Eu já tive uma experiência ruim de congregar em uma igreja eletista, q o foco era a vestimenta, roupas novas toda semana, calçados de salto alto novo e eu nasci numa família com cinco irmãos, passamos por muitos momentos de necessidade e roupa definitivamente era artigo de luxo, uma criança que também era negra, tinha boas condições e dentro da bolha q ela vivia, ela viu em mim e minha irmã um lugar para oprimir, questionando se éramos moradoras de rua... Essa questão do ser e ter é uma questão muito importante, pois dentro dessa bolha social do ter, influência as crianças a terem esse diálogo como se fosse o mais importante, se tem a boneca mais cara, ou a roupa mais cara, gerar valor no que se tem como forma de se sentir melhor do que o outro é um diálogo muito necessário, pois educando eles a se importarem em ser, isso os tornará crianças e adultos resolvidos consigo mesmos... Fora outros atravessamentos q só crianças pretinhas passam né. Você é muito necessária Gabi, sucesso !
O ficar sem par na dança da escala me bateu forte, um trauma que eu tinha enterrado😮 Era um grande gatilho de ansiedade. Muitos outros pontos também ressoaram em mim, obrigada pela reflexão Gabi! ❤
Nossa, você é uma genia, sério, é isso mesmo… minha foto preferida da vida é uma que eu estou com o cabelo todo cheio de frizz e meio preso e meio solto, eu olho pra aquela foto e penso: meu Deus, que privilégio ter sido criança podendo ser criança… minha mãe não gosta da foto, provavelmente ela se culpou por eu não estar impecável, mas eu só consigo lembrar de que eu era mto feliz ❤ parabéns por isso! E nem se compara a realidade da mulher preta né?! A cobrança é mto maior, por isso quebrar o ciclo é um sonho ❤
“Eles devem ser respeitados porque são seres humanos dignos de respeito, e Que O outro também deve ser respeitado pelo mesmo motivo” . É um exercício, refazermos rota e não projetarmos nossas dores e curas nas próximas gerações. Amei a reflexão.
Essa semana no twitter eu vi uma menina comentando sobre como o gel de cabelo virou praticamente um recurso obrigatório em penteados de cabelos crespos e acho que tem muito a ver com essa ideia de parecer sempre impecável aos olhos dos outros pra minimizar a chance de você sofrer racismo, lembrei na hora do filme Felicidade por um Fio, maravilhoso!
Nunca tinha parado para pensar nisso, mas fazendo o reflexo da minha vida, vejo q muitas pessoas criticaram a minha mae exatamente por eu sentar de perna aberta, nao gostar de sandalia ou chinelo e querer andar descanso. Eu era so uma crianca e vamos deixar as criancas serem criancas tbm. Otima reflexao.
Faz todo sentido Gabi! Até alguns anos atrás, chinelo era só em casa, até pra ir na padaria não podia sair de chinelo. E realmente, não importava o quão arrumada eu estivesse, isso nunca impediu que eu sofresse ataques racistas. Daí caiu a ficha, vou usar a roupa que eu quiser, aonde eu quiser. Porque no final, infelizmente sempre seremos julgados, ainda mais em uma era tão ligada para a aparência e ostentação, que se esquece do mais importante, a saúde mental. Não é fácil, mas seguimos em frente e de cabeça erguida. Como você disse: não é sobre ter e sim, sobre ser! Obrigada, linda
Tenho o desejo de adotar daqui a alguns anos e, desde já, pesquiso e consumo muito conteúdo sobre adoção. Gabi, seus vídeos sobre o processo de adoção dos seus filhos foram fundamentais na solidificação desse desejo e, agora, os vídeos sobre a criação deles também estão sendo muito importantes, tendo em vista que a maioria das crianças no sistema são negras e eu quero estar muito bem preparada para receber a minha e fazer o melhor por ela. A perspectiva de uma mãe negra sempre será o meu norte.
demorei muito para fazer essa associação entre estar arrumada e, portanto, ser mais aceita. Também não associava nada disso ao racismo, mas eu sempre percebi uma diferença muito grande entre mim e amigas brancas, por exemplo. Aquela fase roqueira da adolescência eu tive amigas que andavam com roupas rasgadas de boassa. E aquilo me incomodava muito. Fui uma roqueira "polida" Até nos meus gostos por roupas agora como adulta percebo uma preferência por roupas mais polidas, formais. Gosto muito de roupas despojadas, mas tenho uma dificuldade enorme de comprar peças mais ousadas. Para ir para o trabalho presencial eu levava horas arrumando o cabelo, deixando o cacho o mais arrumado possível. Agora no presencial, enfim, sem a pressão de ter que me vestir todo dia para o trabalho estou redescobrindo como realmente gosto de me vestir. Fez total sentido a reflexão que tu levantou.
Gabi eu acho que esse aspecto de querer estar sempre bem vestido e arrumado, ás vezes até impecável, tá também um pouco ligado a pobreza (pelo menos essa foi a minha vivência) ás pessoas da minha família pensavam que "não era por que a gente é pobre que a gente precisa ser malamanhado" e isso gerava um gasto com essa busca que muitas vezes não é a realidade pra outras famílias fora também o desgaste psicologico de precisar sempre estar aparentando "não ser pobre" sabe
Minha vó veio de uma família bem pobre, passou por várias dificuldades durante a vida e ouviu muita coisa ruim na cidade pequena dela a cerca de sua "família pobre e negra" ( era uma mistura entre o avô dela, que era negro e a avó, baiana neta de português ou algo assim, ela conta que entre as filhas da avó a mãe dela era a de pele mais escura e que dentro da própria família eles eram tratados mal por isso... Credo). Ela conseguiu crescer na vida se tornando professora e cordenadora e ela e meu avô ajudaram muito meu pai e meus tios a manterem o foco pra se formarem em medicina, mas mesmo assim, isso deixou marcas na forma de agir dela... Desde pequena ela sempre me falou pra não andar descalça na rua, não ir de chinelo pra aula, não usar roupas velhas, rasgadas, ou desalinhadas, não correr (gente o que criança mais faz é sair correndo! Kkkkkkk ) até hoje vive de olho no meu cabelo, se ele está emaranhado ou volumoso (e insiste pra que eu penteie, mas sendo cacheado não rola mesmo de pentear seco...) etc... Como tenho pele clara e meus pais boas condições financeiras, as críticas que ela recebeu durante a vida nunca nem passaram perto de mim, mas na nossa família esse padrão se manteve de uma forma ou de outra, se não por esses motivos, pelo histórico de TDAH e outras coisinhas mais, que sempre fizeram com que, para mim, funcionando de forma diferente das outras pessoas, a aparência boa e um histórico escolar mais do que bom, parecessem o mínimo pra que eu chegasse perto de ser tratada igual... (Me lembro de tentar fazer uma letra mais bonita, olhar as outras meninas na sala e tentar agir como elas para ser tratada da mesma forma respeitosa com que os professores tratavam elas e não com todo o ódio que alguns reservam pra mim...) Spoiler: não funcionou! Kkkkkkkkk quem tem uma cabeça ruim vai te tratar mal de qualquer forma se vc for diferente dos padrões que ela escolheu como "corretos"
Na minha segunda infância (após a morte se meus pais) ,fui uma criança impecável, roupas de boa qualidade, cremes corporais, cabelo impecável, livros de etiquetas...Todo protocolo social mas nada me livrou do racismo, que me colocou no lugar de "não pessoa",no lugar invisível.
