O erro identitário | Ponto de Partida
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- เผยแพร่เมื่อ 26 ก.ย. 2023
- Esta semana uma fenda se abriu na esquerda e os movimentos identitários estão sendo atacados. Isto pode mudar a maneira como a política funciona?
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PONTO DE PARTIDA
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Sou de esquerda e não gosto do identitarismo. Serei criticado, mas minha luta é pelo trabalho e não dividir.
ser de esquerda não faz de ninguém progressista....
@@coconutis5978 , tá aí o PCO que não te deixa mentir...
Tamo junto!
Impossível a esquerda se preocupar apenas com trabalho no século XXI.
Trabalho é extremamente importante pra qualquer cidadão dentro do capitalismo, mas lutar contra as opressões é tão importante quanto.
Enquanto a esquerda tradicional não entender que a luta por trabalho e a luta identitária andam juntas, o conflito interno permanecerá.
@@alexandre1perez não tem classe mais identitária do que homens brancos heterossexuais tentando manter os privilégios com a desculpa de que "não vejo cor, apenas classe". Esquerdomacho usa o "sou de esquerda" como se fosse licença pra alguma coisa (?) hahaha
Concordo. Fica difícil ter uma conversa franca sobre assuntos difíceis e necessários quando a gente é colocado em um campo minado de armadilhas de linguagem.
Uma das táticas dos movimentos identitários é justamente mudar o significado das palavras de uma maneira que seja mais conveniente para apoiar suas pautas.
Racismo, originalmente, significava preconceito contra qualquer “raça” em potencial? Então aparece um ideólogo que redefine racismo como sendo preconceito apenas contra determinadas “raças”. Isso autoriza os autoproclamados antirracistas a dizer e fazer contra quem eles consideram racistas coisas muito semelhantes ao que estes dizem e fazem contra as “raças” oprimidas.
Isso ocorre porque, em seus fundamentos filosóficos, os movimentos identitários não passam de uma vertente do antirracionalismo pós-moderno, que nega, por princípio, qualquer realidade objetiva fora do discurso, ou que afirma que o discurso cria a realidade social. Como se falar “indígena” ao invés de “índio”, “escravizado” ao invés de “escravo”, “negro” ao invés de “mulato”, fosse mudar as realidades das pessoas abrangidas por essas designações.
Pedro, você usou o mesmo adjetivo que eu, para descrever a ministra Aniele, quando fiquei sabendo do caso: deslumbrada. O problema é que o ministério ao qual ela representa precisa de trabalho, e não de deslumbramento.
O mais triste é ver que a torcida do São Paulo, a que mais sofre homofobia nos estádios, foi atacada por quem deveria deveria ser tolerante. A hipocrisia reina.
Realmente, mais um pouco ela ia usar isso pra ofender o São Paulo também
Sou de esquerda e Lulista e concordo com tudo que vc disse. Anielle precisa fazer uma retratação, precisa voltar 2 passinhos atrás e não cometer mais o mesmo erro e os movimentos de esquerda precisam voltar mais a base popular e menos identitária! Lamento muito q Lula não vá colocar no supremo uma mulher negra, essa seria uma grande chance porém se o Flávio Dino menos pior!
Pedro, fundamental críticar todos os lados.... obrigada por ser assim.
Sou pobre e preto, assim como era meu pai. Ele tinha uma ideia de pobre quando vê fartura passa vergonha. A referência se devia ao comportamento de alguns quando iam a festas na casa de gente rica e comida abundava. Lembrando do prato vazio em casa, o pobre exagerava à mesa. Meu avô exigia dele moderação. Tentei participar de um movimento, que na década de 90 tinha o objetivo de aumentar a auto-estima das pessoas de cor. Entrei na onda, mesmo sabendo que se tenho baixa estima não é devido a cor. Porém em alguns debates percebi um sectarismo doentio, então me afastei. Reforçando a ideia de jamais agir como manada, não me afiliando a religião, partido político, sindicato ou qualquer coisa que o valha. Dito isso tudo, me ofende uma preta que era pobre, desperdiçar tanto dinheiro num país em que o governo acredita transformar vidas com 600 reais, indo a um evento que passou desapercebido para a maioria de nós, ganhando destaque graças ao preconceito de quem deveria combatê-lo. Até parece o governo anterior onde os ministros sabotavam suas pastas. Desculpe, lembrei agora... SAUDAÇÕES TRICOLORES! #LeiaPedroFeroz
Saudação Tricolor, e de Itaquera SP, ainda. De outro preto/pardo que se sentiu ofendido e invisível pela assessora identitária.
Errado tu não está, há de se admitir!
@@charlessilva9743 tricolor em Itaquera ta no lugar errado hein kkk. Brincadeira! Saudações alvinegras e aquele abraço
@@CarlosEduardo-rz5ww , é nois.
