SIM! vi depois que a vertente dele é conhecida como “existencialismo cristão”, e que engloba questões sobre o livre arbítrio - dessa forma, o Memórias do Subsolo não seria um “precursor”, mas sim, um livro todo trabalhado em Kierkegaard (O duro é que essas nomenclaturas, esses esquemas, só vão se delimitando no séc XX - posso estar errada, claro)
Existencialismo cristão é uma escola de pensamento frequentemente associada à obra do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855). Trata-se de uma abordagem filosófica existencialista da teologia cristã.
@@marcelflenik1621 Já ia deixar um comentário bem parecido hehe Aproveito, então, pra deixar um adendo: é quase inevitável pensar em como a obra do Dostoiévski toca nessas correntes filosóficas e em questões de ordem religiosa, mas a complexidade dos escritos do autor transcende essas "caixinhas" e definições... São, aliás, as "contradições" da alma humana que fervilham nos seus textos, fazendo ver nuances que certamente não caberiam em discursos estritamente religiosos, existencialistas ou niilistas, por exemplo.
Sim, Kierkegaard era um cristão. luterano, para ser específico. Agora sabe onde você pode encontrar tanto o existencialismo como o niilismo e ainda o absurdismo de Camus? Pasmem: o livro de eclesiastes! O autor de Cohélet era quem deveria ser considerado como o "primeiro existencialista", afinal, não existe nada de novo debaixo do sol; tudo o que existiu um dia tornará a existir. (Vê um quê de "eterno retorno" aqui?).
O homem do subsolo queria descarregar toda a sua vaidade em Lisa, jogando-lhe na cara toda a sua triste situação, no intuito de inferiorizá-la diante do seu ego, para que ela o enxergasse como um benfeitor interessado em resgatá-la da depravação. Com isso o homem do subsolo podia se sentir menos desprezível, mas ele sequer imaginava que era Lisa quem o conhecia melhor do que ninguém e, enxergando a miséria do homem do subsolo, queria sinceramente salvá-lo. Então o homem do subsolo, descrente do amor e possuído de imensa vaidade, rejeitou o auxílio de Lisa, pois não queria aceitar que a pessoa a quem ele humilhara era na verdade superior a ele mesmo, permanecendo na ilusão, alimentada pela sua vaidade, de que só ele era capaz de fazer um grande gesto. O homem do subsolo sente inveja da virtude de Lisa.
A leitura desse livro foi a que mais doeu em toda minha vida. Não porque tive pena do personagem, mas pq me vi nele em várias situações. Consequentemente foi o livro que mais me mudou. Indico sempre que posso.
Pessoas desagradáveis, que se acham inteligentes e sensíveis, e acham que podem humilhar as outras pessoas quando querem, não são tão incomuns atualmente. A leitura deste livro é muito educativa mesmo.
Tati, esse personagem com essas descrições me lembrou Dom Casmurro, que tornou-se tudo isso, não por sua vontade, visto que ele nunca decidiu ou se responsabilizou por algo em sua vida. E ao mesmo tempo esse personagem, parece alguém que sofre de preciosismo e que acredita que na idade em que ele está já deveria “ser alguém” e não é. É aquela pessoa que quando nova todo mundo dizia: - Essa pessoa vai longe; que pessoa inteligente e no final a pessoa não fez nada de grande, porque sua própria inteligência e racionalidade á impediram de agir. Então, escolho o subsolo, ao invés de dizer que “fracassei”, por não ter me a riscado a viver.
mas ele próprio se colocou nessa situação pela sua soberba e ressentimento. perceba que há picos de razão quando ele se confronta em ir ou não... mas ele sempre é tomado pelas baixas emoções.
Alguns gostam de colocar Dostoievski como existencialista, e de fato há vários questionamentos existenciais nos seus livros, no entanto, ele se coloca radicalmente contra várias ideias que são frequentemente associadas ao existencialismo enquanto escola filosófica (principalmente a corrente de Sartre, que é a mais popular). É bom lembrar que Dostoievski não é propriamente um filósofo, e muitas das ideias que aparecem no livro são retrato dos personagens, não necessariamente do autor. Com frequência ele expõe essas ideias de forma tão elaborada que algumas pessoas chegam a pensar erroneamente que ele é partidário delas. Porém, ele deixa transparecer suas verdadeiras convicções no desfecho de seus livros: quase sempre o personagem niilista acaba vítima de seu próprio niilismo, o revolucionário vítima de seu próprio fanatismo, o libertino de sua libertinagem, e o ateu de sua própria descrença. A obra dele consiste, em grande parte, em um sutil manifesto contra essas ideias, e os desfechos trágicos dos personagens servem como um sutil alerta para que o leitor não cometa os mesmos erros. É curioso, pois é comum algumas pessoas apreciarem Dostoievski justamente por aquilo que ele condena nos seus livros.
A angústia do homem vem da incerteza quanto ao futuro, da impossibilidade de gerenciar seu futuro, de repente vem um tornado, um terremoto, uma doença, a morte acidental de um ser amado, o homem planeja tudo direitinho e um imprevisto qualquer muda o rumo de seu dsstino.
Quando li, associei a muitos que por mais que evoluam no conhecimento, na ciência e tecnologia, não conseguem evoluir afetivamente… o homem do subsolo mostra exatamente isso… Um homem instruído, mas vazio, sozinho e desesperadamente desejoso em ser amado e cortejado. Resenha sensacional!! Parabéns, Tati👏🏼👏🏼👏🏼
Quando nas primeiras páginas você se depara com a seguinte frase: "vou dizer-vos solenemente que, muitas vezes, quis tornar-me um inseto. Mas nem disso fui digno. (P. 18) (alguém tmbm lembrou Kafka?) Entenderá como será o livro. "Acostumava-me, ou melhor, não é que me acostumasse , mas de certo modo concordava voluntariamente em suportar tudo. Mas eu tinha uma solução apaziguadora: era refugiar-me no que fosse "belo e sublime" em devaneios, é claro" (p. 70)
Esse livro me lembrou o trecho bíblico " A quem muito foi dado, muito será cobrado". Pessoas que compreendem aonde estão, sabem que podem mais, porém não alcançam. Não por falta de ação mas por uma não resposta da vida. O personagem age e o retorno da vida é um silêncio que aparenta um vazio, semelhante a uma caverna sem eco. E isso causa sofrimento: compreender que se está sozinho no subsolo da vida.
