Manifesto Coletivo

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  • เผยแพร่เมื่อ 27 พ.ย. 2024
  • Durante a Integração mensal da Monte Azul, realizada dia 1o de julho, convidamos todas e todos os colaboradores que se sentissem tocados a virem de roupa preta para manifestarmos coletivamente nosso luto por todas as vidas que vêm sendo ceifadas em nossas terras originalmente verdes.
    Carta-Manifesto:
    A LUTA PELA DIGNIDADE humana e de todos os seres que vivem no planeta Terra, nossa grande Mãe, é uma ação a ser realizada agora, hoje, neste momento de muita dor, de incertezas e de angústias. Não é possível adiar este compromisso, pois a irreversibilidade dos danos que causamos ao nosso planeta grita neste instante. A vida dos que lutam por justiça social, pelo meio ambiente, pelos direitos constitucionais e inerentes a qualquer pessoa estão em risco neste momento. Fome, racismo, violência homofóbica, abusos de poder, assassinatos, entre outras tantas tragédias, vivenciamos dia-a-dia.
    Em 2022 batemos novos tristes recordes de desmatamento, causando a perda de uma biodiversidade única, cuja importância vital ainda mal conhecemos. Vejam: neste mês de junho houve um desmatamento de 926 km2 somente na floresta amazônica. Estamos invadindo e destruindo as terras e culturas milenares dos povos indígenas, os tradicionais guardiões das florestas, dando lugar para o agronegócio que beneficia a poucos “poderosos” em detrimento da pobreza da grande maioria da população. É o fomento de um ciclo destrutivo de mineração, exploração madeireira, criação de gado bovino em extensos pastos, monocultura transgênica de soja e milho, uso indiscriminado de agrotóxicos nas plantações, sendo o Brasil o maior consumidor mundial de agrotóxicos: um bilhão de litros de agrotóxicos são utilizados por ano.
    Mortes violentas de indígenas e de ambientalistas (Dom, Bruno e tantos outros “invisíveis” para a mídia), Moise (africano congolês morto impiedosamente no Rio de Janeiro), Genivaldo (sergipano morto asfixiado pela polícia por não estar usando capacete enquanto dirigia sua motocicleta), violência LGBT (Brasil é o pais com maior número de pessoas LGBT assassinadas, tendo ocorrido uma morte a cada 29 horas, em 2021).
    O tombamento de tantas vidas não é uma questão de triste coincidência ou tragédia isolada, mas resultado de um projeto coletivo que não valoriza a vida. No entanto, a dor sofrida por tantas perdas não é motivo para desesperançar, mas sim um convite para honrar a vida destas pessoas, construir o mundo onde elas não puderam viver, onde elas, e nós, merecemos viver. É o futuro de nossos filhos que está em risco! Construir, reconstruir uma sociedade onde a vida possa se manifestar em sua plenitude precisa ser um projeto comum, comunitário, fraterno, apartidário, em busca de um bem comum universal.
    "É preciso ter esperança,
    mas ter esperança do verbo esperançar;
    porque tem gente
    que tem esperança do verbo esperar.
    E esperança do verbo esperar
    não é esperança, é espera.
    Esperançar é se levantar, é ir atrás,
    esperançar é construir,
    esperançar é não desistir!
    Esperançar é levar adiante,
    esperançar é juntar-se com outros
    para fazer de outro modo..."
    Paulo Freire

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