42:12 Esse ponto que ele levanta sempre me intrigou. Passei um bom tempo no Plano Piloto, tenho ou tive família em várias R.As (Asa Norte, Lago Sul, Guará, Taguatinga, Sudoeste, Cruzeiro, Jardim Botânico), e acho a ideia genial, principalmente das superquadras. Por que o conceito não foi aplicado em outras R.As ou até mesmo pelo Brasil? Minha conclusão é talvez polêmica: acredito que a maioria dos brasileiros são avessos à ordem, organização, urbanidade e beleza. Eu por exemplo, hoje vivo em Goiânia, cujos bairros em sua grande maioria não foram planejados. E ouço muitos dizendo que aqui é muito mais bonito que Brasília. Conhecendo profundamente as duas cidades, posso afirmar categoricamente que não é o caso. Mas eu entendo. Goianienses são muito elitistas, a ideia dos pilotis, por exemplo, ser um espaço público é abominável para eles. Odeiam e logo identificam quem é "do bairro", quem é "intruso". "O que essa pessoa está fazendo no meu prédio? Na minha quadra?", gostam de dizer. Gostam dos cruzamentos infindáveis, dos prédios de vinte andares com lazer completo, de sentir que certos lugares e certos cantos são exclusivos. Em Goiânia não me sinto à vontade para frequentar a praça de outro bairro, parece que ficam farejando quem é de lá... Em Brasília sinto que realmente é tudo democrático, ninguém se importa se alguém da Asa Norte frequenta uma praça do Cruzeiro. Posso sentar entre os pilotis de qualquer bloco e ninguém vai poder falar "saia do meu prédio". Por essas e outras, eu entendo por que o modelo das superquadras não foi adotado no restante do Brasil... Aqui em Goiânia, por exemplo, nunca daria certo. Não por causa do projeto, mas por fraqueza de caráter das pessoas mesmo... E estou no meu "lugar de fala" (apesar de odiar o termo) pois sou goianiense e vivo aqui.
Tenho o mesmo sentimento, no entanto, Oscar dizia gostar de exaltar as construções em si, individuais, imponentes e destacadas umas das outras, realmente muito comum praças assim na europa, mas em um país quente como o nosso e ainda no árido Centro-Oeste do Brasil, acho que a arborização faz sim muita falta!
Como que este arquiteto depoente compara uma super quadra com plano Cerdá? Qual a relação entre um conceito urbanístico e outro? Existe um equivoco de conceitos ai.
Concordo que as super quadras e o plano Cerdà nada tem a ver em forma ou contexto, mas se entendi bem, ele quis dizer que tanto um quanto outro foram revolucionários para o urbanismo em sua respectiva época.
Eles são tão diferentes assim? Poderiam me explicar? Sou leigo, porém apaixonado por planejamento urbanístico. Gostaria muito de uma comparação entre os dois.
Parabéns ao Sesc por esse documentário. Bastante instrutivo.
42:12 Esse ponto que ele levanta sempre me intrigou. Passei um bom tempo no Plano Piloto, tenho ou tive família em várias R.As (Asa Norte, Lago Sul, Guará, Taguatinga, Sudoeste, Cruzeiro, Jardim Botânico), e acho a ideia genial, principalmente das superquadras. Por que o conceito não foi aplicado em outras R.As ou até mesmo pelo Brasil? Minha conclusão é talvez polêmica: acredito que a maioria dos brasileiros são avessos à ordem, organização, urbanidade e beleza. Eu por exemplo, hoje vivo em Goiânia, cujos bairros em sua grande maioria não foram planejados. E ouço muitos dizendo que aqui é muito mais bonito que Brasília. Conhecendo profundamente as duas cidades, posso afirmar categoricamente que não é o caso. Mas eu entendo. Goianienses são muito elitistas, a ideia dos pilotis, por exemplo, ser um espaço público é abominável para eles. Odeiam e logo identificam quem é "do bairro", quem é "intruso". "O que essa pessoa está fazendo no meu prédio? Na minha quadra?", gostam de dizer. Gostam dos cruzamentos infindáveis, dos prédios de vinte andares com lazer completo, de sentir que certos lugares e certos cantos são exclusivos.
Em Goiânia não me sinto à vontade para frequentar a praça de outro bairro, parece que ficam farejando quem é de lá... Em Brasília sinto que realmente é tudo democrático, ninguém se importa se alguém da Asa Norte frequenta uma praça do Cruzeiro. Posso sentar entre os pilotis de qualquer bloco e ninguém vai poder falar "saia do meu prédio".
Por essas e outras, eu entendo por que o modelo das superquadras não foi adotado no restante do Brasil... Aqui em Goiânia, por exemplo, nunca daria certo. Não por causa do projeto, mas por fraqueza de caráter das pessoas mesmo...
E estou no meu "lugar de fala" (apesar de odiar o termo) pois sou goianiense e vivo aqui.
mds alguém planta 60 mil árvore nesses espaços áridos pfv
Tenho o mesmo sentimento, no entanto, Oscar dizia gostar de exaltar as construções em si, individuais, imponentes e destacadas umas das outras, realmente muito comum praças assim na europa, mas em um país quente como o nosso e ainda no árido Centro-Oeste do Brasil, acho que a arborização faz sim muita falta!
Como que este arquiteto depoente compara uma super quadra com plano Cerdá? Qual a relação entre um conceito urbanístico e outro? Existe um equivoco de conceitos ai.
Concordo que as super quadras e o plano Cerdà nada tem a ver em forma ou contexto, mas se entendi bem, ele quis dizer que tanto um quanto outro foram revolucionários para o urbanismo em sua respectiva época.
Eles são tão diferentes assim? Poderiam me explicar? Sou leigo, porém apaixonado por planejamento urbanístico. Gostaria muito de uma comparação entre os dois.
plano piloto totalmente elitista
Graças a Deus
Isiah Friedlander ??
Lucas Carilli !!