Tanta coisa mais importante para nos preocuparmos do que linguagem neutra, gente...
Excelente comentário Pedro. Irretocável. Aniele deslumbrada, não dá. Votei com orgulho em lula, mas precisamos de discernimento no trato publico
Falando sobre a assessora de Anielle, o que vi foi uma soma de deslumbramento e falta de preparo para o cargo que ocupava. Poderia dizer que até senti vergonhs alheia por ela, tal o seu papel ridiculo num evento que deveria ter sido um marco pra pasta. Hoje soube que o governo dispõe de um manual de comportamento nas redes sociais. Num dos itens recomenda-se pensar antes de escrever. Então deduzo que ela não leu o Manual, ou leu mas não entendeu bulhufas ou simplesmente ela não pensa, nem antes nem depois de escrever.
Aniele deveria bater um papo com Silvio. "Não basta a mulher de César ser honesta tem que parecer honesta."
Ela virou desonesta?
O comentário da assessora de Anielle seria tratado como piada dentro de qualquer bolha progressista de ambiente universitário.
O problema é que ela não tava na universidade, tava no Governo.
Perfeito
Concordo com o marxismo. A pauta identitária não ajuda a acabar ou diminuir as desigualdades. Infelizmente o identitário, muitas vezes, se torna um radical que não enxerga uma sociedade coesa.
Parece que essas pessoas são extrema esquerda. Não acham que "erraram", apenas foram sinceras e mostraram como pensam. Dá para imaginar o que elas dizem e defendem fora dos espaços públicos.
Perfeito! Sou trans e considero o movimento muito agressivo. Não curto esse lado dele
Eu gostaria muito que essa moça se retratasse nas redes sociais. Não precisa pedir desculpas para os brancos ou paulistas, pode ser só pra torcida do São Paulo mesmo.
Mas a atitude foi a mesma de ministros do governo passado: fala besteira, o ministério se recusa a mandar embora, manda embora depois de muita pressão e depois se diz vítima de perseguição. Igualzinho o governo passado.
Eu só queria que pessoas mais civilizadas ocupassem o governo, mas minha esperança vai caindo cada vez mais.
Um PDP sem tirar nem por. Certeiro. Parabéns. 👏👏👏👏
Pensei a mesma coisa quando ouvi o tal "racismo reverso". Gente, racismo é racismo e ponto! Ótimos pontos, Pedro.
Sempre muito sensato!!!!👏👏👏👏👏👏👏
Ministro Silvio Almeida merece ficar responsavel pelos dois ministerios. Muito mais qualificado e ético.
Eu tenho uma ideia ainda melhor. Funde junto com o ministério da mulher também e faz como o Bolsonaro fazia
@@MatheusC1729 dai a Cesar o que é de Cesar.
Excelente análise. Nada a acrescentar. Por isso, como outros aqui, não posso deixar de me desviar do assunto principal e pensar - como seria bom para a democracia se acabassem as mordomias sem sentido, como aviões da FAB, foro privilegiado, ministérios e cargos sem fim, penduricalhos salariais etc etc etc
Roberto Mangabeira Unger fala que o identitarismo é uma exportação de cultura estado-unidense pro Brasil
E realmente é, lá essas questões são muito mais profundas do que aqui, aqui deveríamos ter outras prioridades
Perfeita a sua argumentação! Parabéns.👏👏👏👏👏
Os movimentos começam legítimos, depois crescem, conquistam marcos importantes, depois vai diluindo e acontece coisas como vimos com essa funcionária do ministério.
Começar "legítimo" não isenta de interesses claros de dominação e poder.
@@gutocst dominação e poder não isenta NINGUÉM: Igreja, Estado, donos de capital, movimentos sociais, quadros conservadores, etc etc etc.
@@flaviontherocks isso! O problema é a galera do identitarismo citada se colocar acima de qualquer interesse a não ser de """justiça""". No frigir dos ovos do cotidiano, vemos como se comportam diante casos breves de ostentação: Silvio de Almeida não precisou usar avião da FAB nem dançar em seu assento para assistir a final da Copa do Brasil. E muito menos tingir as críticas de racismo (sic).
Anielle só é ministra por ser irmã de Marielle, mas claro, falar essa obviedade também deve ser racismo.
Ela não tem perfil para o cargo e essa situação relacionada a irmã é muito sem sentido. Penso que Lula deveria demitir as duas! Mas vc já viu neh? Lula não quer dar munição p a extrema direita! Difícil! Numa reforma ministerial ela deveria ser retirada.