A construção do seu pensamento é única, Gabi! Parabéns por isso. Você traz o problema, elabora um belo contexto, traz sua visão, a realidade, a falácia e ainda embasa e traz referências muito boas. O ser para ter! O ganhar para aparecer. Amei o vídeo
Acabei de desbloquear uma memória e te entendo Gabi, tenho uma sobrinha q por ela ñ ser branca (ela tem pele media) os tem uns parentes que descem a lingua e a menina tem só 4 anos e eu fico fula com isso e tento smp falar e demonstrar pra ela o quao bonita e inteligente ela é!
Fiz um vídeo falando sobre a minha experiência de racismo capilar e como alisar o meu cabelo teve essa função de ser aceita desde a escola até as experiências na visa adulta, especialmente de trabalho. Desde o cabelo, roupas a maquiagem impecável eu sempre acreditei que sem esses elementos eu não conseguiria passar em entrevistas, ter amigos ou namorados. Mas mesmo assim em nenhum contexto eu deixei de sofrer racismo e tive a minha autoestima destruída. Foram 5 anos de terapia para trabalhar tudo isso. Falar disso é muito importante, nem todas as manas tem acesso a terapia e ainda carregam uma autoestima baixíssima por conta dessas cobranças. Excelente vídeo, Gabi ❤😍🥰
Que vídeo necessário. Desde adolescente eu tinha que estar arrumada e maquida para ser pelo menos considerada " bonitinha". Enquanto minhas amigas brancas, iam ao shopping ou cinema da forma mais confortável e simples possível. Mesmo assim eu era invisível perto delas. O racismo tira de nós a possibilidade de sermos nós mesmos para se encaixar naquilo que a sociedade racista espera de nós.
Eu vejo que você razão sim em questão da criança. Agora referente a mulher negra ter que gastar horrores para ficar aceitável a sociedade infelizmente acontece bastante, eu mesma preciso me policiar e ver se estou bem arrumada, como me sento em público, meu tom de voz, minhas risadas, meus gestos, tudo fico me policiando para não ser alvo de algo. Isso já está afetando meu psicológico pois é difícil não conseguir ficar a vontade diante de outras pessoas cujo pensamento pode estar te criticando. Então infelizmente eu faço isso, em relação a estudos e conhecimentos preciso estar antenada para poder conseguir conversar sem parecer uma pessoa alienada. Mas um pouco disso veio da minha infância quando minha mãe ficava no meu pé em questão de postura. A pressão era tanta que adquiri uma gastrite aos 12 anos. E hoje continuo me pressionando.
Eu não sei se estou enganada, mas vendo alguns vídeos seus não percebo que você usa maquiagem para afinar o nariz e eu acho isso tão incrível e inspirador! Eu acho que a maquiagem que muda nossos traços reforça tanto estereótipos, então ver você indo contra a correnteza me traz um alívio.. Amei o vídeo e sua forma de pensar. Que as crianças possam crescer livres e não carregando essa responsabilidade de serem excepcionais para serem aceitas.
A Gabi é maravilhosa. Formada em sociologia. Super cabeça, pensa contra a correnteza mesmo. Ela tem vários vídeos falando sobre traços e a importância de valorizar o traço negro. Outro que fala isso é Tassio Herdeira da Beleza. Sensacionais. Me inspirei neles e hj não faço make pra mudar traços só realca-los ❤
Concordo com a sua reflexão, essa perfeição é assustadora, não temos que sermos infalíveis, bons em tudo, é muito pesado esse pensamento, precisamos respirar!!!!!!
Faz muito sentido, Gabi, e acho lindo ver você pensando em mudar esses pragmatismos que nos impuseram. Me dá esperança de futuro, além de ver que não tô sozinha nessa, pois, quando eu tiver filhos, também acho que é necessário quebrar alguns ciclos. Minha mãe foi uma mulher dos anos 70, cresceu sob influência dessa padronização e lembro que ela dizia que não sabia como criaria uma menina quando me teve (perdeu a mãe dela nova, antes de eu nascer). Isso também significa que era comum pegar essas questões e tentar disfarçar, encobrir com auto ódio. Então eu nasci o oposto! Sem querer alisar, questionando comparações...Sem entender o porquê de eu só observar as mulheres adultas sendo ensinadas/ensinando a não gostar do volume do cabelo, sendo que não foram ensinadas a cuidar dele, por exemplo. Só na adolescência entendi como isso fazia parte de uma estrutura, através do racismo, que se alimenta da necessidade de consumo das pessoas. Agora adulta e minha mãe aos 50 anos, ouço pela primeira vez ela reconhecendo seu cabelo como crespo e aceitando e comprando produtos voltados para ele. Como demorou! Mesmo que eu tivesse acesso a esses cuidados na adolescência, era uma luta diária tentar me reconhecer no mundo quando até em casa as discussões eram tão rasas. Fico feliz com esse movimento de cuidar das nossas crianças, é essencial.
Sou negra, mãe de um menino negro e o tanto que sofro por imagina-lo sendo vítima do racismo me adoece constantemente. Não o imponho estar impecável, mas arrumadinho sempre dentro do possível, pra pelo menos tentar minimizar os olhares infames. O cabelo dele é crespissimo e ele que manter assim e eu apoio. Talvez fruto de uma educação ao longo desses 12 anos que ele precisa estar bem, do jeito que ele gosta, sem necessariamente precisar se esconder. Mas tem dores que só uma mãe de filho negro pode entender.
