Adélia Maria Woellner - Dia do Ferroviário - A Poesia sobre trilhos

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  • เผยแพร่เมื่อ 14 เม.ย. 2024
  • Aproveitando o Dia do Ferroviário, a ser celebrado em 30 de abril, e fazendo sua relação com a "Coleção Estradas de Ferro", em que são demonstrados 77 processos do acervo histórico da Justiça Federal do Paraná sobre este tema, todos digitalizados e indexados, a Seção de Memória Institucional da JFPR convidou a poeta e escritora Adélia Maria Woellner para contar sua trajetória na Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) e sua paixão pelos trens...
    Este vídeo também faz parte da IV Exposição Virtual da Memória Institucional da JFPR!
    Adélia Maria Woellner (Curitiba, 20 de junho de 1940) é escritora, poeta, servidora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) entre 1960 e 1990, advogada e professora universitária. Formada em Direito pela Universidade Federal do Paraná (1972), ocupa a cadeira nº 15 da Academia Paranaense de Letras. Também foi professora de Direito Penal na PUC-PR.
    Mas, diante de tamanha grandeza, de vida e carreira, seria um verdadeiro "desperdício" não ouvir, da própria Adélia, a narrativa de sua trajetória, tão cheia de desafios e conquistas, muito além dos trilhos!
    Ela começa nos contando que o ano de seu nascimento, 1940, em meio à 2ª guerra mundial (1939-1945), trouxe muitas dificuldades econômicas às famílias, além de um grande temor em revelar-se descendente de alemães, seu caso, ou mesmo usar o idioma que falava em casa. Conta-nos também, do fascínio que as "letras" lhe inspiravam: aprendeu a ler e escrever aos 4 anos de idade, seguindo uma prima diariamente à escola.
    Aos 16 anos parou de estudar, casou, e, em 1957 teve a primeira e única filha, Alélia. O casamento se desfez em pouco tempo e Adélia voltou à casa dos pais. Um novo começo! Precisava trabalhar para sustentar a filha e ajudar nas despesas da casa. E uma mulher separada, na década de 1960, era um "verdadeiro escândalo, um desgosto para a família", relembra, enfrentando o "julgamento social" que a condição então impunha à mulher.
    Em 1959 faz o concurso para auxiliar de escritório da Rede Ferroviária Federal S/A, sendo empossada no cargo em 22 de abril de 1960. Em 1966 retomou os estudos, cursando magistério na Escola Profª Diva Vidal, em curso noturno. Em 1967, quando a Universidade Federal do Paraná passa a oferecer o curso de Direito noturno, presta o vestibular e é aprovada! Gradua-se em 1972, com medalhas de mérito. E é na Rede que recebe o incentivo para publicar seus poemas, cujo primeiro livro, "Balada do amor que se foi", é impresso na tipografia da então Escola Técnica do Paraná (hoje Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR).
    Na Rede ocupou diversos cargos - na área de processamento de dados, recrutamento, seleção e treinamento, onde passa a aplicar conceitos de "psicologia organizacional", uma grande novidade à época. Entre 1980 e 1990 ocupa o cargo de Superintendente Adjunto de Pessoal, sendo a primeira mulher, na empresa, em âmbito nacional, a ser designada para essa gerência. O período na Superintendência é marcado por grandes ações, sobretudo de valorização do operário ferroviário, cuja atividade, de "força e dureza" precisava ser humanizada. "Na ferrovia, tudo é aço, ferro, madeira", afirma. Com este objetivo, de valorização e humanização da atividade, promove concursos de "arte ferroviária", em que os operários participavam construindo maquetes, tapeçaria, pinturas, tendo por tema a ferrovia. Adélia não deixa de destacar seu pioneirismo como mulher. Afinal, muitos eram os preconceitos a serem enfrentados em empresa majoritariamente masculina, em que o trabalho era rústico e pesado. Mas Adélia ressalta também a confiança que recebeu de quem a indicou para função tão importante: administrar mais de 8 mil funcionários!
    Nas comemorações do centenário da ferrovia no Paraná, em 1985, a gestão de Adélia promove o concurso "Cantando no Apito", a fim de revelar a "alma dos maquinistas". Cada participante era único ao anunciar, através do apito do trem, chegadas e partidas da "Maria Fumaça". Também recorda a produção do livro "Uma viagem pelos trilhos da memória - centenário da estrada de ferro do Paraná". Ao aposentar-se, recebe a Medalha do Mérito Ferroviário, em reconhecimento a uma carreira admirável. Adélia aborda, ainda, os 77 processos históricos do acervo da JFPR que tratam das ferrovias no Paraná e suas lides jurídicas. Muitos destes processos tratam de acidentes de trabalho nas linhas (quando a competência era da Justiça Federal), envolvendo, sobretudo, as antigas e perigosíssimas profissões de "guarda-freios" e "guarda-chaves". A poeta destaca o amor e orgulho que todo ferroviário demonstra em ter feito parte da Rede Ferroviária Federal. Adélia Maria Woellner nos brinda, ainda, durante seu depoimento, com a leitura de dois poemas de sua autoria - "Aço e braço no esforço da força" e "Viagem interior". Uma narrativa de sensibilidade e emoção que muito orgulha a memória institucional da Justiça Federal do Paraná! Muito obrigada, Adélia!

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