@@enin12 Por causa de um erro da assessora querem mandar embora a ministra. De repentes virou incompetente e apenas irma de Marielle. Quando uma pessoa negra erra, os brancos são implacáveis. Depois acham ruim quando chamamos vcs de racistas. Vai vendo… Pessoas brancas quando cometem erros relacionado ao racismo não são tratados dessa maneira. É só pedir desculpa que fica tudo bem . Estou mentindo?
Uma das análises mais sóbrias e necessárias que eu ouvi nos ultimos anos. Parabéns!
Agora tocou na ferida. Em boa linguagem de twiiter: Pessoal não sabe militar e fica dando close errado.
“Inverter a sociedade não vai acabar com sua dor” - Ponto de Equilibiro 💚💛❤️
Eu me considero progressista, mas essa história de linguagem neutra é um problema. As línguas naturais se desenvolvem segundo certos princípios e um deles é que a língua é um fato social. Isso significa que ela é compartilhada e aceita por toda a comunidade. Não pode ser imposta por apenas uma parte dela. Mexer na língua de forma artificial e forçada pode ter péssimas consequências, pois ela é algo que nos une num nível fundammental. Quando começarmos a discordar sobre como devemos usar a língua, pode ter certeza de que será o começo do fim.
Sou de esquerda, mas achei justa a demissão da assessora da Anielle e as críticas à Ministra. Todo apoio às minorias, mas algumas críticas precisam ser feitas
Sou centro direita e vejo com certeza os defeitos da direita
ÓBVIO. SABE QUEM É MALUCO? PEDRO DORIA, QUE QUEr DAR UMA MAMADA EM LAVAJATISTAS, A GENTE NÃO
Então já são três... a Tronicke, o Reinaldo Azevedo e você. Bom começo...hehe@@anamariaguimaraescorrierif5187
Porra Pedro, vc é foda cara, argumentos bem levantados! Parabéns
Eu não creio que convencer os outros seja importante para os identitários. O mais importante é impor seus valores aos outros. Se os hereges vão concordar ou não com isso é irrelevante; eles apenas têm que se submeter à nova ordem. É curioso que o incidente tenha envolvido times de futebol, porque é o mesmo tipo de coisa que esses times fazem. O flamenguista não quer ser amigo do corintiano, ele quer derrotá-lo.
Os grupos identitários dizem estar lutando pela igualdade, e em muitos casos suas lutas de fato promovem igualdade. Mas suas motivações são outras. Os seres humanos são muito bons em arranjar justificativas para suas verdadeiras motivações, e em algum nível eles realmente acreditam nelas.
Concordo integralmente. Já passou da hora de o movimento perceber essas questões.
A frase final foi um perfeito diagnóstico do problema! Agora, toca a pensar para achar a melhor solução!!!
Esse vídeo lavou minha alma. Deslumbramento e uso do identitarismo para tentar se esquivar de responsabilidades reais. Isso, numa escala menor pode até parecer inofensifo, mas pode ser fatal para esse governo que tem muito pouca margem para escândalos. Precisamos de pessoas mais maduras e menos deslumbradas para Lula 3 dar certo.
O Brasil é um país miscigenado e a gente deve se orgulhar disso. Todo mundo admira a Alemanha, a Suécia, o Canadá, mas não adota a austeridade com dinheiro público que lá existe.
Na entendo uma coisa. Se é pauliste, por que é presidenta? 🤔
não é pauliste, é paulista. somos paulista e esse colocação de gênero neutro para atacar nós da torcida do São Paulo ficou pior ainda que o próprio racismo contra nós deferido
Eu pensei nisso desde a primeira vez q ouvi essa bobagem de pronome neutro. Encheram tanto o saco com essa história de presidanta e agora vem querendo encher com um raciocínio contrário. Eles se perdem na narrativa. Ou narrative.
@@danielclemte paulista não é quem torce pro São Paulo. O nome disso é são paulino(a/e).
@@HinataPlusle eu sou paulista e São Paulino, por isso o comentário, eu sou daqui.
Perfeito como quase sempre. Pedro é alguém que discordo por princípio mas quase sempre concordo na prática. É alguém que instiga, provoca, desafia, sacode... mas também emociona, cativa e faz abrir um sorriso solitário atrás de uma tela de celular. É alguém necessário à nossa democracia, a qualquer democracia. Quem o alcança e o vê não consegue devê-lo. Parabéns pelo seu trabalho. Mensagem de um crítico, pelo menos em algumas coisas... mas também de um admirador.
Bolsonarismo ama o identitarismo.
Pelo menos os líderes políticos e religiosos que manipulam as massas adoram - mais munição para atrair simpatizantes. Já os seguidores odeiam visceralmente.
O Dino no STF me deixa triste. Acho que ele contribuiria muito como um futuro presidente! Tem muita gente boa p assumir STF, mas para um cargo como de presidente não! Abraço Pedro!
