Esse vídeo é muito pertinente! Como dizia o professor Elon Lages Lima: "o professor é o livro; eu sou apenas um auxiliar." Alguns podem interpretar isso como uma desvalorização do papel do professor, mas, como você destacou muito bem, o verdadeiro papel do professor é ser um mentor, alguém que indica o caminho. No entanto, cabe ao aluno percorrer essa jornada. O aprendizado envolve desafios, desconforto e esforço; um bom professor não fornecerá todas as respostas, mas saberá quando é o momento de deixar você refletir sobre um conceito, ideia ou problema por conta própria. Quem estudou em uma universidade sabe que grande parte do aprendizado vem dos estudos individuais, e não apenas das aulas. Aprender a aprender e a se virar é fundamental para ter sucesso na graduação. Além disso, interagir com colegas para estudar em conjunto é igualmente importante. O aprendizado também envolve colaboração, troca de ideias e a perspectiva do outro, que você pode não ter percebido em seus próprios estudos. Ajudar um colega a entender algo também contribui para o seu próprio processo de aprendizado.
8:17 Já dizia o grande Bertrand: O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas...
Eu uso as aulas como uma oportunidade para um exercício imaginativo durante a explicação. No entanto, a questão central é sempre o interesse individual pelo tema. Minha maior dificuldade hoje é participação ativa nas aulas expositivas, especialmente nas cadeiras mais de humanas. Quando o professor traz essas questões para a sala e exige a participação dos alunos, o resultado tende a ser um debate sem fim. Isso pq há diversas linhas de pensamento que muitas vezes entram em conflito e alguns alunos querem resolver-los em 50 min. No fim, não gosto de Aulas. Principalmente na pós-graduação.
Muito bom ver videos como o seu e o do Corre de PhD, chega a ser quase um movimento contra-corrente dos vídeos sobre aprendizado comuns, que na grande maioria dos casos é focado em concursos e vestibulares(de medicina), ou seja, aprender a fazer uma prova, e não aprender a aprender um conteúdo que exija uma abstração profunda.
Eu acho que temos só que tomar cuidado com os extremos. Não existe ninguém que está 100% no “aprendizado comum” nem 100% “aprendendo com abstração absurdas”. Eu acredito que há coisas que eu quero aprender profundo e outras que o aprendizado comum basta. A preparação para uma prova por exemplo muitas vezes vai cair no que vc chamou de aprendizado comum, porque você tem aquele teste como algo imposto, não é claro no meio de uma faculdade de física o que fazer com tudo que vc ta aprendendo. O mesmo raciocínio se aplica a diversos conhecimentos do dia a dia, eu tenho várias atividades no meu dia, a maioria delas eu só sei o aprendizado comum. Por exemplo, editar vídeo, cozinhar, lavar roupa, dirigir um carro, etc. Pega qualquer profissional sério em qualquer dessas profissões e compara comigo e veja quantas oportunidades de aprender que eu estou perdendo de não ter projetos nisso. É humanamente impossível você saber tudo sobre tudo nesse nível de intimidade que requer anos de dedicação. Então o ponto do vídeo é mais sobre não deixar que todos seus aprendizados na graduação sejam “comuns”, o que é fácil de acontecer já que você tem muita cobrança e listas e testes. Achar o balanço entre jogar as regras do jogo (performar nas provas) e os seus projetos pessoais é o ideal.
Gu, você é tão cirúrgico... obrigada por esses vídeos incríveis! fiz 3 anos de pré vestibular e o pior deles foi quando foquei apenas no estudo passivo, que era ficar assistindo aula. A partir do segundo ano, faltei diversas aulas que não me agregavam para estudar sozinha e minha nota aumentou substancialmente. Desde então não abro mão desse método.
Feliz de ver criadores de contéudo genuinamente engajados com estudos e estimulando cada vez mais pessoas apaixonadas por estudar e que querem aprimorar cada vez mais seus métodos. De verdade, MUITO OBRIGADO!