Sim e tentou finalizar o livro falando da necessidade da fé em Cristo, como essencial à vida humana, mas foi impedido pela censura. Na edição da Penguin, na página 9, Rubens Figueiredo, mostra um treco da carta que o Dostoiévski envia ao irmão, indignado com a censura!!! O existencialismo precisava de uma porta, a qual, a fé em Cristo, fecharia na sua cara! 😂
Dostoiévski é o tipo de leitura que já começa muito bem logo de cara, e depois do 3° capítulo, quando o negócio pega fogo, aí é quando o leitor gruda a cara no livro e não quer mais largar, não importa a que horas da madrugada já são, ele já nem percebe mais o tempo, 100% imerso no romance. Isso é que é viver!!!
A pessoa realmente boa, altruísta, elevada, não precisa dizer nem provar a todo momento que é, quem precisa ficar afirmando que é boa, inteligente, altruísta, do bem, etc, é porque não é.
Divagando, depois que li esse livro fiquei pensando que esse homem do subsolo seria o Holden Caulfield (de O apanhador no campo de centeio) adulto e que depois, esse homem do subsolo se tornaria Bernardo Soares (do Livro do Desassossego)
Li este livro a alguns meses e até hoje lembro do personagem. Eu simplesmente amei a parte do subsolo. Cara que triste pelo menos pra mim. A gente se vê em muitos momentos .
Tenho 58 anos de idade, sou advogado faz 26 anos, não acredito mais em justiça neste país, na contabilidade profissional perdi mais do que ganhei, venci em criar minhas duas filhas. Mas tem uma coisa que nunca fiz ... escrever um livro. Suas postagens são sempre bem-vindas, lindas, amáveis e construtivas.
O autor retrata seu personagem com uma profundidade psicológica. Amei este livro. Me identifiquei em alguns momentos com o personagem deste livro. Incrível!!! 👍
"Agora vivo no meu canto, provocando a mim mesmo com a desculpa inútil de que o homem inteligente não pode, absolutamente, tornar-se nada. Apenas o tolo o faz". Esse livro é muito angustiante e ao mesmo tempo Hilário. Ótima resenha Tati.
Me identifiquei muito com o homem do subsolo, me vi nele quando adolescente (15 a 19 anos). É uma leitura muito densa, mas é muito boa e te deixa pensando muito sobre existencialismo e sobre como algumas dos pensamentos que aquele homem tem em algum momento, são tidos, mas expressados por outras ações
Dostoiévski é aterrador: mostra nos textos a lógica do excluído, da angústia e hipocrisia humanas; em poucas palavras, a "ficção ingénita" de tudo. Esse desconsolo da vida (beirando um cupio dissolvi), tem uma proposta cristã bastante tocante, embora inaplicável para uma sociedade corrupta e materialista, mesmo esta estando sob a alçada da poderosa Igreja Ortodoxa. De maneira bem pessoal, digo que Dostoiévski é um dos poucos autores que me tocam. Obrigado pela resenha!
" Vc está rindo, mas sabe que está errado rindo" kkkk gostei. Essa escolha dele em sentir a dor física, mesmo sabendo que não precisa sentí-la, vejo como uma manifestação de poder dele.
Outro dia fiquei surpreso ao saber que a pronúncia correta é 'Dastaiêvski" (em russo, a letra 'o' é pronunciada como 'a' se estiver em sílaba átona). Excelente análise do livro, fiquei com vontade de ler.
Tati, realmente, a angústia é algo presente de forma constante nessa fase de Dostoiévski. Terminei a leitura de “Memórias do Subsolo” nessa semana, e uma das principais interpretações que tive dos atos do protagonista foi a questão de sempre ceder às convenções, aos hábitos - em resumo, ao sistema - e ter uma consciência elevada e altamente crítica sobre ele. É como se a consciência dele estivesse lá, mas ele acabasse sendo pressionado pelo ambiente a agir de tal forma, mesmo tendo sempre certeza da sua “consciência elevada”. Como na própria edição da Editora34 nos informa, relembra muito o homem supérfluo de Turguêniev, incapaz de agir de acordo com suas verdadeiras convicções.
É um conto!! DOSTOIÉVSKI muda a cabeça de qualquer um (mais importante que a vida é a CONCIENCIA, mais importante que a felicidade é o caminho que leva a felicidade) DOSTOIÉVSKI.( Sonho de um homem ridículo) Também é excelente.
Estou lendo o "Como funciona a ficção", de James Wood, e ele se refere ao narrador de "Memórias do subsolo" como "narrador subterrâneo" ("narrador inconfiavelmente não confiável") e sendo mutio raro na ficção como um todo. (p.21).