Isso me faz pensar que o Lula tá fazendo isso pra nãõ ter concorrência. É óbvio que o Dino é mais capacitado e safo que o Lula
Do jeito que o Pedro falou, ficou parecendo que o movimento identitário é um só, organizado e concorde/uniforme. Mas ele é completamente descentralizado e bem desorganizado.
Pouca leitura, disputas ensandecidas por espaço/poder e arroubos juvenis em discurso são suas marcas.
O cerne da questão Pedro Dória, é a defesa da cidadania. Uma sociedade de cidadãos é uma sociedade que preserva os direitos e deveres de todos:brancos, pretos, amarelos, vermelhos, verdes...homens, mulheres, pessoas que não se reconhecem como um nem outro...Então a identidade defendida só pode ser a do cidadão. E qualquer desvio disso será pela escolha de um tribalismo, que será defendido como o sentimento tribal justo por quem o defende.
Quando você diz que quem não concorda com a liberação do aborto por livre vontade (para além das já determinadas três exceções contidas na lei) é gente de "extrema direita", você age com a mesma tática que você imputa ser um erro identitário. Então uma pessoa não pode considerar que a vida humana começa na concepção, e não ser uma pessoa de extrema direita?
Veja, uma pessoa nem mesmo precisa considerar a existencia de uma "alma humana" para poder compreender que o inicio da vida de um ser humano está no surgimento de um embrião em um útero. O que significa dizer que uma pessoa filosoficamente materialista pode compreender que a relativização da vida humana, que permite o simples descarte do corpo de seres humanos nos seus primeiros estágios de desenvolvimento é algo terrivelmente negativo, pois implica na negação da humanidade de certos indivíduos, que nem mesmo tiveram a chance de se expressar, de se defender.
Uma pessoa materialista portanto (veja, ele não é o "ser inferior", o crente em uma alma, que por certo juízo é sempre um simplório, por quem a classe iluminada e pensante deve ter no maximo uma tolerancia...) pode pensar assim, e ainda considerar acertada as determinações legais que permitem o aborto nos casos já estabelecidos pela lei, por considerar que em tais casos (estupro, risco de morte da mãe, e anencefalia), a terrível dramaticidade dos casos imputa a solução do aborto o triste caráter de um "mal menor".
Esta pessoa então, é de extrema direita? Veja como o seu modo de caracterizar faz uso da simplificação que você caracteriza como "erro identitário".
Linguagem Neutra é pauta de país rico. Em países como o Brasil, esquerda, direita, centro, em cima, embaixo, tem que se preocupar com desemprego, inflação, saneamento básico, qualidade da educação...
Essa pauta foi importada dos EUA, o povão aqui em geral (tem excessões) não se importa com essas pautas.
Essa pauta é usada como ferramenta política apenas…
@@richard9585
Visto que a pauta é indiferente para a maioria dos eleitores, por ser importada ou por vir de um ambiente universitário que é restrito, logo é o tipo de pauta que não dá voto. Qual o sentido de ter uma ferramenta política, em uma Democracia, que não dá voto? Não entendo! A melhor crítica aos excessos do identitarismo nos EUA é feita pela própria esquerda americana, pelo historiador Mark Lilla, exatamente esse sentido, de não dar votos, fragmentar a base e não tratar dos problemas comuns a maioria do eleitorado. Inclusive das minorias sociais. Linguagem neutra e discussões intermináveis sobre banheiro unissex melhora em que na prática a vida das pessoas trans? A militância não entende que discutir capacitação, escolaridade e mercado de trabalho para essa população faz mais sentido do que essa bobajada de "todes"?
@@tattianasalles3019 concordo contigo, existem outras prioridades, mas as pessoas que usam o identitarismo como ferramenta, querem obter outros ganhos com isso, não necessariamente voto.
Eles gostam de suas bolhas, tem um ego nas alturas, e gostam de ter seguidores como capital político
Muito bom vídeo, Pedro.
Excelente vídeo!!
Excelente!
Sobre “linguagem neutra”, é coisa de quem não conhece nada de Linguística, ou mesmo o básico sobre as origens do Português. Tá certo, ninguém é obrigado a saber tudo, mas quem ousa propor uma mudança tão radical na estrutura gramatical da língua tem obrigação de se informar a respeito.
O Latim, ancestral do Português, tinha um gênero neutro, mas aplicável apenas a certos objetos ou conceitos, não a pessoas. Para estas, havia somente dois gêneros gramaticais, o masculino e o feminino, que também eram aplicáveis a alguns outros entes. Na origem do Português, o antigo gênero neutro se perdeu, e todos os substantivos e adjetivos, mesmo os referentes a objetos inanimados e ideias abstratas, tiveram que assumir, de maneira um tanto arbitrária, um dos dois gêneros restantes, “masculino” (aplicável a homens) e “feminino” (por ser aplicável a mulheres).
