserburg não fica distante de Leipizig, cidade natal de Felix Bartholdy Mendelssohn e Clara Schumann, além de ter sido a principal moradia artística de Johann Sebastian Bach. Originários da Saxônia são dois outros gigantes da música alemã: Richard Wagner, de Leipzig, e Robert Schumann, de Zwickau (pequena e tediosa cidade romântica).; (2) Quanto ao modelo para a personagem fictícia de Adrian Leverkühn, Thomas Mann se inspirou certamente em três vidas: (a) Robert Schumann, da Saxônia, que é conhecido por ter falecido aos 46 anos internado no Sanatório de Endenich em estado de demência, vítima da sífilis terciária (Franz Schubert, outro grande compositor austríaco, também morreu bem jovem por causa da sífilis provavelmente); (b) Nietzsche, porque provavelmente também enlouqueceu ( e tinha as tais dores de cabeça ) por causa do efeito da sífilis em seu sistema nervoso; e (c) Arnold Schönberg - o pai da Segunda Escola de Viena na música, inventor do dodecafonismo - porque o estilo musical de Adrian Leverkühn é exatamente o do próprio Schönberg. Este último, contemporâneo de Thomas Mann, não deixou de relatar que Thomas Mann se apropriou indebitamente de suas ideas musicais ao criar o Doktor Faustus. Uma espécie de plágio altamente sofisticado!
Sim! A região não é mesmo, mas queria saber se havia tido um "modelo", como Lübeck foi em "Os Buddenbrook". E ainda não falei do Schönberg por aqui porque ainda não chegamos na parte que o Adrian efetivamente revoluciona a música - quando chegarmos lá, certamente falarei =) e, pelo que pesquisei, o Schönberg estava completamente ciente do que Thomas Mann estava fazendo - o próprio Mann coloca uma nota dizendo que a técnica de Adrian foi inspirada em Schönberg. Penso não configurar plágio, não. Adorno e Schönberg foram essenciais para a construção de "Doutor Fausto".
@@PalomaLima (1) Sim, embora não tenha uma cidade modelar para Kaiserssachen, ela tem todos os elementos da atmosfera das cidades históricas da Saxônia. Creio que Th. Mann empreende um grande esforço em sintetizar a cultura intelectual alemã desde a glória de Bach até a ruína completa da Alemanha. (2) Sim, o termo "plágio" é forte demais, mas como amo parte da música de Arnold Schoenberg li alhures umas queixas dele a respeito de Thomas Mann ter se apropriado e abusado de seu legado. Estava provavelmente resmungando rabugentamente. haha. Aliás, outro aspecto de similaridade entre Schoenberg e Leverkühn: os dez primeiros opus de Schoenberg abrigam música neoromântica (Noite Transfigurada, Pelleas e Melisande e as Canções de Gurre), antes do ponto de inflexão irreversível para a música disruptiva. A mesma metamorfose acontece com Adrian. Acho esse aspecto digno de nota. Quanto a Adorno, nunca tive nem terei paciência de ler nada dele. Tentei ler a biografia que ele escreveu de Gustav Mahler: uma exercício de puro tédio técnico construído sobre uma obra que inspira êxtase. Em que pese Adorno ser um analista difícil de ler, sei da importância dele para denúncia do fascismo. Aliás, acabei de pesquisar e vi que Thomas Mann usou-o como modelo para o Mefisto com quem Adrian faz o pacto. Lembrei do diálogo mantém com o Mefisto e vou relê-lo. Eu considero a melhor parte do romance. Antecipo que você vai querer ler o diálogo do pacto umas 10 vezes. haha
Dos cerca de mil violinos que Stradivari fabricou, cerca de 500 ainda existem no mundo. Famosos por sua qualidade, podem chegar a ser vendidos por vários milhões de dólares. Um deles, o Lady Blunt, de 1721, foi vendido em Londres por 11 milhões de euros em 2011 num leilão em prol das vítimas do tsunami no Japão.
Paloma , pergunta aleatória nesse vídeo: qual o seu piano?
É um Yamaha P-105! Mas foi descontinuado, até onde sei - é bem antigo. No quesito piano digital, os da Yamaha são os meus preferidos.
N to participando da leitura coletiva mas vim deixar o like pq esse video deu trabalho kkk
HAHAHAHAH você é perfeita, Bea!