"Eu tinha condições de entender o que se passava comigo. Sem tirania e poder sobre alguém eu não posso viver... Mas... mas, com racionalizações, não se pode explicar nada e, conseqüentemente, é inútil racionalizar." "Nós todos nos desacostumamos da vida, uns mais, outros menos, e nos desacostumamos ao ponto de sentirmos às vezes uma certa repugnância pela verdadeira “vida viva”, e por isso não podemos suportar que nos façam lembrar dela. Pois chegamos ao ponto de quase achar que a verdadeira “vida viva” é um trabalho, quase um emprego, e todos nós no íntimo pensamos que nos livros é melhor. E por que às vezes ficamos irrequietos, inventamos caprichos? E o que pedimos? Nós mesmos não sabemos. Nós mesmos nos sentiremos pior se nossos pedidos delirantes forem atendidos. / Nós nem sabemos onde vive essa coisa viva, o que ela é, como chamá-la! Deixem-nos sós, sem livros, e imediatamente ficaremos confusos, perdidos - não saberemos a quem nos unir, o que devemos apoiar; o que amar e o que odiar; o que respeitar e o que desprezar. Até mesmo nos é difícil ser gente - gente com seu próprio e verdadeiro corpo e sangue; sentimos vergonha disso, achamos que é um demérito e nos esforçamos para ser uma espécie inexistente de homens em geral. Somos natimortos, e há muito tempo nascemos não de pais vivos, e isso nos agrada cada vez mais. Estamos tomando gosto. Em breve vamos querer nascer da idéia, de algum modo. Mas basta, não quero mais escrever “do subsolo”..." sensacional o video
Ótimo vídeo, como sempre. Parabéns! Alguns fazem divisão, dizendo que Kierkegaard é o pai do existencialismo religioso e Nietzsche o pai do existencialismo não-religioso. Não obstante, o existencialismo (não com este nome) existe desde sempre. Essas reflexões, questionamentos e argumentos quanto a angústia e tudo que envolve a existência (a vida, o universo e tudo mais hehehe), pode ser encontrado bem claramente, por exemplo, no livro bíblico de Eclesiastes, que foi escrito pelo menos há 150 anos antes de Cristo. Ou seja, provavelmente isso surgiu até em uma época ainda mais distante que isso. Um abraço!
Eu amo assistir os vídeos da tati de manhã, além de saber mais sobre livros e etc, dá meio que uma calma sabe? Enfim, obrigada por trazer vídeos tão incríveis Tati!!
Quando ele começa a falar em “dois e dois são quatro”, logo me veio à mente 1984, cujo dois e dois podem ser cinco. A diferença é que a matemática do primeiro se trata da “realidade concreta” e o segundo, da “realidade construída”.
Simplesmente maravilhosa explicação. Estou realizando a releitura, e confesso que na primeira não entendi bulhufas! O início é confuso, justamente por ele se contrariar o tempo todo… Aí tu fica pensando que loucura é essa… E depois dessa explicação creio que terei uma boa leitura. E de fato dá para fazer um link com crime e castigo (que também é uma leitura maravilhosa), e compreender o Rodia…
Sofri de raiva do narrador, só terminei a leitura porque era Dostoievski. Valeu?! Valeu!!! Vou reler nesta nova edição. Obrigada! Gostei muito de suas considerações.
Eu adorei esse livro.Achei sensacional, é como se diz hj " um tapa na cara da sociedade" .Concordo com vc Tati,todos nós temos um pouco do homem do subsolo. É para se refletir. Agora, eu tbm ri muito e senti vergonha alheia no episódio dos amigos....Eu dizia pra mim: não, meu Deus ele não falou isso...kkkk🤦♀️
Amo seus resumos! Dá vontade de te chamar pra um café e ficar papeando... 🥰😘 Principalmente pq você não ideologiza as coisas... Vc simplesmente apresenta a análise. Hoje é tão difícil achar uma pessoa assim.
Tatiana, apesar de querer explicar muito que é um personagem essa narrativa tem tudo haver com o escritor, pois depois da prisão que expõe esses pensamentos buscando empatia do leitor, ponto que citou sobre a esposa dele é uma soma.
Livraço. Obs: sobre o Existencialismo, o dinamarquês Kiekegaard é considerado o precursor. Conhecido como Pai do existencialismo e o Sto Agostinho da contemporaneidade.
A melhor coisa de ter superado minha 'ressaca literária' que tive entre 2020 e 2021, que não tinha vontade de ler e nem acompanhar nada sobre livros, e agora q voltei a ler com tudo, tive o prazer de 'maratonar' vários vídeos da Tati, a tristeza é q infelizmente fiquei 'em dia' e agora tenho q esperar pelos novos kkkkk
Quando ele começa a falar em “dois e dois são quatro”, logo me veio à mente 1984, cujo dois e dois podem ser cinco. A diferença é que a matemática do primeiro se trata da “realidade concreta” e o segundo, da “realidade construída”.
Eita, Tati. Eu peguei esse livro pra ler junto contigo, me faltam 50 páginas, e como achei que a resenha vinha mais pro final do mês estava lendo de forma mais lenta... Vou apressar o término da leitura, e depois volto aqui.
Acabei de ler esse livro mas na versão da Nova Fronteira "Notas do Subsolo e o Grande Inquisidor" da coleção "Clássico para Todos". Definitivamente a ausência das notas de apoio fazem falta para entender o contexto histórico. Porém o que mais me surpreende é a Tati falando que a segunda estória foi a que ela mais gostou. Eu sofri horrores para ler essa, demorei uns meses para concluir o livrinho só por causa dessa bendita kkkkkk a agonia e vergonha alheia tomaram conta de mim a cada palavra que ia passando. E para melhorar, o outro único livro que eu havia lido dele foi Gente Pobre, seu primeiro romance, que é muito diferente desse livro. Já a terceira estória foi a que mais gostei, talvez por ter visto e conhecido aquele tipo de gente, me pareceu mais crível do que a segunda. Independentemente das minha experiência pessoal com a leitura e a dificuldade de passar uma ou duas páginas, o livro é uma obra de arte. Acho que todo mundo que quer ler os grandes livros do Dostoiévski pode começar por aqui. É sensacional.