E, sim, por influência do patriarcalismo da sociedade, o gênero “masculino” é dominante em algumas situações, como os plurais com pessoas dos dois sexos - basta um professor junto a nove professoras para que os dez sejam chamados de “professores”, “eles” no masculino.
Criar um gênero gramatical neutro aplicável a pessoas vai contra, portanto, uma tendência multimilenar anterior à nossa própria língua, desde os primórdios do Latim! É um aspecto extremamente estável, pra não dizer “conservador”, na estrutura do nosso idioma. Por mais que os identitaristas insistam, é altamente improvável que esta mudança se efetive.
Seria muito mais viável, nesse aspecto, propor algo menos radical: que os plurais não sejam mais obrigatoriamente “masculinos” quando se referirem a grupos mistos de homens e mulheres. Seria muito mais lógico, e perfeitamente aceitável para a maioria das pessoas, chamar um grupo de nove professoras e um professor de “professoras”, “elas”.
Mas e como ficam as pessoas não-binárias, as agêneros, as de gênero fluido etc.? Bem, elas teriam que escolher um dos gêneros gramaticais para si. Criar um gênero gramatical neutro para a conveniência delas seria impor uma inconveniência para a imensa maioria dos falantes do Português - a quem os gêneros masculino e feminino são mais convenientes. É o tipo de situação que não dá pra garantir o “direito da minoria” sem violar o “direito da maioria”. Se alguém vai ter o seu direito violado (de ser enquadrado no gênero gramatical de sua preferência), que seja então o menor número possível de pessoas.
Sou professor de Português e de Inglês. Muito bem observado.
Não canso de dizer que essa é a Esquerda que a Direita gosta.
Tem certeza que não é aquela que faz acordo com o Centrão enquanto silencia os grupos historicamente mais oprimidos?
Bonitinho, porém a vida real não é assim. A direita vai crescer sempre pelo senso comum. Se você vai coadunar com isso, sinto muito
@@Theneves15 Não entendi se seu comentário é pra minha resposta ou pro primeiro comentário. Mas a "vida real" é que a opressão não é igual pra todas as pessoas, e é preciso fazer o recorte de gênero e raça, sim. Isso não prejudicarem em nada a luta por uma sociedade mais igualitária, bem pelo contrário, e é falacioso achar que uma coisa exclui a outra. Se isso realmente faz crescer a direita ( não achei até agora uma só evidência disso, mas ok...) , seria motivo pra deixar os grupos mais oprimidos quietinhos ou pra mudar a maneira como a sociedade pensa sobre si própria?
Excelente vídeo. Penso que é preciso reforçar argumentos de garantias de direitos sem tantos particularismos. Pessoas devem ser respeitadas independentes de orientação sexual, gênero ou cor de pele. Merecem dignidade porque são pessoas. Nesse ponto, gosto muito do pensamento filosófico do John Rawls, sobre o liberalismo igualitário.
Absurdo não é Lula escolher "mais um homem branco", absurdo é Lula escolher um homem para a vaga de Rosa Weber em uma corte que já possuia apenas duas mulheres. Enorme perda para a luta da igualdade de gênero.
É foda, negão, é foda, alias se fosse foda consensual era bom né?
Olha me incomoda isto profundamente, nos primeiros discursos que era um tal de "todes" para um lado "todes" para o outro e só pensava com os meus botões, isto só ajuda a inflamar e dar material à lunático de porta de quartel.
O Brasil é um pais que não sei nem como descrever as vezes tão adiantado as vezes parece que querem voltar a idade média, duas historias que ouvi esta semana, uma comigo e outra com uma amiga da minha sogra, ambas em São Paulo. A comigo eu aluguei um apartamento a duas pessoas que depois acabei por descobrir que eram drag queens constantemente tenho recebido reclamações da sindica sobre barulho e digo que preciso de provas se quiser entrar com um pedido de quebra de contrato, e ela nunca me manda e por final a reclamação principal é que eles são gays e recebem pessoas gays dentro do condominio (o que ela falou você ia gostar de estar aqui e ver pessoas estranhas entrando no condôminio?) . Outro causo quando conversavamos sobre isto com minha sogra ela falou de um casal homosexual feminino com um filho pequeno comprou um apartamento e desde então no condôminio sempre acaba sendo ofendida por ser quem são ao ponto de proibirem a filha de usar a piscina porque ela não tinha um pai.
Ambos podem ser maus entendidos, sim mas para quem está vivendo a situação é real é como elas se sentem.
O que me deixa puto com uma ministra que reclama e faz bosta e coloca uma mascara de identárismo para justificar as próprias merdas é que quem realmente sofre nestas situações perde espaço.
