Casa de vidro Lili de Grammont

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  • เผยแพร่เมื่อ 24 ก.ย. 2024
  • “Casa de Vidro - Pequenas Mortes”:
    É um espetáculo áudio visual denúncia, criado e interpretado por Lili de Grammont em parceria com Ed Côrtes, e nasce fruto da inquietação da artista em relação ao absurdo aumento dos casos de feminicídio durante a pandemia da Covid 19, enfatizada por seu momento interno de vida, uma aceitação e ressignificação de sua própria história.
    Inicialmente a peça, dança-solo, era para falar sobre a escultura MAMAN (mãe em francês) da artista plástica Louise Bourgeois, que movida por uma investigação contínua da psique humana, lançava em seus trabalhos uma revelação da própria interioridade. Premissa que levou Lili de Grammont a pensar sobre o quanto a arte revela seu autor (a/e), revela os fragmentos pessoais de quem assina. Lili de Grammont ao ler nos escritos de Louise: "Arte não é sobre arte, é sobre vida", se sentiu encorajada a olhar para dentro, entender o quanto seu fazer artístico na dança foi mais que uma profissão, foi um canal de expressão sublimando suas dores e permitindo elaborações de luto de forma menos intensa. Segundo a artista, a arte foi necessária para o "Não Enlouquecer". Mais coragem foi injetada, e revisitar, principalmente, a história da relação com seu pai e sua mãe passou a ser para ela um assunto necessário, somada à crença na arte como um fazer político por natureza, mas que somada a militância se torna ainda eficaz nos casos mais urgentes. ARTIVISMO, fazer da arte um instrumento de luta explicita, e neste caso, a luta seria o enfrentamento à violência contra a mulher.
    Em “Casa de Vidro - Pequenas Mortes” Lili de Grammont procura a construção de um corpo transparente, onde habita sua história e sua memória. Imagens e cenas que se entrelaçam no diálogo das intimidades. Lili é filha de um feminicídio e se considera filha do movimento Feminista Paulistano. Talvez um sentimento misturado, entre uma tragédia que encontra ressignificação nas transformações sociais a partir dela, e que para a “Lili órfã” se confunde, quase como um consolo. Minha mãe não morreu em vão. O contexto não é fictício! Trata-se de um triste fato histórico ocorrido quando o seu pai assassinou sua mãe em 1981, em São Paulo. Filha dos cantores Lindomar Castilho e Eliane de Grammont, autores de um dos crimes que mais marcou o País, que moveu fortes mobilizações feministas em São Paulo, com muita repercussão midiática por todo Brasil, gerou importantes mudanças sociais, em especial as primeiras Políticas Públicas para as mulheres do País. 1994, primeira delegacia da Mulher do país no Estado de São Paulo, e a partir da percepção que a mulher em situação de violência precisava de atendimento para além da delegacia, foi criado em 1990 o Primeiro Centro de Atendimento Integral da Mulher em situação de violência no Brasil, a Casa Eliane de Grammont.
    O caso também ajudou, e muito, a quebrar padrões de defesa dos assassinos de mulheres da época: O primeiro homem que não conseguiu usar a Legitima Defesa da Honra para se safar de uma condenação, foi Doca Street por matar Ângela Diniz, mas ele foi julgado a primeira vez e absolvido, pegando uma pena leve, e só foi realmente condenado, em segunda instância, meses após a morte de Elaine de Grammont. Não existem coincidências! Existe pressão midiática! E exatamente no julgamento de Doca, em segunda instância, a mídia e jornais da época estavam extremamente inflamados pelo assunto devido ao fato de Lindomar Castilho ser um dos maiores “Pop Star”, da América Latina.
    Release:
    “Casa de Vidro - Pequenas Mortes”, matéria infindável de exploração performativa e dramatúrgica: Mãe, Mulher, Morte, Aranha, Feminicídio e Lua, são palavras chave nesta performance e para a construção deste projeto. A violência doméstica não se resume a agressões físicas, os tipos de violências são tipificados em 5 na Lei Maria da Penha, e em todos os casos a mulher em situação de violência sobre a mais silenciosa delas, a violência psicológica. O roteiro de “Casa de Vidro - Pequenas Mortes", revela agressões psicológicas que acontecem em doses homeopáticas entre um casal. O que muitas vezes é entendido pela sociedade como um diálogo, revela uma relação de domínio e poder através da diminuição e controle da mulher. Este é o primeiro passo do autor de violência, criar uma situação de fragilidade emocional, dependência emocional e continuar acima de qualquer suspeita perante a sociedade. O machismo estrutural é revelado! O ciclo de violência inicia! Entendemos este espetáculo como um “espetáculo denúncia”, pois ele abre os olhos para as pequenas mortes que levam a mulher a não conseguir sair do Ciclo de Violência”. E estas pequenas mortes se intensificam podendo chegar à morte, ao feminicídio.
    Ficha técnica:
    Concepção, direção, figurino, cenário, montagem de vídeo, adaptação de roteiro e interpretação: Lili de Grammont
    Roteiro, trilha sonora e voz masculina: Ed Cortes
    Arte: Henrique Brasali
    Luz: Raquel Balekian
    Fotografia: Gabriel Cortes

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