Gabi, você é essencial! Admiro muito você e essa maternidade que nos humaniza e acaba humanizando as crianças. Acho que essa ideal de perfeição ou americanizado só retira de nós a possibilidade de ser criança e nos torna adultos totalmente desumanizados e obrigados a corresponder ao padrão e frustrados com "erros". Você é incrível!
Lembro de ter um colega negro e a mãe dele era uma mulher negra num cargo muito alto. Fomos no trabalho dela pra ele pegar uma coisa. Centro do Rio, muito calor. Ele estava de bermuda. Quando ela o viu de bermuda, logo gritou com ele: "Você é negro! Você não tem o luxo de ficar andando sem ser de calça! Não quero ninguém te confundindo com bandido." Eu era adolescente, mas isso abriu muito os meus olhos na época. Quantas vezes já não saí até com roupa furada e nunca nem passou pela minha cabeça que poderia ser confundida com um bandido. Privilégios de ser branca, infelizmente.
Faz muito sentido, coincidentemente isso foi assunto da terapia ontem. Me identifiquei muito com as falas sobre sentar de perna aberta e da “perna russa” 😅
Faz muito sentido essa conversa, Gabi. Acho que essas reflexões são importantes e ecoam de forma positiva e vão na estrutura da ideologia racista. Ótima reflexão, assisti tomando café da manhã ❤
Falou e Disse, Gabi...👍🏿 Tenho um filho, 32a,leonino lindo, super vaidoso,ele sempre diz q tds se surpreendem qdo ele diz q a mãe é preta e periférica,tipica Carioca pobre e ele,q estudou Cinema em Paris tem tanta Educação e Cultura...etc...não elogiam,só mostram surpresa...enfim...Pretos Educados e Felizes chocam os demais...Infelizmente...
seu video me lembrou muito de uma música do Jay Z chamada "Story of OJ", que fala muito sobre não importa o quanto a gente tente reproduzir esses padrões nunca nos livra de ser racializados
Amo como você explica assuntos aparentemente tão complexos de uma forma mais acessível, fica até mais fácil pra gente que consome o conteúdo repassar a mensagem
Otima reflexao levantada, Gabi. Eu sou parda e vivi no meio de muitas pessoas de pele preta, então na maioria das vezes eu tinha uma passabilidade muito forte, o que me livrou de passar por momentos que minhas coleguinhas retintas e com o cabelo mais crespo que o meu tiveram que passar. As vezes me pego lembrando de situações que foram um tanto estranhas para mim na época, e hoje sei que era tudo racismo. É muito importante as crianças crescerem sabendo que elas precisam SER e não TER, nos dias de hoje, com a cultura capitalista tão em voga, é cada vez mais importante cultivar esses sentimentos nos pequeninos.
Gabi esses videos que vc faz de pensamentos sao bem legais. Pois as vezes tenho alguns pensamentos sobre vida e reflexao mas nao tenho quem ouça para se sentir melhor... e voce tem quem escute entao sempre fale mesmo! Amo esse canal!!!!!
É assim mesmo. Quando eu era criança, me falavam que eu tinha que me comportar nos lugares porque "a gente é negro". O racismo começa a tolher quem é preto desde cedo, infelizmente.
Como uma mulher branca lésbica que sempre considerou a adoção como unica forma de futura maternidade, queria agradecer muito seu conteúdo, porque me sinto a cada dia mais preparada caso a adoção seja interracial. Obrigada Gabi ❤️🤏🏼
Gabi, vc é necessária!! A minha auto estima por muitos anos foi anulada pq eu não me orgulhava do meu genitor que é negro. Assimilação errada. Com o tempo passei a me acolher e ter orgulho da história que carrego e da jornada que eu construo.
muito sentindo inclusive por aqui eu tenho está mentalidade para me encaixar em determinados lugares eu tenho que estar bem vestida e sim e por conta da minha cor que penso assim. Acho até estranho pois meus pais nao me criaram assim mas estou em fase de reconstrução afinal tenho um filho e não quero que ele tenha este sentimento também .Uma grande libertação para mim foi o meu cabelo por 37 anos usei ele alisado e agora tá black me senti livre
Caramba, comecei o vídeo pensando "Como assim, Gabi!?" e no decorrer fui mudando para "Verdade!". É impressionante o quanto e com as coisas que parecem simples mas que temos que nos preocupar/importar na criação das nossas crianças
Vídeo extremamente necessário!Tenho duas meninas e as crio o mais livres o possível! Cabelo solto?!!Alguns piram e vão continuar pirando,por que quando ela cisma de soltar o black,ela se joga mesmo❤
Es incrível como os padrões passam de geração para geração e se nao ficarmos atentos, corremos o risco de reproduzi-los. Graças as jah, opinião de terceiros quando nao ha intuito de elevar ou pagar minhas contas, entra por um lado e sai pelo outro. Vivam e deixem viver! 😀
Amei a série. A parte mais importante para mim é o fato de Sarah colocar o rosto dela na embalagem. Achei a coisa mais linda e mais importante de toda a história. E que comprova que foi a resposta dela para a outra produtora de cosmético (de quem ela foi vendedora) e que a humilhou quando ela quis ser posta como modelo, pelo sucesso no próprio cabelo dela. A série mostra cabelos o tempo todo. Nâo detalha qual era o efeito químico, mas mostra imagens dos cachos e penteados o tempo todo e fala sobre as facilidades de pentear um cabelo cacheado. E as imagens reportam muito bem os penteados da época. Para mim, achei uma reproduçâo de imagem muito linda. Mas poderiam ter falado da formula quimica do produto.
Isso deu uma virada de chave aqui na minha cabeça, a família do pai da minha filha cobra tudo dela, ela em si já se cobra muito pq eles julgam muito, inclusive me julgam pela formaque me visto até hoje.