Sempre achei que apenas donos de bares trabalhassem vendo jogo de futebol....
Henry Bugalho também fez um bom vídeo sobre o tema.
Se fosse comigo eu baixaria a patente do depoente. Ia ser Sargento Heleno pra lá e pra cá.
Verdade. Gosto muito dos livros do Andrew Solomon que fala muito bem sobre isso. Isso acaba enfraquecendo a luta contra o racismo no fim das contas. Parabéns pelo vídeo e trabalho, Pedro! Não concordo sempre mas sempre faz eu pensar e refletir mais sobre assuntos importantes. Abraços!
Eu concordo com você, Pedro, tempos difíceis e o identitárismo não nos ajuda.
MARAVILHOSA PONTUAÇÃO...
Excelente Doria!!!
Concordo, concordo, concordo !!!
Eu queria ver esse ímpeto de ambas à parte por segurança pública, todos cegos o povo sangrando, morrendo e ficando cada vez mais preso em casa e nós ocupando espaço precioso por discussões que o povo pobre mais clama qie é segurança pública.
Parabéns. Sua e didática justa e sensivel
Lula está sendo impessoal. Está também usando de estratégia e sabedoria para a manutenção da democracia na conjuntura deste momento. Foi por essas competências que votei nele.
arrasou, Pedro
Excelente análise
Ela podia usar o avião da FAB? Podia. Ela devia ter feito isso? Não.
Mas... por que os jornais bateram tanto nela enquanto não falaram absolutamente NADA do Fufuca que também é ministro e estava no mesmo voo?
Perfeito, Pedro!!!!
O engraçado eh que eu concordo em geral com todas essas pautas, e eu tenho gente como Angela Davis como uma das autoras mais importantes para a esquerda atual... porem, talvez seja por certos principios do libertarianismo de esquerda (como coesão entre fins e meios, grande preocupação com possiveis derivas autoritárias, critica ao punitivismo e a ideia de se vender vingança como justiça), eu tenho uma grande divergencia em prática com muitas dessas pessoas que adotam essa retórica. Obviamente, uma das coisas que eu tendo mais a ser contra é a cultura do cancelamento (e também sou muito crítica da dependencia química que essa esquerda tem do Twitter, que agora se tornou "X" após ser comprada por um supremacista branco - então nunca ninguém vai me achar lá). Porém eu também tenho uma visão mais ampla sobre temas como antirracismo e feminismo. Eu não essencializo a questão, como muita gente do movimento negro faz. Eu considero que existe racismo estrutural e racismo casual - e mesmo que um negro não possa ser estruturalmente racista contra um branco, ele pode ser casualmente racista contra um branco, em geral, por retaliação - e o que é preciso esclarecer é que esse tipo de retaliação contribui mais para a racialização e para a escalada da tensão racial. Porém, negros podem sim ser racistas estruturais contra outros grupos que também sofrem racismo estrutural: no caso do Brasil seriam indígenas, nordestinos, asiáticos, judeus/árabes, imigrantes de outros paises latino americanos, oriente médio, ou mesmo da África ou do Haiti, afinal, podem ser racistas inclusive com outros negros. E não só os negros podem fazer isso, qualquer outro grupo pode usar o racismo que sofre como escudo para ser racista com outras minorias racializadas. Esse é o verdadeiro perigo: alguém que faz comentários sarcásticos sobre os brancos do São Paulo, talvez tenha uma visão negativa sobre pessoas multirraciais (o que é comum no movimento negro) e essa pessoa talvez insensibilize ou descredibilize pessoas indígenas (como também é comum no movimento negro). Talvez essa pessoa seja até antissemita, caso consuma teorias da conspiração como "black hebrew israelites" (para quem não sabe, o movimento nacionalista negro de extrema direita que Kenye West faz parte) - eu inclusive conheci uma pessoa do movimento negro aqui na minha cidade que acreditava nisso anos atrás. E é por isso que eu separo identitarismo de interseccionalidade. O identitário é, em seu âmago, um nacionalista. Ele acredita que o seu povo é oprimido e que se libertará e que todos conspiram para o oprimir. Já a interseccionalidade aposta exatamente na diferença e na capacidade de coalizão entre pessoas diversas para eliminar diferentes opressões. O identitario costuma fazer olimpíada de opressão, já aqueles que praticam interseccionalidade, críticam esse tipo de comportamento. O identitarismo não se resume apenas a raça e etnia - porque se não ele se chamaria apenas etnonacionalismo - ele também se aplica a gênero. Uma das características mais profundas desse identitarismo é a negação da universalidade humana e das questões de classe por um lado... mas também a incorporação de elementos do nacionalismo em coisas que antes não eram foco disso, como eu já disse, genero. E bem mais do que o movimento negro atual, o maior exemplo disso talvez seja exatamente o feminismo radical. O