Cara, estou no quarto período da minha graduação em Física na Federal de Viçosa e me identifiquei com cada palavra que você disse no vídeo sobre como você escolheu a Física. O primeiro e o segundo período foram assustadores, foi onde eu vi meu lugar. Pela primeira vez na vida não entendi absolutamente NADA de uma aula. Me senti horrível, era a primeira aula de cálculo 1. Obviamente reprovei na disciplina, mas não por não ter capacidade de compreender aquele conteúdo, mas por, como você disse, não ter a menor preparação para aquilo. Todos os 17 anos da minha vida antes de chegar na faculdade, eu era colocado como alguém muito inteligente, mas na faculdade tive que reaprender a estudar, além de correr atrás de toda a base que eu deveria ter, base de conteúdos que eu nunca tinha visto na vida. E agora que tenho a base necessária para acompanhar os conteúdos das aulas de fato, me vejo constantemente ficando doido com isso de sufocar algumas dúvidas que parecem que os autores fogem, tive até que estudar sobre epistemologia e coisas que fundamentam o conhecimento, pois mesmo conseguindo lidar com o que me é cobrado, eu definitivamente sinto como se não soubesse nada de verdade. Muitas vezes também tentei me fazer pensar que era só porque estou no inicio do curso e eu estava me aprofundando demais no conteúdo ( já que acabava em artigos com as dúvidas que eu buscava), ou era algum problema comigo. Como você disse, é ASSUSTADOR como as pessoas falam que sabem das coisas com convicção. Muito obrigado pelo vídeo, ele clareou várias coisas na minha mente.
Massa! Cheguei a fazer matrícula em Viçosa antes de sair o resultado da USP. Se serve de alguma ajuda, eu acostumei com essa situação depois de ir em tantas aulas e palestras e sair sem entender nada, entendi que isso só mostra a inifinidade de coisas a serem exploradas, e aprendi a gostar desse sentimento. E assim, isso vai acontecer para sempre, professores saem das palestras igual a gente kk. O importante é notar o seu progresso e evolução pessoal, porque no fim é isso que a gente controla e o que podemos fazer. Essas dúvida: será que eu sei algo de verdade? É uma questão boa, mas mal formulada. Ela não tem uma resposta, o que é saber algo de verdade? A gente aprende o suficiente para fazer progresso, e volta no mesmo tópico todas vezes que nosso conhecimento no mesmo se prova insuficiente para permitir ir mais longe. Aprender não é linear.
Tem video de voces falando sobre como superar a lacuna de conhecimento base para compreensão de determinados artigos? Estou aprendendo técnicas de contorno ativo e ele entra muito na matematica pesada com fisica sobre teoremas de conservação de energja. Cada passo do artigo tem um background imenso no campo da fisica que só me estressa.
Acredito que essa reflexão casa perfeitamente com a crítica feita por Feynman em relação ao ensino no Brasil, somos ensinados a repetir padrões e decorar coisas ao ponto de quase colocar antolhos na cabeças pra não olhar pro lado e ter uma visão geral das coisas, o poder de criação é sem dúvidas uma das habilidades mais espetaculares do ser humano porém de fato é um processo muito difícil e requer um senso de humildade e paciência impressionante, além é claro de na minha opnião exigir um certo propósito bem definido para se interessar por algo ao ponto de se aprofundar por pura vontade e não somente ir adquirindo "conhecimento" pra despejar tudo em um prova como é feito na maior parte dos casos hoje em dia.
Eu tenho certeza que isso é uma situação comum no mundo todo, não é algo do Brasil, eu não curto muito esses comentários do Feynman não. Eu tenho essa postura com física mas há vários outros aprendizados que eu só preciso deles para uma ação pontual e só tocar a superfície, muitas vezes, serve. Todas essas oportunidades que faço isso eu sei que estou perdendo oportunidades de aprender porque eu já estive em um processo mais intenso de aprendizado. Porém, tempo é um recurso finito e precisamo saber escolher nossas batalhas. Na faculdade mesmo, eu procurei achar o balanço entre jogar as regras do jogo, ou seja, performar em provas, e ter tempo de fazer aquilo que me interessava. O ponto do meu vídeo é exatamente pensar em estar ativo nesses processos, pensando exatamente quais lugares você está de fato empreendendo tempo e energia para entender e outros que você está simplesmente fazendo o que precisa ser feito. Isso mantém meus pés bem no chão sobre o tamanho da minha ignorância e como eu sei pouco sobre a maioria das coisas.