Graça a Deus consegui concluir nesta semana, a compra de toda a obra dostoiévskiana; inclusive sua biografia em cinco volumes produzida por Joseph Frank. 📖❤
12:07 Acredito que as contradições do subsolo não são porque o personagem necessariamente está mentindo. Ele analisa tanto a própria vida e a essência de suas atitudes e pensamentos que as vezes ele enxerga na sua personalidade contradições. É como se racionalmente ele percebesse a contradição de seu ser mas devesse relatá-la porque ela é verdade: Racionalmente ele é instruído a não ser supersticioso, mas SENTIMENTALMENTE ele é, como se essa característica de sua personalidade fosse algo enraízado por alguma circunstância que ele não entende, sabe que não é certa e pior, não consegue mudar! E eis aí o muro de sua racionalidade, 2 + 2 é igual a 4, sendo 4 o resultado que torna o homem profundamente o que ele é, ao ponto de não se ter forças para mudar isso e então ele se isola neste subsolo onde ele enxerga a ironia maior de sua vida quando por acaso o resultado infinito das coisas geram uma convenção de fatores que formam um ponto de vista "Belo e Sublime".
Eu li esse livro e cheguei no final perturbado um pouco. Porque me vi em diversos momentos na pele desse personagem. Muitas vezes a gente quer ser diferente, a gente quer ser de boa, mas essa loucura misteriosa que é o nosso cérebro, nos faz tomar decisões desastrosas e embaraçosas em muitos momentos da vida. Acho que a pior sensação que uma pessoa pode ter na vida, é se sentir diferente, deslocado, saber que não é ou não precisa ser assim, mas não ter forças pra mudar essa condição.
em relação ao existencialismo, o primeiro não foi kierkgaard? e ele falava e acreditava em deus....
SIM! vi depois que a vertente dele é conhecida como “existencialismo cristão”, e que engloba questões sobre o livre arbítrio - dessa forma, o Memórias do Subsolo não seria um “precursor”, mas sim, um livro todo trabalhado em Kierkegaard
(O duro é que essas nomenclaturas, esses esquemas, só vão se delimitando no séc XX - posso estar errada, claro)
Existencialismo cristão é uma escola de pensamento frequentemente associada à obra do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855). Trata-se de uma abordagem filosófica existencialista da teologia cristã.
Ótima informação !
@@marcelflenik1621 Já ia deixar um comentário bem parecido hehe Aproveito, então, pra deixar um adendo: é quase inevitável pensar em como a obra do Dostoiévski toca nessas correntes filosóficas e em questões de ordem religiosa, mas a complexidade dos escritos do autor transcende essas "caixinhas" e definições... São, aliás, as "contradições" da alma humana que fervilham nos seus textos, fazendo ver nuances que certamente não caberiam em discursos estritamente religiosos, existencialistas ou niilistas, por exemplo.
Sim, Kierkegaard era um cristão. luterano, para ser específico. Agora sabe onde você pode encontrar tanto o existencialismo como o niilismo e ainda o absurdismo de Camus? Pasmem: o livro de eclesiastes! O autor de Cohélet era quem deveria ser considerado como o "primeiro existencialista", afinal, não existe nada de novo debaixo do sol; tudo o que existiu um dia tornará a existir. (Vê um quê de "eterno retorno" aqui?).
"O homem do subsolo era funcionário público e tratava mal as pessoas."
O cara trampava no Detran.
Detran MG, que vc está falando?😊
KKKKKKKKK essa foi boa
Juro que imaginei um Detran…
KKKKKKKKK totalmente
Kkkkkkk
O homem do subsolo queria descarregar toda a sua vaidade em Lisa, jogando-lhe na cara toda a sua triste situação, no intuito de inferiorizá-la diante do seu ego, para que ela o enxergasse como um benfeitor interessado em resgatá-la da depravação. Com isso o homem do subsolo podia se sentir menos desprezível, mas ele sequer imaginava que era Lisa quem o conhecia melhor do que ninguém e, enxergando a miséria do homem do subsolo, queria sinceramente salvá-lo. Então o homem do subsolo, descrente do amor e possuído de imensa vaidade, rejeitou o auxílio de Lisa, pois não queria aceitar que a pessoa a quem ele humilhara era na verdade superior a ele mesmo, permanecendo na ilusão, alimentada pela sua vaidade, de que só ele era capaz de fazer um grande gesto. O homem do subsolo sente inveja da virtude de Lisa.
A leitura desse livro foi a que mais doeu em toda minha vida. Não porque tive pena do personagem, mas pq me vi nele em várias situações. Consequentemente foi o livro que mais me mudou. Indico sempre que posso.
👏👏👏
Somos 2
tbm senti isso hauah
Eu também!!!
Eu também rs me identifiquei em algumas partes.
Pessoas desagradáveis, que se acham inteligentes e sensíveis, e acham que podem humilhar as outras pessoas quando querem, não são tão incomuns atualmente. A leitura deste livro é muito educativa mesmo.
🎯🎯🎯🎯🎯
pessoas são só pessoas
Provavelmente sempre foi assim
@@Eduardo-zp1os , sempre. "Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico"
Rapaz ... Agora deu vontade de ler
Você literalmente mudou a minha vida. Li 15 livros desde que conheci o seu canal. Isso jamais aconteceu antes.
que massa, Pym!! Parabéns
👏🏼👏🏼
👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
👏🏻👏🏻👏🏻⚘
Tati, esse personagem com essas descrições me lembrou Dom Casmurro, que tornou-se tudo isso, não por sua vontade, visto que ele nunca decidiu ou se responsabilizou por algo em sua vida.
E ao mesmo tempo esse personagem, parece alguém que sofre de preciosismo e que acredita que na idade em que ele está já deveria “ser alguém” e não é. É aquela pessoa que quando nova todo mundo dizia: - Essa pessoa vai longe; que pessoa inteligente e no final a pessoa não fez nada de grande, porque sua própria inteligência e racionalidade á impediram de agir. Então, escolho o subsolo, ao invés de dizer que “fracassei”, por não ter me a riscado a viver.