Vídeo necessário não apenas para as crianças Gabi! Até mesmo para nos adultos sairmos da caixinha do ter, do parecer, da ilusão de aceitação onde vemos de cara que não vai ter (pra mim, pelo menos evita umas frustrações futuras). Seu olhar para com eles é incrível! ❤
Nossa isso é muito verdade , hoje eu não consigo sair pra qualquer lugar sem ter esse pensamento " por ser negro tem que ser 2x melhor " é algo errado que foi construído desde de criança hoje como mãe faço a diferença na vida da minha filha
Gabi, temos tantas mazelas, que estar perfeitinha (o), é só mais uma. Pior que é só o povo preto que vive essa crença. Trabalhei em uma escola de elite, e lá pude observar quanto as crianças pretas sofrem desde berçário. Lá as crianças loiras de olhos claros podeiam transitar de um lado para o outro com os cabelos volumosos e com os pés descalços, já a criança negra as professoras amarravam os cabelos, fazrism tranças, não deixavam tirar os sapatos... Parecia que que se a criança preta ficasse a vontade como estava a outra criança, deixaria a estética da escola feia. Passado alguns anos eu entendi, o porque daquilo tudo. Hoje fiquei feliz com sua fala que me fez entender ainda melhor.💋♥️
Uma mãe de criança preta, me abordou outra dia me dizendo: sabe aquela menina que as professoras arrumava feito uma princesa? Hoje aos 12 anos é skeitista, tem seus cabelos volumosos segundo ela mesma, lindo como uma samambaia. Nunca prende. Tenho esperança que essa geração fujam dos padrões passado e viva como você disse, por ser e não por ter. Porque para nós não funcionou e não vai funcionar para ninguém.💋♥️
Eu quase não uso jeans rasgado. Quando adolescente todos usavam e na minha vez eu estava largada. Hoje vejo que é uma questão racial, mas ainda me dá gatilhos.
Poxa, compreendo você. Depois de uns anos (demorei muito) mas hoje consigo ter uma folga mental sabe? Já consigo usar qualquer roupa desde que eu goste e me sinta bem, sem precisar de validação alheia. Acredito e confio que se você se acha bonita em alguma determinada roupa, esqueça o resto 🙂🙂. Se fossemos concordar com tudo demoraria muito hehe Jeans rasgado pode ser bonito😀
A maior raiva que eu tinha quando criança era prender o cabelo, porque todo mundo sempre me obrigava a prender o cabelo para ser mais higiênica enquanto todas as outras pessoas, que convenientemente tinham cabelo liso não precisavam, amarrar o cabelo se fosse entrar na cozinha ou quando tinham casos de piolho eu sempre era a primeira suspeita da causa, em fim, demorou horrores para eu gostar de amarrar o cabelo (só comecei a gostar com 20 anos).
faz muito sendido, eu cuido muioto com isso. Meu filho ja é lindo, tem um cabelo grande e pro alto. HOje nao fico louca em deixar o cabelo dele impecavel e roupa tbm. Mas quando ele começou a andar eu ja me estressei pq ele amaçou o cabelo na cadeirinha ou sujou a roupa.
Quando eu era criança eu chorava pra sair arrumada e com cabelo impecável. Depois de adulta ainda me sinto super mals por estar tipo em um parque de bermuda e chinelo, mesmo geral estando vestidos assim. Eu fico achando q estou suja e que meus pés ficam com aparência de sujos em qualquer chinelo. É neura, eu sei. Mas eu sempre fiquei achando massa as pessoas q ficam com o pé bonito até em chinelos 🤦🏽♂️🤦🏽♂️🤦🏽♂️
Uma coisa que eu aprendi é que eu nunca vou ser aceita , independente das roupas que eu use , independente de alisar ou não o cabelo , usar maquiagem pintar as unhas, não tem como ganhar sendo uma mulher negra , então eu prefiro ser eu mesma , eu odeio maquiagem, usar esmaltes , não aliso o meu cabelo, eu não vou mais perder tempo tentando agradar as pessoas
Além da aparência, na minha família há uma cobrança em relação à linguagem - falar corretamente, não usar gírias, nem palavrões - e à etiqueta . Penso que tal cobrança tenha a ver com o fato de sermos uma família de pretos classe média. Como se a gente precisasse se comportar bem para sermos aceitos num meio que nem deveríamos estar. É cruel.
Nunca tinha pensado que é privilégio branco meu eu não ter ferro de passar em casa rs. Falando assim soa engraçado, mas acho que é real, nunca passei uma roupa na vida, saio com as roupas amassadas sempre e nunca passou pela minha cabeça que uma pessoa negra não se sente confortável pra fazer isso porque sabe-se lá o que vão pensar dela. De mim o máximo que vão pensar é que sou uma grande preguiçosa rs (o que é verdade).
??? Privilegio em nao ter ferro? Eu nao sou branca e ate tempo atras nao tinha ferro, pq nunca vi necessidade em passar roupa (agora uso apenas pra passar obrigatoriamente as camisas de trabalho). Nao tem nada a ver com privilegio e sim, como voce lida com opinao alheia. Como diz Jojo little Toddy: "quem te critica paga suas contas?"
Isso tá impregnado na sociedade, infelizmente te tratam de acordo com sua roupa. Eu cresci com quase nada, sendo doações, e depois adulta, mesmo com condições ainda me vestia "nem aí".. Ou mendiga, como alguns diriam. Quando me visto melhor noto uma diferença no tratamento. Como se td q importa é a aparência e o seu valor será sempre pautado nisso.
Faz todo sentido Gabi. Minha infância toda eu escutei que eu tinha que ser a melhor em absolutamente tudo, e isso só gerou uma adulta frustrada 😂
Eu já tive uma experiência ruim de congregar em uma igreja eletista, q o foco era a vestimenta, roupas novas toda semana, calçados de salto alto novo e eu nasci numa família com cinco irmãos, passamos por muitos momentos de necessidade e roupa definitivamente era artigo de luxo, uma criança que também era negra, tinha boas condições e dentro da bolha q ela vivia, ela viu em mim e minha irmã um lugar para oprimir, questionando se éramos moradoras de rua... Essa questão do ser e ter é uma questão muito importante, pois dentro dessa bolha social do ter, influência as crianças a terem esse diálogo como se fosse o mais importante, se tem a boneca mais cara, ou a roupa mais cara, gerar valor no que se tem como forma de se sentir melhor do que o outro é um diálogo muito necessário, pois educando eles a se importarem em ser, isso os tornará crianças e adultos resolvidos consigo mesmos... Fora outros atravessamentos q só crianças pretinhas passam né. Você é muito necessária Gabi, sucesso !
O ficar sem par na dança da escala me bateu forte, um trauma que eu tinha enterrado😮 Era um grande gatilho de ansiedade.
Muitos outros pontos também ressoaram em mim, obrigada pela reflexão Gabi! ❤
Nossa, você é uma genia, sério, é isso mesmo… minha foto preferida da vida é uma que eu estou com o cabelo todo cheio de frizz e meio preso e meio solto, eu olho pra aquela foto e penso: meu Deus, que privilégio ter sido criança podendo ser criança… minha mãe não gosta da foto, provavelmente ela se culpou por eu não estar impecável, mas eu só consigo lembrar de que eu era mto feliz ❤ parabéns por isso! E nem se compara a realidade da mulher preta né?! A cobrança é mto maior, por isso quebrar o ciclo é um sonho ❤
“Eles devem ser respeitados porque são seres humanos dignos de respeito, e
Que O outro também deve ser respeitado pelo mesmo motivo” . É um exercício, refazermos rota e não projetarmos nossas dores e curas nas próximas gerações. Amei a reflexão.
