Bom dia. Já não comento há algum tempo, mas, neste tema, acho que tenho algo de útil a acrescentar. A ideia de que o insucesso de Portugal decorre de uma suposta aversão ao trabalho por parte dos portugueses simplifica em excesso uma questão complexa e ignora princípios fundamentais da ciência económica. Segundo a praxeologia de Ludwig von Mises, toda ação humana é guiada por preferências subjetivas, visando maximizar o bem-estar individual. Alguns escolhem trabalhar mais para acumular riqueza, enquanto outros valorizam o lazer, a família ou outras formas de realização. Reduzir o "sucesso" a métricas como produtividade laboral ou número de horas trabalhadas reflete uma visão economicamente reducionista, desconsiderando a racionalidade das escolhas individuais numa sociedade livre. Se os portugueses tendem a priorizar qualidade de vida em detrimento da acumulação material, essa é uma decisão legítima - não um defeito moral. O verdadeiro problema, porém, reside noutro fator: a dependência excessiva do Estado. A crença de que apenas a política pode resolver desafios coletivos demonstra um enraizamento do estatismo na cultura nacional. Como explicou Murray Rothbard, o Estado não cria riqueza - apenas a redistribui coercivamente, frequentemente minando incentivos à produtividade e ao empreendedorismo. Progresso genuíno não surge de planos governamentais, mas sim da cooperação voluntária e das trocas livres no mercado. Enquanto a sociedade continuar a depositar no governo a responsabilidade pelo desenvolvimento, estará a negligenciar a verdadeira fonte de prosperidade: a iniciativa individual. Além dessa mentalidade estatista, existem distorções institucionais concretas que moldam negativamente os incentivos económicos. Um dos principais fatores é a manipulação das taxas de juro pelo Banco Central. Mises demonstrou como a redução artificial dos juros abaixo do seu nível natural estimula investimentos insustentáveis, promove ciclos de expansão e recessão e desincentiva a poupança. Esse fenómeno altera a preferência temporal das pessoas, incentivando o consumo imediato em vez do investimento de longo prazo. Quando o Estado manipula preços - incluindo o preço do dinheiro -, desorganiza o sistema de sinais do mercado e impede a alocação eficiente de recursos, criando um ambiente propício a decisões económicas erráticas. O problema de Portugal, portanto, não está numa "falta de ambição" nacional, mas sim num quadro institucional que sufoca a produtividade. Uma carga fiscal asfixiante, regulamentação excessiva e um sistema jurídico imprevisível desencorajam o empreendedorismo e a inovação. Enquanto o governo continuar a extrair recursos do setor produtivo para sustentar uma máquina estatal ineficiente, o país permanecerá estagnado. A solução, como aponta a Escola Austríaca, não está em mais política, mas sim em menos intervenção: reduzir o peso do Estado, restaurar a soberania do consumidor e permitir que indivíduos - e não burocratas - definam o rumo da economia. Portugal não precisa de mais discursos moralistas que culpam os cidadãos por não trabalharem o suficiente, mas sim de reformas que libertem o seu potencial produtivo. A prosperidade não depende de exigências abstratas por "mais trabalho", mas da remoção dos entraves que impedem a criação de riqueza e a livre expressão da ação humana no mercado.
Em número de horas trabalhadas Portugal está no top europeu. O problema é a produtividade , ou seja trabalhar bem, eficiente. Em Dezembro havia 351,9 mil pessoas desempregadas e o número de pessoas empregadas era de 5,107 milhões. Por cada 15 pessoas que trabalha há uma que não o faz.
@@eduardoramos-vq9lsComo diz o Sr das Lives.. 7% da função pública está sistematicamente de baixa. Estar empregado, especialmente no estado.. não significa que estejam a trabalhar ou ser produtivos
Grande dissetação, concordo plenamente, Guilherme. Bem haja. O Professor está sempre com este discursos de "capataz do café", enfim, nunca percebi onde pretende chegar com isto.