Excelente!
Faz todo sentido essa observação
ótima observação
Muito inteligente sua observação.
Excelente observação!
Durante a tal festa no hotel, eu fiquei com o pensamento recorrente de “amigo, saia daí. Você NÃO precisa disso” rs
Quem nunca foi o " amigo " indesejado na roda? Que esta lá sentindo pena de si próprio
Nossa sim !! Literalmente acabei de ler o livro e achei angustiante essa parte
mas ele próprio se colocou nessa situação pela sua soberba e ressentimento. perceba que há picos de razão quando ele se confronta em ir ou não... mas ele sempre é tomado pelas baixas emoções.
Alguns gostam de colocar Dostoievski como existencialista, e de fato há vários questionamentos existenciais nos seus livros, no entanto, ele se coloca radicalmente contra várias ideias que são frequentemente associadas ao existencialismo enquanto escola filosófica (principalmente a corrente de Sartre, que é a mais popular). É bom lembrar que Dostoievski não é propriamente um filósofo, e muitas das ideias que aparecem no livro são retrato dos personagens, não necessariamente do autor. Com frequência ele expõe essas ideias de forma tão elaborada que algumas pessoas chegam a pensar erroneamente que ele é partidário delas. Porém, ele deixa transparecer suas verdadeiras convicções no desfecho de seus livros: quase sempre o personagem niilista acaba vítima de seu próprio niilismo, o revolucionário vítima de seu próprio fanatismo, o libertino de sua libertinagem, e o ateu de sua própria descrença. A obra dele consiste, em grande parte, em um sutil manifesto contra essas ideias, e os desfechos trágicos dos personagens servem como um sutil alerta para que o leitor não cometa os mesmos erros. É curioso, pois é comum algumas pessoas apreciarem Dostoievski justamente por aquilo que ele condena nos seus livros.
Que comentário cirúrgico.
Oque é ser filósofo pra vc?
Comentário brilhante! Ele era um ferrenho cristão ortodoxo.
Ótimo comentário. Percebi o mesmo lendo esse livro. O Dostoievski apresenta essas ideias como exemplos negativos, e não como exaltação.
Perfeito.
A angústia do homem vem da incerteza quanto ao futuro, da impossibilidade de gerenciar seu futuro, de repente vem um tornado, um terremoto, uma doença, a morte acidental de um ser amado, o homem planeja tudo direitinho e um imprevisto qualquer muda o rumo de seu dsstino.
Quando li, associei a muitos que por mais que evoluam no conhecimento, na ciência e tecnologia, não conseguem evoluir afetivamente… o homem do subsolo mostra exatamente isso… Um homem instruído, mas vazio, sozinho e desesperadamente desejoso em ser amado e cortejado.
Resenha sensacional!! Parabéns, Tati👏🏼👏🏼👏🏼
Quando nas primeiras páginas você se depara com a seguinte frase: "vou dizer-vos solenemente que, muitas vezes, quis tornar-me um inseto. Mas nem disso fui digno. (P. 18) (alguém tmbm lembrou Kafka?) Entenderá como será o livro.
"Acostumava-me, ou melhor, não é que me acostumasse , mas de certo modo concordava voluntariamente em suportar tudo. Mas eu tinha uma solução apaziguadora: era refugiar-me no que fosse "belo e sublime" em devaneios, é claro" (p. 70)
Simmmm veio na cabeça na hora!
Cara, eu lembrei na hora...
“A leitura que vai se lendo e escorregando no sofá.” Adorei esta obra, quanto ódio desse personagem, mas ao mesmo tempo ele é um reflexo de todos nós.
Esse livro me lembrou o trecho bíblico " A quem muito foi dado, muito será cobrado". Pessoas que compreendem aonde estão, sabem que podem mais, porém não alcançam. Não por falta de ação mas por uma não resposta da vida. O personagem age e o retorno da vida é um silêncio que aparenta um vazio, semelhante a uma caverna sem eco. E isso causa sofrimento: compreender que se está sozinho no subsolo da vida.
Excelente comentário! Reflete meus pensamentos acerca deste livro.
Ca cete reflexão
Dostoiévski viu o abismo que existe na mente do ser humano.
Mais do que ver, ele viveu
Sim e tentou finalizar o livro falando da necessidade da fé em Cristo, como essencial à vida humana, mas foi impedido pela censura. Na edição da Penguin, na página 9, Rubens Figueiredo, mostra um treco da carta que o Dostoiévski envia ao irmão, indignado com a censura!!! O existencialismo precisava de uma porta, a qual, a fé em Cristo, fecharia na sua cara! 😂
@@4almasfilme962que legal essa história! Vou buscar mais informações
O abismo olhou de volta pra ele
Dostoiévski é o tipo de leitura que já começa muito bem logo de cara, e depois do 3° capítulo, quando o negócio pega fogo, aí é quando o leitor gruda a cara no livro e não quer mais largar, não importa a que horas da madrugada já são, ele já nem percebe mais o tempo, 100% imerso no romance. Isso é que é viver!!!
A pessoa realmente boa, altruísta, elevada, não precisa dizer nem provar a todo momento que é, quem precisa ficar afirmando que é boa, inteligente, altruísta, do bem, etc, é porque não é.
Divagando, depois que li esse livro fiquei pensando que esse homem do subsolo seria o Holden Caulfield (de O apanhador no campo de centeio) adulto e que depois, esse homem do subsolo se tornaria Bernardo Soares (do Livro do Desassossego)
Li este livro a alguns meses e até hoje lembro do personagem. Eu simplesmente amei a parte do subsolo. Cara que triste pelo menos pra mim. A gente se vê em muitos momentos .