feminismo radical sempre atuou para colocar as mulheres cisgênero como o grupo mais oprimido da história da humanidade, ignorando qualquer nuance. É comum que feministas radicais procurem, ao invés de combater o patriarcado estruturalmente, usar homens fracos como alvos para linchamentos morais, mas o mal mora mais embaixo. As feministas radicais disseram que queriam "abolir gênero", mas na prática aderiram a uma estratégia de inspirações nacionalistas, o separatismo de gênero, ao mesmo tempo que regrediam teoricamente e equalizavam gênero e sexo biológico, e o resultado de tudo isso foi justamente um movimento identitário feminino transfóbico. Feministas radicais ignoram questões de classe, em geral são mulheres brancas de classe média, em geral são punitivistas e tem um projeto de criar um "etnoestado feminino" - que não é realmente étnico, mas que trata gênero da mesma forma que um governante da áfrica do sul dos anos 60 trataria raça. É até irônico, porque se formos por ai, a demanda por linguagem neutra nem é realmente identitária, é na verdade universalizante (o problema é realmente o português, pois no inglês, como foi dito, o neutro já existe, o que faz a questão ser muito mais de tratamento individual - o que faz da questão trans e queer não realmente identitária, mas sim libertária, ou seja, o indivíduo pode ser o que quiser, sem se submeter as imposições tradicionais/identitárias da sociedade - a questão de mudar a lingua é mais uma especificidade brasileira).
Mas eu tendo a ter uma visão herética nesses meios. Eu tendo a não cancelar pessoas, tendo a tolerar gente falando muita coisa errada porque eu tendo a apostar na argumentação e na persuasão, e não no punitivismo. E no fundo eu não gosto de identidades, eu tendo a gostar da ambiguidade, das zonas de indefinição, ou de coisas como devir, metamorfose e etc. A idéia de uma identidade estática para mim me parece essencialmente opressiva. E eu tendo a me ver como humana antes de me ver como pertencente a uma raça ou nacionalidade. Tudo isso já é resultado do colonialismo. E voltando ao movimento negro, a experiência histórica é que os direitos foram conquistados quando se teve compromisso com o universalismo e que em geral, quando isso é sacrificado em nome de um projeto totalmente focado na identidade, o que existe é revés. Em outras palavras, a parte que presta da sociedade (ou seja, boa parte da esquerda e os liberais - o que exclui os fascistas e fanáticos religiosos) tende a abraçar a emancipação das pessoas negras e acolhe-las em uma comunidade universal, mas essa parte da sociedade não está disposta a marchar com o movimento negro em direção a um projeto etnonacionalista. A mesma coisa pode ser dita em relação ao movimento feminista. O compromisso com a humanidade pode parecer um preço amargo para muitas pessoas, mas isso é na verdade é o preço que nós pagamos para sermos livres, que é sacrificar nossa sede de poder. E é ai que está a crítica libertária: os movimentos de libertação, sejam de qualquer espécie, se corromperão em movimentos de dominação caso almejem o poder. Se o negro almejar recriar a estrutura etnonacional criada pelos brancos, ele tende a ser o revolucionário que se tornará, no poder, pior que o czar. E para finalizar, liberdade para todos, poder para ninguém.
Sensacional seu comentário! Venho tentando construir isso que você escreveu aqui na minha mente há alguns anos e você trouxe tudo bem organizado! A visão tem que ser humana e não de pequenos grupos, se não vira um revanchismo ou busca de poder por parte de um grupo contra outros. Obrigado pela colocação!
A interligação entre sex0 e gênero é algo da natureza humana, os cientistas sociais que estão separando, o movimento Queer é libertário e tem fins místico religioso, algo de cunho gnóstico , querem transcender o corpo, pois acham que nasceram de forma errada, os antigos gnóstico acreditavam que a matéria era má
Identitarismo é neoliberalismo.
Claro! lembro bem da tachter e do reagan defendendo os pressupostos do identitarismo! (meu caro, nao passe vergonha gratuita assim)
❤❤ Pedro, smp bom te ouvir... grata, como cidadã!
Muito deslumbramento mesmo...
Na língua inglesa, como no latim, o gênero neutro, em princípio, se refere a coisas. Pode haver exceções, mas nessas línguas, um ser humano é masculino ou feminino.
Sempre coerente.
Excelente reflexao! Obrigada!
Eu ainda não vi essa reportagem Pedro. Obrigada por trazer esse reportagem aqui.
Muita lucidez! ❤ obrigada
Política baseada em reação dá nisso. O problema é sempre quem faz e nunca o que se faz. Beyonce nunca deixou de ser "rainha" pra uma galera consciente de que ela possui fábricas com pessoas em regime escravo. E assim vamos vivendo... Sempre quem e nunca o quê.