Não dá pra estabelecer uma linha boa de raciocínio de um poço de potencial infinito só vendo aula. Física também é criatividade e análise própria. Saudades da faculdade! Foi um tempo muito legal :)
Ótima reflexão! Creio que a consciência de que há mais coisas que não sabemos que o contrário, é libertadora. Ainda mais em um mundo cheio de gente que acredita ter expertise em quase tudo. Como disse Mário Quintana em um de seus poemas: "Não sou mais que um poeta lírico, / Nada sei do vasto mundo..."
Por isso eu sempre recomendo o livro ultralearning. O autor aborda bastante essa questão de aprendizagem "direta", por projetos, pesquisa etc e tbm sobre esquecimento do assunto.
É uma leitura legal mesmo, mas tem que sempre lembrar que tudo isso de ensino/métodos e etc, devem ser individuais. No fim o melhor pra vc vai ser uma mistura de várias coisas que vc viu/leu com o seu toque pessoal. Digo isso só porque esse livro pode levar as pessoas para o outro extremo de ficar cheio de métricas e micro-organização de forma que vc maximiza todo o seu sistema de pensar mas não o resultado. No geral, gostei do livro e tb gosto do podcast do autor, mas isso, como tudo, requer uma postura crítica ao ler/escutar.
Boa tarde, Gustavo. Sou um aprendiz diletante da fisica. Formado em direito há alguns anos e já no mercado. Penso em fazer física como segunda graduação, quem sabe algum dia. Você poderia sugerir alguns livros, um itinerário mais básico (livros ensino medio que gostava de estudar, os do ciclo básico que mais tenha gostado, por exemplo)? Gosto muito da contextualização histórica da fisica, por isso adquiri Fisica Conceitual (Hewitt). Se puder trazer este itinerário intelectual na física, agradeceria muito. Parabéns pelo canal!
Cara, conteudo excelente. Eu ja li em algum lugar que a proposta da educação da generalização, ou seja de que esse conhecimento se transfere para outras situações e.g. industria, é a maior falácia do sistema educacional. E eu tava te ouvindo falar e me identificando muito com como você disse que vê educação. Mas me perguntei se não é também por nós dois sermos acadêmicos e que essa promessa do sistema educacional é na verdade voltada para fazer pesquisa, mas não se aplica tanto para alguém focado em ir pra industria ou com uma predileção cientifica natural menor. O que você pensa disso? Você acha possível de transmitir essa mentalidade científica na educação em larga escala?
@@Vida.Academica cara eu acho que conhecimento é unica coisa que não podem tirar de nós. E eu acho que vc aprendendo a aprender enquanto aprende um tópico te capacita a ser mais criativo e te dá confiança em outras áreas. Por ex eu estudo neutrinos, se eu só estudar pensando em aprender sobre neutrinos, é uma coisa. Se enquanto estudo prestar atenção em como aprendo, quais meus horários, quais ações geram mais resultados, aprender como eu evoluo nesse ambiente mais controlado, me permite ter repertório caso precise fazer outras coisas caso a vida acadêmica não dê certo. Eu acho que fazer pesquisa te ensina mt sobre outras coisas tb e se prestar atenção vc consegue desenvolver outros aspectos que tem aplicabilidade maior. Eu acho que todo mundo se beneficia de estudar assim, independente do objetivo final. Vida acadêmica é só o ambiente mais exigente desses pontos, porque vc ta no topo da sua ignorância e tem que se virar pra encontrar um caminho. Então naturalmente vc é forçado a procurar rotas próprias. Compara isso com estudar para uma prova, se vc não consegue um exercício, vc dá um google e acha alguém fazendo ele. Obviamente eu não estou dizendo que todos devem fazer isso, só que há benefícios para o longo prazo de ter uma postura mais ativa no processo de investigação. Isso pode ser feito tb depois de vc conquistar o que queria, por ex dps que conseguir sua posiçao no trabalho, focar em melhorar outras habilidades da msm forma. Eu no geral gostei mais do curso de física quando encontrei o balanço de jogar as regras do jogo, ou seja, fazer o que eu tinha q fazer pra ir bem no curso, e ter minhas questões pessoais de investigação. Nesses mini projetos eu encontrava aplicação pro que eu aprendia nas aulas e conseguia ter mais prazer em estudar. Dá um vídeo todo isso.. kk
Paulo Freire: o melhor ensino é aquele que instiga o aluno a construir o conhecimento de forma curiosa, por si mesmo, com apoio do próprio professor, que também aprende com o aluno Ótimo vídeo
Gustavo, e quando o aluno já sabe disso, mas tem q ficar indo nas aulas da faculdade porque senão vai rodar por falta? 1h de estudo da própria pessoa renderia mais do que a aula, mas ela é obrigada a ir, senão toma falta. Na faculdade de Medicina, por exemplo, em que o turno é integral, o aluno nao consegue ficar mais de 2h focado no seu próprio estudo porque tem de ir em aulas só pra marcar presença e que, no fim, ele nao aprende tanto quanto poderia estudando por conta.