Noites brancas se não leu, recomendo.
Lá vai eu colocar essa leitura pra 2022
Tenho 58 anos de idade, sou advogado faz 26 anos, não acredito mais em justiça neste país, na contabilidade profissional perdi mais do que ganhei, venci em criar minhas duas filhas.
Mas tem uma coisa que nunca fiz ... escrever um livro. Suas postagens são sempre bem-vindas, lindas, amáveis e construtivas.
O autor retrata seu personagem com uma profundidade psicológica. Amei este livro. Me identifiquei em alguns momentos com o personagem deste livro. Incrível!!! 👍
"Agora vivo no meu canto, provocando a mim mesmo com a desculpa inútil de que o homem inteligente não pode, absolutamente, tornar-se nada. Apenas o tolo o faz".
Esse livro é muito angustiante e ao mesmo tempo Hilário. Ótima resenha Tati.
Meu esquema mental ae
Estou lendo esse livro, vim clarear e facilitar a minha leitura. Sensacional
O subsolo representa a mente, o chão, no seu lugar mais baixo possível, aí reside as memórias do narrador, aí reside o cerne de sua existência.
Bom dia, terminei o livro Além Do Planeta Silencioso, C.S. Lewis, estou lendo Um Conto De Natal, Charles Dickens, boas leituras Tlt.
Coincidência, também estou lendo um conto de natal, do Dickens 😊
Oque você achou de Além do planeta silencioso?
Simmmm!!!
Já estou com todos esses livros aqui !
@@jeanlucas7281 Muito bom, vontade de continuar lendo já tenho Perelandra, 👍
Tô no Irmãos Karamazov, sincronia ❤️
Imagina! Acabei de ler Memórias do subsolo hoje! Baita sincronicidade kkkk! Jung, rogai por nós 😂😂😂
Me identifiquei muito com o homem do subsolo, me vi nele quando adolescente (15 a 19 anos). É uma leitura muito densa, mas é muito boa e te deixa pensando muito sobre existencialismo e sobre como algumas dos pensamentos que aquele homem tem em algum momento, são tidos, mas expressados por outras ações
Dostoiévski é aterrador: mostra nos textos a lógica do excluído, da angústia e hipocrisia humanas; em poucas palavras, a "ficção ingénita" de tudo. Esse desconsolo da vida (beirando um cupio dissolvi), tem uma proposta cristã bastante tocante, embora inaplicável para uma sociedade corrupta e materialista, mesmo esta estando sob a alçada da poderosa Igreja Ortodoxa. De maneira bem pessoal, digo que Dostoiévski é um dos poucos autores que me tocam. Obrigado pela resenha!
Esse livro me assustou, parecia que ele estava me descrevendo em certas partes, 160 anos atrás.
Descobri essa obra em 2017,quando estava muito doente, foi um marco em minha vida, foi quando decidi não desistir!
Tati + Dostoiévsky = Paz no coração 🥰
Nem assisti ao vídeo ainda, mas já dei like, porque é Dostoievski!
" Vc está rindo, mas sabe que está errado rindo" kkkk gostei.
Essa escolha dele em sentir a dor física, mesmo sabendo que não precisa sentí-la, vejo como uma manifestação de poder dele.
Outro dia fiquei surpreso ao saber que a pronúncia correta é 'Dastaiêvski" (em russo, a letra 'o' é pronunciada como 'a' se estiver em sílaba átona). Excelente análise do livro, fiquei com vontade de ler.
Tati, realmente, a angústia é algo presente de forma constante nessa fase de Dostoiévski. Terminei a leitura de “Memórias do Subsolo” nessa semana, e uma das principais interpretações que tive dos atos do protagonista foi a questão de sempre ceder às convenções, aos hábitos - em resumo, ao sistema - e ter uma consciência elevada e altamente crítica sobre ele. É como se a consciência dele estivesse lá, mas ele acabasse sendo pressionado pelo ambiente a agir de tal forma, mesmo tendo sempre certeza da sua “consciência elevada”. Como na própria edição da Editora34 nos informa, relembra muito o homem supérfluo de Turguêniev, incapaz de agir de acordo com suas verdadeiras convicções.
Um beijo da Suíça 🇨🇭 estou esperando sua visita.
É um conto!! DOSTOIÉVSKI muda a cabeça de qualquer um (mais importante que a vida é a CONCIENCIA, mais importante que a felicidade é o caminho que leva a felicidade) DOSTOIÉVSKI.( Sonho de um homem ridículo) Também é excelente.
Estou lendo o "Como funciona a ficção", de James Wood, e ele se refere ao narrador de "Memórias do subsolo" como "narrador subterrâneo" ("narrador inconfiavelmente não confiável") e sendo mutio raro na ficção como um todo. (p.21).
"Eu tinha condições de entender o que se passava comigo. Sem
tirania e poder sobre alguém eu não posso viver... Mas... mas, com
racionalizações, não se pode explicar nada e, conseqüentemente, é inútil
racionalizar."