Essa semana no twitter eu vi uma menina comentando sobre como o gel de cabelo virou praticamente um recurso obrigatório em penteados de cabelos crespos e acho que tem muito a ver com essa ideia de parecer sempre impecável aos olhos dos outros pra minimizar a chance de você sofrer racismo, lembrei na hora do filme Felicidade por um Fio, maravilhoso!
Nunca tinha parado para pensar nisso, mas fazendo o reflexo da minha vida, vejo q muitas pessoas criticaram a minha mae exatamente por eu sentar de perna aberta, nao gostar de sandalia ou chinelo e querer andar descanso. Eu era so uma crianca e vamos deixar as criancas serem criancas tbm. Otima reflexao.
Faz todo sentido Gabi! Até alguns anos atrás, chinelo era só em casa, até pra ir na padaria não podia sair de chinelo. E realmente, não importava o quão arrumada eu estivesse, isso nunca impediu que eu sofresse ataques racistas. Daí caiu a ficha, vou usar a roupa que eu quiser, aonde eu quiser. Porque no final, infelizmente sempre seremos julgados, ainda mais em uma era tão ligada para a aparência e ostentação, que se esquece do mais importante, a saúde mental. Não é fácil, mas seguimos em frente e de cabeça erguida. Como você disse: não é sobre ter e sim, sobre ser! Obrigada, linda
Tenho o desejo de adotar daqui a alguns anos e, desde já, pesquiso e consumo muito conteúdo sobre adoção. Gabi, seus vídeos sobre o processo de adoção dos seus filhos foram fundamentais na solidificação desse desejo e, agora, os vídeos sobre a criação deles também estão sendo muito importantes, tendo em vista que a maioria das crianças no sistema são negras e eu quero estar muito bem preparada para receber a minha e fazer o melhor por ela. A perspectiva de uma mãe negra sempre será o meu norte.
Também tenho essa preocupação. Estou à espera na fila. Como não escolhi etnia, preciso estar preparada para lidar com essas situações
Falou e disse! Somos muito cobrados para sermos e aparentarmos perfeição em tudo
demorei muito para fazer essa associação entre estar arrumada e, portanto, ser mais aceita. Também não associava nada disso ao racismo, mas eu sempre percebi uma diferença muito grande entre mim e amigas brancas, por exemplo. Aquela fase roqueira da adolescência eu tive amigas que andavam com roupas rasgadas de boassa. E aquilo me incomodava muito. Fui uma roqueira "polida" Até nos meus gostos por roupas agora como adulta percebo uma preferência por roupas mais polidas, formais. Gosto muito de roupas despojadas, mas tenho uma dificuldade enorme de comprar peças mais ousadas. Para ir para o trabalho presencial eu levava horas arrumando o cabelo, deixando o cacho o mais arrumado possível. Agora no presencial, enfim, sem a pressão de ter que me vestir todo dia para o trabalho estou redescobrindo como realmente gosto de me vestir. Fez total sentido a reflexão que tu levantou.
5:30 faz sentido sim
Gabi eu acho que esse aspecto de querer estar sempre bem vestido e arrumado, ás vezes até impecável, tá também um pouco ligado a pobreza (pelo menos essa foi a minha vivência) ás pessoas da minha família pensavam que "não era por que a gente é pobre que a gente precisa ser malamanhado" e isso gerava um gasto com essa busca que muitas vezes não é a realidade pra outras famílias fora também o desgaste psicologico de precisar sempre estar aparentando "não ser pobre" sabe
Sim, total sentido para mim, gratidão!
Minha vó veio de uma família bem pobre, passou por várias dificuldades durante a vida e ouviu muita coisa ruim na cidade pequena dela a cerca de sua "família pobre e negra" ( era uma mistura entre o avô dela, que era negro e a avó, baiana neta de português ou algo assim, ela conta que entre as filhas da avó a mãe dela era a de pele mais escura e que dentro da própria família eles eram tratados mal por isso... Credo). Ela conseguiu crescer na vida se tornando professora e cordenadora e ela e meu avô ajudaram muito meu pai e meus tios a manterem o foco pra se formarem em medicina, mas mesmo assim, isso deixou marcas na forma de agir dela... Desde pequena ela sempre me falou pra não andar descalça na rua, não ir de chinelo pra aula, não usar roupas velhas, rasgadas, ou desalinhadas, não correr (gente o que criança mais faz é sair correndo! Kkkkkkk ) até hoje vive de olho no meu cabelo, se ele está emaranhado ou volumoso (e insiste pra que eu penteie, mas sendo cacheado não rola mesmo de pentear seco...) etc... Como tenho pele clara e meus pais boas condições financeiras, as críticas que ela recebeu durante a vida nunca nem passaram perto de mim, mas na nossa família esse padrão se manteve de uma forma ou de outra, se não por esses motivos, pelo histórico de TDAH e outras coisinhas mais, que sempre fizeram com que, para mim, funcionando de forma diferente das outras pessoas, a aparência boa e um histórico escolar mais do que bom, parecessem o mínimo pra que eu chegasse perto de ser tratada igual... (Me lembro de tentar fazer uma letra mais bonita, olhar as outras meninas na sala e tentar agir como elas para ser tratada da mesma forma respeitosa com que os professores tratavam elas e não com todo o ódio que alguns reservam pra mim...) Spoiler: não funcionou! Kkkkkkkkk quem tem uma cabeça ruim vai te tratar mal de qualquer forma se vc for diferente dos padrões que ela escolheu como "corretos"
Na minha segunda infância (após a morte se meus pais) ,fui uma criança impecável, roupas de boa qualidade, cremes corporais, cabelo impecável, livros de etiquetas...Todo protocolo social mas nada me livrou do racismo, que me colocou no lugar de "não pessoa",no lugar invisível.
A construção do seu pensamento é única, Gabi! Parabéns por isso.
Você traz o problema, elabora um belo contexto, traz sua visão, a realidade, a falácia e ainda embasa e traz referências muito boas.
O ser para ter! O ganhar para aparecer.
Amei o vídeo
Parabéns pela conquista da casa até aqui, sua sala esta uma delicia.
Acabei de desbloquear uma memória e te entendo Gabi, tenho uma sobrinha q por ela ñ ser branca (ela tem pele media) os tem uns parentes que descem a lingua e a menina tem só 4 anos e eu fico fula com isso e tento smp falar e demonstrar pra ela o quao bonita e inteligente ela é!
