Que enorme satisfação ouvir dois grandes intelectuais trazendo um tema complexo e tão necessário para o momento. Professor Wilson é um iluminista , precisamos de luz pra guiar nossos propósitos como cidadãos . Wilson nos trás essa luz de maneira simples e clara , trás a realidade material pra o debate . Obrigada, Antônio Riserio por essa grande aula. Seu canal é o canal.
Riserio, meu velho, essa foi incrível, genial, só li três livros seus, todos foda. Não tenho cacife pra te entrevistar, apesar de ter entrevistado jorge,Saramago e j.j veiga, nem seria petulante pra querer ser entrevistado por sua inteligência - você. Muita saúde nesse seu coração palpitante❤
Há uma tensão emudecedora no ambiente universitário no Brasil. Pessoas estão evitando falar pra não se expor a agressividade persecutória de egos identitários rasos, contrariados. A continuar assim, as universidades se tornarão uma estufa de pensamento único. Infelizmente, a própria academia, que ao longo dos anos incentivou em parte a mediocridade identitária, hoje é silenciada e cancelada por identitários e vê intelectuais de vez em quando se agachando para aquela Inquisição por adesão a ondinha ou por receio de perder lugar em publicações.
Entrevista sensacional, Risério! Sou professor de História, tanto em colégio quanto em universidade, e concordo com o Wilson Gomes. Muitos professores (falo exclusivamente da minha experiência em cidades menores. Morei/moro há muito tempo em cidades do PA, da BA e atualmente do PR), até mesmo de esquerda, não são identitários e não militam em sala. Tem uns mais aguerridos sim, mas eles (e todos os outros) já sofrem com o identitarismo de direita (especialmente em instituições privadas) que avança. Uns tantos alunos (e pais) dizem que tudo é comunismo, ideologia de gênero etc. O que vejo é o identitatismo tanto de esquerda quanto de direita empobrecendo o debate educacional. Hoje, muito professor tem medo de promover debates em sala de aula porque não quer ser cancelado ou demitido. Nisso, todos perdem. No mais, grande abraço e continue com as entrevistas.
O papel do professor é dar ao aluno ferramental para entender o mundo, e não para "mudar" o mundo. Só depois de entender o mundo a pessoa saberá o que deve ser mudado.
Um alento para nossos ouvidos cansados de identitarismo acadêmico assistir esta entrevista. Que bom que vocês existem e que me vejo pensando tão próximo a duas potências intelectuais nesta Bahia que se tornou o território em que só os pretos podem ser ouvidos.
É muito agradável ver dois intelectuais, que admiro, juntos, conversando e presenteando a audiência com boa crítica, honestidade intelectual (coisa rara no Brasil de hoje) erudição e fina ironia! Ótima entrevista!
Esse é o tipo de entrevista que todo mundo que vê fica com raiva do entrevistado e esse é o maior sinal de que ele falou verdades e sapateou na cara dos caretas😂
Gostaria de propor uma questão... Haveria um vínculo necessário entre guerra cultural (com suas pautas de costumes, valores morais e modos de vida), polarização afetiva e identitarismo? Ou esses fenômenos sociais poderiam se dar separadamente? Pois, no cenário atual, vejo esses conceitos como aspectos de uma mesma coisa, que despolitiza por todos os lados o debate público no Brasil e em várias democracias.
47:00 A principal vitória eleitoral desse movimento europeu contrário à imigração muçulmana, creio que foi na Holanda. E lá a defesa não é propriamente do cristianismo, mas da sociedade "livre", em sentido liberal. Eles defendem abertamente, por exemplo, a liberdade sexual, contra os islâmicos que são mais conservadores.
Tudo parece fazer muito sentido se aceitarmos que todos os movimentos identitarios sao iguais: supremacistas brancos xenófobos seriam o correlato dos movimentos negros. Nao me parece que seja assim.