"Nós todos nos desacostumamos da vida, uns mais, outros menos, e nos
desacostumamos ao ponto de sentirmos às vezes uma certa repugnância pela
verdadeira “vida viva”, e por isso não podemos suportar que nos façam lembrar
dela. Pois chegamos ao ponto de quase achar que a verdadeira “vida viva” é um
trabalho, quase um emprego, e todos nós no íntimo pensamos que nos livros é
melhor. E por que às vezes ficamos irrequietos, inventamos caprichos? E o que
pedimos? Nós mesmos não sabemos. Nós mesmos nos sentiremos pior se nossos
pedidos delirantes forem atendidos. / Nós nem sabemos onde vive essa coisa viva, o que
ela é, como chamá-la! Deixem-nos sós, sem livros, e imediatamente ficaremos confusos, perdidos - não saberemos a quem nos unir, o que devemos apoiar; o
que amar e o que odiar; o que respeitar e o que desprezar. Até mesmo nos é
difícil ser gente - gente com seu próprio e verdadeiro corpo e sangue; sentimos
vergonha disso, achamos que é um demérito e nos esforçamos para ser uma
espécie inexistente de homens em geral. Somos natimortos, e há muito tempo
nascemos não de pais vivos, e isso nos agrada cada vez mais. Estamos tomando
gosto. Em breve vamos querer nascer da idéia, de algum modo. Mas basta, não
quero mais escrever “do subsolo”..."
sensacional o video
aaah, ele não é desagradável, as vezes repulsivo, mas sempre com um objetivo
Ótimo vídeo, como sempre. Parabéns! Alguns fazem divisão, dizendo que Kierkegaard é o pai do existencialismo religioso e Nietzsche o pai do existencialismo não-religioso. Não obstante, o existencialismo (não com este nome) existe desde sempre. Essas reflexões, questionamentos e argumentos quanto a angústia e tudo que envolve a existência (a vida, o universo e tudo mais hehehe), pode ser encontrado bem claramente, por exemplo, no livro bíblico de Eclesiastes, que foi escrito pelo menos há 150 anos antes de Cristo. Ou seja, provavelmente isso surgiu até em uma época ainda mais distante que isso. Um abraço!
Eu faço a mesma leitura que você. Acho que a Tati vai concordar com sua tese quando chegar no livro de Eclesiastes.
Eu amo assistir os vídeos da tati de manhã, além de saber mais sobre livros e etc, dá meio que uma calma sabe?
Enfim, obrigada por trazer vídeos tão incríveis Tati!!
Concordo
Eu li esse livro e fui ficando abismada do tanto de coisa que foi tirada a partir desse livro: Machado de Assis, Fernando Pessoa, clube da luta rs...
Nossa, eu enxergava o Fernando Pessoa todinho na medida em que ia lendo...
Clube da luta kkk verdade. O personagem do filme é exatamente esse do livro hehe
Fernando pessoa? Dê exemplos!! Eu amo o Pessoa, mas ainda não li este livro.
Quando ele começa a falar em “dois e dois são quatro”, logo me veio à mente 1984, cujo dois e dois podem ser cinco. A diferença é que a matemática do primeiro se trata da “realidade concreta” e o segundo, da “realidade construída”.
@@julianasoares554O poema Tabacaria por exemplo
Boooom domingo!
O ser humano é muito complexo e Dostoiévski consegue desvendar essa complexidade.
Cara, so sei que com o que você contou sobre o livro, senti um peso, um desgosto. Mais vou comprar
Bom dia! Terminei Um conto de Natal,Charles Dickens, estou lendo Orgilho e Preconceito. amo esse canal.
É triste ver que um canal tão bom não têm pelo menos 1M.
Memórias do Subsolo é o livro de cabeceira do personagem principal do romance Memórias de Underground, de Roger Scruton.
Me identifico com o homem do subsolo em vários pontos.
Incrível como você consegue extrair tanto do conteúdo desse livro, uma resenha muito bem trabalhadas 😮
Dostoievski + TLT = Perfeição
Simplesmente maravilhosa explicação. Estou realizando a releitura, e confesso que na primeira não entendi bulhufas! O início é confuso, justamente por ele se contrariar o tempo todo… Aí tu fica pensando que loucura é essa… E depois dessa explicação creio que terei uma boa leitura. E de fato dá para fazer um link com crime e castigo (que também é uma leitura maravilhosa), e compreender o Rodia…
Comecei a ler esse livro essa semana. Coincidência boa!
Sofri de raiva do narrador, só terminei a leitura porque era Dostoievski. Valeu?! Valeu!!! Vou reler nesta nova edição. Obrigada! Gostei muito de suas considerações.
Eu adorei esse livro.Achei sensacional, é como se diz hj " um tapa na cara da sociedade" .Concordo com vc Tati,todos nós temos um pouco do homem do subsolo. É para se refletir.
Agora, eu tbm ri muito e senti vergonha alheia no episódio dos amigos....Eu dizia pra mim: não, meu Deus ele não falou isso...kkkk🤦♀️
Este foi o primeiro livro que li do Dostoiéviski e fiquei impactado com tudo, principalmente com o final, que é um tapa na cara do leitor.
É o meu livro favorito do dosto. Tati, vc pensa em ler Vida e Destino?
Amo seus resumos! Dá vontade de te chamar pra um café e ficar papeando... 🥰😘 Principalmente pq você não ideologiza as coisas... Vc simplesmente apresenta a análise. Hoje é tão difícil achar uma pessoa assim.
Adorei o personagem
Valeu!
Bom domingo Tati :)
Dostô 😍
Tatiana, apesar de querer explicar muito que é um personagem essa narrativa tem tudo haver com o escritor, pois depois da prisão que expõe esses pensamentos buscando empatia do leitor, ponto que citou sobre a esposa dele é uma soma.
Livraço.
Obs: sobre o Existencialismo, o dinamarquês Kiekegaard é considerado o precursor. Conhecido como Pai do existencialismo e o Sto Agostinho da contemporaneidade.
Kkk 8 minutos e eu já sinto que sou uma completa bocó kkk Devo voltar várias casas e estudar. Adoro seu canal Tati!
Dostô e Tatiana = tudo para mim.
A melhor coisa de ter superado minha 'ressaca literária' que tive entre 2020 e 2021, que não tinha vontade de ler e nem acompanhar nada sobre livros, e agora q voltei a ler com tudo, tive o prazer de 'maratonar' vários vídeos da Tati, a tristeza é q infelizmente fiquei 'em dia' e agora tenho q esperar pelos novos kkkkk
Essa provavelmente vai ser minha última leitura de Dostoievski, comecei uma leitura de todos os livros do autor e de clássicos russos num geral.