Fiz um vídeo falando sobre a minha experiência de racismo capilar e como alisar o meu cabelo teve essa função de ser aceita desde a escola até as experiências na visa adulta, especialmente de trabalho. Desde o cabelo, roupas a maquiagem impecável eu sempre acreditei que sem esses elementos eu não conseguiria passar em entrevistas, ter amigos ou namorados. Mas mesmo assim em nenhum contexto eu deixei de sofrer racismo e tive a minha autoestima destruída. Foram 5 anos de terapia para trabalhar tudo isso.
Falar disso é muito importante, nem todas as manas tem acesso a terapia e ainda carregam uma autoestima baixíssima por conta dessas cobranças.
Excelente vídeo, Gabi ❤😍🥰
Que vídeo necessário. Desde adolescente eu tinha que estar arrumada e maquida para ser pelo menos considerada " bonitinha". Enquanto minhas amigas brancas, iam ao shopping ou cinema da forma mais confortável e simples possível. Mesmo assim eu era invisível perto delas. O racismo tira de nós a possibilidade de sermos nós mesmos para se encaixar naquilo que a sociedade racista espera de nós.
Exatamente. Já vivi isso tb.
Eu vejo que você razão sim em questão da criança. Agora referente a mulher negra ter que gastar horrores para ficar aceitável a sociedade infelizmente acontece bastante, eu mesma preciso me policiar e ver se estou bem arrumada, como me sento em público, meu tom de voz, minhas risadas, meus gestos, tudo fico me policiando para não ser alvo de algo. Isso já está afetando meu psicológico pois é difícil não conseguir ficar a vontade diante de outras pessoas cujo pensamento pode estar te criticando. Então infelizmente eu faço isso, em relação a estudos e conhecimentos preciso estar antenada para poder conseguir conversar sem parecer uma pessoa alienada. Mas um pouco disso veio da minha infância quando minha mãe ficava no meu pé em questão de postura. A pressão era tanta que adquiri uma gastrite aos 12 anos. E hoje continuo me pressionando.
Eu não sei se estou enganada, mas vendo alguns vídeos seus não percebo que você usa maquiagem para afinar o nariz e eu acho isso tão incrível e inspirador! Eu acho que a maquiagem que muda nossos traços reforça tanto estereótipos, então ver você indo contra a correnteza me traz um alívio.. Amei o vídeo e sua forma de pensar. Que as crianças possam crescer livres e não carregando essa responsabilidade de serem excepcionais para serem aceitas.
A Gabi é maravilhosa. Formada em sociologia. Super cabeça, pensa contra a correnteza mesmo. Ela tem vários vídeos falando sobre traços e a importância de valorizar o traço negro. Outro que fala isso é Tassio Herdeira da Beleza. Sensacionais. Me inspirei neles e hj não faço make pra mudar traços só realca-los ❤
Amei 👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿
Que reflexão importante! Essa cobrança por perfeição adoece muitas pessoas!
Dando uma pausa nos gatilhos, de onde é esse cropped? Belíssimo!
Concordo com a sua reflexão, essa perfeição é assustadora, não temos que sermos infalíveis, bons em tudo, é muito pesado esse pensamento, precisamos respirar!!!!!!
Vídeo mais que necessário. Amei a reflexão!
Maravilhosa, necessária, plena, sensata...
Faz muito sentido, Gabi, e acho lindo ver você pensando em mudar esses pragmatismos que nos impuseram. Me dá esperança de futuro, além de ver que não tô sozinha nessa, pois, quando eu tiver filhos, também acho que é necessário quebrar alguns ciclos. Minha mãe foi uma mulher dos anos 70, cresceu sob influência dessa padronização e lembro que ela dizia que não sabia como criaria uma menina quando me teve (perdeu a mãe dela nova, antes de eu nascer). Isso também significa que era comum pegar essas questões e tentar disfarçar, encobrir com auto ódio. Então eu nasci o oposto! Sem querer alisar, questionando comparações...Sem entender o porquê de eu só observar as mulheres adultas sendo ensinadas/ensinando a não gostar do volume do cabelo, sendo que não foram ensinadas a cuidar dele, por exemplo. Só na adolescência entendi como isso fazia parte de uma estrutura, através do racismo, que se alimenta da necessidade de consumo das pessoas. Agora adulta e minha mãe aos 50 anos, ouço pela primeira vez ela reconhecendo seu cabelo como crespo e aceitando e comprando produtos voltados para ele. Como demorou! Mesmo que eu tivesse acesso a esses cuidados na adolescência, era uma luta diária tentar me reconhecer no mundo quando até em casa as discussões eram tão rasas. Fico feliz com esse movimento de cuidar das nossas crianças, é essencial.
Total sentido
Sou negra, mãe de um menino negro e o tanto que sofro por imagina-lo sendo vítima do racismo me adoece constantemente. Não o imponho estar impecável, mas arrumadinho sempre dentro do possível, pra pelo menos tentar minimizar os olhares infames. O cabelo dele é crespissimo e ele que manter assim e eu apoio. Talvez fruto de uma educação ao longo desses 12 anos que ele precisa estar bem, do jeito que ele gosta, sem necessariamente precisar se esconder. Mas tem dores que só uma mãe de filho negro pode entender.
Nossa!!! Total sentido! Me fez refletir muito aqui! Obrigada ❤
Exatamente. Concordo a 100%
Gabi, você é essencial! Admiro muito você e essa maternidade que nos humaniza e acaba humanizando as crianças. Acho que essa ideal de perfeição ou americanizado só retira de nós a possibilidade de ser criança e nos torna adultos totalmente desumanizados e obrigados a corresponder ao padrão e frustrados com "erros". Você é incrível!
Queria que tivesse um botão pra dar like pra geral aqui, concordo com as meninas. É sobre isso, nossas histórias. 😀 amei o vídeo
Lembro de ter um colega negro e a mãe dele era uma mulher negra num cargo muito alto. Fomos no trabalho dela pra ele pegar uma coisa. Centro do Rio, muito calor. Ele estava de bermuda. Quando ela o viu de bermuda, logo gritou com ele: "Você é negro! Você não tem o luxo de ficar andando sem ser de calça! Não quero ninguém te confundindo com bandido." Eu era adolescente, mas isso abriu muito os meus olhos na época. Quantas vezes já não saí até com roupa furada e nunca nem passou pela minha cabeça que poderia ser confundida com um bandido. Privilégios de ser branca, infelizmente.
