EVANGELHO DO DIA 13/09/2024 | Reflexão Parábola do Cego e da Trave | Lc 6,39-42
LITURGIA DIÁRIA: 23ª Semana do Tempo Comum | Sexta-Feira
- EVANGELHO DO DIA - Lucas 6,39-42
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Vossa Palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17)
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Reflexão do Evangelho
- Parábola do Cego e da Trave.
A parábola de Jesus sobre o cego guiando outro cego nos alerta para a importância da autopercepção e da humildade diante das nossas próprias falhas. Quando Ele pergunta se um cego pode guiar outro, a resposta implícita é clara: sem visão, ambos inevitavelmente cairão em um buraco. Isso nos faz refletir sobre a responsabilidade que temos de sermos sinceros e conscientes de nossas próprias limitações antes de tentar corrigir os outros. Se estivermos cegos para nossos próprios erros, como podemos orientar alguém? Essa metáfora é um chamado à autocrítica e à sinceridade, nos lembrando de que não podemos oferecer uma orientação genuína enquanto estivermos perdidos em nossos próprios problemas.
Jesus prossegue ressaltando que o discípulo não é maior que o mestre, mas que, quando bem formado, será como o mestre. Aqui, Ele nos ensina que o caminho para a sabedoria e o discernimento é um processo de aprendizado, e que a humildade é essencial. O discípulo precisa reconhecer sua posição de aprendiz, buscando formar-se adequadamente para seguir os passos do mestre. A formação cristã é um caminho contínuo de aprendizado, e somente após essa jornada, podemos nos assemelhar ao mestre, que é Cristo. Isso reflete a importância de reconhecer nossas falhas e a necessidade de crescimento espiritual constante.
A questão do cisco no olho do irmão e da trave em nosso próprio olho é uma das mais poderosas imagens que Jesus utiliza para falar sobre a hipocrisia. Muitas vezes, somos rápidos em apontar pequenos defeitos nos outros, enquanto ignoramos os problemas muito maiores em nós mesmos. Essa passagem nos desafia a refletir sobre o quão fácil é julgar o próximo sem olhar com a mesma severidade para as nossas próprias atitudes. Jesus condena essa atitude, pois ela revela uma falta de autoconhecimento e de humildade. Ele nos convida a uma mudança de foco: ao invés de gastarmos nossa energia em criticar os outros, devemos primeiro trabalhar em nossas próprias fraquezas.
A palavra "hipócrita", usada por Jesus, é especialmente forte e nos faz pensar sobre a gravidade desse comportamento. O hipócrita é aquele que, sem enxergar suas próprias falhas, finge ser capaz de ajudar os outros. Ele usa uma máscara de justiça, mas por dentro está preso aos seus próprios erros, sem reconhecer a necessidade de se corrigir. Essa hipocrisia destrói a autenticidade das relações humanas e nos afasta da verdadeira comunhão com Deus e com os irmãos. Jesus nos convida a um exame profundo de consciência, onde, antes de tentar corrigir os outros, devemos ser honestos e transparentes conosco mesmos.
Somente após removermos a "trave" do nosso próprio olho é que estaremos aptos a ajudar o próximo de forma verdadeira. Isso não significa que nunca devemos auxiliar os outros em suas dificuldades, mas que essa ajuda só pode ser eficaz quando somos humildes o suficiente para reconhecer e trabalhar em nossas próprias falhas. A lição final é sobre a empatia e o amor ao próximo, que só podem ser praticados genuinamente quando passamos pelo processo de autotransformação. Jesus nos ensina, assim, que o caminho para a verdadeira correção é a humildade, o autoconhecimento e a busca constante pela santidade.
A Paz de Cristo e o amor de Maria
Tia Alessandra
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