Quando ele começa a falar em “dois e dois são quatro”, logo me veio à mente 1984, cujo dois e dois podem ser cinco. A diferença é que a matemática do primeiro se trata da “realidade concreta” e o segundo, da “realidade construída”.
Como vc mesmo diz, de tanto ouvir suas resenhas já me sinto sua amiga e da família! Kkk
Entre as caixas da mudança, ouvindo a sua voz 😍 Doce sensação familiar...
Sugestão: um vídeo sobe a nova opção de dar e-books de presente na Amazon, com um exemplo prático.
Bom dia minha querida musa! Li esse livro notável e agora com sua resenha, vou reler. Bom domingo pessoa linda
Nossa essa segunda historia me doeu tanto que é a parte do livro que mais lembro dos detalhes
Esse livro é fantástico realmente.
Que Grande Estudioso da Mente Humana esse Fiodor! Sem duvida um dos maiores da Literatura. Boas leituras.
Bom dia, Tati! 💙
Eita, Tati. Eu peguei esse livro pra ler junto contigo, me faltam 50 páginas, e como achei que a resenha vinha mais pro final do mês estava lendo de forma mais lenta... Vou apressar o término da leitura, e depois volto aqui.
30 minutos de vídeo, que maravilha!!!! ❤
Acabei de ler esse livro mas na versão da Nova Fronteira "Notas do Subsolo e o Grande Inquisidor" da coleção "Clássico para Todos". Definitivamente a ausência das notas de apoio fazem falta para entender o contexto histórico. Porém o que mais me surpreende é a Tati falando que a segunda estória foi a que ela mais gostou. Eu sofri horrores para ler essa, demorei uns meses para concluir o livrinho só por causa dessa bendita kkkkkk a agonia e vergonha alheia tomaram conta de mim a cada palavra que ia passando. E para melhorar, o outro único livro que eu havia lido dele foi Gente Pobre, seu primeiro romance, que é muito diferente desse livro. Já a terceira estória foi a que mais gostei, talvez por ter visto e conhecido aquele tipo de gente, me pareceu mais crível do que a segunda.
Independentemente das minha experiência pessoal com a leitura e a dificuldade de passar uma ou duas páginas, o livro é uma obra de arte. Acho que todo mundo que quer ler os grandes livros do Dostoiévski pode começar por aqui. É sensacional.
Ótimo! de Rio Grande - RS, gratidão!
Ahhhhhhhh como eu amo e admiro essa mulher! ❤
Ler esse livro ouvindo Molchat Doma- Sudno é tudooo
Por pura coincidência terminei ontem de ler memórias do subsolo. O livro é simplesmente incrível.
Ah pronto, quero esse livro
grande livro. Grande autor ...
Graça a Deus consegui concluir nesta semana, a compra de toda a obra dostoiévskiana; inclusive sua biografia em cinco volumes produzida por Joseph Frank. 📖❤
Esse livro é fantástico, amei...
Bom dia🤗
Começando o domingo em grande estilo com Tati Feltrin e Dostoievski.
Um ótimo domingo e uma excelente semana à todos.💓
Li este livro na época da faculdade. Me deixou bem depressivo, mas gostei da história.
Eu ouvi em audiobook. Agora comecei a assistir o filme no TH-cam.
certeza que ele escreveu esse livro com base em como era a minha vida
Bom diaaaa ❤️❤️❤️ o incrível Dostoiévski, eu só li Crime e Castigo, mas eu amei demais, o proximo é Irmãos Karamazov 🍀
Nossa, Os Irmãos Karamazov é meu favorito do Dostô!!!
O seu trabalho é lindo, essa foi uma das resenhas mais deliciosas de ouvir e assistir.
Acabei de ler esse livro e infelizmente me identifiquei mais do que queria com o narrador. Tenho medo grande de me tornar esse cara do livro.
Também me divirto lendo Dostoiévski Tati. A história do esquilo, que o menino Kólia conta no livro Os irmãos Karamázov, é muito hilária.
O Razumíkhin, amigo do Raskólnikov, em Crime e Castigo, também me fez rir em diversos momentos kkkkkk
12:07 Acredito que as contradições do subsolo não são porque o personagem necessariamente está mentindo. Ele analisa tanto a própria vida e a essência de suas atitudes e pensamentos que as vezes ele enxerga na sua personalidade contradições. É como se racionalmente ele percebesse a contradição de seu ser mas devesse relatá-la porque ela é verdade: Racionalmente ele é instruído a não ser supersticioso, mas SENTIMENTALMENTE ele é, como se essa característica de sua personalidade fosse algo enraízado por alguma circunstância que ele não entende, sabe que não é certa e pior, não consegue mudar! E eis aí o muro de sua racionalidade, 2 + 2 é igual a 4, sendo 4 o resultado que torna o homem profundamente o que ele é, ao ponto de não se ter forças para mudar isso e então ele se isola neste subsolo onde ele enxerga a ironia maior de sua vida quando por acaso o resultado infinito das coisas geram uma convenção de fatores que formam um ponto de vista "Belo e Sublime".
Um gênioooooooooooo
Já começa com sou um homem doente
Só esse parágrafo já vale o livro
Eu li esse livro e cheguei no final perturbado um pouco. Porque me vi em diversos momentos na pele desse personagem.
Muitas vezes a gente quer ser diferente, a gente quer ser de boa, mas essa loucura misteriosa que é o nosso cérebro, nos faz tomar decisões desastrosas e embaraçosas em muitos momentos da vida.
Acho que a pior sensação que uma pessoa pode ter na vida, é se sentir diferente, deslocado, saber que não é ou não precisa ser assim, mas não ter forças pra mudar essa condição.