CULTURA: Distrito de Cangas apresenta Cururu em projeto patrocinado pela Lei Paulo Gustavo

O Clip Musical O CURURU DO DISTRITO DE CANGAS, deverá se tornar um marco referencial para os cururueiros da região pantaneira, em Poconé no estado de Mato Grosso.
“Com a perca cultural e histórica do cururu e do cantador de cururu, devemos valorizar esses artistas, que por hora se resumem em homens idosos, que buscam perpetuar a cultura e a história do povo pantaneiro, do negro da região”, declarou o cururueiro Senhor Quitito, que é um desses artistas.
Tendo em vista a importância dessa manifestação cultural a Lei Paulo Gustavo, pelo Edital Chamamento Público 002/2024, contemplou uma proposta para produção áudio visual.
O edital de incentivo para ações culturais nos municípios, foi realizado pela Prefeitura Municipal de Poconé.
DISTRITO DE CANGAS:
O Distrito de Cangas é a comunidade que recebe primeiramente os visitantes de Poconé, e o vídeo clip tem o objetivo de transmitir para posteridade os instrumento: viola de cocho e ganzá, e o cantar emocionante do cururueiro da região.
Quitito foi um entre os produtores avaliados pela comissão do edital e mereceu ter em vídeo clip seus dons como artista sendo apresentados, cantando ao lado de amigos, toadas de cururu ao som da viola de cocho e do ganzá.
“Eu sempre desejei registrar em vídeo essa marca cultural de Poconé e ainda valorizar o meu Distrito de Cangas como um os provedores da cultura local, apresentando a singela obra e arte musical do homem poconeano, do pantanal de origem afrodescendente”, afirmou Quitito.
Assim foi produzida uma obra audiovisual de videoclipe que mobilizou equipe de cururueiros e produção.
A ação se destinou aos defensores da música e cultura raiz, com mensagens e letras sobre a realidade local do homem pantaneiro e comunidade simples, com suas históricas, cultura e poesia.
Após produção do vídeo a expectativa é que atinja de forma gratuita mais de 5 mil expectadores pelas plataformas digitais da internet e redes sociais, resultando na transmissão de mensagens sobre a cultura poconeana para o Brasil e para o mundo.
O PRODUTOR:
Ernesto Lídio da Silva, popular Quitito, nasceu no Distrito de Cangas em Poconé, numa casinha no campo a 6 km de distância da sede do distrito.
Iniciou a cantar cururu e tocando ganzá aos 8 anos. Atuante na cultura é convidado para festas religiosas em todas as comunidades e seus respectivos eventos culturais.
Quitito se tornou cururueiro com pai e agora repassa tradição a netos e crianças da família e comunidade.
O filho toca violão e auxilia nas festas tradicionais, as filhas são dançarinas e cantoras de siriri, além de produtoras culturais.
A esposa de Quitito é a matriarca da família que assumiu a responsabilidade religiosa com os familiares e na comunidade.
Desde a fundação é membro do Grupo Folclórico de Cururu, Siriri e Reza Cantada do Pantanal de Poconé, uma entidade que tem por finalidade preservar as manifestações do cururu, siriri e reza cantada, desde suas origens com intuito de divulgar, vivenciar, cultuar e perpetuar sua existência.
‘Seo’ Quitito conta que conheceu viola de cocho ainda criança e, assim como ele, muitos amigos que hoje fazem parte do grupo no Distrito de Cangas e a Associação em Poconé.
Quando ainda nem entendia muito bem o significado de tradição, Quitito já tocava ganzá acompanhando o pai nas festas de santo nas apresentações de cururu e siriri.
Quitito nasceu em 1947, e aos seus 76 anos, lembra que iniciou devoto a cultura aos 8 anos quando iniciou o aprendizado das técnicas e encantos da cururu e siriri, hoje, é ele quem repassa os ensinamentos aos mais jovens da comunidade.
Com o passar do tempo, Quitito se tornou um dos principais Cururueiros do Distrito de Cangas, de Poconé e a região e, sabendo que o universo da viola de cocho precisa continuar, se diverte com os ensinamentos votando sua dedicação ao cururu, siriri, rezas cantadas e tradições religiosas.