O problema é que muitos também não querem trabalhar neste país porque não compensa. É tudo corrido a salário mínimo ou mais 100 paus e tem que dar o litro sem qualquer progressão na carreira
Se o povo é estúpido - é de facto - e se a culpa da situação a que se chegou é dele porque é ele que escolhe os políticos então a questão é ; para que serve a democracia ?
Futebol ‐ sitio apropriado para fanatismo; contido no período que vai do caminho para o estádio à hora e meia de jogo. E sabe-se que não passa disso. Brincando a sério - no trajecto até a análise, uma emotiva expectativa, contudo cada experiência de análise e o caminho de volta são uma ída sem volta. E nunca acaba.
Bom dia Professor, Não diga essas coisas de generalização... O que se passava nas ex colónias ou passa ainda não e bem a mesma coisa, nem sequer foi por vezes como fala ... Nem tudo o que relux e ouro. Concordo com a mentalidade malhosa actual, e com a degradação actual de Portugal e dos portugueses. Mas há dias q fala como se tudo fosse o diabo na cruz. Nem todos tiveram as mesmas chances que alguns de nós tivemos. Mas isso nao faz de todos eles inergumios e bestas. Ha uns que são estudados e tem atitudes e acções bem negativas. Eu conheço alguns. Abraço e bom resto de dia. ( Aqui estamos a iniciar o dia).
Quando o Ventura for primeiro ministro e o meu caro professor doutor voltar para Portugal conforme afirmou, muito cuidado com as malas no aeroporto....
Aqui concordo com o professor, o comunismo se fosse levado à letra até era muito bom, é como a bíblia sagrada, quem a leva a sério? Nem os padres,as madres,nem o papa. Quanto ao futebol, lembro -me que contava as horas quando havia jogos europeus, hoje nem a selecção quero ver. Continuação professor.
Não confundir o português pós-Abril do português pré-Abril : qualquer semelhança é pura coincidência. Em 1974 não se viam pedintes em lado nenhum, agora vêem-se pedintes e miseráveis (do ponto de vista financeiro) por todo o lado nas cidades. São as grandes conquistas de Abril...etc.
Antes de 74, todos eram pobres, de modo que não havia a quem pedir. Se hoje ve pedintes, é porque há uma quantidade consideravel de pessoas que conseguem doar parte do seu dinheiro
@@guilhermemateus5263 Que idade tem ? onde e com quem aprendeu a mentir com essa convicção ? foi com o camarada ABC, o tal que mandou assassinar o Fogaça por ser homossexual ?
Ahahah que estupidez! Antes de 1974 a maioria da população vivia em miseria pura e trabalhava muito! Se nao tem conhecimento não invente so porque sente...é só sentimentos, realidade zero! É o discurso da sopeira como diz o Prof. Tenha vergonha!
Bom dia. Já não comento há algum tempo, mas, neste tema, acho que tenho algo de útil a acrescentar.
A ideia de que o insucesso de Portugal decorre de uma suposta aversão ao trabalho por parte dos portugueses simplifica em excesso uma questão complexa e ignora princípios fundamentais da ciência económica. Segundo a praxeologia de Ludwig von Mises, toda ação humana é guiada por preferências subjetivas, visando maximizar o bem-estar individual. Alguns escolhem trabalhar mais para acumular riqueza, enquanto outros valorizam o lazer, a família ou outras formas de realização. Reduzir o "sucesso" a métricas como produtividade laboral ou número de horas trabalhadas reflete uma visão economicamente reducionista, desconsiderando a racionalidade das escolhas individuais numa sociedade livre. Se os portugueses tendem a priorizar qualidade de vida em detrimento da acumulação material, essa é uma decisão legítima - não um defeito moral.