A expressão "racismo estrutural - de conotação sistêmica (estrutura) onde a modificação de parte implicaria em alteração do quadro geral - usada pra adjetivar a questão racial no Brasil é incoerente pois ignora variações de status nas relações reais entre pessoas, independente da cor. A expressão "racismo estrutural" se mostra presa a um passado que passou e atribui a questão do "racismo", que existe, um ar determinista e derrotista, como se negros e negras não pudessem ser bem sucedidos e felizes, apesar das dificuldades comuns a todas as pessoas nesse país! Estrutura remete a "um conjunto de elementos entre os quais relações, tal que qualquer modificação de um elemento ou de uma relação arrasta uma modificação dos outros elementos ou relações." R. Boudon cit. C. Flament. A quoi sert la notion de "structure"? P. Gallimard, 1959, p.14. Sobre o racismo no Brasil, colidem extremos. Teorias levianas derivadas de vieses supremacistas estrangeiros que visam atenuar casos de racismo aqui e um estrabismo sociológico brazuca que não enxerga o país e se contenta com repetir manuais esquemáticos e acusar racismo em tudo! Vê-se no "estrutural", atribuido ao racismo, o contraste da ideia contida na adjetivação com nosso cotidiano, onde pretos, brancos,pardos, amarelos etc convivem, seja na miséria ou na fama. Isso torna a expressão uma linha de divisão e não de união pela superação da desigualdade. Anexar penduricalho retórico ("estrutural") a ideia estabelecida, num país onde pessoas adoram repetir sem pensar o que soa a novidade, certamente colabora pra vender livros. Vindo a público e encantando militantes, era esperada a midiatização da expressão e a bajulação ao autor. Há racismo no Brasil, mas é errôneo adjetivá-lo de "estrutural". Admiti-lo é endossar uma abstração de base social determinista que limitaria pessoas a um teto de realizações. Fosse estrutural racismo aqui, minha avó não casaria com meu avô e Silvio Almeida jamais seria ministro!
O analfabetismo funcional de militantes no Brasil tá matando as palavras, sobretudo as palavras graves, historicamente relevantes, cujo significado é depreciado pelo mau uso, se tornando mera ofensa usada como vírgula a pontuar reativas frases ocas geralmente sem fundamento nenhum. Foi nesse caldo cultural ralo, raso e fútil formado na última década e meia que o wokismo, importado dos EUA, passou a ser bovinamente reproduzido no Brasil como identitarismo por 3/4 da esquerda brasileira cabeça oca que reclama do Tio Sam mas basta algo surgir por lá que logo copia e reproduz aqui!
Dá pra se aliar ao Wilson Gomes no combate aos absurdos identitários, mas essa aliança só vai até a página 2. Humanismo, iluminismo, democracia liberal, esquerda, quanta coisa ruim junta em um discurso.
@@consideradomorto O que quer dizer com anacrônico? O Iluminismo trouxe apenas ilusões pro Ocidente. Principalmente pro Brasil, porque a Europa pelo menos lucrou com essa ideologia. Nós ganhamos muito mais com nossas tradições próprias.
@@nocontratempodoalgoritmo4810 entendi, era mera curiosidade mesmo! Interessante seu ponto! Falei anacronismo no sentido de vc ignorar o que esse pensamento pode ter trazido de bom no desenvolvimento da humanidade...
é certo que as práticas identitárias são uniformes em sua estrutura e imunes à demarcação ideológica ; mas me preocupa o suposto de que não haja diferenças entre os que as motiva, à esquerda e à direita: acaso, não vivemos uma situação de desigualdade social marcada por cortes que motivam a luta identitária no campo progressista? alegar uma analogia entre os dois campos ideológicos apenas pelo critério da ação estratégica de cada uma me parece reducionista. e com isso não negligencio que a estratégia identitária situada à esquerda mais aliena do que une as forças desse campo, mas apenas demarco a necessidade de construir os supostos dessa crítica de modo menos manco.
Que enorme satisfação ouvir dois grandes intelectuais trazendo um tema complexo e tão necessário para o momento. Professor Wilson é um iluminista , precisamos de luz pra guiar nossos propósitos como cidadãos . Wilson nos trás essa luz de maneira simples e clara , trás a realidade material pra o debate . Obrigada, Antônio Riserio por essa grande aula. Seu canal é o canal.
Parabéns mestre, o extremo de um lado fortalece o outro
Riserio, meu velho, essa foi incrível, genial, só li três livros seus, todos foda. Não tenho cacife pra te entrevistar, apesar de ter entrevistado jorge,Saramago e j.j veiga, nem seria petulante pra querer ser entrevistado por sua inteligência - você. Muita saúde nesse seu coração palpitante❤
Parabéns pelo excelente trabalho!