@@joaoneilopes cara existe o que é ideal e o que dá para fazer. O ponto é achar o maior balanço entre jogar as regras do jogo e fazer o que vc gostaria de estar fazendo. Eu tive um prof que cobrava presença e tinha aulas ruins tb, eu me sentava atrás, ficava na minha, e lia minhas coisas tentando não atrapalhar e nem desrespeitar ele.
Explicou melhor do que eu jamais poderia explicar! Excelente vídeo, meu amigo.
@@Corredephd Valeu pela mensagem! Achei seu vídeo muito massa!!
O crossover da academia de exatas no TH-cam
👏👏👏👏
rapazeada tamo montando uma comunidade daora aq no yt
Esse vídeo é muito pertinente! Como dizia o professor Elon Lages Lima: "o professor é o livro; eu sou apenas um auxiliar." Alguns podem interpretar isso como uma desvalorização do papel do professor, mas, como você destacou muito bem, o verdadeiro papel do professor é ser um mentor, alguém que indica o caminho. No entanto, cabe ao aluno percorrer essa jornada. O aprendizado envolve desafios, desconforto e esforço; um bom professor não fornecerá todas as respostas, mas saberá quando é o momento de deixar você refletir sobre um conceito, ideia ou problema por conta própria.
Quem estudou em uma universidade sabe que grande parte do aprendizado vem dos estudos individuais, e não apenas das aulas. Aprender a aprender e a se virar é fundamental para ter sucesso na graduação. Além disso, interagir com colegas para estudar em conjunto é igualmente importante. O aprendizado também envolve colaboração, troca de ideias e a perspectiva do outro, que você pode não ter percebido em seus próprios estudos. Ajudar um colega a entender algo também contribui para o seu próprio processo de aprendizado.
@@matematicaHobby concordo 100%! Muito obrigado pela mensagem!!
8:17 Já dizia o grande Bertrand: O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas...
Eu uso as aulas como uma oportunidade para um exercício imaginativo durante a explicação. No entanto, a questão central é sempre o interesse individual pelo tema. Minha maior dificuldade hoje é participação ativa nas aulas expositivas, especialmente nas cadeiras mais de humanas. Quando o professor traz essas questões para a sala e exige a participação dos alunos, o resultado tende a ser um debate sem fim. Isso pq há diversas linhas de pensamento que muitas vezes entram em conflito e alguns alunos querem resolver-los em 50 min.
No fim, não gosto de Aulas. Principalmente na pós-graduação.
Muito bom ver videos como o seu e o do Corre de PhD, chega a ser quase um movimento contra-corrente dos vídeos sobre aprendizado comuns, que na grande maioria dos casos é focado em concursos e vestibulares(de medicina), ou seja, aprender a fazer uma prova, e não aprender a aprender um conteúdo que exija uma abstração profunda.
Eu acho que temos só que tomar cuidado com os extremos. Não existe ninguém que está 100% no “aprendizado comum” nem 100% “aprendendo com abstração absurdas”. Eu acredito que há coisas que eu quero aprender profundo e outras que o aprendizado comum basta. A preparação para uma prova por exemplo muitas vezes vai cair no que vc chamou de aprendizado comum, porque você tem aquele teste como algo imposto, não é claro no meio de uma faculdade de física o que fazer com tudo que vc ta aprendendo.