O verdadeiro problema, porém, reside noutro fator: a dependência excessiva do Estado. A crença de que apenas a política pode resolver desafios coletivos demonstra um enraizamento do estatismo na cultura nacional. Como explicou Murray Rothbard, o Estado não cria riqueza - apenas a redistribui coercivamente, frequentemente minando incentivos à produtividade e ao empreendedorismo. Progresso genuíno não surge de planos governamentais, mas sim da cooperação voluntária e das trocas livres no mercado. Enquanto a sociedade continuar a depositar no governo a responsabilidade pelo desenvolvimento, estará a negligenciar a verdadeira fonte de prosperidade: a iniciativa individual.
Além dessa mentalidade estatista, existem distorções institucionais concretas que moldam negativamente os incentivos económicos. Um dos principais fatores é a manipulação das taxas de juro pelo Banco Central. Mises demonstrou como a redução artificial dos juros abaixo do seu nível natural estimula investimentos insustentáveis, promove ciclos de expansão e recessão e desincentiva a poupança. Esse fenómeno altera a preferência temporal das pessoas, incentivando o consumo imediato em vez do investimento de longo prazo. Quando o Estado manipula preços - incluindo o preço do dinheiro -, desorganiza o sistema de sinais do mercado e impede a alocação eficiente de recursos, criando um ambiente propício a decisões económicas erráticas.
O problema de Portugal, portanto, não está numa "falta de ambição" nacional, mas sim num quadro institucional que sufoca a produtividade. Uma carga fiscal asfixiante, regulamentação excessiva e um sistema jurídico imprevisível desencorajam o empreendedorismo e a inovação. Enquanto o governo continuar a extrair recursos do setor produtivo para sustentar uma máquina estatal ineficiente, o país permanecerá estagnado. A solução, como aponta a Escola Austríaca, não está em mais política, mas sim em menos intervenção: reduzir o peso do Estado, restaurar a soberania do consumidor e permitir que indivíduos - e não burocratas - definam o rumo da economia.
Portugal não precisa de mais discursos moralistas que culpam os cidadãos por não trabalharem o suficiente, mas sim de reformas que libertem o seu potencial produtivo. A prosperidade não depende de exigências abstratas por "mais trabalho", mas da remoção dos entraves que impedem a criação de riqueza e a livre expressão da ação humana no mercado.
Em número de horas trabalhadas Portugal está no top europeu. O problema é a produtividade , ou seja trabalhar bem, eficiente. Em Dezembro havia 351,9 mil pessoas desempregadas e o número de pessoas empregadas era de 5,107 milhões. Por cada 15 pessoas que trabalha há uma que não o faz.
Parabéns. Uma excelente análise da situação portuguesa.
@@eduardoramos-vq9lsComo diz o Sr das Lives.. 7% da função pública está sistematicamente de baixa. Estar empregado, especialmente no estado.. não significa que estejam a trabalhar ou ser produtivos
Eu conheces funcionários do estado e lá dentro existe um parasitismo incompreensível ou seja estado desperdiça demasiados recursos ...
Grande dissetação, concordo plenamente, Guilherme. Bem haja. O Professor está sempre com este discursos de "capataz do café", enfim, nunca percebi onde pretende chegar com isto.
Bom dia professor, só verdades! Quando acabar o dinheiro, os valores voltam..., infelizmente alguns deviam não voltar. Cumprimentos
Ventura convide este senhor para ingressar no Chega. Precisamos de pessoas sérias no governo.
Boa noite professor. Faça uma live com o doutor Alexandre Guerreiro . A guerra está mais quente que nunca. Grande abraço
Era interessante. Pena a tendência.
Até fazem anedotas dos portugueses...uma vergonha o estado em que estamos,a começar pela estupidez dos políticos
O problema é que muitos também não querem trabalhar neste país porque não compensa. É tudo corrido a salário mínimo ou mais 100 paus e tem que dar o litro sem qualquer progressão na carreira
Tanta inteligência para ser reduzida a uma criancisse e ao armanso do karaté e da mania que é valentão
Se o povo é estúpido - é de facto - e se a culpa da situação a que se chegou é dele porque é ele que escolhe os políticos então a questão é ; para que serve a democracia ?