Excelente.
Pontos importantes. É preciso ter critério e discernimento.
Sobre o identitarismo, concordo plenamente.
Identitarismo enche as medidas
Muito bom!
Sempre didática, indo direto ao ponto.
Excelente, Pedro! análise equilibrada e didática.
Fazia tempo que eu não concordava tanto com você.
É ENGRAÇADO O DESESPERO DE PEDRO PRA TENTAR EXPLICAR TUDO DO PONTO DE VISTA DE TODOS OS ENVOLVIDOS, MESMO QUE SITUAÇÕES CLARAS DE ABERRAÇÃO. PARABENS PEDRO POR TENTAR DAR LUCIDEZ AO QUE MUITAS VEZES É IRRACIONAL. SÓ CUIDADO PRA NÃO ENDOIDECER .
Se a pessoa tem o direito de se iludir e quiser viver essa ilusão o problema é dela, a liberdade individual é dela. No entanto, eu não sou obrigada a viver no mundo de faz de conta.
Muito bom.
Como eu disse no outro comentário, bem lembrado que linguagem neutra é um problema específico no português (o inglês é totalmente neutro desde a idade média). Lingua muda orgânicamente e não por decreto. Pessoal tem que entender que a linguagem neutra precisa ganhar o underground antes de virar mainstream. Geração atual subestima a força da contracultura. Não tem que fazer o estado usar linguagem neutra, as pessoas que usam linguagem neutra devem ser os rebeldes, não os lealistas. Deve ser um tabu que as pessoas que o quebram pareçam corajosas... ironicamente a proibição pode fazer a causa.
O movimento LGBT, se deu ao luxo nos últimos 20 anos de ser mainstream, e isso cria uma falsa sensação de segurança. O negócio é que a obscuridade, a marginalidade e o tabu, são o que realmente dá força a algo.
Anotem o que eu estou falando.
O inglês não era neutro na idade média, o que se diz é que o inglês dispensa o gênero no artigo, usando "the", e antigamente, tinha gênero, pessoal faz confussão com o uso de "thy" "thou", "thee" que era usado como 2a pessoa, o youtube não gosta de links, mas vou tentar postar aqui (vou botar um espaço depois do http, basta deletar)
https ://th-cam.com/video/DH1ADfs0_xY/w-d-xo.html
se um Ministro pegou o avião comum, nada justifica elas pegarem o oficial. Foi por vaidade
Mal assessorada, esqueceram de comprar passagem....em sendo trabalhadores comuns, teriam de se virar; sendo celebridades do governo, foram de "jatinho"🙄
Valeu!
Que gente doida...
Os movimentos identitários precisam entender isso. Buscam impor regras que diferença nenhuma fazem no respeito reivindicado e acabam afastando mais pessoas.
Por outro lado essas minorias sofrem tantas agressões o tempo todo que é compreensível que não queiram mais ter que ser paciente, ter que ser complacente, ter que entender, ter que ser estratégico. Mas o lado mais fraco não vence uma guerra usando a força.
Excelente
Detesto identitários.
Pera pera... todos tem escolhas. É uma gentileza e gentileza não é obrigatória. Ainda mais em embates. Só a lei obriga alguém a fazer algo que não quer. Então calma, abaixa a "idiologia" aí. Pessoas que não se suportam vão se provocar. Como eu to de saco cheio dessa "idiologia" toda.
Pedro, você disse a frase que eu sonho ouvir de um jornalista há anos. "Discriminar uma pessoa pela sua ascendência ou cor da pele não é racismo reverso. É racismo."
Tenho certeza que essa será uma das coisas que no futuro, olharemos para trás e pensaremos: "Como ninguém conseguia enxergar uma coisa tão óbvia?"
Queria a mesma comoção é revolta quando um negro é morto a cada 3 minutos no Brasil. Racismo contra branco só vai existir quando ele for morto pela sua cor de pele. Até lá essa reclamação toda é apenas mimimi de branco que não tem vergonha na cara.
Arrasou 👏
Único ponto que peca: usar erroneamente a palavra meritocracia. Sempre fazem. A direita fez comparando o incomparável. A esquerda engoliu e assumiu a definição como a direita quis e combate o termo. Meritocracia é conceito básico: premiar por mérito. Um garçom do mesmo restaurante, com perfil socio econômico similar aos pares trabalhar melhor e ganhar mais por isso. Simples e extensivel a qualquer meio e situação. Nao é comparar o mesmo garçom com o médico seu cliente que nasceu no CEP "certo". Ai é uma comparação apenas estúpida.
obrigado prof. agora eu entendi a questão - realmente foi uma frase infeliz da assessora.
Perfeito.