O mesmo raciocínio se aplica a diversos conhecimentos do dia a dia, eu tenho várias atividades no meu dia, a maioria delas eu só sei o aprendizado comum. Por exemplo, editar vídeo, cozinhar, lavar roupa, dirigir um carro, etc. Pega qualquer profissional sério em qualquer dessas profissões e compara comigo e veja quantas oportunidades de aprender que eu estou perdendo de não ter projetos nisso.
É humanamente impossível você saber tudo sobre tudo nesse nível de intimidade que requer anos de dedicação. Então o ponto do vídeo é mais sobre não deixar que todos seus aprendizados na graduação sejam “comuns”, o que é fácil de acontecer já que você tem muita cobrança e listas e testes. Achar o balanço entre jogar as regras do jogo (performar nas provas) e os seus projetos pessoais é o ideal.
essas ideias vão me ajudar bastante em física e matemática
Gu, você é tão cirúrgico... obrigada por esses vídeos incríveis! fiz 3 anos de pré vestibular e o pior deles foi quando foquei apenas no estudo passivo, que era ficar assistindo aula. A partir do segundo ano, faltei diversas aulas que não me agregavam para estudar sozinha e minha nota aumentou substancialmente. Desde então não abro mão desse método.
Feliz de ver criadores de contéudo genuinamente engajados com estudos e estimulando cada vez mais pessoas apaixonadas por estudar e que querem aprimorar cada vez mais seus métodos. De verdade, MUITO OBRIGADO!
Cara, estou no quarto período da minha graduação em Física na Federal de Viçosa e me identifiquei com cada palavra que você disse no vídeo sobre como você escolheu a Física. O primeiro e o segundo período foram assustadores, foi onde eu vi meu lugar. Pela primeira vez na vida não entendi absolutamente NADA de uma aula. Me senti horrível, era a primeira aula de cálculo 1. Obviamente reprovei na disciplina, mas não por não ter capacidade de compreender aquele conteúdo, mas por, como você disse, não ter a menor preparação para aquilo. Todos os 17 anos da minha vida antes de chegar na faculdade, eu era colocado como alguém muito inteligente, mas na faculdade tive que reaprender a estudar, além de correr atrás de toda a base que eu deveria ter, base de conteúdos que eu nunca tinha visto na vida.
E agora que tenho a base necessária para acompanhar os conteúdos das aulas de fato, me vejo constantemente ficando doido com isso de sufocar algumas dúvidas que parecem que os autores fogem, tive até que estudar sobre epistemologia e coisas que fundamentam o conhecimento, pois mesmo conseguindo lidar com o que me é cobrado, eu definitivamente sinto como se não soubesse nada de verdade. Muitas vezes também tentei me fazer pensar que era só porque estou no inicio do curso e eu estava me aprofundando demais no conteúdo ( já que acabava em artigos com as dúvidas que eu buscava), ou era algum problema comigo. Como você disse, é ASSUSTADOR como as pessoas falam que sabem das coisas com convicção.
Muito obrigado pelo vídeo, ele clareou várias coisas na minha mente.
Massa! Cheguei a fazer matrícula em Viçosa antes de sair o resultado da USP.
Se serve de alguma ajuda, eu acostumei com essa situação depois de ir em tantas aulas e palestras e sair sem entender nada, entendi que isso só mostra a inifinidade de coisas a serem exploradas, e aprendi a gostar desse sentimento.
E assim, isso vai acontecer para sempre, professores saem das palestras igual a gente kk.
O importante é notar o seu progresso e evolução pessoal, porque no fim é isso que a gente controla e o que podemos fazer. Essas dúvida: será que eu sei algo de verdade? É uma questão boa, mas mal formulada. Ela não tem uma resposta, o que é saber algo de verdade? A gente aprende o suficiente para fazer progresso, e volta no mesmo tópico todas vezes que nosso conhecimento no mesmo se prova insuficiente para permitir ir mais longe. Aprender não é linear.
Tem video de voces falando sobre como superar a lacuna de conhecimento base para compreensão de determinados artigos? Estou aprendendo técnicas de contorno ativo e ele entra muito na matematica pesada com fisica sobre teoremas de conservação de energja. Cada passo do artigo tem um background imenso no campo da fisica que só me estressa.