Faz muito sentido, coincidentemente isso foi assunto da terapia ontem. Me identifiquei muito com as falas sobre sentar de perna aberta e da “perna russa” 😅
Que linda essa reflexão. Gratidão por trazer esse pensamento.
Fez sentindo e contribuiu. Obrigada.
Faz muito sentido essa conversa, Gabi. Acho que essas reflexões são importantes e ecoam de forma positiva e vão na estrutura da ideologia racista. Ótima reflexão, assisti tomando café da manhã ❤
Faz sentido. Sorte dessas crianças terem uma mamãe como vc ❤❤❤
Falou e Disse, Gabi...👍🏿
Tenho um filho, 32a,leonino lindo, super vaidoso,ele sempre diz q tds se surpreendem qdo ele diz q a mãe é preta e periférica,tipica Carioca pobre e ele,q estudou Cinema em Paris tem tanta Educação e Cultura...etc...não elogiam,só mostram surpresa...enfim...Pretos Educados e Felizes chocam os demais...Infelizmente...
Esse vídeo tem só 6 minutos, mas para mim pareceu 1h e digo no sentido bom. Conteúdo importantíssimo e cheio de conhecimento ❤
ai gabi, é tão importante e bom te ouvir
Você é magnífica Gabi! Tão lúcida e de comunicação simples.
Te amo!!!!!
seu video me lembrou muito de uma música do Jay Z chamada "Story of OJ", que fala muito sobre não importa o quanto a gente tente reproduzir esses padrões nunca nos livra de ser racializados
faz total sentido
No momento, não consigo expressar meus pensamentos e sentimentos sobre esse vídeo, mas o que posso dizer é que me trouxe uma reflexão importante.
Amo como você explica assuntos aparentemente tão complexos de uma forma mais acessível, fica até mais fácil pra gente que consome o conteúdo repassar a mensagem
Otima reflexao levantada, Gabi. Eu sou parda e vivi no meio de muitas pessoas de pele preta, então na maioria das vezes eu tinha uma passabilidade muito forte, o que me livrou de passar por momentos que minhas coleguinhas retintas e com o cabelo mais crespo que o meu tiveram que passar. As vezes me pego lembrando de situações que foram um tanto estranhas para mim na época, e hoje sei que era tudo racismo. É muito importante as crianças crescerem sabendo que elas precisam SER e não TER, nos dias de hoje, com a cultura capitalista tão em voga, é cada vez mais importante cultivar esses sentimentos nos pequeninos.
Gabi esses videos que vc faz de pensamentos sao bem legais. Pois as vezes tenho alguns pensamentos sobre vida e reflexao mas nao tenho quem ouça para se sentir melhor... e voce tem quem escute entao sempre fale mesmo! Amo esse canal!!!!!
Que reflexão importante e necessária!! Amorei (amei + adorei)!! É isso!!!
De uma forma leve e linda a Gabi consegue abordar os assuntos mais importantes pra sociedade ❤
É assim mesmo. Quando eu era criança, me falavam que eu tinha que me comportar nos lugares porque "a gente é negro". O racismo começa a tolher quem é preto desde cedo, infelizmente.
você é tão incrível, uma inspiração! fico até arrepiada de te escutar um grande beijo pra vc e sua família.
Como uma mulher branca lésbica que sempre considerou a adoção como unica forma de futura maternidade, queria agradecer muito seu conteúdo, porque me sinto a cada dia mais preparada caso a adoção seja interracial. Obrigada Gabi ❤️🤏🏼
Gabi, vc é necessária!! A minha auto estima por muitos anos foi anulada pq eu não me orgulhava do meu genitor que é negro. Assimilação errada. Com o tempo passei a me acolher e ter orgulho da história que carrego e da jornada que eu construo.
muito sentindo inclusive por aqui eu tenho está mentalidade para me encaixar em determinados lugares eu tenho que estar bem vestida e sim e por conta da minha cor que penso assim. Acho até estranho pois meus pais nao me criaram assim mas estou em fase de reconstrução afinal tenho um filho e não quero que ele tenha este sentimento também .Uma grande libertação para mim
foi o meu cabelo por 37 anos usei ele alisado e agora tá black me senti livre
Faz todo sentido! Perfeita colocação! Obrigada!
Caramba, comecei o vídeo pensando "Como assim, Gabi!?" e no decorrer fui mudando para "Verdade!". É impressionante o quanto e com as coisas que parecem simples mas que temos que nos preocupar/importar na criação das nossas crianças
Reflexão mais do que sensata. Adorei o vídeo.
Faz sentido demais, Gabi! Obrigada por compártilhar essa reflexão!! Amo seus vídeos!
Vídeo extremamente necessário!Tenho duas meninas e as crio o mais livres o possível!
Cabelo solto?!!Alguns piram e vão continuar pirando,por que quando ela cisma de soltar o black,ela se joga mesmo❤
Esse vídeo é necessário! Com certeza está promovendo muitas reflexões.
Real demais Gabi
Es incrível como os padrões passam de geração para geração e se nao ficarmos atentos, corremos o risco de reproduzi-los. Graças as jah, opinião de terceiros quando nao ha intuito de elevar ou pagar minhas contas, entra por um lado e sai pelo outro. Vivam e deixem viver! 😀
Gabi voce é admirável ❤
6 minutos certeiros
obrigada pelo vídeo, ouvir vc é realmente como uma aula pra vida
Amei a série. A parte mais importante para mim é o fato de Sarah colocar o rosto dela na embalagem. Achei a coisa mais linda e mais importante de toda a história. E que comprova que foi a resposta dela para a outra produtora de cosmético (de quem ela foi vendedora) e que a humilhou quando ela quis ser posta como modelo, pelo sucesso no próprio cabelo dela.
A série mostra cabelos o tempo todo. Nâo detalha qual era o efeito químico, mas mostra imagens dos cachos e penteados o tempo todo e fala sobre as facilidades de pentear um cabelo cacheado. E as imagens reportam muito bem os penteados da época. Para mim, achei uma reproduçâo de imagem muito linda. Mas poderiam ter falado da formula quimica do produto.
Isso deu uma virada de chave aqui na minha cabeça, a família do pai da minha filha cobra tudo dela, ela em si já se cobra muito pq eles julgam muito, inclusive me julgam pela formaque me visto até hoje.
Faz muito sentido
Ótima reflexão, Gabi!
Muito interessante e instrutivo!