Obrigado Professor
Bom dia caro Professor.
Tudo dito
Cumprimentos.
Bom dia Professor. Já gostei mais do conteúdo deste vídeo do que dos últimos.
Olá Dr. Bom dia,da velhinha desdentada. Muito bom dia 🌹
Tem filhos Professor? Se nao tem,devia ter tido . Era fixe ver um Carlinhos educado de forma badass 😅
Futebol ‐ sitio apropriado para fanatismo; contido no período que vai do caminho para o estádio à hora e meia de jogo. E sabe-se que não passa disso.
Brincando a sério - no trajecto até a análise, uma emotiva expectativa, contudo cada experiência de análise e o caminho de volta são uma ída sem volta. E nunca acaba.
Bom dia Professor
Muito obrigado pelo vídeo Sr Professor.
Precisamos do Professor como candidato para presidente 2026!
Boa noite Professor
Bom dia professor 👍👍👍
Excelentes e pertinentes comentários. Parabéns
👍
MOTENEGRO E VIRA O DISCO E TOCA O MESMO
Eu meto o meu dinheiro a trabalhar para mim. Tass. Sou muito preguiçoso.
😂 ... Boa.
Quem não sabe política, aprende com quem sabe, vão pela velhinha
Bom dia Professor,
Não diga essas coisas de generalização... O que se passava nas ex colónias ou passa ainda não e bem a mesma coisa, nem sequer foi por vezes como fala ... Nem tudo o que relux e ouro.
Concordo com a mentalidade malhosa actual, e com a degradação actual de Portugal e dos portugueses. Mas há dias q fala como se tudo fosse o diabo na cruz.
Nem todos tiveram as mesmas chances que alguns de nós tivemos. Mas isso nao faz de todos eles inergumios e bestas. Ha uns que são estudados e tem atitudes e acções bem negativas. Eu conheço alguns.
Abraço e bom resto de dia. ( Aqui estamos a iniciar o dia).
Professor cuidado com a diferenciação/distinção de raças colonizadas e não colonizadas… Isso é discurso de extrema direita. 😉💪🏻
th-cam.com/video/ldn2uWUGJac/w-d-xo.htmlsi=R4woJBgJ8CAmKNBx. O Sr. Do bigode: direita ou esquerda?
Quando o Ventura for primeiro ministro e o meu caro professor doutor voltar para Portugal conforme afirmou, muito cuidado com as malas no aeroporto....
😂
Aprenderam com os professores de Macau..
Aqui concordo com o professor, o comunismo se fosse levado à letra até era muito bom, é como a bíblia sagrada, quem a leva a sério? Nem os padres,as madres,nem o papa. Quanto ao futebol, lembro -me que contava as horas quando havia jogos europeus, hoje nem a selecção quero ver. Continuação professor.
Não confundir o português pós-Abril do português pré-Abril : qualquer semelhança é pura coincidência. Em 1974 não se viam pedintes em lado nenhum, agora vêem-se pedintes e miseráveis (do ponto de vista financeiro) por todo o lado nas cidades. São as grandes conquistas de Abril...etc.
Antes de 74, todos eram pobres, de modo que não havia a quem pedir. Se hoje ve pedintes, é porque há uma quantidade consideravel de pessoas que conseguem doar parte do seu dinheiro
@@guilhermemateus5263 Que idade tem ? onde e com quem aprendeu a mentir com essa convicção ? foi com o camarada ABC, o tal que mandou assassinar o Fogaça por ser homossexual ?
Ahahah que estupidez! Antes de 1974 a maioria da população vivia em miseria pura e trabalhava muito! Se nao tem conhecimento não invente so porque sente...é só sentimentos, realidade zero! É o discurso da sopeira como diz o Prof. Tenha vergonha!
Bom dia Professor