Tema bastante interessante e até polêmico. Não é fácil discutir sobre isso, ainda mais de maneira sintética e com a leveza com a qual Leandro Karnal conduz a oratória, nada entediante e muito interessante. O palestrante tem o domínio sobre as questões históricas dos elementos compartilhados entre ciência e religião, e sobre os elementos que levaram à cisão dessas áreas. No entanto, o que seria a meu ver a cereja do bolo da exposição, a pseudociência, deixa a desejar, uma vez que o palestrante aborda esse tema com superficialidade, talvez propositadamente. Ele enquadra dentro desse tema todas as formas de terapias alternativas e condena seu uso, chegando a dizer que isso deveria ser banido da sociedade. De acordo com o palestrante, os “pseudocientistas” não estão dispostos a realizar testes controlados, não publicam seus resultados, não se expõem aos pares e sequer se baseiam em uma entidade divina a qual poderia ser clamada para sustentar suas atividades, ou seja, pela visão de Leandro Karnal, estão na muralha entre a Ciência e a Religião. Contudo, o palestrante parece ignorar o fato de que esses “pseudocientistas”, talvez não estejam interessados em divulgar seus resultados, em publicar livros e artigos científicos, ou de dizer que essa ou aquela atividade se sustenta nessa ou naquela entidade divina, uma vez que a terapêutica exercida, se corrobora na prática, no dia a dia, é empírico, muitas vezes se sustenta na sabedoria tradicional e popular e, as pessoas têm procurado essas alternativas e encontrado resultados positivos. Com relação ao domínio do tema “religião”, o palestrante sequer faceia as questões sobre o Hinduísmo, Xamanismo, Zoroastrismo, Hermetismo, etc., e surpreende até, por muito pouco mencionar o Espiritismo. Em algum momento da palestra, Karnal se diz convicto do poder terapêutico de cartas mediúnicas, mas abomina o trabalho de curas físicas e espirituais exercidas por médiuns e não dá nenhuma explicação para essa contradição. Ele reconhece que, a tão pouco tempo não sabíamos o que era um raio, mas que depois de Benjamin Franklin passamos a compreender esse fenômeno. Porém ele ignora o fato de que o Espiritismo, como proposto por Kardec, busca a racionalidade, inclusive exemplificada na metodologia usada por Kardec, a qual permitiria a repetição desse estudo, gozando portanto de uma das bases da ciência, a repetibilidade. O palestrante também não discute sobre a ideia de que Kardec, ao final de seu “Livro dos Espíritos”, escreveu que a comunicabilidade entre os planos físico e espiritual é um fenômeno físico o qual ainda não compreendemos e, ao final, Leandro Karnal sugere que essas questões não sejam investigadas, pois essas duas áreas, a Ciência e a Religião, não deveriam se misturar, de acordo com o palestrante. Outro ponto que me chamou à atenção é que o palestrante se diz desafiado à discussão até por adolescentes, a qual ele declina por se considerar e, de fato ser, um especialista no assunto. Nesse ponto, difícil não fazer uma paralelização com a escolha do Dalai Lama, na qual um menino, dentre alguns selecionados, é capaz de reconhecer seus objetos materiais de vida passada. Portanto a sabedoria de um menino, de um adolescente, a sabedoria popular e tradicional, também merecem muito respeito. Contudo um sábio, certamente não provocaria Leandro Karnal à um debate ou discussão e é compreensível que alguém da capacidade de Karnal, simplesmente não tenha tempo para se dedicar à toda forma de discussão para a qual seja incitado. Recomendo assistirem, palestra muito prazerosa, um deleite para aqueles que se interessam pelo tema e quem sabe em uma próxima, nos 100 do IB, uma complementação sobre os pontos que comentei acima. Saudações.
Não canso de ouví-lo 🥰
Professor Leandro Karnal uma verdadeira enciclopédia humana!
Tema bastante interessante e até polêmico. Não é fácil discutir sobre isso, ainda mais de maneira sintética e com a leveza com a qual Leandro Karnal conduz a oratória, nada entediante e muito interessante. O palestrante tem o domínio sobre as questões históricas dos elementos compartilhados entre ciência e religião, e sobre os elementos que levaram à cisão dessas áreas. No entanto, o que seria a meu ver a cereja do bolo da exposição, a pseudociência, deixa a desejar, uma vez que o palestrante aborda esse tema com superficialidade, talvez propositadamente. Ele enquadra dentro desse tema todas as formas de terapias alternativas e condena seu uso, chegando a dizer que isso deveria ser banido da sociedade. De acordo com o palestrante, os “pseudocientistas” não estão dispostos a realizar testes controlados, não publicam seus resultados, não se expõem aos pares e sequer se baseiam em uma entidade divina a qual poderia ser clamada para sustentar suas atividades, ou seja, pela visão de Leandro Karnal, estão na muralha entre a Ciência e a Religião. Contudo, o palestrante parece ignorar o fato de que esses “pseudocientistas”, talvez não estejam interessados em divulgar seus resultados, em publicar livros e artigos científicos, ou de dizer que essa ou aquela atividade se sustenta nessa ou naquela entidade divina, uma vez que a terapêutica exercida, se corrobora na prática, no dia a dia, é empírico, muitas vezes se sustenta na sabedoria tradicional e popular e, as pessoas têm procurado essas alternativas e encontrado resultados positivos. Com relação ao domínio do tema “religião”, o palestrante sequer faceia as questões sobre o Hinduísmo, Xamanismo, Zoroastrismo, Hermetismo, etc., e surpreende até, por muito pouco mencionar o Espiritismo. Em algum momento da palestra, Karnal se diz convicto do poder terapêutico de cartas mediúnicas, mas abomina o trabalho de curas físicas e espirituais exercidas por médiuns e não dá nenhuma explicação para essa contradição. Ele reconhece que, a tão pouco tempo não sabíamos o que era um raio, mas que depois de Benjamin Franklin passamos a compreender esse fenômeno. Porém ele ignora o fato de que o Espiritismo, como proposto por Kardec, busca a racionalidade, inclusive exemplificada na metodologia usada por Kardec, a qual permitiria a repetição desse estudo, gozando portanto de uma das bases da ciência, a repetibilidade. O palestrante também não discute sobre a ideia de que Kardec, ao final de seu “Livro dos Espíritos”, escreveu que a comunicabilidade entre os planos físico e espiritual é um fenômeno físico o qual ainda não compreendemos e, ao final, Leandro Karnal sugere que essas questões não sejam investigadas, pois essas duas áreas, a Ciência e a Religião, não deveriam se misturar, de acordo com o palestrante. Outro ponto que me chamou à atenção é que o palestrante se diz desafiado à discussão até por adolescentes, a qual ele declina por se considerar e, de fato ser, um especialista no assunto. Nesse ponto, difícil não fazer uma paralelização com a escolha do Dalai Lama, na qual um menino, dentre alguns selecionados, é capaz de reconhecer seus objetos materiais de vida passada. Portanto a sabedoria de um menino, de um adolescente, a sabedoria popular e tradicional, também merecem muito respeito. Contudo um sábio, certamente não provocaria Leandro Karnal à um debate ou discussão e é compreensível que alguém da capacidade de Karnal, simplesmente não tenha tempo para se dedicar à toda forma de discussão para a qual seja incitado. Recomendo assistirem, palestra muito prazerosa, um deleite para aqueles que se interessam pelo tema e quem sabe em uma próxima, nos 100 do IB, uma complementação sobre os pontos que comentei acima. Saudações.