Acredito que essa reflexão casa perfeitamente com a crítica feita por Feynman em relação ao ensino no Brasil, somos ensinados a repetir padrões e decorar coisas ao ponto de quase colocar antolhos na cabeças pra não olhar pro lado e ter uma visão geral das coisas, o poder de criação é sem dúvidas uma das habilidades mais espetaculares do ser humano porém de fato é um processo muito difícil e requer um senso de humildade e paciência impressionante, além é claro de na minha opnião exigir um certo propósito bem definido para se interessar por algo ao ponto de se aprofundar por pura vontade e não somente ir adquirindo "conhecimento" pra despejar tudo em um prova como é feito na maior parte dos casos hoje em dia.
Eu tenho certeza que isso é uma situação comum no mundo todo, não é algo do Brasil, eu não curto muito esses comentários do Feynman não.
Eu tenho essa postura com física mas há vários outros aprendizados que eu só preciso deles para uma ação pontual e só tocar a superfície, muitas vezes, serve. Todas essas oportunidades que faço isso eu sei que estou perdendo oportunidades de aprender porque eu já estive em um processo mais intenso de aprendizado. Porém, tempo é um recurso finito e precisamo saber escolher nossas batalhas. Na faculdade mesmo, eu procurei achar o balanço entre jogar as regras do jogo, ou seja, performar em provas, e ter tempo de fazer aquilo que me interessava. O ponto do meu vídeo é exatamente pensar em estar ativo nesses processos, pensando exatamente quais lugares você está de fato empreendendo tempo e energia para entender e outros que você está simplesmente fazendo o que precisa ser feito.
Isso mantém meus pés bem no chão sobre o tamanho da minha ignorância e como eu sei pouco sobre a maioria das coisas.
Não dá pra estabelecer uma linha boa de raciocínio de um poço de potencial infinito só vendo aula. Física também é criatividade e análise própria.
Saudades da faculdade! Foi um tempo muito legal :)
Parabéns aos dois: você e o "corre".
Pensamentos lógico
Excelente
Ótima reflexão! Creio que a consciência de que há mais coisas que não sabemos que o contrário, é libertadora. Ainda mais em um mundo cheio de gente que acredita ter expertise em quase tudo. Como disse Mário Quintana em um de seus poemas: "Não sou mais que um poeta lírico, / Nada sei do vasto mundo..."
Sobre esquecimento e não ser uma "enciclopédia viva" 05:19
Vamo maratonar os vídeos fodas do Gustavo hoje!!!
Por isso eu sempre recomendo o livro ultralearning. O autor aborda bastante essa questão de aprendizagem "direta", por projetos, pesquisa etc e tbm sobre esquecimento do assunto.
É uma leitura legal mesmo, mas tem que sempre lembrar que tudo isso de ensino/métodos e etc, devem ser individuais. No fim o melhor pra vc vai ser uma mistura de várias coisas que vc viu/leu com o seu toque pessoal. Digo isso só porque esse livro pode levar as pessoas para o outro extremo de ficar cheio de métricas e micro-organização de forma que vc maximiza todo o seu sistema de pensar mas não o resultado. No geral, gostei do livro e tb gosto do podcast do autor, mas isso, como tudo, requer uma postura crítica ao ler/escutar.
Obrigado
11:30 top
Ótimo vídeo, Gustavo! Obrigado por compartilhar conosco!
Abraço!
Boa tarde, Gustavo. Sou um aprendiz diletante da fisica. Formado em direito há alguns anos e já no mercado. Penso em fazer física como segunda graduação, quem sabe algum dia. Você poderia sugerir alguns livros, um itinerário mais básico (livros ensino medio que gostava de estudar, os do ciclo básico que mais tenha gostado, por exemplo)? Gosto muito da contextualização histórica da fisica, por isso adquiri Fisica Conceitual (Hewitt). Se puder trazer este itinerário intelectual na física, agradeceria muito. Parabéns pelo canal!
Consegui chegar a uma linha parecida de pensamento com os conteúdos do Rodrigo Setúbal sobre aprendizado
Video maravilhoso!
caceta, deu uma baita vontade de estudar agora
Ganhou um novo inscrito, Gustavo!