O Serenus, coitado, ele inclusive mudou de cidade pra estudar na mesma universidade que o Adrian hahaha
SIM! Serenus, ajuda a gente a te ajudar.
Quanto à dicotomia entre o bem e o mal, há uma obra de Santo Agostinho que trata desse assunto: são as suas famosas "Confissões" (Ed. Vozes) !!!!
Tenho esse livro aqui e ainda não li, acredita? Preciso resolver isso!
como ela se esforça afff
***aquele comentário que parece hater mais não é....... tanto ***
você sorrir durante o vídeo todo, você fala sorrindo até.
Por que parece hater? Eu sorrio muito, mesmo =) e não acho que tenha nada de ruim nisso - fora o fato de que tenho mais rugas do que deveria, de tanto sorrir, rs
th-cam.com/video/Z4AEXRtDEEY/w-d-xo.html
Esse vídeo fala sobre O Pensador, de Rodin, e me lembrou o Cap. VIII, quando ele fala que Rodin foi um dos primeiros a esculpir uma pessoa qualquer, em vez de um personagem bíblico ou heroico, se distanciando assim do terreno litúrgico, se tornando arte pela arte; e quando ele fala que Rodin usou as peças inacabadas de Michelangelo para se inspirar e deixar suas obras com aspecto de inacabado, como que voltando ao elementar, redescobrindo a arte e criando algo novo.
Eu tive muito a impressão que o pobre Sereno tem a necessidade de se colocar dentro da história de Adrian. O primeiro capítulo e todas as desculpas que ele vai dando ao longo dos demais, acredito que vem pra isso, para justificá-lo de estar fazendo uma biografia fora do comum, onde o biógrafo é quase (ou deseja ser) tão importante quanto o biografado. Por isso, o Serenus é um narrador/biógrafo nada confiável, ele conta a história a partir da perspectiva e dos sentimentos dele em relação a Adrian. Acho muito interessante pensar sobre esse narrador.
Achei o capítulo 3 meio cansativo também...
Paloma, Serenus Zeitblum é uma espécie de Alter Ego de Thomas Mann. Ele representa o intelectual erudito, mas apartado da vida, algo hesitante e digressivo demais. A extrema erudição de Serenus torna o Doutor Fausto um romance prolixo e digressivo demais, embora seja monumental e profundo. Por causa dele, Thomas Mann recebeu o epiteto (injusto) de " Langweiliger Philosoph" (filósofo chato). Mas a crítica de prolixidade a Thomas Mann é válida. O próprio Stefan Zweig - cuja Autobiografia você resenhou - admirava Thomas Mann, mas tinha um projeto pessoal de editar uma versão curta da Montanha Mágica, na tentativa de levar Thomas Mann a mais leitores. Eu sou de opinião que o próprio Doutor Fausto merecia "uma versão editada". Há vários parágrafos ou mesmo páginas que poderiam ser cortados sem prejuízo para a grandeza da obra.
Uma questão: será que Adrian não mostrava sua propensão para a música devido ao fato desta área demonstrar algo sobre si mesmo? O narrador o descreve como tímido quanto a demonstrações de seu íntimo, tanto que narra como Adrian ficava ruborizado, com o olhar febril que desviava tentando esconder-se. Acho que na música Adrian simplesmente desnudava-se. Enfim, delírios kkk
Não tinha tido essa percepção, Gisele, mas acho que faz sentido!
Fico pensando, Paloma, como você virá a conciliar em sua mente e em sua vida tanta erudição adquirida na juventude com a sua formação mais pragmática em ciências econômicas. Não que haja uma inconciliabilidade fundamental entre elas! Igualmente, graduar-se em ciências econômicas não é um destino limitante. Não também que ciências econômicas não contemplem uma gama de erudição lida, a exemplo da infinita literatura da História do Pensamento Econômico (A. Smith, D. Ricardo, Marx , Schumpeter etc e mais dezenas de economistas eruditos laureados com prêmios nobel). Mas profetizo que você está "condenada" a uma cisão de personalidade! Como Fausto diz na peça de Goethe: "Zwei Seelen wohnen in meiner Brust": duas almas moram no peito. Haverá então a Paloma leitora apaixonada dos grandes espíritos das artes e das filosofias naturais, e a Paloma "economista e pragmática". Essas duas almas se digladiarão muito ainda. Haha. Ainda assim... Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Mundos diversos, e mesmo opostos, cabem no universo de uma mente alargada ao extremo pela leitura.