Vídeo necessário não apenas para as crianças Gabi! Até mesmo para nos adultos sairmos da caixinha do ter, do parecer, da ilusão de aceitação onde vemos de cara que não vai ter (pra mim, pelo menos evita umas frustrações futuras). Seu olhar para com eles é incrível! ❤
Nossa isso é muito verdade , hoje eu não consigo sair pra qualquer lugar sem ter esse pensamento " por ser negro tem que ser 2x melhor " é algo errado que foi construído desde de criança hoje como mãe faço a diferença na vida da minha filha
Muito importante seu vídeo, Gabi 💖
Gabi, temos tantas mazelas, que estar perfeitinha (o), é só mais uma. Pior que é só o povo preto que vive essa crença. Trabalhei em uma escola de elite, e lá pude observar quanto as crianças pretas sofrem desde berçário. Lá as crianças loiras de olhos claros podeiam transitar de um lado para o outro com os cabelos volumosos e com os pés descalços, já a criança negra as professoras amarravam os cabelos, fazrism tranças, não deixavam tirar os sapatos... Parecia que que se a criança preta ficasse a vontade como estava a outra criança, deixaria a estética da escola feia. Passado alguns anos eu entendi, o porque daquilo tudo. Hoje fiquei feliz com sua fala que me fez entender ainda melhor.💋♥️
Uma mãe de criança preta, me abordou outra dia me dizendo: sabe aquela menina que as professoras arrumava feito uma princesa? Hoje aos 12 anos é skeitista, tem seus cabelos volumosos segundo ela mesma, lindo como uma samambaia. Nunca prende. Tenho esperança que essa geração fujam dos padrões passado e viva como você disse, por ser e não por ter. Porque para nós não funcionou e não vai funcionar para ninguém.💋♥️
Sempre me senti que deveria ser mais pelo o que me foi imposto, desconstruir isso é importante demais
Que sofá lindooooo
❤❤❤
você é tão necessária 💗
❤
Eu quase não uso jeans rasgado. Quando adolescente todos usavam e na minha vez eu estava largada. Hoje vejo que é uma questão racial, mas ainda me dá gatilhos.
Jeans rasgado nao fica bem em ninguém.
Poxa, compreendo você. Depois de uns anos (demorei muito) mas hoje consigo ter uma folga mental sabe? Já consigo usar qualquer roupa desde que eu goste e me sinta bem, sem precisar de validação alheia. Acredito e confio que se você se acha bonita em alguma determinada roupa, esqueça o resto 🙂🙂. Se fossemos concordar com tudo demoraria muito hehe Jeans rasgado pode ser bonito😀
Tudo verdade
Vídeo maravilhoso 👏🏾
Você é muito necessária
Concordo, mas faltou a fotinho da tumb no final pra gente ver os pequenos de caipira, poxa! 😅
Mulher, como você é necessária nesse mundo.
A maior raiva que eu tinha quando criança era prender o cabelo, porque todo mundo sempre me obrigava a prender o cabelo para ser mais higiênica enquanto todas as outras pessoas, que convenientemente tinham cabelo liso não precisavam, amarrar o cabelo se fosse entrar na cozinha ou quando tinham casos de piolho eu sempre era a primeira suspeita da causa, em fim, demorou horrores para eu gostar de amarrar o cabelo (só comecei a gostar com 20 anos).
Lacrou
faz muito sendido, eu cuido muioto com isso. Meu filho ja é lindo, tem um cabelo grande e pro alto. HOje nao fico louca em deixar o cabelo dele impecavel e roupa tbm. Mas quando ele começou a andar eu ja me estressei pq ele amaçou o cabelo na cadeirinha ou sujou a roupa.
Quando eu era criança eu chorava pra sair arrumada e com cabelo impecável. Depois de adulta ainda me sinto super mals por estar tipo em um parque de bermuda e chinelo, mesmo geral estando vestidos assim. Eu fico achando q estou suja e que meus pés ficam com aparência de sujos em qualquer chinelo. É neura, eu sei. Mas eu sempre fiquei achando massa as pessoas q ficam com o pé bonito até em chinelos 🤦🏽♂️🤦🏽♂️🤦🏽♂️
Uma coisa que eu aprendi é que eu nunca vou ser aceita , independente das roupas que eu use , independente de alisar ou não o cabelo , usar maquiagem pintar as unhas, não tem como ganhar sendo uma mulher negra , então eu prefiro ser eu mesma , eu odeio maquiagem, usar esmaltes , não aliso o meu cabelo, eu não vou mais perder tempo tentando agradar as pessoas
Muito bom esse vídeo... Mas... O que é "perna russa"?
Aparência de pele ressacada. Ai a canela fica esbranquiçada.
Vou te falar que é até questão de sobrevivência e proteção mesmo
Além da aparência, na minha família há uma cobrança em relação à linguagem - falar corretamente, não usar gírias, nem palavrões - e à etiqueta . Penso que tal cobrança tenha a ver com o fato de sermos uma família de pretos classe média. Como se a gente precisasse se comportar bem para sermos aceitos num meio que nem deveríamos estar. É cruel.
Foi violento com a gente, não precisamos reproduzir o mesmo com nossas crianças 🖤
Nunca tinha pensado que é privilégio branco meu eu não ter ferro de passar em casa rs. Falando assim soa engraçado, mas acho que é real, nunca passei uma roupa na vida, saio com as roupas amassadas sempre e nunca passou pela minha cabeça que uma pessoa negra não se sente confortável pra fazer isso porque sabe-se lá o que vão pensar dela. De mim o máximo que vão pensar é que sou uma grande preguiçosa rs (o que é verdade).
??? Privilegio em nao ter ferro? Eu nao sou branca e ate tempo atras nao tinha ferro, pq nunca vi necessidade em passar roupa (agora uso apenas pra passar obrigatoriamente as camisas de trabalho). Nao tem nada a ver com privilegio e sim, como voce lida com opinao alheia. Como diz Jojo little Toddy: "quem te critica paga suas contas?"
Eu queria muito falar sobre esse tema la nas suas caixinhas, porém fiquei com receio de me entenderem mal.
O racismo está presente em vários lugares 🤷🏿♀️ no mercantil, no esporte, na entrevista de emprego e também em período de guerras 🤦🏿♀️ lutas ✊🏿
Isso tá impregnado na sociedade, infelizmente te tratam de acordo com sua roupa. Eu cresci com quase nada, sendo doações, e depois adulta, mesmo com condições ainda me vestia "nem aí".. Ou mendiga, como alguns diriam. Quando me visto melhor noto uma diferença no tratamento. Como se td q importa é a aparência e o seu valor será sempre pautado nisso.