Cara, você disse tudo oque eu gostaria de dizer.
Opaaa, como foi sua experiência com monitoria ? E foi tranquilo de pegar a monitoria ?
muito bom ouvir tuas reflexões.
Cara, conteudo excelente. Eu ja li em algum lugar que a proposta da educação da generalização, ou seja de que esse conhecimento se transfere para outras situações e.g. industria, é a maior falácia do sistema educacional. E eu tava te ouvindo falar e me identificando muito com como você disse que vê educação.
Mas me perguntei se não é também por nós dois sermos acadêmicos e que essa promessa do sistema educacional é na verdade voltada para fazer pesquisa, mas não se aplica tanto para alguém focado em ir pra industria ou com uma predileção cientifica natural menor.
O que você pensa disso? Você acha possível de transmitir essa mentalidade científica na educação em larga escala?
@@Vida.Academica cara eu acho que conhecimento é unica coisa que não podem tirar de nós. E eu acho que vc aprendendo a aprender enquanto aprende um tópico te capacita a ser mais criativo e te dá confiança em outras áreas. Por ex eu estudo neutrinos, se eu só estudar pensando em aprender sobre neutrinos, é uma coisa. Se enquanto estudo prestar atenção em como aprendo, quais meus horários, quais ações geram mais resultados, aprender como eu evoluo nesse ambiente mais controlado, me permite ter repertório caso precise fazer outras coisas caso a vida acadêmica não dê certo. Eu acho que fazer pesquisa te ensina mt sobre outras coisas tb e se prestar atenção vc consegue desenvolver outros aspectos que tem aplicabilidade maior. Eu acho que todo mundo se beneficia de estudar assim, independente do objetivo final. Vida acadêmica é só o ambiente mais exigente desses pontos, porque vc ta no topo da sua ignorância e tem que se virar pra encontrar um caminho. Então naturalmente vc é forçado a procurar rotas próprias. Compara isso com estudar para uma prova, se vc não consegue um exercício, vc dá um google e acha alguém fazendo ele.
Obviamente eu não estou dizendo que todos devem fazer isso, só que há benefícios para o longo prazo de ter uma postura mais ativa no processo de investigação. Isso pode ser feito tb depois de vc conquistar o que queria, por ex dps que conseguir sua posiçao no trabalho, focar em melhorar outras habilidades da msm forma.
Eu no geral gostei mais do curso de física quando encontrei o balanço de jogar as regras do jogo, ou seja, fazer o que eu tinha q fazer pra ir bem no curso, e ter minhas questões pessoais de investigação. Nesses mini projetos eu encontrava aplicação pro que eu aprendia nas aulas e conseguia ter mais prazer em estudar.
Dá um vídeo todo isso.. kk
Paulo Freire: o melhor ensino é aquele que instiga o aluno a construir o conhecimento de forma curiosa, por si mesmo, com apoio do próprio professor, que também aprende com o aluno
Ótimo vídeo
Video muito bacana, mas poderia diminuir os cortes
pode deix
Cortou até o comentário KKKKKKKKKKK
Griezmann é vc?
Cadê o react? 😂
😂
q isso do nada os dois acadêmicos que acompanho se unem
Gustavo, e quando o aluno já sabe disso, mas tem q ficar indo nas aulas da faculdade porque senão vai rodar por falta?
1h de estudo da própria pessoa renderia mais do que a aula, mas ela é obrigada a ir, senão toma falta.
Na faculdade de Medicina, por exemplo, em que o turno é integral, o aluno nao consegue ficar mais de 2h focado no seu próprio estudo porque tem de ir em aulas só pra marcar presença e que, no fim, ele nao aprende tanto quanto poderia estudando por conta.
@@joaoneilopes cara existe o que é ideal e o que dá para fazer. O ponto é achar o maior balanço entre jogar as regras do jogo e fazer o que vc gostaria de estar fazendo. Eu tive um prof que cobrava presença e tinha aulas ruins tb, eu me sentava atrás, ficava na minha, e lia minhas coisas tentando não atrapalhar e nem desrespeitar ele.
Se forma o mais rápido. Eu sofro disso também na licenciatura em física na USP.