Fico muitíssimo agradecido por ouvir uma voz defendendo nossa gente e contrariando essa praga de identitarismo !
Há uma tensão emudecedora no ambiente universitário no Brasil. Pessoas estão evitando falar pra não se expor a agressividade persecutória de egos identitários rasos, contrariados. A continuar assim, as universidades se tornarão uma estufa de pensamento único. Infelizmente, a própria academia, que ao longo dos anos incentivou em parte a mediocridade identitária, hoje é silenciada e cancelada por identitários e vê intelectuais de vez em quando se agachando para aquela Inquisição por adesão a ondinha ou por receio de perder lugar em publicações.
Entrevista sensacional, Risério! Sou professor de História, tanto em colégio quanto em universidade, e concordo com o Wilson Gomes. Muitos professores (falo exclusivamente da minha experiência em cidades menores. Morei/moro há muito tempo em cidades do PA, da BA e atualmente do PR), até mesmo de esquerda, não são identitários e não militam em sala. Tem uns mais aguerridos sim, mas eles (e todos os outros) já sofrem com o identitarismo de direita (especialmente em instituições privadas) que avança. Uns tantos alunos (e pais) dizem que tudo é comunismo, ideologia de gênero etc. O que vejo é o identitatismo tanto de esquerda quanto de direita empobrecendo o debate educacional. Hoje, muito professor tem medo de promover debates em sala de aula porque não quer ser cancelado ou demitido. Nisso, todos perdem. No mais, grande abraço e continue com as entrevistas.
O papel do professor é dar ao aluno ferramental para entender o mundo, e não para "mudar" o mundo. Só depois de entender o mundo a pessoa saberá o que deve ser mudado.
Oi Risério! Que bom que vc resolveu continuar com o tema e o combate ao identitarismo! Bjo
Sim, um tema urgente! Estou adorando!
Parabéns pela entrevista honesta intelectualmente, coisa rara
Duas grandes Vozes verdadeiras da classe intelectual brasileira.
Um alento para nossos ouvidos cansados de identitarismo acadêmico assistir esta entrevista. Que bom que vocês existem e que me vejo pensando tão próximo a duas potências intelectuais nesta Bahia que se tornou o território em que só os pretos podem ser ouvidos.
Perfeito. Melhor analise que vi sobre o tema até hoje.
Sensacional, Risério. Há tempos acompanho voces dois e sempre achei que voces deviam se conhecer!
Fantástico, já vi três vezes!
Excelente entrevista. Wilson Gomes aprofunda e qualifica esse debate do identitarismo.
Wilson Gomes arrasou! Parabéns!
É muito agradável ver dois intelectuais, que admiro, juntos, conversando e presenteando a audiência com boa crítica, honestidade intelectual (coisa rara no Brasil de hoje) erudição e fina ironia! Ótima entrevista!
Esse é o tipo de entrevista que todo mundo que vê fica com raiva do entrevistado e esse é o maior sinal de que ele falou verdades e sapateou na cara dos caretas😂
🎉🎉🎉🎉
Gostaria de propor uma questão... Haveria um vínculo necessário entre guerra cultural (com suas pautas de costumes, valores morais e modos de vida), polarização afetiva e identitarismo? Ou esses fenômenos sociais poderiam se dar separadamente? Pois, no cenário atual, vejo esses conceitos como aspectos de uma mesma coisa, que despolitiza por todos os lados o debate público no Brasil e em várias democracias.
47:00 A principal vitória eleitoral desse movimento europeu contrário à imigração muçulmana, creio que foi na Holanda. E lá a defesa não é propriamente do cristianismo, mas da sociedade "livre", em sentido liberal. Eles defendem abertamente, por exemplo, a liberdade sexual, contra os islâmicos que são mais conservadores.
59:30 A melhor coisa do Brasil é o atraso.
Tudo parece fazer muito sentido se aceitarmos que todos os movimentos identitarios sao iguais: supremacistas brancos xenófobos seriam o correlato dos movimentos negros. Nao me parece que seja assim.
18:00 identitarismo
Não me lembro de alguma vez na vida já ter ouvido tanta bobagem dita com tanta convicção.😑
Teve alguma vaidade canceladora ferida?
A expressão "racismo estrutural - de conotação sistêmica (estrutura) onde a modificação de parte implicaria em alteração do quadro geral - usada pra adjetivar a questão racial no Brasil é incoerente pois ignora variações de status nas relações reais entre pessoas, independente da cor. A expressão "racismo estrutural" se mostra presa a um passado que passou e atribui a questão do "racismo", que existe, um ar determinista e derrotista, como se negros e negras não pudessem ser bem sucedidos e felizes, apesar das dificuldades comuns a todas as pessoas nesse país! Estrutura remete a "um conjunto de elementos entre os quais relações, tal que qualquer modificação de um elemento ou de uma relação arrasta uma modificação dos outros elementos ou relações." R. Boudon cit. C. Flament. A quoi sert la notion de "structure"? P. Gallimard, 1959, p.14. Sobre o racismo no Brasil, colidem extremos. Teorias levianas derivadas de vieses supremacistas estrangeiros que visam atenuar casos de racismo aqui e um estrabismo sociológico brazuca que não enxerga o país e se contenta com repetir manuais esquemáticos e acusar racismo em tudo! Vê-se no "estrutural", atribuido ao racismo, o contraste da ideia contida na adjetivação com nosso cotidiano, onde pretos, brancos,pardos, amarelos etc convivem, seja na miséria ou na fama. Isso torna a expressão uma linha de divisão e não de união pela superação da desigualdade. Anexar penduricalho retórico ("estrutural") a ideia estabelecida, num país onde pessoas adoram repetir sem pensar o que soa a novidade, certamente colabora pra vender livros. Vindo a público e encantando militantes, era esperada a midiatização da expressão e a bajulação ao autor. Há racismo no Brasil, mas é errôneo adjetivá-lo de "estrutural". Admiti-lo é endossar uma abstração de base social determinista que limitaria pessoas a um teto de realizações. Fosse estrutural racismo aqui, minha avó não casaria com meu avô e Silvio Almeida jamais seria ministro!
O analfabetismo funcional de militantes no Brasil tá matando as palavras, sobretudo as palavras graves, historicamente relevantes, cujo significado é depreciado pelo mau uso, se tornando mera ofensa usada como vírgula a pontuar reativas frases ocas geralmente sem fundamento nenhum. Foi nesse caldo cultural ralo, raso e fútil formado na última década e meia que o wokismo, importado dos EUA, passou a ser bovinamente reproduzido no Brasil como identitarismo por 3/4 da esquerda brasileira cabeça oca que reclama do Tio Sam mas basta algo surgir por lá que logo copia e reproduz aqui!
Dá pra se aliar ao Wilson Gomes no combate aos absurdos identitários, mas essa aliança só vai até a página 2. Humanismo, iluminismo, democracia liberal, esquerda, quanta coisa ruim junta em um discurso.
Vc é “contra” humanismo e Iluminismo?
@@o_oliveira_r Claro. Principalmente o segundo.
@@nocontratempodoalgoritmo4810 pq vc é contra o iluminismo? Aliás não é anacrônico pensar assim?
@@consideradomorto O que quer dizer com anacrônico? O Iluminismo trouxe apenas ilusões pro Ocidente. Principalmente pro Brasil, porque a Europa pelo menos lucrou com essa ideologia. Nós ganhamos muito mais com nossas tradições próprias.
@@nocontratempodoalgoritmo4810 entendi, era mera curiosidade mesmo! Interessante seu ponto! Falei anacronismo no sentido de vc ignorar o que esse pensamento pode ter trazido de bom no desenvolvimento da humanidade...
Piadista. O cara defende democracia liberal e não compreende que o que temos é exatamente essa democracia liberal que ele defende.
é certo que as práticas identitárias são uniformes em sua estrutura e imunes à demarcação ideológica ; mas me preocupa o suposto de que não haja diferenças entre os que as motiva, à esquerda e à direita: acaso, não vivemos uma situação de desigualdade social marcada por cortes que motivam a luta identitária no campo progressista? alegar uma analogia entre os dois campos ideológicos apenas pelo critério da ação estratégica de cada uma me parece reducionista. e com isso não negligencio que a estratégia identitária situada à esquerda mais aliena do que une as forças desse campo, mas apenas demarco a necessidade de construir os supostos dessa crítica de modo menos manco.
Nossa Riserio, Putaquipariu véi, tá bom pra caralho teu canal. Obrigado.